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Da IMaceM Do Brast. ao TEATRO DE Brecur: A Peca Baai* Celeste H. M. Ribeiro de Sousa** Abstract Brecht’ ently play Baal contains an alas of theimage of Brazil designed in this play might twintzoduce Brechts theatre into the classroom and to motivate the students to study it, Therefore, the present paper suggests that the study of Brecht’s theater should be started with the analysis of his first play and sketches a possible way todo this. Keywords: Baal, Brecht; Epc theatre; Image of Brazil n Schiller zur Beschiftigung mit ihm zu motivieren. Der vorliegende Aufsatz will dazn anregen, die Auseinandersetzang mit Brecht mit seinem Erstingsstck 20 beginnen, und skizziert daau einen méglchen Weg. Stichworter: Baal; Brecht; Bpisches Theater, Brasilenbil, Palavras-chave: Baal; Brecht; Teatro épico; Imagem do Brasil Baal é 0 titulo da primeira pega de teatro escrita por Brecht em 1918, a primeira versio, Brecht ainda daré a esta pega outra verséo em 1919 e mais outra em 1926, 7 Ese wabalo foi apresentado, como conferncia, por ocasdo da XI Semana de Lteranura Alem "Cem anos de Brecht’ ocgaizada pela Area de Alem da USB de 14217 de setembro de 1998 ‘A autora é Professra Doutora do Departamento de Leas Modernas, Area de Alemo, da USP, Pandaemonium Ger. n. 4, p. 109-123, 2000 Baal, uma figura do imagindrio expressionista alemfo, explorada, entre outros, também por Georg Heym no célebre poema Der Gott der ‘Stadt, tem suas rafges fincadas na mitologia cananita (norte da Sitia), conde era adoraia como 0 deus da fertilidade dos campos edo gado, que Jutou contra varios ‘, Morreu € renasceu, No Velho Testamento undo momento, porém, Baal pasa a ser um nome que designa outros que no Jeové, o deus tnico, fato que conduz & criagdo de urn profundo antagonismo religioso, em que Baal passa aser visto como um ‘dolo pagio perigoso para a verdadeira religido ~ a judaica. No imagindrio expressionista, Baal congrega as duas acepgtes: é, ‘20 mesmo tempo, o deus da ameaca ¢ o deus da esperanca, porque justa- mente, ao destruir 0 que se accita como verdadeiro, promove o renascer Baal é 0 dous que poe em perigo as cidades, aquele que carega consigo tudo que é contrério & ordem burguesa estabelecida. E, portanto, um deus da destruigao do status quo. Se considerarmos o Expressionism como a ante da Primeira Guerra Mundial, Baal encama 0 poder destrutivo € regenerador da guerra, tal como a maioria dos expressionist acreditava. Na realidade, os artistas expressionistes perseguiam o grande objetivo de interferir, através da literatura, na politica européia, sacudindo os leitores, ‘burgueses, com imagens apocalipticas para que estes se conscientizassem das condiges econtmicas, socias e politicas progressistas que vinham sendo tecidas e que fatalmentelevariam a uma guerra que aniguilaia esse [Progresso industri e teenolégico alcangado na época, ancora do dinheiro Dburgués. Tendo a guerra se tomado inevitével, passaram a vé-la também Como tum modo de expurgar todos os maleficios contidos no bojo da civi- lizaglo, entre cles o positivismo e o materialism. : Quando Brecht opta em 1918 por dar o titulo B ‘Pec, quer queira quer nfo, estimula o imagindrio do s dor mais exigente a entender 0 nome incomum ¢, cor necessariamente para 0 contexto descrito acima. no Ribeiro de Sousa, C.~ Brecht: Baal Baal é-Ihe apresentada logo no comego. Efeti palco abrem-se com um coro que, a0 cantar a personalidade e o destino de Baal, logo de imediato, configura a personagem como uth individuo egoista, beberrZo, sensual, lascivo ¢ totalmente livre, que ao final acaba previstos pelo autor. O coro origina na mente do leitor/espectador uma ruptura temporal, na medida ern que antec historia a ser repre- sentada, de modo a que o leitor/espectador: squega que o que tem pela frente & uma realidade teatralizada e nao a realidade em si. Com isto, queto dizer que o leitorespectador da pega é direcionado. Neste pprocess0, no entanto, é poss{vel observar que o letor leva vantagem so- bre oespectador, porque aquele pode manter seu ritmo proprio de fruigzo, ‘gozando de uma maior liberdade do que a do espectador que é obrigado 2 acompanhar 0 espetéculo na velocidade que o dramaturgo lhe impoe. ‘Voltemos pega Baal. Depois da apresentago do coro, que resge- tado do teatro cléssico, simboliza a voz do povo que conhece Baal e, portanto, a voz do eu épico que, narrando, prepara tanto. leitor quanto 0 espectacor para o que viré, a primeira cena é apresentada na sala de Jantar de um burgués rico, num espago apropriado & exposigo da fartura ‘material, A mesa esto sentados 0 dono da casa, sr. Mech, seus familia res, alguns amigos e 0 jovem poeta miserdvel de nome Baal, Dois mun- dos excludentes encontram-se reunidos: de um lado a burguesia rica, de outro o submundo representado pelo poeta do povo. Baal é chamado & casa do sr. Mech, porque este estd interessado em editar os poemas can- tados pelo jovem pobre e, com isso, ganhar muito dinheiro, embora de- claragies filantrépicas se fagamm ouvir e 0 desejo de ver Baal sair das guas-furtadas, para viver melhor, parega a verdadeira intenglo, O sr, Mech é, nas palavras de seu conviva Piller, um mecenas. O vocébulo mina no palco magindtio do leitorlespectador o Quatiro- }ocaem que tanto a Igreja quanto @ Corte tentam exceder-se Pandaemonium Ger n: 4, p. 109-123, 2000 mm em Inxo e suntuosidade, Tanto os principes da Igreja quanto os principes temporais eos ricos banqueiros e mercadores ~os mecenas da época—tém ‘maior aprego pela arte em todos os seus aspects, nfo tanto pela arte erm si, mas para através de sua posse se imortalizarem, Possuir arte significava, “Yetztschwimumen die Hemden nz Ribeiro de Sousa, C.— Brecht: Bzal ‘uma terra nebulosa em algum lugar do planeta, sem dono, & disposigaio dos ‘europens, neste caso, alemdes, para ser explorada e para enriquecer seus cexploradores. Brecht deveria panilhar esse imaginério. Conhecemos urn fato curioso, relatado por Karola Metia Zosaer em sua Dissertagio de ‘Mestrado (1998), quedé conta de um encontro de Brecht com Willy Keller, uum homem do teatro alemo exilado no Brasil que acaba traduzindo ltera- tura brasileira para a lingua alema, e que leva a Brecht em 1955, para apreciag@o e também para divulgar a literatura brasileira, algumas de suas tradugses, entre as quais hd uma poesia de Carlos Drummond de Andrade um poema de Domingos Carvalho da Silva. Brecht devolve a Keller as. tradugdes jd no dia seguinte, com o seguinte comentitio: “Bravo, os basi- leiros descobriram Ibsen” (ib.: 62). A tradugho do poema de Domingos Carvalho da Silva est todarabiscada com modificagbes! E sobre o poema de Drummond, nada! Willy Keller sai do encontro absolutamente decep- cionado coma falta de interesse de Brecht pelo Brasil Ao que tudo indica, o Brasil, para Brecht, nfo passava realmente eum pats distante, desconhecido, envolto naslendas do Eldorado. Brecht no estava interessado no Brasil enquanto nagfo, preacupava-se j sso sim, com a preservagao da natureza e Brasil, para ele, era metonimia de florestas. De fato, a hiperbolizago com que Brecht tece a imagem do Brasil chamaa atengéo, primeiro por que se tratade “lorestas inteiras” eno de algumas toneledas de madeira, segundo porque se trata de uma madeira ex6tica, perfurnada ~ a canela ~ nfo conhecida da maioria por causa do rego, terceiro, porque hé além disso a considerar a especiaria, formada pela sua casca (somos levados a acreditar que o st. Mech faz comércio com as duas mercadorias) e quarto, porque as florestas “nadam” pelos sos $6 para o st: Mech, Ble € 0 nico a usufruir de tamanha riqueza que chega até ele sem obstéculos, Ele nfo precisa investir em nad: gem do Brasil que nesta peca é, num primeiro momento, tran leitov/espectador da época, & a de que o Brasil é uma terra dadivosa e inesgotével, onde 0 europeu pode buscar sem dificaldades negécios Pandaemonium Ger.n. 4, p. 109-123, 2000 13 rentosos. Todo o resto a respeito do Brasil ésilenciado. Mas seré que nfo é justamente neste distanciamento geogréfico, neste desconhecimento, nesta aceitagdo pacifica da situagdo, manifestada de modo tdo exuberan- te, que Brecht coloca seu dedo crftico/professoral chamando a atenc@o do letor/espectador burgués tanto para os beneficiose lcros faceis, quanto para a realidade colonial ou periférica do pats em si? Da mesma maneita, é possivel vero dedo de Brecht apontado para (9s expressionistas, ao criar o poeta Baal que, embora se insurje contra 0 status quo burgués e se identifique com o povo, ainda faz uso ingénuo da Jiteratura, nao atinando para o significado ‘da exploragao ¢ da derrubada de florestas inteiras, cuja madeira, entre outras coisas, também serve de 1matéria-prima para a fabricago do papel que veicula a literatura, Nos dias de hoje, o Brasil nao esté mais to distante da Alemenha, embora ainda o esteja, No entanto, apesar dos meios de comunicagao, 0 maior conhecimento atual dos alemies sobre 0. Brasil, 86 deixa a critica de Brecht ainda mais evidenciada e prxima, sobretudo, se se levarem em conta as recentes dentincies veiculadas pela imprensa internacional sobre a predagao que os pr6prios brasileirose, agora, as madeireirasasié- ticas, jd fizeram e continuam realizando no Brasil. Os alemies, hoje tal- ‘vez © povo com mais consciéncia ecoldgica no mundo, reagem com ardor ao desmatamento das florestas, em especial, das brasileiras. Ento, ppoderfamos dizer que, nos dias de hoje, a presenga da imagem do Brasil em Baal nao mais assegura distanciamento, mas, 20 contrério, promove ‘uma aproximago ou identidade perigosa entre o leitor/espectador ¢ 0 problema da conservacao das florestas. Assim, poderfamos observar que Brecht consegue chamar a atengo para uma visio colonialista de nosso pais, primeiro através do distanciamento/estranhamento geogrifico e do apelo ao ex6tico e Ahipérbole e, recentemente, pela proximidade e iden- tidade do piblico alemio com o probleme, esta tltima uma estratégia nada brechtiana, mas imposta pela hist6ria, Face a0 exposto acima, como poderia ser areago do leitor/espec- tador brasileiro diante desta imagem do Brasil? Poderemos nés dizer, ne Ribeiro de Sousa, C.~ Brecht: Baal por exemplo, que em relago ao leitor/espectador brasileiro urbano néo iamento e, portanto, a identificagao do problema desencadea- léncia das paixdes, obliterando a capacidade de raciocinar e re- solver o problema? Talvez isso tivesse acontecido apenas com uma parte do piblico, precisamente aquele pablico mais exigentee intelectualizado, J4 que para a grande maioria dos brasileiros, a floresta é tio ou mais istante quanto para os alemées, pois nossa consciéncia ecol6gica ainda Ebaixa. Mas, ao que parece este detalhe nesta pega de Brecht nao chegou ‘a impressionar o leitor/espectador brasileiro, jé que sua atengdo se pren- ddeu com exchusividade A novissima maneira de fazer teatro. Sabe-se que os modemistas brasileiros, Mario de Andrade, Murilo Mandes, Anibal Machado, José Femando Cameiro, fo os primeiros a terem noticias do teatro politico alemiio (Piscator) e, depois, de Brecht, via revistas francesas. Brecht chega ao Brasil em encenago e em tradu- io em 1958 ¢ 1959 respectivamente, enquanto o boom das tradugdes € das encenag6es est concentrado nas décadas de 70 e 80 — uma época {raumatizada pelos anos de censura da Ditadura Militar, ansiosa por re- ‘cuperar a identidade nacional e popular e por justamente libertar-se do colonialisino e da dependéncia cultural Baal foi publicada pela primeira vez no primeiro tomo do Teatro ‘Completo em 12 volumes, organizado por Wolfgang Bader e Femando Peixoto em 1986 (terminado s6 em 1996), mas foi encenada jé em 1971 pelo grupo ““Tese” no teatro SEDES da PUC com a dizegio de Roberto Lage; em 1972 no teatro Malia de Belo Horizonte com a dirego de Ronaldo Brando; em 1982 na Escola de Arte Dramtica da ECA/USP ‘no teatro So Pedro em Sio Paulo coma diregio de Marcio Aurélio, s6 para citar as primeiras, 0 que ficou de Brecht, porém, néo foi a imitago, mas a ligto de ue o teatro deve “operar também no sentido da emancipagao dos povos fang da encenagao desmistificadora das teses qu ssubserviencia.” (Lowa 1987: 96) Pandaemonium Ger. n. 4, p. 109-123, 2000 us Volte-se & sala de jantar do st. Mech, onde a conversa continua com o objetivo de convencer Baal a deixar editar as suas poesias. Talvez este seja 0 nico momento em que o leitor/espectador alemo encontre empatia com o espeticulo que se desenrola no livro ou no paleo & sua frent jantar entre burgueses amigos, durante a tessinura de um pos- negécio com a poesia No entanto, Beal, em ver de dar atengZo & converse, comeca antes ‘aseduzir a prépria anfitria,asra, Emilia Mech, acariciando-lhe 0 brago a vista de todos, pelo que o jantar termina mal, com ost. Mech levantando- me todos os animais do bom pode lider. Vamos Emilie, vamos, meus ‘Deus. Mas com animais senhores.” (Brecar 1965: De um lado, entio, temos um espaco explorado longinquo - 0 brasileiro ~e um homem explorador — 0 alemio sr. Mech. De outro um espago de riqueza préximo ~ a sala de jantar ~ um burgues rico com ‘veleidades de mecenas ¢ um jovem poeta pobre 2 quem pretensamente quer ajudar, editando os seus poemas. Como este titimo negécio entre o rico Mech e 0 pobre Baal nfo GA certo, a peca de Brecht passa a ocupar-se exclusivamente com a apresentago de Baal e de seu mundo ou submundo — 0 mundo do povo. Da figura fsica de Baal temos apenas as indicagdes do st. Mech: Baal “tem o crnio igual ao de um homem do arquipélago da Malésia, ‘que tinha o habito de se fazer chicotear antes de ir ‘para o trabalho, S6 assim € que trabalhava 3), fazendo-nos associar Beal a figura imaginéria de um escravo. Os outros convivas, porém, criam outras. 16 Ribeiro de Sousa, C.— Brecht: Baal associagdes que, por sua vez, também estimulam o imagindrio do leitor/ espectador. Para uma jovem senhora, presente ao jantar, Baal lembra ‘Walt Whitmann, Na opinigo de um outro homem, também presente, Baal “tem antes qualquer coisa de Verhaeren”, Para Piller, Baal é 0 Verlaine aleméo, até na fisionomia, Lembra também Lomibroso, Segundo a jo- vein senhora, todavia, Baal tem sobre os poetas citados a vantagem de sermuito mais indecente, Alude-se aqui a uma indecéncia que, embora encoberta por tabus, continua espicagando a curiosidade e a imaginagéo dos burgueses. Baal, visto por ele mesmo, tem “a cabeca inchada de vento, enos pélos das axilas [traz] preso 0 cheiro dos campos. O ar treme como se estivesse béebado de aguardente.” Diz ele: “A minha alma, irmio, € 0 gemer dos campos de trigo, quando estiio agitados pelo vento, e 0 bri- Iho nos olhos de dois insectos que se querem devorar.” (ib.: 153)* Ov ainda: “A aguardente branca é o meu bastdo de apoio. Desde que @ neve goteja da sarjeta, ela espelha o meu papel e permance impavidae serena. Mas agora tremem-me as mos. Como se os corpos ainda esti- vessem dentro delas,...] O coragao bate como uma pata de cavalo.” (ib.: 138" Baal mostra-scafinal, em vérias cenas, mais pelo modo como vé o mundo. Esta visio de mundo de Baal é-nos veiculada através de seu embate com a realidade burguesa a que acabamos de aludir, através de algumas das poesias escritas por Baal, através de sua integraciio com a © Mein) Sens aufgoblason vor Wind, in dem Haar der Achselhsble (hingt sir] der Gera ‘Meine Seeie, Bruder, ist das Achzen der Komfelder, wenn Wind wilzen, und das Funkeln in den Augen 2weier Insekter wollen.” (p. 65) 7 “Der weile Schnaps ist mein Stecken und Stab. Er spiegelt, seit der Schnee von er Gosse topft, mein Papier und blieb unberrt. Aber je Hinde. Als ob die Leiber noch in nen drin wien. (.) Das Herz Pferdefu8."(p.52) Pandaemonium Ger. n. 4, p. 109-123, 2000 un? ‘natureza, através de seu relacionamento com as mulheres, através de seu Comportamento em relagdo aos amigos ¢ aos homens do povo em geral ‘também através da plasticidade da linguagem que emprega, Quando deparado com o mundo burgués, como na cena do jantar, percebemos que Baal ndo respeita as regras desse mundo, nem quanto & etiqueta que pede modetago na bebida, respeito 2s damas ¢ atengio & conversa do anfitriéo, Baal no s6 bebe exageradamente, como nio presta atengao & conversa do st. Mech, como ainda Ihe seduza mulher. No café-concerto, onde canta seus poemas em troca de aguardente, tar bém nao respeita o trato feito e abandona o recinto, deixando 0 piblico sem o seu espetéculo. 8, portanto, um poeta rebelde e irreverent. ‘A primeira poesia de Baal lida pela jovem senbora, ainda durante 6 jantar na casa de Mech, ecoa como uma agressio ao recinto em que é lida e, no entanto, isso parece nao ser entendido, pois que é elogiada, talvez porque se tem em vista apenas 0 lucro possivel com sua publica- ‘slo. Opoema exibe fortes tragos expressionistas, sendo um deles aespe- xanga na criagio de um mundo ¢ de urn homem novos e outro a participa- ‘¢80 dos poetas nessa criagao. Diz o poema: 0 posta foge aos acordes bilhantes. ‘Mas chicoteia tambores estridentes excita o povo com frases entrecortadas. O novo mundo ‘exterminando.0 mundo da fortna sha da humanidade fia, Discursos, Manifestos. Cantos de trbunos. que. novo estado santo estado seja apregoado 18 Ribeiro de Sousa, C.- Brecht: Bzal « penetre no sangue dos poves sangue do seu sangue Chegou o Paraiso vamos alargar a atmosfera do tempo de lute! — Aprendei! Prepars-vos! Excrcitai-vost” (ibs 1148)" ‘Num outro poema, cantado por Baal, de novo a destruigzo do mundo burgués € anunciada: .gar que cl tnha sobre a tera no ea arelva do tdmulo dos pais. "Nao era 0 confessions nfo era acama das prostiutas ‘io era um colo gordo, branco mole momo. “Der Dichter meidet stahlende Akkorde. / Er stat durch Tuben, peitseht die “Trommel schril./Errei6t das Volk auf mit gehackten Sitzen. / Die neue Welt/ °Onge éfilha de Edeu, uma divindade da mitologiagrege ligada ao vinho, &seme- thanga de Dionisio, m8 de Meleagro e esposa de Andraimon, Baal evoca-a ‘como sua musa inspradora, desencadeando uma associagéo entre seu nome 2.0 {de seu pa coma face isracional do homem e suas paixdes desenfreadas, na rilha dos ideais expressionist. Pandaemonium Get.n. 4, p. 109-123, 2000 ns ‘£.um lugar onde nos sentimos bem porque por cima hé estelas © por baixo nevoeiro, ‘Um lugar simplesmente maravilhoso onde ‘mesmo na noite de casamenio se pode estar sbzinho, ‘Unn lugar de humnildade {que ripidamende nos faz reconhever ‘que somos apenas homens endo temos 0 direito de guardar para nds seja o que for ‘Um lugar de sabedoria onde podemos prepaar a bartiga para novos prazeres. ‘Onde fazemos qualquer coisa para nosso bem

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