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REEC - REVISTA ELETRONICA DE ENGENHARIA CIVIL Volume 14, N° 1, 261-278 hitps:revistas.ufg.br/reectindex MEDICAO DE ENERGIA NO ENSAIO SPT EM SOLO TROPICAL DO CAMPO EXPERIMENTAL DA EECA/UFG - GOIANIA SPT energy measurement on tropical soil from experimental area of EECA/Federal University of Goids - Goidnia Humberto Carlos de Oliveira Jardim’, Romulo Rodrigues Machado”, Pedro Augusto Machado Jorge’, Renato Resende Angelim’, Renato Cabral Guimaraes* fecebido em 17 de uho de 2017; aceito em 17 de outubro de 2017; disponve on-line em 09 de marco de 2018 RESUMO: 0 Standard Penetration Test (SPT), ensaio de campo mais uillizado no Brasil, embora normalizado, pode apresentar grande variagio de resultados devido aos diferentes procedimentos e equipamentos utilizados. A medio da energia transmitida as hastes durante a realizagdo do ensaio surge como alternativa de agregar valor a0 ensaio possiblitando a melhor comparagdo entre resultados de ensaios realizados por equipes e equipamentos diferentes, Este trabalho tem o objetivo de comparar mesicBes de energia do ensaio SPT realizadas no solo tropical do campo experimental da Escola de Engenharia Civile Ambiental da Universidade Federal de Golds em Goidnia, para difundir esta técnica, formar um banco de dados e demonstrar os beneficios de sua utilizacdo. Para se realizar a andlise teérico-experimental foram utlizados acelerémetros © medidores de deformacio em haste instrumentada, por meio de um analisador de ondas dinémicas, que permitiu o monitoramento em tempo real de cada golpe do martelo € posterior transferéncia de dados para software de andlise computacional. A principal contribuigéo do trabalho fol valdar a importancia de se utilizar 0 correto intervalo de integracio para andlise dos dados e que a energia transmitida ao topo da composicao de hastes independeu do comprimento destas e da resisténcia do solo para as condicBes a deste estudo. Além destas avaliagdes esse trabalho contribui também para construcso erence de banco de dados de SPT com medigao de energia para equipes e equipamentos locas. PALAVRAS CHAVE: Sondagem; vestizardo Geatécnica; ABSTRACT: The Standard Penetration Test (SPT), widely used in Braz, although ee eae coc . normalized, may present significant variations on the results caused by the different SAK equipment and procedures used. The measurement of the kinetic energy arriving to the Medicao de Enereia; rod during the test san alternative to improve the volor ofthe test, making possible to compore the results obtained by different equiament ond teams. This study hos the . objective to compare different energy evaluations of the SPT on tropical sols the Sao experimental field of the Civil Engineering School from the Federal University of Goids in Grrnet peep Goiaia, t0 disseminate this technique, build @ datobase ond demonstrate the advantages of its use. For the theoreticol-experimental analysis, it wos used In-situ tests; ‘accelerometers and strain gauges on on instrumented rod using a dynamic wave analyzer, Geotechnical Which allowed the simultaneous monitoring of each hit and posterior analysis ofthis data aerioatieng dn software for tis purpose. The main contribution of ths research isto validate the “ importance of choosing the correc integration interval forthe analysis ofthe data of the SPT; kinetie energy transferred to the anuil and that ths energy Is not affected by the length Measurement of energy; _of the rad nor by the sail resistance under thi research conditions, also, it expects to contribute on a database of the energy measured SPT for locol teams and equipment. * Contato com os autores: ‘e-mail: humberto.carlosoj@gmai.com (H. C.O. Jardim) Graduando em Eng. Civil, Universidade Federal de Golds. 2 e-mail: romulorodrimachado@gmal.com (R. R. Machado) GGraduando em Eng. Civil, Universidade Federal de Gots. > exmail: pedroaugustoms|@hotmal.com (P. A. M. Jorge) Graduando em Eng. Civil, Universidade Federal de Golds. ‘e-mail: tecnoeng@gmail.com (RR. Angelim)} Eng. Cl, Doutor, Prof. do Prog. de Pés-graduaclo Geotecnia,Estrutura e Construcio Ciil(GECON) da Escola de Engenharia Chile Ambiental (EECA) da UFG. 5 e-mail: renato.guimaraes@ueg.br(R.C. Guimardes) ng. Civil, Dr, Prot. do Curso de Eng, Civil da Universidade Estadual de Goids (UEG) e Eng. de Eletcobrés-Furnas (SSN: 2179-0612_ pol 10.5236/ree<,V34i. 47871 (© 2017-2018 REEC- Todos os direitos reservados H.C. O.JAROIM: RR, MACHADO; A.M. JORGE ANGELIC. GUNARAES EC Revista Eewtric de Engenbaria Cuil Vol 18-81 (20172018) 1. INTRODUGAO 0 Standard Penetration Test (SPT) € um dos ensaios geotécnicos de campo mais difundidos no mundo e o mais utilizado no Brasil devido a sua praticidade de execucdo, a sua aceitacdo pela classe geotécnica e a0 seu baixo custo operacional (DECOURT et al,, 1988). Até 0s anos de 1970 existia, porém, a impossibilidade de se comparar os resultados obtidos devido aos diferentes ajustes equipamentos utilizados. Desde entdo, buscaram- se formas de medir a energia que é transmitida 20 conjunto de tubos de cravagio até 0 amostrador que penetra o solo. As pesquisas desenvolvidas por Kovacs et al. (1977), Palacios (1977), Schmertamann e Palacios (1979) e Belincanta (1985) so consideradas marcos para a medi¢go de energia no ensaio SPT, pois foram os principais pesquisadores a estudos relacionados a esse tema. Na sequéncia outros pesquisadores, como por exemplo, Drumright (1996), Abou-Matar e Goble (1997), Cavalcante (2002) e Odebrecht (2003) desenvolveram estudos com enfoque na medi¢ao de energia do ensaio SPT. Mesmo com diversos estudos realizados desenvolverem sobre a medico de energia no ensaio SPT este procedimento no foi incorporado & rotina do ensaio brasileiro. Esse fato ocorre, provavelmente, devido aos custos iniciais do investimento na compra e na importagdo do equipamento, a diminuigso da produtividade do ensaio, & necessidade de mao de obra especializada para operacdo do equipamento, 8 dificuldade em repassar os custos ao preco final da sondagem e 8 falta de exigéncia por parte dos projetistas. Ainda no que diz respeito ao ensaio SPT, embora a normalizacéo padronize os equipamentos € os procedimentos do ensaio, é encontrar diferentes tipos__ de E ainda mais comum equipamentos sendo_utilizados. comum constatar alteragdes e adaptacées nos procedimentos campo pelos operadores do ensaio no sentido de melhorar a produtividade do processo. Dessa forma, acredita-se que a medi¢lo realizados em 282 da energia do ensaio SPT em solo tropical, na cidade de Goidnia, para realizagéo do presente trabalho, contribui para a formacao de um banco de dados a partir dos resultados locais, determinando o nivel de eficiéncia da energia transmitida ao amostrador padrao para ensaios realizados por empresa local de sondagem, bem como evidencia a influéncia positiva da medico de energia, no que tange a anélise dos resultados dos ensaios SPT por diferentes métodos tedricos que avaliam a eficiéncia de energia do ensaio. 2. OBJETIVO © objetivo do trabalho & analisar dois furos de sondagem SPT com medic&o de energia em um perfil de solo tropical do campo experimental na area da Escola de Engenharia Civil e Ambiental (EECA) da Universidade Federal de Goiés (UFG), na cidade de Goignia, com o intuito de praticar e de difundir a utiizagio da medicgo de energia no ensaio SPT, para assim formar um banco de dados local. S30 ainda abjetivos especificos deste trabalho comparar os resultados de energia pelos métodos EFVe EF2 e verificar a validade do método proposto por Odebrecht (2003) para os referidos ensaios e avaliar a influéncia do comprimento de hastes. 3. REVISAO BIBLIOGRAFICA Durante a década de 1970, foram realizados diversos trabalhos com base cientifica para avaliago dos fatores que poderiam interferir 1nos resultados do ensaio SPT. Sendo assim, a busca pela medigdo de energia e eficiéncia do ensaio entrou em destaque junto 8 comunidade cientifica da época. A partir desse momento, se iniciou uma série de estudos sobre a transferéncia de energia do martelo para as hastes e dissipacao de energia durante a realizacdo do SPT (BELINCANTA et al, 1994). Percebeu-se entéo uma grande variabilidade nos resultados encontrados (energias e eficiéncia de energia). Essa constatagao deveu-se basicamente a dois fatores: as diferencas dentre os H.C. O.JAROIM: RR MACHADO; A.M. JORGE ANGELIC. CUNARRES EEC Revista Eewtric de Engenbaria Cl Vol 18-81 (20172018) varios tipos de equipamentos SPT utilizados no mundo e os métodos empregados para realizar a medigio de energia. Quanto aos métodos, existem basicamente dois pelos quais pode-se calcular a energia transferida as hastes, o método EFV e método EF2. A escolha do método a ser utilizado depende dos equipamentos e da instrumentagio disponiveis para realizagio.da_medigio (CAVALCANTE, 2002; SJOBLOM; BISCHOFF; COX, 2002). ‘A determinago da energia no ensaio SPT tem como base a Teoria da Equagdo da Onda. Essa teoria afirma que uma onda de tensio que circula pelas hastes do ensaio SPT é formada por uma parcela de deformacdo elistica do material e a outra parcela referente 8 energia cinética (devido a0 movimento das particulas) (BELINCANTA e FERRAZ, 2000). A Teoria da Equacao da Onda prova que a onda de compressio inicial gerada pelo contato do martelo com as hastes do ensaio SPT é transferida para o amostrador e logo apés retorna a0 topo da composi¢ao de hastes como onda de tragdo. Essa onda de tracio chega a interface entre martelo e hastes no tempo 2#/c, tempo até o qual existe proporcionalidade entre a forca e a velocidade do proceso. Nesse momento hd uma predominancia da onda de traco, que faz com que a haste seja tracionada, se separando do martelo e gerando outro impacto, repetindo o ciclo, até que no haja mais energia disponivel no sistema. (MORAIS, 2014). A teoria sugere ainda que a energia dinamica que é transferida para a composigao de hastes no ensaio SPT pode ser calculada pelo uso da forga incidente nas hastes em fung3o do tempo, método EF2, ou também pelo uso da forsa seccional e velocidade de particula nas hastes, método EFV, como pode ser visto abaixo nas Equacées 1e 2. €q.[1] EF2 = energia transmitida & composigdo de hastes considerando 0 quadrado da forca incidente nas hastes (J); 23 velocidade teérica de propagagao da onda ao longo da composigao de hastes (m/s); E = médulo de elasticidade do ago (kPa); a= area da seco transversal instrumentada (m?); £ = distancia da seco instrumentada até o amostrador (m); F(t) = forga seccional na haste (kN); t= tempo de integracao (s) EFV =f Fx vat Eq.l2] Em au EFV = energia transmitida & composicao de hastes considerando a forga seccional e a velocidade das particulas (); F(t) = forca seccional na haste (kN); vit) = velocidade das particulas (m/s); t= tempo de integracio (3). © uso do método EFV € 0 mais indicado por apresentar maior consisténcia, pois considera a integral do sinal de forca multiplicada pela integral da velocidade até o final da transferéncia de energia do martelo para as hastes (o°), a energia total transferida para as hastes representa a parcela da energia potencial do martelo que ndo se dissipou durante 0 processo de cravagio. Esse método foi introduzido por Sy e Campanella (1991), utilizado. em diversas pesquisas (CAVALCANTE, 2002; ODEBRECHT, 2003; HOWIE et al., 2003; AOKI ct al,, 2007; LUKIANTCHUKI, 2012; MORAIS, 2014; SANTANA, 2015) e & recomendado pela norma 4633-10 (ASTM, 2010) que regulamenta a medigio de energia em ensaios SPT nos Estados Unidos, permitindo a determinagao total da energia transferida do golpe de martelo para o ensaio SPT. Caso tenha-se acesso apenas aos sinais de forga, tem-se como op¢ao utilizar 0 método EF2, mas sabendo que os resultados podem apresentar certo distanciamento da realidade (ODEBRECHT et al,, 2005), Isso ocorre porque este método € na realidade uma simplificacao realizada por Palacios (1977) e Schmertmann e Palacios (1979), devido & limitacao da aferigio da velocidade que havia na época. Para que se possa trabalhar com resultados obtidos por meio do método EF2 recomenda-se a utilizagao de fatores de correcdo que possibilitem a H.C. O.JAROIM: RR, MACHADO; .A.M. JORGE ANGELIC. GUNARAES EEC Reise Eewtric de Engenbaria Cuil Vol 18-81 (2017 2018) obtencdo de resultados mais _satisfat6rios (LUKIANTCHUKI, 2012). 0 método EF2 consiste em considerar que (5 impactos sucessivos que ocorrem entre a composicdo de hastes e o martelo, apés 0 primeiro contato, no contribuem significativamente na penetraco do amostrador no solo. Isso acontece, pois, 0 método considera apenas 0 intervalo no qual existe proporcionalidade entre os registros de forga e de velocidade, tempo correspondente a 2€/c, @ essa proporcionalidade sé ¢ vilida para a primeira onda de compressao gerada pelo contato do martelo com as hastes do ensaio. Portanto, (nEFV ou néF2) pode ser calculada pela relagio a eficiéncia do ensaio SPT entre a energia transmitida & composicao de hastes (EFV ou EF2) ¢ a energia potencial teérica do ensaio (E*=m.hg = 478,203), conforme ilustrado na Equaco 3 (LUKIANTCHUKI, 2012). Vale ressaltar que esse célculo pode ser realizado para ambos os métodos e também considerando energias potenciais diferentes, como seré visto a diante. nepy ERY eq(3} E Em que: nEFV = eficiéncia do ensaio utilizando-se 0 método EFV para medi¢o de energia (%); energia potencial te6rica (). As primeiras pesquisas com o objetivo de medir a energia transferida ao conjunto de hastes no Brasil foram realizadas por Anténio Belincanta em meados de 1982. Por meio dos resultados de suas pesquisas Belincanta (1985) inconsisténcia do método EF2, quantificou o efeito que 0 uso de determinadas técnicas e equipamentos tém na eficiéncia do processo como, verificou a por exemplo, a utilizagdo ou ndo de coxim de madeira, 0s tipos de cabegas de bater e o sistema de operacao dos martelos (brasileiro e americano), e concluiu que os acelerémetros utilizados na 6poca eram mais eficientes para hastes mais longas € rigidas. No inicio dos anos 2000, destacam-se no contexto nacional os trabalhos de Cavalcante (2002) e Odebrecht (2003). Cavalcante (2002) em sua pesquisa, apds 26 anélise de 1.130 golpes, concluiu que a energia transferida 20 conjunto de hastes é independente do comprimento das hastes e da resisténcia do solo. Além disso, props um fator de corre¢o para 08 valores de Nser obtidos em ensaios com hastes de comprimento de até 14m. No mesmo periodo Odebrecht (2003), utilizando dados préprios e os dados de Cavalcante (2002), desenvolveu varios estudos que visavam 0 monitoramento de energia no ensaio SPT. Entre suas principais contribuiges tém-se a proposta de uma nova maneira de interpretacio do ensaio SPT, fundamentada na consideragao de que o SPT é um ensaio de grandes deslocamentos e, portanto, neste caso, o valor da penetracdo do amostrador no solo a cada golpe e a massa das hastes (além da do martelo) devem ser consideradas no célculo da energia _potencial_disponivel,__conforme apresentado na Equacao 4. EPG =E" +M,.g9 +M,gp £9.14] Em qu EPG = energia potencial gravitacional calculada pelo método de Odebrecht (2003) (1); nergia potencial teérica (J); massa do martelo (ke); My = massa da composigao de hastes (kg). © = penetracgo permanente do amostrador devido & aplicagao de um golpe (m); = aceleragio da gravidade (m/s") Observa-se que, para qualquer golpe que implique uma penetracgo no solo (p), a energia potencial gravitacional do martelo é maior do que a energia potencial gravitacional teérica. Esta diferenca é mais significativa quando 0 solo ensaiado apresenta menor resisténcia a penetracso €, portanto, uma maior penetracdo a cada golpe. Considerando a penetracao do amostrador no solo para o célculo da energia também deve-se acrescentar 0 efeito que a massa da composi¢io de hastes ird gerar quando deslocada de uma distancia , percebe-se que para maiores comprimentos da composicso de hastes este efeito seré mais acentuado, A Figura 1 apresenta um esquema que demonstra as varidveis e as consideragées que compéem 0 método proposto por Odebrecht (2003). H.C O.JAROIM: RR, MACHADO; A.M. JORGE ANGELIC CUIVARRES EEC Resta Erica de Engenbaria Cl Vol 18-98 (2017-2018) 265 t ‘Martelo = 65 kg bet t= 0 Centro de massa do martlo roftt) pen) ‘Amostrader| Haste al ea) Referéncia FIGURA 1: Energia potencial do sistema considerando o acréscimo da energia potencial do martelo e das hastes. FONTE: Odebrecht (2003). Para verificagao da aplicabilidade da nova interpretagio da energia, Odebrecht (2003) desenvolveu a Tabela 1, que apresenta uma relacdo entre 0 Nser ea profundidade, sendo que em algumas situacdes a corregao da energia tradicional seria necesséria e em outras nao, ou seja, para valores de EPG/E" na ordem de 1,01 a 1,04 nao seria necessério 0 célculo da energia pelo seu método. Entretanto para valores na ordem de 1,10 (érea hachurada mais escura) as diferencas se tornam significativas, tornando assim necessério 0 célculo da energia pela nova interpretagao. Exe Comprimento da hte ( 12 | 14 36 | 8 | 20) ‘Odebrecht (2003). H.C OJAROIMG R.A, MACHADO: A M_JORGE; RR ANGELIMG LC CUMARRES AEC —ReistaEewérica de Engenaria Cl Vol 14-4 (2017208) 268 Posteriormente aos trabalhos citados, _trabalhos abordando este tema. tém-se ainda diversas pesquisas que estudam 2 medigio de energia no ensaio SPT como, por 3. METODOLOGIA exemplo, os trabalhos de Lukiantchuki (2012), Para realizar essa pesquisa foram Morais (2014), Santana (2015), Figueiredo (2016) e Lukiantchuki et al. (2017). Todos esses trabalhos concluem e recomendam a necessidade de se trabalhar com a medigo de energia no ensaio SPT. ‘O meio utilizado para medicdo de energia no ensalo SPT pelos pesquisadores Cavalcante (2002) e Santana (2015) foi 0 equipamento comercial SPT Analyzer, fabricado pela Pile Dinamics, Inc (PDI). Esse equipamento permite a obtengao da energia referente a cada golpe, 0 registro do deslocamento vertical das hastes pelo operador e a evolucdo da energia com o tempo para o par de registros. O sistema admite a andlise instanténea da qualidade dos sinais de aceleragoe de deformacao e armazenamento dos dados para posterior andlise e tratamento em um computador. Os demais pesquisadores citados desenvolveram seus préprios equipamentos de medicio. Cabe salientar que se encontra em fase de consulta publica uma verséo revisada da norma brasileira NBR 6484 (ABNT, 2001) ~ Sondagens de Simples Reconhecimento com SPT, que contemplou a medicSo de energia no ensaio. Este fato evidencia a importdncia deste procedimento e corrobora para que continue sendo realizados realizados dois furos de sondagem SPT, com medigo de energia, no campo experimental da Escola de Engenharia Civil e Ambiental da UFG (ver Figura 2), com 0 apoio de empresa de geotecnia local. A escolha da drea dos ensaios foi feita de forma a possibilitar futuras pesquisas no mesmo local, constituindo assim um campo experimental. ‘As duas sondagens foram realizadas com uma distancia de 1,95 metros entre elas e ambas atingiram a profundidade de 10,45 metros. Para a medigao da energia foi utilizado 0 equipamento comercial SPT Analyzer, fabricado pela Pile Dinamics, inc (PDI). Esse equipamento é relativamente compacto e de facil mobilizagio. Ele & constituido por uma unidade de aquisico de dados e um segmento de haste instrumentado com dois sensores de deformasio (strain gauges) e dois. furos para a fixagio de dois acelerémetros diametralmente opostos. Os strain gauges e os acelerémetros permitem a aquisi¢ao de sinais de deformagio e de aceleracio, respectivamente. Os sinais de deformagao e de aceleracdo permitem a obtengio da forca e da velocidade que podem ser utilizadas para calcular a eficiéncia de energia do ensaio SPT (PDI, 1995). FIGURA 2: Imagem com localizago dos furos de sondagem na drea do Campo Experimental da EECA-UFG. FONTE: Adaptado de Google Maps (2027) H.C. O.JAROIM: RR MACHADO; .A.M. JORGE ANGELIC. GUNARRES EEC Revista Eetric de Engenbaria Cl Vol 18-81 (20172018) A equipe de sondagem era composta por integrantes e estava munida com os equipamentos apresentados na Figura 3: a) Martelo: cilindrico, macigo, com coxim de madeira desgastado, com pino guia e massa de 64,72 kg; b) Cabeca de bater: cilindrica, macica e com massa de 3,94 kg; ¢) Sistema de levantamento e martelo: levantamento manual com cabo de ago por meio de polias e soltura do martelo por meio de gatilho manual tipo Furnas; d) Hastes: metélicas, conservadas e com massa de 3,16 ke/m; e) Amostrador: tres soltura do tipo conservado e com massa de 6,42 kg; Raymond _ bipartido, evantamento Disparador] por Cabo de Aco do Gatilho rene FIGURA 3: uipamentos utilizados para realiza¢ao do FONTE: Autoria Propria Os furos de sondagem foram executados seguindo as orientagdes da NBR 6484 (ABNT, 2001), que padroniza a execuco do ensaio SPT. O primeiro metro foi perfurado com auxilio de trado concha e posteriormente foi realizada a cravagao do amostrador nos 45 cm iniciais por meio de queda do martelo na cabeca de bater, sendo que durante essa fase foi feito 0 monitoramento da energia de cada golpe por meio de sensores que integram o analisador de ondas dindmicas. A partir da profundidade de 6,45m, para ambos os furos, foi necessério iniciar a fase de avanco com 2s circulagaio de agua devide 4 coesfo do solo ndo possibilitar que ele fosse retirado do furo ea maior resisténcia da camada de solo néo permitir 0 avan¢o por trado, Durante a medio da energia foram utilizados os seguintes equipamentos: a) Unidade de aquisicgo de dados: compacta. com 20,5 cm x 17,5 cm x 11,5 cm com tela sensivel a0 toque e canal para aquisi¢do de dados; b) Bateria externa recarregavel 12V ~ 4500 A; ©) Cartio de meméria de 40 MB para registro de dados; d) Cabos de conexéo 30 metros; caina dimensbes de impermeabilizados de e) Haste instrumentada dotada de medidores de deformacao (strain gauges) sensiveis a 0,01 pe © 0,20 Volts; f) Par de acelerémetros piezoeléctricos, sensiveis, a voltagem da ordem de 1,0 mV/g e capazes de registrar aceleragdo de até 10.000 g,, protegidos em blocos de aluminio com dimensées de 3,0cmx3,0cmx18cm e acoplados a haste instrumentada por meio de parafusos. Para monitoramento dos golpes foi acoplada a extremidade superior da composicdo de hastes do ensaio a haste instrumentada com strain gouges e com os dois acelerdmetros instalados, ver Figura 4. Esses sensores foram conectados & unidade de aquisicao de dados por meio de cabos para prolongagao da ligagdo entre a haste e a unidade de aquisigo de dados. Os sinais registrados na unidade de aquisicso de dados foram monitorados em tempo real a cada golpe do martelo. Cada registro foi composto de dois sinais de forca e dois de velocidade, referentes aos pares, de strain gauges e de acelerémetros, respectivamente. Cabe ressaltar que foi realizado o registro manual da penetracao do amostrador no solo pela medida da marcago na haste apds cada golpe, usando apenas um tinico referencial (para garantir a precisdo da penetragdo) eo registro do tamanho da amostra no interior do amostrador, inclusive 0 bico (esse tamanho & denominado émbolo), como representado na Figura 5 H.C.O.JAROIM: RR, MACHADO; A.M. JORGE: ANGELIC. GUNARAES AEC Reise Eewriz de Engenaria Cl Vol 14-81 (20172018) Acelerémetros, 268 FIGURA 4: Haste instrumentada. FONTE: Autoria Prdpria FIGURA 5: Retirada de solo do amostrador e medico do émbolo. FONTE: Autoria Prépria Foi realizada a caracterizagao téctil visual das amostras de solo, a determinago do teor de umidade e da compacidade/consisténcia das amostras de solo do perfil de ambos os furos de sondagem. A caracterizag3o t4ctil visual foi realizada conforme a norma de Identificagso Descriggo de Amostras de Solos obtidas em sondagens de simples reconhecimento do solo, NBR7250 (ABNT,1982). Os dados de energia do ensaio coletados pela unidade de aquisicao de dados de SPT foram salvos no cartio de meméria do equipamento, posteriormente os dados desse cartéo foram descarregados em software de anélise dinamica comercial, que & capaz de realizar a leitura e tratamento dos dados. Todos os dados obtidos durantes os ensaios foram transferidos e tratados em pianilhas eletrénicas. Onde para cada ensaio SPT foram compilados os valores de profundidade, ntimero dos golpes, penetracdo do amostrador a cada golpe, Nswr, tipo de solo, umidade, compacidade, tamanho do émbolo de solo no amostrador (recuperagéo da amostra), forca, velocidade, EFV, EF2, eficiéncia de energia convencional e eficiéncia da energia por Odebrecht (2003). Estas planithas, apresentadas por Jardim; Machado; Jorge (2017), ‘compdem o banco de dados deste estudo. H.C OJAROIM: RR, MACHADO; A.M. JORGE ANGELIC. GUIVARRES EEC Resta Eric de Engenbaria Cl Vol 14-81 (20172018) 4, RESULTADOS E ANALISES Os resultados obtidos de resisténcia & penetracdo Nspr e de caracterizacao téctil-visual do solo, apresentados no Quadro 1, so importantes para compreenséo do ensaio SPT e para verificar a influéncia destes fatores nos valores. de energia.e, consequentemente, de eficiéncia do ensaio. Faz-se a observacdo para o primeiro metro do furo de sondagem SPO1 que apresentou valor de Neer relativamente maior a0 do furo SPO2 devido a presenga de raiz de uma das arvores préximas a0 furo, Destaca-se que durante a realiza¢o dos dois furos de sondagem nao foi encontrado o nivel agua melhor 269 A classificagdo dos solos recolhidos para de ambos os furos de sondagem demonstrou que tratam de materiais semelhantes. Os valores de Nser com diferenca amostra se considerével_nas profundidades intermedirias (entre 4,0 7,0 metros) deve-se & presenca de fragmentos de pedregulhos encontrados no furo de sondage SPO1. ‘A Figura 6 permite a visualizagao do valor de Ney em func3o da profundidade no perfil paras 108 dois furos de sondagem SPO1 e SPO2. ‘As Figuras 7 e 8 apresentam a variagao da energia EFV, em termos de valores maximos e minimos, e o ponto médio desses valores, para cada etapa de cravacdo dos furos de sondagem SPO1 sPo2. Curt Prof. (rm) spo. sPo2 Classificagio do Solo Nev Embolo Umidade | Nerv Embolo Umidade 0,00 1,00 (golpes) (em) (%) | (golpes) (cm) (%)__| Areiasitosa, marrom, amarelada e pouco compacta 1002200 | 6 7 18% 2 4 18% ‘Areia siltosa com pedregulhos (fragmentos de quartz) ¢ 2.008300 | 14 36 wm | 8 235 14% | compacidade de relativamente a medianamente compacta Transicéo —entre_—solo 3,00a400 | 4 36 a 3 8 4% _|transportado e solo residual - Areia siltosa com pedregulhos 4002500 | 8 38 10 3 aos tay |\traementos de quartzo) e 4005. "6 . compacidade de fofa a medianamente compacta 5004600 | 13 4 10% 4 245 16% |50lo Residual Jovem - site compacidade de fofa a 600a7,00 | 18 39 9% 3 30 10% medianamente compacta 7,00a800 | 13 33 13% | 13 265 28% Solo Residual Jovem - site 8002900 | 8 220% | 16 25 24% | arenoso, micéceo marrom com intercalagdes —_milimétricas go0a1000} 11 34 33% «| 12 235 31% | esverdeadas e medianamente compacta 19,00211,00] 13 31 26% «| 13 34 20% FONTE: Autoria Propra, H.C. O.JAROIM RR, MACHADO; A.M. JORGE ANGELIC. GUARAES EEC Revista Eewtriz de Engenbaria Cuil Vol 18-81 (20172018) ENERGIA EFV () 500 480 460 20 400 380 360 320 300 NSPT 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 Profundidade (m) 10 uu a spo. FIGURA 6: Valor de Nsrr versus profundidade (m) FONTE: Autoria Prdpria an {| 7 33 370 a2 2 3 4 5 6 7 8 9 © © PROFUNDIDADE (M) FIGURA 7: Grafico da Energia EFV (J) X Profundidade (m) do SPO1 FONTE: Autoria Prépria 270 115 ma4.4sm 2-245 ma 2,45 m 3,5 ma 2,45 m A515 ma5,45m 6,15 m 26,45 m 27,15 m 97,45 m A 815ma sm 29,15 m 29,45 m 10,15 ma 10,45, + Ponto médio H.C. O.JAROIM: RR MACHADO; A.M. JORGE ANGELIC. CUNARRES AEC Resta Eewiric de Engenbaria Cl Vol 14-98 ( 20172018) 470 450 430 / \ a0 39 398 390 370 ENERGIA EFV () 350 } 382 330 310 24 270 a3 250 aos 6 PROFUNDIDADE (M) an 1,15 ma4,45m a2 as 26 2,15 m 32,45 m 3,15 ma2,45m 5,15 m 35,45 m 303 388 a0 6,15 ma 6,45 m 97,15 m37,45m 346 815 masasm 9,15 ma9,45m 10,15 ma 10,45 415 m 94,45 m —=- Ponto médio 7 wo FIGURA 8: Gréfico da Energia EFV (I) X Profundidade (m) do SPO2 FONTE: Autoria Prdpria Apesar dos dois furos de sondagem distarem apenas 1,95 metros e do fato de ambos terem sido realizados pela mesma equipe e equipamentos de sondagem, _verificou-se resultados superiores de Nsor, principalmente para otrecho entre 4 e 7 metros de profundidade para o furo SPO1, este fato pode ser explicado neste estudo pela presenca de fragmentos de pedregulhos nas referidas camadas. Os valores maiores do émbolo e os menores do teor de umidade corroboram para existéncia de material menos deformavel e de menor capacidade de retengio de umidade, caracteristico de pedregulhos/fragmentos. seja desejavel, a ocorréncia de diferencas significativas nos valores de NSPT em furos préximos nao é situago incomum, caso semelhante também foi relatado no estudo de Santana e Danziger (2016). Dos 253 golpes realizados durante os ensaios SPT apenas 10 no foram monitorados pelo Embora no analisador de ondas dinémicas, devido a problemas técnicos (surgimento de folga na fixagdo dos acelerémetros) envolvendo a haste instrumentada. Esses 10 golpes so referentes ao ensaio SPO1 e ocorreram nas profundidades de 4 metros (energia de 8 golpes perdidas) e 8 metros (energia de 2 golpes perdidas). Devido as perdas citadas a energia aos 4 metros para o ensaio SPO1 néo foi considerada nas anélises. 14 do restante dos 243 golpes que foram registrados pelo analisador de ondas dinémicas durante os dois ensaios 63 registros ndo foram utilizados nas anélises dos dados. Esses foram desconsiderados devido ao fato de que estes golpes eram referentes aos 15 cm iniciais de cada etapa de cravaco e como os 15cm iniciais nao sdo utilizados para 0 célculo do Nex, optou-se por ndo consideraré-los no célculo de energia, j& que estes dois parametros seriam correlacionados. consideracio também foi feita em trabalhos anteriores, como é0 caso dos realizados por Belincanta (1998) e Cavalcante; Danziger; Danziger (2011). Cabe salientar que todos os resultados de medigio de Essa mesma energia deste estudo foram compilados para cada golpe do ensaio SPT, formando um banco de dados, apresentado em Jardim; Machado; Jorge (2017). H.C. O.JAROIM: RR MACHADO; A.M. JORGE ANGELIC. GUNARRES EEC Revista Eewiric de Engenbaria Cl Vol 14-81 (20172018) Cada golpe registrado durante as sondagens SPT foi posteriormente analisado em software de andlise dindmica que gerou os grdficos da variacao de velocidade e forga para cada golpe e forneceu os valores de energia pelos métodos EF2 © EFV, a constante FVP, que quantifica a relagio da forga com a velocidade durante o golpe e a eficiéncia de energia (ETR) para cada golpe considerando-se 0 método EFV. A Figura 9 ilustra um gréfico tipico obtido para um determinado golpe do Ensaio no furo de sondagem SP02. ‘A Figura 9 apresenta uma sequéncia de pulsos sucessivos de compressao, sendo que o maior corresponde ao impacto inicial do martelo sobre a composigdo de hastes que ocorre no tempo 2e/c. Para a composicio de hastes utilizada no Brasil, com impedéncia bastante inferior 8 do an amostrador encontra-se em anélises como essas varias reflexes de compressio, situacées similares as essas foram relatadas por Cavalcante (2002) Figueiredo (2016). Os demais pulsos so gerados devido aos contatos subsequentes do martelo com a cabeca de bater apds 0 primeiro golpe (repique) e da energia potencial do martelo que nao é transmitida totalmente & composigaio de hastes. E importante evidenciar que cada pulso est relacionado a um acréscimo de penetracao do amostrador no solo. O grafico também demonstra a validade do método EFV, pois mostra que a penetrago do amostrador no solo nao funcao exclusiva do primeiro impacto do martelo na cabesa de bater, como considera o método EF2. A Figura 10, abaixo, exibe trés outros gréficos de variagdo da forca e da velocidade no tempo. Furo de Sondagem SP02 - Farca x Velocidade 7 RA oa Mis | aansaoir 164724 iP 43m FRX 6608 iN VAX 5.026. mis EFY 0,399 itm EF? 0.30 ith ETR 626 (3) DMX 8321 mm RAT 137 FvP 090 fl Bie 1.87 ms aime FIGURA 9: Grafico da forca e velocidade no tempo. FONTE: Autoria Propra H.C. O.JAROIM: RR MACHADO; A.M. JORGE ANGELIC. GUNARRES EC Revista Eewtriz de Engenbaria Cl Vol 18-81 (2017 2018) 2 90 10m i ms la] 2.0 rer tb) 12600 1077 iN mis ta FIGURA 10: Graficos da forca e velocidade no tempo: [a] profundidade de 3 metros; {b] profundidade de 5 metros; c] profundidade de 10 m FONTE: AutoriaPrépria. Analisando a sequéncia de gréficos tendem a aproximar seus _resultados. expostos na Figura 10 observa-se que, com o — Entretanto, essa similaridade ocorre apenas aumento da profundidade do furo, a parcela de para condiges espetificas, portanto, & energia absorvida no primeiro impacto se torna maior e assim mais significativa em relagao aos demais pulsos para o célculo da eficiéncia do ensaio SPT. Na Figura 10{a] (profundidade 3 m) percebe-se quatro pulsos sucessivos apés 0 primeiro impacto, jd na Figura 10[b] (profundidade 5m) nota-se apenas trés pulsos e, por fim, na Figura 10{c] (profundidade 10m) podemos admitir que apés 0 impacto inicial os efeitos subsequentes so despreziveis. Essa anélise demonstra que com © aumento da profundidade os métodos EFV e EF2 necessério ter atencdo na utilizagdo do método eF2 Os resultados de energia EFV e EF2 obtidos para cada golpe foram utilizados para o célculo da média de eficiéncia de energia para cada etapa de cravacdo (nEFV e nEF2), considerando a energia () pela tradicional (produto da massa do martelo pela aceleragao da gravidade pela altura de queda do martelo) e pela energia calculada pelo método de Odebrecht (EPG), conforme ilustrado na Tabela 2. teérica calculada formula H.C. O.JAROIM RR, MACHADO; A.M. JORGE ANGELIC CUIVARRES AEC Revista Eetrica de Engenbaria Cl Vol 14-981 (20172018) am ee eee eee Energia Teérica do Ensaio (E*) = 475,96 J Energia Odebrecht (EPG) via Eq. 4 Profundidade (mn) Ensaio SPO Ensaio SPO Ensaio SPO1 Ensaio SPO2 EFV (24) _nEF2 (%4)_NEFV (%4) nEF2(%) EPG (I) nEFV (x) nEF2(%) EPG() nEFV(%4) nEF2 (%) 102145 881 35,1609 46,1 5056 82,7 33,0 5936 5,3 34,3 20a245 818 583 63,7 60,1 ABA 7B 556 4908474 4,7 300345 813630 793 67.1420 TA 55,3 S558 590 49,9 4,024.45 : : gn : 5561 648 53,3 50a545 85,2 80.6 886 75,0 A959 BLS 7A SOS 660558 602645 749 856 94,584,649 7,0 829 573,904 «60,7 7,0a745 844 852-7658 ——90,6_— 498,068,086 497,38 57,2 «67.4 80as4s 9165 3382.4 945 S0BS ASB 780 492,761,703 90a945 858 947 «853949 500.2826 5014 642 706, 19021045 865 946 85,7965 4995824 4963 638 718 nMédia 753 805 77,8 5045 78,3 5298 59,9 57,9 cv (4) 26 3 2 3 8 7 13 2 OT RTE: tr Pr Décourt et al. (1989) afirma que a eficiéncia do SPT brasileiro € em média 72%. Considerando que esse valor tenha sido determinado em termos do método EF2, verifica-se que as médias dos furos de sondagem SPO1 e SP02 ficaram préximas desse valor, com 75,3% e 77,8% respectivamente. J Cavalcante (2002), utilizzndo o método EFV, obteve uma eficiéncia média de 81% para o ensaio SPT brasileiro, valor também préximo dos medidos no presente trabalho, 84,5% para o ensalo SPO1 e 80,5% para o ensaio SPO2. Analisando a Tabela 2 constata-se que 0 método EF2 apresenta valores maiores quo maior & 0 comprimento da composic3o de hastes. Esse fato j& havia sido relatado em trabalhos anteriores como 0 de Morgano e Liang (1992), 0 que ocorre devido ao fato desse método considerar apenas a energia transferida até o tempo 2¢/c. Cavalcante (2002) afirma que para comprimentos a partir de 10 metros, a transferéncia de energia transcorre quase que completamente no primeiro impacto, 0 que faz com que os valores de EF2 e EFV da Tabela 2 terem se aproximado gradualmente, conforme aumentou-se a composicgo de hastes. Segundo Morgano e Liang (1992), para ensaios SPT realizados em profundidades entre 12 e 15 metros houve maior correspondéncia entre os dois meétodos de deter aco da eficiéncia da energia Em complementagio, também foi calculada a eficiéncia média dos dois ensaios, tanto pelo método tradicional quanto pelo método de Odebrecht (2003), essas eficiéncias esto dispostas na Tabela 2. A eficiéncia média foi calculada por meio da média de eficiéncia de todos os golpes considerados no estudo. Observando @ média de energia e os coeficientes de variago dos ensaios apresentados na Tabela 2 verificou-se que os valores médios de energia gerados pelo método EFV io relativamente superiores aos do método EF2 para (0 ensaios realizados no furo de sondagem SPO1, para os comprimentos de hastes utilizados neste estudo e para 0 Neor obtido, este é um resultado considerado normal, pois como aferiu Butler et al (1998) e péde-se ser percebido na Tabela2, 0 método EF2 sofre uma maior variagdo da sua gama de valores, durante 05 10 primeiros metros de relagéo método EFV. contraposi¢ao ao observado, os resultados médios obtidos para os ensaios em SPO? de eficiéncia para ‘0 método EF2 sao superiores ao método EFV, fato mais incomum, todavia, isso pode ser explicado ensaio, em ao Em

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