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Adtiano Futedo Holonda / Niton Jilio de Favia Congaricaores) GesTALT-TeRarta € ConTeMPoRANeioapes Coneribices pra uma ConsrataEpistemotiiea ch Teoria eds Prt Gestilica udamentados na erenga de ser Gesalterapia F rosa decried valor episeolie,suee ‘mos proporeonar qualidade e oportunidade tanto para a {ores quanto para letoes Ete livro faz pre da nova, SERIE GESTALT-TE APIA, uma composigia de obras sobre aabonazem ges tkicae sua apicagio. Nossos objetives so + faciltaracesso qualificad 20 eimpo tebrico © pritico da Gestal-terapia; + estmiuare difundir ests, pesqusss, relatos © descrigies fenomenoligicas de experfnciis pes sltieass, + promover didlogo e encontro entre autores ¢let= lores; + faciltaea publicagio de livros dos estuiosos a ccomunidade gestlkca: + rir uni espago de interago entre abordagens © reas afin, Fsperamos corresponder As suas expecta ‘Com saudagdes gestilticas dos organizadores da ‘Hugo Ramin Barbosa Oddone Psicdlogo, gestall-terapeuta hhugodone@terra.com.be Karina Otajina Fukunitsu Peiosioga, psicopedagosa,gestal-terapeuta, Drofessora e supervisors universitiria karinafukumitsu@ig.com.be ‘SUMARIO Parson ° Arwesentagao B xtentos ne Biseoiocis on Geral Texan, 2 Adriano Holla Gesst1-Theaea, Scnatoabe e Curr s ton Ji de Fria ‘A CaxsintacAo vo Suto 4 Gestars-Team: Drsesso1ses30 6 Cuno iS ss Mari do Carmo Marcello lannaecone Do Sir ao Sts 0 Bsreuruns 0 Proc, 1 EMEPNCH D SURE HMEBABE sa m~ | Cuda Bape Tesora AANavunr2a Frstewndea os Avonnior Gest aiie: “Jorge Ponciaw Ribas AGesratr-Texaes yo Contest Crt fe Iena.ncTun, Centeoeinen : m Patricia Vale de Albuquerque Lina Porc eGentatoats x Bet oe Nico ais Paulo Joaquim Lea Por Ua Phorosta ne DasLoco ens Garten _eMixina Post 231 Monica Bone Asin ‘Sonne os Avro. 233 tunca demais lembraro pensamento de Pers ao dizer Nic noo iavenor ds Gestal-Teraia, un vez ae (0 velha quanto 0 préprio mundo, Aparentemente simples, essa admissiortira os méritosdecriagio dos om- ros deum dos pensadores mais originals gniais da Gestalt paracoloci-la com um processo que fo simplesmente idet- {ifeado e nomeado pelo humano. Gestalt nao é meramente ‘uma tora ou conceit, & deserigao de um processo da na- tureza. Mas como se pode fazer epistemologa de um pro~ cesso natural? Arbirariamente © homem separa process0s thes determina seu nico, meio e fim, como se esse ato he tdesse dominia do fluxo intermindvel que 6a existéncia. So- mente nesse sentido pode-se dizer gestalt: sabendo que © ‘eancito se aprons igorosamente da viveneia de tal for, ‘ma que quase no se cansegue colocarem palavras 0 que é vivid, Ao se dizer gestalt particulatiza-se um processo € ‘quase que instantaneament,artficialmente se interrompe ‘sou fluxo, Exatamente por isso, a Gestalt-Teraia steve icionalmenteavesst teorizagio e aos “sobrefsmos" inten cnando coin isso jamais desprender-se da realidad vt w Amu He roo Fat (Ong) ‘ma. insuperivel que €a vivencia, Entrtano, seu eresci- ‘mento enquanto abordagem, seu emprogo na leitura de ion bites to diversos do human somados&consciéncia de que lum enteridimento aprofundadlo do hummano-em-relas ede elaboragdes que re-fundamencem ss pris, um clo constante de rettalimentag i do soa fxzoe Sei algo de inezivel na epistemologia da G Terapia isso se refered su plastcidade: a capacidade de ‘oneetar-se com outros pensamentos¢ineompors-s & sua Priica. Muitas vezes isso acontece de fonna qué, aralga ‘mado, quase nose preche sua origem, Neste sentido € que suaepistemotogia poss flexibilidade para suport inte- rar adiversidiadé, Nem por isso tem se dado o dieito de Io estabelecerteflexdes rigorosas a respeito de coma so «io essas eonjungoes, como esses pensamentos contrite ‘emque se assemetham e em que divergem. ‘Nos tltimos anos, particularmento no Brasil, Feno- 'enologia tem sido redescobeta na tearia da Gestat-Tera pia. Na profundidade que se atinge ao se empreender est- ‘4s com a finalidade de aclrar sua dimensio na gestalt, 2 Constata exatamente 0 que a prépria Fenomenologia vem revel: que ni existe um conhecimento privilegiado ou absolut, mas perspectvas distintas de um mesmo objeto ‘Quanto mais perspectivas, maior o entiquevimento do co- ‘becimento acerea do objeto nda sim, sabe-se ser impos. sfvel completaro conhecimento: conhecer é acessar seine ‘pucalidade, [Na medida em que mais perspectivassetomam pose Sivei, maior ser oesforgode se itegrar diversas. Essa atarefa dos atuais teéricos da GestaltTerspia: no apenas aprofundar na ideniicagdo de seus fundamentas, mas vee ‘fear em que medida aimporago eadogio de novas pers pectvas do conhecimento podem transnitarconceitos, pro: ondo manutengio,superago ow transcendéncia, ‘Sabedores que somos, ndo apenas do referente aes {ara Fenomenologia, po assim dizer, r-fundamentando a Gestat-Teropia, mas ambi da prpia diversi que atin _Be esse mesmo pensamento fenwomenolbgico, estudos que esquadiinhem a Gestal-Terapia em sua constituigao e na comrelago ctim pensamentos aa contibwem para maior fandamentagao da abordagem. Assim, numa inversio do ‘aesianisimo por ta mo de cosas, 0 ediliio da Gestalt-Terapia no precisa ser constuldo necessariamente a partir da base. mos de eoniceimento-processo & Neste sentido é que esse liveo surge: com reflexes Figoroses acerea do fazer pestltico e mesrando como eo que se pruuz hoje dentro da bordagem, Pade dessa forma, Ser considerado um representante da nossa produgao ter ‘ea quando, ao ladade outras obras de peso, se prop a p= sar sobre uma teoria do conhecimento na Gestlt-Terapia, Passamos por um momento onde reflenGes importantes s0- bre conhecimento gestiico io emypreendilas. Podese, Porexemplo, falar hoje. em uma diseussio acerca de come ‘omara Gestalt-Terapia: como saber oucicia A definio {de caminhos implica tambén no estabeleimento do eit de amir. Sendo assim é, que se todos nds camino em. Airegio& monte, fa-se-mister caminhar deforma que faga sentido. A isso se propdem hoje os pensadores ea geal: esquadrinhar 0 conhecimento para, pantida eonstante Jago, encontrar seu sentido. 2 “Amo Hover Faas Ores) Estamos tambgim e junto a isso num tempo de am- ‘pla rodeo na Gestal- Terapia brasileira, Momento esse ‘que patece indicar maturagso de nossos gestal-trapeutas, ‘panto de se px ousar dizer estarmos sando da posigiio de consumidores do eonheeimento internacional para ser- ‘mas nossos priprios produores. —~Silvério-Lueio Karwowski Mestre em Prion Cnca(PUC- Compas) Eutur Responive pol Boltia de Gestalt Terapia Apresentagho 4 quasetrnta anos era publieada no Brasil tradugio do ivro Tornar-se Presente, de John Stevens, traballio ete que esteve sob a responsabilidad de Paulo Barros Et 1976, viviarnos um Brasil soba ditadura militar, ainda com ‘um reflexo do movimento de contracultura nonte-anericano, ‘com uma politi eeonémiea fecha, com umn perspec ‘vaeducacionalrestrita.apoucos privilegiados e, na eiéncia, Jmpgravam os modelos constuidas & uz do fost (0 dehate académico, nas déeadas de ie 70 do sé- culo passa, parava sobre 0 socialismo eo capitis. A idefesa do socialismo apresentava-se como forma de résis- {Encia 20 regime militar e,conseqlentemente, a0 capitalis- mmo, como a luta contra a exploragao de classes ea depen- <éncia cltural. A ese esprit, esereve Cectin Coimbra et CGuartiaes da Oren: aunetan a preceupaio eo ives timento com as questdes relativas ao ‘interior’ « 0 comthe- ciniento de si mesmo toma: se ina inalidade, em vex de wt ‘meio para se conhecer o:munudo. Esta visio intimista é ex tremamente valorizada nos anos 70, quando @ratidade so- ial, 0 dominio piblico sao esvaziados e desprovides de sentido." Por outro ldo, éinegvel que encontramos una preo- ‘cupigdo coma via pili, como a ratio ea eriagho dos ands politico ~ alguns clandestinos - dos movimentos ‘Seciis, como na iran —com a Teologia do Libertagto ‘nda, na ate de protesto, em especial, o teatro ea musica, Na Psicologia, o debate nl & diferente, apesar da hegemonia cle um pensamento individuaizadoe individu Hist (inrapsfquieo"), voltado para um “Taz” (éenico} el ticoe para a atuagao come profisso liberal, oque era cons sidetado extremamente elitist por uns, e salvador por tos. Oentave ara quando empretada a usc de una ‘melhor adequagio do modelo clinico-aos scores populares, Exemplos disso podem: ser verficados tanto no movimento ‘S4Anipsiquiatta, quanto mais especificamente na Amética ‘Latina na experiéncia do argentino Alffedo Mofat, publi «ada no livo Psicoterapia do Oprimide, ‘Acadia de 1980, no Brasil iniciase coma abertura Politics, ato de as nines, de movimentos soci pela ‘sti ampla, gral e iesteitae por eeigdes dsetas, vison. ‘do ao fim do regime nit. A Psicologia, como profssao, nessa poca, estava por completarvinte anos, As éreas a. Aicionas de até proissional do psicSlogo,em especial clinica, haviamn sido rompidas jn Final da dgeada de 70, ‘tuando 0 psiedlogo passa a intogtarservigos pblicos ds salide © hospitais psiquitricos, Esse foi o momento opor- 1 Guinka, CB. 1995), Grier do Olen: wipe plas pe ‘serpin Basted “hllare” Rio de ais Of Ao Gisrar-Text eConmmcannemsot {uno para se repensara Psicologia: a oportunidad para se Avaliar 0 seu compromisso social, sobre os servigos que ela Presa sociedad e rever seu compo tere ste cemirio no qual se publicansos livros Zamar- se Presente € Gestal-Terapia Explicada, Sobre estas pili- ceagies disse Jean Clark Juliano, em 1992, na Revista de Gestalt do Instituto Sedes Sapientiae (p. 16} (.) pareciam deserigdes de cura insantinea, Muitas profissionats fic ‘ram entsiosmados com essa leiturae se puseran a pl car as téenicas de Gestalt em seus consuldres, com res tadas desastrosos* ean nos conta da empreitada de Thértse Tellege, de sua niciativa, dente ous, com Walter Ferreira da Resa Ribeiro, Paulo Barros, Abel Guedes e Lili Fazio de cons- ‘Wuir uma Gestalt-Terapia fundamentada. CConta-nos que se instalou uma fase em gue tnham ‘que divulgaro que a Gestalt nio era, e exemplifica: nda, Gestalt ndo & wna terapia que se fa nena piscina; no, no ‘usamos drogas para aunentar nossa “awareness” cdsmi 4: nao, terapia de grupo nao & equivalente a sexo em grt 0: ndo, pegar otivrodo Stevens e ao acaso propor “exer. sfcios” de Gestalt, ndo éo que entendemos como Cestal- Terapi; no, awacdes sédicas por parte do terapeuta em "elagdo ao sew cliente ndo é Gestalt (p. 17). Pacsuamos coma nua tres assum por ete gue odo qual Jean nos fala. Gragas a inciativas com esta € que *.Gestalt-Terapi, ao longo dsses anos foi gankandocreibi- 4 Wana (1952) Ges Toop: eis sans sos vig de Gest, sta Sees Sapien, Avo te 2. pe 16 Amun E Hatasaera J nes Ores) lidade es fend reconbcid, inclusive, no meio cade rompeado com a hegemonia dos modelos trdicionas, No entanto, vale destacar que viviamos sob 0 ulto a individual, do “mando inte cia Coimben 0 cenit histérico foi propici para que a (Gestall-Terapia passassea ser compreendida, pelos entu- siasmados com a novidade ¢ @ supostaresposta imedata, apenas com téenigas ou aes poco convencionas, sabe Adres eles, ono, de que com estas atividades contribuiam para permanéncia da ida de um individuo como causa de si mesmo, “Muitos forafn os eaminhos pereorrdos pela Gestalt “Terapia, da negagio acitagio no meio académio; dt re- pulsa ao elogio daqucles que &compreenderam; dos cons- Urangimenios aos sentimentas de que se € possivel buscar. _autonomia do individu. Nomeio académico veificamos que, pauatnanien- te, Gestalt foi gankando contornos, desde a forma de dis sertagdes de mestrado eteses de doutoramento, até se fart figuea em conteidos programiticos ou meso de estigios supervisionados dos eusos de graduagio em Psicologia, demos observa isto cramente quando pereebe- mas eresciment de demanda, por parte de estudiosos da ‘Gestalt Terapia, pela discuss dos seus fundamentos: pela procura cade ver mais por ualilicagio profisional pelos {emus que vem sendo abordados em programs de mestrado e dautorad por todo 0 pu ‘quexvém send destacadas, ecuperadas,resgataidas ov mes- mo construidas por autores que referem a Gesialt-Terapia a filosfias diversas, a modelos de pensamento socil6i- oe", como pont Ce- peas sucessivas correlagdes «cos eaniropolégicos, apensadores clissices, mademos ox “pismodernos ‘Como destacam Holanda & Karwowski (2004p. 51 0 que observamos & que, paulatinamente, os gese= ones vem diversfconda sua reflex, tanto na ques to dos campos (como a epistemotogia, por exemplo) tomo na fora de sua expresso. Acreddanos que 0 ‘scope tedrice fiasco da Gestalt se sficente: mente anol para ser laniaco avn resposta tt va Aten disse, observanos que a nardanca no pet td reflex na Gestal-Terapia pode vraser unc temativa & rejlexdo tanto na Psicologia quanto nos demais reas do conhecinento ‘Os atores ald destcam ts “eixos” sob os as & prodyo academica emt Gesalt-Terapia sedeu ene os a0 {de 1982 2002: Fundamentos,feoria e tSeica. Nos ebxos ‘Neori” e“fundamentos” destague para adiversificagto dos tems bordados, 0 que reflete uma perspectiva de amplia- «io conceltual; € no eixo “téenica”, observa-se uma quali- Ficagio da debate em torno da pragmstica daagio gestalt. Naguilo que n0sinteressa no mais particular ~ a dis cussto epistemoldgien da Gestall-Terapia —0 etude supe ‘iodo ainda langa luz sobre algumas tendéncias: J Wlanls A & Karwowski, Si (200, Product Acad (Goa Tenia no Basi Ale de Mestad Dota, Pio te tower Preis oti), 242) 60-71 Diaie a Wor ‘Mie Mets netir eiaonlapraisan nga 24 027 ine2 zi Arvo FE Hosur. te Faia (ree) 4) um movimento na dirego do fortitesimento das bases conceit filosciiens desta pritca; >) um entendimente de que a Gestalt-Terapia no se reduz.a uma ago cliniew; ©) anecessiade de se ampliaro debate, indo aa en- ‘ont de owas dseiplinas.eoatros modclos de Pensamento; 4) 0 reconhecimento de que nas rafzes da Gestalt ‘xs a perypectiva de sua manutengéo como uma hordagem de vanguanta Persistem, contudo, divides, incompreensdes, obse ‘curantismos, ambigiidades. Pensamos eno este livre ‘mo uma forma de Consbuir com agules que vislumlbram 4 Gestalt-Terapia para além do uso da técnica; para aque es que buseam, na trfigio do conhecimento prosuzid, ‘peta lacunas e consttuir uma Gestalt-Terapia que se fag fundamentada epistemologieamente, de forma a orientar sas consirugbes tericasepriticas. Para tant, orgaizamos este Hiro de forma a con ‘emplardiversos“othares”: desde uma versio eitica de seus fundamentose bases teércas, passando pela discuss com respeito& conceitas © nogées especiticas de seu escopo e findando por proposigies de entrelagamento com perspec tivas filossficas diversas No primeiro capo, Blementos de Epistemologia da GestaltTerapia, Adsiano Holanda abre o debate peopon- ‘douma compreensio da Gestalt-Terapia como una aborla- _Bem que guarda em seu mago uma complexidade maior do que tradiionalimentese Ihe stribui Para tanto, aponta — de {forma dcida ~ para cers imprecisdes contdas na relagio ‘entre teoiaepritica da Gestalt, sugerindo uma retomada de seus fundamentos a patr de um modelo de entendimento cpistemoldico. Naexpectaiva de resgatarum legado m {as vezes pouco reconhecid, no campo gral das teorias Psicoligiets, prope um modelo de compreensio episte- ‘mokigico a ser aplicada ao estudo da Gestalt e das demas abordagem, No segundo capil: Gestal-Terapia, Subjerivida dee Cuda: Apraximagbes@ Le de Hermenéutca de Paul ‘Ricoeur, Nlton So do Faia resgata ma diseusao er tor- ‘no da clarificago conceitual de alicerees cetrais da Gestalt, ‘como os conceited self de fontira de conto, ede aa vreness a pair da ia de cultura ¢ sociedad, de acondo ‘como pensamento hermenéutico de Paul Ricoeur: Ad res alata Hermenéutica, o autor aponta para camino impor ‘antes na comextualizagio da Gostall-Terpia, como a dialé- ica a ipseidade ed alteridade © fereeiro capitulo, de Maria do Carmo Marcello linnaccone, sob o titulo de A Constiticti do Sujeito na Gestalt Terapia: Desenvolvendo o Cuidadode Si, reapno mio debate das referéncas a0 processo de subjetivagao & de consttuigo de subjetividade, wilizando-se do pens ‘mento de Foucault come ferramenta de aproximagio eom, Gestalt Terapia, No quarto capitulo, temos um convite&re-elabor lo ds ids de see de proceso, de autora de Cuda Baptista Tavora, em Do Salt ao Selling: 0 Esimatural e 0 Processual ua Emengéncia da Subjetvidade, Neste texto, 2» ‘oman F Hau 3 Bs (Ore) autor inv uma discussie que toca questdes erin da tearia gestiltica, eomo a questo do self. partir de uma iia de construgo, de consttuigio, de process. ‘O capitulo seguinte A Natureza Epistemoléica da Abordagem Gestdtica: Gestalt-Terapia como Processo ‘de Jonge Ponciano Ribsiro,¢ una verdad “canna um “paseo” pelos fundaneitostericos ilosificos da Gestalt “Teraia.em que 0 autor ~o mais proffcwo e auténicoda.co- ‘ruridde gestaltista brasileta ~ num texto simples e Mui- do, nos coavida a acompanh-to por reflendes e pensames tos alicergados em sun extensa experiencia profissional, jt cconhevida e reconhecida nacional e iternacionalmente Em A Gestalt-Tenpia no Contexto Cleniicne tn telectual Contempordnco, Patcia Tica Valle de Albugues ‘que Lima prncipia por estabelecer conexdes epistemol _scas com a Gestalt-Teapia,intoduzindo novaspontes com sales ligados so pensamento contemporineo, relacionan- ddo-a com autores como Ilya Prigogine, rij Capra, ‘gar Morin Zygmunt Bauman. Ao final, sponta paras pos- lidaes inerentes ao dilogo entre a Gestal-Terapia ea “Teoria ds Estranhezas, de Ued Maluf, ‘Os dois capttulos fina a-presentam ~no sentido de “presentilicar”~aproximagies filosSficas necessias, no 6 para a Gestalt-Terapia em particular, mas para Psicolo~ ‘como um too. Neste, taton-se da importincid que lei- + turas aprofundadas de autores centais como Nietasche & Mesieay-Ponty podem tr para auxtiar uma constiuigio episiemohigica, No capitulo intitulado Psicologia € Genealogia na Filosofia de Nietzsche, Paulo Joaquim Leto Poo ~ jr ‘conhecido por seu profunde conhecimento © po seu rigor fa Ketura da obra de Friedrich Nietzsche — nos pont pars cesta necesiria pro nsadormalito” da Filosofia modema, Ao tatar da questao da Psicologia no cio do peasamento nietzscheano, 0 autor raz ona. in= praca da gencalogia como forma de n0s encontarmos fom est importante par do pensamento modern. 'No capitulo Final, Ménica Botetho Alvin, er Unt Proposta de Didlogo entre Gestalt Terapic Merea- Ponty ‘conextaliza 0 pensamento do flésofo francés, considers {do por muitos como o mis importante fenomendlogo de pois de Husserl, apontando pra a primazia do corpo como ede da subjetividade, Em seguida, apropriase das refle= es merleau-pontyanas com respeito afte € a0 processo, criativo, concluindo pel arte como ateridade: ‘A proposta dess livro & de “dar pista” para uns apreenso ecompreensio da Gestalt-Terapiacomo um m0 elo de pensamento slid ¢ rico em contsibuigdes para & ‘eomstusio de um saber diferenciado. Também se prope “ampli o leque de discusses a respeito de conceit cen~ tras, no sentido de eselrecimento de perspectivas, de ei boragies, contextualiaagbes, enfin, de “limparo campo “Asst, pretende-se que cle vena ser ua contibui- ona diego de uma ciscusso epistemoligica da Gestall- ‘Terapia, como modelo singular de leitura da ealidade; 60 mo proposta auréntica ie considerogio da realidod ha; como possibilidade de ressignificagio do contextos0- Gals como mobilizagi diante do fensmeno psicol6gieo. "Esporamos possaser um novo ponto de partida para solic Gestalt-Terapia como tora, tenia ste. O5tex- Armio F Ha woWNo, Fass (Ong) {os eunidos nest livre mostram que a Gestalt pode contri- buirepistemologicamente como um saber, que este saber Pde ser “pensado” de forma rgorosa, profunds, dialogal Por fim, estamos agradecer a tados os autores cola boradores convidar-oleto comtinuar eanosco este de- bute 0s Organizadores Exeeros ve ErisTeuatocia on Gesratr-TeRania’ Adri Holanda Iwraooucao gusto cet deno de uma dco eaten Utes piica dn Grant tenpinan opens moe de nti sodas po onal Sem como &imensa gad poss vines di 16Em artigo arteries, 1998), jonas aspect recupant oq tang peda Goa, pi qe abi arse impede ua aad imens deen sem deviated snr dss posses de aang eptmica sn esposton bisa "vio de mundo” gstien Aese ovine, 1 (amu m dada de 1960 associ sete AS pric ets sobre exa mai foam apse ws VE Congreso tnernacional de est Terap. nd a, 20. ‘verso pina desea putida Bal de al erp Av Vi. 9D 20) pp. 12 Agena {orResponsivel plo aide Gest Terapia, Sine Kaos ‘nl emis prs blest, ™ Amano HeexsnvNeroe ne ans res) picologia humanists), Ptrska Clarkson (193) cama de "gestalt [A teoria ea pti de uma abordagem nao podem ‘estar dssocidas de ua construgo coerent e de uma f= ‘Tamentagio aida, bem cama dever estar studs num tdetenninado context. Neste aspect, a Gestal-Terepia apre= ‘sents algumas pecularidades que slevem ser levadas em ‘onsidenacio, como asta camplexa estruturago, os diver 0s pereursos pelos quis esta abordagem passou até deter- nina se como uma perspectva singular, ca sensive Me Fila de scus consis tedricos,wenicos ede sua pris ‘em geral, que engendram ~ invariavelmente ~ compre es por vezes eréneas de seus pressupostos ‘A partir dst, aeeditamos que € nesesstio realizar nia epistemologia da Gestalt-Terapia. com o niito de at cangar os seguintes ponos: 1. Parase enlendera Comescaane da Gestalt em ‘a qual no se consegue compreender a total Top dena a av“ coo de exper sate ds que ean” ereerinl pial = Terta d tea Canplexiade on cnet apes aE ‘Sproat vga o og ds no a Pb, mpi Su anno -penameno comple" cameo a= rare Mo, Varese ce: Nest parca © 10 hema inguecomisoo deses res ene 00" 838 entre & Vi, 199, Mra 1981999, betcnn de ee Comentares (Neer, 201, 200% Grands, 200 Cates ay, 1997, 2002) em oe ange & Ges Tia ns ricco om esta popetiv, go umacimaa Ps tapi ano f Gert # Consens 2s de da sua propos, para se poxk dadeiro sentido da sua contibuiga: Com ist, estarenos eonstruindo uma compre ‘io mais amp, mas igor, mas senate mas coerente do que se denomina™Gestll-Terepia 3. Assim, a passagem da teoria para a pitica ocor- rer por consedjinca, € no por isolamento © ‘elementaizago: por diaktiea endo por sezmen tagio; por sia 0 por atebuiga 4. Também, a passagem da peitiea para a teoria far-se-i por fundamentaco, € ni por fantasi por sedimentagio, © nao por “geragdo espontl pea”; por fortalecimento, € no por simplifies tose, ‘Com isto, as contbuigdes da Gestalt omar-se-30 cienificas endo migicas; concretas eno subje= tivistas; slid eno absteata. (0 sentido —diria mesmo uma necessidade - de se aver uma epistemiologia da Gestalt perpassa o respi € a consideragio pela sua ttalidade, colocando-a (ou re-colo- candor) num contexto de métod de acesso a0 mundo Vie ‘venti de um sujito real ¢ 0 como uin insirumento de alienagio de siprpeo e de nogngao da realidad munda- ta ernest social, police, eeondimica ou mesmo sntropo- Iégica), plarizago esta que nfo € incomum na aplicagion da Gestalt, Fazer epistemologia implica a superagio de un “psi cologismo” inerente& nossa cigncia — tio questionada pela m6 Anat F Hour as (ras) Fenomenoloyia husserina no passa, ¢ ainda tio atual ~ Fazendo com que tenhamos um senso de coeréncia interna, {que nos pecmita uma agdo coneretae plausvel no campo Profisional, Por“psicologismo” designamosa prtensio de Feduzir os fatos humanos como relativs ao campo psico- légico, desearacterizande assim a podpria perspectva de tor talidade proposta pola Gestalt. Fuzerpistemologia significa retomar o percurso de ‘const de determina shoragem, na enatva de apr dder~a partir de seus aiceres — 0s modas de compreensio ierentes ao seu metodo. Todo metodo ~ sea psicoeraipico ‘uno abarea dois modelos de entendimentoprévios, con- ‘idos.m sua estrutura que delimitary sus feonteiras, bem como as perspectivas deste méiolo, Exes dois modelos si0 interauanes einterdependontes, eso a visio de homem 24 visio de mundo (ou Weltansschaung, como apontada pela Fenomenologa). ‘Tanto uma com a outra representa o modo como essa ot aqucla abordagem percebe, concebe, delimita, es tabelece e concretiza o ser humano e sta intragao com 0 ‘mundo, contend elementos estrutrais cfu dinimices 05 nai diversos que servem de norteadorestetreos e pragmi- ticos rra sua ago a realidad ‘Algumas destas concepgdes divergem ra te, chegando a ponto de podermes Far de modelos “par Aigmiticos” dstitos, como é 0 aso das eanvepy tes Clis- seas de mundo e de homem-representatvas da Psicansli- se freiana © do Behaviorismo watsoniane, por exemplo, ‘modelos aos quais a Gestalt pretend oper ou comple= ‘meatar, almen- Dentro desta perspectiv dermos a totalidade do edifci da Gestalt, para compre ‘dermos 0 que é a Gestalt. Caso contro, comemos 0 isco” de star tio somente simplifieando um modelo, bem como limitando suas possibilidades Exe texto pretende-se apenas serum pont de pat= ‘ida para. uma empreitada que reconhecemios se demasiae do dua para um artigo ou mesmo param sti eles. Ta mpreitada methor se desenvolveria nui aba de pes quia mais rigoroso, mndamentaleompreen? Anes de entrar em posiges que consideramos cen- tens, convém retomarmos algumas discussdes penéricas avetea do sentido da Epistemotogia em si, para depois po dermos diseutir certs paoposigdes mais especifcas, tas ‘comoa multplicidade do “spit” gestdlico eosdiversos mo. tds de construgdo deste pensamento, Posterioamente, pro ‘curaremisrfieir acerca de uma possivel elaborated sca dos modos.de formagao de ums abordagem, ou soja, Procuraremo tragar un modelo inicial ue sirvacomo pon {o de pata para se cificar unsa epistemologia dla Paco. logia como wm todd, da Gestalt-Terapia em partic |. Enistemotocia: Etementos Inrmopurbni0s Lidar com a Bpistemologia nia & tres das mois simples. Nem mesmo em nossa formagio tradicional man {emos contatosestreitos com esta importante via do pens. mento, Procuraremos inicialmente eicunscever 9 campo <4 pistemologia para pods, posteriomew, aplicd a A Gestalt Terapia, sar) = aon Hao motogicamente,epistemologia® significa “s- eurvo sobre a ciéneia” o ergo logos (aos) + ciéncia Os “epitome” (enscrenn} Tamm utiliza come “tori dda confecimento” ou “gnaseologia, referee especifica mente am esto erfco das cencias naturais © mate tis Em termos gers de acordo com Morujo (1990), xs pole ser estudadas Segundo: 2) seu Consetno, ao que corresponde a matéria ot bjoto da eines, desemboea na ciéeia em ie bp sua Foran, que eoresponde & estrutura racial {que the confere o eater cient, ets, cor responde a episiemologi Portanto,& Epistemologia corresponderia 0 estudo certco da forma eno da contetido de uma cic: ‘Numa apreciagdo uma das vriasepistemologias ‘contrmporineas, életimo afrmar gue, de um modo feral clas convergem em alguns pont: ft) revonhcimento mas amp e aprofundado dt nl- Gativa do sujeito na constugio da eign; by discernimento ras uidadoso da diferente na vies varios elementos de qialauersistematizacl0 [atc Wiseacaeer rants Eutgi.om l, pines. 1 ron enc coves da (oii) a ein (te satiate, Gesu Twi Conrramoeaesor 2» cient (etsios, simbolins,sistemtens on toldgioos, ete ©) ms clara conssncia da pecularidade do cone: imento cientifico em re losético: 10 nor exigeacia eon e forgo mashed para ‘une cignciaintiamene‘iemifea’ (Moro 1990, 122). 30 ao conhecimento f= [Na defini de Jolivet (1975), Epistemologia cor- esponde a ioriaertia da cineia, em que se pretend de- Timitar eu valor objetivo, em termos de prinepios e est {ados. J para Japiassu & Marcondes. a Epistemologia toma ‘as eiéncias como objeto de estudo e procura agrupar: 4) a critica do conhecimentocientfico (exame dos rincipios, das hipéasese das conelases das fe ‘eles eincias, tendo em vista determina oalcaice ‘sou valor centfico); ba filosofia das cinias(empirismo,racionalismo, eto) ) ahistia das cigncas Japiassu &e Mateos, 1990, p82), © Osautores assnalam ainda que, no pensamento a= _lo-saxio, trataese de sindimo de “teoria do conten to" ou “losofia da ciéncia, posigio esta coroborada por [Nicola Abbagnano (1992) e por André Lalande (1956). [Nesta diregao, Lalande aponta para um sentido cespecifico do termo “epistemologia” como filosofia das 0 Annu E HecwoUNe0 Lo Fans (Org) <éncias, no se constiuindo propriamente num estado dos Iétodos cienficos(tarefa da “metedologia"), nem sendo uma sitese ou antecipagao das conjecturas ds les cir fica, mas essencialmemeo esta evita dos prineipias, des Iipesese dos resatadas das diversas clencias, des ‘nado a deterninar sua origem légica (no psicald- sca), seu valor esuaobjetividade. Distngue,portan: ‘0, “Bpistemologia” de “tepra do conhecimento” € de “hisivia filosfica das eéncias (Llane, 1956, p.293), Hilts Japiassu faz algumas dfsting6es conceituais ‘que merecem de ser destacadas para uma melhor com- reensio da questio epistemoldgica: 8) Saber ~*Conjunto de conhecimentos metoiea- ‘ents adquiridos, mais ou menos sstematica- mente ofganizaos susceptvis de serem trans indo por um processo pedagéico de ensing” (apiassu, 1992, p. 15). Eavolve a aprendizagem deondem pritca eas determinagées de dem in- felectual¢ toérica; b) Ciéneia ~ Conjunto de aguisigbes intelectui de um lado, das matemtiens, do outro, ds i ciplinas de investgagio do dado naturale emp Fico” Gapiassu, 1992, pp. 15-16), ©) Epistemalogi~ “Estudo metsaico reflexivo do sber de ss orpanizasdo, de sua formagio, de seu (GeraTnin eComsmonsimne u ‘desenvolvimento, de seu funtionamentoe de seus Produtos intelectusis” (apiassu, 1992, p. 16), Além disso, associa a existéneia de um “saber” a lume primeira aquisigao,Formada de mancira mas ou me- ‘pos naturale espontinea, denominada de pré-saber. Retox Fe-se aqui ao que Aristoteesassinala quando diz que “ila dtseiplna sisceptvel de se aprender toda estado compor. sando wn processo intelectual, constiqven-se apart win conkecimento jd present Lapiassu, 1992, p18) Em termos gerais,podemos amit ge a mologia referee & génese eA esiruturagdo das cies ‘em como ao desenvolvimento edarticulagao dosconhocs, ‘mentos cientiicos, nos termes em que Foucault 2004) usa conceit de episteme, como. "espa" histvien de cons ode uma ciéncia, ou sj, aa seem outros termoss de ung jarqueologia” das cigneies que, no sentido proposto por Aristtcles, serve para nos alerar em dites0 1 uma tnen eto historia, culral eflossfiea da consiru- in (aqui, no caso, da Gestale-Terapi) tanto, a constr desse percurso pass pela claboragio de um quado hisérico do miomentodaconseeu, 0 de determina cineia (isoviando-se, por vers, hist. 4a das igncias), hem con do exame de seus pesspos, "pseacolocagio deste dante do process le sua formagion ‘Tataremos a epistemologia, pois, como flosofie Taeterzariam particularidadesindividuais -, mas também ‘Como formas varias de compreensio da dinica funcio~ ral do jit human. Tava, conve inclu aga mnal= Aiplieidade de interpretagdes que determinados conceitos ‘tém ou podem vir a ter na peti Laura Perks (1994) jassinalow que a terapia Gestalt <éum méodo tio “libertrio” que haveriatanas erapias gestalt quantosterapeutas gestalt possvel admins que a mutiplicidae de Gestals se deve, primordialmente 3s mais varias modaliades de rofluéncias que a Gestal sofreu, em especial apatirde én fases dstas. Pocemos observar que, dada a mutiplicidade da Gestalt Terae de infuénctas exereids bre formas pia, algumas se destcaram como pontos de “livager” ou te “edmbic” de énfase, ftzndo com que o madelo dé 1 [J por"panpectva”entendemos um vise, una posta lo ‘ecrarimentum fo esr Taye, Contrast x batho adatado —incluindo af sua visio de mundo esta per- cepsio do movimento funcional do processo~caminhisse na dire ca reerida inf ‘Prliminarmente, flrs de quatro meets mais ‘ou menos dstntos de Gestal-Terapia e de suas ennotag6es. Estes modelos se entree aqua quests ens mas se dstnguem em teemos de mods de 0 € modos de com ‘preensio da dnvimiea funcional do ser humano, caracteri- ‘zando, assim, modelos difernciados de umn “agi” gest. Emalguns esos, hi inelsive diferentes “vistes" ou “perspec tivas" de omem einbutidas nesta divesidade. Assim, teams: 1. Uma Gestalt-analitica, profundamente infiuen cada pelo passado reudiano de Fit’, ¢ ainda teomprometida com uma sriede concits, seni tde mods de visio, xsociados a um entenimett- {orclativo a um pensar metafisco.Trata-se de um rmodo’de agirFundamentado na “interpretag30"” ‘@ Rasomcnc_ wav Tunes. feta ean exon toa Pct 2 Ges, passes ies dx mean ‘oti simples diver, sors uma sco ms o> fenlnisne campo grecoslereesconovEsn osi aF ‘mons soda Pca no camp cpio ‘dlaGes fog, omaginnsose viens tae 20 eat. Ap eae avenge adam asia atin or ‘oth apes pair sgn Tova seinen arc Taine gs ican in ~ gus a Getter a wa tern diva da snl, es qu i exis se est Recorecs ina9 scesie dean arose” mas pound pss qe spre deve se en de ms bos u Assoyo F HousnonfNn ro. Fa (Orgs) mais do que na“eompreensi™, no qual a dnd ‘ica do outro &enquadrada em modelos deni «dos a partir de concepydes derivadas do pens ‘mento psicanalitico. Nessa, identficamos, por ‘exemplo, a retago com os chamaos “mecanis-: mos de defess” on mesmo cesta npisg es ho “cielo do conto”, que & um insitumento pode- ‘oxo tanto como ua forma de “eompreenso" da ddindmica subjetiva do ser como uma Forma de “explicaglo" dests mesma subjetvidade'; “Aan epost din de Wily ser is ‘Nansen uc ree Geogr ‘afin oa enc do cpio 8 ierena cate dren en tle Auld Een pc Vt (conpcde Prs Die os Narisonehaen lancom un nen Geter an om ‘mundo tuna hs. Oerpec”t adm ‘pen que 0 rac aio com a Pika snd mn ead “se nase agus aac acm qu ear ees wes ‘cb su ptm prs Gost Ti dee ena psa" nepal A ones pe ‘Paci comes oc anc ear, bes dei raasept, Ween 1968; Pa 1991; Mal, 1977 Go, Tiedt cas, 1 Pc, Outro exempl cc 6 “asa m0 pico reside mu popnig coma ener © fh fico que aparanamaicoe scot sum macla“x ph ‘xo"de comporamnto ll orale tal da acco. 1 sed previa expla e cane do eangaane to. Asim, subj ws Panic passer daa pla inpretaso do anata esque fo bjetod rin po pre se inportames pets is emo Kal Ppt por exe), 2. Uma Gestalt-pragmsitica, iflaeniada por um ‘modelo de pensamento posiivsta ~da qual de ‘iva. filosofiapragmatsta que imperou durante nga data em solo americano - cujo contexto Perpassa uma compreensio dualista do sui ‘comprometda come model tradicional de ence dda modemidads Asscie-e a isto oppo cater Pragmatico da sociedade americana ue exige so: lugdes ripidas e priticas para problemas diver. sos. Este modelo repesentamos através dana. 82, € as vezes, exicerbagio do uso as tenicas, {Go famosas ¢ tio wesponsaveis pela marketing inicial da Gestalt americana’ 3. Uma Gestalt-fenomenolégica, produto das ine fuéneias tanto orundas ds escola gesialista cli. sca (que representa uma letra muito especiti- ‘do pensamentoFenomenolégico) quanto das influéncias provindas do tradicional método fe- ‘nomenolégico, de Brentano ¢ Husstl podetia serexempliicada pola Gnfase ddd eratividade, ‘epresentada pelo trabalho com os “experimen, "0s" © com a perspectiva de Se Fda com a cons cia como prexitora de sentido edelimitadora ‘Ue ressiniticigdes de vivencias; ¢ 4 Uma Gestalt-existencial, produto de uma evoh- ‘20, de um “caminhar” mais amplo,e produto Almoquepovemos considers naive coe “ees para ‘ckcnenods Gestit-Tepiaco malian de pon sn aa Ore) sina Je uma refleydo em torn do que consie= teria com um “erescimento organsmico” de dima teoria e de umm modelo de trabalho que per tchemos como dakético ¢ connplexo". Putic- pram desta ventente de influéncias fant a flso- Fra oriental quanto os modelos “existencalistas nemo, bem ean o protic contato da Gestalt om o movimentode Psicologia Humanist me Peroeba-se que este scinto esquema nada mais Fe= presenta do que uma tentatva de edmpreeidet a comple ae deste significative ~einico ~ model psicoligico de tpominado genricaniente de "Gestalt-Terapa”, Adama & proprio que fazemos das expresses aim refer comm vespito & Gestalt-Terapa, sto absoluamente abit tia C, portant sueitas a mosifieagbes), mis aliersamy- com ds perspectivas: uma enitica, observacionl (Fe~ va. sia aplcago prey 2 outa, pstenok fundamentanere iesfica, Assim send definita Gestalt- Terapia eomo us abordagem de cunho “fenomeno\izion- celstenciat”? ou como send “dial6giea” &, a nosso ver, dan iapicaciermn oped Geter e Ciemrcscimen saan opts mos. 11 Saat mes spent Ges-Terpia cat snd eens aa ce, cm Yi (198), Keio (1998 a8 86 Sit aloo 1p tanec os laos la “evmenolgis” "exe Taner ne in dierent sits Garr eCatEron EM uma imprecisiohistica, teria, filosdca e ra ‘Além diss, qualquer expressio que procure resumir dix \ersdade gestltca seri, invariavelmente, umn reducionis- ‘mo, ecaminhar na dirego contra de indimerss ds pe postes dessa mesma abordagem. ‘A traicioual subdivisio ds Fundamentos teico- filossificos da Gestalt ‘(eovia Holistca, Teoria Organismica, Teoria de Campo © Psicologia da Gestalt) e em 8s “Tundamentesfilosicos” (Humanismo, Fenomenologia ¢ Existencialismo) eseamo- ‘ea outrasimprecisdes epistemolpicas ainda mais sétias, ‘dado que eamafla aspectos que io se fornam objeto de an Tie tis como as reverberages personalities ~€, por que io dizer, "narcisieas”~, do proprio Fritz Perl as apropriae Ges limita aeriticas que tanto ele quanto obs omnes dda Gestalt-Terapia fizeram dos modelos filossfios euro- pus; € 0 desejo de fundamentar todo custo wna nov iia una nova prtica em solo jtdevidamente formato, ‘a que vai ter repereussbes importantes nos modos como & Gestall-Terapia se apresenta, se manifesta, prineipalmente, “decals aor on melo, Conan inclsive que a wiz da ‘ago feunemiico-eistes coi un eens Pee pra indieiminnanene das borage be, ear eacluem, como js to apontdo poe Penns (1985) Sobre 0 ‘Poppi ns da expresso “enomeokigicwensens ae ‘asa entrar e # Feomslgia se apesents ch hs ‘lias dcconaigbes, fends com gue essa ‘tent iad es gn Quo “estes se indi iano defo ds execs" wo sein ue eos i ig AumusoF Yasin Nen04 or Pe (Org) se esabelece (ow nao) dante do amp espeetro dos mode os prcolépicos. ‘Convéim ainda ressatar algumas lacunas, existentes ‘no teoria © na prtica da Gestalt-Terapa, que conttibuem Daraatexisténcia ca proliferagio dessa dissonincas inter: fas bom como de astoviagSerForuita com outa tanias ‘1 conecitosalheios aos seus pressupostos hice iver- entes em termos de “visio de mundo” Em primero ugar, ce destacara impossible de ‘considerarmos a Gestalt um “sistema” completo, dado que Ihe fltam dois elementos importantes: uni constitu se= -gura que possa ser delimitada com uma tenia de perso= alidade c, associado a sto, uma teoria de psicopatologia. Quanto-ao primeito aspecto-aéreditamos que a én- ase nos aspectos“Yuaciodais” da personalidad, com espe- ial destaque para o contatocom a Formilagio organ de Goldsin,seja ua das prneipais justifiativas para a inexisténcia de. uma cosrene formulagao de uma teria de Personalidade propria & Gestal-Terspia Isto, todavia, nio resolve certos problemas emitidos a prpiateoria, tas, como. consideragae do sefcome “process”, partr das “Tunes” id. ego € personalidad, conforme descrito por Perl, Hefferine & Goodman (1997) que, elaamente reve la-se devedor do pensamentoestrutralista tradicional da Psicologia a época, Quanto a6 segundo aspect, coiseqbente ao pi +o, pescebe-se uns igual caréncia de sistematizaio no tet= reno da psicopatologia use, uma compreensto mais coe- rent deste contexto, a partir de suas fundamentagdes. Isto 6 digno de nota visto que, na teadigao psicopatols Gesuirtian eCoeraaoeenae Pemsamentofenomenoligico eneona sinifietivo espago serva-se, na Gestalt-Terapia, uma apropriagio de conceitos ‘nage aici & sta Formulagio bsia (em especial da Psicandlise), ria tentativa de complementar suas deficién- cias, Ocorre que isto, is vers, gera mais confusio do que huni na compecenso ta complexidade do ser humano, Em segundo lugar, parece-nos que a Gestalt ainda nto superou a tendéncia teenicisia que em determinado momento de sua hist6ra fo importante para design st idemtdade e seu valor, Observase isto claramente a partir dda configuraio que a Gestalt possu no imaginivio das de ‘mais corase sistemas, Afalla de um modelo mais siste- tmatizado de toria ede fundamentaco filosiea faz com ‘quo'a Gestalt seja'simultaneamente uiilizada como mode To interpretativo e como modelo reparador, gue limita ‘sua gontebigio, dado que as éenicas servem para “Taci- Tita a emergéncia’do vivencial, como base do trabalho gestltco no como intervengio direta ou de solugio de prableinas Cutra questo a se destacar referese as chamadas “weorag dese” da Gestalt-Terapia. E curiosoairmar sim- plesmente que a tears fundamentas da Gestalt-Térapia io ‘“Psiologia da Forma”, de Wertheimer, Kabler e Koffk ‘Teoria do Campo", de Lewin; “Teoria Orzanismica”, de Goldstein, ea“ Teoria Holistic”, de Smuts. Dolsaspee~ tos centrisdevem ser deetacados: . 4) Smuts no delimita uma “teoria; mas to somen- teexpressa reflexdes acerca de uma concepcio de aistinta das esistntes en * mando, rolativarnen 2 Auts0F Hots ne ay (Oete) to, Se pudennos falar de uma “tsa” holistea de fato, devemos nos repartar fundamentalente a Kurt Goldstein, como destaea Wolman (1968), como qual Perl tabathou dirctamente ede quem sorve sigifieatva infugncia”,e; by Ha imporiamtes distingsce entre as concepyen dos gestatsasclissicos, de Lewin ede Goldstein, ara’ que ster sejam colocadas lado a lado, de ‘odo aeritico, Inclusive, convém assinalar que, ‘apesar de Lewin haver participado ativamente do ‘movimento gestaltista, diverge em detcrminado ‘momento e cra um modelo autéaicoe destaca. do de compreensio do humano, , dla parte de Goldstein, tanto ele quanto os propos gestal tstas no © consideram come partipante do mo: imento, fim outras palavras, e em ceros aspee {os significativos, a “Psicologia da Gestalt” {erente da“Tearia do Campo, que €ierente da “Teoria Organismica’, © que jusitiea uma refle- Xxi0 mais aprofundada em torno delas. Anda sobre a diversidade no provesso de construe ‘io do pensamento gestalt, invariavelmente ids, too. Fase autores importants ficam & margem de sua constita so, como 0 caso de Carl Gustav Lanai, tedrco do so- ialismo anarquista; de Alfied Korzytshi, fl6sofo di ‘2uagem ecriador da “seminica geral”e que exere sign. 17 Ion ir 0 mit do ubao de mats, mas serve pace thor Fata in luéncia tanto sobre Pees quanto sobre Goosinan; {de Moshe Feldenkrais ou mesmo de Wilhelm Reich Outro nome importante e sucessivametie esqueci- do (nfo s6 pela Gestalt Terapia, mas pela propria hisiria 4a Psicologia éo de Ouo Rank. A Gestalt cdiriamos toda ‘chamad “Psicologia Humanisa"™ — herd de Rank anf ‘se no reconliecimento dos aspectos humans da interac, ‘erapéutica, a idgia da resisténcia como uma org cri além de te sid ele primero a usar a expresso “agi agora” do modo como nos apropriamosatualment. Lofltc= do (1994, p. 45) destaca ainda a inflaéncia de Rank sobre Goodman, bem como sua concep 0 —diriames —dialéica deconfto:"..) 0 conflto bso do individuo est no prox cesso de sua individuagdo, e na temitica de separagdo ‘usido que ele significa: a separacio, significanio rsco de ria da relago com aalievidade, a unio, orscode per era individuagio” Em siltimo lugar, convém desigear ind que nio fica claro, no processo de sedimentagio da Gestalt mn solo amerieano, qual a verdadeia corelagio estabelecid cre ‘ela €0 movimento humanisia de Psicologia (principalmginte ‘depois da ida de Pes para a Calitémia), been como a pos svelinluéncia que Rogers exerceu, do somente sobre Gest, mas sobre a Psicologia ea Psicoterapia americanas ‘como um todo, Estas questdes servem para podermos reli sobre ‘as ases da Gestall-Terapia. Com isto pretendemos sssina- ‘pei yes econ inptini de Rek pa sepsis ‘ovement a Evans (19) “ _ Auman Howson ne Fs (Ore) far que a Gestalt & antes de tad, um modelo extremamen- {e complexo de pensamento, edeve ser asin encarada part ‘no se reduzir a uin aglomerado de particulaidades. Esta critica, contudo, vist resgatar a singularidade ‘desc dversidade, Petende-seaponta, com st, para ft ‘de que certs leurs da Gestl-Terapia so limitantes quan- dono exploram dislticamente esas dferengas,tornando~ 10s simples aspectos de una suposta “totalidade” e forgan= ‘doumaparente “organizagio” intrnseca, Acreitamos que tua perspectivadialtiea de etua da Gestall-Terapia deve ‘eontemplar a fensdo inerente(e necessria) & sua comple idade, eno uma pseudofusioentre esses elementos, mui- tos doles contraditérios, Sobre este particular, muito nos Jmpacta reflex de Gabviet Marcel (1968, p. 19) arespei tod proposta de Martin Buber: Deade este escrito nina, onde explode o io no ‘apenas flosfico, mas postcode Buber, este rac Iz ‘atensdo que existe entre o Ewe o mundo e marca que ‘oBundo é concebide sem esta tensa, Eu insist desde ‘presene no tenno “Spraanung” tensa) como prefe- titel, praia de "Berit (rela) qe, come ‘ormes, desempenaon pape ssencal nest filosofa Muito prsximo do que aponta Herdcito®, que, 20 contro do ge pensavam os pitazoricos (que ilicavam ‘a unidade do mundo baseada na fusdo), defenia a dia de 1m A Mn free 2 od Bub, “ET 2 Gamo dsianns em aig tr (oan, 1988), “que a wide do mundo & lta, diac, portato ens, potemos (nodewos) ~ a“guerna” (epreseniada metalor: “amente pslo deus Apolo; o potadr doareo ed ti sco torn. a GestaltTeapia um paradoxo em sie na, 0 Gue se assevera em nossa opinion sua as i ppvuante qualidade ator ste que a transforma na aor ffem_- por exceléncia com capacidade ¢ potencia tle ents para prever una apropriagio das questes de sub jatividade que vio akém dos demas sistemas psicolgeos Aispontveis. E, ono diria oeminente Von Zuben.“o para dao é a paixao do pensamento; 0 pensador sein para wo é como um amante sens paix, wn sujeito medioer= (1979, 9.) DDeritadisto poses solar algunas eonsalagSes 4) Gestalt representa um amélgama de diversos ‘Contexts, hist6ras, conrbuigoese signifieados: by sua base éessencialmente enrapéia, e€ sobre ete oto que se deve comproender sua const oFi- sina £6 seus pilates basicos ainda sii desconbocidas © ‘itunes, ¢ por sto mesmo se tomar imprescin- aliveis e necessirios: Sadaaacen ata senor ats mas densest es demaecenven de ots ies” eta 99160 73. 12 Noam eyo desta quar Luras aes de Tee alr dh Rep de Wer, a Akan ane a odtemenen svi, pcos e eons de 6000 $5 emo Hani 4) sem esta compreensio de totalidade, eoeremos 0 Fisco de fazer da Gestalt um modelo de entenli- ‘mento migico da eaidade, um modelo lienante 4e captago da sentido da existénciae, principal. mente, um modelo limitada de tabla, Porestasrazdes éque se faz necessria a construgio «do qu chamamos de epistemologia da complexidade, Eta

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