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a = : Anno Il CAPITAL PAULISTA Num. XI Homenagem dos Editores 5 i A 2 29 da CAPITAL p Qo Al, gai a “Sr4 eZ 4 SOS Arthur Goulart Aristides Pinheiro ae Francisco Gaspar CHRONICA DO MEZ Junho de 1900. ~ Suwmanro: — Dr. Arthur de Azevedo — Amphoras — Chronologia Paulista—O anniversario da Capital. A morte prematura do eminente clinico dr. Arthar Je- ronymo de Souza Azevedo, foi uma das notas mais tristes do mez de Maio, que ha pouco se findou. Durante vinte annos exerceu sua clinica na capital de S. Paulo com a notavel proficiencia que o caracterisava. Adorado pelos clientes, a quem dedicava os carinhos de sacerdote da sciencia e de amigo, o dr. Arthur de Azevedo era affavel e bom para todos, sem distinguir o po- bre do rico, o branco do preto, o plebeu do fidalgo. Esmoler, muitas vezes elle receitava ao doente, dan- do-lhe ainda o necessario para a compra dos medicamentos. A pobreza nunca bateu em vio & porta do benemerito facultativo. Sua bolsa estava sempre prompta para soccor- rer os pobres, que, além do obolo recebiam palayras de con- forto pronunciadas pela sua bocca, hoje fechada, fechada para sempre! Como profissional, foi o illustre extincto um yerdadeiro exemplo do trabalho. Dia e noite se occupava elle, sem desecango, em minorar os males da sua numerosa clientela. 162 CAPITAL PAULISTA i Era infatigavel. As quintas o os sabbados eram os dias destinados aos pobres. O gabinete enchia-se de pes- soas cobertas de farrapos. Uns gemiam aqui, outros acolé, mas nenhum sahia descontente. Todos se sentiam anima dos, esperangosos com as palavras benevolas do sacerdote da medicina. O enterro do dr. Arthur de Azevedo foi um acto solemne © commovente. Foram muitas as lagrimas derramadas pelos amigos, ©, principalmente por aquelles que devem a vida ao alto saber medico d’aquelle brilhante espirito, cujo corpo era levado em romaria para o Campo Santo. O athatide do grande medico foi coberto de pranto. E’ este o seu maior elogio. we Jonas da Silva, um dos mais esperangosos poetas da moderna geragéo brasileira, teve a delicadeza de offerecer 4 Capital Paulista um exemplar do seu primeiro livro lit- terario—Amphoras. E’ um volume elegantemente impresso nas officinas typopraphices do Instituto Profissional da Ca- pital da Republica. O poeta vem vigorosamente amparado pela penna ru- tila do primoroso cinzelador do Val de Lyrios — B. Lopes, nosso prezadissimo collaborador, gue subscreve o prefacio das Amphoras. E’ um bello trecho de prosa que muito recommenda a obra do joven cultor das musas. B. Lopes é original em tudo que escreve, até nos prefacios. His al- gumas palavras do cantor de Sinhé Flor, palavras que gostosamente transcrevemos da sua Carta enyiada ao au- ctor das Amphoras; A Chronologia Paulista honra as suas paginas estam- pando nellas os retratos de illustrados e benemeritos filhos da terra de Piratininga. O primeiro volume, que consta de setecentas e uma paginas, traz as photogravuras de Martim Affonso de Sonza, dr. Galvio Bueno, dr. Leite de Moraes, Bario de Piracicaba, Visconde de Guaratingueté, Bario de Yguape, coronel José Vicente de Azevedo, dr Martim Francisco, Bario de Jun- diahy, General Arouche, D. Antonio Joaquim de Mello, bispo de S. Paulo; dr. Cesario Motta e dr. Cesario Motta Junior; dr. Gabriel Rodrigues dos Santos, padre Miguel Corréa Pacheco, dr. F. Quirino dos Santos, dr. Campos Salles, dr. Vicente de Carvalho, coronel Antonio Rodova- Tho, dr. Antonio Prado, dr. Hyppolito de Camargo, dr. Do- mingos de Moraes, dr. Cerqueira Cesar, Conego Ezechias Galvao da Fontoura, Conego Manoel Vicente, dr. Pedro Vi- cente, José Maria Lisboa, Conde de Moreira Lima e outros. Cumprimentamos sinceramente o illustre auctor da Chronologia Paulista, desejando que sua util e valiosa obra comsiga todos os louros de que é merecedora. A Capital Paulista agradece o exemplar que lhe foi enviado. * ane Terminando a Chronica de hoje, nio podemos deixar que passe em silencio um facto para nés muito impor- tante:—completa com o numero presente um anno de vida a Capital Paulista. Aos carissimos companheiros de luctas-— Francisco Gaspar e Aristides Pinheiro, dois valentes jorna- listas, a quem esta revista muito deve—enviamos 0s nossos fraternaes abragos @ os nossos sinceros agradecimentos. Arruur Romero. CAPITAL PAULISTA Saudade Embora nos separem fundos mares Nao me esqueso de ti um s momento, inda ougo tua’ vox na vou do vento Cheia de magus, hela de pezares. Inda atraver dos limpidos luares, Nas Ores © na lux do firmamenio, Vojo-te © mals s¢ avulta 0 mou tormento # as horas passo em lugubres scismares. Um instante, um minuto nfo se pass: Som que eu julzae te vor sob 0 arvoredo Tirando ninhos ¢ colkendo rosas... Hojo a Saudade o seio me traspassa: A Saudade dos tempos, que, em sexredo, eljava as faces volludosas... 8. Pedro, 1899 & alma. Abatn, 0 quieto © calido ambiente, fem az, 04 sombra de ave, ow sargaco a bolar , ¥ ha’ 9 espelho azul 4 or dotmmonso ma de Certo Casros Panno As vergas plaa, © dobra, tristomente. “No horizonte, fugaz um elarso apparece... ‘Nowro 0 c6u, vento em furla, ondas subindo em serra. Range o mastro, o velame estoura, a frota ecesco 0s cumes. A maraja, om susto, ameaca e berra. calmo, entreyé, a sonhar cousas grandes, ‘om trosdias am mundo 0 Amazonas oos Andes. Celeste ‘A! minka consorte Vite 0 corpinho ethereo, inteirigado estendido por sobre um eabxfosito, hum manto de rainba, amortathade fe prestes & subir para o Infinite ! Quizera ter Le lates er Nite 3 ter um co cate, de Arruur Gourarr Guo mo pudcrcom suffoear 0 grito uo dia © noite solto, amargurado ! Pobre Celeste! Como idolatrava, = aguelle lirlo casto © alvinitente que ora repousa A sombra dum cypreste! A Gr quo cu sinto & lacorante @ cava Ha Saudade me punge acerbamente, » Ao lembrar-mo de th — gentil Celeste! Dos E entao ? nao acham bonito o deseuido? nao descobrem nelle o modo de dizer de B. Lopes, modo todo’ original que melhor transparece nestas primeiras estrophes da Mania Lys, que a mania, ha muito, tem da caca, Mal no horizonte o louro sol desponta, Por minha porta, galhofeita, passa, E isto (mil vezes j4 contado) conta : E disse, S. Paulo, 1900. CAPITAL PAULISTA Notas 4 margem Do mez de Abril guardamos algumas notas que sé agora podemos transmittir aos benevolos leitores da Capi- tal Paulista. Foi como se costuma dizer um mez cheio a transbor- dar, Tivemos a Semana Santa, que por signal, foi tao pro- fana como as outras. Visitaram-nos dous rapazes de lettras do Rio, deixan- do-nos agradabilissimas impressdes. Um—um bohemio ideal, de fina tempera, sympathico e espiritoso ; outro, si bem que um tanto reconcentrado, jossuin as mesmas qualidades, dando sempre uma nota de om humour em todas as palestras. Ambos poetas, ambos dotados de talentos, ambos ja pu- blicaram inspirados livros de versos. Numa das bellas noites que passamos junctos, tivemos uma entrevista magistral, cheia de eneantos e attractivos, pela sua originalidade. Sentados em volta de uma mesa, que néo fazia honra a tao distinctos personagens, ao lado de uma espirituosa joven, bebiamos com satisfagio, entre ditos chistosos e ga- lantes, a bella e decantada jamaica, que alguem a appelli- dou Maria Francisca... O Joao da Varzea, levantou-se cheio de enfasi. Pediu a palavra. (Foi concedida jai se v6). Passou a mio pela testa, cofiou os cabellos negros como fundo de panella, levan- tou os olhos para o tecto enfumagado e suspirou... gemeu e... sentou-sé, sem dizer patavina ! Aquelle silencio queria dizer tudo e nio queria dizer nada. Foi um carogo enorme que lhe entupiu a trachéa. Paulo Amér, que nfo gosta de mas figuras, mormente, deante daquella joven que tinha o privilegio das rosas de Jericé nos cabellos, ergue-se, e sem pedir coisa alguma, com os olhos fitos naquella cabega de mulher de espirito, fala : CAPITAL PAULISTA iw Cabeca altiva em trunfas de oiro. A. graga cloquente dos typos sonhadores. .. Cabellos crespos, curtos, resplendores Num rosto que a sorrir tudo transpaca. Labios que lembram transbordante taga de desejos ¢ lubricos amores ; olhar cheio de chispas ¢ fulgores, que em chamma o goso immensamente traga, Perfil que lembra as grogas esculpturas dos mais nitidos tragos, das mais puras linhas fidalgas de alta realesa. Inexcedivel graga, inexcedivel fidalgnia de porte, inextingnivel de uma Inz de fantastica grandesa. Palmas e hurrhas echoaram pela sala mal illuminada. Depois de uma pequena pausa, Lauro Bruno, que niio se deixa ficar atraz, com aquelle todo de Mephistopheles, com os olhos fitos no chao, como quem procura qualquer toisa de subtil e divinal, levanta-se, derruba na corda da eabega o chapéu de palha, gesticula como quem desperta de um somno agitado e fala ante os pés daquella creatura original : Alvo p6, flér mignon, pé pequenino, de minha bocca doce relicario, abre em perolas brancas 0 rosario de cinco contas e de talhe fino = Reso sob este pé... Eu sou menino que ouve o som vesperal de um Campanario, yendo esse pé mais alvo que um hostiario, todo cheio de um extasi divino. Pé que parece tenra pomba rdla, talisman de Leonor, a extranha Lola, coragio da yolupia, a alma do goso Alvo pé, flér mignon: en sou a abell que te quer encontrar numa corbell para sugar-te.o polen venenoso. Ao terminar, os circumstantes, nfo sabiam si abragar © poeta ou beijar os pés da feliz duleinéa. Um outro joven, improvisou um motivo sobre aquelle donairoso, que nio pudemos apanhar .porque o nosso eanhenho nao dava lugar para tanto. A palestra promettia prolongar-se, mas eu que sou pon- tual nas horas de repouso, com certo constrangimento, con- fesso, vi-me na dura contingencia de azular... no passo do 172 ITAL PAULISTA urubti malandro... deixando os bellos rapazes no mais doce e terno idyllio. * aoe Para terminar estas notas fresquinhas como alface, you dar mais algumas que consegui, dos bellos tempos que la se foram e nao voltam mais, como as pombas do Ray- mundo : Silva Braga, o extincto poeta, mandou certa vez, a Eduardo Chaves, 0 chorado cantor das Fagulhas, o seguinte presente litterario : N O GATO E” bello, 6 pequenino e tem no olhar felino © raio vivo ¢ fino dos olhos de Satan, nascen, creon-se e mora em casa da senhora que 0 ama @ que o adora com santo amor de irman. Se vé algum ratinho jf vai contente asinho até pegal-o, e, entiio contempla_o sol poente, e dorme, docemente, num canto do fogio. eh gO Lees ee ttm” Eduardo Chaves, satisfeito com essa bella offerta, quiz pagar no mesmo tom, e mandou-lhe este soneto : i 0 CAO Sim, men fiel, men nobre perdigneiro, das ao homem ligio contra a mentira ; mostras que teus affagos s6 inspira um sentimento nobre e verdadeiro. Nio me lambes em busca de dinheiro, do vil bajulador constante mira; si a ti acaso mipha bolsa abrira, yazia on cheia te agraddra o cheiro. Do homem tu niio tens o fingimento, esse amigo sémente da carteira, amigo da ventura, no momento. 4 E Quer da sorte me beije aura fagueira, ‘ quer me agoite do mal 0 rijo vento, tua amisade 6 sempre a mesma, inteira. * ae CAPITAL PAI Concluindo, cumprimentamos a redacgio da Capital Pau- lista, pelo seu primeiro anniversario, e fazemos votos pela sua Constante prosperidade. Fausto Guinnerme. Profissao de fé CA mim mesmo) Delxa do mando a phantasia, deixa ! Ti Bikers ans ie ce ee Se joido ou tarde tou praser 6 queixa. iierbeeqen went orisrvectzal ston Descamba 'o dis, a cdma de ouro 6 rosa Levande esparss, como incendio no a1 és como surge a suspirada aurora Cantam as aves—divinal orgia ! Passolam auvens pelo azul om fora, Imita ds aves. Toda amor, pocsia, Sadda aluz—a casta lax que olora A immensa terra que Ja foi sombria... elas’ frondes goss, ‘Vem pela estrada os noivos, devaga Sob as arcadas, em festdes abraca Ao fecto a orchidéa ¢, no festim das cOres, De sons, de aromas, Glevando a tiga Da selva, bobo ao esponsal das flores. © par folix, enamorado passa Muxkzes WANDERLEY. | yt um beljo cede aos juyeais amores, CANDIDA ForTES NUVENS Yelo-as em bando polo espaco t ual outea, om nas firmes vagas, Giieaates do ar,/montoes Wo tea, Sada pares de um octane, No saul do ce mio” dclxam traco: Em feria brava sobre trages, ‘Tral-as © vento, o vento as leva! Espumejante © sobrebumano! Umas—sometham pedras, altos Talo corcil voloz @ forte Montes graniticos roiamdo, in elvaizem, Uae sobre outros poston. aos saltos, Deixando auras 0 lucto © a morte, __ Apocalypticos, Tucthndo? Tudo dosfelto na’ passayem | De cor t40 ogra outeas—quo vita Tal outea—o olhar ai \ A‘propria toy a0 sol, eavoagam Quando em ‘Calm paula crim Nat aus rodes da proceliag Rvtaiva o negendes 0 odio o excita, Veom ¢ vio © voltam © passam ! Mal Estas—parecom leses em lucta Outeas nuvens, porém, couhoco Num coliséo acreo. em Que no tém forma, hem tm cdres, Aquellas—druidas de hirsuta H que, to emtanto, sho t Barba, monstros, legisio inform: A’ minha vida e ads meus amores! © destrée, mas nko redime ! Qual—rolembra castello antigo, Mais do quo as outras perigosas, De escada ao alto. eavolto om héra, Mais quo as do eu, que aqui descrevo, Solar ondo houve lux abrigo, As nuvens dalma, caprichosas, Ninho de amor © primavéra ! Sio minha angustia eo mou enlevo 8A Paulo, 1896. Famrras Gupcanixs. CAPITA. PAULISTA JX IRR ONS a, a I Era uma individualidade perfeitamente afidalgada a do Juquinha, Prasenteiro, todo affabilidade, elle nfo tinha ne- nhum feito condemnavel a nao ser um tanto atirado 4 conquista de mulheres bonitas. Isso, porém, em nada de- punha contra o rapaz, que nas sociedades mais selectas ti- nha excellente acolhimento. Um costume delle—e ja inveterado—era o de ir 4 ja- nella depois de jantar tirando compridas fumagadas de um cada vez mais garridas que trazias @ dos teus provoeadores requebros ao passares perto de mim Num bello entardecer me deixaste te dizer uma pala yra muito terna e nio me repelliste. Com facilidade ac- ceitaste as juras de minha paixio inflammada—e apenas te fizeste de um pallor de yertigem, mas que logo conheci ser um effeito physiologico, porque uns tragos bem negros semi-circularam teus olhos, traductores dos gosos indefini- veis... Consentiste que caminhassemos junctos, murmu- rando quasi inaudivelmente phrases quentes ¢ que viessc- mos a este modesto aposento onde sé trescala & volupia; aqui, se me entregaste dominada por um certo languor e com tanta docura que quasi enlouqueci... Lembres-te da- quelle momento de supremo deleite que bebemos na_ taga do Amor, e das sensagdes extraordinarias que te fiz mergu- Thar num ineffavel espasmo delicioso... Depois me dizias baixinho coisas de encantar e me apertavas num amplexo apaixonadissimo. . . Il Agora, nfo sei porque te mostras arrufada! Nada que te pudesse desagradar, a minima causa de censura ou do cinme pratiquei.—Oh! dizes-me porque estas tristes; tens ampla liberdade para externares 0 que sentes. Sia razio estiver do teu lado, pedir-te-ei que me perdoes, pois bem sabes, que a amisade a ti dedicada 6 inquebrantavel. .. A pobresinha, nio achando nenhum motivo bastante forte para seus arrufos, se mostrou arrependida, e ligando em seus delicados bragos o joven amante, Ibe imprimia na - fronte um beijo mais cheio de ternura que até entaio lhe déra... Elle se sentiu desfallecer, e vagamente sussurrou ao ou- vido della que nunca a tinha amado com tantoardor como naquelle momento!.. S. Paulo —Maio—1900. Auistipes Prnuemo. A Lu Prsrarint —Maio. Um sorriso em tndo... A nossa casa Em festa... B, 1é, no azul do firmamento. .. Morrendo o sol que a natureza abraza! L. Pistarint.—Bandolim. Maio! alegre e festivo mez de Maio! Como um riso gnaslice da criancinha no bergo, como uma harmonia celestial e dulcissima, brotas detraz dos mon- tes altaneiros e longinquos, irisando com a luz do teu vivificante as campinas vastas, as paizagens immensas+ Como um cantico de slenrias transpareces agora no con: — tinuo perpassar dos tempos, dando mais vigo 4 florinha que desabrocha nos prados, mais calor ao sol que magestoso e bello se ostenta na amplidao siderea, mais alegria as noites: enluaradas, mais poesia a tudo que nos cerea, a tudo que admiramos extasiados. Salve, mez de Maio! Foste tu, oh Maio encantador, o mez predestinado 4 adoracio doce e suave que erguem as almas candidas & Ma- ria, a virgem mie do Redemptor; foste tu, oh mez afortu- nado, oh mez das flores! As cathedraes, as igrejas, as ermidas sao enfeitadas com as flores mais bellas, as virgens vestem-se de branco e re- béa entiio, unisono e bello, pelos vastos ambitos do mundo inteiro, em canticos admiraveis impregnados de uma doce poesia de mysticismo —o nome doce, sagrado e purissimo de Maria, a Virgem das virgens, a Mae de Deus, a Regina Angelorum ! — Pelos caminhos reaches, pelos montes, pelas campi- nas, pelas mattas, pelos desertos, por toda a parte a prima- vera modula um hymno festival e méos piedosas vem em Maio encher de flores as cruzes singelas e toscas dos cami- CAPITAL PAULISTA 177 nhos, symbolos incontestaveis do soffrimento do meigo Na- zareno. Salve, Maio! Em teus dias tém mais poesia as florinbas que nos prados desabrocham as corollas, espargindo aromas embria- gadores no ambiente e petalas coloridas no sélo—os ribei- ros que murmurando deslisam mansamente s& sombra dos copados arvoredos—as manhiis que surgem envoltas no su- dario branco das nevoas, dissipadas depois pelo calor do astro-rei—os crepusculos dolentes quando o sol descamba lentamente nos pallidos horisontes—as noites pontilhadas de estrellas ou cheias da luz do luar Em teus dias tem mais fervor a prece das virgens— que moyem os labios onde a innocencia e a candura fize- ram casto abrigo, em oragdes que vio ciciar devagarinho * bem junto ao throno d’onde a meiga e compassiva Nossa Senhora observa os peceados dos mortaes ! Salve, pois, oh mez de Maio, em que as flores, as auro- ras, os rios, as montanhas, as tardes, as arvores, tudo, tudo parece entoar como um hymno & Mie de Deus sé esta palayra sacrosanta :—Maria ! Salve, Maio, que como um riso angelico de criancinha no bergo, como uma harmonia celestial e dulcissima, brotas detraz dos montes altaneiros e longinquos, irisando com a luz do teu sol vivificante as campinas vastas, as paiza- gens immensas! José Noaurrra. UM CONDEMNADO Ha seguramente cinco annos que vivo convencido de que a pena de morte, executada com rapidez, 6a mais util e a mais humanitaria de todas as penas que a sociedade péde fazer pezar sobre os que a offendem. Essa conviceaio nasceu-me em Africa, quando ali vivi n’uma capital que tinha mil e duzentos condemnados. Eu vi-os e dividi-os em dous grupos: o daquelles para quem a pena de morte seria util para a sociedade © 0 daquelles para quem a pena de morte seria um acto humanitario da 178, CAPITAL PAULISTA mesma sociedade. Ao primeiro pertencem os infames incor- rigiveis ; ao segundo, os desvyenturados. E’ a um condemnado deste ultimo grupo que me vou referir: Chamava-se Marinuo pa Cruz e aquelles dos meus Jeitores que forgarem a memoria recordar-se-hio desse infe- liz alferes que, talvez ha quinze annos, assassinou, em Por- tugal, um soldado ou cabo do exercito. Crime repugnante pela causa que o originou; deshon- roso para um militar, recem-saido da escola do exercito, que fere pelas costas, 0 mundo civilisado delle se occupou longamente ea sciencia medico-legista 0 estudou detidamente, descobrindo que o assassino era um epileptico larvado, pelo que o jury o absolveu. Porém, o orgiio da justiga publica appellou e a Relagio mandou proceder a novo julgamento, Que fazia durante esse tempo Manixuo pa Cruz? Nao © sei, a0 certo. Mas quanto ‘is suas emogdes nao foram nenhumas. Tanto assim que, depois de eumpridos seis an- nos, ou oito, de prisiio na penitenciaria de Lisbéa, a que o segundo ery © condemnou, e quando ia cumprir mais doze de degredo em Africa, Tuomaz Riserro, que foi o seu il- lustre e dedicado defensor, escreveu ao Dr. Bernardo Lucas, um dos primeiros advogados portugueze: «Viu-se absolver, sem alegria; viu-se condemnar, sem magua; viu-se executar sem indignagiio; feriu, sem remor- 80; parte, sem saudades. Estava eu em Loanda, em setembro de 1894, quando Marinno va Cruz ali chegou. Foi logo affiangado e eu fui um dos que, na redac¢gio do Mercantil, tiveram occasiaio de ouvir-lhe as geniaes producgdes e as suas dissertagdes sobre physica e chimica, sciencias a que elle se dedicava CAPITA PAULISTA 179 muito © das quaes revelava ter conhecimentos pouco vul- gares. Quanto ao homem, era um desventurado, como disse. Parece-me ainda vel-o, na flor da edade e ja com o dorso curve, como a procurar no sélo ingrato da terra do degredo os sete palmos precisos ao seu repouso eterno. F era assim, olhos fitos no chao, que elle andaya sem- pre, procurando talvez rimas felizes para os seus versos primorosos, que niio poderiam ser apreciados n’uma_ terra, como aquella, povoada por negros. Péde dizer-se, sem mentira, que a vida de Marinuo Week coy tol'uit anpplicio, nfeliz. 6/0 /bomem que, ao cabo de longos annos n’uma _penitenciaria, é man- dado, na qualidade de assassino, para uma terra de igno- rantes. E’ claro que me refiro a um homem de talento, ou elle se chame Vie1ra pe Casrro, ou Marinno va Cruz ou Unerxo ve Frerras. Um dos poucos que fallavam com Marino era eu, posto que sem grande familiaridade. A dextra do criminoso foi, repetidas vezes, estreitada pela minha: e se esta ficou suja de tal contacto, ha muites mios sujas em Portugal e entre ellas as do sr, Tuomaz Rrpeiro. Disse eu que o primeiro jury, baseado na declaragao de que Manisuo era um epileptico larvado, 0 absolveu,—e 0 que de verdade havia nessa declaragio da medicina legal, niio o sei. Mas que elle desembarcou em Loanda com o cerebro desequilibrado, isso 0 affirmo e juro, e commigo o fariio todos quantos ali o conheceram, e o viram naquelle yro constante, inconsciente, da cidade baixa para a alta e vice-versa, de dia, sob o sol ardente e de noite sob 0 ca- cimbo maligno. Quando, pela segunda vez, sai daquella terra, nio pude despedir-me de Marixno, porque elle andaya pelo interior; e ha um anno, mais ou menos, chegou-me a noticia de sua morte. . De certo, os seus papeis, os seus bellos trabalhos litte- rarios perderam-se. Ou haja morrido no sertiio, ou no hos- pital, deve ter-lhe faltado & cabeceira, no supremo momento da agonia ultima, quem recolhesse aquelle espolio, que era rico. Alguns homens o hio de lastimar, no velho reino, e eu daqui com elles, e de certo os leitores desta revista 180 CAPITAL PAULISTA quando acabarem de Iér 0 primoroso soneto com que encerro estes tragos. Nito fossem as desgracadas condigdes em que Mani- nno pa Cruz viveu, e elle teria, de certo, publicado muitos de seus trabalhos, e hoje o seu nome seria motivo de justo orgulho para a literatura portuguesa. Infelizmente, com excepgio de meia duzia de produc- gdes que o sr. Tuomaz Riserro por sua propria iniciativa fez publicar em Lisbda, tudo o mais se perdeu: innume- ros sonetos esplendidos e as traduegdes’ de algumas obras de Victor Hugo, que provayelmente foram langados ao mar por nfio prestarem ! : Em 1893 0 poeta-criminoso compoz o seu epitaphio. E por mais exaggerado que elle possa parecer aos leitores, eu lhes affirmo que jémais um poeta teve uma visiio tio nitida do que havia de passar-se logo em seguida a sua morte: ninguem o chorou, nem o acompanhou 20 Campo Sancto ; e se escapou a serra 6 porque allstoscmedieos ene tém tempo para isso. . Kis 0 epitaphio para ser gravado sobre a campa rasa do auctor : Morreu sem que por elle um cio chorasse ; y Foi, sem luzes nem vozes, corpo & terra; E, se o terror da peste 0 niio enterra, Nem se encontrava um «gato» (*) que o levasse. Nao pasmem de que emfim se amortalhasse : Velho sacco do se desenterra E foi sentenga d'escalpello e serra, Que espostejada a carne, se embruthasse | Mas a alma, luz maviosa, ia fugindo! F sen carme saudoso resoando t E 08 meigos sons 0 ecco repetindo Aox Yermes, que na terra andam minando ; ‘Aos anjos, que no cen pairam sorrindo ; ‘A’s aves, que no azul voam cantando ! Paulo, 15—5—1900. ‘M. Pro Corrka. (© FE’ esta a designagio dada, em Portugal, aos individuos, todos de nacionalidade hespanhola, que, mediante remuneragio, levam os mortos para os cemiterios. UM BEIJO Quando eu morrer, di-me um beijot CAPITAL PAULISTA — 181 MELODIA POPULAR AVARA (Tocu®) Vao, ligeiro, namorada, Que © nome sou, doce ¢ faceiro, Que 0 seu nome’ gravei-o om uma folha dourada, Parte andorinha mensageira : Yolta-me, breve alvigareira. Deseo 4 campina: vi Sobe; atravessa o firmamento: Pousa-Ihe perto, brando, brando. ‘V6 si seu coragio conserva um juramento Doce, que fex Casa inflel, Na sua vou que & puro mel... F otha, andorinha : si notares Rompido doce juramento, Z Volta aondo estou ; recorta’ 0s ares; Do tanta jola uo rara Voa logo; mas vem serena, ¢ Tento © lento, ‘Camulou-te a naturesa... Porque~suppoe, linda andorinha- H’ pena que soja avara Suppée qual seja a angustia minha! ‘Quem possue tanta riquesa | 10 RAMOS CoxLMO De CARYALAIO. ABANDONADA Desde quo 6 nado o sol, anda sentida, ‘tho cheia de amargara concentrada quo eu seria capaz de dar a vida para ver-Ihe a tristoza dissipada, deljor... Na pallidex da face reseqaida, tiuha da morte sombra barilada ; em cada olhar uma filusio perdida, do suspeltas crucis, atormentada! ’ Nesta triste © penosa eonjunctara, eu vi do sew passado s desventara dos sous olhos a Inx so deshotar! De sa elbereat Cannoso Juxton jue nfo te enoje a materia ‘Deusa etherea ... Que nfo to enoje a materia, Satisfaz-me este desefo ! teria, Agora quo olla vivo tristemente monologando um nome, inconsciente, despreso aquelle que 8’ no soubo amar, ste des jando eu morrer, to este desejo, Das Nympheias i 3 3 z 3 PRAxcrsco GASPAR. Si Quando ea morrer, di-me Que tanto pide o ten beijo.. Di-me um beijo Ratisfarme Ha de yoltar ma g 3 A Religiao Social Si a humanidade, diz um illustre escriptor, nio péde subsistir sem principios religiosos, nio é menos certo que a corrupgio deste mesmo principio pelo dogma, tem causado mais miseria e males 4 especie humana que qualquer outro motivo conhecido e narrado pela historia. 182 CAPITAL PAULISTA Niio devemos esquecer, diz tambem o revd. dr. Hedge, um dos mais intrepidos partidarios da fé livre, que a reli- gifio tem sido sempre mui fecunda em iniquidades. As mais selyagens observagdes do espirito humano, os rancores, os crimes, as torturas tém sido os seus fructos. Os dogmas tém, com effeito, fomentado a ignorancia, destruido on opprimido a intelligencia e alimentado mil causas as mais incuraveis, as mais intoleraveis que jamais imaginara 0 cerebro humano; e, apezar disso, a humanidade tem-se mantido apegada ao sentimento religioso, i sua £6 em um principio activo que tem creado e conservado todas” as cousas dentro de um circulo de amor eterno. Nao somos daquelles que pensam que passou o tempo da religiao, que ella sé é propria das edades de infancia das sociedades, e que perde sua raziio de ser 4 medida que a humanidade eresce e chega ao periodo de madureza. Pensamos, ao contrario, que a religiao 6 eterna; que 6 inherente & alma humana; que o homem é um sér reli- gioso como é um sér social ; ate a religiio é egualmente necessaria a todas as edades da la, ao homem como & mulher, e que 6 0 cimento das sociedades humanas. Mas pensamos tambem que a religiao 6 progressiva e gge acompanha, onde for e sempre, ao desenvolvimento lo espirito humano, ou ao menos, que niio vive e nfio tem influencia sobre as almas sendio em tal condigio. Sustentamos, emfim, que a religiaio nio consiste em observacoes vis, em formulas de oragdes ou cerimonias tra- dicionaes mais ou. menos symbolicas; que nao se identifica com dogmas e férmas de culto; mas que, inherente 4 alma humana, acha-se onde esta se dilata e sente-se viver na har- monia dos séres e dos mundos. Esta em toda aspiracio ao ideal divino, em todo esforgo do sér moral para a realisagio do verdadeiro, do bom e do bello. Esti em toda obra de sinceridade, de trabalho, de pro- gresso, de amor ao proximo e de sacrificio util 4 familia, ao paiz, 4 humanidade. Esti em toda victoria conseguida pelo espirito de caridade, de generosidade, de solidariedade contra 0 espirito de odio, de desuniao e de egoismo. Esti, emfim, em todo acto humano, que, universalizan- do-se, revéla o seu accdrdo perfeito com a obra e o pensa- mento Divino. O que em outro tempo foi theocracia e em nossos dias se conyerteu em clericalismo, 6 incompativel com uma huma- CAPITAL PAULISTA \ _ 188 nidade viril, porque o principio da soberania individual e racional applica-se a todas as espheras da actividade humana; & religiao como 4 politica. Por isso, nés, néo queremos a religidio encerrada nos tem- ue. suffocam ; niio queremol-2 monopolisada em miios Bee ais que tém feito delia um officio ¢ uma mercancia; queremol-a diffundindo-se livremente como 0 ar, como a luz, misturando-se, em todas as nossas relagdes, com a natureza ou com a sociedade, onde quer que se achem coracées e boceas humanas para cantarem a communhao universal dos séres, ¢ dar gracas a Deus pelo caminho ja percorrido ; onde quer que se achem a intelligencia e a liberdade humana ay comprehender o fim sagrado da eterna creagiio, e colla- rar voluntariamente na obra divina... Assim com as palavras Religido laical, queremos signi- ficar a religiio secularisada e socialisada, a religiio rest tuida 4 sociedade civil, livre por consequencia, de toda influencia clerical, de toda autoridade exterior sobre o sér social que tem aleangado a idade da razio; sem a inter- _ yeng¢iio do inquisitorial confissionario; sem as inyvengoes de Apostolados, por meio dos quaes se procura fanatisar a mulher, que tera assim de transmittir «a sua préle os ger- mens da superstigaio com que o ultramontanismo trabalha r impedir o esboroamento de doguitas absurdos e hoje insubsistentes. . . — Si assim, amoldado nestes principios, entende-se que deve ser estabelecido 0 ensino religioso nos estabelecimen- tos de instrucgiio, estamos de accdrdo. Assim, sim Do contrario, seria, como disse o grande e inolvidavel Victor Hugo,—arrastar a civilisacdo para o passado. Elle tambem disse, referindo-se ao ensino publico « Quem diz educagiio, diz governo; ensinar, 6 reinar, © cerebro humano 6 uma especie de céra terrivel, que toma a marca do bem ou do mal, segundo um ideal a toca ou uma garra a aperta, No dia em que o fanatismo conseguir que ma seja respiravel ii civilisagao, tudo estard perdido; a humanidade entraraé na sombra !.. .» Assim, nio! Coritiba—1900. Aurrepo Muynoz. ieee! a CAPITAL, GAZETILUA Completa, com este numero, o seu primeiro anno de existencia a Capital Paulista, que tem pro- curado se manter na altura con- digna de seus collegas de Im- premtsa. ‘A sun Redacgio temo prazer de se manifestar reeonhecida a0 publico, pelo seu yalioxo auxilio; aos seus collaboradores, illus: tres obreiros das lettras, que honraram sua columnas com ar- tigos magistraes e producgées poe- ticas de yerdadeiro merito ; & Imprensa brasileira que pro- curou sempre animals a_ prose- guir com coragem nas lides jor- nalistioas ; ¢, finalmente, aos seus editores Andrade, Mello & C., pelo grande auxilio que The tem prestado, procnrando apresentar sempre trabalhos artisticos, dignos de nota, pela sua estetica ¢ nitida impressio. Recebemos on. Contemporanea, do Rio, correspon- dente a0 mez de Maio. ‘A bella publicagio de Luiz Edmundo dia a din so torna maix interessante e attrahente. O presente numero contém 40 paginas de bellissimos artigos em prosa © yersos, acompanhando cada producgio 0 retrato de seus autores. Um numero hors-ligne. A Ondina, mimosa revista pan- listana, completou em Maio o seu primeiro anniversario. Nossos sinceros parabens. Finras 6 0 titulo de um pe- queno livro de phantasias, que brevemente sahiré 4 luz de pu- blicidade. Sua autora occulta-se 4 sombra de Dita, substantive que lhe sabe perfeitamente, mas que niio desi- gna qual a deusa, si a da For- 9 da Revista” PAULISTA tuna ou outra divindade femi- nina do nismo. Felicitando desde ja a joven eseriptora, fazemos votos “pelas ovagdes que merecem suas pro- duegdes. © joven poeta paulista B. Que- Fido ‘tom no prélo o sow primeiro livro—Estrophes d' Alma, Esperamol-o. 0 illustre professor F. Bonilha Junior, digno official de gabinete do sr. dr. Secretario do Interior, teve a amabilidade de nos enviar uma carta de saudagdes pelo 1° anniversario da Capital Paulista. Somos gratos é finesa do distin- cto mogo, nosso amigo.“ No proximo numero publica- remos um esplendido artigo de Theodoro Moraes nosso novo & distincto collaborador. Completon um anno de bella vida, a nossa presada collega— Revista Contemporanea—de Cam- pinas. Felicitamol-a. © numero de hoje, da Capital Paulista, contém 24 paginas. Agradecemos jubilosos os in- numeros cartées, telegears pee cartas que amigos, collegas ¢ col- Jaboradores da Capital nos tém envindo, em regosijo do seu 1° anniversario. Visitaram-nos no mez os distinctos confrates, Arthur Ro- drigues, do Amparo,— Honorio Jovino, de Taubaté,—e Braulio Prego, desta Capital. passado A’ ultima hora recebemos a infausta noticia do fallecimento ded. Anna de Castro Lisbéa, presada esposa do nosso collega do Diario lar. J. M. Lisbéa. | A’ familia enlutada, nossos sen- ' tidos pesames. REVISTA DE ARTES E LETTRAS DE ARTHUR GOULART FRANCISCO GASPAR e ARIST DES PINHEIRO —(I ANNO )— Com este numero, termina-se a publicagio da 1* série da Capital Paulista, Collaboraram em prosa e verso: Amaden Amaral, A, Salles Junior, Alfredo Munhoz, Alfredo de Toledo, A. Azamor, Arthur Romero, Bernardo de Campos, B. Lopes, Coelho de Carvalho, Can- dida Fortes, Cesar de Mello, Cardoso Junior, Carlos Ferreira, Cerio Campos, Elysio de Carvalho, Ernesto Goulart, Elysio Fonseca, Emilio Kemp, Francisco Natividade, Freitas Guimaries, Fausto Guilherme, Gnstavo Teixeira, Ismael de Barros, Itagiba Caldas, Tbrantina Car- : dona, Izaltino de Mello, Julio Ramos, José Cruz, José Nogueira, 4 José Velho, Julio Prestes, Jocelino Salgueiro, Luiz Guimaries, filho, Lniz Pistarini, Lafayette Silva, Lindolpho Gomes, Luiz Edmundo, Maria Clara, M. Wanderley, Oscar Pacea, Pinheiro da Cunha, M. Pio Corréa, Quadros Godinho, Talio de Campos, Valle e Silva, e Wen- ceslin de Queiroz. Recebem-se assignaturas para a 2 série na Casa Vianna, & ma de S. Bento, n. 4 A. —Prego por anno—103000—numero avulso —1$000. Annuncios, na capa, 208000 por semestre. PAULO

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