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Suzana Tavares da Silva As Taxas ea Coeréncia do Sistema Tributario Préxima Publicagio: Direito Financeiro Local Toaquim Freitas da Rocha Ey LUTE aU e N2DAL Suzana Tavares da Silva As Taxas ea Coeréncia do Sistema Tributario Outubro de 2008 ‘Titulo: As Texas ea Coeréncia do Sistema Tribuério ‘Autores Suzana Tavares daSilva Data: Outubro de 2008 ‘Raltor: CEJUR~ Centro de Estudos Juridicos do Minho Rua D, PedeoV, raga Distribuidora: Coimbra Editora ‘Rua do Arnado, Coimbra Impreseio: Fabigrfica Pi, Industrial, Lugar da Devesa, Pous, Barcelos ISBN: 978-989-95115-52 Depésito Legal: 28425008 ‘Tiragem: 750 exemplares ‘As taxas consttuem uma ona {franca onde se refugia 0 tributador ‘menos excrupuloso © onde as contri- buimtes ndo enconiram defesas apro- priadas Vieira Andrade, 1994 Nota prévia A propésito da recente publicagzo do Regime Geral das Taxas das Autarquias Locais, que veio finalmente dar cumptimento a uma imposigdo legislativa constitucional pela qual hé muito se aguardava, inicidmos a elaboragdo de um pequeno artigo no qual nos propinha- ‘mos dar destaque as principais novidades trazidas por aquele diploma. Todavia, 4 medida que aprofundémos o estudo comparado dos problemas que hoje se colocam ao nivel do financiamento das entida- des piilicas em geral e das administragdes locais em particular, fomos tomando consciéncia de muites dificuldades que ficam por resolver com aprovagiio deste diploma e, sobretudo, de novas questes que 0 ‘mesmo vem suscitar Assim, tomando como ponto de partida os trabalhos mais recen- tes da doutrina e jurisprudéncia, nacional e estrangeira, bem como a legislagao avulsa sobre taxas, tentamos deixar aqui algumas pistas de refiexdo sobre 0 recorte dogmético da taxa no actual universo tributé- rio e elaborar uma proposta de arrumarto sistematica das categorias segundo 0 prinefpio da coeréncia do sistema tribatério. © trabalho divide-se em trés partes: a primeira dedicada ao apuramento do conceito de taxa, a segunda referente aos critérios que diseiplinam a determinago do valor das taxas e a titima em que se procede 4 analise do novo regime geral das taxas das autarquias 1o- cais, O texto tem 0 objectivo de contribuir para o debate juridico dos mais recentes desafios postos ao direito tributario ¢ tem pressupostas as eituras ¢ reflexdes que fornos fazendo durante os anos em que nos ocupdmos das aulas priticas de direto fiscal, sob a coordenagio do Ex."* Senhor Professor Doutor Casalta Nabais, que nos incutiu 0 gosto pelo tema e a quem agradecemos a permanente disponibilidade para a troca de impressdes, Por tiltimo, e apesar de assumir intciramente a responsabilidade pelo contedido deste trabalho, nfo pusso deixar de salientar que ne sua elaboragio beneficiei da experiéncia, através de estudos mais inten- cionalmente praxiolégicos, colaborando com o Ex." Senhor Professor Doutor Gomes Canotilho, com quem tenho tido o privilégio de poder aprender, dia-a-dia, 0 oficio de jurista Coimbra, Maio de 2008 Suzana Tavares da Silva Assistente da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra 1" Parte O recorte dogmitico da taxa © 0 principio da coeréncia do sistema tributério 1. O conceito de taxa © conceito de taxa tem sido amplamente tratado entre nds pela doutrina ()€ pela jurisprudéncia constitucional (? e fiscal (). As mais recentes transformagdes na organizagio edministrativa ¢ no papel do Estado tém obrigado a uma constante revisitago do conceito, quase (Sobre o cones deta vide, entre nd, Acataro Xavien, Manual de Direto Fiscal, Lisboa, 194; Teerne Raia, aos jurdica de taxa in Rove de Legislagdo erp encia, Ano 117. p. 29, €wAnctapio ao Ace do STA de 2 de Nata do 1996 in Revrt de Leglgsoe Jurspraict, 1997, pp. 296 pes Canoos0 on Cosa, wAinda a ditingdo ete ‘e“imposi mjrisprudtaciaconsituconas in Livro de Homenagem «Jose Gul ‘me Xavier de Base, Coiba, 2006, pp. S47 e spe Cusseta Nadas, Dreto Pcl, 4° ed, Coimbra, 200, pp. 2D. segs; Paz Fearn «Aine a propo da iting elt poston {aso caso da texa muna pla realzago de infa-esteuura ubansticsy in idm Teeniea Pisco, n® 380, p57 e eps; Sanwa Suse Too Gata anes muncips ea acupasao do subolo,n Fiseaidoden 19:2, 2004, pp 5 eee; Prrrae Cunia/Xaneh ne BastoyLoso Xavies, «Os Conceitor de Taxa Impostos propio de Livenges Municipesn, {m Pico. 0 SUS2, pp. 3 e segs: Xavien of Basc/AN7en0 Lowo ave eAind a distnglo entre tana impos inconstiucionalidae dos erolumentos nears reitais device pa canstiuiggo de soiedadese plas modifiagtes dot respetivoncontitosm, in Revita de Dineto¢fstados Soci, Ano XXXVI, 1984, pp. 3 see, por ina, Stnzo Vasu Reg ‘me das Tar Loca. miroducdo ecomemtri, Almeding, Coimbra, 2008 (altima referencia ‘ose tia em conta na expos porte sid edad ja depois do envi de noes trabalho bar publieasdo, (Ns inposibitiénde de car aul toda urspredncia consign sobre o ems, einamos referénci alguns verdes mais recenes |) 0 AcGdio n= 36572003 conclu pela, ‘onfeemiede constitucional das tazas devides pls acypapao do rubrolo do dominio publ- co municipal com condutas de combusivel, previstas no Regulamerta © Tabele de Taxas © Licengas da Ciara Municipal de Matosinhos,afirmando qe exarceperane verdaderas ‘as sempre e quand a sua corangaresut d ulzagio de bem do dominio pio; 2) © Acérdio n° 2742004 juga incontituionis as normas do Regulamento de Tava e Lien ‘48 Municipas de Bato, na medids em oe permitam a cbranga do tibato as promotes ‘que superiem integralment os ests com eaizacdo ds infraesrturas, 3). Aceon? 10972004 juga inconstitaclonas as ormas co Regslameto de Publicidad do Muncio de Lisboa que fxam win monte a pagar pela axagto de mentagentpublictrias em move! perlercentea um partcalars4) 0 Attedson.” 3102003 julgnnconsteucionsl a norina Ga Tobela ‘te inoluments do Nowra a parte em queserefre a emolumenie rare peers ‘Suzana Tavares da Silva sempre com o intuito de o tornar mais plastico¢ flexivel. O objectivo arquitectar um conceito de taxa moldével 4s crescentes necessidades fi- nanceiras de um Estado em processo de transformagao, que surge mi tas vezes como um “Estado multiplicado”, em competéncias ¢ receitas. problema nfo é, de resto, exclusivo do Estado portugués. Re- centemente, a Alemanha discutiu, a propésito da modernizagao do Es- tado, a necessidade de se estabelecer uma correspondéncia e coeréncia entre 08 recursos financeiros das entidades publicas e as atribuigdes {que Ihes eto cometidas, bem como a necessidade de proceder a0 reajus- tena repartig&o daqueles recursos sempre que tenham lugar alteragBes zna organizagao do Estado ou nas atribuigdes das entidades pablicas (' Em Espanha, por seu turno, os desafios originados pela privatizagao, liberalizagao e equilibrio orgamental tém promovido o debate sobre 0 publica qu tem por objeto um acto de redupt do capital social 5) Astron? $36/2008 do “TCiuigaincoratitconas as norm do Repulrmente de Texas Licaneas Munieipais deSiatra iinterpetag que permit ligedagte de atts pr epeipomenia de abastecimento de com lute liguidesintinamentnstaladon en propriedadeprivada; 6) 0 Aerio n° 3962006 Ge sequtncia des Accrdios n* 2072003 ¢ 5192003 e Aedréfor n" 3652003, 3662003, 5354/2004 © 359/200) jug no inconsttcionis as normas do Repulsrento Municipal de Liguitugsoe Cobanga de Tanase Licengas do Municipio do Barrio que havi intoduzido ‘um aumento signifeativo do valor das taxes pela ecupagao do domino pilico municipal 7) ‘ Acdrdéon® 47072002 on sequénia do Acro n*<5/2002) no sig nconetcionae as ‘ormas do Regulamenta de Obra Via Pia de Municipio de Lisboa gus previam una tv ‘de compensa de deiptas de facalizaedo;8)0 Acddio n° 36909 julgouinesostucionais ‘8 txar de pote ina ode comarciolizagbo de sino cobraés pelo ROM A (0) Ente es decisoe mais importante, qu desdram problema relacionados com «natures jordin do tebatos ligaidndos, contanse as seputes: 1) Acorto do STA de 2210212006 que considera ova de saibridodecobrae plo municipio da Pévea de Vaceim ‘uma verdadrs ta plo so de sistenar minicipais de rnesmento; 2) Arran do STA de ‘0811/2008 qe consisers tora elo acapagdo do susolo mumiipal com conde de Bos ‘obradn pelo municipio de raga aos coneesionéroedagul servga mt verdadira x3) ‘Aedrdo Ge STA de 15/1/2006 que coneder aa ox emclamenornotariaicaorados undo ‘a olsbrago de escrtra pie de cestode quatas de sociecae comercial 4) Acre Co STA de ai062003 queconsderaimposos as tas sobre comercialzgo de produtos de sa- ) Sobre principio defies no dmbto do Estado Regulaor, vide RWvEx0 ORTEGA, {1 Exado vigane, Tecnos, Mari, 999, pp 133 e098. (0) Referimo-no,essenciaiment,# anise ceondmica do eto que dove esta re sents na formulae das solugdes normative; de H Eouw iui, Efftenas Reohsprinp, 3d, Mehr Siebeck, TUbinges, 2005 (Sobre impacto dos eritvios energenes de ands econémica do dire m0 direto adminisxatve, nde Maaco D'ALatx, aDinatopubbic dei mera eal ceondmica ‘Annuaro, 206, pp. 2-2, () A proposto desta problema, vide S. Cases, al sris del gato, ovvero di smetdi allo studi del drt poblicay, in Anavarie, 2006, pp. B10 18 Suzania Tavares da Silva Locais que estipula que “o regime financeiro dos municipios e das fre- guesias respeita o principio da coeréncia com o quadro de atribuigées © competéncias que legalmente Ihes esta cometido, designadamente a0 prover regras que visam assegurar 0 adequado financiamento de no- ‘vas atribuigdes e competéncias”. Procura-se, com a consagragao legal este principio, salvaguardar a posigao dos municipios na obtencao de receitas em montante adequado aos custos que a prossecugdo de novas atribuigdes possa ocasionar. De igual forma, hi-de servir como paré- metro orientador da definigfo global da politica de financiamento das entidades infra-estaduais, revelando 0s critérios de coordenagao entre obtengao e repartigdo de receitas de forma a garantir a equidade hori- zontal do financiamento (*). Neste sentido, o principio da coeréncia destina-se, sobretudo, a regularasrelagGes financeiras entre os municipios eo Estado. Funciona- 14, certamente, como critério essencial no controlo da repartigto de re- cursos financeiros para a prossecugao de “atribuigdes partilhadas”, no Ambito do denominado ‘Jinanciamento mista” (Mischfinanzierung) (”) (09 Porn u sntese os problenas actus na repatggo das recite finances, ide Viuaers Feat, ao problemas atales de la nanan autonémicen im La manciaion el Estado dels cutonomianporspectivns de fur, VEF, Madr, 2007, p11 885 (9 A questo da needed eonsrasolugdes de “Rnanciamento mito” para @ prosseeugo de tarefee que no abe exchsivameste sum nlvel de Adminstesto tem $60 ‘epesinimenteestudadn rm Estados compostes. CEG. Wissen, «Aba von Mischinanie rongen i Zetthrft fr Gesetegebung (2G), 12002, pp. We segs Hever, eVerassungs- reehlcher Schutz der Gemeinceverbinde vor gstzishem Aufgaberenizu im dualsischen Und monisischen Auld, in Zech fr Gecetrgebing (26). V2002, pp. 72 © ‘segs Trt, poi, de um problems que também €exenivel aim sistema eam 0 0350, fem qe forma untria de Estaco& complementada ebm a existncia de RegidesAutéoomas de descentralizago adminisativaautrguea. Assim se compreende, por exemplo, que a Ie as nanas locals se ee expressamente no art. 63°, n° 3,4 necesdade J aprovags0 eum deere leisiatvn region] que sap a aplcuto aos municipios dacucas Regices da arcipapio varivel de 3% no IRS (revista nbart. 19% n* Iliad, eno ae. 20°). Proear= “Se ublinhas que, pie enbor vercagto de uma aplicaro unis do regi das anes loess, como se mp num Estado unit, ams deve ser deviamestewclada eam 0 reconecimento consitcional do pode de xs Repibes AutOuomas adpiarem o sistema fiscal ‘ecinal 4 suas especiidades ar. 227", 1° Ivana J, da CRP), de forma aneatelizar mo mbit regional no dbo de sxe de nsnciamento miso ede cooperae26 Rance ae scminsratva nr etadl efits dagela medida queers ence, anda que v= Tadareot, uns dose sufcente de Federalsine fiscal pondo em elev as devidos quanto asus ‘conformidadeconstucional, No seni da iaeonstituronalidade da reid, vide, entre ms, por todos, Vnia be Axon, wfinangas LocaiseCidadaniaFscels, Comeatito wo Acird80 oT n° 7102006 (Lei das Finangas Loci) Revita de Leislagaoe urisprdeeta, Jan) [As Taxas e a Coeréncia do Sistema Tributério Segundo esta acepeZo, o principio da coeréneia servirs, também, para impedir situagdes em que o Estado subordine os sujitos passivos uma dupla tributagao. ‘Veja-se 0 caso da recente taxa de gestio de residuos, prevista no art, 58° do Decreto-Lei n.° 178/2006, de 5 de Setembro, ¢ regu- Jamentada pela Portaria n.° 966/2006, de 8 de Junho de 2006. Trata- se de uma “taxa” destinada a compensar os custos administrativos de acompanhamento das actividades de gestao de residuos e estimular 0 ccumprimento dos objectives nacionais naquela matéria que é devida pelas entidades gestoras de sistemas de gestio de fluxos especificos de residuos, individuais ou colectivos, de CIRVER, de instalagbes de in- cineragdo e co-incineragdo de residuos e de aterros sujeitos a licencia- ‘mento da Autoridade Nacional de Residuos (ANR) e cujo valor pode, posteriormente, ser repercutido nas tarifes e prestagdes financeiras co- bradas pelas entidades devedoras, de modo a garantir 0 curnprimento do principio da hierarquia das operagGes de gestio de residuos. Nesta ‘medida, esta “taxa” que constitui, na verdade, uma contribuigio finan- ceira a favor da ANR para financiar os respectivos servigos de ambito feral, acabard por ser suportada pela populagao em geral, colocando lum problema de dupla tributagdo face a jé existente taxa municipal de residuos sélidos. 1.2.4. Instrumento de responsividade da politica tributdria Por itimo, o principio da coeréncia impor-se-4, também, como lum instrumento de responsividade da politica tributdria nesta fase de construgéo do novo modelo administrativo (, assente na “adminis- ‘Fe. 2007. De igus modo, anova a dae mangas reionsis ei orginien* 1/2007, de 19 Fe ‘erie contemple importante precios que sfentaram um cero federalism fea regions que ‘everficnaenirende Sobre o fra, vide Acdos do TC 1/2007, 282008 « 4162008 (Os autres eerem-s,prticularment, d emergéncia de um nov dieito wba « fnaneiro (eat fica, decorrente da epieaqo de solbesinegradas na corrente do New Poblie Management. Soe» tema da reforms do dict stminitraiva, vide AxoxEAS Vor ‘tunic, eNeve.Verwaltngeeshtwisentchaft, fn HorrusiRicu/Scunin-Aesnssn/Vos- ‘Skuiue) Grndlogen der Vermaltungsrechi, I, Beak, MUnchen, 2006, 9p. The, etre nS, Prono Goncatvis,Enidadesprivadar com podees ploy, Amedie, Comb, 2005. Sobre 2 emerpcia de um novo divetobutirio em eonsegudnea desta erm, vide, por todo ‘A Sova, «Dimensionen des Aquivlenapinspe im Rect der Stastefinanzerungo, in Zeit Schrift fr Gesergebury (26), 22005, p. 238. Sobre 9 contol da lepalidede Snancira no mbts do novo ciretoadministrativo, vide, etre ns, por todos, Goss Canario, «buna 20 Suzana Tavares da Silva taco de resultado”. Referimo-nos, sobretudo, & implementagdo do critério de eficiéncia alocativa no controto das novas solugdes no “agir administrativo” ("), Nesta acepgo, o principio hé-de exigir a verifica- {40 de um beneficio individualizado a favor do sujeito passivo da taxa, de uma contraprestagao efectiva a favor do sujeito passivo de uma con- tribuigdo especial e, em ambos 0s casos, a limitago do valor do tributo a0 custo do servigo. Assim, se explica, por exemplo: a) 4 piuibiyao de jnsteumentos de financiamemo cruzado () para construpdo de novas infra-estruturas (®), em que se incluem as no- ‘vas modalidades de financiamento de obras piiblicas baseadas em con- tratos de concessio de obras, que, por seu turno, assentam em project finances radicados no principio do utente pagador. A proliferacio des- tes tipos contratuais, promovidos, sobretudo pelo direito comunitério, como se verifica nas directivas a que 0 Cédigo dos Contratos Publicos pretende dar transposigo, suscita, em muitos casos, dividas fundadas sobre a legitimidade dos alegados “auto-financiamentos” (%), tendo j& de Comas como instnca dinamizadora do principio repblcanoy, comunicato apreseteda no Portoa 8 de Abril de 2008, em pubicagio ra Revista do Tribunal de Cons ()Parnuma perspectvasudria da “adminsrgto de resuads”, vide Rowavo Tas: ove, nai eondmea el aint e“amministanione di iat", n Anni. 2005, pp. 23-46, CCEA desisto do TICE no prosesso C2058, Cmissto 7 Austria car da auto- -exrada de Bremer O buna eoasietoa gus o metodo de elul da portage vielva os alin), da Diseetiva98/89/CE, 2 medida em que as portagens na principal aute-steda susiiaea eam cobradas pels concesioniradaquela, vcd Alpen Strafen AG, ie n80 SG afecava ests recea a manueaglee conservst0 J via, como ainda eneegava valor ex- eden sociedade de nanclamento fine, concoads pelo Esado federal, pra custear Ssusfacdo das deapens de crédito com as estanesabresrovirie Nesta eda, tribal ousderou que “ao nto te plicad as tferidaspertagenswhicamerte com vss & cobrie oo ‘anos igados 8 consruo, 4 explorsaoe 4 desenvolvimento da suto-estrada do Benny, Replies de Austin nde compra as suas obrigapes que resulan, espectvamente, dart. 7%, linea ed art. 2, ane id dretive” (©) Para.uma visto global dos problemas acta rciadosbconcesso de obra pb <8 vide, por dime, Rute Otto, La concern de bra publica, Cita, Masri, 2007, (9) Iecuissed este case a eee a ple Lei n* 5572007, de 31 de Agosto, destnade fnaniar ns actividades desenvolvids elt empress Enradss de Portgsl, S.A, eoncessoniria do franciment, cneepglo, pro: Jeeta, consagSe, conserva, enplrari,requliesrao e alargamente da rege rodviris ‘aciona, conform art. 1° do Decteto-Lein® 3802007, de 13 de Novembre. A conribugso Ae tervigoroloviro sproxima se do Monighiiron imposto na Alemanba como iat ‘mente de foaniamento das earadt, embora, no nots cae, ributotenba sido conebido refute de servigo rdw xl ‘As Taxas ea Coeréncia do Sistema Tributério dado origem a um apuramento de critérios pelo Eurostat em matéria de combate a desoreamentagao da divida pliblica (*); 8) a imposi¢do do principio da transparéncia ¢ extensio do re- gime juridico das sociedades comerciais aos casos de gestao de tarcfas aadministrativas por sociedades de capitais exclusivamente piiblicos (*), impedindo a “desorgamentaga0” de despesas como consequéncia do re- curso a formas de privatizagao formal, concessdes no Ambito da gestio in house, casos de arrendamento operativo e parcerias piiblico-priva- Uday e1n que nfo exista efectiva privatizagdo do financiamento (") () 1.3.4 bilateralidade A bilateralidade das taxas tem, a nosso ver, consagracio constitu- cional expressa a partir de uma interpretago ab contrario sensu do n® 1 do art, 103° da Constituicao. Esta norma estipula que o sistema fiscal visa a setisfagdo das necessidades financeiras do Estado e outras entid- des piblicas ¢ uma repartigdo justa dos rendimentos e da riqueza. Dela decorre a caracterizagao do Estado portugués como Estado fiscal por oposigdo a Estado tributério, ie, do Estado portugues como um Estado que assenta 0 financiamento para a satisfagao das necessidades colec- ‘como um impostoespcil sobre oeonsume de combustive Sobre aca lemto, vide Susanne Scisir',Bou, Erotang, Betieb un Pinanserin von Bundaxonsressen durch Private nach sden Fea Prot Fi. Reri, 199,64 (VCE Eurostat, Memo do SEC 95 sobre odie ea ide des admins pic cas (0 Smennco Oxrz VaaNonDe levantomienio del velo on el Derecho Amina ‘io. Rlgimen de comvatecién de lor enter instramantale de a Admistrciin entre sy con ‘erceres, La Ley. Maid, 2004, 10) Sobre o tema, vie Goxza.se Gaci, Fenanciacdn de infrastrctraspiblicasy ‘abled prerupuettari, Tra o Blane, Vlei, 2006 () Vee o exemple espanho de eriagto de enidades piss empresarias de es- eter merameate instrumental para evr vies rodovdrias, cao objective ogi és estites ‘rgamentasimposas pelo diteto europe, uma vez que endividamentadesss empresas r80 ‘ontava como endividamento bio. Esse tania perdeyfterees com entrada em Vigor ss ocmas corals do Sector pibleo SEC 95, wma vex que o Eurostat mandou incuir ‘a cenabldade nacional esas “sociedades mandairas Fide Ana Jun Lazavoless Reo! cuez Makgucr, La colaboracin piblico-privadaen la fnanciztén de as ifoesrucaras servicios piblices. Una aproximacin dee los principe java fixanciere, VEE, Mada, 2006, yp. 39-40 21 Suzana Tavares da Silva tivas na eriagko, liquidaglo e cobranga de impostos endo de taxas (*). 6 no plano municipal, alguma doutrina mais recente vem fa zendo referéncia & existéncia de um principio de subsidariedade dos impostos na suslentagao econémica das tarefas piiblicas de dmbito ‘municipal (*). Por outras palavras, as necessidades colectivas da co- ‘munidade local sé dever ser saisfeitas com as receitas dos impostos ‘quando as receitas das taxas e demais contribuigdes nfo tenham inte resse relevante. Estas recetas bilaterais devem, a nosso ver, ser con- sideradas sem interesse relevante quando pela aplicagto de critérios assentes no principio de praticabilidade nfo apresentem capacidade de zgerar reeeta ou quando a sua imposigo se revele contra aos prineé- pios da proporcionalidade e da just repartigho dos encargos pilicos. Vale por dizer que devem ser exigidas taxas quando se trate: 1) de financiar as prestagGes divisives ¢ individualizéveis de servigos piiblicos funcionando como correspectivo das mesmas e desde que a criagdo desse servigo pUblico resulte de uma necessidade gerada, di- recta ou indirectamente, pelo sujeito passivo, e que a mesma apenas possa ser imposta 2os destinatarios do servigo, emibora se no exija que os destinatdrios sejam beneficiados por ele); 2) de remunerar umn encargo especifico ocasionado pela remogio de um obstéculo juridico a0 exercicio de uma actividade de que 0 sujeito passivo ¢ unico bene- ficirio ou beneficiério diferenciado (correspondendo o valor da texa, nesta ultima hipStese, apenas medida dessa diferen¢a); ou ainda, 3) de “compensas” a comunidade por um uso/aproveitamento individua- lizado que 0 sujeito passivo faz de um bem de dominio pablico, o qual, por forga daquela utilizaglo, deixara de estar afecto a um uso geral pela comunidade ou a um uso especial por outros interessados. No caso de (0) Em sentido prixime, por interpreta dos precets da Constuicaoslema, vide Cuasor Gran, Vor Stesersta! rum Geblhtendnanzieren Diensleistungsstaa, ci. En (0900s impostos deve inanciar ods a5 aefts pibliea da quis no resuem be- fils indvidalzavels. Sobre 0 prinipio da subsiariedade das impostes, vide ChmstOr Gras, Vom Steverstast um gebubrenfinanzierien Dienslestunstat?, m Der Sze, ‘3/1997, p. 277, Renwiann Hesoue, «Gebebrenstaat tat Stevestaat,m De Ofeniche Ver ‘wltng. T8199, p. 75, e Ene Gav, Das Sleverstansgeot des Geundgesetzesy, in Der ‘Stat 392000, 217. P)Neste sentido, Ruz Gabo, Problemas arate de las tasas, Lex Nove, Valladolid, As Taxas ea Coeréncia do Sistema Tributério se tratar de um uso comum ou geral do bem, impera a regra da gratui- tidade, devendo a taxa ter carécter excepcional, porquanto a cobranga sistematica de tributos pela utilizacio comum do dom{nio puiblico re- prosentaria uma intolerdvel restrigdo a liberdade de cada um(") Podemos, pois, afirmar que a bilateralidade des texas constitu’ uma dimenso do patriménio constitucional de um Estado fiscal (*) Assim entende também a doutrina estrangeira que caracteriza as taxas como tributos que assentam numa contraprestagdo especifica. 'No caso alemao, caracteriza-se a taxa (Gebuhr) como o tributo que se distingue do imposto por corresponder a uma prestago pecuniéria de- vvida por uma contraprestago individualizada de uma entidade piblica, 1 qual se pode traduzir numa actividade administrative (Verwaltungs-

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