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Revista Brasileira de Geociéncine 31(2)203-210,jnho de 2001 CONTRIBUIGAO AO ESTUDO DO COMPLEXO DE JUQUIA. GABRIELA DE BRITTO SLAVEC!, MARTA SILVIA MARIA MANTOVANT, WLADIMIR SHUKOWSKY ABSTRACT CONTRIBUTION 10 THE STUDY OF THE JUQUIA COMPLEX "The uguid Alkaline Cafbontic Compe ular intrusion of about 5 kin i diameter wit he greatest ammount of phosphorus oxide snang tke studied alkaline completes in Braz ‘order to estimate the volume ofthat Compler a semi-detailed gravity survey was performed in comespendence to this stractre, covering abo is zoned 13 equate ilomcter. The data vere modeled slong cross-clling profiles considering 2 2-5 D geometry in owe o infra 3D sruture, The 5D geophysical model suggests volumes for pyroxenite ofc 48 kin? and for carbonate of 2.55 ki. Keywonis: Goophysies, gavity, 2.5D and 3D geometry, alkaline complex, carbonate. RESUMO exo, fi fio ‘Gado foram modelsdos em pets para compos om geomesa 2 Sxido de fsfor0 dente 0s va (0 Complexo Atcaino Carbonatteo de Jugui constitu una intrusdo circular zona com getea de 5 kin de ddmero tendo 0 3s complexos estwdados no Brasil, Coma finaidae de dimensionar volumericamente 0 Com lvanlamento gravinctica de semidetale em corespondencia a essa estrutra, cobrido wna tea de eerea de 13 kin’. Os 1. deforma a einfri ua esta ridmensional. Plo modelo estima ‘eum volume de proxenito da ordem de 48 kn ede earbonato ds onde de 5,5 Patavra-chaves:gofsie,gravimetia, modelagem 25D, complexe alealin,eatbonaito INTRODUGAO _ 0 Complexo Alcalino de Juqui localiza-se a SW dda cidade de Séo Paulo, aproximadaments a 160 km pela Rodovia Régis Bittencourt (BRI16 - Fig. 1). Apresentase a seguir um levanta- meno gravimétrco de semi-detalhe, como complementagio aos estu- dos jaexistentes, visando definir a forma, posigfo e volume das prin- cipais ides que compoem o Complexo Allin de aqui. Area {de estudo abrange cerca de 1300 km no entorno da inrusto. [As rochas alealinas se earacterizam por conter pouca sflica e/ou luntinio comparado as altas concentragoes de deals. Enretanto, nem toxas as roca clasificadas como alcalinas apresentam estas propti= ak UIMee frm) Figana | Localize acessod regio do Complex Alealiaa de Fugu. O ‘ettngifo demarca ve te extdo. ina mais epesst representa Esra Federal BRITG, as tnhas ponithadas sepresentan os caminhese ils, {8 linas mie fins representa os res, os Tosungor a localiza das anos: tres coletadas para medidas de deasidade e s tianguls a localzagio de Referdutas de Nivel (RN) do IBGE. 1 = Bolsisia de InciagGo Cientfca da FAPES! cedades, como no caso dos carbonalifos que embora sejam empobreci- ddos em silica raramente so ticos em slealis. Diane disso, sua classi- Ficagio basei-se na elagso entre os contetios de sca (S10,) ¢ dlea- lis (Na,O + K,O). Apesar de consttuirem menos de 1% do valume de todas as rochis (gneas do planeta, a grande diversidade mineralogiea ‘eaimportancia econdmica das rochas alcalinas as situa entre os alvos| de estudo prioritério, Sua importancia econdmica est associada is clevadias conceotragdes de elementos incompatfveis ede grande raio FGnico, tais como 0 Tantalo, Nigbio, Ttinio ¢ dos Elementos de Ter ras Raras (ETR) bem como a sua associagao com depésitos de apatita cede diamantes (Fiton & Upion 1987). ‘As rochasalealinas acorrem em todos os ambientes tectOnicos con- tinentais ot ocefinicos, com excego das eadeias médio-oceanicas. Embora nem sempre’ apresentom evidéncias da ocorréncia de !maigmatismo, os ils continents constituem os ambientes tectonicos ‘com maior abundineia de alcalinas. & 0 caso dos complexos alcalinos fem cortespondéneia ao Arco de Ponta Grossa, no Vale do Ribeira, entre os quis se inclu) o Complexo Alealino-Carbonattico de Juquid ‘As rochas do Complexo foram assbeiadas tectonicamente a0 Arco 4 Ponta Grossa,estrutura que soften processos de estiramento desde ‘0 Crete Inferior (Almeida 1971, 1983). O ambiente tensional€tes- temunhado pela presenga de enxames de diques e fraturas ou linca- ‘mentos sub-paralelos ao eixo principal do arco (NW-SE). A ocorré cia do Complexo de Juquid foi relacionada ap Iineamento Guapiara (Ferreira e Algatte 1979), Sua idade K-Ar variando entre 130 135 Ma ‘situa entre um dos mas antigos complexos alcalinos do Fanerozsico, € penecontempordineo do vuleanismo bassitice do Parané (Gomes et al 1990, Becealuva etal. 1992). ‘O complexo alealino de Juguis possui uma dimensaoreduzida (14 km?) & ums estrutura zonada encaixada no embasamento gnéissico precambriano e contém uma variedade ltoldgica considerada das mais fadequadas para fins de estudos petrol6gicos. Como ouitos macigos alealinos brasileirs, Juquid exibe profundo intemperismo, a presenga ‘de earbonstitos em superficie (Morro do Serrote) ¢ wma quase auséncia de afloramentos de rochas frescas (Born 1971, Beccaluva et al 1992), [Evidneias de fraturamento e de Fenitizagio externa foram descritas| para quase todos os complexos alcalinos brailezos, com auréolas de Fenitizago de até 2,5 km de argura, GEOLOGIA DA AREA Na dirca do Baixo Vale do Ribeira locali za-se 0 Comiplexo Gnsissico-Migmatitico (Fig 2) Esse complexo foi Subdividido por Teixeira et al.(1987) em tr zonas de predominancia: (1) migmatitos de estruturas heterogéneas, (2) migmalitos de estrutu- ras homogéneas ¢ (3) migmatitos indiferencindos. O Complexo Alca- -Insitto de Astonomia, Gofisia eCiéacias Aumosticas da Universidade Sao Plo, Rua do Matto, 126, Sio Paulo, CEP OSS08.900 SP, Brasil, Emails: gabriela @iaguspbr, mata @ing.usp hr, wlan @ing sp br Contibuiéo ao estudo do Complexo de Juquid so-cow wow ee) Neath sh cenoxdico tannozoico iers0x Uniads vein atin prams ‘Mains eas (1 fais) acpi 3) Page ‘Oecd de Compnks 8adowsty. 199 aro0w —faros LESS reschae soeern [ik st enn Figura 2- Mapa Geeligica da regi sudeste do Cntr Ribera, Obervu-s eu (1) localizeg to do Conplexo Aeatno de Jaquid(menfcado de Campania Sadowsky 1999). lino de Juqui inteudiu essa estrutura de forma que quase too seu perimetro superficial se encontra em contato com os migmatitos de estruluras heterogneas, A porco noroeste encontra-se em contato ‘com migmatitos de estruturas homogéneas, ao sul foi observada a presenga de migmatitos indiferenciados (Fig, 3). Teixeira eral (1987) ‘tibuit a migmatizagzo observada na rea préxima a0 Complexo Al- ealino a um evento metamértico de alto grau, de fies anibolito, da- {ado do Proterozsico Inferior. Na regio de Juguid, os migmatitos de estruturas heterogéneas es Lo associados aos metassedimentos da Sequéneia Cachorira, em sua joria consttutdos por rochas de estrutura bandadla e eventualmen- te dobrada, O paleossoma tem composigi0 pr ‘granodiorfica, embora sejam observados também nicleos gnéissicos ‘que consttuem vestigios de migmatizago mais antiga. Os neossomas ‘si essencialmente granticos. Os migmatitos de estruturas homogéne~ 204 as apresentam um maior volume de neossoma, predominantemente _granitico,relaivamente a0 paleossoma de composigao granodiostco- ilmente, os miigmatitos indiferenciados agrupam rochas i diferente das acima deseritas ecujo estado avangado de alteragio nao permitiuclassiicd-las nos dois grupos precedentes ‘OComplexo Alcalino Carbonatico de Juguia € uma intrusio c= ceular zonada com cerea de 5 km de didmetso. Na regido de cerca 2,5 ‘km, correspondente a0 Morro do Serrote, ocorre um carbonatito, clas- sifieado por Born (1971) em “interno” (bandado de composigao kerflica e dolomitica, pobre em apatita) e “externa” (de apatite beforsto, com altos ores de ferro e manganés). Ocorre na forma de ‘um corpo continuo, contrariamente a outros complexos em forma de diques veins restritos. A associagio de apaita ao carbonatit favore ‘etto desenvolvimento de um perfil de atecagio extremamente rico em PO, constituindo a concenteagio residual de apatita com maior tor evista Brasilia de Geociéncias, Volume 31, 2001 Gabriela de Brito Slavec etal UTM-N (km) 222 224 226 228 230 232 UTM-E (km) Davos SEER Mgcxtontee 5) auaraiae EE intone Grantides CO iStorncindos TZD prevontos FEAL mnie FLIES roses Fentndas Je bsations (8 SSM) Pero ES natn sent ose gmat Finan ce anes eeaare ‘Sinogtnnas |_~ Jets nes Figona 3 Dette da sacha na dvea do Compleso Alcano de Jugui (modificado de Born 1971 e Beecala et a.1992), «em 6xido de fsforo no Brasil (Aleover Neto & Toledo 1993). © Complexo tem estrutura anular assimétrica centrada no cearbonatito do Morro do Serrote,sendo o mergulho des contatos en- tre ocarbonatto ¢o ane de ijolitos aproximadamente vertical Fig. 3). (© sotorsetentrional & dominado por olivina-clinopiroxenitos lentes de olivina-gabro alealino na porgi0 mais ao norte dos afloramentos. Nefelina-sientos afloram no corpo isolado do Morro da Casa de Pedra sendo que em sua porgio oriental prevalecem aqueles de maior granulagio e mais écidos. Essas rochas afloram também na oreo sudoeste do complexo. Essexitos e sienodioritos, embora raros, si0 cencontrados. respectivamente como inclusées ¢ como rochas ‘cumulitieas na extrema borda meridional da intrusio sienitica princi- pal, Diques de basanito a fonoteit e fonolito, com largura de poucos Revista Brasileira do Geccléncias, Volume 31, 2001 centimetros até 2 m,afloram em vérias localidades e costam principal- ‘mente 0s piroxcnitos ¢ nefelinas-sienitos (Born 1971, Beccaluva et al. 1992) ‘A fenitizagio do embasamento evidente, principalmente 20 redor das porgbes 3 noroeste ao sul do complexo, onde se desenvolveram feldspatos alcalinos, biotitas ¢ raros anfibslios sédicos (Born 1971 “Teixeira otal, 1987, Becealuva etal. 1992), ‘A inlerpretagio geoqulmica do Complexo Alealino de Jugui atri- bui seu especitd mineral6gico a processos de diferenciagofracionada ‘combinadas com imiscibilidade de liquidos de um nico magma fon- te eizcunserito a um sistema fechado de baixa pressio, que pode ser representado por uma cimara magmitiea simples e rasa (Beccaluva et al. 1992). 205 Contibuigao 20 estude do Complexo de Juquid 254 255 286 287 288 250 250281 UTI-E (km) Figura = Anomalie magnética deintensidade tal em convespandénca a0 Complexo Alcatine de Suquid fren eincenta) as lnhas de rao do levanta= ‘mento aereo. Observa-se ana ancmatia de maior extensoe enplinae (A) ‘asociada aos pvocenito,e une anemia de meno express (B), asco ‘ans carbonattos A polaridade iveria da cnomnaia (A) sugere wn sgn Jiewiva ajgeticagdo renanescente. A potaidade noveat da anonata(B) ‘aribuida ao coniraste de magnetizagt do corbonait,essencalente nO Imagutica intruded en piraxento intensamente ulgnetcadas(Mantovant eal 1999), LEVANTAMENTOS GEOFISICOS Dados m: radiométricos A fea em estuco foi coberta por levan ‘magnSticos e gama-espectrométricos aéreos e tertesres. Os levanta ‘mentos terrestres (Born 1971) possuem um niimero reduido de medi- das ¢ grande espagamento, As medidas de magnetometia nie Yoram ‘corrigidas da variaglo diurna, € os dados levantados pecmitram ap nas estabelecer uma correlagdo aproximada com a rocha existent. A Cintifometra, po sua vez, indicou apenas uma anomalia nas proximi- dades do carbonatito. O peril NW-SE que cortou 0 Morro do Serve apresentou valores de 1,5 2 vezes superiores a radiag0 de fundo na parte externa A estrutura anular, sendo os valores mais clevados obser vvados no flanco sudeste.J6 na parte interna & estrutura, 0 contraste agentuou-se de S a 10 vezes,refletindo diferengaslitlégicas entre as dduas partes do morro. ( levantamento aéceo que abrange o Complexo Alealino de luguis corresponde & rea 3 do projeto aetogeolisco Séo Paulo-Rio de Janc- ro, A rea foi sobrevoada entre 1978 ¢ 1979 pela ENCAL sob contrato dda Compania de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM 1995). As linhas de véo, com direco N-S e espagamento de | km, registraram ‘medidas do campo magnstico total, e contagem de emissbes gama em (quatro canais simultineos (contagem total, Téri, Urani e Potassio) AAs linhas de controle (E-W) enazaram as linhas de vOo a intervalos de 10 km. Tadas as medidas foram reduzidas 8 altura nominal de v6o (150m) registro magnético foi corrigido da variagto diuena, tendo-se também procedido ao nivelamento das linas de vOo e& remogio Jo ‘campo geomagnético de referéncia (IGRF) calculado para a 6poca do levantamento. Os dados radiométricas foram corrigidos da radiagdo de fundo (BKG) ¢ do espalhamento Compton. As medidas magnéticas foram efetuadas com um magnetOmetro de precessio de pr6tons, € aquelas radiométricas, registradas a cada segundo, utilizaram Aetectores de Nal (7) que, no entanto,ndo foram calibrados de manei- ra que os dados radiométicos sfo fornecidos em unidades de conta- ‘gens por segundo c nao de teores (CPRM 1988, Anjos & Mourio 1988), ‘A itensa anomalia magnética de Juquid, centrada em 24° 25' Se 47° 42’ W (Fig. 4), apresenta uma polaridade invertida relativamente 206 UTNE (km) UTNE (km) Figura 5 -Anomalia gama-especttanéivica inerpretado como v Complexo ‘lean de Juga. a) observa se won mustoo de contagen orl em cores Dondéncia an Morro do Serrte(earbonaito) (b) a ratae THU dievinina free unidades a lest do carbonatit, Heas em The pobres em U, Aquelaesperada para um corpo magnetizado por indugo ¢cireunsere ve outra anomalia menos intensa, de polaridade normal. A anomalia mais intensa corresponde aos piroxenitos e aquela circunscrita, 20 carbonatito (Mantovani ct al. 1998). A distibuigo da contagem total da radiagio gama bem como aque- la registrada nos eanais do Th e U evidencia uma anomalia positiva inde aflora o carbonatto (Fig, Sa) ¢ a razio THU (Fig. 5b) diserimina luBs unidades adicionais a leste do carbonatito e préximas da suport vie, enriquecidas em t6rio e empobrecidas em urfnio (Mantovani eta 1996). Dados gravimétricos e altimétricos gravimétrico foi realizado pelos autores e acompanhado de medidas altimétricas. AS medidas da aceleragao da gravidade utilizaram um © levantamento Rovisia Brasileira de Geociéncias, Volume 81, 2001 Gabriola do Brito Slavec et al Tabela | « Densdades meldas para amostras colenadas na dre de estule, ‘am diferentes rchas. Os valove deterinados [ova considera para fits emodelagen e interpreta. Algumas amosiras (*) forum rejetodas em st dy gran de aleragte. ‘Amosira | Locaizagao [Densidade Tioiogia Congétat. | (giem’) (ora Sees arses |e ‘uaa ‘Gs00-02 | z25,a5/7206,72 | 2.70 mais “eso9-03 | 220,527206,72| — 2.84 ‘quario (gs00-04 Tr agiocaso "Gs00.05 | asaresegT | — 250 309 allorado ‘eson.08 | 22567720544) 2.35 ‘mt, psiemians, -rpiomiana ou vattanka ~aswe-or | aaa erases | —2es sino (G500.09 | za0,72r720008 | 2.64 Teidspatio S918 2.87 [zona de alrazao nial is UTE (km) iqura 6 -Anomalia gravimética de ar-livre na dvea de exo. As ervcet Inarcan a locaizagao das estacdesgvavimerricas inplantadas pra fins da esis em andlise gravimetio LaCoste & Romberg modelo G, com realimentagto cletrostética analégica,e foram referidas 8 rede gravimétrica funda- imental através da estagio Ribeita-B, Cada medida foi corrigida dos cleitos de maré terrestre calculada através do modeto de Longinan (1955), 0 instrumento wilzado permite obter Ieituras com precisio de (0,05 mGal. A distincia rlativa entre as estagBes variou de 500 a 1000 sm na porgio central do Complexo até cerca de 3000 m, préximo e além de sua borda. Ao todo foram implantadas 291 novas estagdes e, ‘considerando as 75 eslagbes jf existentes contou-se com umn total de 366 estagdes gravimétricas na érea de interesse (Fig. 6). 'As medidas de altimetia tilizaram o metodo de barometia conto {ada através do registro continuo em uma base fixa centrada na rea do levantamento (Fazenda Morro do Scrrte). Sejana base fixa como na ‘medida itinerant fo uilizalo um conjunto de quatro barometros (dois analgicos "Thommen’ ¢ dois digits “Air-DB Intellisensor"), cujas Teituras foram corrigidas pela umidade e temperatura através de um psierOmetso de aspiacZo (*Yope") Todas as medidas foram reeridas fs referéncias de nfvel de Juquid (RN-2120V) e de Registro (RN- 21224) da Rede de Nivelamento do IBGE. O erro estimaddo para essa ‘metodologia, da ordem de 1,5 m no valor da altitude, corresponde a cerea de 0,3 mGal quando propagado para o valor da aceleragdo da ‘gravidade g medida. (0 posicionamento horizontal das estagBes Foi efetuado por GPS ‘com receptor de c6digo CA, o qual fornece uma incerteza de 50 m nas Revista Brasilora do Geociéncias, Volume 31, 2001 S z Fa 5 260 205 210 215 260 205 250 285 240 215 UTI-E (kr) gua 7 Anam Bouger Untes ches) caleulada para a mesma dre da Figura 6 As isha raced corresponden & anoma regional, caenteda or ejusie de mininas quadrados dem potindmio de gran 2.A aiferenca fntre os dois canpor (observe e regional) define @ anomaliavesidual que Eapresentada na Figuea 7308 7292; 720 26 28 ae 24 UTW-E (kom) 250 2 284 Figura 8- Detthe da Anomatia Bouguer Residual sobre o Complexo Alone de Juquidelacalcagdo das perfs-uizados na modelegent A Anomalia ‘eager residual recta da dferenca enie o campo gravimelrico andmal fobservada e- eaanpa regional represensaado por um polinbmio de gran 2. coordenadas planimétricas (inferior a 0,1. mGal para essa latitude, ‘quando propagado para o valor da aceleragio de gravidade).O trans* Porte da base a partir do posicionaento dos pontos da RN utilizou um Feceptor GPS diferencial “Trimble” (EP-USP, Blitzkow 1996). Foram coletadas amostras representativas de varia rochas allorantes, {eseas ou pouco alteradas, para medir sua densidade. A distibuigao das amostfas coletadas € mostrada na Fig. 1, € 08 valores obtidos 207 Contriouigao ao estudo do Comploxo de Juqulé UTNE en) Une) Figura 9 Sina anattcn (a) da Ange Bowes (0) da Anomalia Magné= tie. As inhasverticais correspondent lth de v8. encontram-selistados na Tabela 1. PROCESSAMENTO DOS DADOS GRAVIMETRICOS As pall gutoctian trusts tea podunere hated sea scsi ede develo do IBGE. As Sateen ons fy lotieen undies te ogre heer too dau dno radia gC) 9m psg lala tchaerlisdn Cai enero de ye ou deine: 0 5086) 2 eearorieepaier ones pris iemadtiean iit de Gatd coy Bogue; gy-2/01 foam pada cn sgt Scouts A byopata scien sure non, prniicenle jaro cooyts erento cc uncon {om ese mas ademas se preset hod de rade 208 za do ero experimental agregado& medida da aceleragi da gravid oe ‘Do valor observado (a) foi subteado o valor da gravidade tedrica ofinido pela Férmula™internacional da Gravidade de 1967 {i -978 03090 (1+0,005302sen"t-0,000005828 sen?21), somado 0 rd coneglo deariivt dlendeae nant dove ig © ¢ subiraido 0 valor da eortegao Bouguer, oblendo-se a anomalia, Bouguce de campo total (Fg. (O campo Regional foi obtido ajustando-se 0 polindmio de grau 2, uma ver que este apresentou 0 menor residuo nas reas afastadas do Complexo Alealino Fig. 7 linhas tracejadas). A anomalia Bouguer residual, devida& presenga daintrusdo de uguis, foi obtida subi «dose 0 campo regional da anomalia Bouguer observada ‘A anomalia gravimeica residual sobre o Complexo 6 observada cm dealhe na Fig. 8. Nos-se um acentuado eradicate cccuar na pate Sctentrional da anomalia, um pouco distreido em sua porgio SW. Quanto maioe a amplitude do gradient, maior o contrase de densi de lou a extensio dainrusio em subsuperice. A presenga do gra tente localiza 0 contato entre 0s dois lipos de rocha, piroxcnito © mmigmatto, que diferem quanto & densidade. A anomaliadacresce ra dialmente até atingieo nivel do campo fegional aunsa distancia de cerca d km do afloramento das rochas do complexo slealino, sugerindo aque ainirusioaleance grande profundidade. ‘Anda a figura 8, observae um alongamento do méximo da ano mafia em sentido stl, sobre afloramento de piroxenitas. maior Amplitude da anomalialevemente deslocada do centro para o note suger o sitio de malor profundidade da raz. A distowgao para SW da nomalia coincide com 0 afloramento de sents Fenitos, ews den- sidades so inferioresqueta do piroxenito encaixante. A amplitude da nomalia no carbonatito decresce de varios miliGals, configurando tuma rocha 3D contrastante com o piroxenito ‘Uma melhor delimitaglo superticial dos dois corpos em estudo pode ser visualizada através do sinal analitico da Anomalia Bouguer (Fig, 2). Observa-se a excelente coineidéacia do sinalanalitco om correspondéncia a delimitagio geoldgica do carbonativo, Notas tam- bémm a concordanciatclativa ans limites do piroxenito. J sial ana- Itico da Anomalia Magnética nfo apresenta o mesmo deialhe, tendo mn vista a distancia entre as linhas de v6o (1 km) e altura de véo (130 m),caractersticas de um levantamento de reconhecimento e no de deta (Fig. 96), Modelagem gravimétrica A. moaielagom dos dados ravimeétricos foi feita com quateo pert pespendiculares as principais, {eigbes gravimetricas do complexo alcalino considerando uma geome tria 2.5D attavés do programa GRAVMAG (Pedley et a.1997). Um ctitéioadicional para a selegto dos perfis foi a densidade de dads tgravimétcicos medidos sobre ou nas proximidades dos mesmos. Na Fig, 10 apresentan-se os tagades dos perlisutlizados na modelagem.. [Note-se 0 eruzamento dos perfis AA’ e DD em cocrespandéncia 3 carbonate, AN’ e CC’ no miximo de amplitude da anomaia, AN" © BB" com o gradiente mais suave da anomalia no pioxenito € AA’ € DD" na egido do gradiente mais acentuado a0 norte da anomalia. A comparagio ents 0s perl eo ajuste nos entzamentos permite vin- cular melhor os parimetros de forma a obter uma visualizagio tri- dimensional do Complexo. 'Na modelogem dos pertis apresenta-se a curva referent 2 anom lia gravimétrica observada linha cheia), quela calculada em relagio 20 modelo representado abaixo a forma de see (inka traced) & 6 residuo entre as duns curvas (linha pontilhada). Apresenta-s® ainda 4 posigdo dos demais perfis relativamente ao corpo modelado, para fins de verifieaglo da coincidéncia de profundidade da base do corpo 1 ponto de erdzamento (Fig, 10 2). {Asrochas modeladas se limitaam As que afloram na regio da ano- tmaliapravimria residual. Os valores de densidade utiizados para ada rocha foram 08 mesmos em todos os perfis:pitoxenito (3.25 gem’), sicnito (293 gem"), migmatito @2.80 gem") ¢ carbonatto@2.75 g.em’. ‘Opertil AA alravessa o carbonatito o piroxenito, passando pr6- imo ao centro do maximo de amplitude da anomalia gravimetrica [esse ponto, onde a profundidade maxima do piroxenito corresponde 16,000 m, ocoreo eruzamento com o peril CC’. No eruzamento com Revista Brasileira de Geociéncias, Volume 81, 2001 Gabriola do Bio Slavec at al (c) (d) isu 10- Mdelagem gravinéirica 2,5 Do longo dos perfis mostrados na Figur 8 (a) O perft AN eiravessa a eavbonaio eo pivoxenta, passa pr ine wo centro de mixin de amplitude da anamatia gravinetrica:(b) perfil BB ateavessdo piraxenita, 0 siento e rercepta o carbonatta Jem “ubsuperfieies(c) 0 perfil CC*atravestao ponta de waina aoapltude da eromalia () ¢ peril DD" cortao carbonatito em superficie, Observa-se a boa Ccmeardlanca dos nadelos em covvespandénca aos pontoe de cruantenta des diferentes perf © perfil BBY a profundidade resulta 4.600 m e 3.700 m em correspon ‘éncia ao perfil DD’. Ao longo dese perfil, o modelo do carbonativo presenta seceio aproximadamente citcular, tendo maxima profundi- dade de 1.600 m (Fig. 10-2). 0 peril BB? corta o piroxenito, osienito e stravessa o earbonatito {idem subsuperficie (Fig. 10-b). mim profundidade do piroxenito ‘ag longo desse peril é de 4.700 m, um pouco maior daquela modelada ‘no cruzamento com o perfil AA’ (4.600m) ¢ coincidente com o valor {da Fig. 10 @).O fenito leanga profundidade maxima de 1,100 me 0 ‘earbonatito tem profundidade maxima de 1.800 m com o topo a 300m «a superficie, O cruzamento com perfil DD’ ocorre a uma profundi- «dade do piroxenito entre 1.500 e 2.000 m. ‘A nixima profundidade do piroxenito (6.300 m) & modelada 20 longo do perfil CC’, no panto de méxima amplitude da anomalia (Fig. 10-c). Em cortespondéncia a 6,000 m de profundiade ocorreo eruza- rmenvo com AA’, em acordo com o modelo da Fig. 10()- Aqui, 0 fenito flennga profundidade de 1.400 m embora acupe uma ‘rea inferior !aquela no perfil BB Finalmente, o perfil DD" corta o carbonatito em superficie, seu ‘modelo apresenta forma aproximadamente circular semelhante aque la do perfil AA’, com profundidade mxima de 1,600 m no erwzamento ‘ecoicidente com o valor obtido na modelagem ao longo desse perfil. Em correspondéncia do eruzamento com BB” a profundidade do Piroxenito (1.500. 2.000 m) est de acordo com aquela modetada em Revista Brasilia do Goociéncias, Volume 31, 2001 10(b. LLevando em consideragio a geometria 2,5D nos vérios planos ver ticals que eruzam a anomalia, estimou-se o volume do Complexo le Juquid em cerca de 53,5 km’, Deste, cerea de 10% cotresponde a0 volume do earbonatito; 0 volume dos fenites € inexpressivo relativar ‘mente ao do piroxenito estimado em 48 kin’ “Apesar do método admitir msliplas solugbes, os vinculs geol6si «os (contatos, falas etc.) alocalizagio das anomais radiométricas ‘co contrasted densidad conhecido para as rochas em estud, limi- tam o niimero de solugdes e portanto 0 erro associndo. Estima-se que esse soja da ordem de 15%. Metodologias geofisicas adicionais, como a geoelérica, a sfsmica «e sondigens, permitirio estabelecer intervalos de variagle menores para esses vinculos, ¢ portanto refinar 0 modelo obtido. ‘A localizagao relaiva das duas anomalias magnéticas contibui na limitaglo desses vinculos, a polaridade observaaestabelece li para a idade de colocagio do corpo (>120 Ma ou < 80 Ma). As ‘UntagGes K-Ar existentes sugerem que o primeiro valor seja 0 mais, provivel, mas somente através de datagdes Ar-Ar ser possivel estabe- lecer com precisio a idade do Complexo. CONCLUSGES — A partir da modelagem apreseniada estimou-se ‘6 volume do carbonatito em 5,5 km’, atingindo profundidade de até 1.7 km, A raiz do piroxenito, entetanto, pode atingir uma profundida 209 Controuipae ao estudo do Complexo de Juquid e de até 6 km, sendo seu volume estimado de 48 km’, O corpo Fenitico pouce interfere no modelo em vista de seu pequeno contraste ddedensidade com a encaixante e sua inexpressiva espessura, ‘O modelo proposto sugere uina geometia 3D da intrusio em sub- superficie e, embora possam ser introduzidas variagGes laterais e de profundidade na geometria do corpo, a tendéncia gral deverd perma- hhecee muito peéxima daquela proposta, em vista da excelente concor= incia aleangada nos varios cruzamentos entre os perfis. A andlise qualitativa dos dados aéreos (magnéticos e gama especirométricas) corrobora 0 modelo apresentado, Agradecimentos AE. M. Leite e André Rugenski (IAGIUSP), as sugestoes ecriticas dos dois revisores andnimos da RBG, A Eseola Politécnica da USP pela cedéncia do receptor GPS (goodesica), a CPRM pelos dados aeromagnéticos ¢ & FAPESP (Prac. 98/05501-6) & ap CNPq pelo apoio financeiro. Referéncias ‘Alcove Naw A. & Toledo MLCM. 1993. Evelugo Sugeno Carboni de Jai, “Sr IG, io Pana, 131-48, Aimida FEM. 197, Conicionanents Tete do Magitiano Akane de Sa do Trl Pars Orewa Amie Read sl Ce, A855 ‘Msi FEN. 1983, Relais tecnica ds rcha selina mesos depo me ira os Platform suamscas Ret Brak Gee 1313-158 Anos LS. & Moo LMF 1988, Pete So Pao Re de aso — Reto Fal “yocxsnento ds da, Copia de Peis de Recrae Minera, 97 excl Bates Brn Hl Broa P Colon M Conte A, Gubrie C, Gomes {CH Mac G Moridel Rakes Sin raves G19 Fetal {Cyalzation ad ig tise roesses in the Akatie Const {Complex of gs Sc Pde Hai, J. 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