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anzanA A.E.7. Economia Beasi ' G0 Paulo: Atlas, A00!. cap. %. 8 Inflagao |, assistiu a um processo crescent: ‘no final do governo Sarney (margo/19! 1¢éo é entendida como um processo de auumento continto e ge 2 TIPOS DE INFLAGAO, Podem-se identifica ts tipos basicos de inflaglo: demanda, custos inercia 2.1 Inflagdo de demanda Como o préprio nome diz, ainflagio de demanda € causada por um excesso de procura em relagio A oferta disponivel. Entre os fatores que podem causarpres- so de demanda na economia, cabe destacar iqueza esteve presente nos meses que: do Plano Verdo (1989), pel \gf0 do Plano Verso) b) expansao dos gastos piblicos, ido que o governo & um dos agentes que demandam bens eservigos na economia, sm aumento dos gastos pressiona o nivel de demanda agregada; juros reduzidos podem estimulat a expectativa dos agentes econé vel de demanda da economia; logo apés a implantacdo do Plano © receio do descongelame 1u muitos agentes a antecip ras, pressionando o nivel de demanda, fato esse que também ocorreu no Plano Cruzado; por outro lado, existem perlodos nos quais a incer- teza em relagio a manutengio do préprio empre; res a reduzir seus niveis de consumo (e, portanto, a aumentar a pou- ppanga) para fazer frente a um eventual perfodo de dificuldades, como correu na recessio de 1981-1983 eno Plano Real, em fungio das mu- dangas que ocorreram no mercado de trabalho, 2.2 Inflagdo de custos A.inflago de custos ¢ causada por pressdes de custos e conseqilente repasse Para os pregos. Entre os fatores que podem causar aumentos de custos, cabe des- tacar: 106 ECONOMIA BRasiLEIRA a) taxa de jures, dado que as empresas utilizam capital de terceiros; ‘vale destacar que ao mesmo tempo em que contribui para reduzira de- ‘manda, um aumento das taxas de uros eleva os custos de producio; senos poclem subir (em délares), como ocorreu com 0 ©) ospresos petroleonas rises de 1974, 1979 ¢, mais recentemente, no ano 2000; ‘que se tenha um ganh ‘a mesma situagio verifica-se como aumento dos encargos so- ciais, como ocorreu com a Constituigao de 1988; ¢) aumento de impostos pressionam 0s pregos, como ocorreu em 1999 ‘com a elevacio da Cofins (2% para 3%); cabe destacar que os impostos fem cascata eos impostos indiretas (CMS, IPI et.) impactam diretamente ‘0s pregos, o que néo ocorre com os impostos dietos, como o Imposto de Renda, cuja incidéncia sobre o resultado do negécio (0 lucro). 2.3 Inflagdo inercial ‘corre independentemente de pressbes de demanda ou de custos eesté ass0- ia, isto é, a garantia (legal ou por lena, ainflagio de hoje passa.a ser o “piso” para inflago de amanha. Sea periodicidade dos reajustes & constante numa economia indexada, ainfla- ‘gio tenderd a se estabilizar numa certa faixa mensal, somente se no ocorrerem ‘ressdes da demanda ou de custos. Por outro lado, mesmo na auséncia dessas pres- bes, a inflacdo muda de patamar se a periodicidade dos reajustes for reduzida, CO aspecto mais negativo da indexacfo é 0 fato de a mesma tomar a inflagao rigida para baito, isto 6, mesmo sem pressbes de demanda e de custo a inflagdo dda existéncia de alguma indexacio (que po- -exemplo) équea mesma reduz o grau de in- certeza, permite ampliar 0s pré ‘e é um mecanismo de convivio ‘com alguma inflago, Contudo, para que a indexa¢o contribua para os aspectos citados, & fundamental que o indexad do seja de confianca dos agentes ‘econémicos, pois, caso contrario, ero \dexago néo é muito diferente. mwetacho 107 2.4 Consideragées sobre os tipos de inflacéo sofre um choque de dessa elevacio de cu juros. Com isso, procure ‘glo de demanda ica-se que, quanto menos ri= sspalham” os mecanismos de sida fora demanda, maior éa facilidade co indexagio e se reduz a periodicidade dos 3 TEORIAS SOBRE INFLAGAO ias sobre inflaglo'permite identificar varias contribui= tema, mas deixa claro que nenhuma delas isoladamente 6 suficiente pe ‘o comportamento da inflacdo no Brasil nas tltimas déca- das, Na realidade, observa-se algum grau de complementacio entre elas. 3.1. Teoria monetarista |A visio dos monetaristas acerca do processo inflacionério pode ser analisada ‘partir da Teoria Quantitativa da Moeda. Essa teoria parte da seguinte igualdade: MV = PQ onde: -M =o volume de moeda (meios de pagamento) existente na economia num dado momento; 108 sconouna sensu = velocidade de iculagto da moeda, isto o nimero de vezes que a ‘moeda “roca de mlo" em determinada unidade de tempo; P = onivel de pregos da economia; (Q = aquantidade produzids pela economia, Admitindo uma stuagiohipotticaem que V = 1¢0Q= 100, teoria dizque se tindo-se, por outro lado, uma expansio de 100% na quantidade de me ‘economia (passa de 200 para 400), podemn-seobservartéspossives rest 400-1009 [P= 1b) aprodugio aumenta 100% (Q passa para 200) € os pregos mantém-se s00=P-200 [P=2 © aprodugéo aumenca parclalmente (Q passa para 150, por exemplo) © ‘0s pregos sobem num percentual inferior ao regitrado pela moeda 400=P 150 [P= 267 fata 6, os pregos sobem 33,5, ‘A eorla monetarstaentende que a causa bisica da inflagto encontra-se na ‘lob 046) Essa emissio por sua ve, éprovocada pel défic Scordo com o seguinte mecanismo: megio 109 Para verte um proceso inflaclonlo, a teoria monetarita propo o com- bate ao défeitpablien, por conseqléncia, controlesobre aemisso de moeda Concentrando ainda 8 nessa teora,pode-se perceber que, plato ria quantiativa da moeda, Adugaode pregos, ou uma re rar que um eventual choque de contragto de moeda deve impactar fos pregos(P) mas também s quantdade (Q), ov sj, leva inevitavelmente A re- ‘Outra questo imporeance nando” a taxa de inflagio existente. 3.2. Teoria keynesiana (0 keymesianosatribuem um papel crucial as gasto ‘quilbrio macroeconémico, Essa teorieentende que a inl ‘xcesso de gatos plies, mas que esses mesmos gastos devemnconstitir-se sem pre na varidvel de controle da economia, pence |__| axpansso publics demosaa |———> | acto Keyneslanos, o df piblicondo é relevance para explicarainflagioe sim o "ta- ‘mani do gast pli”, Na realidad, o gasto do governo deve ser avarvel de 110 ecoNoMtA nRASILEIRA controle, ¢, portanto, se esté existindo inflagio, o gasto néo esta adequado aquele nivel de oferta. Como conseqiiéncia, a proposta de agao para um programa de ‘combate & inflagdo reside na contracio do gasto piiblico, independentemente da cexistincia ou nao de déficit public. ‘Ainda em relagao a visio keynesiana, choques de oferta, como “quebra” de safra agricola, e aumento dos precos internacionais do petréleo, entre outros, tam- bém so responsdveis pela explicacio do processo inflacionério. 3.3 Teoria estruturalista Os estruturalistas entendem que os setores da economia crescem a ritmos di- ferentes, causando excesso de demanda nos: a ppacidade de resposta. As tensbes inflacionérias seriam geradas mismo da agricultura e da capacid: sportar. Particula essa tiltima questio, os estrutural ‘mento tenderiam a perder nas re senvolvendo, porque a demanda cresce mais para os bens produzidos nos paises desenvolvidos do que para os bens produzidos nos paises pobres. Com isso, acapa- cidade de importar ficaria ‘como fendmeno causa tentam aumen- ‘ar as respectivas partici seja superior ao todo (0 PIB). A“acomodagao” a esses pleitos é fita por meio da in- Alacio. Sob esse enfoque, encontra-se a conhecida discuss pregos. Os sindicatos dos trabalhadores demandam a isando aumentar sua “fatia no bolo”. Os tempresrios concedem 0 aumento nomi Sam para os pros causando inlagao,q O resultado final éa manutengéo dsp 1 importante desacar que durante toda a década de 80, quando o pas era ‘uma economia muito mais fechada, era comum observar-se (principale parte dos setoresoligopolizados) a concessto de rajustes nominais de Aleste que o mereado absorvesse atmentos de prego para compensar ose Napritica, ocoria uma transferencia de enda dos trabalhadores nfo org para os mais organizados Como process de abertura comercial, essa prtica ficou inviabilizada nosse- toresprodutores de tradeables, uma vez que aumentos de presostornam os prod- tos importados mais compettivos, podendo leva até mesmo &incapacidade de concorrer com os mesmos. metago 111 ara combater um processo inflacionério crOnico, os estruturalistas defen: dem a adogiio de i fiscais ¢ creditcios para aqueles setores que nfo tém ccapacidade de maior erescimento, porque siio setores que niJo respondem a esti ‘los de precos. Além disso, para evtar as presses inflacios compatibilidade distributiva, propdem a adocdo de politics de rendas, com inter- vvencio no processo de formacao de precos (mercado de bens) e salérios (mercado de trabalho). 3.4 Teoria inercialista 0 inercialistas atribuem aos mecanismos de indexaco uma parcela impor- ‘ante na explicagio do processo inflacionério. A corre¢ao automatica dos princi pais pregas da economia (salérios, cAmbio, ativos financeiros etc.) pela inflagio ‘passada (ou esperada) tende a perpetuar a inflagdo, tornando-a imune a outros t= pos de terapia. ‘Ainda em relagio & inflacio inercial, 6 importante notar que, se todos o 0s subissem somente em funcio da inf ‘70, Nao haveria mudangas de pregos relativos e a taxa de inflagdo ficaria estabi .da, Por isso, numa economia com alto grau de indexacio, a “inflacao de 1arealidade, aaceleracio da taxa da nflacao. Entretanto, para ocorrerinfla- ‘io erescente numa economia indexada, é preciso que éxistam outros fatores gera- dores de inflagio, além da simples inércia Para combater a inflagio inercial, ateoria propde 0 congelamento dos pregos dos pregos(salériose dor digrio atrelado ao, tava fixada em URV (o ideal seria que todos os pre gelou a URV e trocou a moeda. 4 INDIGADORES DE INFLAGAO NO BRASIL Existem varios indicadores da inflagdo no Brasil. Enquanto alguns deles me- no nivel do consumidor, outros medem 0 comporta- ibém varia, bem como a e- srmos de orgamento familar. siio de coberturado indicador ea abrangéncia, Uma sintese das informages sobre os prinepaisindleadres de presos wil ‘zados na economia brasileira ¢apresentada a segult + indice de Pregos ao Consumidor Ampliado (IPCA) 4) instituigo responsével: Instituto Brasileiro de Geografia¢Psta- Ustica (IGE); ) universo da pesquisa: renés familiar da 140 selériosminimos; ©) utilizagio: correcio tmestrise semestrais das companhias aber + fndice Nacional de Precos a0 Consumidor (INPC) © naa eeponsivel Insite Bro de Gega Ee ©) tilizagio:balizador de resjstes salar + {ndice de Precos ao Consumidor (IPC-Fipe) 4) instituigio responsével: Fundagio Instituto de Pesquisas Econ6- istagio da Universidade de + indice de Pregos por Atacado (IPA) ‘+ Indice de Custo de Vida (ICV-Dieese) 8) Instituigio responsavel: ca e Estudos Socloecondr ©) utilizago: acordos slariais e deflacionamento de sri salaris, + indice Geral de Pregos (IGP) as mportagbes; no conceit texcludas as exporeagbes do conceit ofera global. 2) institu responsive: 114 ECONOMIA RRASILEIRA Emrelagio aesses indices vale observar que sua utlizagio dependerd do obje- tivo que se estd pretendendo atingir com a aplicagao do indice. Assim, verifica-se {que séries relativas & capacidade de compra dos saldrios devem ser deflacionadas por indices de precos ao consumidor. Se os dados referem-se a todo o pais, devem ser utilizados indices com a maior abrangéncia possivel. Jé se a informagbes refe- rem-se ao Municipio de Sto Paulo, pode-se utilizar 0 IPC-Fipe ou 0 ICV-Dieese. ‘Aldm disso, a uilizagio do indicador de precos depende do periodo em que o ‘mesmo estaré dispontvel, Para acompanhar mais de perto a evolugio da inflagio, po- de-seutlizar 0 IGPM (dados a cada 10 dias) ou 0 IPC-Fipe (dados quadrissemanais). Por outro lado, os pregos por atacado so mais sensiveis a ‘como mudangas de preos no mercado internacional e desvaloriz ‘cambio, Em 1999 (ano da desvalorizagao cambial), por exemplo, enquanto.oIPCA. ‘aumentow 8,9%, 0 IGP subiu 20,0% ¢ o IPA elevou-se 28,9%. 5 PROCESSO INFLACIONARIO BRASILEIRO ‘Até a implantagio do Plano Real, o Brasil viveu diferentes experiéncias em termos de proceso inflacionario. Essas experiéncias so relatadas a seguir, a partir de diferentes perfodos da histéria econ6mica recente. 5.1 Periodo 1981-1984 [esse periodo, o Brasil assinou um acordo com o FMI, cujo objetivo central ‘ndo era o combate & inflagdo, mas sim 0 equilfbrio das contas externas. ‘As principais medidas adotadas foram: 1). desvalorizacio cambial (méxi) ¢ variagéo cambial igual a inflagio, a partir de entdo; >) arrocho salaral (reajustes de acordo com uma porcentagem da inflagao); ©) corte de gastos piiblicos e aumento de tributos; 4) controle monetirio e aumento das taxas de juros. ‘Apesar dessas medidas, ainflagio (medida pelo IGP-D1) continuou aceleran- dose: manacko 115 houve “quebra” dos ppassado de anuais para semestrais); (b) 0 défi srivadas da desvalorizacao (num quadro de in- dexagio, pressdes de custos aceleram a inflacéo). 5.2 Plano Cruzado Foi um programa de combate & inflagio baseado tinica ¢ exclusivamente na tentativa de eliminagéo da inércia inflacionéria (por meio de congelamento de precos ¢salérios).. {As principais medidas foram: a) congelamento do cambio; 1) congelamento de precos; ©) congelamento do salério pela média dos tltimos seis meses mais um aumento real de 8%; 4) “gatitho salarial” de 20%. ‘Acevolucio da inflagle (IGP-DD foi favordvel num primeiro momento, mas subiu muito depois do descongelamento: + fevereito/1986 (‘iltimo més antes do Cruzado): 22,6%; + margo/1! ‘+ junho/1987 (éltimo més do Cruzado): 25,9%. ‘As causas do desequilfbrio inflacionério p6s-descongelamento foram: politi- ca fiscal expansionista com aumento de gastos e queda de receita (redugdo do IR. na fonte); politica monetéria expansionista com aumento da oferta de moeda além do necessario taxas de juros reduzidas; aumento expressivo do salirio real; ea propria conjugagio desses fatores, que leva a um quadro de explosio de de- ‘manda e conseqlente desequilibrio externo. 5.3 Plano Bresser ‘Tentou conciliar a busca de equilibrio externo eo combate &inflago, adotan- do as seguintes 116 RCONDMIA BRASILIA +b) congelamento de pregos e salirios (criago da URP, indexador para cortigir saldrios); aumento de impostos; @) elevagio das taxas de juros. ‘Aevolugdo da inflagéo (GP-DD mostrou queda inicial e depois reaceleracéo: + junho/1987 (kim més antes do Plano Bresset): 25,9%; + julho/1987: 9,3% + dezembro/1987 (‘iltimo més da gestio Bresser): 15,9%. Entre as causas da reaceleragio inflacionéria, podem-se encontrar: pliagio do défictpublieo (0 govern aumentou a arecadagio, mas amplio os sts notadamentena rea de pessoal eencargos);(b)reindexagso por meio da URP;€ (6 desvalorizacao cambial. 5.4 Politica do “Feijao com Arroz” (1988) ‘im 1988, ainflagio inicio o ano com 19% e encerrou com quase 28,9% 20 més, Entre as causas da aceleracio, cabe destacar: 8) desequilforio do setor piblico (causado pelo préprio déficitpiblico ¢ pelas operagées ofciais de erédito); 1) dificuldades de controle mor $1988, o pais registrou USS 19, Indes no balango de pagamer 9 arecuperagio das tarfas piblicas; €)_crescimento da indexagio, com redugio da periodicidade dos reajustes, devidas ao superdvit externo; em wes de saldo comercial e USS 7 bi- 5.5 Plano Verio (1989) CO objetivo do plano era o de reduzir a inflaglo, sem desarrumar as contas ex- temas, como erescimento da produeo ficando em segundo plano. Para iso, pro- Curave desindexar a economia e reduzir a demanda agregada, por meio das se~ sguintes medidas: a) redugiio de despesas piiblicas; 1) restrigdes ao crédito e aumento significativo das taxas de juros; ©) desvalorizagio cambial de 17% e congelamento posterior do cambio; petagho 117 4) extinggo da URP e das OTN (ObrigagSes do Tesouro Nacional), que eram os indexadores da época; ©) salérios definidos pela média real de 1988, mas sem aumentos reais. ‘Vale observar que a congelamento do cAmbi ‘908. O objetivo era apagar a memoria da inflaglo, evitando que o crescimento pas- sado dos precos alimentasse a inflagio furura. ivn de desindexar a economia estava presente no lextingio da URP eda OTN eno congelamento de pre- ‘A inflagio cedeu num primeiro momento (3,6% em fevereiro), mas passou a apresentar tendéncia de acelerago muito rpida notadamente a partir de junho, de 1990, Entre os fatores que explicam a aceleragao ) a renda disponivel dos assalariados, que se elevou io; (b) 0 pagamento (O aexpectati- ‘vacriada quanto a possibilidade de que os precos poderiam disparar apés 0 conge- amento, que levou os consumidores a antecipar as compras e as empresas a au- rmentar os estoques; (d) 0 aumento da riqueza, propiciado pelas elevadas taxas reais de juros, num segundo momento (quando as taxas se reduziram) estim iquezz governo ndo promoveu o ajuste fiscal pro (0 a base monetézia expandiu-se excessivamente devido as pressdes do setor temo; (g) mesmo os salérios, que, num primeiro momento, sofreram um processo de queda real, voltaram a se recuperar a partir de marco, principalmente devido & atuacéo sindi 5.6 Plano Collor I Por ocasfo da posse do presidente Collor de Melo, o pas vivia& beira da hiperin- flagio (84% em margo). As causas eram conhecidas: déficit pibico (6,9% do PIB); cexpansiio monetiria excessva; indexacio generalizada (precos, imbio,salrios,at- +s financeiros etc); ineficiéncia do Estado; e excesso de protecio & producio domés- tica, Apesar disso osetor produtivo nao se desestruturou (ao contrério da Argentina), ‘com 0 PIB crescendo 3,39% em 1989 ¢ 0 setor externo registrando saldo comercial de USS 16 bilhes (em 1989). (© Plano Collor 1 propunha mudancas radicais na economia brasileira, visando ‘uma maior insercio do pais no comércio internacional. O programa procurava, a ‘curto prazo, derrubar a inflagio a qualquer preco, a partir das seguintes medidas: @) ajuste fiscal profundo, saindo de um resultado operacional de =6,9% do PIB (1989) para +1,3% (1990), com atumento substancial de impostos, redugio de salaric ismo, confisco da divida interna e atraso de pagamentos ao setor privado; Gistina Bozi dos Roly t 118 ECONOMIA sRasunA }) contrag&o monetéria, com bloqueio de ativos financeitos (USS 110 bilhées bloqueados de um total de USS 150 bilhies); ©) desindexagio, com a adogio do cimbio flutuante, live negociagio de saldrios, congelamento de pregos e posterior liberalizagao. alizar a economia brasilet- +a, com reducfo da protecio a produgo domést aga ‘iéncia do Estado, integracio internacional e politica de atracao de capital externo de risco. Como resultado, verificou-se que a inflagao caiu de 84% para cerca de 10% ‘em maio de 1990 e depois jr até atingir 20% em janeiro de 1991. Po- de-se dizer que os resulta xados nfo foram alcancados, em funcéo de: pres jo de cruzados; falta de ajuste fiscal nos Estados e Municipios; © ‘e uma nova tentativa de desin- ria como uma libor, furuando de acordo com a inflagio futura. Com isso, a inflaglo, que havia atingido 21,19 e atingindo 22,1% em dezembro de 1991. 5.8 Gestdo Marcilio Marques Moreira Com a devolusio dos cruzados bloqueados a partir do segundo semestre de 11991, a politica econdmica passa a ser concentrada exclusivamente na prética de jjuros elevados. Tal estratégia, na realidade, revelava a total incapacidade do go- ‘verno de controlar a politica fiscal, dadas as presses expansionistas estabelecidas na prépria Constituigo. Com a politica de juros elevados, a inflagdo manteve-se estével, mas no ce- ddeu: de um lado, por jo da economia manteve-se e, de outro, porque as reformas estrytur ias para recuperar a politica fiscal nfo foram exe- ccutadas. A inflaco ao longo de 1992 manteve-se relativamente constante no pata- mar de 22 a 24% ao més. neiagio 119 Franco) : (© inicio do governd Itamar Franco foi caracterizado pela freqiiente troca de ‘inistros na drea econémica, até a entrada do entio senador Fernando Henrique de 1993, ainlagao passou do patamar de 22% para a.casa dos 4096. atribufda a: expansio dos gastos do governo, notadament tice salaral com aumento da indexagéo de salérios; ere- 5.10 Plano FHC © Plano, baseado em duas questées essenciais, aust fiscal edesindexagio, foi estruturado em trés etapas: 1 Etapa | Foi baseadana busca de um ajuste fiscal provisério com aumento da carga tri- butéria (antecipagio do prazo de recolhimento de impostos, do IPM, Cofins, a- ‘mento dol0F ete.) ecriacio do Fundo Social de Emergéncia (FSE), para dar maior flexibilidade & politica fiscal. 2 Etapa ‘A segunda etapa foi a fase preparatéria para a “quebra” dos mecanismos de indexaglo, Para isso, 0 governo procurou conduzir a economia para uma fase ini- cial de superindexacio, em que os precos foram definidos em URV (que acompa- hava a cotacio do délar), o mesmo acontecendo com os salérios, as aplicagées fi- nanceiras etc. Com isso, procurava-se “alinhar” os preg9s e, no momento em que ivessem definidos em URV e a inflacdo estavel (embora em patamar ele- 120 scowouna senses 5.11 Criagio do real -Acriago do eal vem acompanhada de um amplo programs de desindexacio ‘ereforma monetiia. Na rea monetiria, ruzeio real ésubsttuid peo real, na seguinte condigio: 1D ainllagto um dos elementos mats prversos no processn de distribu RSI = USHT= 1 URV fo de renda, ia bem-sucedida de combate i inflago do governo Cas. ‘6a implantagio do Plano Real, ehistéria brasileira & sma profunda seqiéncia de desconcrols, como se pode observar na Por outro lado, com a extingéo da URV, nfo hf mals indexador e 0s pregs, até onto definidos em URV, passam a ser cotados,no mesmo montane, Com isso, quebra-seo mecanismo deindexacio, semos traumas do conge! ‘Aldi dsc, para dar suporte legal desindexacdo, feava proibid qualquer reajuste {de contrat com intervalo ‘Osprepospassam azerlivese apenas politica salril seria mat oda inflagio residual do periodo anterior ‘Tabela 8.1 Texas de inflagto~ Brasil. GP-DI em 9 (dezembro a dezembro) Inf explicada pela “quebt fndlie ser fita no capitulo relativo ao Plano Real 6 CONSIDERACOES FINAIS _Aexperitnca brasileira de combate ao process inflacionério permite extrait ‘uma série de conclusées importantes: “acumelado Inadeenda | 1.502,7 50.406.148,0 635145731 io existe arficiallsmo no processo desuperacio Fonte: Pandas Geno Varzs (FON, © descontol do proceso inflaconri brasileiro pode ser notado na infa- nos 70, 30.406.148,0%%na década {Es ditogies e aca adiando a tomada de decodes mals profundas para enffenta o problema; 122 ECONOMIA BRASILEIRA 20,086 15,08 00% Setor Externo da Economia “1 Ae tee Brel oom é 195 1996=”=«97 stom 989 2000" Fonte: IBGE Preis, Gréfico 8.1 Inflagdo anual ~ Brasil (PCA-IBGE). 1 INTRODUCAO Ao analisar-se a evolugio do setor externo da etonomia brasileira nos iltimos anos, rs aspects chamamn tengo: em primero hogs, oreduridograu de comercial do Brasil, vis-d-vis a outros paises; em segundo, a importancia ‘externo como fator determinante das fases de crescimento e recessio do sm terceiro, acapacidade de resposta do setor externo aos instrumentos de ‘econémica, quer na direcio correta, quer na diregdo incorreta (O ano de 1968 pode ser considerado o inicio de um processo de maior abertura do pafs ao resto do mundo. A tentativa de buscar novas altemativas de: ficou evidenciada pelas alteragSes da politica cambial (implantagao do minidsvalorzaSes) e pela casio de um sistema de incentivos bs export. taram de USS 1,9 bilhdo em 1968 para USS: ‘garam US$ 57,5 bilhoes. No mesmo period tera bruta menos reservas internacionais) para USS 225,0 bilhGes (1999). Vale observar, porém, que, ao longo desses anos, ocorreram fatos importantes nna economia internacional. Além das crises do petréleo (1974, 1979 e “quase-crise"

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