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COMO CONSTRUIR Reservatorios de argamassa armada 1. Concep¢do l= Os reservatérios tratados neste artigo servem tanto para tanques de armazenamento de liquidos quanto para biodigestores. Os tanques, de baixa e média capacidade destinam-se a estocagem de Iiquidos ‘em comunidades rurais onde se pretende a uilizagao de mao-de-obra local, ou em regides de dificil acesso. Eles sio construidos sobre ‘uma base apoiada na superficie do terreno, tendo seu corpo principal forma cilindricae sua cobertura de cupuia ou cone. Como acess6: rios, tem-se uma entrada de visitas na cobertura, um dispositivo para se determinar o nivel do liquido estocado © um respiro para controle da pressao interna (Os biodigestores destinam-se & produgio de gas metano, a partir dda fermentagiio do efluente obtido com 9 esterco bovino, para utiliza- ‘io em pequenas comunidades rurais. Com sua geometria mais com- plexa, o biodigestor de modelo chinés caracteriza-se por ter uma cimata (corpo principal), uma caixa de alimentagdo (entrada do cfluente ligada a base da cimara) e uma caixa de descarga (saida | do material jé digerido), situada estrategicamente em relagao a0 ivel superior do efluente dentro da cdmara, e cobertura fixa com possibilidade de acesso ao inferior. A fim de manter sua temperatura interna constante, 0 biodigestor de modelo chins ¢ construido ente1 rado no solo, sobre uma fundagio (Figura 1). Em resumo, a argamassa armada compoe-se de uma matriz de cimen- to, agregado mitido e égua, impregnada em um arcabougo metilico composto por telas de ago soldadas ou barras de aco amarradas, ‘envoltas por telas de ago tecidas, galvanizadas ou nao, ou telas de ago expandidas, 2. Livros Basicos © Norrmas !=iniannnnnnnnm # Abercrombie, Stanley — Ferrocement — Schocken Books — N York — 1977. Pama, R. P. c Lee, J. L. —Ferrocement, a versatile construction ‘material: its increasing use in Asia — Asian Institute of Technology, Bangkok, Thailand — 1976, '* Governo do Estado de Sao Paulo — Secretaria de Agricultura ¢ Abastecimento — Coordenadoria de Assisténcia Técnica Integral —Comunicado Técnico n: 27 — ISSN 0100-3607 — 1983. 3. Elementos de projeto iin 3.1 Armadura Os didmetros das barras de aco devem ser especificados em fungao do caleulo estrutural. Entretanto, para a montagem do corpo do reservat6rio é conveniente que 0 espagamento das barras verticais © dos anéis horizontais seja inferior a 20 centimetros. Essas barras deyem ser fixadas entre si por meio de arame recozido ou fio de nailon trangado, quando nao sio empregadas telaseletrossoldadas. © 3.2 Paredes |AS paredes so dimensionadas como cascas. Toma-se como despre- zivel a resisténcia &tracao da argamassa, sendo 0s esforgos de tracio totalmente absorvidos pelas armaduras. Procede-se a uma verificagao quanto a fissuragdo nas regides mais solicitadas. Como cargas perma nentes, considera-se o peso préprio da estrutura, a pressdo hidros- titica maxima do fluido no seu interior, a presso de operagao dos biodigestores ¢ © empuxo devido a0 solo, Como ago acidental, considera-se uma sobrecarga de SkPa sobre a cobertura, no caso de biodigestores. No caso de biodigestores, procede-se também verificagio da condi- {Gio do reservat6rio vazio sob a ago do empuxo do solo, atuacao dos esforgos de compressio devidos a0 peso proprio da estrutura completa (camara e cobertura) e sobrecarga = 3.3 Laje de tundo e sapata de fundacao Considera-se atuando sobre a laje de fundo a pressio hidrostética, 4 pressdo interna de operagio ¢ os esforgos cortantes junto & base da parede. Considera-se, também, que todos os esforgos atuantes sobre a laje, bem como o peso préprio da estrutura, so transmitidos ao terreno por intermédio de um radier ou de uma sapata circular rigida, verificando-se o cisalhamento na regio de apoio da parede do tanque principal sobre a base. 3.4 Cobertura Odimensionamento ¢ feito partir dos carregamentos atuantes sobre 1 cobertura, sendo tomada a envolt6ria dos esforgos mais desfavo- raveis no sentido meridional e diametral da cobertura, AMateriis 4.1 Cimento A nnormalizacio brasileira apresenta nove tipos diferentes de cimento (veja "Como construir — Estruturas de conereto” Téchne n° 2, jan/ fev 93). Para a construgéo de tanques de estocagem de liquidos « de biodigestores foram testados os cimentos tipo CPI — (cimento Portland comum), tipo CPIIT (cimento Portland de alto-forno) ¢ tipo CPIV (cimento Portland pozolinico) 4.2 Agregado middo Usar a areia lavada de granulometria média (médulo de finura com- preendido entre 2,2 e 3,30, de acordo com a NBR-7211 — EB-4) ‘As areias com excesso de particulas finas no devem ser empregadas, visto que provocam o acréscimo do consumo de cimento e aumentam aretragdo, além de interferir nas condig6es ideais de trabalhabilidade dda argamassa, Também nao devem ser utilizadas areias com altos teores de matéria organica ¢ silte, pois prejudicam a aderéncia a matriz.de cimento, diminuindo a resisténcia mecanica do conjunto. Devem ser atendidas as exigéncias da NBR-7211 [Fr pte et vai Con aug naire oon] Biodigestor em argamassa armada “Tubo PVC para Caixa do | tomacs ‘ae as ‘aimentagao Caixa do descarga Tubo de limpeza’ Duto de saida ‘a camara Cone AB ito de descarga re)! O FICHA TECHNE 6 COMO CONSTRUIR 43 Areabougo metalico ‘A armadura principal absorve as tens0es atuantes no reservat6rio ¢ pode ser constituida por barras de ago ou tcls cletrossoldadas ‘Uma das opedes para a montagem da armadura principal éoemprego de barras de ago CA-25, usadas como geratizes do corpo ciindrico do reservatorio ou como seus anéis horizontals. ‘Como armadura secundaria, podem ser utilizadas as telastecidas constituidas por arame de ago galvanizado ou néo, formando malhas hexagonais com cerca de 1S mm de abertura, sendo o diémetro dos fie aproximadamente de 0,7 mm, com clasificagao BWG 22 Essastelas, que devem cobrt a armada principal em quatro cama- das, sendo duas na superficie externa (convexa) e duas na interna (Concava), tém a fungdo principal de distribuireabsorver as tensdes provenienies da retragao da argamassa, climinando assim eventuais fissuras, ‘Com menor resistencia que a tela de vveiro, a tela de ago expandida (Cela para estuque ou tela "Deployé”) pode ser utilizada para cobrit 4 armadura principal. E utilizado © arame recorido nt 18 para a amarragéo de todo 0 arcabougo metalic. A cada maximo de 20 cm deve haver um ponto de amarragio onde todas as camadas de tela, tanto as internas como as externas, estejam amarradas junto &armadura principal As pontas de arame, apés a amarragio, devem ser dobradas para o intrior das camadas a fim de que néo fram as mos ov rasguem as luvas ddos operirios durante © argamassamento, © nao sejam também 0 foco inical da corrosio da armadura. Deve-se evtar deixar areas frouxas de tclas, dado que prejudicam o argamassamento, O sc cobrimento também aumenta a espessura da casea, provocando raior consumo de argamassa Em substituigdo a0 arame recozido pode serutilizadoo fo de ndilon © 4.4 Revestimentos protetores No caso dos reservatérios para estocagem de liquidos agressivos, Enecesséria a aplicagdo de revestimentos (peliculas) protetores. Em {estudos realizados no IPT, jé foram testadas varias tintas encontradas no mercado, empregando-se como agentes agressivos os seguintes produtos: 6leo de mamona, de soja e de amendoim, cool etilico, mmelago fino, melago grosso, mosto e vinhaga. Dos resultados con- Cluiu-se que as tintas epoxidicas no foram atacadas pelos agentes agressivos, enquanto as tintas & base de resina acrilica tiveram um leve ataque (coloragao amarelada) em sua superficie. 45 Argamassa © ago de referéncia para a argamassa a ser empregada €: 1:2 (Gimento e arcia) ¢ relagao Sguaicimento a/c = 0,5, em volume. 8, Execugho Se amexitret ny mem cerning seat 18 5.1 Escotha do terreno Para a construgio de um reservat6rio, 0 local escolhido deve ser plano e firme a fim de facilitar a execugdo de sua base/fundacao. No caso da construgdo de um biodigestor, que deve trabalhar enter- impeza do terreno, PCR rado, deve-se levar em conta 0 local da sua construgdo, onde se cconsideram trés fatores: lengol fredtico com njvel maximo a 3 m abaixo do nivel do solo; terreno em declive ou prOximo a um “barran- co"; afastamento minimo de 15m de fontes de agua potivel. Proceder A retirada de toda cobertura vegetal numa superficie quadrada, com lado maior que o didmetro do reservatorio, 5.2 Escavacio e preparo do solo nivel da fundacéo (fundo do biodigestor) deve estar abaixo do nivel do terreno (Figura 2), numa profundidade compativel com a altura do biodigestor, sabendo-se que apenas o colarinho as bbocas das caixas de alimentacdo e de descarga devem ficar a céu aberto. O fundo da escavagdo deve ser bem plano, com pequena declividade para a valeta do duto de limpeza. © 83 Fundagéo 5.3.1 Base: ¢¢ espalhar uma camada de pedregulho num cfrculo excedendo 0 aio do corpo do reservatério em 50.cm e apiloar; ‘9 espalhar por cima das pedras uma argamassa de cimento e areia (1:3, em volume), na espessura de aproximadamente 3 centimetros. 5.3.2 Sapata circular (Figura 2): ‘ tracar duas circunferéncias concéntricas, com raios menor € maior ue 0 raio do corpo do reservat6rio, formando uma coroa circular de acordo com 0 projeto da fundagéo; ‘e cavar uma vala nesta coroa com profundidade de 15 em ¢ no seu perimetro cravar piquetes com 0s topos nivelados entre si e separacos a cada 60 cm aproximadamente; « fOrmas devem ser pregadas e niveladas a partir dos topos dos piquetes, deixando um vio de 5 cm entre solo e a borda inferior da formas « lancar 0 lastro de conereto magro (1:5:5; cimento, areia ¢ brita 1, em volume) ¢ compacté-lo bem; « posicionar @ armadura 24 horas apés o langamento do lastro, com- posta por barras de ago retas, dispostas radialmente ¢ dobradas 90° nas extremidades, deixando pontas com 10 cm de comprimento ra vertical, e por anéis circulares com diémettos variaveis fixados sobre as primeiras, tendo emendas por sobreposicao de 20 em de comprimento;, '* posicionar 0 duto de limpeza no fundo da base, caso este seja previsto, de modo que uma de suas extremidades fique no interior do tangue a aproximadamente 3 cm acima do nivel da sapata (Figura 3); ‘*langar 0 concreto (trago de referencia 1:2:3; ale = 0,6, em volu- ‘me) em camadas e compactar bem a cada langamento. A superficie deve ficar nivelada com a parte superior da forma da sapata; fe retirar as formas apés 24 horas da concretagem; fe nivelar o terreno na regido interna a sapata, de modo que fique 5 cm abaixo da superficie superior da coroa circular ja concretada; escavacao e fundacées | eis a I IS i 3 FICHA Reservatérios de argamassa armada Posicionamento do tubo para limpeza do tanque (cpcional {Evo da paredo—Tanque ‘Go tongue Lina. de cate do tubo Tube, de PVE 100mm! ae Nivel de undo do tanque I eae he Lato ja aplcad a Sapata ‘¢ na regido interna, executar uma base constituida por lastro de brita e argamassa (1:3, em volume); «© apés 24 horas do langamento do lastro, marcar sobre a sapata uma circunferéncia concéntrica as anteriores, com 0 raio do reserva- trio (locagao da parede cilindrica). 5.3. Radier No caso de terrenos menos firmes, € aconselhével a construcio de um radier em vez da sapata circular, calculado em fungao das caracte- risticas da reservat6rio ¢ do solo. '© 5.4 Armadura da laje de fundo «Iniciar a montagem da armadura em malha quadrada composta por barras de aco dobradas a 907 nas extremidades, deixando pontas ‘com 30cm de comprimento na vertical, que servirdo como arranques para a armadura da parede do tanque; ‘# amarrar as barras nas intersecgdes, com arame recorido, tendo © cuidado de posicionar espacadores entre a armadura ¢ 6 lastro para assegurar um cobrimento de, no minimo, 1,5 centimetro, A argamassa pode ser langada nesse estégio, do centro para as bordas, e nivelada com auxiio de desempenadeira, tendo-se 0 cuidado de dar um desnivel em direcdo ao duto de limpeza, caso esteja previsto. A espessuta final deve ficar em torno de 3 cm, deixando-se a regiéo roxima aos arranques sem argamassa. Essa argamassa deve ser caberta com sacos de estopa timidos, a fim de ser protegida durante (© proceso de cura S55 Armadura da parede do reservatério '5.5.1.Seqiéncia de montagem da armadura da parede do reserva- ‘rio, no caso do emprego de tela soldads « esticar 0 rolo de tela e corté-lo com comprimento excedendo 30 ‘om o perimetro da circunferéncia do corpo do reservatsrio; ‘ cortar outro pedago desta tela, com 0 mesmo comprimento que © anterior, caso haja a necessidade de duas telas; formar um tubo com um dos pedagos cortados, com uma sobrepo- Sigdo de 30 centimetros; os arranques da base devem ficar por fora 46 tubo formado pela tela; ‘senrolar o outro pedago de tela em torno do tubo anterior, defasando cus fis vertiais e horizontais de modo que estes fiquem centrados ‘em relagéo as malhas da primeira tela, caso haja essa necessidade; 6 transpasse da segunda tela deve ficar diametralmente oposto a0 a primeira; « amarrar, com arame recozido ou fio de ndilon trangado, as duas {elas juntas; «© amarrar a armadura da parede com o arrangue da armadura da base, em todos os encontros da ferragem; ‘* enfolar externamente, de baixo para cima, em faixas, a primeira camada de tela de viveiro, ¢ amarrar com arame recorido ou fio de nailon trangado; fs a segunda faixa da tela de viveiro deve sobrepor de 5 cm a 10 ém a primeira, ¢ assim sucessivamente; ‘© tela de viveiro deve ficar em altura superior as telas soldadas, a fim de se obter a continuidade entre a parede ¢ a cobertura a ser posteriormente construida; ‘a Segunda camada externa da tela de viveiro ¢ enrolada da mesma ‘maneira, porém de cima para baixo; ‘¢ da mesma forma, sio colocadas as duas camadas internas da'tela No caso de biodigestor, deve-se, nesta fase, posicionar 0 duto de alimentagio, cuja geratriz inferior deve ficar a 20 em do fundo do tanque, imobilizado por meio de barras de ago. Deve-se também colocar a ferragem do duto de descarga (quatro batras perpendi- celares & superficie da parede) em posigio diametralmente oposta a0 duto de alimentago, 5.5.2 Sequéncia de montagem da armadura da parede do reserva torio, no caso do emprego de barras de aco: ‘e cortar cada barra com comprimento excedendo 30 cm o perimetro da circunferéncia do corpo do reservatério, ¢ fazer anéis circulares ‘com emendas por sobreposicio de 30 cm de comprimento, « fixar internamente trés desses anéis nas barras verticais (arranques dda base), obedecendo a um espagamento de aproximadamente 10 centimetros; « fixar inicialniente as barras verticais (geratrizes do reservatorio) ‘nos anéis existentes na armadura da laje de fundo, pelo lado interno; « fixar os demais anéis com arame recozido ou fio de ndilon trancado, de acordo com o espagamento de projeto, Dispor as telas de viveiros em camadas, como ja descrito em 5.5.1, ¢ amarrar toda a armadura (telas ¢ barras de ago), Terminada a operacdo, imobilizar a estrutura por meio de fios atirantados no terreno, a fim de ndo permitir a sua movimentagao nas etapas de argamassamento, 5.6 Argamassamento da parede do reservatério Fazer de cada vez, no méximo, a quantidade de argamassa equiva lente a dois sacos de cimento. Na pratica, 0 trago (em volume) da argamassa deve ser ajustado através dos seguintes passos: ‘ misturar as quantidades definidas de cimento ¢ areia (1:2); redir a quantidade maxima de agua (0,5); ‘¢juntar, aos poucos, a agua e misturar bem até se obter consisténcia que permita moldar, com as méos, uma pelota coesa, Nota: Caso a areia esteja dmida, nao sera necesséria a colocagio de toda a dgua medida © argamassamento € realizado conforme as seguintes etapas: « pressionar, com as mos protegidas por luvas de borracha, a arga- massa de baixo para cima, em duplas de operdrios, um dentro ¢ outro fora do tanque, em faixas horizontais com largura aproximada de 30 centimetros. Dar acabamento de modo a nio deixar cantos vivos entre a laje de fundo ¢ a parede, bem como entre esta (08 dutos de carga e de descarga, ‘¢ deixar uma faixa na parte superior da parede de aproximadamente 15 cm, sem argamassar, para emendar a armadura da cobertura nas esperas da ferragem vertical da parede; ‘ecobrir a parede com sacos de estopa, ou outro material, ¢ manté-los sempre timidos, a fim de protegé-la durante o processo de cura Argamassamento da parede: trabalho realizado ‘om faixas horizontals; dois operdrios comprimem a ‘massa dentro @ fora do tanque, simultaneamente TECHNE 6 COMO CONSTRUIR Reservatorios de argamassa armada © 5:7 Cobertura 57.4 Armadura Iniciar a montagem da armadura da cobertura apés, no minimo, 48 horas do término do argamassamento da parede. Acestrutura € composta por barras de ago radiais ¢ circulares, dobra- das de acordo com 0 projeto. Os anéis circulares com didmetros varidveis ¢ transpasse de 30 cm slo fixados externamente as barras de espera: « fixar o primeiro anel nos arranques das barras verticais (geratrizes), 4 partir da dobra superior prevista em projeto; f sobre este anel, fixar as barras meridionais; fixacio parcial dos anéis €feita a partir do anel menor; ‘aps todos os anéis estarem parcialmente fixados, imobilizar a estrutura por meio de pontaletes. posicionamento das telas de viveiro é iniciado pelo lado externo, ‘em pedagos aproximadamente triangulares com sobreposicao de aproximadamente 10 cm, e a segunda camada de tela deve sempre ‘cobrir os transpasses da primeira. Pelo lado interno, também devem ser dispostas duas camadas de tela ‘5.7.2 Argamassamento ( argamassamento e © processo de cura da cobertura devem seguir as recomendagGes feitas para a parede, tendo-se 0 cuidado de deixar sem argamassa a regido central onde Serd montada a armadura do eventual colarinho, no caso da construgdo de um biodigestor. © 5.8 Tubo de inspecao — colarinho ‘ iniciar a armagdo pela colocagao do anel inferior; ‘= posicionar um tubo de PVC, com 3/4” de didmetro, para tomada de gés junto a armadura do'colarinho. O tubo deve ser raspado e envolvido em telas para uma boa aderéncia da argamassa; ‘s fixar as barras verticais e os anéis, conforme projeto; ‘# as camadas de tela devem ser colocadas em duas etapas: a primeira fazendo uma transigao entre a parte superior da cobertura e a parede do colarinho, com tiras de tela de largura aproximada de 20 cm; a segunda, para o restante do colarinho, seguindo-se 0 mesmo proce: ddimento empregado para a parede do tanque. Nota: A parte interna inferior do colarinho deve ter segéo circular, dada por meio de uma forma de madeira compensada, de modo a facilitar a colocagao posterior da tampa © 5.9 Caixas auxiliares Para o scu funcionamento, 0 biodigestor éligado a duas caixas auxilia- res, dimensionadas em fungio da sua capacidade. 5.9.1 Calxa de alimentagio (Os procedimentos para a exccugio da armadura sio os mesmos ji descritos para o tanque, exigindo-se nesse caso um transpasse de barra de apenas 25 centimetros. ‘Apés a execucdo da armadura, posicioné-la junto ao biodigestor, fixi-la ao duto de alimentagdo ¢ argamassar in loco. 5.9.2 Calxas de descarga — interligacoes. Fazer as armaduras das duas caixas de descarga de acordo com as dimens6es de projeto. Cuidados devem ser tomados na coloca- ‘do das telas, principalmente na regio da caixa inferior, onde éla se liga a0 duto de saida da cémara do biodigestor (Os seguintes procedimentos devem ser adotados « reaterrar, em tomo da cimara, com camadsas de terra de aproxima- damente 10 em de altura, apiloando bem até o nivel inferior do fundo do duto de saida; na regiéo do fundo do duto de saida, langar uma camada de pedra britada, com aproximadamente 5 em de altura, bem compactada; « posicionar a armadura do fundo da caixa inferior; ¢ argamassar 0 fundo de maneira a cobrr inteiramente a armadura; « posicionar a armadura da caixa anteriormente preparada e arga- massar as paredes ¢ a intersecgéo do fundo com as paredes, tendo © cuidado de ndo deixar cantos vivos; « curar por dois dias, coberta com sacos de estopa timidos; « reiniciar 0 reaterro em camadas de 10 em de altura, bem compac- {adas, até 0 nivel do bordo superior da caixa jé assentada; «nesia regido, langar uma camada de pedra britada com aproxima- Gamente 5 em de altura; « posicionar a armadura do fundo da maior caixa de modo que 4 caixa menor tenha seu bordo superior posicionado no interior da caixa maior, e sua parede fique apoiada sobre a parede da caixa menor (veja destaque na Figura 1); 4 se for previsto um tubo de limpeza da caixa superior, 0 que é Conveniente, posicions-lo nesta etapa; « argamassar as paredes, sem deixar cantos vivos; ‘© curar a argamassa, como jé descrito, ¢ iniciar 0 reaterro apés dois das, até a altura desejada = 5:10 Tampas Construir as tampas para as caixas de slimentagéo, de descarga e ppara 0 fundo do colarinho com as devidas ferragens. Cuidado especial deve ser tomado na construgao da tampa de fundo do colarinho, pois esta deve se encaixar com facilidade e justeza, a fim de servir de fundo para um selo de agua, onde as juntas everio ser preenchidas com material vedante Ap6s 14 dias do término da construgio do biodigestor, deve ser iniciada a montagem dos acessérios para o seu funcionamento: « ligar a0 cano de saida do gés (0 de PVC junto ao colarinho) tuma mangueira flexivel tipo cristal, com diametro de 2 em (3/4") ‘ comprimento até o ponto de consumo; « instalar manémetro tipo “U" junto 20 ponto de saida do gas; ® instalar um dispositivo de seguranga para funcionar como ladréo do g4s aps 0 mandmetro. Esse dispostivo também coleta a dgua de condensagio do biogas quando este sai do biodigestor; « acoplar mangueira, junto a0 ponto de consumo, um registro tipo alianga para gis engarrafado (GLP), com porca; ‘ colocar rolhas de madeira para duto da caixa de alimentagio, para duto de limpeza do biodigestor e da caixa de descarga; « colocar agitador para misturar o efluente dentro do biodigestor, através da eaixa de descarga 18 5.11 Impermeabilizagao ‘¢ aplicar, com broxa, uma demo de nata de cimento, com trés partes de'resfduo de areia —a parte mais fina da areia no peneira- mento. A aplicagio deve ser feita por dentro e por fora da parede do tanque, da cobertura e do colarinho; ' aplicar, com broxa, duas deméos de nata de cimento (uma parte de cimento dissolvida em cinco partes de agua), por dentro ¢ por fora da parede do tanque, da cipula ¢ do colarinho. 6. Teste de estanqueidade l=ttitinninnnneneaan O teste de estanqueidade deve ser feito pelo menos 48 horas apds aplicagao da nata de cimento e, no minimo, 14 dias ap6s o argamas- samento final do biodigestor. Sanados 0s eventuais pontos de vazamento, repetir as operagdes de impermeabilizagao até que a cAmara fique completamente estanque. Autor: arguiteto Walter Caiaffa Heb, Agrupamento de Componentes fe Sistemas Construtivos da Divisdo de Engenharia Civil - IFT FICHA TECHNE 6

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