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Metabolismo dos Nucleotideos I. _VISAO GERAL (0s ribonucleosideos e os desoxirribonucleosideos fosfatados (nucleotideos) sto ‘essenciais para todas as células. Sem eles, nem o DNA nem o RNA poderiam ‘ser produzidos e, dessa forma, as proteinas nao poderiam ser sintetizadas, nem {as células paderiam proliforar. Os rucleotideos também sao utiizados como car- readores de intermediarios ativados na sintese de alguns carboidratos. lipideos € proteinas @ s80 componentes estruturais de varias coenzimas essenciais, ‘como, por exemplo, a coenzima A, 0 FAD, 0 NAD" e o NADP”. Nucleotideos, tals como 0 AMP cicico (AMPc) @ 0 GMP ciclico (GMPc), também sao utlizados como segundos mensagelros em cascatas de sinalizagao celular. Além disso, (08 nucleotideos desempenham um papel importante como “moedas’ de energia na célula. Finalmente, 0s nucleotideos so importantes compostos reguladores para muitas das rotas do metabolismo intermediario, inibindo ou ativando enzk mas-chave. As bases puricas e pirimidicas encontradas em nucieotideos podem ser sintetizadas de novo ou podem ser obtidas por vies de salvagdo, a3 quais permitem a reutlizacao das bases pré-formadas resultantes do metabolismo normal da célula ou da dieta, Il__ESTRUTURA DOS NUCLEOTIDEOS Os nucleotideos sao composts de uma base nitrogenada, um monossacarideo pentose © um, dois ou trée grupas fosfata, Ae hases nitragenadas perteneam 3 dduas familias de compostos: as purinas e as pirimidinas. A. Estrutura das purinas e das pirimidinas Tanto 0 DNA como o RNA contém as mesmas bases piiicas: adenina (A) © guanina (@). Ambos contém a pirimidina citosina (C), mas diferem em sua segunda base pirimidica: 0 DNA contém timina (T), enquanto 0 RNA con- tém uracila (U). T e U diferem por apenas um grupo metila, que esté pre- ssente em T, mas ausente em U (Figura 22.1). (Nota: Bases incomuns sao encontradas ocasionalmente em algumas espécies de DNA © NA, como ce Coa Adenia) Guanina (6) men Figura 22.1 Purinas e pirimidinas comumente encontradas no DNA e no RNA. 290 Pamela C. Champe, Richard A. Harvey, Denise R. Ferrer por exemplo em alguns DNAs virais e no RNA transportador. As modifica- income (Bes que podem ocorrer nas bases incluem metiaca, hidroximetlacao, glk Cosilagio, acetilagio ou redugao. A Figura 22.2 mostra alguns exemplos de bases incomuns.) A presenga de uma base ineomum em uma seqiéncia de rhucleotideos pode auxiliar no seu reconhecimento por enzimas especificas 04 protegé-la da degradacao por nucleases. B. Nucleosideos A adigao de um agucar pentose a uma base produz um nucieosideo. Se ‘acticar for a ribose, sera produzido um ribonucleosideo; se o agicar for a 2-esoxiribose, ser produzido um desoxirrivonucteosideo (Figura 22.34) (s ribonucleosideos do A, G, Ce U sao donominades adenosina, gua- rnosina, citidina ¢ uridina, rospectivamente. Os desoxirribonucleosideos de A, G, C eT recebem a adicao do prefixo "desoxi- ", como, por exemplo, desoxiadenosina. (Nota: © compost desoxitimidina ¢ frequentemente cchamado de timidina, ficando 0 prefixo “desoxi” subentendido.) Os toros de carbono e rilragénio nos angis da base e do acucar so numerados separadamente (Figura 22.38). Observe que os atomos nos anéis das bases so numerados de 1 a 6 nas pirimidinas © de 1a 9 nas purinas, lenquanto nos carbonos da pentose sao numerados de 1° 5’. Dessa forma, quando nos referimos ao carbono 5! de um nucleosideo (ou nucleotides), estamos especiticando um tomo de carsono presente na pentose, © nao na base. Figura 22.2 C. Nucleotides Exemplos de bases incomuns, Nucleotideos s&o ésteres mono, di ou trifosfatados dos nucleosideos. O pri- meiro grupo fostato ¢ ligado por uma ligagao éster & hidroxila 5' da pentose. Tal composto ¢ chamado de nucleosideo S'tosfato ou S'-nuclectides. 0 tipo de pentose designado pela adigéio de um prefixo, “6ibonucteotideo” °5'-desoxiribonucieotideo”. Se um grupo fostato é ligado ao carbono 5’ da pentose, a estrutura serd um nucleosideo monofostato (NMP), como AMP ‘ou CMP. Se um segundo ou terceiro fosfato forem adicionados ao mesmo rhucleosideo, serdo formados um nucleosideo difosfato (por exemplo, ADP) ‘u rifostato (por exempio, ATP) (Figura 22.4), O segundo e o tercsiro fos- fato sao ligados a0 nucleotideo por uma ligagdo de “alta energia”. (Nota: Os grupos fosfato sao responsaveis pelas cargas negativas associadas aos rucleotideos © também so 0 motivo pelo qual o DNA e o RNA sao chama- dos “Acidos nuciéicos,) Ba $ HOH,C _0. HOH.C Kins ‘ oe ec ee alee ‘A Pentoses encontradas nos dcidos nucigicos. B. Exemplos dos sistemas de numeragao para nucleosideos contendo purinas e pirimidinas. Ill. SINTESE DOS NUCLEOTIDEOS PURICOS Os étomos do anel de purina originam-se de diversos compostos, que incluem aminodcides (éeido aspértico, glicina 6 glutamina), CO, © N'-formittetra- drofolato (Figura 22.5). 0 anel da purina 6 formado por uma série de reagées que adicionam carbonos e nitrogénios a uma ribose-5-fstato pré-formada (vela 2 pag. 145 para uma discusséo a respelto da sintese da ribose-5-fstaio pela via das HMPs). ‘Sintese de 5-fosforribosil-t-pirofosfato (PRPP) PRPP 6 uma “pentose ativada” que participa na sintose de purinas © pirimi- dinas e nas vias de salvacao de bases piricas (veja a pag. 294). A sintese de PRPP a partir do ATP e da ribose-S-lostato ¢ catalisada pela PAPP-sin- fetase (ribose-lostato-pirofostocinase, Figura 22.6). Essa enzima é ativada por fosfato inorganico (P) ¢ inibida pelos nucleotideos puricos (inibigo pelo produto final). (Nota: A molécula de acucar do PRPP é a ribose, portanto 05 ribonucleotideos 620 os produtos finais da sintese de novo das purinas. (Quando ha necessidade de desoxiritonucleotideos para a sintese de DNA, ‘a molécula de ribose é reduzida [veja a pag. 295])) B. Sintese de 5'-fostorribosilamina A sintese de 5'fosforriposilamina a partir de PRPP e glutamina 6 mostrada nna Figura 22.7. © grupo amida da glutamina substitui o grupo pirofosfato ligado a0 carbono 1 do PRPP. A enzima, gfutamina:fostorribosit-pirofostato- amidotransferase, é inibida polos §”-nucleotideos puricos AMP, GMP e IMP — 08 produtos finals da rota. Esse é 0 passo de comprometimonto na hinssintasa das nuslantidans piriens. A valocidade da raachn & também controlada pela concentragao intracelular dos substratos glutamina e PRPP. (Nota: A concentragao intracelular de PRPP situa-se, normaimente, bem abaixo do K,, para a amidotransferase. Assim, mesmo uma pequena varia- ‘940 na concentragéio de PRPP causa uma mudanga proporcional na veloc dade da reacao [veja a pg. 59],) CC. Sintose de inosina monofosfato, © nucleotides puirico “progenitor” Os préximos nove passos na biossintese dos nucleatideos prices que levam & sintese de IMP (onde a base ¢ a hipoxantina) estéo lustrados na Figura 22.7. Essa rota requer quatro moléculas de ATP como fonte de ener- gia. Duas etapas dessa via requerem N"*ormiltetraidrofolato, Bioguimica Wustrada_ 291 Ribonucleosideo 5: ‘monofostato (NMP) Albonuctoosideo 5 Figura 22.4 Ribonucleosideos monofosfato, dlfostato e trifostato. Figura 22.5 Fontes de cada atomo no anel de parina @-one Pape sien OH on aren ae AMP Rinose-Sosiato IMIDORES ®-0H,¢ 08-8 On On Fostontbosi-profesato Figura 22.6 Sintese do 5-fostorribosi-1-pirofosfato (PRPP), mostrando o ativador @ 0s inibidores da reacao. 292 _Famola C. Champe, Richard A. Harvey, Denise R. Ferior Ni Z0,POHS Guaming —Glutamato—O,POH.O 0. HO PP; be Glenn «ATP “Guraniecoserose OH OH OO _ & proatioamiitanstrce OH O# AvP + S-Fostorboa 5-Fostonbosiamina ‘tpirotoetate Since INIBIDORES: coe ANP, GP. 1M o=6, Ha: Ni 2 NH Pao cH. N!2rormi- "0,POH.C O-c., Tealdotolte _ralsraaino f | a oo Se Fonmisrase On OH ciutamat Festrribosi- ormigisinamica 5-Fostoribesitlcinamia Sinetase +H0 +P; N HN meno AP we Ameer, ff S - NA ow ANALOGOS DO PABA NH 1 ‘Sinttase abose-5-fostato Fibose-Stostoto ‘5-Fostortibosi- 5-Fostorribosi- ‘Nformilglicinamidina S-aminoimidazot ‘como coenzima, 08 medicamentes contendo Elie ciminvom a velociae desea rota ‘em bacteras cide folea Ge ontos exermas. Assim sendo,o: medies- ‘mantos cantando sulfa no interim com 3 Sintese humana de puro = ANALOGOS DO AcIDO FOLICO 0 metotrexato #08 compostos relacionados Inibem a reeugsa do dlaroolato a teralaro- {Olato, caalsada pola didrofolato-edutase (ela a pig. 71) (© cosas drogaslimitam 9 quentidade de ttrei- Sroolatoaisponive! para o uso na sintese de purinas 9, desse modo, aminuem 3 velocidade Se eplcarso de DNA nas células de mamifeos. Essen compostos sao, portant, utels ne lratamonto de tumores de ercelmento pido, orem ado também txices para todas Fabose ests Fitose-5-osato Finpse-5-ostato |8-Fostoenbosi- |5-Fostornibosi- Inosina5-monofostto ‘tearboxamids ‘¢-carboxamia: ue) ‘Seminoimidazl ‘tormamidoimidszot Figura 22.7 Sintese dos nucleotideos puricos, mostrando o efelto inibitério de alguns andlogos estruturais. Bioquimica tustada 293 D. Inibidores sintéticos da sintese das purinas ‘Aiguns inibidores sintéticos da sintese de purinas (por exemplo, as sulfo- namidas’) sao planejados para inibir 0 crescimento de microrganismos em divisdo répida, sem interferir com as fungdes colularos humanas (veja a Figura 22.7). Outros inibidores da sintese de purinas, tais como os andlogos estruturals do Acido {6lico (por exemplo, metotrexato’), sa0 usados farma- cologicamente para controlar a prolferagao do céncer, pois interferem com a sintese de nucleotideos e, dessa forma, com a sintese de DNA ¢ RNA (veja a Figura 22.7). (Nota: Os inibidores da sintese de purinas em huma- ros so extremamente toxicos para os tecidos, especialmente para estrutu- raa em deaenvalvimento, taia como a2 de fete, ou para tipoe celulares que normalmente replicam-se rapidamente, incluindo a medula éssea, a pele, © trato gastrintestinal (Gi), 0 sistema imunolégico ou os foliculos capilares. Como resultado, individuos sob medicagao anticéncer podem experimentar efeitos adversos, como anemia, descamagao da pele, distirbios do trato {gastrintestinal, imunodeficiéneia € perda de cabelo). Trimetoprim’, outro analogo do folato, apresenta potente atividade antibacteriana, devido a sua ‘ago inlbitéra seletiva sobre a ddrofolato-redutase bacteriana, “O0C-GH,-CH-GOo™ AcIDO MICOFENOLICO (© ssa droga 6 um intidorreversivel ‘borcompetitve da inosinemone= Toctato-dosidrogonaco. (© Arosa prvalinéctos T° B em ‘alae poiteracao de componen- techave paras sintose dos seicoe neclscos (© Eusada como uma dogs preventive contra repo Se transplants ‘uP + PP; ae *O,POH: OH OH cue Figura 22.8 Convers do IMP para AMP © GMP, mostrando a inibigao por retroalimentacao. Vela 0s Capnuos 4 & 40 de Farmacotoishusac (edo € Capos 29 © 38 (2 eled0) para uma douoedo coe autonamidca, inatopim e etovexa 294 _ Pamela C. Champe, Richard A. Harvey, Denise R. Ferrior GoP+ATP. ——— GTP + ADP. COP+ATP =———> CTP+ADP Figura 22.9 Convarsao de nucleosideos ‘monofosfato a nucleosideos difostato e tritostato, ‘encia ge nipoxantina-guanina- fostorrbostranstorase 9, desse ‘modo, resulta na impossiiidade Se recuperacio da poxantina ‘ude gus, (© Eeeadefciéncla nities rosuta ro aumento dos nivels de PAPE © Chusande tim sumente na sintese ‘Senovede purinas. ‘uals Incluem automa mouimentos Invaluntvios. Figura 22.10 Vias de salvagao na sintese de rnucleotideos puricos. E. Conversao do IMP em AMP e GMP ‘A conversao de IMP em AMP ou GMP ocorre em uma via de duas ela- pas, dependente de energia (Figura 22.8). Observe que a sintese de AMP requer GTP como fonte de energia, enquanto a sintese de GMP requer ATP. Além disso, a primeira roagao de cada rola ¢ inibida polo produto final da via. Esse fato prové um mecanismo para direcionar o IMP para a sintese de purinas presentes em quantidades menores. Se ambos, AMP ¢ GMP, estiverem presentes em quantidades adequadas, a sintese de purinas pela via de novo é inibida na reagéo da amidotransferase, (Nota: O écido mico- fenélico [MPA] é um potente inibidor reversivel nao-competttvo da inosina _monotostato-desidrogenase, e tem sido usado com sucesso na prevengao {a rejeicao de transplantes. Ele bloguela a formagao de novo do mono- fostato de guanosina [GMP, veja a Figura 22.8), privando assim as células ‘em rpida proliteracao, inclvindo linfécitos T e B, de um componente-chave para a sintese dos acidos nuciéicos.) F. Conversao de nucleosideos monofosfato om nucleosideos difosfato e trifostato Os nucleosideos ditosfato (NDP) sao sintetizados a partir dos nucleosideos monolostato (NMP) correspondentes, por nucleosideo monotostato- Cinases, especiticas para cada base (Figura 22.0). (Nota: Essas cinases ‘no conseguem discriminar entre ribose ou desoxiribose no substrato.) Geralmente, 0 ATP é a fonte de fostatos transferidos, pols esta presente fem concentragdes mais altas do que 0s outros nucleosideos trifosfatos, A adenilat-cinase 6 especialmente ativa no figado e no masculo, onde ¢ alta a renovagdo da energia do ATP. Sua fungao & manter um equilibrio entre AMP, ADP e ATP. Nucleosideos cifosiato e trifosfato sao interconversivels pela mucteusideo ulfusiatu-ciese — unis engi que, uierer terete Us monofosiato-cinases, apresenta uma ampla especificidade. G. Via de salvacao para as purinas ‘As purinas que resultam da taxa de renovacao normal dos acidos nucléicos celulares ou que so obtidas da dieta e nao so degradadas podem ser onvertidas em nucleosideos trifesfato e usadas pelo organism. Essa via é Cefinida como “via de salvacdo" para as purinas. 1. Conversio de bases purinicas a nucleotideos. Duas enzimas estio eenvolvidas: adenina-fastorrbosi-transtorase (APRN) hipoxantina-gua- nina-fosforibosi-transferase (HPRT), Ambas as enzimas utiizam PRPP como fento do grupo ribose-S-fosfato. A liberagdo do pirfosfato torna essas reagées ineversiveis (Figura 22.10) 2. Sindrome de Lesch-Nyhan, Essa sindrome 6 uma doenea recessiva ligada ao cromossomo X, associada com uma daficiéncia pratica- mente total de HPAT. Essa deficiéncia resulta em uma incapacidade de utilizar a via de salvagéo para hipoxantina ou guanina, o que resulta nna produgao de quantidades excessivas de acido urico. Além disso, a falta dessa via de salvagao causa um aumento nos niveis de PRPP e ‘uma diminuigao nos niveis de IMP @ GMP. Como consequéncia, a giu- !amina-fostorribosi-pirofostato-amidotransferase (0 passo regulado na sintese das purinas) fica com excesso de substrato e diminulda dispo- nibilidade de inibidores, e a sintese de novo das purinas ¢ aumentada. ‘A combinagdo de uma diminui¢ao na reutlizacao das purinas com 0 ‘aumento da sintese desses compostos resulta na produgao de gran- des quantidades de Acido Urico, tornando a sindrome de Lesch-Nyhan uma grave forma hereditaria da gota, Pacientes com a sindrome de Lesch-Nyhan tendem @ produzir pedras de urato nos rins. Outras caracteristicas da doenca incluem distirbios neurolégicos peculiares, Bioquimica tusvada 295 como automutlagdo (Figura 22.11) e movimentos involuntarios. IV, SINTESE DE DESOXIRRIBONUCLEOTIDEOS (Os nucleotideos descrites anteriormente neste capitulo contém, todos, ribose (ribonucleotideos). Os nucleotideos necessarios para a sintese de DNA, entre- tanto, so 2'-desoxirribonucleotideos, os quals sao produzidos a partir de rbonucleosideos difosiato pela enzima ribonucleotideo-redutase. A. Ribonucleotideo-redutase AA ribonuctectideo-redutase (ribonucleosideo difosfato-redutase) & uma cenzima tetramérica (duas subunidades idénticas B1 e duas subunidades idénticas 82), cuja atividade 6 especifica para a redugao de nucleosideos difostato (ADP, GDP, CDP e UDP) em suas formas desoxi (SADP, dGDP, COP e dUDP). Os doadores imediatos dos étomos de hidrogénio neces sarios para a redugao do grupo 2hidroxila s4o dois grupos sulfidrila pre sentes na propria enzima, os quais, duranto a reago, formam uma ponte dissulfeto (Figura 22.12). 1. Regeneragao da enzima reduzida. Para que a ribonucleotideo-redu- fase possa continuar produzindo desoxirribonucleotideos, a ponte issulfeto, criada durante a produgao do 2'-desoxicarbono, deve ser reduzida, A fonte dos equivalentes redutores é a tiorredoxina ~ uma coenzima peptidica da ribonucleotideo-redutase. A tiotredoxina con- tém, na cadeia peplidica, dois residuos de cisteina separados por dois aninvatidus. Sév esses grupus sulfiuila da tiorredoxina que doam seus atomos de hidrogénio para a ribonucleotideo-redutase durante processo de formagao da ponte dissulfeto (veja a pag. 19) 2. Regeneracdo da tiorredoxina reduzida. A tiorredoxina deve ser con- vertida novamente na sua forma reduzida para que possa continuar sua fungao, Os equivalentes redutores necessarios sao fornecidos pelo Figura 22.11 Lesdes nos labios de pacientes portadores da sindrome de Lesch- Nyhan, causadas por automutilaggo. OH OH Abonucleosideo sltostato Tiorredoxina (2 SH) #0 (resuzida) nape ‘Tlorredoxine ($8) (oxideds) s Tionesounedtase NADPH oH Figura 22.12 Conversao de ribonucleotideos em desoxiribonucleotideos, 296 _ Pamela C. Champo, Richard A. Harvey, Denise A. Ferrior ‘INOS DE ATIVIDADE sitios De especiricioADe ‘AO SUBSTRATO Fron enue es igura 22.13, Regulagao da ribonucleotideo- redutase. NADPH + HY, a reagao 6 catalisada pela tiorredoxina-redutase (veja a Figura 22.12) B. Regulacdo da sintese de desoxirribonucleotideos A ribonucleotideo-redutase & responsével pela manutengao de uma quant- dade adequada de desoxiribonucleotideos, necessarios para a sintese de DNA. Para conseguir desempenhar essa funco, a enzima sofre uma regu- lagéo complexa. Alm de possuir um tnico sitio ativo, existem na enzima dois outios sitios, que estdo envolvidos na regulacao da atividade (Figura 22.19), 1. Sitio de atividade. A ligacdo do ATP a um sitio alostérieo (conhecido como sitio de atividade) na enzima inibe a atividade catalitica goral da enzima e, portanto, impede a redugao de qualquer um dos quatro hucleosideos difostato. Isso previne efetivamente a sintase de DNA © explica a toxicidade de niveis elevados de dATP, observados em cortas condicées, tais como a deficiéncla de adenosina-desaminase (veja a pag. 299). 2. Sitio de especificidade ao substrato. A ligacdo de nucleosideos trifosfato a um culo sitio alostérico (conhecide como sitio de especi- ficidade ao substrato) na enzima rogula a especificidade ao substrato, ‘causando um aumento na conversio de diferontes espécies de ribonu- cleotideos em desoxiribonuclestideas, de acordo com a necessidade para a sintese de DNA, V._DEGRADACAO DOS NUCLEOTIDEOS PURICOS A degradago dos Acidos nuciéicos da dieta ocorre no ttestino delgado, onde tum grupo de enzimas pancreaticas hidrolisa os nucleotideos a nucleasideos e bases livres, Dentro das células, os nucleotideos puricos so sequencialmente degradados por enzimas especificas, sendo que 0 produto final da via é 0 ido Grico. (Nota: Os mamiferos, com oxcecdo dos primatas, oxidam a seguir © cido tirico a alantoina, que, em alguns animais que nao os mamiferos, pode ser seqiiencialmente degradada a uréia ou aménia.) A. Degradagao dos acidos nucléicos da dieta no intestino delgado As ribonucleases ¢ as desoxirribonucleases, secretadas pelo pancreas, hidrolisam 0 RNA © 0 DNA, produzindo principalmento oligonuclootidoos. 0 oligonucleotideos séo, a seguir, hidrolisados pelas fosfodiesterases pan- ‘creéticas, produzindo uma mistura de mononucleotideos 3' e 5°. Uma fami Tia de nucleotidases remove hidroliicamente os grupos fosfato, liberando rnucleosideos que podem ser absorvidos pelas células da mucosa intestinal ‘ou poder ser deyravados en! bases lives, anus Ur absorgau. (Nola AS purinas e pirimiciinas da dista nao s4o usadas em larga escala para a sin- tese de acidos nucléicos teciduals. Em vez disso, as purinas da diota sio ‘geralmente convertidas em acido trico elas céivlas da mucosa intestinal ‘A maior parte do Acido trico entra no sangue e 6 excretada pela urina. Por ‘essa 1azAo, individuos com tendéncia a deservolver gota devem ser caute- logos quanto ao consumo de alimentos que contenham allas quantidades de Acidos nucléicos, como mitidos de animals, anchovas, sardinhas ou Ieguminosas, como 0 feljéo. 0 restante das purinas da dieta é metabolizado pela flora intestinal.) Um resumo dessa via é mostrado na Figura 22.14. B. Formacéo do Acido urico Na Figura 22.15, 6 mostrado um resumo dos passos envolvidos na produ- 0 do Acido rico © das doengas genéticas associadas com doficiéncias de determinadas enzimas dessa via de degradagao. (Nota: Os nimeros abaixo, entre colchetes, se referem a reagdes especilicas na figura.) [1] Um grupo amino é removide do AMP para produzir IMP, ou da adeno- ssina para produzir inosina (hipoxantina-ribose) pela AMP ou pela ade- nosina-desaminase, 2] IMP e GMP sao convartidas em suas formas nucleosidicas ~ inasina @ ‘quanosina — pela aro da 5-nucleotidase. [8] A purina-nucteosideo fostoriase converte inosina e quanosina em suas respectivas bases poricas, hipoxantina e guanina, 4] A guanina 6 dosaminada, formando xantina [5] A hipoxantina 6 cxidada pela xantina-oxldase, resultando em xantina, ‘a qual é subsequentemente oxidada pela xantina-ovidase, produzindo cdo treo, que é 0 produto final da degradagao das purinas em huma- nos, O acide Urico é exeretado na urina ©. Doencas associadas com a degrada¢ao das purinas 1. Gota. A gota é uma doenga caracterizada por altos niveis de acido lirica no sangue, como resultado de sua grande produgao ou balxa excreedo. A hiperuricemia resulta na deposigao de cristais de urato s6dico ~ 0 produto final do metabolismo das purinas ~ nos tecidos, especialmente nos nns @ nas articulagoes, causando inicalmente um quadro agudo ©, prograssivamente, levando @ artrite gotosa cré- nica. (Nota: A hiperuricemia nao causa sempre a gota, mas a gota 6 ‘geralmente precedida pela hiperuricemia.) A Figura 22.16 mostra um paciente cujo dedo indicador apresenta gota tofécea, onde os iofos (massas nodulares de crstais de urato monossddico) s40 depositados nos tacidos moles do corpo. A deposicao de cristais de uralo monos- s6dico com formato de agulhas inicia um proceso inflematério, envolvendo a infitragao de granulécitos que fagocitam os cristals de urato, Esse processo gera metabélitos de oxigénio (veja a pag. 145) {que danificam os tecidos, resultando em liberacao de enzimas lisos+ somais, as quais promover uma resposta inflamatéria. Além disso, laumenta a producdo de lactato nos tecidos sinuvais, resultando em um docréscimo do pH, que aumenta a deposicao dos cristais de urato. Um diagnéstico definvo requer a coleta e 0 exame do fluido sinovial por rmictoscopia de luz polarizada, para confirmar a presenca de cristais de turato monossédico (Figura 22.17). . Gola primaria. Na maioria dos pacientes, a gota é causada pola baixa exctegao do dcido Urico, devido a uma deficiéncia na secre: ‘40 renal. No entanto, uma grande produgéo de dcido trico pode ocorter devido a uma anormalidade hereditéria nas enzimas do ‘metabolismo das purinas. Essa condigao € definida como “gota pri- rméria’. Por exemplo, vatias mutagSes ligadas ao cromossomo X foram identficadas no gene da PRPP-sintetase, as quals resultam fem um aumento do Via, (veja a pag. 58) para a produgéio de PRPP, fem uma diminuig&o do K,, (veja a pag. 58) para a ribose-S-fostato ou em uma diminuigao da’sensibilidade aos seus inibidores, nucle- Bioguimica tustrada 297 piano aes orm oun v ‘otdos nuctéicos Searahiredoe Figura 22.14 Digestao dos cides nuciéicos da ieta, 298 _ Pamela C. Champe, Richard A. Harvey, Denise A. Feri ‘combinada grave (SCID), envolvende distuncéo. {das células Te reqUentemente das calula 8. (© Grandes sccimulos de dATP t8m sido observados nas homcias. (Nola: ATP 6 um inibidor 63 ‘ibonucleotideo-redutase e, portant, da sintose denna) GoTa ‘© aractorzada por hiperuicemia com ersosreeorrentes inflamacse aritica aguda nas aculagees,caueadae pela deposicge de cristae de det unico, = A gota prima uparuncoma ¢atorma ca qe srr [© 0 tratamento com slopurinol inibe a xantinsoxidase, ido mum aetmulo de hipexantina exantina~ ‘Compestos mals soluvels que o acdo urea, ‘ei utes. Figura 22.15 ‘A degradacdo dos nucieotideos pu cos até 0 dcido drco, ilustrando algumas das doengas genéticas associadas com essa via. (Nota: Os niimeros entre colchetes relerem-se aos nimeros correspondentes citados no texto) otideos puricos. Em qualquer desses casos, a produgao de purinas 6 elevada, resultando em altos niveis de cido irico plasmatico. A ssindrome de Lesch-Nyhan (voja a pag. 294) também causa hipe- ruricemia, como resultado da diminuigao da via de salvacao das bases hipoxantina e guanina, Hiperuricemia secundaria. Essa forma de gota é causada por uma vatiedade de disfungdes por estilos de vida, podendo ocor ser, por exemplo, em pacientes com insuticiéncia renal cronica, pacientes submetidos a quimioterapia, pacientes com doencas ‘mieloprolierativas @ pacientes que consomem quantidades exces- sivas de alcool ou alimentos ricos em purinas. A gota pode ser também um efeito adverso de doengas metabélicas aparentemente nndo-relacionadas, como a doenga de von Gierks (veja a Figura 11.8, pag. 128) ou a intolordncia & frutose (veja a pag. 196). c. 0 tratamento para a gota. Alaques agudos sfo tratados com olchicina, para diminuir a migragao de granulécitos para a area afetada, ¢ com antiinflamatérios, tais como a Aspirina®, para promover 0 alivio da dor’. A maioria das ostratégias torapéuticas ara a gota envolve a diminuigdo dos niveis de acido rico abaixo do ponto de saturagdo, dessa forma prevenindo a deposigao dos cristais de urato. Agentes uricostricos, como probenecida ou ssulfimpirazona’, sA0 usados na maioria dos pacientes com gota, porque em geral excratam pouco Acido urico. O alopurinol — um Inbidor da sintese do Acido trico — ¢ mais toxiea, senda reservado ppara aqueles pacientes cuja hiperuricemia 6 resultante da super~ rodugao de urato, No organismo, 0 alopurinol & convertide em oxipurinol, o qual inibe @ xantina-oxidase, resultando no acimulo de hipoxantina e xantina (vela a Figura 22.15) — compostos mais solivels do que 0 acide Urico e, portanto, com menor probabilidade de promoverem uma resposta inflamatcria. 2. Deficiéncia de adenosina-esaminase. A adenosina-desaminase (ADA) expressa-se no citosol de todas as células, mas, nos humanos, ‘S40 0 linfécitos que possuem a mais alta atividade dessa enzima. A deficiéncia de ADA resulta no actimulo de adenosina, que convertida (om suas formas de riponucieotideo ou desoximibonuctectideo pelas cinases celulares. Como conseqdéncia da elevagao dos niveis de ATP, a sibonucleotideo-redulase é inibida, evitando assim a produco do todos 0s nucleotideos contendo desoxirribose (veja a pag. 295). Conseqientemente, as células se tornam incapazes de sintetizar DNA e dividirem-se. Na sua forma mais grave, essa doenga autossOmica recessiva causa a imunodeficiéncia combinada grave (ICG, ou SCID, de severe combined immunodeficiency disease), em que se observa auséncia de linfécitos T e B. Criangas com essa deficiéncia devem viver fom ambientes estéreis (Figura 22.18) 0, frequentomente, morrem por volta dos dois anos de idade. (Nota: Ha uma estimativa de que, nos Estados Unidos, a deficiéncia de ADA contribua com aproximadamento 14% de todos 08 casos de SCID.) O tratamento requer transplante de medula ou terapia de reposi¢ao da enzima, (Nota: A deficiéncia de ADA foi a primeira doonga genética tratada com sucesso pola terapia gérica,) Vi. SINTESE E DEGRADACAO DAS PIRIMIDINAS ‘Ao contrério da sintese do anel parico, que é construido sobre uma ribose-S- ‘esfato preexistonte, 0 anel pirimidinico é sintetizado previamente, sendo depois “eado a ribose-5-fosfato, a qual é doada pelo PRPP. As fontes dos atomos do -25cl pirimidinico sao glutamina, CO, e acido aspartico (Figura 22,19). (Nota Glutemina e cido aspartico sao neoassérios para ambas as sinteses, de puri 2s de pitimidinas.) © ej Captuo 42 de Farmacotgi tustaaa(ece30) eo Captulo 39 2" exo) para uma, ‘Seeussdo acerca do tratamt da gola «do papal dos agentes ureasurens Bioguimica lustrada 209 Figura 22.16 Gota tofacea. Figura 22.17 ‘A gola pode ser diagnosticada pela presenca de cristais negativamente birrefringentes de urato monossédico ‘em aspirados de fluido sinovial, ‘examinados om microscépio de luz Polarizada. Na figura, cristais podem Ser vistos dentro dos leucécitos polimorfonucieares. Figura 22.18 Crianga pequena, nascida com sindrome de deficiéncia imune, brinca em uma bolha plastica, live de germes, na qual deve permanecer para sobreviver. 300 Pamela C. Champe, Richard A. Harvey, Denise Ri. Ferier Figura 22.19 Fontoa de cada étomo conatituinte do ane| pirimidico, cps! cps Localizagio | Mtocénda setulae vie ici da urea envi Fonte de | Aménia trogénio. FReguladores) Atvador Inibor | Nacati| uw suramate | Atvedor: iP Figura 22.20 Resumo das diferencas entre a ‘carbamoiF-fosfato-sintetase (CPS) |¢ @ OPS I ‘A. Sintese de carbamoll-fostato © passo regulado dossa via em células de mamiferos é a sintese de carba- moifostato a partir de glutamina © CO,, catalsada pela carbamoi-stat. sintetase I (CPS If). A CPS Ii é inibida por UTP (0 produto final dessa via, 0 {ual pode ser convert em outros nucietideos pirmidincos) 8 ¢ aivada por ATP @ PRPP. (Nota: O caroamoilostat 6 tamém, quando sintatizado pela CPS |, um precursor da uréia [veja a pag. 251]. Diferentemente de butras onzimas de carboxlagao, nenhuma das CPSs requer biotina como coenaima. Uma comparacao entre essas duas enzimas & apresentada na Figura 22.20) B. Sintese do Acido orético (© segundo passo na sintese das pirimicinas 6 a formago de carbamoil- aspartato, catalisada pela aspartato-transcarbamoilase. O anel pirimidinico 6 enigo fechado hidrolticamente pela dlidro-orotase. O didro-orotato resul- tante 6 oxidado, produzindo acido orético (orotato: Figura 22.21). A enzima que produz 0 orotato, diidro-orotato-desidrogenase, est localzada dentro da mitocdndria. Todas as outras reagdes da biossintese das pirimidinas ocorrem no citosol. (Nota: As primeiras trés enzimas dessa via [CPS Il, aspartato-transcarbamoilase e clidro-orotase] s8o dominios de uma mesma cadeia polipeptidica. [Veja a pag. 19 para uma discussao acerca de domi rigs.] Esse 6 um exemplo de um polipepticio multifuncional ou multicatalt- tico, que facilta a sintese ordenada de um composto importante.) ©. Formagao de um nucleotides pirimidico No segundo estigio da sintese de nucleatideos pirimidinicos, 0 anel pirt- mmidinico completa ¢ convertide na nuclantiden arotidina ’manotnsfata (OMP; veja a Figura 22.21). 0 PRPP é novamente o daador da ribose: S-fosfato, A enzima orotato fosforribosi-translerase produz OMP e libera pirofosfato, com isso tornando a reago biologicamente irreversivel. (Nota: ‘Tanto a sintose de purinas quanto a sintese do pirimidinas requer glutamina ¢ PRPP como precursores essenciais.) OMP, 0 precursor dos mononucleo- tideos pirimidinicos, & convertido em monofosfato de uridina (UMP) pela orotidilato-cescarboxilase, a qual remove 0 grupo carboxila acido. A orviato- fesiorribosil-ransferase © a orotidilato-descarboxilase sao também domi nios de uma tinica cadeia polipeptidica, chamaca UMP-sintase. A acidirla rdtica — um defeito genético raro ~ é causada por uma deficiéncia dessa enzima bituncional, resultando em acido ordtico na urina (veja a Figura 22.21). D. Sintese do trifosfato de uridina e do trifostato de citidina © trifostato de ctidina (CTP) ¢ produzido pela aminagéo do UTP pela C7P- sintetase (Figura 22.22). (Nota: O nitrogénio € fomecido pela glutamina = outro exemplo de uma reagio de biossintese de nucleotideos em que esse aminodcido 6 necessério.) E. Sintese de monofosfato de timidina a partir do dUMP (OGUNP 6 convertido em dTMP pela timidilato-sintase, a qual utiliza N'.N"- metileno tetraidrofolate como fonte do grupo metla (voja a pag. 265 para uma discussio acerca dessa coenzima). Essa é uma reagao incomum, fem que 0 tetraidrofolato (THF) contribu ndo somente com um grupo de tm carbono, como também cam dois tomas de hidrogénio do anel pteri- dina, resultando na oxidac0 do THF a diidrofolato (DHF) (Figura 22.23) F. Via de salvagao para as pirimidinas Veja. Capua 0 de Farmacologie usras (2° Bloguimica lustrada__30° 1 a ea" oo ACIDURIA OROTICA © A orotato-ostorivosil‘ranstorase #2 OMP-descarboxilase 280 dominios separados de um unico pelipeptides a UMP-ontaze. ||” Gh orotatoestorbosittransfersse resultam em cresemento rande REGULAGAO DA SINTESE DAS PIRIMIDINAS (© Em células de mamiters, a carbamoibfostato- ‘sinoraso 9 inblda por UTP e atlvada por ATP © PREP ‘© Em célulasprocarsions, a aspartate transcarbamo- laze Inde por CTP esa etapa roguacora, ‘anormal anemia megalblastios © excrocae de ‘quentdades de oretato ne urna. © Uma alimentagéo rica em uridina resulta na methora da anemia Nat nn ammubie uncuseqesae oes QR * ay now oy - \ 20POH.C 0. C02 20,P0H,c Fei nee R eT Pred Soa Se ee ] DP eon Cotta a Se cg HO OH HO OH 4 Usdina §-monotosteto rotdna $-monotsts. orcteto ‘any ‘ou Figura 22.21 Sintese do novo das pirimidinas. Inibidores da timidilato-sintase incluem analogos da timina, tals como 0 Sefluoruracil, o qual é usado com sucesso como agente antitumoral”. O S-fluoruracil ¢ metabolicamente convertido em 5-FdUMP, o qual torna-se Permanentemente ligado a timidilato-sintase inativada. Por essa razdo, a droga 6 chamada do inibidor “suicida’. © DHF pode sor roduzido a THF pela clidrofolato-redutase (veja a Figura 28.3, pag. 372), uma enzima que 6 inibida na presenga de drogas tais como 0 metotrexato. Por diminuirem © suprimento de THF, esses analogos do folato nao s6 iniber a sintese de purinas (veja a Figura 22.7), como também, por prevenirem a metilagao do UMP a dTMP, baixam a concentracao celular desse componente essencal do DNA. A sintese do DNA 6, portanto, inibida, e o crescimento celular dimi- nuido. Devido a essa capacidade do diminuir a replicagao do DNA, por dimi- ‘uir a disponibiidade dos nucleotideos precursores, drogas como essas descritas anteriormente sao utilizadas para reduzir a taxa de crescimento de células tumorais, Poucas bases pirimidinicas so recuperadas nas células humanas. Entre tanto, 08 nucleosideos pirimidinicos uridina e citidina podem ser recupera- Figura 22.22 to), Cap 982" cg) pra ura i Sloat arewon saan ctetopenee Sinteso do CTP a partir do UTP. 302 2 vy 7 W POsPOH.C 0. 1 ame a Ge if ee “i HW 4 atone eae |5-Fluoruractl eet Y — srane | rere aoe st te ag] =, qian soot oe ° ow: *0,POH.C iH one Figure 2223 Sintoso de TMP a parte do JUMP, ilustrando os sitios de acéo das drogas antineoplasicas. VIl_RESUMO DO CAPITULO Pamela ©. Champe, Richard A. Harvey, Dene A Ferrier dos pela uricina-cticina-cinase, a desoxicitidina pela desoxictidina-cinase a timidina pela timidina-cinase. Cada uma dessas enzimas catalisa a fos- {orilagao do(s) nucleosideo(s), uilizando ATP 6 formando UMP, CMP, dCMP e TMP. (Nota: O virus herpes simples codifica uma timidina-cinase especi- fica de virus, a qual fostorla 0 andlogo de nucleosideo aeiclovir [aciciogua- nosinal para formar acicloguanosina monotosiato. Depois de sucessivas ‘osiorlagGes, a acicloguanosina tifosiato resultante 6 incorporada dentro do DNA viral pela DNA-polimerase viel, causando 0 término da sintese do DNA nas céiulas infectadas pelo virus.) G. Degradagao dos nucleotideos pirimidinicos ‘Ao contrario dos aneis puricos, que nao sao clivados nas celulas humana, (0 anéis pirimidinicos podem ser aberios e degradados, produzindo estru- turas altamente soliveis, tais como fi-alanina @ B-aminoiscbutirato, os quais podem ser utlizados como precursores de acelilCoA e de succinil-CoA, respectivamente, Os nucleotideos sao compostos por uma base nitrogenada (adenina = A, guarina = G, citosina = C, uracila ~ Uo timina = 7), uma pentose © um, dois ou trBs grupos fostato, A © G sao purinas, C, U'e T sao pirimidinas. Se 0 agiicar 6 a ribose, o nucleotideo & um ribenucleosideo fosfato (por ‘exemplo, AMP) e pode desempenhar varias fungées na célula, incluindo ser um componente do RINA. Se o agucar é a desoxirribose, 0 nucleotideo & um desexirribonucleosides fostato (por exemple, dAMP) e sera encontrado, ‘quase exclusivamente, como um componente do DNA. O passo regulével na sintese das purinas usa S-fostorribosi-I-pirotostato (PAP, uma “pentose ativada’, que fornece o grupo ribose-tostato para a sintese de novo das purinas € pirimidinas @ para a rocuperacdo das purinas) e nitrogénio da glutamina para produzir fostombosilamina. A enzima é a glutamina:PRPP-amidotransferase © 6 inibida por AMP, GMP e IMP (os produtos finals da via). Os nucleotideos piricos podem também ser produzidos @ partir de bases poricas pré-formadas, usando vias de salvacao cetalsadas pela adenine-osforribosiltransferase ¢ pola hipoxantina-guanina-fosforribosil-transterase (HPRT). Ua deficiencia de HPRT causa a sindrome de Lesch-Nyhan ~ uma forma de gota hereditria © grave, acompanhada por automutilagdo compuisiva. Todos os dosoxiribo- rnucleatideos so sintetizados a partir de ribonucleotideos, pela enzima ribo- nucleotideo-redutase. Essa enzima ¢ altamento regulada. Por exemplo, ela 6 fortemente inibida por dATP ~ um composto produzido em excasso nas céhi- las da medula éssea de individuos que possuem deficiéncia de adenosina- dosaminaso. Essa sindrome causa a imunedeficiéncia combinada grave. O produto final da degradacéio das purinas é 0 écido trico — um composto cui produgéo em exc9ss0 ou baixa secteeo causa a gota. O primeiro passo na sintese de pirimidinas — a producdo de carbamoll-fostato pela carbamoll-fos- fato-sintetase Il~ 0 pass0 regulado nessa via (2 inibido por UTP ¢ ativado por ATP e PRP). O UTP produzido por essa via pade ser convertido em CTP © dUMP pode ser convertico em dTMEP, ullizando a timidilato-sintase ~ uma erizima-alvo para drogas anticdncer, tas como o 5-uoturac Bloquimica Wustreda 303 Eauaura doa nocecieos | Neiabolamo [ [Sites as prima PX, Baim BASE ApUCAR come ‘utaina Aaenosina t Imosina ‘seta ins ermiaicremas | | W!-Formib TH BASE BASE» AcUCAR sit | | cunerina ": FOSFATO =nucueoTibeo Rdenesina Hipoxantina spit | | oo. Xantina ‘Acido rico (sangue) ‘Guanosina lone ATP ~ ADP AMP~ mosofoaisio GMP» GOP GTP oa on [__shese ce prin come avo pr roost Ws ‘heida rico “rina. <| #| od saver a ura oe pie ‘Causa inibigSo de sintoso de THF qeied Adenosina hosina inbigso as sites as purinas oda timicina Hiporantina i ope Bip (Crna 5) secs aise spss ‘ido treo (na. uring). Figura 22.24 Mapa de concettos-chave para o metabolismo dos nuclectidoos.

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