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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

LEONARDO TORRES

NICOLAU MAQUIAVEL

RIO DE JANEIRO

2011
ÉTICA MODERNISTA

Na Modernidade, acontece a separação entre a fé e a razão. É quando surge o


cientificismo, ou seja, a busca por explicações que obedeçam ao método científico, conhecido
pelo seu rigor, e, assim, os dogmas – ainda mais os religiosos - se mostram insuficientes.
Desta época, são Francis Bacon, Jean-Jacques Rosseau, Nicolau Maquiavel, René Descartes e
Thomas Hobbes.

NICOLAU MAQUIAVEL

É Nicolau Maquiavel - nascido em 3 de maio de 1469, em Florença, e morto em 21 de


junho de 1527 – o filósofo responsável por separar o conceito de política da ética e da religião
(ou seja, o rei deveria governar sem interferências religiosas ou morais, defendendo seus
interesses). Sob o contexto histórico do Renascimento e tudo que isso implica (entre outros
exemplos, o humanismo), ele se opôs a tudo que já havia sido dito anteriormente (leia-se
Aristóteles) e escreveu O Príncipe, sua obra mais famosa, em 1513 (embora A arte da guerra,
concluído em 1520, também não possa ser desmerecido). O livro reflete o absolutismo e é
considerado um manual de como se governar. É pura estratégia. Segundo a obra,

A política funde-se com a realidade objetiva, com os problemas concretos


das relações entre os homens: deixa de ser prescritiva — em torno de uma
abstração moral e ideal — e passa a ser vista como uma técnica, com leis
próprias, atinente ao cotidiano dos indivíduos.

Para Maquiavel a política deve se preocupar com as coisas como são, em


toda sua crueza, e não com as coisas como deveriam ser, com todo o
moralismo que lhe é subjacente. Ao libertar a política da moral religiosa,
Maquiavel explicitou seu caráter terreno e transformou-a em algo passível de
ser assimilado pelos comuns dos mortais. (DA SILVA, 2002)

Então, seria incorreto dizer que ele fez da política uma atividade anti-ética. O que ele
fez foi refletir uma atividade que já era assim mascaradamente. Maquiavel definiu que o único
objetivo da política é alcançar e manter-se no poder, desconsiderando, então, lugares comuns
utópicos como a busca da justiça ou do bem comum. Ele, fria e racionalmente, diz como deve
portar-se o rei para ser bem sucedido:

Assegurar-se contra os inimigos, ganhar amigos, vencer por força ou por


fraude, faze-se amar a e temer pelo povo, ser seguido e respeitado pelos
soldados, destruir os que podem ou devem causar dano, inovar com
propostas novas as instituições antigas, ser severo e agradável, magnânimo e
liberal, destruir a milícia infiel e criar uma nova, manter as amizades de reis
e príncipes, de modo que lhe devam beneficiar com cortesia ou combater
com respeito, não encontrará exemplos mais atuais do que as ações do
duque.
Maquiavel escreveu, ao longo de sua vida, uma série de idéias, todas baseadas em sua
observação e experiência, que até hoje são polêmicas quando lidas, mas é a frase “Os fins
justificam os meios” – nunca escrita, apenas dita – a sua mais famosa. O conceito demonstra
bem a estratégia que ele acredita que o rei deve ter para governar, detendo os inimigos e
evitando ser odiado a ponto de incitar uma grande revolta contra si. (SOUSA, 2010) No
entanto, é justamente esta a oração a responsável pela má interpretação dada a Maquiavel.

O termo maquiavélico é usado popularmente com conotação negativa, pintando o


filósofo como inescrupuloso, e a frase citada como justificativa para qualquer tipo de atitude.
Não é bem assim. “O que Maquiavel quis dizer foi que os fins determinam os meios. É de
acordo com o seu objetivo que você vai traçar os seus planos de como atingi-los.” (MULLER,
2010) “Os fins justificam os meios, é verdade. Mas apenas na medida em que estes meios não
entram em contradição com os fins almejados. uer dizer, nem tudo é permitido! Só é aceitável
aquilo que contribui para que se atinja o fim e que não represente a negação deste.” (DA
SILVA, 2002)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• DA SILVA, Antonio Ozaí. Ética na política? Da sagrada ingenuidade dos


céticos ao realismo maquiavélico. Revista Espaço Acadêmico, 2002.
Disponível em <http://www.espacoacademico.com.br/015/15pol.htm>. Acesso
em: 23 mar. 2011.

• MÜLLER, June. Resumo de Maquiavel. Consciência.org, 2010. Disponível


em <http://www.consciencia.org/maquiavel.shtml>. Acesso em: 23 mar. 2011.

• SOUSA, Rainer. Nicolau Maquiavel. Mundo educação, 2010. Disponível em


<http://www.mundoeducacao.com.br/historiageral/nicolau-maquiavel.htm>.
Acesso em: 23 mar. 2011.

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