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“Por que vocé esta abatida, 6 minha alma? se perturba dentio de mim? (142.5). | eens éum cusdio clinico complexo, em que se destacaprncpa mente uma queda acentuada de perda de energia ou prazer nas tarefas ha- bituais. E um conjunto de sofrimentos — sintomas — que se caracteriza por tristeza ou irritacao, perda da vontade de fazer coisas ou até de viver. Pode vir acompanhado de desinimo, mesmo para as ativida- des prazerosas, perda ou ganho de peso, dificuldade para dormir (ou necessidade exagerada de sono), sensacao de agitacao ou de lentificacdo, fadiga ou falta de energia, sentimento de culpa excessiva, di- ficuldade para se concentrar e tomar decisoes, bem como pensamentos repetidos sobre a morte. Na depressao este conjunto de sofrimentos — ou parte dele — esta presente na maior parte do dia, em qua~ se todos os dias. Mas nao devemos confundi-la com a tristeza que acompanha situacdes de luto ou grandes frustracoes e perdas pessoais. Esta é natural e esperada, € de- pois de um periodo de readaptacdo ela é superada e no ganha a dimensao de uma depressao. © fato de ultimamente haver um aumento dos casos de depressio, para muitos estudiosos, nao é coincidéncia: isso esté relacionado ao mal-estar da so- ciedade atual, especialmente 4 desconsideracdo dos ritmos necessarios a uma vida com qualidade. Veja 0 quadro “Descanso fundamental” (SI 92), p. 935. Por isso 6 preciso compreender as causas’da depresséo nas varias dimensdes da vida humana, incluindo as- pectos biol6gicos, psicolbgicos, espirituas,filoséficos também sociais e econdmicos. ‘Segundo dados da Organizacao Mundial da Saude, a depress8o ¢ um problema de saiide publica e po- Gerd ser 0 maior mal do século 21; em 2001, 30% da populacdo mundial ja sofria desta doenga, mesmo sem o saber. ‘as consequéncias da depressto so desastrosas ‘em diferentes areas: : «Na familia: desagregac3o, incapacitacdo para 2s relacdes familiares e para 0 cuidado com os de- mais membros; oa 7 « No esfera do trabalho: diminuicso da capaci dade produtiva e aumento de faltas; . Sian + Nos servicos de sade: aumento da procura por atendimento e dos gastos com medicamentos € hospitalizacao. Esta incorreto dizer que um cristo ndo softe de depressao, ou que basta ter f€ para vencé-la. Da mesma forma, a presenca da depressdo nao significa falta de fé. Todos estamos sujeitos a adoecer, tan- to fisica quanto emocionalmente — podemos softer, por exemplo, de pressao alta, diabetes ou asma, sem que tenha nos faltado a fé. Ao mesmo tempo, é ver- dade que a espiritualidade é um importante recurso para ajudar a vencer o dessnimo, e um relaciona- mento pessoal com Deus pode ajudar bastante para {que a pessoa deprimida se sinta acompanhada, in- clusive durante um tratamento, quando for 0 caso. Mas também é verdade que uma imagem de Deus excessivamente severa pode adoecer em vez de aju- dar na melhora. Veja 0 quadro “A neurose do medo de Deus” (Lc 19), p. 1643. ‘A Biblia também apresenta pessoas padecendo de softimentos parecidos com o que hoje chamamos de depresséo. Elias (um “homem semelhante a nés, su jeito aos mesmos sentimentos’, Tg 5.17) mostra seu desdnimo ao fugir de Jezabel (1Rs 19.1-8). Noemi foi uma mulher que experimentou profunda amargura por suas perdas (Rt 1.20-21). Varios Salmos também expressam esse sofrimento e a busca de consolo jun- to a Deus. Alguns estudiosos identifica ainda uma relacdo com a raiva, na qual a depressdo estar rela- cionada com “engolir a propria raiva’, sem tratar dela com outras pessoas ou com Deus. A Biblia sugere que a criagdo de filhos conduzida com raiva pode produzir esse estado de desdnimo. Veja também 0 {quadro “Raiva humana e ira divin” (S176), p. 915. ‘Sabemos que Deus pode usar pessoas ~ muitas vezes com preparo profissional — e também medi- ‘camentos para 0 tratamento e a cura desta doenca, e que um recurso ndo exclui os outros. Portanto, ndo deixe de procurar ajuda qualificada, se sentir necessidade, se perceber que esse sofrimento estd Ihe retirando toda vontade de viver. Veja também os quadros “Tratando a dor da perda” (Rt 1), p. 430; “esperar no Senhor ou agi” (Rt 2), p. 432; "Recur, sos humanos e divinos para nossas dificuldades” (Rt2), p. 434,

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