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Ccoureko Eoucncsooscnimcn PEE Tomaz Tadeu da Silva (org.) contro Gh a. eau “Ciatgetons Ey Kathryn Woodward ~ Lieder regulades ~ A pedagogia consratvio e otras formas de govern do “Toma Tad ds Si (org) =A falsieasao do consenso Simlacr «posi na ‘forma educaclonal do neliberalisno Pablo Gent Toe donde San ene Caras Identidade e diferenga jag itor een in Aperepeciva dos Estudos Cuts Mara Menvela Alves Garcia “Traduges: Tomar Tadeu daSilva adn lteraonn de Cttgnio ma Pabene (1 ‘Clinars Brass do Lr, SP Brash Pept be, 202 ewe Th nous eae Gorm Soc Povo ‘Stel “Chet ony dito Kay Nove cme Tote aon: pepe ae ts cep 0p ven 157 Pn a om tag ino. pin ii sig We te "aon dsm doy pee ge ‘ati spp Seeder ‘Sut 56. cba cam aang dt. Psp Ela cs ates 2 ‘wpa ‘oe oa Nat peep ot nai gluse ou wa as ee ‘Geeaeepuny agua on ener stators dicen ‘Boag com se fi? ics ‘rou is AS Den ‘Baad came ona sonora. | ‘Stet compose imps pe rs i Sumario 1 dentidade e dlerenga: ume intotugao ‘wéricae concetua, 7 Katyn Woodward 2. produgi social da identdade © a derenca, 73, Tomae Tadeu da Siva 8. Quom procisa da identidade?, 108 ‘Stuart Hall Identidade e diferenga; uma introdugao teérica e conceitual ‘Kathryn Woodward Introdugao O escritoreredialsta Michal IgnaiefTconta segunte histria, a qual se passa no coatexto de um pas laced pla gucra, antiga Iugoslvis Sto quatro hors da mink. Exton posted comand nila seria eal eoumacass de arend bandon 2SU metros daa de rere erat.» a Bos mas ts zm de eres ds Code ent O md ni st ‘ns oands soda note a lea rw e as ‘tocar tos vezes, pss cages de bac, "sta éuma gerade cidade equena. Toso mindocontece ‘edo mundo: ees foram, odo, tesco jas snes do ‘ver alguns dees waalbvar na nem fin hao "van as meses gts, Toe ol else somuna Plo io “aka do esa roca ine is ose por seas respetivs names Depots nem del para Exiou filo com eldaos sei - reservists casa, nia, que perm etar on css car Esto ‘entando competes porque viihos conga eta ‘ar uns aos curs. igo prezameni, qo io conse Linistio nfo essencialstafocalizara as diferengas, sion ‘como as caracterstcas comuns ou partthadss, tanto entre os propos sérvios quanto entre os srvios utes grupos inicos. Uma definigdo nko essencialistaprestarieatencda ‘sunbeds formas pela quas a definigdo daquilo ques niica ser um “sérvio”tém mudado ao longo dos seeulon, Ao afitmar a primazia de uma identidade - por exem, Plo, adosérvio~parece necessérionio apenas coloct-la emoposisioauma outa identidade que 6 enti, desvalo- ‘lea, mas também reivindicar alguna identidade stevia “verdadira” auténtica, que tera permanecid igual oon ‘ge do tempo, Mas é isso o que ocors? A identidade tna? eee Seer nek ane See caer eine ea eee eee ee een ae ee ce eer —— centro cem pee oat seni ioc inborn sniidette gn eae rion tee porexempio, os sistemas reresenteionais que marcam ad fereoga podem ineluir um uniferme, uma bandeira nacional ‘ou mesmo os eigaros queso fimados). 5. Aidenidde et vinouida ambi a condiesso- cia emaeriiSeum grupos sinbolcamente arco como oinimigocucone uw estes us porgue Epo tedsslmente end cet deomagens Fai, Porexenplo, cig ara dstngles ues re Senos arn ns eager soca ene sis ecto, 6.0 social smb referemsea dls process d- fees rascals necessroparasconsrsioes minuto das denne Armareasae imbcaGomeio Belo qual dnnos senda prddease lage ons de. Find, press am ech quem neil formed dferencnta social que es casings diferenea so “vividas” nas relagdes sociais. sen 1. Aconctiualiagodaidtidde nvale ocxame dos sistas elasifeatros qe stra como alg so. Gist oranda por esemplo, oa vidi mo menos dain grapon em oes $. Alps dione so marcas, mas nese proceso gums ies os ose cer ttt da dentiade onl pe om ren classe ¢ diferengas de género, aa se cei an Sean Scoadenneaa 10, Precisamos, sinda,explicar por ques pessoas assa- ‘mem suas posighes de identidade ese Hdenaficam com elas. for que as pessoas investem nas posiqdes que os discursos aidentidude thes oferese? O nivel psguico também deve fer parte da explicagio; trata-se de uma dimensio que, jumtamente com & simbolica ¢ e social, € necessria pare ‘uns completa conceitualizago da identidade. Todos esses ‘lementos contibuem para explicar como as identidedes So formadas e mania, 1. Por que 0 conceito de identidade 6 importante? ‘ima das iscussdescentras sobre a identidade concen tr-se 1a tens eae 0 extencalismo eo mio esseneialsmo. (O exsencalismo pode fundamentar sus afimagBes tanto na histria quanto na biologix; por exemplo,certos movimentos politicos podem busca alguma certeza na afirmagao da iden Fade apelando sjaa"verdade” fxade um passadopartlha- Go sejae“verdades”biolbgieas. O corpo € un dos lease ‘olvidos no estabelecimento das fontiras que definem quer és somos, servindo de fandamento para a identidade~ por xemplo, para idetidade sexual, F necessiro,eniretanto, ‘eivindiar uma base bilogica pare identdede sexual? A mnaternidade€ outro exemplo:no qual identidade parece «= {ar biologicamente Fundamentad. Por outro lado, o8 mov tmentosdticos ou religios0s ou nacinalisasfrequentemen {evevindicam uma cultura ou uma histria comum como 0 findamento de sv identiade, O essencialismo assume as in diferentes formas, cama se demorstounadiscusio so- tre aantga ugoslivia. E possve afrmar aidentidadeénica ‘ou nacional sem reivindicar uma hstria que possa se eet petada para servir de base pare uma identidedefixa? Queal- {erativasexistem aesratégia de basear a identidade a cer- {eee esocncialista? Seri quo as identidades so fuidase m= antes? Vé-les como fluias e mutantes &compativel com 2 Sustentagdo de um projet politic? Essas questi ilustram 1s tensées que existem entre as concepydesconstrucioniatas as concepydes essencialisias de ilentidade Para justticar porque estamos analissnd o onceite de ‘entidade precisamosexaminata forma como identiade seinseren0“ircuitods cultura" hemcomo.a forms come ede imegce ataneetey es {cnt Mew ondfvne-nocando cain Vaan see Seesaw Lf 1S; Fgen2-O ceo dear apd Pal de Gay tl (97. identidade ea diferenga se relacionam com a disussio so- bre representacdo (HALL, 1997), Para compreender o que faz da identidede um conceito to central, presisamos exa- ‘minar a preocupagdes eontemporineas com quesibes de identidadeem diferentes niveis. Naarena global, por exerh~ plo, existem preocupagées com as identidades nacionais e fom as identidadesétiess; em um contexto mais “local, existem preocupacdes com a identdade pessoal come, por cexemplo, com as relagdes pessoais e com a politi sexual $i uma discussdo que sugere que, nas iltimas déeads, es. to ocorrendo mudangus no campo da identidade~ mudan- ‘28 que chegam ao ponto de produzir uma “erse da identi- dade”. Fm que medida oqueestdacontecendo hoje no mun do sustentaoargumentode que exsiouma eisede identi de € 0 que significa fazer uma tal afrmasio? [so implica ‘examinar a foema como a8 identdades #30 formadas e 05 processos que esto a envolvdos.Implicaambém pergun- tarem que media as identidades so fixas ou, de forma al ‘erative, fuidas e cambiantes. Comegaremos 8 discusio ‘com o lugar da identidade no “eiseuto da culture 1d Kdetidade e representagio Porque estamos extminando a idemidade ea diferenga? ‘Ao cxamina sistemas derepresentagio €necessrio anlisar arelagdo entre cultura e significado (HALL, 1997). $6 pode- ‘mos compreender os significadosenvalvidos neste sistemas setivermosalguma deiasabrequaisposicbesde-sueta eles produzem e como nés, como suetos, podemos ser posicio- nadosem seu interior. Aqui estaremos tratando de un outro ‘momento do “creuto da cultura: aquele em que foco se desloca dos sistemas de epreseniasio para a identidades produzidas por aqueles sistemas. A representa inclu as prética de significaeo eos sis ‘ems smbblics por meio ds quis signficados so pro “dusts, potcionando-nos como suit. E por meio dos sig- iicadosproguzidos pelasreprevetagbes que dares seni- oii nossa experiéncia edquilo que somes. Podemosinela- sive sugerir que esses sistemas smbélicos tomar possivel sauilo que somes eequilo no qual podemos nos tomar. Are- preseniagto, compreendida como um process cla, esta- beece identades individuisccoletivas cos sistemas sm- blicos nos quuis ele se hiscia fornecem passives resposas As quesdes: Quem eu sou? O que eu poderia Ser? Quem et ‘quero er? Os diseursos eo sistemas de representasio.cons- ‘upem os lugares 2 partir dos quas os indviduos poder se posicionar a partir dos quais podem falar. Por exemplo, rarativa das telenovelas a semidtca da publicidad aja- dam a consrureertas identidades de nero (GLEDHILL, 1997; Nixon, 1997), Em momentos particulars, as promo” ‘Bes de marketing podem consruirnovas identidades como, pr exemplo, 0 “novo homem” das décadas de 1980 e de 1900, identdades das quis podemos nos apropriare que po- ‘demos econstruir para nosso uso, A midi nos diz camo de- vemos ocupar uma posigdo-de-ujeito particule ~oadol cente “espero”, otabalhador em ascensio ou ame sens vel, Osanincies si serio “afcazes” no seu objetivo de nos vender coisas se tiverem aplo paras consumes ee for- recerem imagens com as quai eles passant s identifica. E claro, pos, que a produto de signticades ea produc des dentidades que so posicionsdas nos (e pelos) sistemas de representago esto exreitamentevincuadas,Odeslocamen= ‘to, equ, para uma énasenaidentidade Gum deslocamento de ‘nfase~ um deslocamente que muda o foco: da representa- ‘fo para as identidades, A éafase na representagio eo pape-chave de eulura nt produgio dos signticados que perieiam todas as relagdes socials evar, assim, uma preocupagso coma identificagao (NIXON, 1997, Esse conesito, que descreveo proces pelo qual nos idenificamos com os outos, sea pla auséncia de Uma conscincia de diferenea ouch seperaglo, ea coma te sult de supesassimilaridades, tem sua origem na pic nls. A identified & um conceita central na compreensio ‘que aexanga tem, na fase edipiana, de sua propia scvagao ‘otio um Susito sexuado, O conceio de ideatiicagd tem sido refomado, nos Estudos Culturas, mais especifiamente na teoria do cinema, para explicara fate tivo de desejos inconsientesrelativamente a pessoas ou a imagens, fazend ‘com que sca possvel nos vermos na imagem ou na persone _gem apresentadanatela,Difeentessignifeados so prodi- ‘dos por diferentes sistemas simbélicos, mas esses significa dos so contestados cambiantes, Pode-selevantar questes sobre o poder da representa foe sobre como e por que alguns significado sto preferi- os elativamente a outros. Todas aspiticas de signifieagio ‘que produzem significadosenvolvem relacbes de poe, i= cluindoo poder para dfinic quem éincluidoequem éexclui- 4o, A cultura molda aidentidade ao da sentido & experién cia € ao tomar possivel opar, ene as viras identidades possives, por um modo especifico de subjtividade ~ tal, comoads feminilidade lois edistante ou ads masculinida e atva atrativa e sofistcada dos andncios do Walkman da Sony (DU GAY & HALL eal, 1997), Somos constani- dos, entretanto, no apenas pela gama de possbiidades que ‘cultura oferece, isto €, pela variedade de representages smblicss, mas também pols relagBes sociis, Como arg rmenta Jonathan Rutherford, (a desde mara encanto de ast passe ont 25 relies sac cult coonmien magus ive ‘mos agora [Jt identdad inteeegio de soa ils oviinas com a lads econdas eplicas des ovina e dominio" RUTHERFORD, 1990: 19-20). dos de trabalho, A migragdo dos trabalhadores nko é ob Viamente, nova, masa globalizaco esti estreitamente sso ada &acelerago da migra. Motivedas pela nevessida- de econdmica, as pessoas tém se espalhado pelo globo, de rma que “a migrago intemacional é parte de umn revols- 0 trarsnacional que estéremodelando as sociedades ea politica a0 redor do globo” (CASTLES & MILLER: 1993 5), A migrasdo tem impactos tanta sabre o pais de origem ‘quanto sobre o pais de destino, Porexemplo, como resul- tudo do processo de imigragio, muitas eidades europei apresentam exempos de comunidades ¢euleurasdiversii- cadas, Existem, nt Grl-Bretanha, muitos destes exeniples, ‘ncluindo comunidades asiticas em Bradford Leicester, ¢ partes de Londres, ais como Brixton, ou em St Paul's, em Bristol. A mignagto produs identidades pluris, nas tam- ‘bém identdades contestaas, em um processo que €carac. ‘erizado por grandes desigualdades. A migagio€ um pro- ‘e860 caractritio da desigualdade em termos de desen- volvimento, Nesse process, 0 fator de “expulsi0” dos pai- ‘ses pobres € mas forte do queo fetor de “atragG0” das socie~

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