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Prof. Dr. José Edimar Barbosa Oliveira
Orientador
________________________________________
1º Ten.-Av. Eric Cézzane Cólen Guedes
Orientador
________________________________________
Prof. Dr. José Edimar Barbosa Oliveira
Coordenador do Curso de Especialização em Análise de Ambiente Eletromagnético
(CEAAE)
Campo Montenegro
São José dos Campos, SP – Brasil
junho 2003
ESTUDO DAS POTENCIALIDADES DO LAB-VOLT RADAR
TRAINING SYSTEM NO ENSINO DE GUERRA
ELETRÔNICA NO CEAAE
ITA
À minha esposa, Rachel e
ao meu filho, Thor
Alexandre.
AGRADECIMENTOS
A todos que permitiram que eu realizasse este curso por mostrarem que nós, de Boa
Vista, podemos estar no Hemisfério Norte mas não estamos esquecidos. Em especial ao ex-
comandante do DPVBV e DPVDT73, Maj.-Av. Araújo pelo apoio irrestrito e amizade
sincera.
Aos Instrutores e Professores do CEAAE pela dedicação ao ensino e ao ideal do
desenvolvimento tecnológico da Força.
Aos companheiros do CEAAE e PPGAO pela oportunidade de partilhar esse momento
especial de nossas vidas.
Ao Capitão Tenente Brasil cujo apoio permitiu a realização da visita a Escola dos
Cursos de Formação Técnica Especial do Centro de Instrução Almirante Alexandrino, da
Marinha do Brasil.
Ao colega do curso de doutorado, Alexis Fabricio Tinoco Salazar, pelos ensinamentos
na área de instrumentação de microondas.
Aos senhores Arnaldo Ortiz Clemente e Marcelo Schadeck, da LabSis, pelo apoio
dado na obtenção de material bibliográfico.
Ao Maj. Durante pela confiança depositada na realização deste projeto.
Ao Ten. Cólen pela tranqüilidade, dedicação e providencial ajuda.
Ao Prof. Dr. Edimar pela atenção fraternal que dedicou a minha orientação e a
dedicação com que se entrega a causa da Ciência e Tecnologia de Defesa de nosso país.
A minha família que soube me incentivar em todos os momentos.
RESUMO
Este trabalho analisa o Lab-Volt Radar Training System adquirido pelo Comando
Geral do Ar – COMGAR, para equipar o Laboratório de Pesquisa em Guerra Eletrônica e
Vigilância Eletromagnética da Amazônia do Instituto Tecnológico da Aeronáutica – ITA, e o
Grupo de Instrução Tática e Especializada – GITE. Esta análise está pautada na determinação
das qualidades e deficiências do sistema disponível no ITA no período de realização do
Trabalho Individual, bem como uma avaliação prospectiva sobre as potencialidades dos
sistemas complementares de Guerra Eletrônica, determinação de RCS e caracterização de
antenas que ainda se encontravam em processo de aquisição durante o referido período. Em
complemento a este objetivo o trabalho desenvolve uma proposta pedagógica para uso do
equipamento na instrução militar especializada em Guerra Eletrônica ministrada durante o
Curso de Especialização em Análise de Ambiente Eletromagnético – CEAAE. Esta proposta
se direciona pela exploração do caráter multidisciplinar da Guerra Eletrônica materializada no
uso do equipamento nas várias disciplinas cujos conhecimentos se entrelaçam no
funcionamento dos sistemas de radar. Conclui-se ao final que o equipamento apresenta
satisfatório rendimento para a implementação de instrução prática em GE e que sua
associação com os outros sistemas em fase de aquisição tem grande potencial para
implementação de projetos em várias áreas, tais como processamento de sinais, imageamento
radar e determinação de RCS.
ABSTRACT
This work analyzes the Lab-volt Radar Training System acquired by the Comando
Geral do Ar – COMGAR, to equip the Laboratory of Electronic Warfare and Amazônia's
Electromagnetic Surveillance of the Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA, and the
Grupo de Instrução Tática e Especializada – GITE. This analysis is ruled in the determination
of the qualities and deficiencies of the available system in ITA in the accomplishment period
of the Individual Work, as well as a prospective evaluation about the potentialities at
complementary systems of Electronic Warfare, determination of RCS and antennas
characterization that still were in acquisition process during the referred period. At
complement to this goal the work develops a pedagogical proposal for use of the equipment in
the specialized military instruction in Electronic Warfare taught during the Curso de
Especialização em Análise de Ambiente Eletromagnético – CEAAE. This proposed
addresses by the exploration of the multidiscipline character of the Electronic Warfare
materialized in the use of the equipment in the several disciplines whose knowledges interlace
in the operation of the radar systems. It concludes at the final that the equipment introduces
satisfactory revenue for the practice instruction implementation in EW and that your
association with the other systems in acquisition phase has great potential for projects
implementation in several areas, such as signals processing, radar imaging and RCS's
Determination.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 16
1.1 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO......................................................... 18
2 CONCEITOS BÁSICOS ........................................................................ 19
2.1 SISTEMA RADAR BÁSICO ................................................................... 19
3 LAB-VOLT RADAR TRAINING SYSTEM......................................... 27
3.1 APRESENTAÇÃO................................................................................... 27
3.2 COMPOSIÇÃO........................................................................................ 27
3.2.1 Analog Radar Training System.............................................................. 29
3.2.1.1 Target Positioning System......................................................................... 29
3.2.1.2 Power Supply and Antenna Motor Driver.................................................. 35
3.2.1.3 Radar Antenna .......................................................................................... 38
3.2.1.4 Rotating-Antenna Pedestal ........................................................................ 40
3.2.1.5 Radar Synchronizer/Antenna Controller .................................................... 42
3.2.1.6 Radar Transmitter ..................................................................................... 45
3.2.1.7 Radar Receiver.......................................................................................... 49
3.2.1.8 Dual-Channel Sampler .............................................................................. 52
3.2.1.9 Clutter Generator ...................................................................................... 55
3.2.1.10 PPI Scan Converter ................................................................................... 59
3.2.1.11 Analog MTI Processor .............................................................................. 62
3.2.2 Digital Radar Training System .............................................................. 63
3.2.2.1 Digital MTD / PPI Processor..................................................................... 63
3.2.3 Tracking Radar Training System .......................................................... 66
3.2.3.1 Radar Target Tracker ................................................................................ 66
3.2.4 Radar Active Target Training................................................................ 81
3.2.4.1 Radar Jamming Pod .................................................................................. 81
3.2.4.2 Variable-Density Chaff Cloud................................................................... 90
3.2.5 Antenna Training and Measuring System............................................. 90
3.2.6 RCS Measurement System ..................................................................... 92
3.2.7 Phased Array Antenna ........................................................................... 94
3.2.7.1 Multi-Beam Phased Array Antenna........................................................... 94
3.2.7.2 Radar Phased Array Antenna..................................................................... 96
4 LABORATÓRIO DE RADAR NO CEAAE.......................................... 98
4.1 LABORATÓRIO DE RADAR NO CEAAE – MÓDULO OPERACIONAL
................................................................................................................. 98
4.1.1 Familiarização com o Equipamento....................................................... 98
4.1.1.1 Introdução ao Lab-Volt Analog Radar Training System ............................ 99
4.1.1.2 Indicador A-scope................................................................................... 100
4.1.1.3 Indicador PPI .......................................................................................... 101
4.1.1.4 Ajuste do radar CW................................................................................. 102
4.1.1.5 Ajuste do radar FM-CW.......................................................................... 102
4.1.1.6 Introdução ao Lab-Volt Digital Radar Training System........................... 103
4.1.1.7 Introdução ao Lab-Volt Tracking Radar Training System........................ 104
4.1.1.8 Introdução ao Lab-Volt Radar Jamming Pod........................................... 105
4.1.1.9 Uso do Radar Jamming Pod no Despistamento em Distância e Ângulo ... 105
4.1.2 Técnicas de Rastreio Eletrônico ........................................................... 106
4.1.2.1 Aplicação das Técnicas de Rastreio automático em distância .................. 106
4.1.2.2 Uso das Técnicas de Rastreio Angular..................................................... 107
4.1.2.3 Uso do Rastreio automático em ângulo.................................................... 108
4.1.2.4 Análise da Performance do Rastreio em Distância e Ângulo (Erros Causados
pelo Radar). ............................................................................................ 108
4.1.2.5 Análise da Performance do Rastreio em Distância e Ângulo (Erros causados
pelo Alvo)............................................................................................... 109
4.1.3 Guerra Eletrônica Aplicada ao Radar................................................. 110
4.1.3.1 Aplicação do Bloqueio de Ponto e Determinação da Distância de Burn-
Through .................................................................................................. 111
4.1.3.2 Uso do Bloqueio de Barragem contra Radares com Agilidade de Freqüência
............................................................................................................... 111
4.1.3.3 Uso do Rastreio pelo Bloqueio e da Integração de Pulsos contra o Bloqueio
de Barragem............................................................................................ 112
4.1.3.4 Uso da Discriminação Direcional contra o Bloqueio pelo Lóbulo Lateral 112
4.1.3.5 Aplicação da técnica Range Gate Pull-Off............................................... 113
4.1.3.6 Uso da Tecnologia Stealth na Redução da RCS....................................... 113
4.1.3.7 Uso de Sinais Modulados em Amplitude no Despistamento em Ângulo .. 114
4.1.3.8 Uso do Despistamento de Polarização Cruzada ....................................... 114
4.1.3.9 Uso das Técnicas de Despistamento Cooperativo .................................... 115
4.1.3.10 Uso de Nuvens de Chaff como Despistadores.......................................... 115
4.1.3.11 Despistamento com Nuvens de Chaff ...................................................... 116
4.2 LABORATÓRIO RADAR NO CEAAE – MÓDULO TÉCNICO .......... 116
4.2.1 Fundamentos de Microondas ............................................................... 117
4.2.1.1 Geração e Recepção de Ondas Eletromagnéticas ..................................... 117
4.2.1.2 Medida do Comprimento de Onda........................................................... 118
4.2.1.3 Caracterização de Dispositivo de Microondas ......................................... 122
4.2.2 Antenas e Propagação........................................................................... 126
4.2.2.1 Determinação do Padrão de Radiação da Antena Radar........................... 126
4.2.3 Probabilidade e Variáveis Aleatórias................................................... 126
4.2.3.1 Aplicação da Probabilidade na Detecção Radar....................................... 126
4.2.4 Princípios de Telecomunicações ........................................................... 127
4.2.4.1 Medida dos Sinais de Radar no Domínio da Freqüência .......................... 127
4.2.5 Processamento Radar ........................................................................... 132
4.2.5.1 Equação Radar ........................................................................................ 132
4.2.5.2 Operação do Phase-Processing MTI ........................................................ 133
4.2.5.3 Operação do Vector-Processing MTI ...................................................... 133
4.2.5.4 Utilização de FRP Variável para Supressão de Velocidade Cega ............. 134
4.2.5.5 Medida da Performance do Sistema MTI ................................................ 134
4.2.5.6 Aplicação da Integração de Pulsos na Detecção Radar ............................ 135
4.2.5.7 Aplicação do STC na Rejeição de Clutter................................................ 135
4.2.5.8 Aplicação do IAGC na Rejeição de Clutter ............................................. 136
4.2.5.9 Aplicação do Receptor log-FTC na Rejeição do Clutter Meteorológico ... 136
4.2.5.10 Aplicação do Processamento CFAR na Rejeição de Clutter..................... 136
4.2.5.11 Mapeamento de Células no Radar Digital................................................ 137
4.2.5.12 Processamento de Sinais Radar com FFT ................................................ 137
4.2.5.13 Aplicação do Processamento CFAR no Sistema Radar Digital ................ 138
4.2.5.14 Processamento de Correlação e Interpolação (C&I) no Sistema Radar Digital
............................................................................................................... 138
4.2.5.15 Processamento Radar no Modo de Vigilância (Track-While-Scan).......... 139
5 LABORATÓRIO DE PROCESSAMENTO DE SINAIS
ELETROMAGNÉTICOS: POTENCIAL DE AUTOMAÇÃO.......... 140
5.1 AVALIAÇÃO INICIAL DOS RECURSOS DISPONÍVEIS................... 142
5.1.1 Emulador de Guerra Eletrônica – TS100+ Excalibur......................... 142
5.1.2 Analisador de Rede Agilent – Modelo 8714ES .................................... 143
5.1.3 Analisador de Espectro Agilent – Modelo E4407B.............................. 143
5.1.4 Osciloscópio Agilent – Modelo 54622A ................................................ 144
5.1.5 Medidor de Potência HP – Modelo E4418B......................................... 145
5.1.6 Gerador de Sinal – Modelo E4433B..................................................... 145
5.1.7 Modulador de Pulso HP / Agilent – Modelo 11720A........................... 146
5.1.8 Atenuador / Excitador de Chaveamento HP / Agilent – Modelo 11713A.
............................................................................................................... 146
5.1.9 Medidor de Potência de RF HP / Agilent – Modelo 437B ................... 146
5.1.10 Gerador de Sinal HP / Agilent – Modelo 8648A................................. 147
5.1.11 Gerador de Varredura HP - Modelo 8350........................................... 147
5.1.12 RF Plug In HP / Agilent – Modelo 83592B .......................................... 148
5.1.13 Gerador de Função / Pulso – Modelo HP 8116A ................................. 148
5.1.14 Amplificador de Microondas HP – Modelo 8349B.............................. 149
5.1.15 Osciloscópio Digital HP – Modelo 54200A........................................... 149
5.1.16 Fonte de Alimentação Programável HP – Modelo 6038A................... 149
5.1.17 Freqüencímetro Digital HP – Modelo 5334B....................................... 150
5.1.18 Freqüencímetro Digital HP – Modelo 5328B....................................... 150
5.1.19 Interface Programável Multifunção Tektronix – Modelo MI5010 ..... 151
5.1.20 Scanner Programável Tektronix – Modelo SI5010 ............................. 151
5.1.21 Fonte de Alimentação Programável Tektronix – Modelo PS5010 ...... 152
5.1.22 Repetidor HP – Modelo 59306A........................................................... 152
5.1.23 Osciloscópio Digital HP / Agilent – Modelo 54645A............................ 153
5.1.24 Gerador de Sinal de RF Agilent – Modelo E4422B ............................. 153
5.1.25 Placa de Aquisição de Dados da National Instruments – Modelo
NI6052E................................................................................................. 154
5.1.26 Software LABVIEW da National Instruments.................................... 154
5.2 INVESTIMENTO EM RECURSOS HUMANOS................................... 156
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................ 158
6.1 CONCLUSÕES DA ANÁLISE TÉCNICA ............................................ 159
6.2 CONCLUSÕES DA ANÁLISE PEDAGÓGICA .................................... 163
6.3 RECOMENDAÇÕES ............................................................................. 164
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO
2 CONCEITOS BÁSICOS
Nos radares pulsados, à distância do alvo é determinada pelo tempo que se passa entre
a transmissão de um pulso e a recepção do eco. Isto é chamado de tempo de trânsito de ida-e-
volta. No instante em que o pulso de radar é transmitido, o feixe eletrônico do indicador tipo
A-scope retorna para a esquerda da tela e inicia um novo traço, movendo-se em uma
velocidade constante para a direita. Quando um eco é recebido, ele causa uma deflexão
vertical do feixe. A posição da deflexão corresponde conseqüentemente ao tempo de trânsito
de ida-e-volta. Em virtude do tempo de trânsito de ida-e-volta ser proporcional ao alcance do
24
alvo, a posição horizontal da deflexão do indicador tipo A-scope indica o alcance do alvo.
Quanto maior à distância do alvo, mais para a direita aparece à deflexão.
Em um sistema de radar pulsado, é essencial que alguma forma de sincronização seja
usada no sistema de tal forma que o indicador mostre os alvos na distância correta. Isto pode
ser implementado através do uso de um sincronizador, como mostra a Figura 2.1. O
sincronizador gera um trem de pulsos de sincronização regularmente espaçados que é usado
para o disparo do gerador de pulso e para fazer a reinicialização do indicador.
O gerador de pulsos gera pulsos muito estreitos com a tensão e potência requerida
pelo modulador. Um pulso é gerado para cada pulso vindo do sincronizador.
A Figura 2.5 é um diagrama de blocos simplificado do Lab-Volt Radar Training
System. Este sistema de radar se assemelha a um sistema de radar típico, porém algumas
diferenças de projeto podem ser notadas. Primeiro, o gerador de pulsos está incorporado
dentro do transmissor de radar. Em virtude de o Radar Transmitter operar com uma potência
muito baixa, não há a necessidade de um amplificador de RF.
O sistema de posicionamento eletromecânico da antena consiste do Antenna
Controller, o Antenna Motor Driver, e o Rotating–Antenna Pedestal. O Rotating-Antenna
Pedestal também contém um circulador que atua como duplexador.
A diferença mais notável entre um radar típico e o Radar Training System aparece na
seção de recepção. Ao lado do receptor, o Radar Training System, inclui um amostrador. Este
Dual-Channel Sampler permite que o Radar Training System opere sobre uma faixa muito
mais estreita que um radar convencional. Enquanto os radares convencionais são projetados
para operar com distâncias de algumas centenas de quilômetros, o Radar Training System
opera de zero até vários metros.
Para obter boa resolução com esta operação em curto alcance, são necessários pulsos
de RF muito curtos. Processar estes pulsos muito curtos iria normalmente requerer circuitos
de processamento de sinais de banda larga. Tais equipamentos, segundo o fabricante, seriam
extremamente intrincados e caros. O Dual-Channel Sampler permite que o Radar Training
System seja usado com pulsos de RF muito curtos, porém usando circuitos de processamento
de sinais de banda estreita que são menos custosos.
25
Próximos da esquerda deste indicador existem vários ecos parasitas que são causados
por ligeiras imperfeições no sistema. Exemplos destas imperfeições, que estão presentes em
algum nível em todos os sistemas, são alimentados através de parte do sinal transmitido
através do circulador diretamente para o receptor, bem como um descasamento de impedância
com a antena tipo corneta e imperfeições mecânicas na junta rotativa. Todas estas causas
levam a que uma parte do sinal seja refletido de volta para o receptor. Uma vez que o radar
esteja calibrado, os ecos parasitas não são normalmente visualizados pelo operador. Mais para
a direita no indicador estão vários alvos, um deles está em movimento.
Como mostra a Figura 2.6, o Dual-Channel Sampler gera um indicador A-scope que
permite a visualização de parte da faixa total disponível. Este indicador é como uma janela
que pode ser posicionada em qualquer lugar ao longo do alcance total usando o controle
ORIGIN. Girando o controle ORIGIM no sentido horário move-se o inicio da janela (a
origem da distância) para longe da antena em direção à direita. O comprimento da janela
corresponde ao SPAN, que pode ser selecionado para 1.8, 3.6 ou 7.2 m.
27
3.1 APRESENTAÇÃO
O ensino prático de radar em laboratório sempre foi muito difícil e ao mesmo tempo
muito perigoso. A velocidade de propagação da luz faz com que o tempo para recepção de um
eco radar seja muito pequeno se o objeto está muito próximo. O sistema radar deve estar
suficientemente longe ou ser extremamente rápido para perceber o efeito do sinal de retorno.
Entretanto, se o alvo está muito distante, a potência deve ser suficiente para obter um eco
forte o bastante para ser detectado[6]. O Lab-Volt Radar Training System se propõe a prover
uma experiência real (não simulada) no uso de radar para detecção e rastreio de alvos
passivos, permitindo a operação de um sistema de radar ativo em tempo real dentro de um
laboratório de forma segura pelo uso de baixos níveis de potência. Seu conceito modular
permite que sejam estudados vários tipos de radar e suas técnicas de processamento de sinais,
sejam elas analógicas ou digitais.
3.2 COMPOSIÇÃO
Analog Radar
Digital Radar
Radar Active
Modelo Descrição Radar Tracking
Training Target
Training Training
System Training
9535 Corneta X
acrílico. A Figura 3.3 mostra estes alvos e fornece suas dimensões. Estes alvos provem uma
larga faixa de seções retas radar (RCS).
As flutuações nas RCS desses alvos, como uma função de suas orientações com
relação ao sistema radar, diferem uma das outras porque estes alvos apresentam formas
variadas. Um mastro semelhante ao montado no carro móvel da Target Table é fornecido com
o jogo de alvos passivos.
O erro de posicionamento no modo posição é, para cada eixo, de ± 0,2 cm, sendo que
para o modo externo é de ± 0,5 cm. A velocidade do alvo pode variar em uma faixa de 0 a 30
32
cm/s no modo velocidade, sendo que a velocidade média no modo trajetória pode variar,
aproximadamente, de 3 a 10 cm/s. A máxima velocidade que se pode obter para o alvo no
modo externo, de forma a permitir que o alvo siga de maneira precisa o comando de posição
dado pelos sinais injetados nas entradas externas dos eixos X e Y, é de 10 cm/s. A faixa de
tensão das entradas externas do Target Controller (Figura 3.4) é de -5 a +5 V em uma linha de
10 kΩ de impedância.
Para assegurar o correto alinhamento dos alvos com a antena do Radar Training
System, a altura do Target Table deve ser ajustada de tal forma que o fim do mastro seja
aproximadamente 10 cm menor que o centro do refletor parabólico da antena. Isto ocorre
quando a altura da Target Table e da mesa onde a antena está colocada são iguais, conforme
se observa na Figura 3.5.
O Target Positioning System consiste de dois sistemas de controle por realimentação
que excitam dois motores DC que asseguram o movimento do carro tanto no eixo X quanto
no eixo Y. Cada sistema de controle por realimentação e o motor que ele excita formam um
servomecanismo, que é um sistema em que a variável controlada é uma posição mecânica ou
qualquer de suas derivadas temporais. O sistema de controle por realimentação e o motor DC,
que asseguram o movimento do carro no eixo X, formam o servomecanismo do eixo X. De
forma similar, o sistema de controle por realimentação e o motor DC , que asseguram o
movimento do carro no eixo Y, formam o servomecanismo do eixo Y.
33
O Power Supply / Antenna Motor Driver contém dois dispositivos separados: do lado
esquerdo tem-se a fonte de alimentação (Figura 3.7) e do lado direito temos o excitador do
motor da antena (Figura 3.8). Ele também provê suporte físico para o sistema, uma vez que a
maior parte da instrumentação e módulos instrucionais são projetados para serem empilhados
no topo do mesmo[10].
entre o Rotating-Antenna Pedestal e os módulos de treinamento de tal forma que ele proteja
o(s) operador (es) do Radar Training System das radiações de microondas vindos da Radar
Antenna.
O valor nominal para o ganho da Radar Antenna é de 27 dB, sendo que a largura de
feixe de meia-potência para 9.0 GHz é de aproximadamente 6º no plano H (azimutal) e de 8º
no plano E (Elevação). A impedância de entrada é de 50 Ω e a polarização é linear e vertical.
O Microwave-Absorbing Parapet utiliza espuma de Uretano impregnada. Sua
refletividade máxima de potência é tipicamente de 1% na faixa de operação que vai de 3.5 a
50 GHz.
A Radar Antenna consiste principalmente de um refletor parabólico que é uma seção
de uma superfície parabólica. Este refletor é iluminado por uma corneta localizada no foco da
superfície parabólica, porém inclinada com relação ao eixo da parábola. A corneta de
alimentação é localizada fora do caminho das ondas refletidas pelo refletor parabólico
(abertura), de forma a prevenir a deterioração do padrão de irradiação e descasamento de
impedância.
Durante a transmissão, o sinal de RF é enviado para a corneta de alimentação através
da junta rotativa dentro do Rotating-Antenna Pedestal. A corneta de alimentação é
moderadamente diretiva e consiste de uma seção curta de guia de onda que se projeta em
ambas às direções de modo a formar uma corneta piramidal. Ela é usada para transmitir a
potência de microondas para o espaço livre em um feixe padrão e para receber os sinais de
40
O Rotating-Antenna Pedestal, modelo 9603, cujo painel frontal pode ser observado na
Figura 3.14, provê a base de montagem para a Radar Antenna e abriga o motor de
posicionamento eletromecânico da antena. Ele também provê os circuitos de RF necessários
para conectar a Radar Antenna ao Radar Transmitter e Receiver. Estes circuitos incluem um
circulador para transmissão e recepção simultâneas e uma junta rotativa que provê o
acoplamento RF para a base de montagem da antena[12].
41
Figura 3.12 Padrão de radiação da Radar Antenna em 9.0 GHz – Plano H (Azimute)[11].
Figura 3.13 Padrão de radiação da Radar Antenna em 9.0 GHz – Plano E (Elevação)[11].
O Radar Synchronizer / Antenna Controller, modelo 9602, cujo painel frontal pode ser
visto na Figura 3.15, é usado na geração da freqüência de repetição de pulso (FRP) e na
sincronização dos vários elementos do Radar Training System. Ele também controla os
parâmetros de operação da Radar Antenna montada no Rotating-Antenna Pedestal[13].
43
O Radar Synchronizer inclui um gerador de FRP equipado com botões para seleção da
FRP e entre os modos single ou staggered FRP. Dois jogos de saídas são necessários para a
sincronização, um para a FRP selecionada e outro para a FRP selecionada vezes 1024.
O Antenna Controller provê três modos de controle da antena radar. O modo manual
permite que a velocidade e direção de rotação da antena seja variada manualmente. No modo
de travamento pela FRP, a antena gira no sentido horário numa velocidade proporcional a
FRP selecionada no Radar Synchronizer. Finalmente, o modo varredura/rastreio permite tanto
a varredura quanto o rastreio com a antena. Injetando um sinal de comando adequado na
entrada de rastreio permite-se que a antena rastreie o alvo. Se nenhum sinal estiver presente
na entrada de rastreio, a antena varre para frente e para trás sobre um ângulo de 120º centrado
no azimute 0º. É fornecido um indicador de três dígitos que pode ser chaveado para mostrar
ou a posição ou a velocidade de rotação da antena.
O Antenna Controller usa sinais de realimentação produzidos no Rotating-Antenna
Pedestal e um sinal interno para gerar um sinal de erro. Este sinal é amplificado para tornar-se
um sinal de controle que é enviado para o Power Supply / Antenna Motor Driver que
internamente o transforma em um sinal PWM adequado para excitar um motor DC que
44
impulsiona a antena do radar. Ele também gera a informação de azimute necessária ao Clutter
Generator e ao PPI Scan Converter.
O Radar Synchronizer / Antenna Controller é basicamente um relógio mestre
excitando um divisor de freqüência selecionável que internamente excita três divisores de
freqüência. Estes circuitos produzem os sinais de sincronismo, FRP e um sinal de controle da
velocidade de rotação da antena do radar quando o modo de travamento da antena pela FRP é
selecionado no Antenna Controller.
Como apresentado na Figura 3.9, o Antenna Controller é parte do servomecanismo de
controle da velocidade de rotação do motor DC no Rotating-Antenna Pedestal. Ele gera uma
tensão de controle usada pelo Antenna Motor Driver para produzir o sinal PWM que é
aplicado ao motor. A velocidade de rotação da antena é diretamente proporcional ao nível da
tensão de controle. Um circuito de realimentação, contendo tanto a malha de realimentação de
posição quanto de velocidade, permite que a velocidade de rotação seja mantida constante
pelo Antenna Controller.
A malha de realimentação de velocidade provê um sinal para o Antenna Controller que
indica a velocidade atual de rotação do motor. Este sinal é comparado com um sinal de
comando de velocidade no Antenna Controller. Quando a velocidade atual do motor é maior
ou menor que o valor do comando de velocidade, isto resulta em um erro de velocidade. Um
controlador de velocidade varia o nível da tensão de controle com o objetivo de acelerar ou
desacelerar o motor até que o erro de velocidade seja virtualmente nulo. A malha de
realimentação de velocidade tem uma velocidade de resposta muito alta de forma a compensar
rapidamente qualquer erro de velocidade.
Uma segunda malha, a malha de realimentação de posição, provê um sinal para o
Antenna Controller que indica a posição angular atual do eixo transmissão da antenna. Este
sinal é comparado com um sinal de comando de posição angular produzido internamente pelo
Antenna Controller. Quando a posição angular atual do eixo de transmissão não corresponde
com o valor do comando de posição angular, isto resulta em um erro de posição angular. Um
controlador de posição varia o nível do sinal de comando de velocidade de forma a acelerar
ou desacelerar o motor até que o erro de posição angular seja virtualmente nulo. A malha de
realimentação de posição tem um velocidade de resposta baixa e permite que a velocidade
média de rotação se mantenha constante para compensar qualquer erro de posição angular.
45
O Radar Transmitter, modelo 9620, cujo painel frontal pode ser visto na Figura 3.16, é
responsável pela geração dos sinais de RF . Ele permite que se obtenha sinais tipo CW (onda
contínua), FM-CW (modulados em freqüência) e modulados por pulsos. Para obter estes
sinais o equipamento dispõe de um Oscilador de RF, um Gerador de Pulso e um Modulador.
Uma chave de alimentação de RF permite que o sinal de alimentação de RF na saída do Radar
Transmitter seja ligado ou desligado[14].
O sinal fornecido na saída de RF do oscilador possui uma faixa de operação que vai de
8.0 a 10 GHz, com uma potência entre 8 e 12 dBm. Já o sinal fornecido na saída de RF CW /
FM-CW apresenta a mesma faixa de operação, mas com a potência variando entre -1.5 a 2.5
dBm. O Modulador de Freqüência fornece um sinal com freqüência da portadora de 9.4 GHz ,
com uma faixa de modulação em freqüência de 0.1 a 2.5 kHz e faixa de desvio de freqüência
de 0 a 600 MHz, enquanto o Gerador de Pulsos fornece um nível de saída de +300 mV. O
modulador, que é do tipo duplamente balanceado, admite uma potência total de entrada
máxima (ambas as entradas) de 17 dBm. A entrada de RF CW possui uma faixa de freqüência
de 6 a 12.5 GHz e a entrada de pulso tem uma faixa de 0 a 2.5 GHz. A saída de RF pulsada
fornece um sinal cuja faixa vai de 6 a 12.5 GHz com uma potência de pico variando de -1.5 a
2.5 dBm (típico).
O diagrama de blocos da Figura 3.17 mostra que o Radar Transmitter usa um oscilador
controlado por tensão para produzir um sinal de RF senoidal de baixa potência ou portadora
de RF. Uma porção desta portadora é enviada para o Radar Receiver para permitir a detecção
coerente. A portadora de RF não é modulada no radar CW, já no radar FM-CW, ela é
modulada em freqüência. No radar pulsado, a amplitude da portadora é modulada por um
modulador excitado por um sinal pulsado para produzir uma rajada de sinais de RF de baixa
potência. A freqüência da portadora é determinada pelos controles de freqüência do oscilador
de RF.
O oscilador controlado por tensão (VCO) gera uma portadora de RF cuja freqüência é
controlada por uma tensão que chega da saída do corretor de linearidade. O corretor de
linearidade compensa a não linearidade do VCO. A freqüência do VCO, deste modo, varia
linearmente com a voltagem na entrada do corretor de linearidade.
O seletor de freqüência consiste de três interruptores: VAR., CAL. e MOD. Quando
selecionado em VAR., uma tensão DC vinda da fonte DC variável é aplicada na entrada do
corretor de linearidade. O controle de freqüência variável permite que esta tensão seja variada
para ajustar a freqüência do VCO entre 8 e 10 GHz.
Quando o seletor de freqüência está selecionado em CAL., uma tensão fixa vindo da
fonte DC calibrada é aplicada na entrada do corretor de linearidade, de forma que a freqüência
do VCO é fixada para um valor calibrado de 9.4 GHz.
Quando o seletor de freqüência está selecionado em MOD., um sinal triangular vindo
do gerador de onda triangular é aplicado na entrada do corretor de linearidade, de forma que o
VCO gera uma portadora de RF modulada em freqüência. Os controles de Freqüência e
Desvio de Freqüência variam a freqüência e amplitude, respectivamente, do sinal triangular.
47
O Radar Receiver, modelo 9621, cujo painel frontal pode ser visto na Figura 3.18, é
projetado para o estudo da demodulação do sinal eco de RF recebido nas configurações de
Radar CW, FM-CW e Pulsado. O Radar Receiver é dito como sendo do tipo Homodino
porque faz a conversão do sinal eco de RF recebido diretamente para a banda-base sem o uso
de estágio de FI. Um sinal de referência, injetado na entrada do oscilador local, é necessário
para a demodulação[15].
O Dual-Channel Sampler, modelo 9605, cujo painel frontal pode ser observado na
Figura 3.20, é usado no radar pulsado para expansão no tempo dos sinais banda-base em
quadratura de fase ou sinais eco dos canais I e Q, vindos das saídas do Radar Receiver,
modelo 9621.
O Clutter Generator, modelo 9606, cujo painel frontal pode ser visto na Figura 3.22,
produz dois sinais que simulam as formas mais comuns de distúrbios encontrados nos
sistemas de radar, tais como ruído, interferência e clutter.
Os sinais produzidos pelo Clutter Generator podem ser combinados com os sinais
banda-base em quadratura de fase, ou sinais de eco dos canais I e Q, vindos do Radar
Receiver. Isto permite observar os efeitos causados por estes distúrbios no indicador PPI, e
facilita o estudo de processamento de sinais em sistemas de radar[17].
Ele pode simular clutter marítimo, clutter meteorológico e ecos de segunda
recorrência, bem como ruído e interferência. Todas estas formas de distúrbios podem ser
ativadas ou desativadas usando os botões do painel frontal do módulo.
56
Figura 3.24 Clutter Meteorológico ou Eco de Segunda Recorrência simulado no indicador tipo A-scope[18].
O PPI Scan Converter, modelo 9623, cujo painel frontal pode ser observado na Figura
3.26, provê uma saída PPI de varredura vetorial para conexão com um osciloscópio de longa
persistência ou um indicador de radar PPI apropriado. Ele também converte de varredura
vetorial para uma varredura tipo raster usando uma memória, permitindo que uma
visualização contínua possa ser obtida em um osciloscópio padrão. Marcadores típicos de
visualização radar tais como anéis de distância, marcador de distância variável (VRM), e linha
eletrônica de apontamento (EBL); podem ser gerados no modo de varredura tipo rastear. Os
sinais de FRP e sincronismo são necessários para temporização e sincronismo na operação da
maioria dos circuitos no PPI Scan Converter[18].
EBL são movidos para coincidir com o “blip” do alvo, à distância e direção do alvo são
indicados nestes mostradores. Os anéis de distância consistem de três círculos concêntricos
igualmente espaçados. Estes permitem uma aproximação rápida da distância dos alvos. Todos
os marcadores acima podem ser chaveados em ligado (I) ou desligado (O) usando os botões
correspondentes. A distância máxima do VRM e o espaçamento dos anéis de distância podem
ser selecionados através do uso de um jogo comum de botões.
O PPI Scan Converter é projetado para ser empilhado, com outros módulos do Radar
Training System, no Power Supply / Antenna Motor Driver. Conectores “multi-pin” auto-
alinhados localizados no topo e no fundo de cada módulo distribuem energia para cada um
dos módulos. Todas as entradas e saídas estão protegidas contra mau contato dentro do Radar
Training System.
O Lab-Volt PPI Scan Converter é um conversor digital típico. O diagrama de blocos
simplificado apresentado na Figura 3.27 ilustra sua operação. Como apresentado na figura, a
informação de vídeo é escrita na memória usando um formato de varredura radial. Esta
informação é então lida para produzir um indicador PPI de varredura rastear com uma alta
taxa de refresh. As seções de aquisição/escrita e leitura/visualização asseguram o correto
sequenciamento dos ciclos de escrita e leitura da memória.
A seção de aquisição/escrita contém circuitos que convertem o sinal de vídeo em um
sinal digital (informação de vídeo) e a escreve na memória. O comparador de limiar converte
o sinal de vídeo em informação de vídeo que é enviada para a entrada de dados da memória.
Durante os ciclos de escrita, 1’s e 0’s lógicos são escritos na memória à medida que o gerador
de varredura radial varre as células de memória radialmente. O gerador de varredura radial
também provê sinais que permitem que a tela de um TRC de longa persistência ou um
indicador radar PPI adequado seja varrido vetorialmente por um feixe eletrônico.
A seção de leitura/visualização contém circuitos que lêem os dados da memória e
geram o indicador PPI e os marcadores. Durante os ciclos de escrita, o gerador de varredura
rastear varre as células de memória no formato de varredura tipo rastear.
O indicador PPI e o gerador de marcas produzem os sinais usados para controlar a
varredura e intensidade do feixe eletrônico do TCR do osciloscópio, de forma a produzir o
indicador PPI de varredura rastear e seus marcadores.
61
O Analog MTI Processor, modelo 9622, cujo painel frontal pode ser observado na
Figura 3.28, é projetado para o estudo das técnicas de processamento de sinais usados em
radares pulsados. O objetivo do processamento de sinais em radares pulsados é processar o
sinal eco recebido de modo a realçar os alvos desejados. Por exemplo, o Indicador de Alvos
Móveis (MTI), que é um tipo de processamento de sinais, realça a detecção de alvos móveis e
suprime a de alvos estacionários indesejados e clutter[19].
O Analog MTI Processor combina os sinais de eco dos canais I e Q para produzir um
único sinal de eco, ou sinal de vídeo, que pode ser usado para obter um indicador PPI. O sinal
de vídeo é um sinal pulsado unipolar, ao contrário dos sinais de eco dos canais I e Q que são
sinais pulsados bipolares. O processador também minimiza o ruído, interferência e clutter no
sinal de vídeo para aumentar a nitidez dos alvos no indicador PPI. Os sinais de FRP e
sincronismo são necessários para a temporização e sincronismo da operação de alguns
circuitos do módulo.
Um detector de magnitude combina os sinais de eco dos canais I e Q. O
processamento MTI é realizado usando a técnica de cancelamento de pulso pela linha de
63
retardo que remove os retornos de ecos de alvos fixos. O Sensitive Time Control (STC), que
é implementado com amplificadores de ganho variável, reduz o efeito do clutter marítimo e
dos ecos próximos. O Fast Time Constant (FTC), o Constant False-Alarm Rate (CFAR), e o
Instantaneous Automatic Gain Control (IAGC) reduzem o efeito do clutter meteorológico no
indicador PPI. Um integrador de vídeo reduz o dano provocado por interferência e ruído,
sendo que quatro ou oito pulsos podem ser integrados. Um amplificador de ganho variável
permite que a amplitude do sinal de vídeo possa ser ajustada.
Todas as funções de processamento mencionadas acima podem ser ativadas ou não
através do painel frontal. Isto permite que muitas funções de processamento de sinais sejam
usadas simultaneamente em várias combinações. Dependendo das funções de processamento
usadas, o processador terá característica linear ou logarítmica.
O Digital MTD/PPI Processor, modelo 9624, cujo painel frontal pode ser observado na
Figura 3.29, é projetado para o estudo das técnicas de processamento digital de sinais usadas
nos modernos radares de vigilância. A função do processamento digital de sinais é aumentar a
detecção e rastreio de alvos móveis em clutter, interferência e ruído. Este tipo de
processamento é normalmente denominado de Moving Target Detection (MTD). O módulo
também permite que a geração de um indicador PPI colorido seja estudada[20] .
Em resumo, o Digital MTD/PPI Processor primeiro amplifica (STC) e digitaliza os
sinais eco dos canais I e Q vindos do receptor radar. Os sinais eco digitalizados dos canais I e
Q são temporariamente guardados em um buffer de dados onde a tensão de compensação que
pode afetar estes sinais é virtualmente eliminada usando o processo subtrativo. É, então,
executado o processamento MTD ou a detecção de magnitude destes sinais dependendo do
modo operacional selecionado através do teclado conectado ao módulo.
64
azimute e a amplitude dos ecos do alvo é associado a cada alarme. O segundo estágio do
processamento, relacionado com a correlação e a interpolação, agrupa todos os relatos
primários de alvo que estão associados com o mesmo alvo (correlação). Ele então analisa cada
conjunto de relatos primários de alvo para determinar com precisão à distância e azimute de
cada alvo (interpolação). O processo de correlação e interpolação tenta produzir um único
reporte de alvo por varredura da antena para cada alvo móvel. O terceiro e último estágio do
processamento, relaciona-se com a vigilância. O processador usa o histórico do alvo em
varreduras sucessivas para rastrear os alvos móveis enquanto elimina os reportes de alvo não
interessantes, definindo os que podem permanecer e os que estão relacionados com alvos
fixos.
Os dados que resultam do processamento MTD são guardados em uma memória de
vídeo que é então lida para produzir o indicador PPI. Este indicador mostra, usando símbolos
vermelhos, o conjunto de reportes primários de alvo antes ou depois do processo de vigilância
relacionado com cada alvo móvel. Todas estas opções de visualização são selecionadas
através do teclado conectado ao módulo. Muitas outras opções de visualização, como mapas
de clutter, mapas FFT, mapa das células de distância-azimute, e um vídeo mapa pré-
programado é disponível e também acessado através do teclado.
Dois monitores de dados permitem que o primeiro estágio do processamento MTD
seja monitorado em um osciloscópio de duplo canal. Estes monitores convertem alguns dos
resultados do primeiro estágio de processamento MTD em sinais analógicos que podem ser
enviados para um osciloscópio para apresentação. Os resultados da filtragem Doppler FFT e
processamento CFAR, e os alarmes gerados podem, conseqüentemente, ser observados na tela
do osciloscópio. Os resultados observados na tela do osciloscópio são selecionados usando
um jogo de botões localizado no painel frontal do módulo.
No modo de operação PPI, um detector de magnitude simplesmente combina os sinais
eco digitalizados dos canais I e Q para executar a seguinte operação matemática (I2 +Q2)1/2. O
sinal digital resultante é então convertido em um sinal analógico (sinal de vídeo bruto) que
por sua vez é amplificado e comparado com limiar de nível fixo para detecção do alvo. O
sinal de vídeo digital que resulta é armazenado na memória de vídeo, que é então lida para
produzir o indicador PPI. Este indicador representa todos os ecos recebidos pelo radar como
pontos luminosos verdes de várias formas e tamanhos. Uma entrada externa é fornecida para
permitir que um sinal de vídeo vindo de outro processador seja injetado dentro do módulo, de
tal forma que ele possa ser visualizada no monitor colorido.
66
O Digital MTD/PPI Processor provê uma saída de varredura vetorial (saídas x e y para
o PPI radar). Esta saída pode ser usada com o sinal de vídeo digital fornecido na saída do
comparador para obter um indicador PPI de varredura vetorial em um osciloscópio de longa
persistência ou um indicador radar PPI adequado.
Em ambos os modos de operação, um cursor e varias informações, como a FRP do
sistema, à distância de observação, a velocidade de rotação da antena, a posição do cursor,
etc., aparecem no monitor colorido junto com a indicação PPI. A posição do cursor pode ser
controlada usando o teclado ou um TrackBall conectado no módulo.
O Radar Target Tracker, modelo 9625, cujo painel frontal pode ser observado na
Figura 3.30, é o componente principal do Lab-Volt Tracking Radar Training System e que
permite a aquisição e rastreio contínuo de um alvo móvel passivo[21] .
Desde que o alvo é adquirido, o rastreio do alvo tanto em distância como em ângulo
(azimute) é realizado através de duas malhas de servo-controles. A primeira malha usa a
técnica de rastreio por divisão da range-gate ou a de rastreio pela rampa de subida para
realizar o rastreio em distância enquanto a segunda malha usa a técnica de chaveamento de
lóbulo para realizar o rastreio em ângulo.
O Radar Target Tracker pode operar em três diferentes modos: varredura, manual e
travado. O modo de operação é selecionado através de botões no controle manual. No modo
varredura, a antena gira com uma velocidade constante, permitindo assim a observação dos
alvos em um indicador PPI. No modo manual, o operador tem completo controle sobre a
posição da antena do radar e range gate permitindo que o alvo seja adquirido manualmente. A
aquisição do alvo é executada usando o controle manual para alinhar a antena do radar com o
alvo de interesse e ajustar a posição do marcador da range gate de modo que ela seja ocupada
pelo pulso do eco do alvo no indicador tipo O-scope. Neste ponto, pressionando o botão de
travamento no controle manual seleciona-se o modo travado.
67
O Radar Target Tracker provê os sinais necessários para produzir o indicador tipo O-
scope na tela de um osciloscópio usando os modos X-Y, bem como o sinal necessário para o
chaveamento do lóbulo principal da antena do radar rastreador (antena parabólica duplamente
alimentada). Ele também contém um polarizador de RF em “T” e um bloco DC de RF que são
usados para interface da antena parabólica de alimentação dupla com o Radar Transmitter e o
Radar Receiver.
O Radar Target Tracker provê várias medidas de proteção eletrônica (MPE) que são
muito úteis para superar as contramedidas eletrônicas (CME) em ambientes de Guerra
Eletrônica (GE). As seguintes características de MPE são disponíveis: rastreio em distância
pela rampa de subida, taxa de chaveamento de lóbulo selecionável , limitador da taxa de
rastreio em distância, e controle manual de ambos os ciclos de rastreio, em distância e ângulo,
quando o sistema está travado sobre um alvo.
O Radar Target Tracker consiste de uma malha de rastreio em distância, uma malha de
rastreio em ângulo (azimute) e um circuito de seleção do modo de operação (varredura,
manual ou travado). A Figura 3.32 mostra o diagrama funcional em blocos do Radar Target
Tracker.
Duas linhas pontilhadas horizontais separam o diagrama de blocos em três porções. A
porção superior é a malha de rastreio em distância, a porção média é a malha de rastreio em
ângulo e a porção inferior é o circuito de seleção do modo de operação. A malha de rastreio
em distância usa a técnica de rastreio por divisão da range-gate ou a técnica de rastreio pela
69
O circuito de CAG é usado para reduzir a variação do nível do sinal de vídeo radar
com a distância. O circuito de CAG é um amplificador onde o ganho de tensão decresce
quando a amplitude do pulso de eco do alvo rastreado aumenta. A tensão de saída do circuito
de retenção esquerdo é subtraída da tensão de saída do circuito de retenção direito para obter
70
uma tensão proporcional à amplitude do pulso de eco do alvo rastreado. Esta tensão, que é de
polaridade negativa, é passada através de um filtro passa-baixa antes de ser usada como
controle de ganho do amplificador do circuito de CAG. O ganho do amplificador diminui
quando a magnitude da tensão de controle aumenta, isto é, quando a amplitude do pulso de
eco do alvo rastreado aumenta. Para esclarecimento, a conexão das saídas dos circuitos de
retenção direito e esquerdo no circuito de CAG não são mostradas no diagrama de blocos
funcionais da Figura 3.32.
O sinal de saída do amplificador de CAG (sinal de vídeo radar) é passado através dos
amplificadores A1 e A2 antes de ser enviado para as gate’s adiantada e atrasada. Note que os
sinais nas saídas dos amplificadores A1 e A2 são de polaridade oposta porque o amplificador
A1 é um amplificador não-inversor enquanto o amplificador A2 é um amplificador inversor. A
polaridade do sinal de saída do amplificador A1 é positiva enquanto que a do amplificador A2
é negativa.
A gate adiantada é uma chave eletrônica usada para amostrar uma porção do sinal de
vídeo radar. Esta porção do sinal de vídeo radar é usada para ajustar a posição da range gate
quando o radar rastreador está travado sobre o alvo. A gate adiantada fecha a cada intervalo
de FRP durante a metade inicial do intervalo da range gate. O sinal de pulso retangular
produzido pelo gerador de sincronismo da gate faz a gate adiantada fechar e abrir.
A gate atrasada é uma chave eletrônica usada para amostrar uma porção do sinal de
vídeo radar ou a tensão vinda da fonte DC de tensão variável, dependendo da técnica de
rastreio em distância (rastreio por divisão da range-gate ou rastreio pela rampa de subida)
selecionada através do seletor de rastreio pela rampa de subida. O sinal amostrado é usado
para ajustar a posição da range gate quando o radar rastreador está travado sobre o alvo. A
gate atrasada fecha uma vez a cada intervalo de FRP durante a metade restante do intervalo da
range gate. Um sinal de pulso retangular produzido pelo gerador de sincronismo da gate faz a
gate atrasada fechar e abrir.
A fonte DC de tensão variável provê uma tensão DC de polaridade negativa. Esta
tensão DC é usada para ajustar a posição da range gate quando o radar rastreador está travado
sobre um alvo e usa a técnica de rastreio pela rampa de subida. O valor da tensão DC na saída
fonte DC de tensão variável aumenta quando o controle do limiar é girado no sentido horário.
O somador 1 adiciona o sinal de saída das gate’s adiantada e atrasada para produzir o
sinal de erro em distância. A magnitude do valor médio deste sinal é uma medida da diferença
entre a distância da range gate e a distância do alvo rastreado. A polaridade do valor médio
deste sinal indica se à distância da range gate deve ser aumentada para que a ela seja igual à
71
Figura 3.33 Diagrama de Sincronismo da geração dos sinais de controle das GATE ADIANTADA, GATE
ATRASADA e RANGE-GATE[21].
73
Figura 3.35 Diagrama de Sincronismo mostrando como os sinais de controle do chaveamento de lóbulos
são produzidos quando o LOBE CONTROL RATE é fixado para PRF/2[21].
O sinal usado para chavear a posição do lóbulo principal da antena (sinal de saída do
controle do chaveamento de lóbulo) é obtido passando o sinal da FRP através de um
conversor de nível que obtém um sinal de onda quadrada bipolar. Este sinal é enviado para
um divisor de freqüência que divide a freqüência por dois ou quatro dependendo da posição
do seletor da taxa de controle de lóbulo. O sinal resultante é um sinal de onda quadrada
bipolar cuja freqüência é igual a FRP/2 ou FRP/4. A posição (direita ou esquerda) do lóbulo
principal da antena é mudada toda vez que a polaridade do sinal de onda quadrada muda. O
77
lóbulo principal da antena está no lado esquerdo do eixo da antena quando a polaridade é
positiva e vice-versa.
O sinal de controle da gate do lóbulo direito é obtido pela passagem do sinal da FRP
atrasado através de um conversor de nível para obter um sinal retangular bipolar. Este sinal é
então enviado para um divisor de freqüência que divide a freqüência por dois ou por quatro
dependendo da posição do seletor da taxa de controle de lóbulo. Isto produz um sinal de onda
quadrada sincronizado com a borda de subida do sinal da FRP atrasado cuja freqüência é igual
a FRP/2 ou FRP/4. a gate do lóbulo direito fecha sempre que a polaridade deste sinal é
positiva. O sinal de controle da gate do lóbulo esquerdo é obtido pela inversão do sinal de
controle da gate do lóbulo direito.
Note que os sinais de controle do portão do lóbulo direito e esquerdo são
sincronizados com a borda de subida do sinal da FRP atrasado porque o sinal de vídeo radar
está atrasado com respeito ao sinal do eco de RF na entrada do Radar Receiver. Isto é devido
ao atraso de processamento introduzido pelo Analog MTI Processor.
A gate do lóbulo direito é uma chave eletrônica que se fecha durante cada intervalo da
FRP quando o lóbulo principal da antena está no lado direito do eixo da antena. Isto permite
manter os pulsos de eco do alvo rastreado recebidos quando o lóbulo principal está no lado
direito do eixo da antena enquanto rejeita aqueles recebidos quando o lóbulo principal está no
lado esquerdo do eixo da antena.
Um sinal de onda quadrada vindo do circuito de controle do chaveamento de lóbulo
faz a gate do lóbulo direito fechar e abrir nos instantes apropriados. O sinal de saída da gate
do lóbulo direito (pulsos do eco do alvo rastreado vindos do lóbulo direito) são enviados para
o circuito de retenção direito.
A gate do lóbulo esquerdo é uma chave eletrônica que fecha durante cada intervalo da
FRP quando o lóbulo principal da antena está no lado esquerdo do eixo da antena. Isto
permite manter os pulsos de eco do alvo rastreado quando o lóbulo principal está no lado
esquerdo do eixo da antena enquanto rejeita aqueles recebidos quando o lóbulo principal está
no lado direito do eixo da antena. Um sinal de onda quadrada vindo do circuito de controle do
chaveamento de lóbulo faz a gate do lóbulo esquerdo fechar e abrir nos momentos
apropriados. O sinal de saída da gate do lóbulo esquerdo (pulsos de eco do alvo rastreado
vindos do lóbulo esquerdo) é enviado para o circuito de retenção esquerdo.
O circuito de retenção direito é um capacitor que se carrega (ou descarrega) para uma
tensão igual à amplitude do último pulso do sinal de saída da gate do lóbulo direito (pulso de
eco do alvo rastreado vindo do lóbulo direito). A tensão através capacitor permanece
78
virtualmente constante até um outro pulso do alvo rastreado ser recebido quando o lóbulo
principal da antena esteja no lado direito do eixo da antena. Note que a polaridade através do
capacitor é sempre negativa porque a polaridade dos pulsos de eco do sinal de saída da gate
do lóbulo direito é negativa.
O circuito de retenção esquerdo é um capacitor que se carrega (ou descarrega) para
uma tensão igual à amplitude do último pulso do sinal de saída da gate do lóbulo esquerdo
(pulso de eco do alvo rastreado vindo do lóbulo esquerdo). A tensão através capacitor
permanece virtualmente constante até um outro pulso do alvo rastreado ser recebido quando o
lóbulo principal da antena esteja no lado esquerdo do eixo da antena. Note que a polaridade
através do capacitor é sempre positiva porque a polaridade dos pulsos de eco do sinal de saída
da gate do lóbulo esquerdo é positiva.
O somador 3 adiciona os sinais de saída dos circuitos de retenção direito e esquerdo
para produzir o sinal de erro em ângulo (azimute). A magnitude deste sinal é uma medida da
diferença entre a posição angular da antena e o azimute do alvo rastreado. A polaridade deste
sinal indica se a antena deve ser girada no sentido horário ou anti-horário para que o eixo da
antena seja realinhado com o alvo rastreado. A polaridade do sinal de erro em ângulo
(azimute) é positiva quando o alvo rastreado encontra-se do lado esquerdo do eixo da antena e
vice-versa.
O sinal de erro em ângulo (azimute) vindo do somador 3 é passado através do
amplificador inversor A3 antes de ser enviado para o seletor de controle de azimute. Isto
aumenta o nível do sinal de erro em ângulo (azimute) e inverte sua polaridade. A polaridade
do sinal de erro em ângulo (azimute) na saída do amplificador A3 é negativa quando o alvo
rastreado está no lado esquerdo do eixo da antena e vice-versa.
O seletor de controle de azimute consiste de duas chaves eletrônicas que formam uma
chave de dois pólos - duas posições. Esta chave de dois pólos - duas posições é usada para
selecionar o sinal que é enviado para a saída do seletor de controle de azimute. Este sinal é
usado para controlar a posição da antena quando o radar rastreador não esta operando no
modo varredura.
Quando o modo de operação manual é selecionado ou o seletor de desativação do
travamento em azimute é colocado na posição “I”, a tensão de controle de azimute vinda do
controle manual é direcionada para a saída do seletor de controle de azimute. Por outro lado,
quando o modo de operação travado é selecionado e o seletor de desativação do travamento
em azimute é colocado na posição “O” (radar travado sobre o alvo), o sinal de erro em ângulo
79
O Radar Active Target Training provê instrução dos princípios da Guerra Eletrônica
aplicados aos radares de busca e rastreio. Os princípios fundamentais da GE são trabalhados
pelo exame das vulnerabilidades presentes na maioria dos radares modernos. O Lab-Volt
Radar Active Target (RAT) e seus acessórios, que são algumas vezes chamados como
Electronic Warfare Trainer (EWT), não cobre os métodos e teorias relativos às medidas de
apoio a guerra eletrônica (MAGE). O foco está nas contra medidas eletrônicas (CME) e nas
medidas de proteção eletrônica (MPE) usadas em radares de busca e rastreio[22].
Figura 3.37 Um Jamming Pod numa aeronave e o Lab-Volt Radar Jamming Pod[22].
ajustada para valores na faixa de 8.0 a 12 GHz. O nível do sinal de interferência, freqüência
da portadora e largura de banda podem ser ajustados usando um controle remoto. O sinal
também pode ser modulado em amplitude. Estas características permitem ao Radar Jamming
Pod transmitir vários tipos de sinais de interferência e de despistamento.
Duas antenas tipo corneta são montadas na face frontal do Radar Jamming Pod. Uma é
usada para transmissão e outra para recepção. A Figura 3.38 mostra que as antenas do Radar
Jamming Pod diferem em distância quando observados pela antena do radar rastreador
(adversário).
quando o circuito repetidor está sendo usado. O acréscimo de altura assegura que a corneta
receptora do Radar Jamming Pod está na mesma altura que o feixe da antena radar.
Desta forma, é possível controlar mais de um Radar Jamming Pod usando um único
controle remoto. Para tanto, cada Radar Jamming Pod deve receber, após ter sido ligado, um
comando do controle remoto assinalando seu novo número de identificação.
Com um botão localizado no seu painel traseiro, o Radar Jamming Pod pode ser ligado
e desligado. Como apresentado na Figura 3.42, informações de estado, entradas para controle
externo e saídas de RF estão disponíveis no painel traseiro do Radar Jamming Pod.
Figura 3.44 Acessórios do Radar Jamming Pod para estudo da tecnologia stealth[22].
90
Os elementos do chaff do VDCC são feitos de folhas de mylar aluminizadas. Elas têm
que ser cortadas em tiras finas e devem ser penduradas no suporte do VDCC(Figura 3.46).
A densidade da nuvem pode ser modificada como desejado pela adição ou remoção
das tiras de mylar aluminizadas. O princípio de operação do VDCC difere do chaff real. O seu
eco radar é produzido por muitas reflexões especulares e não criado porque as fitas de mylar
sejam excitadas por ressonância do sinal de radar incidente.
O sistema é projetado para operar com pequenos valores de potência, tanto em 1 GHz
quanto em 10 GHz (especificamente em 915 MHz e 10.5 GHz), permitindo a medida das
características das antenas nestas bandas. A interface de aquisição de dados controla o
posicionador da antena e adquire o sinal recebido da antena.
O pacote de programas provê uma caixa de ferramentas para controle da rotação da
antena e aquisição de dados, bem como para a visualização das características da antena
medidas nos planos E e H. O pacote também inclui algoritmos para estimação da largura do
feixe e ganho da antena vindos de medidas ou dados externos.
Antenas disponíveis para 1 GHz:
• Dipolo (λ/2, λ, 3λ/2).
• Dipolo dobrado.
• Monopolo λ/4.
• Loops.
• Yagi.
92
Especificações
Sensibilidade 0,0002 m2 em 10 m.
Alcance Até 14 m
Faixa Dinâmica 54 dB
Por ser baseado em operação pulsada, o fabricante alega que o CLRCS não necessita
operar em uma câmara anecóica ou em ambiente aberto.
Figura 3.48 Padrão RCS polar de um alvo (míssil em escala reduzida) [24].
94
Figura 3.49 Imagens ISAR de alta resolução (modelo de um Boeing 747 em escala de 1:100)[24].
A Lab-Volt Systems disponibiliza alguns modelos de antenas tipo Phased Array que
permitem abordar alguns princípios avançados sobre antenas usados em imageamento radar,
radares tridimensionais, etc.
Os dois exemplos para os quais foi possível obter informações técnicas são:
• Multi-Beam Phased Array Antenna, modelo 9556; e
• Radar Phased Array Antenna, modelo 8095-60.
A Multi-Beam Phased Array Antenna (PAA), que pode ser vista na Figura 3.50, é
projetada para prover aos estudantes um exercício prático da teoria das antenas phased array.
Princípios avançados usados no campo de imageamento radar e sistemas de comunicação por
satélite são disponibilizados para os alunos por este pacote[25].
95
Especificações
Polarização Horizontal
Faixa de Varredura ± 35 º
Número de Feixes 8
O feixe da antena pode ser dirigido para várias direções discretas pelo chaveamento do
conector de entrada de RF entre as portas de alimentação da PAA. Completamente passiva,
não necessitando de fonte de alimentação, a unidade PAA é projetada para ser montada no
Lab-Volt Antenna Positioner, modelo 9606.
Especificações
Faixa de Varredura ± 35 º
Passos / Feixes 16
Ganho 20 a 22 dBi
A varredura pode ser selecionada entre uma simples seqüência linear de varredura,
uma seqüência pseudo-aleatória ou uma seqüência única de feixe uniforme.
O indicador permite identificar que feixe da antena está selecionado, o ângulo de
direcionamento do feixe e a velocidade de varredura (varreduras por minuto). A unidade de
varreduras por minuto permite uma fácil comparação com a unidade de rotações por minuto
usada em refletores parabólicos de rotação mecânica.
98
O objetivo deste exercício é fazer com que o aluno compreenda o relacionamento entre
a distância do alvo e o atraso entre a transmissão do pulso e a recepção do eco, bem como
familiarizar com o conceito de resolução em distância e como realizar sua medida com o
indicador A-scope. Ao final do exercício espera-se que o aluno seja capaz de:
1. Atuar sobre os controles de RANGE SPAN e ORIGIN de forma a calibrar o indicador A-
scope
2. Realizar medida de distância do alvo usando o indicador A-scope;
3. Compreender a relação entre a amplitude e fase do eco do alvo e o seu distância.
4. Determinar a resolução em distância do radar usando o indicador A-scope; e
5. Compreender o efeito da largura de pulso na resolução em distância.
A teoria e equipamentos necessários são os do exercício 1-2 da referência 6, e os
procedimentos são os de número 1 a 22 do mesmo exercício.
101
O objetivo deste exercício é familiarizar o aluno com a geração e uso do indicador PPI
e com os vários marcadores disponíveis no indicador, bem como habilitar o aluno a realizar
medidas de resolução em distância e ângulo do sistema radar usando o indicador PPI. Ao final
do exercício espera-se que o aluno seja capaz de:
1. Identificar a disposição adequada dos módulos (empilhamento) para a montagem do radar
pulsado com indicador PPI;
2. Realizar as conexões entre os elementos de forma a obter um radar pulsado com indicador
PPI;
3. Realizar o ajuste das tensões de compensação das saídas amostradas do Dual Channel
Sampler através dos controles de compensação DC dos canais I e Q;
4. Realizar o ajuste do controle de ganho do Analog MTI Processor;
5. Compreender o efeito da variação da origem da janela de amostragem sobre a visualização
PPI;
6. Compreender a função e a operação do VRM;
7. Realizar a calibração do indicador PPI usando o VRM do PPI Scan Converter e o controle
da origem da janela de amostragem do Dual-Channel Sampler;
8. Compreender a função e a operação dos anéis de distância;
9. Compreender a função e a operação do EBL;
10. Realizar a determinação das coordenadas polares de alvos usando o indicador PPI.
11. Realizar a determinação da resolução angular do radar pulsado atuando sobre o controle
de ganho do Analog MTI Processor, de posição do Target Controller e EBL do PPI Scan
Converter;
12. Compreender os fatores que influenciam na diferença entre o valor da resolução angular
medida através do indicador PPI e a largura de feixe de 3 dB da antena radar;
13. Realizar a determinação da resolução em distância do radar pulsado atuando sobre o
controle de ganho do Analog MTI Processor, de posição do Target Controller e VRM do
PPI Scan Converter; e
14. Compreender os fatores que influenciam na diferença entre o valor medido da resolução
em distância e o valor calculado usando a largura de pulso.
A teoria e equipamentos necessários são os do exercício 2-3 da referência 6, e os
procedimentos são os de número 1 a 22 do mesmo exercício.
102
O objetivo deste exercício é familiarizar o aluno com as técnicas usadas no radar FM-
CW. Ao final do exercício espera-se que o aluno seja capaz de:
1. Identificar a disposição adequada dos módulos (empilhamento) para a montagem do radar
FM-CW;
2. Realizar as conexões entre os elementos de forma a obter um radar FM-CW;
3. Realizar a montagem da antena tipo corneta e sua fixação no mastro fixo para a obtenção
da configuração bi-estática;
4. Compreender o relacionamento entre o sinal presente na saída CONTROL VOLTAGE
MONITOR OUTPUT e a freqüência do OSCILADOR DE RF do Radar Transmitter;
5. Compreender o efeito dos controles FREQUENCY e DEVIATION do Radar Transmitter
no sinal na saída CONTROL VOLTAGE MONITOR OUTPUT;
6. Analisar qualitativamente o sinal na saída FM-CW OUTPUT do Radar Receiver;
103
O objetivo deste exercício é familiarizar o aluno com o Digital Radar Training System,
bem como habilitá-lo a montar e calibrar o sistema e usar todas as funções comuns dos modos
de operação PPI e MTD. Ao final do exercício espera-se que o aluno seja capaz de:
1. Identificar os principais elementos do Digital Radar Training System, bem como o
posicionamento dos mesmos para a realização do experimento;
2. Identificar a disposição adequada dos módulos (empilhamento) para a montagem do
sistema de radar digital;
3. Realizar as conexões entre os elementos de forma a obter um radar pulsado com
processamento digital de sinais;
4. Realizar os ajustes básicos no Digital MTD/PPI Processor ;
5. Realizar o ajuste do controle de ganho do Digital MTD/PPI Processor para que a
visualização de alvos contenha o mínimo de ruído;
6. Fazer uso do menu de ajuda do sistema de radar digital;
7. Controlar e obter informações de posição através dos periféricos de entrada e saída do
sistema de radar digital;
8. Realizar o ajuste das faixas de alcance no Dual-Channel Sampler e Digital MTD/PPI
Processor;
9. Realizar o acompanhamento da trajetória de um alvo móvel usando a função HISTORY;
10. Realizar a limpeza da tela através da função CLEAR;
11. Obter um mapa de fundo para a tela radar através da função GEOGRAPHY;
104
12. Obter a noção de distância dos alvos através da função RANGE RING;
13. Realizar a mudança do modo de operação PPI para o modo de operação MTD, e vice-
versa, através da função MODE;
14. Compreender o objetivo do MAGNITUDE DETECTOR do Digital MTD/PPI Processor;
e
15. Compreender o objetivo da função BASELINE ADJUSTMENT UPDATE do Digital
MTD/PPI Processor.
A teoria e equipamentos necessários são os do exercício 1-1 da referência 27, e os
procedimentos são os de número 1 a 18 e 20 do mesmo exercício.
5. Compreender o processo usado para ajustar a distância da range ate a partir do sinal de
erro em distância;
6. Compreender a relação entre a distância do alvo e as amplitudes dos sinais das gates
adiantada e atrasada;
7. Compreender a relação entre a amplitude dos sinais das gates adiantada e atrasada e o
ajuste do controle de limiar do Radar Target Tracker;
8. Compreender a influência do ajuste do controle de limiar do Radar Target Tracker e o
valor médio do sinal de erro;
9. Operar o radar de rastreio de forma a obter um rastreio automático em distância;
10. Compreender as diferenças existentes entre as características de rastreio das técnicas de
rastreio por divisão da range-gate e de rastreio em distância pela rampa de subida;
11. Compreender a influência da velocidade do alvo na capacidade do radar de rastreio manter
o travamento no alvo; e
12. Compreender o efeito da limitação da taxa de rastreio em distância na capacidade de
manter o travamento no alvo.
A teoria e equipamentos necessários são os do exercício 2 da referência 28, e os
procedimentos são os de número 1 a 25 do mesmo exercício.
O objetivo deste exercício é familiarizar o aluno com os erros causados pelo alvo que
limitam a performance do rastreio em distância e ângulo. Ao final do exercício espera-se que
o aluno seja capaz de:
1. Compreender o efeito da mudança de orientação do alvo na distância apresentada no
indicador RANGE GATE DISTANCE do Target Tracker;
2. Compreender o efeito da mudança de orientação do alvo na posição angular do alvo
indicada pelo indicador do Antenna Controller.
3. Determinar a variação de freqüência necessária para que as medidas das coordenadas do
alvo sejam independentes de sua orientação;
4. Ajustar o Radar Transmitter para operar em modo de agilidade de freqüência; e
5. Compreender como a agilidade de freqüência pode ser usada para reduzir o erro de
rastreio.
A teoria e equipamentos necessários são os do exercício 6 da referência 28, e os
procedimentos são os de número 1 a 19 do mesmo exercício.
110
O objetivo deste exercício é demonstrar o uso do bloqueio de ponto como CME contra
a detecção radar, bem como apresentar o conceito de distância de burn-through. Ao final do
exercício espera-se que o aluno seja capaz de:
1. Compreender as limitações do bloqueio de ponto como técnica de CME;
2. Compreender o efeito do ruído térmico sobre o receptor radar;
3. Compreender o efeito provocado pelo sinal de bloqueio de ponto no receptor radar;
4. Compreender como o bloqueio de ponto pode provocar a perda de travamento no rastreio
do alvo;
5. Compreender o conceito de distância de burn-through; e
6. Compreender os fatores que determinam a distância de burn-through.
A teoria e equipamentos necessários são os do exercício 1-2 da referência 22, e os
procedimentos são os de número 1 a 27 do mesmo exercício.
O objetivo deste exercício é demonstrar que o bloqueio pode ser injetado no receptor
radar através dos lóbulos laterais da antena radar, esboçar os efeitos de um bloqueio efetivo
pelos lóbulos laterais e apresentar as técnicas de discriminação espacial em antenas. Ao final
do exercício espera-se que o aluno seja capaz de:
1. Compreender a diferença entre o bloqueio pelo lóbulo principal e pelo lóbulo lateral sob o
ponto de vista do operador radar;
2. Compreender a diferença de recursos necessários para que um bloqueio seja caracterizado
como sendo no lóbulo principal ou no lóbulo secundário;
113
Para atingir estes objetivos o conjunto de práticas para o módulo técnico foi dividido
nos seguintes grupos:
• Fundamentos de Microondas;
• Antenas e Propagação;
• Probabilidade e Variáveis Aleatórias;
• Princípios de Telecomunicações;
• Processamento Radar.
5. Constatar a relação de quadratura de fase entre os sinais pulsados na saída dos canais I e Q
do Radar Receiver; e
6. Compreender a necessidade do sinal de referência para a conversão do sinal de RF
recebido para banda base.
A teoria e equipamentos necessários são os do exercício 2-1 da referência 6, e os
procedimentos são os de número 1 a 13 do mesmo exercício.
DESCRIÇÃO MODELO
Osciloscópio -
Horn 9535
6. Usando o Target Controller, medir a variação entre dois máximos positivos ou dois
máximos negativos do sinal detectado (Figura 4.6). Registrar o resultado obtido.
λ = c ft (4.1)
P
P = 10 log 10 IN (4.2)
POUT
Para o cálculo da isolação aplica-se o sinal na junta rotativa e mede-se o sinal que
emerge na entrada de RF. A saída RF OUTPUT deve ser provida com uma carga casada.
Para este exercício será necessário o equipamento constante do Quadro 4.2.
.
DESCRIÇÃO MODELO
Osciloscópio -
Para este grupo foi selecionada uma prática que evidencia o relacionamento da
disciplina com o sistema radar.
O objetivo deste exercício é familiarizar o aluno com a função da antena radar e suas
características intrínsecas. Ao final do exercício espera-se que o aluno seja capaz de:
1. Plotar o padrão de radiação da antena radar;
2. Determinar a largura de feixe de 3 dB da antena radar; e
3. Determinar a resolução angular aproximada da antena radar.
A teoria e equipamentos necessários são os do exercício 1-3 da referência 6, e os
procedimentos são os de número 1 a 20 do mesmo exercício.
Para este grupo foi selecionada uma prática que evidencia a aplicação da teoria de
decisão estatística[31] nos sistemas de radar, bem como familiariza o aluno com o uso do
contador digital.
Para este grupo foi escolhida uma prática que evidencia a aplicação dos conceitos da
teoria de Fourier aos sinais de radar.
senx (4.3)
y=
x
Existe um ponto importante que deve ser esclarecido antes de seguir na análise da
visualização. Foi falado sobre uma onda quadrada e um pulso sem nenhuma relação com
portadora ou modulação. Com este conhecimento é possível aplicar uma forma de onda
pulsada para modular em amplitude uma portadora de RF. Isto produz somas e diferenças na
portadora e todas as suas componentes harmônicas contidas no pulso modulador.
A idéia de modulação em amplitude por pulso é a mesma da usada para um tom único,
com exceção que o pulso é composto por vários tons, deste modo produz múltiplas bandas
laterais com são normalmente chamadas as linhas espectrais de um indicador analisador. Na
realidade, haverá duas vezes mais bandas espectrais ou linhas espectrais que os harmônicos
contidos no pulso modulador.
A Figura 4.12 mostra o gráfico espectral resultante da modulação em amplitude de
uma portadora senoidal por um sinal retangular. As linhas individuais representam o produto
da modulação da portadora e a freqüência de repetição de pulso modulante com seus
harmônicos.
Figura 4.12 Espectro de uma portadora senoidal modulado em amplitude por um pulso retangular.
FL = Fr ± n ⋅ FRP (4.4)
Onde
Fr = freqüência da portadora;
FRP = freqüência de repetição de pulso;
n = 0, 1, 2, 3 ...
O “lóbulo principal” no centro e os “lóbulos laterais” são mostrados como grupos de
linhas espectrais estendidas acima e abaixo da linha base. Para pulsos retangulares perfeitos e
outras funções cuja derivada são descontínuas em algum ponto, o número de lóbulos laterais é
infinito[32].
O lóbulo principal contém a freqüência da portadora representada pela longa linha
espectral no centro. A amplitude das linhas espectrais que formam os lóbulos variam como
uma função da freqüência de acordo com a expressão:
τ
sin ω
2
τ (4.5)
ω
2
para um pulso retangular perfeito.
Assim, para uma dada freqüência da portadora, os pontos aonde estas linhas vão para
amplitude zero são determinados apenas pela largura de pulso modulante. Quando a largura
de pulso se torna mais curta, os mínimos do envelope se deslocam mais para longe da
freqüência da portadora, e os lóbulos se tornam mais largos. A largura em freqüência dos
lóbulos laterais está relacionada com a largura de pulso modulante pela expressão f = 1/τ.
Desde que o lóbulo principal contém a origem do espectro (a freqüência da portadora), os
lóbulos laterais inferior e superior se entendem deste ponto formando um lóbulo principal de
largura igual a 2/τ. Relembra-se, entretanto, que o número total de lóbulos laterais permanece
constante enquanto a qualidade do pulso, ou forma, permanece inalterada e apenas a taxa de
repetição é variada. A Figura 4.13 compara os gráficos do espectro para duas larguras de
pulso, cada uma com duas taxas de repetição com freqüência da portadora constante.
131
Figura 4.13 Efeito da variação da largura de pulso e da FRP no espectro do sinal pulsado.
132
Equipamento:
• Analisador de Espectro que cubra a faixa de 8,0 a 12 GHz;
• Power Supply / Antenna Motor Driver;
• Radar Transmitter.
Procedimento:
• Conectar a saída de RF CW/FM-CW no analisador de espectro e observar as
características do espectro de freqüência do oscilador de RF. Variar a freqüência do
OSCILADOR DE RF e observar o efeito no espectro de freqüências;
• Conectar a saída do GERADOR DE PULSO no analisador de espectro e observar a
característica do espectro de freqüências do sinal pulsado. Variar a PRF e a largura de
pulso do GERADOR DE PULSO e observar o efeito no espectro de freqüências;
• Conectar a saída da RF PULSADA no analisador de espectro e observar a característica
do espectro de freqüência do sinal de RF pulsado. Variar a freqüência do OSCILADOR
DE RF, a FRP e a largura de pulso do GERADOR DE PULSO, e observar o efeito no
espectro de freqüências.
• Se ao observar o espectro de freqüências do sinal de RF pulsado no analisador de
espectro, ele estiver parcialmente ou completamente perdido no ruído. Este problema pode
ser resolvido inserindo um amplificador de banda larga entre a saída da RF PULSADA e a
entrada do analisador de espectro. O amplificador deve ter um ganho entre 20 e 30 dB,
sobre uma faixa de freqüência de 7 a 11 GHz.
O objetivo deste exercício é familiarizar o aluno com o fenômeno das fases cegas e de
sua eliminação usando o processamento vetorial MTI. Ao final do exercício espera-se que o
aluno seja capaz de:
1. Compreender o comportamento do sinal de eco de um alvo móvel dentro do receptor do
radar com processamento de fase MTI;
2. Compreender o fenômeno da fase cega e seu efeito sobre a capacidade de detecção do
receptor radar;
3. Compreender o comportamento do sinal de eco de um alvo móvel dentro do receptor do
radar com processamento vetorial MTI;
4. Compreender como as fases cegas são eliminadas e o efeito na melhoria da capacidade de
detecção do receptor;
5. Compreender o efeito do circuito MTI sobre alvos fixos e móveis no indicador PPI usando
o processamento de fase ou o processamento vetorial MTI.
A teoria e equipamentos necessários são os do exercício 1-2 da referência 29, e os
procedimentos são os de número 15 a do mesmo exercício.
134
O laboratório é uma parte muito importante de um curso de GE, pois permite aos
estudantes aprenderem a usar os equipamentos de teste em microondas e desenvolverem sua
intuição sobre os conceitos físicos e matemáticos envolvidos na geração e recepção de
microondas, bem como no processamento dos sinais de radar.
O desenvolvimento de ferramentas pedagógicas tecnológicas para as instituições de
ensino militar especializado tem por objetivo a operacionalização do conceito de educação
como processo de formação da competência humana e do conceito de competência como a
condição de não apenas fazer, mas de saber fazer e sobretudo de refazer[39].
A prática e o trabalho desenvolvido pelos próprios estudantes são à base do processo
de aprendizado em áreas de alta tecnologia como a Guerra Eletrônica. O Centro Técnico
Aeroespacial e em especial o Laboratório de Pesquisa em Guerra Eletrônica e Vigilância
Eletromagnética da Amazônia do Instituto Tecnológico de Aeronáutica possuem uma notável
infra-estrutura para este tipo de aprendizado representada pelas suas bibliotecas e laboratórios.
Um aumento na qualidade e produtividade do trabalho dos estudantes passa pela
internalização do laboratório como uma atitude cotidiana, desfazendo a expectativa arcaica de
que pesquisa em laboratório é algo notável. Deve-se tornar as práticas laboratoriais mais
freqüentes, simples, modernas e prazerosas para que exista na instituição de ensino militar
especializado um ambiente positivo para se conseguir do estudante participação ativa,
presença dinâmica, interação e motivação para unificar a teoria e a prática através de um
questionamento reconstrutivo, que busque na pesquisa a renovação da teoria através da prática
e a renovação da prática através da teoria.
Nos laboratórios modernos existe todo um conjunto de aparelhos, desde os tradicionais
multímetros, geradores de formas de onda, osciloscópios, até outros mais sofisticados tais
como fontes digitais programáveis, analisadores de espectro, analisadores de quadripólos,
osciloscópios digitais, controladores de temperatura e muitos outros. Estes aparelhos,
trabalhando de uma forma isolada ou interligados em sistemas de medida, todos eles
executam funções idênticas: adquirem, analisam e apresentam dados[40].
Através das evoluções decorridas no campo da informática nas duas últimas décadas,
foi possível concretizar a união entre os aparelhos existentes (hardware) e os novos programas
desenvolvidos (software), os quais possibilitam a comunicação com os aparelhos de uma
forma interativa. Esta nova classe de aparelhos foi designada por instrumentos virtuais (VI -
141
virtual instruments). Estes VIs, para além das três funções descritas atrás, vieram introduzir
uma quarta função até aqui inexistente: a flexibilidade. Esta flexibilidade é conseguida pelo
utilizador, uma vez que este pode criar bancadas de medida de acordo com os seus objetivos,
combinando a plataforma de computação, o hardware, o software e os acessórios necessários,
de forma a completar a sua aplicação específica. Atualmente, cientistas e engenheiros em todo
o mundo, usam instrumentos virtuais como forma de medir e controlar sinais elétricos,
conseguindo desta forma uma maior eficiência no trabalho desenvolvido.
Em 1965, a Hewlett-Packard desenvolveu o Hewlett-Packard Interface Bus (HP-IB)
como uma forma de ligar a sua linha de instrumentos programáveis aos seus computadores.
Dada a sua elevada taxa de transferência na época (cerca de 1 Mbyte/s), esta interface
rapidamente ganhou uma enorme popularidade. Mais tarde, em 1975, foi aceita como sendo o
standard IEEE 488, tendo evoluído para o standard ANSI/IEEE 488.1 em 1987. Hoje em dia,
esta interface é conhecida normalmente como General Purpose Interface Bus (GPIB) e não
como HP-IB.
Também em 1987 surgiu uma nova atualização, tendo-se criado o standard
ANSI/IEEE 488.2, fazendo com que o standard inicial, como que fosse "estrangulado", uma
vez que agora eram definidas com precisão as formas como os controladores e os
instrumentos comunicavam. O consórcio Standard Commands for Programmable Instruments
(SCPI) pegou nas estruturas de comandos definidos na norma IEEE 488.2 e criou um único
set de comandos de programação compreensíveis que passariam a ser usados em qualquer
instrumento SCPI.
A aplicação da automação de medidas no Laboratório de Processamento de Sinais
Eletromagnéticos (Figura 5.1) pode ser visto como um passo inicial para o desenvolvimento
de um projeto de Laboratório de Acesso Remoto para Ensino de Guerra Eletrônica (Figura
5.2).
O analisador de Rede Agilent 8714ES realiza uma série de testes de parâmetros “S” de
dispositivos usando dois canais independentes (Figura 5.4). A faixa de atuação do
equipamento é de 300 kHz à 3 GHz. Possui interface GPIB[42].
Este analisador de espectro possui uma faixa de atuação que vai de 9 kHz à 26,5
GHz[42] (Figura 5.5a). O processo de aquisição da interface GPIB para o equipamento
existente no laboratório já foi iniciada. Existe um pacote de programas fornecido
144
O osciloscópio modelo 54622A tem uma largura de banda de 100 MHz, dois canais,
velocidade de varredura de 5 s/div até 2 ns/div, e tem uma taxa de atualização de tela de 1.5
milhões de pontos por segundo. Possui interface serial RS-232C inclusa e opção para
interface GPIB[44] (Figura 5.6).
O Gerador de Sinal, modelo E4433B, possui uma faixa de freqüência de 250 kHz à 4
GHz, largura de banda da modulação de RF superior a 35 MHz (Figura 5.8). Possibilita
geração de sinais em quadratura de fase (I e Q) em banda-base e tempo real. A Taxa de
amostragem é de 40 MHz e a resolução é de 14 bits. Possui interface GPIB e serial RS-232[46]
O RF Power Meter modelo 437B é duas vezes mais rápido que o modelo 436A. Possui
calibração automática que simplifica o uso. Possui 10 posições de memória não-voláteis,
resolução selecionável até 0,001dB de 100 kHz até 110 GHz, sensibilidade de –70 à +44 dBm
(dependendo do sensor). Utiliza a série 8480 de Power Sensors. Ajuste automático de faixa,
medida de potência absoluta ou relativa. Dispõe de interface GPIB[49].
147
O Gerador de Sinal Agilent modelo 8648A tem faixa de operação de 100kHz à 1 GHz
com 0,001 Hz de resolução. A saída varia de +10 à –136 dBm com ± 1 dB de precisão e
resolução do apresentação de 0,1 dB. Possui proteção de potência reversa de 50 watts e
modulação AM/FM e de fase. Possui interface GPIB[50].
O Gerador de Varredura HP modelo 8350 é uma fonte de uso geral para medidas de
varredura em microondas, geração de sinais CW e testes automáticos. A combinação do corpo
principal formado pelo HP 8350B com quaisquer dos RF Plug-Ins da série HP 83500
configura uma fonte que une requisitos de potência e freqüência[51].
O osciloscópio digital Agilent modelo 54645A possui uma largura de banda repetitiva
de 100 MHz. Largura de banda para feixe único de 20 MHz, dois canais de entrada e taxa de
amostragem de 200 Mas/s por canal. A sensibilidade pode variar de 1 mV a 5 V/div e base de
tempo de 2 ns a 50s/div. A resolução da base de tempo é de 40 ps e a resolução vertical é de 8
bits. Taxa de atualização de 3 milhões de pontos por segundo. Ele realiza 12 medidas
automáticas e possui interface GPIB e RS-232[64].
No que diz respeito ao diagrama de blocos, este contém o código fonte do VI sob uma
forma gráfica. É no diagrama de blocos que se procede à programação do VI de forma a
controlar e executar funções sobre os controladores e indicadores criados no painel frontal.
Este diagrama pode incluir funções e estruturas da biblioteca de VIs do LabVIEW. Pode
também conter terminais que estão associados com controladores e indicadores criados no
painel frontal. Podemos observar o seu aspecto através da Fig. 5.30.
Figura 5.30 Diagrama de blocos (1. Função ; 2. Estrutura ; 3. Terminais do painel frontal)[40].
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
pode ser sanada pela utilização dos atenuadores fixos fornecidos pelo fabricante ou pela
utilização de um atenuador variável externo ao sistema. Para a segunda deficiência não se
vislumbra nenhuma solução que não leve a modificações no hardware interno do módulo. É
importante ressaltar que o módulo Radar Jamming Pod possui projeto interno que atende aos
dois requisitos anteriormente comentados, ou seja, possui internamente atenuadores
programáveis que permitem o controle da potência do sinal gerado e disponibiliza entrada de
tensão para controle externo da freqüência do gerador, além de permitir a sua determinação
através de comandos vindos do controle remoto.
O receptor apresentou em todas as montagens realizadas um rendimento condizente
com o previsto nos manuais, entretanto, constatou-se que a sua figura de ruído de 18 dB
dificulta a realização de medidas com alvos de pequena RCS. Por se tratar de um sistema
homodino, o receptor não permite que se desenvolvam práticas trabalhando os conceitos
específicos dos receptores heterodinos. Entretanto, utilizando o analisador de espectro é
possível abordar o conceito de conversão de freqüência em banda base.
O sistema de amostragem dos canais I e Q para a viabilização do desenvolvimento do
conceito de radar em laboratório associado à discriminação de fase realizada pelo detector de
quadratura (Radar Receiver) permite avaliar através da tela do osciloscópio variações
provocadas pelo meio na fase da onda eletromagnética transmitida no seu desenvolvimento
pelo espaço livre. Isto gerou a oportunidade do desenvolvimento do experimento para
medição do comprimento de onda usando o indicador A-scope, e permite vislumbrar o
desenvolvimento de outras práticas de interferometria em microondas, tais como
interferômetro de Fabry-Perot e interferômetro de Michelson.
2Durante as várias montagens realizadas para a familiarização com o sistema e
desenvolvimento das novas práticas foi possível notar que o sistema de posicionamento da
antena radar é pouco prático no que se refere ao apontamento da antena para uma direção
específica usando o modo manual do Antenna Controller. O uso do controle de velocidade
para o posicionamento da antena torna a tarefa cansativa e estressante, pois dificilmente se
consegue fazer a antena parar na direção exata que se deseja, e o procedimento sugerido pelo
fabricante de desconectar o plug de alimentação do motor da antena e fazer o apontamento
atuando manualmente sobre a antena é bastante “desajeitado” para um sistema com o custo do
Lab-Volt Radar Training System. O rendimento dos experimentos seria muito melhor se o
sistema servo permitisse o controle da posição angular da antena nos mesmos moldes do
controle de posição linear disponibilizado para os eixos X e Y da Movable Target Table.
162
Como o Radar Jamming Pod ainda não foi recebido e o manual do estudante
disponibilizado por cortesia pela LabSis (representante da Lab-Volt no Brasil) não detalha o
hardware do controle remoto do Jamming Pod, não foi possível identificar se existe no mesmo
uma interface serial que permita a troca de informações com um computador, que permitiria
implementar o conceito de Laboratório Virtual mencionado anteriormente.
Foi constatado que toda vez que o Dual-Channel Sampler é desligado, é necessário
refazer a calibração dos indicadores de distância. Fato este que deve ser levado em
consideração na análise da coerência entre dados coletados em oportunidades diferentes
relativas ao mesmo experimento.
Como não foi possível ter acesso ao material técnico do fabricante relativo aos
sistemas de medidas de antenas, de medidas de RCS e das antenas Phased Array, não foram
planejados experimentos utilizando estes equipamentos.
A análise do conteúdo programático do módulo operacional e da proposta
metodológica do curso permite concluir, salvo melhor juízo, que o Lab-Volt Radar Active
Target (RAT) será mais intensamente aproveitado se for disponibilizado para uso no módulo
operacional no GITE. Ressalta-se também que o Laboratório de Processamento de Sinais
Eletromagnéticos dispõe do Emulador de Guerra Eletrônica Excalibur, que poderá ser usado
em experimentos que envolvam a emulação de um teatro de combate eletromagnético para
fins de ensino e pesquisa no ITA (usado em conjunto com os sistemas Analógico, Digital e de
Rastreio da Lab-Volt atualmente disponíveis).
O uso de VCO para síntese de freqüência é interessante no que se refere a tecnologias
usadas em equipamentos mais versáteis e modernos. Entretanto, não aborda as características
dos dispositivos de geração de microondas de potência, tais como as válvulas Magnetron,
Klystron e o tubo de ondas Propagantes.
O modulador de freqüência usado para o Radar FM-CW mostrou-se muito útil para a
geração de varredura necessária a implementação da prática usada para a obtenção da resposta
de freqüência de um dispositivo de microondas tal como o circulador de ferrite do Antenna
Pedestal.
Não foi possível abordar as técnicas de MAGE com o equipamento disponível.
Entretanto vislumbra-se a possibilidade de implementar este estudo usando o equipamento de
medida de antenas que se encontra em fase de aquisição.
164
6.3 RECOMENDAÇÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
5. SKOLNIK, Merrill L. Introduction to Radar Systems. 2sd. ed. McGraw-Hill Col., New
York, 1980. ISBN: 0-07-057909-1
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