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Estado Moderno (wikipédia)

A palavra Estado foi empregada pela primeira vez, em sentido próximo ao moderno, por
Maquiavel, que a define como a sociedade política organizada, o que implica a existência de
uma autoridade própria e de regras definidas para a convivência de seus membros. O
pensamento político de Maquiavel rompe com o tradicionalismo e seculariza o Estado, ou seja,
torna-o laico. Assume a independência estatal em relação à religião.

O Estado Moderno serve de base à Ciência Política. Esta é uma consequência da própria
modernização da sociedade que começa no século XVI e culmina com a Revolução Industrial.
Este processo tem um elemento central, a tecnologia. Esta modernização possibilita
igualmente uma maior mobilidade social. A sociedade moderna é caracterizada pela
tecnologia, pelo aumento da produtividade, pela mobilidade da população e pelo
aparecimento de novos grupos sociais. É a época da ascensão da Burguesia. Outra novidade do
Estado Moderno é a nova forma de legitimação de poder. Antes quem legitimava o poder era
um Deus Absoluto, mas quem vai se tornar o novo elemento legitimador é o Povo. Assim,
surgem novas Instituições como os Parlamentos, onde o povo se faz representar.

Este Estado Moderno não nasceu de uma só vez, mas foi o resultado de um longo processo de
mais de três séculos. A fase mais antiga é a Monarquia. A Monarquia acompanha o
desenvolvimento do Estado Moderno e vai, pelo processo de burocratização, lançar a primeira
forma de Estado Moderno. Por isso se diz que D. João II foi o primeiro monarca moderno em
Portugal.

A segunda fase do Estado Moderno é o Estado Liberal, consequência directa das Revoluções
Liberais na França e na Inglaterra. Este Estado é representativo e oligárquico, mas potenciou,
entre outras coisas, ao aparecimento do ideal dos Direitos do Homem e pela separação de
poderes. No século XIX o Estado Liberal tornou-se imperial e vai dominar globalmente o
Mundo graças ao processo chamado Imperialismo.

A terceira fase do Estado Moderno assenta na crise do Estado Liberal, que surge nos finais do
século XIX, já que este não tem capacidade para responder às exigências sociais. Surgem assim
as ideologias extremistas de Direita (Fascismo) e de Esquerda (Comunismo).

A quarta fase fica marcada pelo aparecimento do Estado Democrático Liberal, consequência da
grande crise económica e social de 1929. A resposta à crise passou pelo alargamento da
democracia a toda a sociedade, adaptando para a administração do Estado medidas de cariz
social, derivadas do pensamento de John Maynard Keynes.

Hoje em dia temos na Europa, no mundo ocidental, o Estado-providência, resultado da


segunda metade da II Guerra Mundial, mas filho directo da crise de 1929.

Na atualidade, novos Estados surgem a partir de outro pré-existentes. Dois processos são
típicos: o fracionamento e a união. Um caso atípico é a criação de Estados como resultado de
guerras. Os principais fatores que levam à criação de Estados hoje são os interesses
econômicos, as identidades culturais e o resgate da tradição
O ESTADO MODERNO

A idade moderna inicia-se em 1453, com a tomada de Constantinopla pelos turcos e estende-
se até 1789 com o início da revolução francesa.

O século XV marcou uma nova fase do processo histórico da Europa Ocidental. Estruturou-se
uma nova ordem sócio-econômica –o capitalismo comercial. Onde a nobreza mantinha as
“aparências” de poder por causa das suas terras e títulos. Embora estivessem em dificuldades
financeiras, ainda sim queriam se impor segundo as novas regras da economia. Já a burguesia,
mesmo com próspero comércio, não conseguia ser a classe dominante junto a aristocracia.

A idade moderna , na verdade pode ser considerada como um período de transição, que
valorizou o comércio e a capitalização, que serviam de base para o desenvolvimento do
sistema capitalista.

COMO SE FORMOU O ESTADO MODERNO?

A idade moderna foi bem diferente da idade média. Pode-se dizer que suas características
foram bem opostas. A idade média foi marcada por:

» regionalismo político- onde os feudos e as comunas tinham autonomia política, causando a


fragmentação no sistema administrativo;

» o poder da igreja- que enfatizava e colocava a autoridade do Papa sobre os reinos da época.

No estado moderno desenvolveu-se a noção da soberania, ou seja, a idéia de que o soberano (


governante) tinha o direito de consolidar suas decisões perante seus súditos( ou governados)
que morassem no seu território.

Para isso ocorrer, o estado desenvolveu vários meios para controlar a política de seu território.
Alguns desses meios foram:

» burocracia: funcionários que cumpriam ordens do rei e desempenhavam as tarefas de


administração pública. Estes cargos eram ocupados pela nobreza palaciana e pela alta
burguesia.

» Poder militar: incluía toda as forças armadas- marinha, exército e polícia- para assegurar a
ordem pública na sociedade e o poder do governo.

» União da justiça- a legislação passou a valer em todo o território nacional.

» Sistema tributário: ou seja, sistema de impostos regulares e obrigatórios para manter o


governo e a administração pública.

» Idioma oficial: um mesmo idioma falado em todo território do estado, que transmitia as leis,
ordens e tradições da nação , além de valorizar seus costumes e cultura.

O estado moderno também é conhecido como estado absolutista, porque o poder estava
concentrado nas mãos de poucos ( reis e ministros) que se aproveitavam das limitações dos
grupos sociais dominantes( a nobreza e a burguesia) para controlar a política.
O estado dependia dos impostos arrecadados sobre as atividades comerciais e manufatureiras.
Por isso era necessário o estado ter burgueses em cargos do governo, incentivar o lucro , a
expansão do mercado e a exploração das colônias.

A BASE DO ABSOLUTISMO E MERCANTILISMO

A base teórica do absolutismo foi dada por Jacques Bossuet e Thomas Hobbes. Bossuet
defendia o direito divino dos reis; seus atos eram superiores ao julgamento dos homens. Já
Hobbes justificou o absolutismo , a partir do fato dos homens entrarem em um acordo , onde o
poder ficaria como rei e a ordem seria estabelecida.

Essas monarquias regulavam suas economias de acordo com as práticas mercantilistas que
tinham por base:

» aumentar a qualquer custo as economias da Coroa;

» vender mais do que comprar;

» incentivar a produção interna, incluindo as colônias, para assim ter uma balança comercial
favorável;

» adotar medidas de proteção para as manufaturas e controlar as taxas alfandegárias sobre os


produtos importados;

» conquistar colônias e explorar produtos de alto valor comercial na Europa;

» a aliança da burguesia mercantil com os reis em favor dos seus interesses econômicos. Com
isso a burguesia conseguiu até mesmo formar um exército forte.

Nesse período , teve um estado interventor, que atuava em todos os setores da vida nacional.
Na economia, essa intervenção manifestou-se através do mercantilismo.

O MERCANTILISMO

Mercantilismo foi o conjunto de teorias e práticas de intervenção econômica. Era um sistema


complexo e envolvia teorias exatas sobre produção manufatureira, utilização da terra e do
poder do estado. Pode-se dizer que era uma política de controle e incentivo, onde o estado
buscava garantir o seu desenvolvimento comercial e financeiro e também o seu poder.

Sua base principal foi o metalismo, ou seja, a riqueza e o poder de um estado de acordo com
os metais preciosos acumulados; a balança comercial favorável, exportar mais do que
importar; e para diminuir a importação. Com esses princípios foram aplicados?

Um exemplo, na Espanha, o estado investiu em metais preciosos, através da exploração


colonial americana e para por restrições as importações, priorizou o metalismo.

Mercantilismo nos séculos XVI-XVIII


Na França, principalmente no século XVII, o governo tentou diminuir as importações e
aumentar o valor das exportações, por estimular as manufaturas, em especial àquelas voltadas
para a produção de artigos de luxo e para esse objetivo, tendo a criação de diversas
companhias de comércio. Seu maior defensor – o ministro de Luis XIV, Colbert, por isso na
França o mercantilismo foi chamado de colbertismo,e também de industrialismo, visto que
essa política econômica dava prioridade as industrias. Além de ter incentivos para a construção
naval, com tudo isso a França conseguiu conquistar o mercado externo.

Na Inglaterra, o governo favoreceu o desenvolvimento naval para a exportação para a


exploração do comércio externo. Também incentivou a produção manufatureira e protegendo-
a da concorrência através de uma forte política alfandegária. houve várias medidas de
proteção ao comércio marítimo. Um exemplo: foi a criação de leis contra o transporte de
produtos da metrópole e das colônias inglesas por navios estrangeiros. Esta lei evitava gastos
com fretes para navios estrangeiros e impedia a evasão de moedas para o exterior, deixando o
lucro do comércio no país.

Estes foram os atos de navegação, que serviram para o desenvolvimento comercial inglês.

No século XVI Portugal e Espanha tomaram a liderança nas mudanças econômicas na Europa.
Também tomaram a frente na expansão ultramarina, logo acabaram sendo os primeiros a se
beneficiar das riquezas das terras descobertas.

A Espanha foi a mais beneficiada, pois teve suas colônias de exploração eram metais preciosos.

Pacto colonial: sistema que consistia na passagem obrigatória pela metrópole dos produtos
que entravam ou saíam da colônia. Todos os produtos manufaturados da metrópole deviam
produzir de acordo com as exigências do mercado , para garantir lucros à coroa e a burguesia.

A Espanha logo enriqueceu, por causa do acúmulo de metais preciosos. Mas o excesso desses
metais gerou à longo prazo, problemas para a economia espanhola.

Porque isso fez com que diminuísse as atividades agrícolas fazendo a Espanha depender das
importações. Esse problema espalhou-se por outros países europeus.

Esta crise favoreceu os países produtores ( França, Holanda e Inglaterra), pois estes países se
voltaram para o comércio e para a produção como meio de entesouramento.

A RELAÇÃO : ECONOMIA E POLÍTICA NO MERCANTILISMO

O comércio permitiu ao governo manter e sustentar novas necessidades. Como: os exércitos a


serviço do rei. Visto que o exército era importante para a defesa do estado nacional, a
extensão política do mercantilismo econômico.

Essa relação- rei e burguesia- tinha suas vantagens. O rei controlava o recolhimento de
impostos , que tinha uma parte reservada para o exército. A burguesia recebia a proteção
militar e política para continuar com projetos econômicos.

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