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Unidade 9 — DISCOS DE ESPESSURA CONSTANTE OUE GiRaM d GRANDE VELOCIDADE 9- DISCOS DE ESPESSURA CONSTANTE. QUE _ GIRAM A GRANDE VELOCIDADE OBJETIVOS: - Definir volantes. - Determinar a forga de inéreia. - Determinar as expressdes para cdlculo das tensdes radiais e circunferenciais em discos que giram & grande velocidade. - Determinar o aumento do raio em discos em rotacdo. ~ Determinar as tensdes em discos em rotagao com interferéncia 9.1 - DETERMINAGAO Da DISTRIBUICAO DAS TENSOES RADIAIS E (CIRCUNFERENCIAIS EM UM DISCO DE ESPESSURA CONSTANTE Disco sujeito a uma rotago uniforme @ , com press6es atuantes em suas faces interna e extema. (o,+do,) (rtrd de Figura 85 - Forgas atuando em um elemento de um disco em rotagao. Consideremos um elemento de um disco de raio r (fig. 85). Considerando espessura unitéria temos: volume do elemento: rd@.dr.1 = rd@dr massa do elemento: prd®dr forca de inércia: mw’r = prd@dra’r = pr?w*dOdr péa massa especifica do material do disco. Pagina 145, = See eee vane ee a — ™ Unidade 9 ~ Discos DE ESPESSURA CONSTANTE QUE GiRAM d GRANDE VELOCIDADE ‘Comentirios sobre as forgas da fig. 85: 1 - As forgas oy.dr.1, so iguais em intensidade, pela simetria rotacional; no tém a mesma diregio. Nao dependem de @, somente de r. 2 + As forgas radiais séo diferentes por duas razdes: primeira, as areas diferentes; segunda, as tensdes sto, provavelmente, diferentes. Estas forcas também dependem de r. 3 - Como on € o; 86 dependem de r, toda diferencial que aparece € total e nfo parcial. A equagao de equilibrio da estética, segundo a diregao radial fornece: 2.0 4.dr.sen- 2 +0,.17.d0-(c, +do,)(r+dr)d0 = pram’ dO.dr como d@ & pequeno, sen 2 radiano Simplificando: (9.1) (9.2) (93) Diferenciando: ds_1 r (doy _ vdeo, eee Ge soe) os ees 4) Eee da ar dr ) Ce Igualando (9.2) ¢ (9.4) simplificando: (y-,)lt+v)+r Se (9.5) Substituindo (oy - ¢; ) da equago (9.1). (Set to! colar Se = Sn pra? (I+) Pagina 146 Unidade 9 ~ Discos Dé ESPESSURA CONSTANTE QUE GiR4M 4 GRANDE VELOCIDADE Integrando, tp? oy +0, = a (I+0)+24 (9.6) onde 24 é a constante de integracdo conveniente. Subtraindo da equagao (9.1) , Pa Bo ee cee ae (3+0)+24 dr - onde -B é a segunda constante de integragdo conveniente. 2,2 7 @7 Assim: o, =4-4-(G40) da equago (9.6): 22 gue (9.8) oy=A+ 51430) * 9.2 - CASO PARTICULAR DE UM DISCO SOLIDO Para um disco s6lido, a pressfio no centro é dada para r= 0. fos para as tensoes, Be |Para r igual a zero, as equagées ai a solueao finita. Ja menos que B seja nulo, Isto é Para o raio externo R a tensdo radial deve ser zero desde que nao existem forgas externas aplicadas. Deste modo, da equacio (9.7), por? & o, =0=4-(3+0) pa’ R® 8 Substituindo nas equagdes (9.7) e (9.8), as tensées radial e circunferencial um raio r, em um disco sélido, so dadas por: A=(3+0). 6, =(G+). pein -( +30) 20 Pelle +0)R? ~(1+30)r"] (9) +222 6+} F640) 82 (7) @.10) Pagina 147 me Unidade 9 ~ DISCOS DE ESPESSURA CONSTANTE QUE GIRAM A GRANDE VELOCIDADE Tensbes maximas: Be |No centro do disco, onde r = 0, as equagdes acima produzirdo valores méximos! para as tensdes radiais ¢ circunferenciais que serdo as tensdes maximas no disco € iguais a: 2Re on, = G+) 8 (11) Na face externa do disco, onde r= R, as equagées fornecem: pa7R? 4 o, 5 On =(l-v), (9.12) A distribuicéo completa das tensdes radiais e circunferenciais, através do raio do disco, esta indicado na fig. 86. Figura 86 - Distribuigto das tensdes em um disco sélido em rotagao, 9.3 - DISCOS EM ROTACAO COM FURO CENTRAL ‘As equagGes gerais de tensdes para um anel em rotagao podem ser obtidas do ‘mesmo modo que aquelas para um disco sélido em rotacao: Supondo 0 disco somente em rotagao, sem presso intema ou externa, as condigdes de contomo requeridas podem ser substituidas simultaneamente para determinar os valores apropriados para as constantes A e B. eParar=R;, o=0 B po? R} CaaS aaa eParar=R2, o=0 0= B par R} PIB Gp py eos na Ga) 8 Pagina 148 Unidade 9 — DISCOS Dé ESPESSURA CONSTANTE QUE GRAM d GRANDE VELOCIDADE ) BaGr) ARR x 4=(+0) eels Bs) Substituindo: (0p 22"[ joni EE ‘] (9.13) [oofer +n -BE) (sy | (9.14) r As tensdes maximas ocorrem para r= Ry: [a+o)a? +R? +R3)-(+30)Ri]- 22" [a +o)R} +(1-v)r?] 15) Quando 0 valor do raio interno se aproxima de zero, a tensio circunferencial maxima aproxima-se de: 2 Simas = P-(8+0)R} isto € duas vezes o valor obtido no centro de um disco sélido em rota¢do, 4 mesma velocidade. Assim, a realizagao de um pequeno furo, no centro de um disco s6lido, dobra o valor da méxima tensto circunferencial devido prépria rotagao. Na face extema r= Rp: 2 nn = 2 [(3-+0)R? + (0-0) Tensdo radial maxima: 2 2p? =O) 2S [ai as Ag de quando “- : (9.16) Substituindo na equacao original: 2 2 ots = G40) SP |} +R]- RR, “RR, ]= 6 +0) 20 [R,-,F (9.17) Pagina 149) Unidade 9 — Discos be EspEssun4 CONSTANTE QUE Gitast 4 GRANDE VELOCIDADE ‘Tenses Circunferenciais racers “Tilly Figura 87 - Distribuigo das tensBes em um disco vazado em rotagdo 9.4~ DISCO E EIXO ACOPLADOS COM INTERFERENCIA Os discos rotativos possuem um furo central circular para permitir a si montagem, com interferéncia, em um eixo. A pressdo de interferéncia gerada pela montagem deve ser suficiente para que 0 disco no se solte do eixo durante 0 movimento de rotagao €: no deve ser muito elevada para no criar grandes tenses no disco. No instante do acoplamento disco-eixo sob presséo, a velocidade de rotagao € ula € 0 conjunto comporta-se como um cilindro composto em que o cilindro interior é 0 eixo: e 0 exterior 0 disco. A montagem pode-se realizar com o aquecimento do disco. A interferéncia radial sera a diferenga entre o raio do eixo e o raio interno do disco. Como 0 conjunto € tratado como um cilindro composto (@ = 0) pode-se calcular a presséo de contato conhecendo-se a interferéncia radial. Quando 0 disco acoplado com interferéncia contra o eixo ficar solto no eixo, 0 que ocorre a uma velocidade particular “w”, deixa de haver interferéncia, Isto corresponde @ anular a presso de contato inicialmente estabelecida pelo ajuste. 9.5- TENSOES COMBINADAS DE ROTACAO E TERMICA EM DISCOS UNIFORMES E CILINDROS ESPESSOS Se um componente é livre de expandirse e sua temperatura varia uniformemente, a expansdo ocorre sem o aparecimento de tensdes térmicas. No caso de discos sujeitos a gradientes térmicos, uma parte do material tende a expandir-se mais rapidamente do que a outra experimentando, cada uma, diferenga de temperatura e como resultado so desenvolvidas tensdes térmicas. Suponhamos um disco, inicialmente sem tensGo, sujeito a uma variagio de temperatura, T, a uma rotago uniforme, @, com pressdes atuando em suas faces intema e extema. Seja R; ¢ Rp seus raios intemo e externo , Fig. 88. Imaginemos um elemento deste disco, de raio genérico r, espessura dr e largura unitéria, formado pelo angulo central d®, Fig. 89. As tensdes radiais e circunferenciais e a forga de inéreia foram estabelecidas neste elemento. A forga de inércia aparece devido ao movimento do disco. Sua presenga permite considerarmos o mesmo em estado de equilibrio instantaneo (principio de D’ Alembert). Caleulemos estas forgas: Pagina 150 Unidade 9 — DISCOS DE ESPESSURA CONSTANTE QUE GiRaMt 4 GRANDE VELOCIDADE \Y Qs . 6, + do, dr. B cr oH 9 oF 2 Figura 88 Figura 89 Forga de inércia = volume. massa especifica . aceleracdo F =rdOldr(p)\o’r)= po? rd@dr forca radial na face interna = o,rdO1 Sorca radial na face externa =(c, + do,)(r + dr)dO1 Sorca circunferencial = 0 ,dr1 Comentarios sobre as forcas: As foreas circunferenciais sio iguais em intensidade pela simetria rotacional mas ndo tém a mesma diregao. Nao dependem de @ mas de r. Elas sao iguais através da espessura dr. As forgas radiais nas face interna e externa sdo diferentes pois as dreas também 0 so e as tenses sio, provavelmente, diferentes, Elas dependem somente de r. Como todas as forgas dependem somente de r, toda equagdo diferencial que aparece é total e no parcial. Estabelecamos a equagao de equilfbrio da estatica na diregao Y: 2Fy=0 2oydr one +0,rd0—(o, +do,)(r + dr)d® ~ pr°a*dOdr = 0 ‘como dO é pequeno ¢ expresso em radianos entdo sen(d6/2)=d072, em radianos. Simplificando d8 e desprezando o produto de infinitésimos: oy-0,- He = pre? (9.18) Como ocorre um movimento radial (ou deslocamento do elemento de uma quantidade “s”) quando o disco gira, a deformagio radial serd: Pagina 151 Unidade 9 — Discos DE ESPESSURA CONSTANTE QUE GiR4M 4 GRANDE VELOCIDADE as ae ds —+s ao\_f/>r Figura 90 1 7 ze. -,)+EaT] (9.19) onde o termo Eall é.a tensao térmica @ €0 coeficiente de dilatagao térmica linear do material do disco. E €omédulo de elasticidade. V_ € 0 coeficiente de Poisson. T variagdo de temperatura, A deformagao circunferencial é: oa 7 [(¢u-e,)+EaT] (9.20) r Diferenciando (9.20) ¢ igualando com (9.19), pois, a deformacao radial é igual a circunferencial, temos: s [leer +20 ore v8 + a) (9.21) A fiungo que forece a variagao da temperatura com o raio “1” deve ser conhecida (fuungao T ). Igualando (9.19) e (9.21) e simplificando: doy, de, ar maby reese 22 (¢n-0,)1+v)+r aa +08 (9.22) Substituindo o valor de ow-o, da equagéo (9.18) em (9.22) temos: (+ (r+ ao? #)erSoe—vr8Se ape do, , do, ogeame EeRacree ~Ea (+ )pw'r- Ea (14 _ re T+24 (9.23) 2 onde 2A é a constante de integragao conveniente. Pagina 152 Unidade 9 — DISCOS DE ESPESSUR4 CONSTANTE QUE GiRAM d GRANDE VELOCIDADE (9.23) - (9.18) fornece: 22 20, +r Sen (34 20 -EaT +24 22 (+ @,)=-G+v)2e" -EaT +24 integrando: por! 8 2Ar? Po,=- -B (3+¥)- Ea [Tra + onde -B é a constante de integragao (9.24) (9.25) As equagdes (9.24) e (9.25) fomnecem as variagdes das tensées radiais ¢ circunferenciais, em fungdo de “r”, para discos de espessura constante sob pressdo, rotacdo ¢ variagdo de temperatura. Observemos que: o,= 4-7 é nequagto de Lamé, para 4 tensBo radi, aplicada & cilindros 7 de parede espessa sob pressdo (interna e ou externa). B por? o, -4-4 [on 5 | permite 0 cdlculo de o, para discos em rotago sob temperatura constante. O termo entre colchetes aparece como conseqiiéncia da rotago do disco. B por? [Ea 4-3 -G+¥) a -[EE fre] ¢, permite o célculo de c, para discos em rotagdo sob variagao de temperatura. O termo entre colchetes aparece como resultado da variagdo de temperatura, Anilise idéntica pode ser feita para 0 cdleulo da tens&o circunferencial. Pagina 153 F Unidade 9 — Discos DE ESPESSURA CONSTANTE QUE GiRAM A GRANDE VELOCIDADE A solugo de (9.24) e (9.25) & conseguida quando se conhece a relagdo de com r, ou seja, de que forma a temperatura variavatravés do raio do disco. Devido ao processo como (9.24) e (9.25) foram deduzidas, os efeitos devido press, rotagio e térmico podem ser considerados simultaneamente ¢ os valores de A ¢ B encontrados pelas condigdes de contomo. Para uma variagdo de temperatura de forma linear de T=0 , para r=0 , ou sej se T= kr, entio, se nao houver rotagao : (9.26) (27) Nas aplicagées praticas onde a temperatura € mais elevada na parte interna do disco de parede espessa do que na parte externa, as tensdes térmicas séo positivas na superficie externa e de compressio na interna. Este fato é considerado como favoravel nas aplicagées em cilindros de parede espessa sob pressdo interna, pois tende a reduzir as tenses de tragio elevadas na superficie interna provocadas pela pressao interna. BIBLIOGRAFIA DEN HARTOG, J. P., Advanced Strenght of Materials, McGraw-Hill Book Company, U.S.A., 1952. HEARN, E. J., Mechanics of Materials, \* ed., Pergamon Press Ltd., Gt. Britain (Page Bros. Ltd., Norwich). FEODOSIEV, V. L., Resistencia de Materiales, Editorial Mir, Moscou, 1992. Pagina 154

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