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COMO CONSTRUIR Silos de madeira 1. Concep¢8o sms sacges * A necessidade de armazenamento de cereais em grandes quanti dades tem exigido @ interferéncia do governo federal no caso dos produtos agricolas mais relevantes, como a soja, 0 milho, o feijio coarroz, Dajestar promovendo, através de instituigdes adequadas, © projeto ¢ a construgao de grandes armazéns ¢ de grandes silos Os fazendeiros, pequenos © médios, no entanto, estao fora desse processo, que atende basicamente aos grandes produtores. Para piorar, a orientagdo para projetoe para a construcao dos pequenos silos néo é comum, mesmo na literatura internacional. Para que se possa vir a construir silos para 300 t ou menos, de madeira maciga baixo custo, mas adequados a sua finalidade, sio apresen- tadas neste trabalho suas caracteristicas geométricas ¢ funcionais Parte relevante do trabalho ¢ constituida pelo dimensionamento © apresentagdo dos detalhes estruturais e construtivos, incluindo-se as fundagdes € a cobertura Os dois protstipos construidos no Lamem-Laboratério de Madei- ras e de Estruturas de Madeira foram ensaiados com arcia, repre- sentando pelo menos duas vezes a carga prevista, ¢ mostraram comportamento efetivamente satisfatério. A madeira utlizada pelo Lamem foi a peroba rosa para a estrutura e chapas de compensado para a tremonha. Mas varios outros tipos podem ser empregados, dependendo da disponibilidade regional 2. Livros basicos © norras ses ‘¢ Santos, D. - Armazenagem de gros e cereais a nivel da fazendas In: Seminario Nacional de Armazenagem, 2., Brasilia, Cibrazem, 1977. «Silos de Madeira, Dissertagao de Mestrado, Escola de Engenharia de $a0 Carlos - USP - So Carlos-SP 1978, 106p, ‘2 “Sobrepressiones en las Paredes de los Silos para Almacena- miento de Productos Pulverulentos Cohesivos”, Tese de Doutora- mento, Escola Técnica Superior de Engenheiros Industriais de Bar- celona, Universidade Politécnica de Barcelona - Barcelona - Espa. ‘tha, 1982, 318p. « "Silos de Madeira a Nivel de Fazendas” Anais do I Encontro Brasileiro em Madeirase em Estruturas de Madeira, Si0 Carlos-SP, 1984, V.6- Tépicos Especiais - 100p, "Silos de Madeira: Calculo e Experimentacdo em Modelos Redu: Zidos”, Anais do I Encontro Brasileiro em Madeiras em Estruturas ‘de Madeira, Sao Carlos-SP, 1984, V.6 Topicos Especiais - 26p. # “Recomendagdes de Fluxo e de Cargas para 0 Projeto de Silos Verticais” Tese de Livre Docéncia, Escola de Engenharia de Sao Carlos - USP - Sao Carlos-SP, 1989, 198p. Janssen, H. A. - “Experiments on grain pressures in silos", Ale- maha, 1895 ‘ Ravenet Catalan, J.- “Silos: teoria, investigacién, construccién”. Barcelona, Ed. Técnicos Asociados, 1977. v. 1 ¢ 2 ‘* Associagdo Brasileira de Normas Técnicas - “Célculo e execucao de estruturas de madeira - NB-11”. Rio de Janeiro, ABNT, 1951 « Calil Junior, Carlito - “Silos de madeira”, Orientagio do Prof. Dr. Joao Cesar Hellmeister. Sao Carlos, EESC-USP, 1978. Hellmeister, Joao Cesar - "Madeiras e estruturas de madeira” 2. ed. 4. eimp. rev. corrig. Séo Carlos, EESC-USP, 1971. (Notas de Aula), 3, Elementos de projeto suns Para que se possa projetar um silo, ¢ fundamental conhecer (© material que vai ser armazenado e todas as circunstincias que possam influir na perfeita adequagao do silo as suas finalidades. ( fluxograma das operagdes da armazenagem a granel indica ‘uma sequéncia de operagées com os cereais, que interfere com © esquema da utilizagio do silo ¢ pode — as vezes deve — influir na orientagdo de sua operacdo global. O conhecimento das condi- ‘gbes de operacdo dos silos pode ser importante no projeto funcional € até no seu projeto estrutural. Detalhes dessas condigdes podem ser conhecidos no trabalho do autor publicado nos anais do I: Ebramen, publicados pela Faculdade de Engenharia de Sao Carlos- USP. Imediatamente apés a colheita, mas dependendo das condigdes da fazenda, os cereais sio conduzidos a um armazém ou a'um terreiro para ser debulhados, seguindo-se a limpeza, secagem, car regamento de silo, expurgo, aeracéo e, finalmente, a descarga na €poca oportuna para distribuigdo a0 consumidor. A determinagao da umidade antes, durante ¢ apés 0 armazenamento pode exigit condigdes de acesso as sementes. A secagem, a acragio ¢ 0 trata- ‘mento para climinar ou controlar a proliferacao de insetos ¢ de roedores influem na escolha do seu esquema funcional. A ago dos ventos, a carga e @ descarga sao fatores da maior relevancia ro célculo estrutural do silo. 13.1 Carga e descarga do silo ‘A carga e a descarga do silo, com o produto a grancl, podem ser feitas com 0 auxtlio de varios tipos de equipamento, tis como elevadores de canecas, esteiras transportadoras de borracha lisa ou de correntes com pas, transportadores pneumatics e roscas som-fim. © transporte do produto a grane! nas operagées de descarga podera ser feito com auxilio de equipamentos ou por gravidade ‘A descarga mais simples & feita por gravidade. Para iso, 0 silo deve ser provido de um cone na base, com uma valvul para regular a saida dos cereais. Este cone deverd ficar a uma altura adequada para possibilitar a descarga direta em veiculo transportador. © fundo do silo pode ser apoiado no solo. A saida dos cereais, neste caso, pode ser lateral ou central. De qualquer maneira, 0 fundo deve ter inclinagio adequada para a saida dos cereais armaze nados, como mostra a Figura 1 Lo Descarga dos silos sm 3m pe E E ie ECRS a O87 ef} dt fom Desearge #| | osm central Descargs etundo = ‘apoiado no sole FICHA TECHNE 8 COMO CONSTRUIR DMENSOES EM CH 1 4, Teoria de célculo adotada === re Para o dimensionamento dos silos de madeira, adotou-se a teoria de Janssen com os coeficientes de sobrepressdo introduzidos por Ravenet. Em 1985, Janssen desenvolveu um estudo para o dimen: sionamento dos silos considerando as presses estaticas sobre as paredes e sobre 0 fundo do silo, apresentando uma equagao revo- nhecida internacionalmente para 0 céleulo. Janssen obteve as pres Ges laterais de carregamento em uma célula mediante a conside~ ragio do equilibrio de uma fatia elementar do produto armazenado. Suas equagdes fornecem com muita precisao as presses na célula para o estado estitico de carregamento. Entretanto, na descarga, aparecem fendmenos que aumentam as pressOes de carregamento, (sobrepressbes) nos silos. Juan Ravenet, engenheiro industrial ¢ pesquisador espanhol, indica o emprego de coeficientes para 0 aumento de pressOes devi- das descarga. Ravenet apresentou em 1980 um projeto de "Norma para Céleulo de Silos”, na I* Reunido Técnica sobre Armazenagem, na Cibrazem-Companhia Brasileira de Armazenamento, em Brast- lia, Neste projeto, sao especificados coeficientes de sobrepressao de descarga para majoracdo das pressoes estéticas de Janssen ¢ a determinagio das sobrepressoes de descarga nos silos, 5. Detalhes estruturais ¢ construtivos Sassen Os detalhes estruturais e construtivos do silo so apresentados neste capitulo, com esclarecedora série de desenhos, cortes e vistas. Nas Figuras 2 e 3, tem-se uma vista frontal e uma vista superior de uma unidade minima para armazenamento a nivel de fazenda: de 20m’ ou 15 t de cereal de densidade 0,75 t por metro eubico. ‘O estudo das Figuras 2 e 3 ¢ dos detalhes indicados nas Figuras 4 10 permite pleno entendimento da estrutura do silo: a tremonha FICHA Silos de madeira para descarga, Figuras 4, 8 ¢ 9; as cantoneiras de ago para ligaco dos anéis de madeira entre si e as colunas de madeira, Figuras 5.e 6; 0s anéis metélicos para a ligagao dos tirantes de ago, Figura 7; detalhes do encaixe e fixagao das tabuas dos modelo Figura 10. ‘Sao apresentados também neste capitulo os detalhes de um andai Ime feito de pegas de eucalipto para a construgio do silo, Figura Il, e 0 detalhe para a colocagio dos angis de madeira para 0 infeio da colocagdo das tébuas da parede, Figura 12, 6. Fundacoes No inicio do estudo dos silos admitiu-se ser mais adequado 0 silo elevado pela facilidade de descarga, Num primeiro modelo pensou-se em solidarizar as paredes do silo em oito pilates de madeira, sendo os pilares fixados na base de concreto através de cantoneiras ¢ parafusos. Para a descarga, utilizou-se uma tremonha piramidal solidarizada aos pilares do silo, tendo seu vértice clevado de 80 em da base, para a colocagao dda moega do sistema de transporte pneumatico do silo ao caminhao ‘ou do silo a outro silo. A laje de apoio foi apoiada sobre 13 brocas ‘moldadas in loco. © segundo modelo, semethante a0 primeito, teve, entretanto, seus pilares embutidos na laje © nao se utilizaram as brocas, confor. ime Figuras 13, 14€ 15. Este modelo mostrou-se mais eficiente que o primeiro sistema de tremonha ndo é de construgéo fécil ¢ torna-se impraticdvel quando se aumenta o didmetro do silo além de 3 1m, tanto construtiva como economicamente. Depois de estudo cuidadoso, destacou-se como bastante vidvel © econdmica a colocagao das paredes do silo no nivel do terreno € a tremonha embutida no solo, conforme Figura 16, No solo ose Detalhe de ligacdo do pilar ‘no 2: anel de madeira Fig. ‘Chapa de madera conpersede fren cer Parauses " (oa) Tas mets (iets a7) Parasoe — 2 Trae mtacas ov Zo Bh Ssy Detahe das Art meio de tiras metalicas Meee a sobre a chapa de madeira compensada (sito n: 2) ‘Andaime de Eucalipto Citroedora DMENSOES Ew ow TECHNE 8 COMO CONSTRUIR eseavado constr6i-se uma laje de 3 em, a S em de expessura, com tela de armagéo, As paredes do Silo deverdo apoiar-se sobre um anel eivcular de concreto solidarizado & tremonha ¢ & calgada ex tera Essa laje estard em contato com 0 solo e por isso deverd ser impermeabilizada, para evitar a passagem de umidade do solo para ‘os cereais. E posivel e as veres serd necesséria a construgdo de tum sistema de drenagem. ‘sistema de descarga continuara sendo pneumético, as tubula- «60s € 0 injetor serdo embutidos em um canal da base. Sobre esse canal deverd ser colocada uma chapa furada para permitir © acesso € a manipulagdo desses equipamentos, como se vé na Figura 16 7. Cobertura E apresentado um tipo de cobertura para os silos de madeira Para apenas uma unidade, seria possivel adotar a solugao apresen: tada na Figura 17, Julgou-se ser mais conveniente para a cobertura do silo a telha ‘ceramica tipo Marselha. A telha de barro permite manter uma temperatura interna mais baixa que a do cimento-amianto e a do alumfnio. A desvantagem da cerimica é © peso clevado, mas a estrutura do silo de madeira suporta com folga essa sobrecarga, ‘ea montagem da estrutura do telhado ajuda a enrijecer 0 silo Autor: Gartito Galil Junior, Professor da Hscola de Engenbaria de Sao Carlos 4a USP: Laboratori de Madeira Btruturas de Madeira [Fete] Disposicao das caixase istribuigdo da ferragem ina base de concreto do 2°Silo EE Fig. 14 ia ve 0 ~ compartao| Fig. 15 sae Detatho ana se ! 30316 xR Baraca para Inge apeneacto. (o guas pals, (Corte Estrutura de telhado para uma unidade armazenadora FICHA TECHNE 8 DINENSOES Ew cw

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