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58 MELANIE KLSIN — ESTILO 8 PENSAMENTO ‘da existéncia humana,’ Melanie Klein coresponde ao gyotescoe viseral da cultuca poplar fo bem expla por Bakhtin 0s textos medic rence, Tinto ns suas comune com seus pacientes (mesmo as criangas), como nas suas teorizagdes, M canie Klein vai fundo e nfio teme a tealidade dos Procegsos psi ani cos massed em gues dimenaSos mais bizarras © juenos bem- comportadas. E como se ela estvesse nos cosinando setae ~ a linguagem primitiv poder onrom comet com reali mis rotun de a individuo ¢ de nés mesmos, em um plano em que mente e corpo formam uma nica e complexa unidade. isa tergum modus ferarum para descrever 5. Lembremo-nos do famoso coitus a tergt cover uma dada posigo sexual em que, Freud supunha, um de seus pacien flagrara os préprios pais. IPEQUENA RECONSTITUICAO DA HISTORIA DOS SISTEMAS KLEINIANOS A década de 1920 e as questdes do conhecimento € da inibic&o intelectual Motosie Kiein, como se viu,comegou a farer suas observa- {8 clinicas © a eserever e apresentar seus trabalhos em congren, $05 no infeio da década de 1920, e seré essa primeira parte de sea Binalidade de muitas de suas intuigdes, ¢ pela coragem de suas pro- Postas clinicas © tedricas, apesar de ser uma recém-chegada, Como vimos no capitulo anterior, a perspectiva e o estilo Klei- nianos revelam a importancia por ela conferida & violéncia dos ins- tntos, das emog8es ¢ dos conflitos mais precoces entre forgas an. {agOnicas. Uma intensidade de afetos e impulsos desproporcional 4 capacidade de contengao e organizagto do psiquismo infahtl. A pa Bees de Iybris como ruptara do méivon, da “justa medida”, fol por ela invocada em um de seus tltimos trabalhos, “Algumas retiex®es sobre a Oréstia”, publicado apés sua morte, em 1963, porém, & preocupasio com 0 excesso, a desinesura e a insaciabi* lidade do desejo maicou o seu pensamento desde os primsrdios, Ena “cus primeiros textos, Kien fala dessa ybris por exceléncia que € 60 ‘Mare Kizin ~ ESvIL.0 E PENSAMBNTO a voracidade presente no dinamisio oral, anal ¢ fico, A voreci- dade, na sua dimensfo propriamente oral, se expressa por meio das fenteias de suogio vampiresca e de incorporaso oral do objeto de ior Biv sua manifestagfo sédico-anal, a voracidade se express polo excesto de possessividade, do desejo de controlpe completo aoe info muscular sobre 0 objeto ~ que leva o dinanyismo esfine- tcriano & fantasia de estreitar e estrangular o objeto. Na sua forma total efalica, trata-e da ambigio desmesurada, ou ainda da com- petigfo ¢ das fantasias de penetrar, tomar posse e trunfar sobre 0 Beto, Em so texto “Tendéncascriminosas em eriangas normals (1927), por exemplo, ela sugere que 0 imaginétio sidico © idéias se- relhentes bs que levaram aos pies crimes também esto presentes no desenvolvimento pormal dos bebés ¢ das criangas. . . Tniretanto, indo além da énfase no excesso e na violéacia pulsional ume de suas intuigbes mais geniais dese perfodo foi & escoberia de que a violencia plsional sof uma iflexo “sobre a propria pessoa”, originando o que ela velo a chamar de um seivego precoce, ou 0 que poderiamos nomeat de "moralidade do “ite! Essesuperego pulsional € uma concepsto que envolve ¢ qogio de que as primeras formas de contraporse a certs moyses pulstonais so denatreza também polsional fo as prprias for oid que, dispostas umas conta as ontras, cram e888 Dimes forma ie “nterdigio”. A identfcago ea interpreta des fantsing faioas mostram que a intensidade do amor pré-genital ¢ @ Sifculade de moder produzem uma espécie de “iniragso" = sinsefomo de violncia, o que levou Melanie Kisin a focalizar cad yez mais seu olhar sobre @ agressividade e seus efeitos cor esas observaybes anaitcas, Melanie Klein fora ate pelo probleme diigo nec en, eo nese, josidade € ao desejo de conhecer. s saree eadiano, esce desejo de conhecer tina o suporte dt _—_ Jn decidiu nio mais chamar essa forma 1L._ No fim de sua obra, Melanie Kcin d ma enn fora eaion de moralidade de “superego”, designando um seto “A parte" Pa te pores rigores dessa forma de violEnea drigida com si meso, PEQUENA RECONSTITUICRO DA HISTORIA DOS SISTEMAS KLEINIANOS 61 puls&o de saber (as vezes chamada de pulsio epistemofilica) e estava intimamente ligado a sexualidade. Antes de Freud, a pr6pria Jinguagem bfblica expressava uma associago entre conhecer e amar sexualmente, a0 usar 0 verbo “conhecer” para referir-se a relagtio sexual. Entretanto, além de associar o amor sexual genital ao desejo de conhecer, desde os “Trés ensaios...” (1905), Freud havia considerado que grande parte da pulsio de dominio, originalmente uma pulsiio do ego, acabava se convertendo em sadismo oral e anal © podia vir a sublimar-se, transformando-se em pulsto de saber. Nessa concepgio, todo ato de conhecer pressupée uma certa cota de “dom{nio” sobre o objeto a ser conhecido (¢ talvez. um certo sadismo ~ falamos, por exemplo, em “penetrar a matéria” a ser conhecida), ¢ tanto © dinamismo oral quanto, principalmente, a pulsiio sédico-anal, com seus desdobramentos do erotismo muscular, expressam os movimentos pulsionais que dio suporte ao ato de conhecer, pois serd preciso segurar, manipular, abrir, dissecar © examinar 0 objeto a ser conhecido. Ha sempre alguma violéncia no exercicio do dominio, o que pode se desdobrar e sublimar na forma de conhecimento. Mesino sublimada, contudo, ha uma violéncia intrinseca ao ato de conhecer. A partir desse horizinte tedrico ¢ da observagio de eriangas, Melanie Klein ~ muito préxima a Freud nesse momento inicial — comegou a levantar suas primeiras hipéteses: nas criangas que apresentavam inibicdo intelectual ¢ falta de curiosidade, o sadisino infantil n&o havia sido suficientemente tolerado para que pudesse vir a transformar-se, por meio de sublimagGes, em pulsio de saber. Essas criangas néo tinham podido viver com a liberdade necesséria aemergencia de suas pulses de dominio, inicialmente pré-sexuais. Depois, quando as pulsdes de dominio jéestariam ligadas &s sexuais, tais criangas no haviam tolerado por tempo suticiente o préprio sadismo, recalcando-o prematuramente. Klein chega a falar em uma “corrida contra o tempo” para que houvesse um maior aproveitamento do sadismo a ser transformado em,pulséo de saber, Isto 6, quando a repressfo abatia-se muito cedo sobre 0 sadismo infantil, essas preciosas energias sexuais ja nfo podiam mais ser aproveitadas pela sublimagio de forma a transformar-se em curiosidade e desejo de'saber. oy ‘Means Kus — ESTILO B PENSAMENTO Devemos sublinhar que, nos seus primeiros trabalhos, 0 sadis- mo e a sexualidade encontram-se ainda bastante ontrelagados: © {que se pos verificar até os textos de 1926, Des data em diane, como se Kein fosse fleando cad ver mais impressions pels i porta da destrutividade como forgaautdnomaem relagfo 8 #100. Podemos levantar duas raz6es para esse movimento de sepa- ragio das pulses. ‘A mais ébvia é que ela havia sbracado oom tamente a idéia da pulso de morte proposta por Freud em “AIC do prinefpio de prazer” (1920), uma proposta que nfo fore mui’ acolhida em diversos oftculos freudianos, mas que sempre ton ‘com a accitagdo entusidstica de Melanie Klein. Ela niio s6 ace! a ‘a nogiio de pulsio: de morte (nos seus textos em ingles, aparece termo death instinct, “instinto de morte”), como tinha meee de de separar nitidamente a pulséo de morte das pulsbes sext is pois precisava metodologicamente do dualismo pulsional, on sets Ge dois prineios laramente opostos para dar fundamentp (60 0 a0 dinannismo psiquico, sendo que Klein sempre fol estritamente freudiana no que diz respeto &6nfase na noo de confit pain. Mas a segunda razdo € que ela precisava separat Bem das diferentes dindmicas psfquieas ou modos do individuo relaconay, te aos objetos de amor, Suas observagtes cliicas a encaminheran a dar uma certa énfase 20 modo de relay das stapes pré-geitai, quando ainda nfo exist a capacidade de cudare preocupas-s com 6 destino do “outro”, que, ais, ainda nfo sequer recone «ft tua existineiaautGnome e separada, No podendo reconhsoer di reitos, necessades ou desejos do objeto, este acaba sendo apenas algo & ser consumido e, portanto,destrufda, ou algo a ser CORE, {ado e submetido. Nesse caso, vigora ainda uma “Tei da selva" aquela que ordena “pega, mata e come” — dinamismo que ¢ #500" ciado por Melanie Klein a0 predomfnio da pulsio de nee aad oposigo essa “eid selva”, poderd insane, mas fade, We etd cultura e do social", momento de econhecimento do to como outro sujeito desejante, em que as pulsGes libidinais Bre: —_—__ 2. Esse tipo de elago de consumo ¢ aproprisgdo do objeto serdy mai tarde, chamado de “relagdo de objeto parcial”. PEQUENA RECONSTITUIGAO DA HISTORIA DOS SISTEMAS KLEINIANOS 63 valecertio, e poderd desenvolver-se uma capacidade de reconhecer © outro como auténomo ¢ como sendo um centro de subjetivida- de, com necessidades e desejos préprios. Podemos afirmar que o modo de relagio que entdo se desenvolve tem como premissa 0 re- conhecimento do outro humano como semelhante, e baseia-se em uma “lei da cultura” ou da sociedade humana. A plenitude dessa nova possibilidade, na qual predomina a pulso de vida, é uma ocorréncia tardia no desenvolvimento, mas os seus momentos ini- ciais surgom nos primeiros seis meses de vida. Ou seja, embora desde relativamente cedo haja algum entrelagamento dos dois:mo- dos de se relacionar 20 objeto, Klein precisava manter nitida a se~ paragéo entre os dois. O primeiro modo de relacionar-se seré, mais, tarde, chamado de “relago de objeto parcial” e o segundo de “re- ago de objeto total”, Essa dualidade “lei da selva”-"lei da cultura” reaparece sempre que se fala em complexo de Edipo. Hé em toda a psicandlise uma constante referencia & polaridade natureza/cultura e a consideragéio de que o complexo de Edipo celebra a passagem da natureza a cultura. Embora esses elementos nao estejam nomeados dessa maneira nos escritos kleinianos, cremos poder ser itil pensar que, para essa autora, as etapas pré-genitais da sexualidade sfio regidas pela “Iei da selva”, ¢ o objeto de amor é fundamentalmente-um objeto a ser consumido ou submetido. O que vai gradualmente chamando a atengao de Klein é que, mesmo nos primérdios da vida, hd momentos fugidios em que a crianga parece realizar um primeiro reconhecimento do outro materno como objeto total, e a autora acabaré postulando que no desmame, isto é, no momento de perda (embora momentanea) do objeto primério, hd uma primeira configurago mais nitida do objeto total, situando isso por volta dos seis meses de idade. fi interessante lembrar que, também para Freud, 0 objeto se totaliza no momento mesmo de sua perda, Assim sendo, podemos, nesses primeiros textos kleinianos, associar a din&mica pré-genital com a lei da natureza,¢, do outro lado, vincular a passagem para a “cultura” (ou o regime social) com a primeira configuragao do objeto total, que marca também o inicio do ‘complexo de Bdipo, impondo-se a necessidade de se fazer 0 luto pelo objeto perdido, para que ele seja entio reconhecido como outro 64 Mis.aNse Kunin — EStiL0 B PENSAMENTO Jhante e para que se venha a sentir culpa € preoeupagio om felagfo ‘a ele, Frisamos esse aspecto porque CS ae chewon ; ‘dar a entender o camino pelo qual Melanie Weis chet | npstese do complexo de Bdipo arcaico & a idéia de pc ficado adiante. a iva, o que sera melhor explicado aK ; ioe es re don jprimeizsescrtos de Melanie Klein: suponhamos due #7 tag veto parcial, de uma lado, e do outro, relagdo de objet eal je , feo & aqucla em que j existe um primeito reconheinent do cnr pmo um outro sujeto desejante, sejam as potaridades abe SS rizando as observagdes ca autora nesses primeizos SScr005 ‘ala idesses conceitos, ela costumava referir-se 2s relagies decisis fata er shamando-as de “pré-genitas”, © as relagées de obj! parc as ¢ “ sF nitais”. . te aeenere eomnemos 20 tema principal 60s primero aan de Kin, nb intelectual. Stas primeiras toring Sob SIO " 1“ ris textos ini intlestual noon oj aerecias deus inteesent eri sabe 2 mas for u be ee gmbotsno, «que se desenvolveu mais profundamente n0s (x! ° , “Ai Sada ‘ue vo de 1926 até 1931, principalmente em “A. import a Apemagio de sfmbolos no desenvolvimento do ego” 06°20). © “Uma consibuigko @ teoria da inibigfo inlet Oe inucioso desse proto-sistema k im Son ora ide Pétot nfo cabendo aqui um aprofundamento mai it 08 de Ge Merant, é preciso apontar que ela parti de alguns trabals Ferenozi e Jones, que faziam consideragées sobre 0 interesie Pir vordial pelo proprio corpo e colocavamn a origem da capat m 5 ogee mse erica in rian 4 (1923), Uma contribuigao a psicogénese cso) Son Con co oa ttn soe me ego Hn ee Sars PEQURNA RECONSTITUICAO DA HISTORIA DOS SISTEMAS KLEINIANOS 65 fazer simbolos em uma curiosa necessidade de se estabelecer re- lagées entre partes do corpo e aspectos do ambiente. Nessas teorias, sugere-se que, com base no erotismo do préprio corpo, ha- veria um transbordamento libidinal em dirego ao mundo, sendo que a transferéncia de libido de partes internas a partes externas garan- tiria 0 investimento do mundo e em seus objetos e 0 interesse por cles. Nas palavras de Klein: Ferenczi afirma que a base da identificagao, um estégio preliminar do simbolismo, ¢ 0 fato de que numa etapa inicial de seu desenvolvimento, a crianga tenta redescobrir os érgios de seu corpo ¢ suas atividades em todo objeto com que se depara, Ao estabelecer uma comparagiio semelhante dentro de seu préprio organismo, ela provavelmente encontra na parte superior do corpo um equivalente para cada detalhe da parte inferior imbuido de importincia afetiva, (Klein. Obras completas, v. Ip. 109) Melanie argumenta que era o “valor de prazer” de certas partes do corpo da crianga que conferia a elas um “significado simbélico-sexual”; este, por sua ver, era atribuido a partes do corpo da mie, que adquiriam, assim, uma “equivaléncia simbélica” com © corpo infantil, baseada apenas nesse valor de prazer ou desprazer, Ora, esse jé é um trabalho da imaginago: comega, assim, a idéia da construcio de um mundo intemo, pois é dessa rede de equivaléncias ue surgirio os primeiros elos de ligagao simbélica que, por sua vez, vio formar a primeira trama do “tecido” da fantasia, Temos af, também, o germe do “objeto interno” (conceito essencial ao pensamento kleiniano), por exemplo, quando o prazer oral permite que boca ¢ seio materno sejam equacionados (ow-identificados) segundo seu valor de prazer e desprazer: isso cria os objetos internos, “seio bom! ou “seio mau”, representantes da experiéncia “de prazer e desprazer no interior do psiquismo. Vale assinalar que "essa 6nfase na construgio e no dinamismo dos objetos intemos foi uma das grandes inovagGes Kleinianas, e durante um cetto tempo, “ jdma década de 1930, alguns de seus adeptos se organizaram em _ lim grupo de trabalho e estudos que se autodenominava “gcupo dos ‘Objetos internos”, 66 ‘Matanm KieiN ~ BSTIL0 B PuNSAMENTO ‘Mas vemos um poueo mais do proto-sistema Kleiniano, Bi 923 om “O papel da escola no desenvolvimento libidinal de trianga”, ela considera que as sublimagGes primétias #0 & falae prazer de movimentar-se,origindrias da tansformagio de pulsio oP ce om suas combinagBes com as pulsées oral, anal e do Grotismo muscular. Depois que os componentes ‘pulsionas transfor sen gm prazer de falas e mover-s, poderéo dar origem 3s ou mate sfommagées que escola exige, como o aprendizado da s- tas at rimétcn,e 0 desenvolvimento de coordensges moto- cae ef oofistcadas. Melanie Klein cria um modelo simples: todas ra re iaaes do ego orecisam de motivagdes sextais pa realizat- anid ge, dem lado, ese forg pulsional é neces, de outro, s rnifcndo sexual ara a angstia de castago, produindo 9» an ieenltado, Imaginemos que a libido infiltrada nos interesses curios aes dp ego possa ser infeiraente conrolada pot meio sc inibiges-A inibigdo intelectual seria um camino dreto par. ov ae rpnetaia de castragao e permitria fazer a economia do sinto- cae ae co. O aparelho psfquico ficava estruturalmente alterado, 2a rea tiveoe soido umna aboligho simblica precoce, 0 ane seré cor fade associado a8 psicoses. Percebe-se que, deseo inicio, amauta esteve preocupada em pensar mecanismos do defesa ar- totrotes ou independentes do recalque (ou da “repressz0”, ts! come aparece nos texts de psicanalistas ingleses), qué ocasionsyam uma espécie de “custo-cireuito” nos processos de simbolizagio. Mae passemos, agora, a uma das teses mnais caractersticns do ‘pensamentoklsiniano, © que jé comega a se formula? ness época. Ptamos nos referindo 2os estgios iniciais do complexo de Edipo. © perfodo entre 1926 e 1928 foi bastante fecundo pore Melanie Klin: ela dedicou-se a pensar os sous “prinefpios da anélise infantil”, e participou de um simpésio sobre 0 assunto no qual: fsteve presente Anna Freud, o que permitin uma série de polémicas taevertantes ea orescente consolidagio de sua téenica pstcanalticn do brincaz, sempre enfatizada a importancia de analisar @ angéstia f neupa, Sobre seu estilo ¢ seus procedimentos clinicos falaremos mais adiante. Por enquanto, basta-nos a ‘constatagiio de que Melanie Klein defenden a tese de que a situagio analitica com criangas deve ser equivalente & de andlise com adultos, tanto om termos da. interpretagio dos conflitos, quanto 20 fato de criangas também: Pea ) RECONSTITUIGAO DA HISTORIA DOS SISTEMAS KLEINIANOS 67 estaleceem uma neurose de tr énci ¥ ie © de transferéncia com seus anali Ese pao ae grande ctatividade ulmina, em 1928, com 8 publi de um ese textos a iors “Estos nis fem no a es 1928, Klin afrmara que o superego existia antes mos mo df eo conflito edfpico, 0 que contrariava o que ha~ vi sie postulate oe Freud, para quem o superego 6 0 “herdeiro do complexe de Hep . Esse superego primitivo, composto de ientieaes ridaes fases oral e sédico-anal, representava um fran peso pas cing, ¢ ua a aes da anise de fan ger cininur see poder de constrangimento, suavizando-o, Essa sein por cx, congo psa a superagio das inibiges in & ntcia’ ino do complexe de Bega parte coneye doe cio do ipo para 0 come; sande ao de vida, Mais tarde, ela acabaré por Uesvinelar se Blimento do supergo da guest epics segundo algunas nu gies s que postulavam uma “moralidade esfincteriana” 0 coinpleno de Edipoe, deft, muito precoce = meet uctano, esse trabalho de 1928, mais importante que de Bo em sex plano mas meta © smb, ne oe ee Ba 0 € simb6lico, isto 6, Uma esouturs de lgare cambiantese uma indica de incluso. cacao, sseneaauséncia, © gue toma possvel consiatar 9 bmplexo de Edipo desde époce do deemae, por volta dos ses ses dade, Penta que eta atenta do texto de Freud nib, sin a e angtistia” permite, com um certo grau de bord nterpretativa, chegar & hipdtese de um Edipo precoce. Levantremosahpéiese de que as observagte lcs de Melanie ising me idadosa leitura desse texto freudiano, além da contibigto da iis de Ferenczi, abritam acesso a uma nova concen do complexo de Fidipo, que sera mais tarde retomada, odo diferent, pr ules nfo-einanoscomo Lacan." , ‘omit se alla do desmame como momento de sufgimento do ‘Gompleno de 8 ipo arcaico, momento que se caracteriza to — eechencae % constituigao do objeto como total, remete- ‘deve, infuenclado Klein na fosnaloato de canons nae io de sua nova hipétese. 66 ‘Manan Kin ~ ESTiLo # PENSAMBNTO Mas vejamos.amm pouco mais do proto-sistem Kleiniano, Em y23"em "0 papel da escola no desenvolvimento libidinal da crianga”, ela considera que as sublimagées primérias so a fala © Soprazer de movimentar-se,originétias de tansformagi da pulsto ore aio em suas combinagBes com as pulses ora anal e 60 wom mugcula, Depois gue os componentes pulsionas transfor= sion em prazer de falar © mover-se, poderio dar origem 35 00° mrasanaformagBes que a escola exige, como o aprendizado da os arta e da attmética, e 0 desenvolvimento de coontenages mos”

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