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creme Propriedades Térmicas Tra Bimeticn dar a 2 @ Ns ci apn is a rh gas fenémeno da expaniso térmica (o alongamento de um material 30 ser aquecide). 0 earags0 esse tipo de tarmostato & a te bimetdica - ras de dois metais com diferentes coefcentes sd expanséo téemica, 0 quas fram unidos 2 longo de seus comprimentos. Uo alteragao na temperatura farS com que a tia dobre; com 0 aquecimento, © metal com o maior coefiiente de expansso slongars mais, induzindo 9 diregSo ds flexso mostrads ma Figura (a). Nesses tormostates,a tia bimetilica é uma bobina ou espta [Figura (b)]; es configuracio ‘Proporciona uma tra bimetlicarelativamente longa, com mals deflexSo para uma dada vatinglo de temperatura © maior precio. O metal tem o maior coeficiente de expansio esti (a) localado no lado superior dat, tal que, como aquecimento 9 bobinatende a desenroa. reso 8 extromidade da bobina enconta-e um interuptor de meretio - um pequeno bulbo de vero que contém vias goss do _merciro [Figura (6) Ese interuptor ests montado de maneira tal qu as deflexdes do extremidade da bobina (quando 2 temperatura & ‘arlads) empuuram o bulbo em uma diecSo ou em outa; de manera correspondent, o bolo de mecito i se deslocar de uma cextremidade & outra do bulbo. Quando a temperature ainge 0 ponte de controle do termostat,¢ feito contato elétric, conforme © merci 4 deloea pare uma extremidade; io liga 9 unidade de aquecimento (ou de resfismento (por exemplo, em um forno ou em um ar-condicionado). A Uunidade desiga quando uma temperatura limite é atingida e, conforme © bulbo jose desloca para a outra se inclna na outa diregSo, 0 bolsbo de merc cextremidade © 0 contato eétrco & desfit, ‘A fotografia da Figura (d) mostra as consequéncias de uma onda de ealor muito forte que sconteceu em Melbourne, Austria: trithos de trem retorcidot come 0 resultado de tensBes de uma expans3o térmica nSo previa. [As Figura (a) e (b) s50 cortesia da Elecrical-Forenis, Ray Franca, PhD, PE. A fotografia na Figura (c) & de iStockphoto. A fotografia da Figua (d) de ‘Calum Robertson! Newspix.] 666 - POR QUE ESTUDAR As Propriedades Térmicas dos Materiais? Dentre os rs tipos de materials principos, 2s cerémicas $30 05 mais suscetives 3 cheques térmicos— fatur fig que resuita das ‘tenses internas geradas no interior de uma pega cermica como 1 rewltado de rapidas mudanga na temperatura (normalmente mediante um resfiamenta). O choque térmico é geralmente um evento indesejvel,e a susetblidade de um material cerimico a ese fenémeno é uma fungi de 319 propriedades ‘téamicas © mecinicas(coeficiente de expansio térmica, Objetivos do Aprendizado condutividede térmica, médulo de elastcidade e resistencia 8 fratura). partir de um conhecimento das relagBes entre os ppardmetros do cheque térmico e ess propriedades, & posivel (1) em alguns casos, fazer as ateragies apropriadas nas ‘aractersticastérmicas efou mecénicas para tomar uma cerémica mais resistente a0 choque té (2) para um material cerdmico expecifico,estimar a variagSo maxima de temperature permisivel sem que ocorafratura. Apés extudar este capitulo, voc’ devers ser capaz de fazer 0 seguinte: 1, Definircapacidade calorifica e calor especifico. 2. Indicar © mecanismo principal pelo qual a energia térmica é assimilada nos materiais sélidos. 13. Determinaro coeficiente linear de expansio térmica dads a alteragSo no comprimento que acompanha uma mudanga de temperatura especifica. ‘4. Explicarsucintamente o fendmeno da expansio térmica grdfico da energia potencial em funcio da separagso. interatmica. 5. Definir condutividade térmica. (6. Indicar os dots mecanismos principals para a condugio de calor nos sélidos e comparar as magnitudes relativas ‘dessas contribuigées para os materiais metlicos, cerdmices e poliméricos. 2 partir de uma perspectiva at8mica, utlizando um 19.1 INTRODUGAO Propriedade térmica refere-se d resposta de um material & aplicagio de calor. Conforme um sélido absorve energia na forma de ealor, sua temperatura e suas dimensdes aumentam. A energia pode ser transportada para regides mais frias da amostra caso existam gradientes de temperatura e, por fim, a amostra pode fundir. A capacidade calorffica, ¢ expansio térmica e a condutividade térmica so propriedades que com frequéncia sao criticas para a utlizacao pratica dos solidos. 19.2 CAPACIDADE CALORIFICA ‘Um material séldo, quando aquecido,experimenta umn aumento na temperatura, o que significa ‘apacidade ealoritica que alguma enerpia foi absorvida. A capacidade calorifica é uma propriedade indicatva da hal dade de um material em absorver calor ée sua vizinhanga; cla representa a quantidade de enerpia ‘necesséria para produzir um aumento unitério na temperatura, Em termos matemiticos, a capaci- Definigdo de dade calorifica Cé expressa da seguinte maneira: capacidade ealotfica “Tazo entre a 98 variaglo de energia (coergia ganha ou Cae aoa) perdida) e a variagao de temperatura resultante ‘calor expecifico em que dQ ¢ & energia necesséria para produzir uma variagio d7 na temperatura. Normalmente, a capacidade calorifica € especificada por mol do material (p.ex., JimolK ou cal/mol'K). O ealor especifico (representado frequentemente por um ¢ mintisculo) é usado algumas vezes Ele repre- senta a capacidade calorifica por unidade de massa ¢ possui varias unidades (I/ke K, calig K, Btw/ Ib,.°F). Existem, na realidade, duas maneiras pelas quais essa propriedade pode ser medida de acordo com as condigSes ambientais que acompanham a transferéncia de calor. Uma € a capacidade calo- rifica enquanto se mantém constante 0 volume da amostra, C,; a outra se aplica a uma pressio externa constante, C,,.A magnitude de C, € quase sempre maior que a de C,entretanto, essa dife- renga é muito pequena para a maioria dos materiais s6lidos em temperaturas iguais ou abaixo da ambiente, Capacidade Calorifica Vibracional ‘Na maioria dos s6lidos, a principal maneira de assimilagdo de energia térmica € por um aumento na energia vibracional dos dtomos. Novamente, os étomos nos materiais sélidos esto vibrando constantemente em frequéncias muito altas ¢ com amplitudes relativamente pequenas. Em vez de serem independentes umas das outras, as vibragdes de dtomos adjacentes esto acopladas em vir- + 667 668 + Capitulo 19 @ PePPHOVBF LAG F O F OPAMP 2GTF oe Qe SF FoF PPM MPM DE FAECES et Fo POPP OO F Ha oe a & FO 0% 6992 Oo #9008 a of o 2 P69 6%C9 M2 & Qe Qe Pot ae & @ @ 0% 6° P20 wee Fo of 0 OCP PPP © Prsgtes rormas dos tomes na ede Prxzts eros ceo te voraites Figura 19.1. Representacio esquemitica da geracio de ondas na rede de um cristal por meio de vibragies atomicas.(Adaptado de “The Thermal Properties of Materials” por J. Ziman, Copyright © 1967 por Scientific ‘American, Inc. Todos os direitos reservados) tude de suas ligagdes atOmicas.Essas vibragdes esto coordenadas de tal modo que sto produzidas condas que se propagam pela rede,um fendmeno que esté representado na Figura 19.1. Essas ondas podem ser consideradas como ondas eldstcas ou simplesmente ondas sonoras, com comprimentos de onda pequenos e frequéncias muito altas, que se propagam através do cristal na velocidade do som.A energia térmica vibracional para um material consiste em uma série dessas ondas elisticas, com uma faixa de distribuigoes ¢ frequéncias. Apenas certos valores de enerpia sto permitidos (2 energia é dita estar quantizada), © um tinico quantum de energia vibracional ¢ chamado fénon. (Um fonon ¢ o aniilogo a0 quantum de radiagao cletromagnética, o féron.) Ocasionalmente, as préprias ondas vibracionais sio denominadas fOnons, ‘Oespalhamento térmico dos eléirons lives durante a condugdo eletrOnica (Sego 18.7) ovorne por meio dessas ondas vibracionais, ¢ essas ondas elésticas também participam do transporte de energia durante a condugio térmica (veja a Segdo 19.4). Dependéncia da Capacidade Calorifica em Relacéo @ Temperatura ‘A variagio da contribuigio vibracional para a capacidade calorifica a volume constante em fungio da temperatura est mostrada para varios solidos cristalinos relativamente simples na Figura 19.2. valor de C, ¢ igual a 0 K, mas aumenta rapidamente com a temperatura; isso corresponde & Figura 19.2 Depend@ncia da capacidade calosifica a volume constante em relagdo & temperatura; 6@ temperatura de Debye. Tempore (K) Dependéncia da ‘capacidade ealorifica (a volume constante) ‘em relagio 8 ‘temperatura, em Daixas temperaturas (préximas a0 K) Propriedades Térmicas + 669 maior habilidade das ondas na rede em elevar suas energias médias com o aumento da tempera- tura. Em baixas temperaturas, a relagio entre C, e a temperatura absoluta T 6 G=ar (19.2 fem que A é uma constante independente da temperatura. Acima do que é chamado temperatura de Debye 6,0 valor de C, se estabiliza, tomando-se essencialmente independente da temperatura ¢ assumindo um valor igual a aproximadamente 3R,em que Ré a constante dos gases. Desse forma, embora a cnergia total do material esteja aumentando com a temperatura, a quantidade de energia necesséria para produzir uma variagdo de um grau na temperatura 6 constante, Para muitos mate- riais s6lidos, o valor de @ ¢ inferior & temperatura ambiente, ¢ 25 J/molK € uma aproximagio razodvel para o valor de C, a temperatura ambiente. A Tabela 19.1 apresenta 0s calores especificos. experimentais para indmeros materiais;os valores de c, para varios outros materiais estdo relacio- nados na Tabela B8,n0 Apéndice B. Outras Contribuigées para a Capacidade Calorifica ‘Também existem outros mecanismos de absorgo de energia que podem contribuir para a capaci- dade calorifica total de um s6lido. Na maioria dos casos,no entanto, essas contribuigbes sho peque- Tabela 19.1 TabulagSo das Propriedades Térmicas para Varios Materiais c k L Material Une Ky Wo x10 Wim-ky La. WAKy x 10%) Metats Aluminio 900 a6 287 220 Cobre 386 110 398 22 Ouro 128 142 315 250 Ferro as us 80 2m Niguel 3 133 0 208 Prata 2s 197 428 213 ‘Tungstéaio 138 45 18 320 Ago 1025 86 20 S19 7 Ago inoridavel 316 02 160 189 = Latéo (70Cu-30Zn) 375 200 120 - Kovar (S4Fe-29N-17C0) 460 SL 7 280 nvar (64Fe-36Ni) 500 16 10 275 ‘Super Invar (63Fe-32Ni-SCo) 500 on 10 2,68 Certmicas Alumina (ALO) 75 16 2 2 Magnésia (MgO) 940 Bs an = Espinélio (MgAI-O,) 790 78 15,0 tna Sica fundida (i0.) 740 04 1 = Vidro de el de soda 840 90 a7 = Vidro borosslicato (Pyrex) 880 33 14 ss Polimeros Polietileno (alta massa especifica) 1850, 106-198 0,46-0,50 - Polipropileno 1925 145-180 012 - Poliestieno um 90-150 013 = Polittrafluoroetiteno (Teflon) 1050 125-216 02 - Fenolformaldi,fenslico 1590-1760 1m ous = Nailon 66 167 144 024 = Poit-isopreno ~ 20 on = «Para converter em cal/g:K, multiplique por 2.39 x 10%; para converter em Btu/lb,:°F,multiplique por 2.39 x 10- * Para converter em ("F)-', multiplique por 0,56, «Para converter em cal/si'K, mulliplique por 239 X 10; para converter em Buulfvh-F, multiplique por 0,578. «Valor medido a 100°C. «Valor médio tomado na faixa de temperaturas entre 0°C e 1000°C. 670 + Capitulo nas quando comparadas & magnitude da contribuiglo vibracional. Hé uma contribuigdo eletrOnica em que os clétrons absorvem energia pelo aumento de sua energia cinética. Entretanto, isso é pos- sivel apenas para os elétrons livres — aqueles que foram excitados de estados preenchidos para estaclos varios acima da energia de Fermi (Segio 18,6). Nos metais, apenas os elétrons em estados préximos & energia de Fermi sio capazes de tais transigies, ¢ representam apenas uma fragio muito pequena do nimero total de elétrons. Uma proporgio ainda menor dos elétrons experi- menta excitagdo nos materias isolantes ¢ semicondutores. Dessa forma, essa contribuigio eletrd- nica ¢, em geral, insignificante, exceto em temperaturas préximas a 0 K. ‘Além disso, em alguns materiais, outros processos de absorgdo de energia ocorrem em tempe- raturas especilicas ~ por exemploa transformagdo aleat6ria dos spins dos elétrons em um material ferromagnético quando este ¢ aquecido acima de sua temperatura de Curie. Um grande pico é pro- duzido na curva para a capacidade calorifica em fungo da temperatura na temperatura em que corre essa transformagao. 19.3 EXPANSAO TERMICA Dependéncia da fragio da variagio do ‘comprimento em relagiio a0 coeficiente linear de ‘expansio térmica ¢ & variagdo na ‘temperatura, na cexpansio térmica coeficiente linear de ‘expansio térmica Dependéneia da fragio da variagio do volume em relagéo 20 coeficiente volumétrico de expanséo térmica e 8 variagio na ‘temperatura, na cexpansio térmica ‘A maioria dos materiais s6lidos se expande quando € aquecida ¢ se contrai quando ¢ resfriada. A \ariagio no comprimento em fungdo da temperatura para um material sdlido pode ser expressa da seguinte maneira; (19a) ou A gar (29.30) 4 em que I, ¢ I,representam, respectivamente, 0s comprimentos inicial e final para uma variagio de temperatura de T, até TO parimetro a, 6 denominado coeficiente linear de expansio térmica; cle 6 uma propriedade do material, que indica 0 grau pelo qual um material se expande quando aquecido, ¢ possui unidades do inverso da temperatura [(°C)~' ou (°F)-*]. Obviamente, 0 aqueci- mento ou o resfriamento afeta todas as dimensoes de um corpo, com consequente alterago no volume. A variagdo do volume em fungi da temperatura pode ser calculada por Sm abt (a9) em que AV € V, sio, respectivamente, a variaco no volume e o volume original, ¢ a, simboliza 0 coeficiente volumétrico de expansao térmica. Em muitos materiais,o valor de a, € anisotr6pico; ou seja, cle depende da diregao cristalografica a0 longo da qual € medido. Para os materiais em que @ expansio térmica é isotropica, a, vale aproximadamente 3a, ‘A partir de uma perspectiva atOmica, a expansio térmica reflete um aumento na distincia, média entre os étomos. Esse fendmeno pode set mais bem compreendido consultando-se a curva da energia potencial em fungio do espagamento interat6mico para um material sélido, que foi introduzida anteriormente (Figura 28h) e que esta reproduzida na Figura 19.34. A curva esté na forma de um pogo ou vale da energia potencial,e 0 espagamento interatOmico de equilfbrio a 0K, r.,corresponde a0 ponto minimo no pogo. O aquecimento até temperaturas sucessivamente mais elevadas (77, 7.7, etc. aumenta a energia vibracional de E, para £ para E, ¢ assim por diante. A amplitude média da vibracdo de um étomo corresponde a largura do pogo em cada temperatura, a distancia interatémica média € representada pela posicéo intermedidria, que aumenta em fungdo da temperatura de r, para r,, para r,€ assim por diante. “A expansio térmica se deve,na realidade, a curvatura assimétrica desse pogo de energia poten- cial ¢ nao as maiores amplitudes vibracionais dos étomos com o aumento da temperatura. so curva para a energia potencial fosse simétrica (Figura 19.35), néio haveria qualquer variagao resul- tante na separagao interatémica ¢, consequentemente, nio haveria expansdo térmica. Para cada classe de materiais (metais, ceramicas ¢ polimeros), quanto maior a energia da liga io at0mica, mais profundo e mais estreito seré esse pogo de energia potencial. Como resultado, 0 ‘aumento na separagio interatOmica em fungdo de uma dada elevagio na temperatura seré menor, produzindo menor valor de a,.A Tabela 19.1 lista 05 coeficientes lineares de expanséo térmica para Vrios materiais. No que se refere & dependéncia em relagdo 8 temperatura, a magnitude do coefi- choque térmico Propriedades Térmicas + 671 Distilaintrtrea Distinla intra @ o Figura 19.3 (a) Gréfieo da eneria potencil em fungHo a cistinca inteetdmica, demonstrando 0 aumento na separagie interatOmica Goma elevagio da emperatura. No aquecimento, a separaeio interatOmica amenta der para para re asim por dante (b) Para uma curva da energia potenal em fungio da distincia interatOmica com formato simétrco, no existe qualquer aumento na Separaqa0 interatomica devido @ uma elevacto da temperatura (isto &7, (Acapiado de RM. Rose, L.A. Shepard eJ. Wlll, The Sirucure and Properties of Material, Vol. , Elecironie Properties. Copyright © 1966 por ohn Wiley & Sons, Nova York. Reimpresso sob permissdo de Joh Wiley & Sons, Inc) ciente de expansio aumenta com a elevago da temperatura. Os valores na Tabela 19.1 foram. tomados & temperatura ambiente, a menos que indicado ao contrério. Uma lista mais completa de coeficientes de expanséo térmica € fornecida na Tabela B6, no Apéndice B. Metais ‘Como indicado na Tabela 19.1, 08 coeficientes lineares de expansio térmica para alguns dos metais, ‘mais comuns variam entre aproximadamente 5 x 10 * (°C) *¢ 25 x 10 * CC). ‘esses valores sio intermedisrios em magnitude entre os dos materiais cerdmicos ¢ poliméricos. Como a segio Mate- riais de Importancia (a seguir) explica, foram desenvolvidas varias ligas metdlicas de baixa expan- sio e de expansio controlada, as quais sio usedes em aplicagoes que requerem estabilidade dimen- sional frente a variagdes na temperatura, Ceramicas Em muitos materiais cermicos so encontradas forgas de ligagio interatomicas relativamente for- tes, o que se reflete em coeficientes de expansto térmica comparativamente baixos; os valores variam em geral entre aproximadamente 0,5 x 10-* (°C) ‘¢ 15 x 10* (°C) '. Para as cerdmicas aio cristalinas e também pars aquelas com estruturas cristalinas cfbicas,a,éisotr6pico. Nos demais casos ele é anisotr6pico; alguns materia cerdmicos, ao serem aquecidos se contraem em algumas diregdes cristalograticas, enquanto se expandem em outras. Pata os vidros inorg&nicos, 0 coefi- ciente de expansio depende da composigdo. A silica fundida (vidro de SiO, de alta pureza) possui um coeficiente de expansdio pequeno, 0.4 x 10 * (°C) *. Iss0 € explicado por uma baixa densidade de compactacao atOmica, al que a expansio interatOmica produz alteragdes dimensionais macros- cOpicas relativamente pequenas. (Os materiais cerdmicos que devem ser submetidos a mudangas de temperatura devem apresen- tar cocticientes de expansio térmica relativamente pequenos ¢ isotrépicos De outra forma, esses materias frégeis podem sofrer fratura em consequéncia de variagSes dimensionais nao uniformes, no que € denominado choque térmico, como sera discutido posteriormente neste capitulo. Polimeros ‘Alguns materiais poliméricos apresentam expanses térmicas muito grandes ao serem aquecidos, como indieado por coeficientes que variam desde aproximadamente 50 x 10 (°C)-* até 400 x 10-¢ (°C), Os maiores valores de a, sio encontrados para os pollmeros lineares e com ramifica- ‘8es, pois as ligagGes intermoleculares secund érias so fracas e hé quantidade pequena de ligagdes Gruzadas. Com 0 aumento da quantidade de ligagdes cruzadas, a magnitude do cocficiente de expansio térmica diminui; os menores coeficientes sAo encontrados para os polimeres termofixos em rede, tis como o fenol-formaldeido, nos quais as ligagoes s8o quase inteiramente covalentes 672 + Capitulo 19 Verificagao de Conceitos 19.1 (@) Explique por que um anel de lato na tampa de uma jarra de vidro afrouxaré quando o con- junto for aquecido, (@) Suponha que 0 anel seja feito de tungsténio, em vez de lato. Qual seré 0 efeito do aqueci ‘mento da tampa ¢ da jarra? Por qué? [A resposia esté dispontvel no site da LTC Editora.) Invar e Outras Ligas de Baixa Expansso ‘m 1896, Charles-Edouard Guillaume, da Franga, fez juma descoberta interessante ¢ importante que Ihe valeu o Prémio Nobel de Fisica em 1920: uma liga ferro- niquel que apresenta coeficiente de expansio térmica muito baixo (préximo a zero) entre a temperatura ambiente e aproximadamente 230°C, Esse material tor- nou-se 0 precursor de uma familia de ligas metdlicas de “baixa expansio” (algumas vezes chamadas de “expan- so controlada”), Sua composicio € de 64%%p Fe-36%p recebeu 0 home comercial de Invar, uma ver que 0 comprimento de uma amostra desse material é virtual- mente invaridvel com mudangas na temperatura. Seu coeficiente de expansao térmica préximo & temperatura ambiente é de 1,6 x 10° (°C) '. Pode-se supor que essa expansto proxima de zero seja explicada por uma simetria da curva para a energia poten- cial em fungao da distancia interatomica (Figura 19.36). Mas esse nao € 0 caso; em vez disso, esse comportamento esté relacionado as caracteristicas magnéticas do Invar. ‘Tanto o ferro quanto o niquel so materiais ferromagnéti- cos (Seco 20.4). Um material ferromagnético pode ser Jevado a formar um {ma permanente e forte; n0 aqueci- ‘mento, essa propriedade desaparece em uma temperatura specifica, denominada femperatura de Curie,que varia de ‘um material ferromagnético para outro (Seca0 20.6). Con- forme uma amostra de Invar é aquecida, sua tendéncia em expandir ¢ contrabalangada por um fenOmeno de contra- ‘0 que esté associado &s suas propriedades ferromagnéti- as (denominada magnetoestricedo). Acima de sua tempe- ratura de Curie (aproximadamente 230°C), 0 Invar expande-se de maneira normal, c seu coeficiente de expan- so térmica assume um valor muito maior. (© tratamento térmico e 0 processamento do Invar também afetario suas caractertsticas de expansio térmica. Os menores valores de a, sio obtidos para amostras tem- peradas a partir de temperatures elevadas (proximas @ 800°C) ¢ que foram entao trabalhadas a frio. O recozi- ‘mento leva @ um aumento em a;. ‘Outras ligas de baixa expansio foram desenvolvidas ‘Uma delas 6 chamada de Super Invar, pois seu coeficiente de expanstio térmica [0,72 x 10-* (°C)-"] é menor que 0 valor para o Invar, Entretanto, afaixa de temperaturas ao Jongo da qual suas caracteristicas de baixa expansio persis- tem é relativamente estreita, Em termos da composig0,n0 Super Invar, uma parte do nfquel no Invar é substituida por ‘outro metal ferromagnético, 0 cobalto; 0 Super Invar con- ‘tém 63 %p Fe,32%p Nie S%p Co. (Quira dessas ligas, com 0 nome comercial de Kovar, {foi projetada para ter caracteristicas de expansdo proximas, iis do vidro borossilicato (ou Pyrex); quando unida 20 Pyrex e submetida a variagoes na temperatura, sho evita- das tensbes térmicas e uma possivel fratura nas ung6es. A composigio do Kovar € 54%p Fe, 29%p Ni e 17% pCo. Essas ligas de baixa expansio sio empregadas em aplicagSes que requerem estabilidade dimensional frente a ‘lutuages na temperatura, incluindo as seguintes: ++ Péndulos de compensagao e rodas de balango para rel6gios mec&nicos. ‘+ Componentes estruturais em sistemas de medigio “pticos ¢ a laser, que requerem estabilidades T,),2 tensio é compressiva (z < 0), uma vez que a expansio da barra foi restringida. Obviamente, se a barra for resfriada (7, < T,), uma tensio de tragio serd imposta (o > 0). Além disso, « tensio na Equacdo 19.8 € 2 mesma que seria necesséria para comprimir (ou alongar) elas- ticamente a barra de volta ao seu comprimento original aps ter sido permitido que ela alongasse (ou contra(sse) livremente devido a uma variagéo na temperatura 7,7, PROBLEMA-EXEMPLO 19.1 Tensio Térmica Criada por Aquecimento ‘Uma barra de lato deve ser usada em uma aplicago que requer que suas extremidades sejam mantidas rigidas Se & temperatura ambiente [20°C (68°F)] a barra esté livre de tensdes, {qual a temperatura méxima até a qual ela pode ser aquecida sem que uma tensio de com- pressio de 172 MPa (25,000 psi) seja excedida? Assuma um médulo de elasticidade de 100 GPa (14,6 X 10 psi) para 0 latao. Solugdo Use a Equagéo 19.8 para resolver esse problema, no qual a tensio de 172 MPa € tomada como negativa. Além disso, a temperatura inicial T, € de 20°C, e a magnitude do coeficiente linear de expansio térmica obtido a partir da Tabela 19.1 € de 20,0 X 10°* (°C)~', Dessa forma, resol- ‘vendo a equagio para a temperatura final T,tem-se —172 MPa (100 10° MPa)[20 x 10 (°C) ") = 20°C + 86°C = 106°C (223°F) = 20°C — Tensées Resultantes de Gra: (Quando um corpo sélido ¢ aquecido ou resfriado, a distribuigdo interna de temperatura dependeré do seu tamanho e da sua forma, da condutividade térmica do material e da taxa de variaglo da temperatura. Tens6es térmicas podem ser geradas como um resultado de gradientes de tempera- tura ao longo de um corpo, 0s quis sio causados, com frequéncia, por um aquecimento ou resfria- mento rapido, em que a parte exterior varia de temperatura mais rapidamente que o interior; varia~ (es diferenciais nas dimensOes restringem a expansdo ou a contragao livre de elementos de volume adjacentes no interior da pega. Por exemplo, em um aquecimento, o exterior de uma amostra est mais quente e, portanto, teré se expandido mais que as regiées internas. Dessa forma, so induzidas tensdes de compresstio na superficie, as quais so equilibradas por tenses de tragio internas, As condigties de tenstio nas regides interna e externa se invertem em um resfriamento répido, tal que a superficie ¢ colocada em um estado de tragio, Choque Térmico de Materiais Frageis Para os polimeros e metais diiteis, o avio das tenses termicamente induzidas pode ocorrer por deformacao pléstica, No entanto, a falta de ductilidade da maioria das cerémicas aumenta a possi- bilidade de fratura frégil devido a essas tensdes. O resfriamento répido de um corpo frégil apre- senta maior probabilidade de causar choque térmico que o aquecimento, uma vez que as tensées superficiis induzidas so de tragio. A formagio e a propagagio de trincas a partir de defeitos na superficie so mais provaveis quando ¢ imposta uma tensio de tragdo (Seeo 128).

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