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Percursos, n® 23, Janciro-Margo2012 SIGILO PROFISSIONAL PROFESSIONAL SECRECY ‘Ana Pereira; Ana Macedo; Bruno Mendes; Joana Seztes; Telma Machado Reviséo Sérgio Deodato ‘Trabalho realizado na uridade curioular de “Deonologa Profisional I 7? Semeste do CLE, 2011/2012 INTRODUGAO © siglo profissional € 0 dever por parte dos profissionais de salide em respeitar e proteger 0 direito das pessoas @ reserva da intimidade da vida privada e & confidencialidade das informag6es e dados pessoais. So assim se consegue garantr a confianga dos cidados nos profissionais de saide, com o enfermeiro a estabelecer uma relagao terapéutica com as pessoas de quem cuida, soldificada na confianga, Os objetivos que pretendemos atingir neste artigo, so: aprofundar os conhecimentos acerca da deontologia profissional; compreender a importancia do “Codigo Deontoldgico do Enfermeiro” (CDE) para a enfermagem; refieir sobre o artigo 85° do CDE; analisar 0 sigilo profssional em enfermagem numa Perspectiva ética, juridica e deontologica © metodo utiizado para alcancar tais objetivos foi a Pesquisa bibliografica - na qual, de entre todos os autores encontrados, selecionamos os mais pertinentes tendo em conta a tematica do trabalho - e a andlise interpretativa de documentos oficiais como 0 CDE, 0 REPE®, 0s “Padrées de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem’ e 0 Codigo Penal. PERSPECTIVA ETICA As questdes relacionadas com a infimidade, a privacidade ou sigilo profissional so de elevada sensibilidade (PINHEIRO, 2009) e estéo fundamentadas segundo principios éticos, embora = ODE ~ “Oasgo Deoingio do Entnso dso no Esato ds Ordom doe Erfometos, prveds palo DecretoLein* 10488 do 21 de Ari, lac pla Lava 112008 de 16 ce Saenbo. REPE ~ ‘Regd do Execco Prosinal dos nemesis”, epovado Palo Decrto-Len® 1516 cece eters, altro plo eset int T0408. (21 do Bei Page 3 sejaigualmente importante _abordar deontol6gico ejuriico. Segundo PINHEIRO (2009), a confidencialidade é encarada como siglo ou segredo profssional dependendo das varias profisses sendo que ‘segredo 6 a coisa ou circunsténcia que se oculta aos outros, facto sobre 0 qual se guarda rigoroso siléncio, nao o comunicando a terceira pessoa e corresponde a0 siléncio sobre algo que nos foi confiado’. O sigilo profissional define-se como um caso especial de segredo confiado (PINHEIRO, 2009), Historicamente tem-se considerado que os. profissionais de saiide tém a obrigagao ética de sigilo profissional de todas as informagbes no exercicio da sua profisséo, sendo que as bases morais que sustentam este dever se apoiam em trés argumentos: © respeito pela autonomia da pessoa, a existéncia de uma relagdo terapéutica e a confianga social nos profissionais de saiide (MARROQUIN, [s.4]). Relativamente ao respeito pela autonomia da pessoa, existem autores que consideram ser esta a principal premissa da obrigagdo ética de sigilo profissional. Sem confidencialidade nao ha privacidade, e sem esta perde-se 0 controlo da propria vida pois existe uma correlagao entre 0 direito da pessoa em preservar a sua intimidade e 0 dever de siglo profissional (MARROQUIN, [s.4.)) A pessoa, a0 perder a sua privacidade, perde o controlo de si mesma e pode senti-se devassada, insegura, tomar-se agressiva e claro, perde a onfianga nos profissionais de saide, pois o desrespeito pela sua intimidade pode provocar danos que ameagam o seu equilbrio interno e gerar situagdes de stress (NUNES, 2006 in PINHEIRO, 2009), Em complemento as ideias anteriormente defendidas, © CDE no seu artigo 78 consagra que ‘as intervengoes de enfermagem sao realizadas com a preocupagao da defesa da liberdade da dignidade da pessoa humana e do enfermeiro’. A dignidade humana constitu-se como uma base ética através da qual decorrem os outros principios, que devem constar em todas as decisdes e intervenges de enfermagem. (ORDEM DOS ENFERMEIROS, 2008). 0 plano Percursos,n® 23, Janeiro-Margo2012 PINHEIRO (2009) refere ainda que o ‘sigilo profissional néo @ um direto ds profissioneis, um seu privilégio: 6 antes, uma necessidade inalienave! do ppaciente, um dos seus direitos fundamentais’. © segundo argumento ético que apoia o sigilo profissional é @ existéncia de um contrato terapéutico na relagdo clinica. Neste contrato séo trocadas informagdes que so “propriedade" do cliente com a condigio de que esta é usada tnica e exclusivamente para a prestagdo de cuidados de sade (MARROQUIN, [s.d]). Entre os intervenientes deste contrato, estabelece-se uma relagdo de respeito, veracidade e fidelidade aumentando o clima de confianga que dinamiza a relago com o cliente (PINHEIRO, 2008). Este argumento € corroborado por VIEIRA (2010) que refere que “a veracidade e a confidencialidade nas relagdes sdo exigéncias desta relacéo e sem elas colocamos em perigo tudo aquilo que @ ser enfermeiro na perspectiva da nossa obrigagéo e do nosso compromisso para com as pessoas’, pois a pessoa deve ser agente ativo no ato da prestagao de cuidados (VIEIRA, 2010). AA terceira razo que justiica a necessidade de sigilo profissional na enfermagem @ a confianga social nos Profissionais de saide, pois se ndo houvesse 0 Compromisso de siglo das informagdes dadas, os lentes no aderiam aos cuidados de uma forma tdo confiante, sendo que as consequéncias de ndo confidencialidade seriam muito graves para a sociedade (MARROQUIN, [s.d]). PINHEIRO (2009) refere ainda que se os clientes nao confiassem que os profssionais de saiide mantém sigilo, negariam 0 acesso @ sua privacidade e ndo revelariam aspetos necesséarios & propria prestagao de cuidados. PERSPECTIVA JURIDICA A base legal do dever de siglo na legislacao portuguesa encontra-se na Constituigao da Repiblica Portuguesa, no niimero 1 do seu artigo 26%, que consagra o direito “a reserva da privada e familiar’ das pessoas. Constituicao da Republica Portuguesa ' ‘Artigo 26.2 : Outros direitos pessoas ' 1. A todos s8o reconhecidos os direitos @ identdade | pessoal, co desenvolvimento da personaidade, 8 | ‘apacidade cv ¢ cidadania, 00 bom nome e reputacéo, Jmogem, 6 palowra, 6 reserva da intimidade da vido privada e familiar € © proteccdo legal contra quaisquer | formas de dscriminocbo. : 2. Ale estabelecerd garantias efectivos contra a obtengiio © Utli2a¢G0 abusivas, ou contrarias 6 dignidade humona, de {informagdes relaivas ds pessoas fornia. A densificagao do regime juridico do dever de siglo encontra-se na Lei de Bases da Saiide, aprovada pela Lei n° 48/90, de 24 de Agosto, com as alteragdes introduzidas pela Lei n.° 27/2002, de 8 de Novembro. O numero 2 da Base Xill estabelece a confidencialidade da informacao, mesmo na articulagdo entre os varios niveis de cuidados de saiide € alinea d) do n° 1 do Base XIV consagra 0 direito dos utentes do sistema de sade ¢ reserva da ‘sua privacidade. Base Xi ’ Niveis de cuidados de soide ' 2 - Deve ser promovida a intensa articulagao entre os vérios | hives de cuidados de said, reservando a intervencto dos ! ‘mais dlferenciados pora as situagées deles carecidas e | garentindo permanentemente a circulagdo reciproca e | confidencal do informago clinica relevonte sobre os utentes Lei de Bases do Satie Base XIV Estatuto dos utentes 4) Ter rigorosamente respeitada a confidencialidade sobre os dades pessoals revelados; | 1-Osutentes tém direito a: © segredo profissionalencontra-se também consagrado pelo Cédigo de Processo Penal, no nnimero 1 do artigo 135°, bem como se determinam as condigées em que esse segredo podera ser quebrado. Em conoreto, estabelece-se que os profssionais de saiide podem abster-se de revelar informagao de saiide em tribunal, no respeito pelo dever de sigilo perante as pessoas ao seu cuidado. A quebra do sigilo implica consequéncias legais para quem a pratica, que constam no Cédigo Penal, nomeadamente nos artigos 192%, 195° e 383" Page 4 Percursos,n® 23, Janeiro-Margo2012 Codigo Penal Antigo 192.2 Devassa da vida privada 1- Quem, sem consentimento e com intengio de devassor 0 vida privada das pessoas, designadamente a intimidade da vida familiar ov sexual a) oh él 4) Divulgar factos relatives vida privada ou a densa grave de outra pessoa; E punido com pena de prisdo até um ano ou com pena de mutta até 240 dias Artigo 195.2 Violasdo de segredo Quem, sem consentinento, revelar segredo alheio de que tenha tomado conhecimenta em razio do seu estado, offio, ‘emprego, profissio ou arte & punido com pena de prisio até 1 pena de mulia até 240 dias A Lei n® 12/2005 de 26 de Janeiro, referente informago genética pessoal e informagao de saide, tambem contempla 0 sigilo no seu artigo 3°, que consagra a ‘propriedade" da informagao em saiide, no artigo 4° sobre o tratamento da informagao em sade eno artigo 5. E por timo, mas nfo menos importante, a “Convengéo para a Protecgo dos Direitos do Homem da Dignidade do Ser Humano face as aplicagies da biologia e da medicina: Convengéo sobre os direitos, do Homem e da Biomedicina’,ratficado para o direito Portugués pela Resolugio da Assembleia da Republica n? 1/2001 de 3 de Janeiro, também consagra nos numeros 1, 2¢ 3 do artigo 10°, o direito 20 respeito pela vida privada e a informagao. PERSPECTIVA DEONTOLOGICA Depois de analisar 0 siglo profissional numa perspectiva ética e juridica, passaremos a sua analse segundo a vertente deontolégica. Antes de mais, torna-se importante definir informago e informacéo em satide para haver uma melhor compreensao sobre a gestdo dessa informagdo, em termos da sua guarda e pariha. Segundo ZHANG (1988) cit por TRINDADE (2010) a informago no é apenas um enunciado de dados, mas tratase de um resultado do processamento de um conjunto de elementos j& organizados que vao contribuir para 0 conhecimento sobre algo, e em que esta implicito um processo de comunicagao. No ramo da saide, pelo tipo de conteido da informago, pela responsabiidade inerente a sua guarda e partilha, a informagéo de saide tem particularidades devido ao impacto que tem sobre a vida das pessoas. Naturalmente que as pessoas a ‘quem a informagéo diz respeito so os seus tiulares, logo 0s profssionais de salide, inclusivamente os enfermeiros, guardam para si uma grande responsabilidade na gestéo desta _informagao (TRINDADE, 2010). O cliente ira partihar informagao com 0 enfermeiro tendo como base a confianga estabelecida na sua relagdo, tendo este o dever de siglo emergente do direito daquele a confidencialidade (CERDEIRA, 2010). Deste modo, a seguranga da informagéo de enfermagem encontra protecgéo na deontologia profissional de enfermagem, mais especificamente no dever de sigilo (DEODATO, 2010). E no émbito do artigo 85° do CDE que se consagra dever de sigilo (CERDEIRA, 2010) (ein? 111/2009 de 16 de Setembro} ‘Antigo 852 ' ‘Sigiloprofissional (© enfermeito, obrigado a guardar segredo profisional sobre © que toma conhecimento no exercicio da sun profissio, | assume o dever de: Considerar confidencial toda a informaio acerca do Aestinatério de cuidados ¢ da familia, qualquer que seja a fonte; ! Implicados no plano terapgutico, usando com cvtérios | rientadores o bemestar, a seguranga fsica, emocional e | social do individuo e familia, assim como os seus direitos Diva fama 6 nas situagdes previstas ma lei, devendo, para tal | 1 informagio confidencial acerca do individuo e sconselhamento deontol6gico ¢juridico: d)Manter © anonimato da pessoa sempre que o seu caso for | uusado em siuagdes de ensino, investigacdo ou conirolo da | paar nemo perinen am agus gi eo | qualidade de cuidaos A luz da alinea a) do artigo 85° do CDE, o enfermeiro vé-se obrigado a ‘considerar confidencial toda a Page 5 Percursos,n® 23, Janeiro-Margo2012 informacéo acerca do destinatario de cuidados e da familia, qualquer que seja a fonte’. Durante a sua pratica profissional, o enfermeiro recolhe informacao junto do cliente ou familia, utlizando diversos instrumentos. Apesar da recolha de dados ter 0 propésito de beneficiar o cliente na prestagao de cuidados conhecendo 0 seu histérico de saude outros dados relevantes, esta recolha nao deixa de ser uma invaséo na intimidade do cliente, na sua vida privada e sentimentos, Logo, & fundamental assegurar a confidencialidade dos dados colhidos, sendo a informagao recolhida com caracter pertinente e util para a personalizagao dos cuidados (NUNES ef al, 2005: 116-117) Por sua vez, a alinea b) do artigo 85° do CDE consagra 0 dever de “partilhar a informagéo pertinente 86 com aqueles que estéo implicados no plano terapéutico, usando como critérios ortentadores 0 bem-estar, a seguranga fisica, emocional social do individuo e familia, assim como os seus direitos". Daqui decorre que ndo se deve partihar toda a informagdo, mas ‘s6" a “informagéo pertinente’. Esta informagdo no partihada com todos os profissionais de satide, *sd com aqueles que esto implicados no plano terapéutico” (CERDEIRA, 2010) Indo 20 encontro da ideia de CERDEIRA (2010), TRINDADE (2010) afirma que a partilha de informagao encontra-se assente nos principios da aufonomia profssional e da complementaridade funcional, pelo que toda a informagao de satide dos clientes deve estar disponivel aqueles que dela necessitem para que as tomadas de deciséo sejam garantes da seguranga no cuidar, e que estejam envolvidos no plano terapéutico. Também 0 direito do cliente 4 confidencialidade Teforga a ideia de ser 0 proprio a decidir sobre a informagao que deve ser partihada. Quando o proprio no pode decidir, deve ser sempre considerado 0 seu melhor interesse como criti orientador, ou seja, deve ser considerado 0 "bemestar, a seguranca fisica, emacional e social do individuo e familia, assim como os seus direitos" (NUNES et al, 2006: 118) No que respeita & partlha de informagao com a familia do cliente, s6 podera ser transmitida a informagao que © cliente autorizar partihar ou a que for adequada na Page 6 medida das suas necessidades de cuidados, visto ser o cliente o titular da informagao de saide (CERDEIRA, 2010) Contudo, 0 enfermeiro podera ver-se confrontado com situagdes em que poderd ter que “divulgar informacao cconfidencial acerca do individuo e familia s6 nas situagdes previstas na lei, devendo, para tal efeito, recorrer a aconselhamento deontolégico e juriico’, ta como prevé a alinea c) do artigo 85° do CDE. E sabido que todos temos 0 dever de colaborar com 2 Justiga, nos termos da lei. Contudo, este dever de colaborar com a Justiga ndo se sobrepde ao dever de sigilo do enfermeiro, encontrando-se previsto no n® 1 do artigo 135° do Codigo de Processo Penal a possitilidade do enfermeiro se escusar a depor, em processos-crime (DEODATO, 2010). Como vimos, 0 sigilo pode ser abordado de dois ppontos de vista: da privacidade e da confidencialidade. Ou seja, 0 sigilo pode ser visto na perspectiva da garantia da limitago do acesso as informagées de uma dada pessoa, do acesso a propria pessoa, a sua intimidade e preservagao do anonimato, ou podera ser visto enquanto garantia do resguardo das informagdes dadas em confianga e protegao contra a sua revelagao no autorizada (NUNES et al, 2005: 118). Deste modo, admite-se que a confidencialidade é um dever com limites € que esses limites so poderdo ser ultrapassados e divulgado 0 objeto de sigilo com “aconselhamento deontolégico e juridico’, tal como prevé o artigo 85° do CDE. Depois de recorrer a esse aconselhamento’, cabe ao proprio a deciséo final de quebrar 0 sigilo ou ndo, tendo este que ponderar sobre aS consequéncias do seu ato (NUNES et al, 2006: 118) Por fim, na alinea d) do artigo 85° do CDE o enfermeiro tem 0 dever de “manter 0 anonimato da pessoa sempre que o seu caso for usado em situagdes de ensino, investigagéo ou controlo da qualidade de cuidados”. E certo que o anonimato do cliente deve ser mantido, garantido a proteggo da sua identidade quer numa * contr Reglameio do Aconsstameno oo ¢ Dearing na abi do over de Siglo igre on URL hpi odometer peiacao Damen et 9 DeveSino AGH2O2RIDIO vOoneta 21.2010 ot amen Percursos,n® 23, Janeiro-Margo2012 situagdo de aprendizagem, de desenvolvimento do saber ou de promogo da qualidade, uma vez que estas vertentes no esto isentas dos principios orientadores gerais da confidencialidade. Sendo importante que se aprendam, investiguem e analisem as praticas, 0S principios do respeito pela confidencialidade e guarda de segredo, deveréo ser sempre principios orientadores (CERDEIRA, 2010; NUNES et al, 2005: 119). Em suma: (1) 08 enfermeiros asseguram a seguranga da informago assumindo 0 dever de siglo contemplado no artigo 85° do CDE; (2) informagao de saude (incluindo a informagao produzida pelos enfermeiros) € “propriedade” da pessoa a quem diz respeito; (3) © tipo e quantidade de informagdo a ser divulgada esta sujeta ao consentimento do cliente; (4) todos os profissionais de saide implicados no plano terapéutico do cliente tém acesso @ informagao de sailde do mesmo; (5) 2 quebra de sigilo de informagdo que seja indispensavel, por exemplo para apresentar em tribunal, esta sujeita a aconselhamento ético, deontologico ¢ juridioo, e $6 é decidida apos consulta pelos tibunais & Ordem dos Enfermeiros; (8) a deontologia de enfermagem, garante aos clientes a seguranga da informagao de saide (MALHA et al, 2010; TRINDADE, 2010). PADROES DE QUALIDADE E SIGILO No. decorrer deste trabalho acerca do sigilo profissional, mencionamos um documento essencial para a praca do exercicio profissional de Enfermagem, o “Cédigo Deontol6gico do Enfermeiro”. Decidimos portanto completar este trabalho também com a andlise dos ‘Padrses de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem’, documento constitutvo do quadro de referéncia da enfermagem portuguesa, pois © comtexto atual da pratica de cuidados de = Adal de CONSELHO OE ENFERMAGEM, Parecer n*8/2011 Page? enfermagem exige cada vez mais, que os profissionais, uilizem os instrumentos proprios da profisso e com eles norteiem a sua pratica®. Em 2001, 0 Conselho de Enfermagem da Ordem dos Enfermeiros através do documento “Padries de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem” define seis categorias de enunciados que estabelecem uma base padronizada de cuidados com qualidade que todos os enfermeiros deve respeitar no exercicio da sua profissao: 1) satisfagao do cliente; 2) prevengao de complicagSes; 3) bemrestar e 0 auto cuidado; 4) readaptagdo funcional; 5) organizagao dos cuidados de enfermiagem e 6) promogao da saide’. Num olhar transversal pelos seis enunciados descritivos, @ possivel estabelecer ligagdes com 0 assunto deste trabalho: 0 sigilo profissional. Eles salientam a importéncia da pessoa enquanto elemento essencial nos cuidados, no respeito pelos seus desejos individuais e pela sua capacidade de deciair informada e autonomamente, 0 que se interliga com 0 siglo profssional, na medida que a deciséo de cada um de fornecer informagao sobre si é uma deciséo individual, livre, em resultado do principio da autonomia consagrado na saide®. E essa base ética essencial 4 recolha de dados de salide em geral e de enfermagem em particular, que entendemos que a relagdo terapéutica assenta na confianga como garantia do que foi partihado pela pessoa ao profissional de salide® Os enunciados também referem que o enfermeiro deve ter em atengéo a prevengao das complicagdes na referenciaggo das situagées _problematicas, identiicadas, a outros profissionais, tendo em conta a esfera profissional de cada um. Ora, como ja foi aqui referido neste trabalho, 0 enfermeiro mantém a informago da pessoa ao seu cuidado em seguranga, assumindo 0 dever de ‘pariihar a informacéo pertinente so com aqueles que estéo implicados no plano terapéutico, usando como critérios orientadores * Adepaso de: PEREIRA, Mérica A Importinciaatibuida pelos enfermetos 0 empowerment do dosnterarelaaoterapautcaentermetrolieente 2010. Prbleado em ANEXO Id Regiarento 167201 da Ordem cos Enfermets, ce & de aro, Dspnival ipsam rementarmeros pi edilcec Document ec ‘0167-2011 aed omConPratl oat Adepido de PEREIRA, Norica A importinciaatibuida pelos enfermecos a0 empowerment do doentenareladoteapéuticaenfermeirolente 010. " hegpiads do CONSELHO JURSSOISIONAL Pacer Cd 19412010

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