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so Marialice Mencarini Foracchi. + Joséde Souza Martins ©” | SOCIOLOGI | ESOCIEDADE 4 (Leituras de introducao a Sociologia) _ "A MECADORIA..." MARX Ccopyrigh ©1977 ete oS Coordanader editorial de dee: ‘Gabriel Cohe MARIALICE MENCARINI FORACCH! E JOSE DE SOUZA WARTINS ProBide areproducto, mearo paca, ‘or qualquer process, sem autoriscio WPeagso: 1977 Reimprastes: 1978 (vil, 1980 (vt, 1981, 1989, 1894, 1988 2986 ClP-Brath. Caalogato-nefnte Sindicte Nacional doe Eatores de Lio, RU Seciologie « sociedade: eure ce nivduso & 862 socicloaie(compliedo de tortor po Martce Mencarini Foracch eh Jot de Souza Mari Flo de saneiro, LTC — Liveer Téeneo ¢ Clemtfces Eee tora. 1977 1. Sotioloia | Frac, Mariaice Mancrn, 1928-1972. Martin, Jot ge Sours, 1998 — ness const {ices pare eatdiogo siterntio: 1. Socedoe: Seton 301 : 2 Secaigh 301 = Dio rerio bor: PE tvnes reomeos¢ cuvnios carom .4, mata FILIAL us Viva @uene, 21 ie Vitra, 486 ~ 29 enaar 20820 — Rio se Jenero —RJ__ | 01.210 ~Sio Paulo SP ToL: (011) 236873 Cala Postal 4.817 os fundamentos da producao da sociedade e do seu conhecimento* Karl Marx 1. Os dois fatores da mereadoria: ralor-de-uso e valor (substinciae quantidade do valor) ‘A riqueza das sociedades onde rege 2 produgdo capitalist configura-se em “imensa acumulago de mercadorias",(1) ¢ a mercadoria, isoladamente consi- derada, € a fora clementar dessa rgueza, Por io, now nvestiagto comers com a anélise da mercadoria, ‘A mercadoria é, antes de mais nada, um objeto externo, uma coisa que, por suas propriedades, satisfaz necessidades humanas, seja qual for a natureza, a ‘origem delas, provenham do estOmago ov da fantasia.(2) NEo importa a maneira como a coisa satistaz e necessidade humana, se diretainente, como meio de subsis- téncia, objeto de consumo, ou indiretamente, como meio de producdo. Cada coisa Stl, como ferro, papel ete., pode er considerada sob duplo aspec- to, segundo qualidade ¢ quantidade. Cada um desses objetos é um conjunto de muitas propriedades e pode ser stil de diferentes modos. Constituem fatos his- Yoricos a descoberta dos diferentes modos, das diversas maneiras de usar a8 coi sas,(3) e a invengdo das medidas, socialmente aceitas, para quantifcar as coisas Gteis, A variedade dos pad:Bes de medida das mereadorias decorre da naturez diverse des objetos a medir e também de convenso, ‘Aulilidade de uma coisa faz dela um valor-de-uso.(4) Mas, essa utlidade nfo € algo aéreo. Determinada pelas propriedades materialmente inerentes & mer- 1) Kart Mara, O Capital — Crica da sonomie plc iv vl 1 3a wart de reg ae eante Sat Brine, Ro delat. PS, pp. 488: Reprofucko astra pelo sttorepaotadstr i) Karl Mare Con Baie dere de economia pts, Beri, 185, p.2 {3 See cme necesidaces to apette do opi lo natural como 8 fre part o corpo (Rema se) om yl orgs stat te ecorade doen. cholas Baron, <7 sere oxen tbe nen money Ugh. In anwar o Me Locke's Considerations." Low: ds, 188,99. 203), id) “A colts posse una vue nase (como Barton desig ralor-d-se) igual em toe ane: bons proptedace dint de ata fer Op. p 8 A propiedad de ks fn il depts ee deb, por reo el x polrdade agra {ao rar oaturald quale ceo come em rx capecidade do prover at icesidades ode tert ts comodidaes da sda on Joba Laske, “Soma Cosiertinas on te Cnseguenes of Sr Lnwesag of flees 091 om Worked Lands, 177, val p28). Nosteuo XVI, inde Some tegitncl nse: ingeses "Wor sgiieando valores, ea" Sci em cofomiiade cor oeapintge aya qoe 8 expresso feotneo oreo co ‘Soro petals, covetlxo, cm am tne to. $4 — A Soviologia como ciéncia cio cre tat A pub saa og troy amen sipene a guantade deri a ES carter Ga erento Aeon ade emcee her er adr ), uma tonelada de ferro etc. Os Bais) of Tealiza com a utilizagto ou 0 consumo. Os valores de Eryn gcc mach gate. Cab, tempo, 08 veiculos materizis do valot-de.troca. * wloresde-uso sto, 20 mesino Ssttomene mop ae Soe fo ea weedeat © puramente relativo, e, Portanto, 1 aden Qualguer mercadorias vl 5 fro por outras, bares an are: de trigo por x de graxa, ou pory de seda ouz de our ete. At da 080 Lem,poranto, muitos valoes de-toea Mac oe oe ae bed ae *paradamente — x de graxa ou y de seda ou z de our & {lor de roca de um quarter de tgo, deve de ganas Hee ues — 68 soe, permutiveiceigaseatrent Die deus, ieee igual segundo: ovalordetoce sé pode seta masse ee endo : tagéo de uma substancia que dele se pode distinguir, Ee © prop neta dist merctdrny, por exemple, ign feo. Qualquer que sea Donets eas oguen,¢ pss spre Spee a ena ee gxemolo quarter de ig ~ m guint de Se a seamdede fro, or suo aah om eam nds tie dmstoa dice tte arc to, n quit df As Gar aaa eee love, €reduatel tressaramen, sess Tene nt G88 SHH come valonde Evidencia-se isto com nas mais diversas proporges, por Essa coisa comum nao pode ser uma Propriedade das mereadorias, geo- hatureza. As propriedades materiais ‘adorias, por fazerem destas valores. mnérica, flea, quimien ogy ne uiniea ou de qualquer out 3 interessam pela utlidade que doe aon (5) Na niece murgons nc ares in fiero jurdoa de qu ose eoginalsesonsia das mercado 8 8 #9 HF Mamavo, como comprar, tm una coisa otra, entra quan em Phisioerates el: Bale, roca ntrinseo"(N. Bar ste” (Baton, on. c, pou come de Biter ‘A mercadoria: os fundamentos da produao — 55 de-uso. Poem-se de lado os valores-de-uso das mercadorias, quando se trata da relagio de troca entre elas. E 0 que evidentemente caracteriza essa relagao. Nela, ‘um valor-de-uso vale tanto quanto outro, quando esta presente na proporglo adequada. Ou como dizo velho Barbon: “Um tipo de mercadoria € tio bom quanto outro, se é igual o valor-de-troca. [Ni hi diferenga ou distingio em coisas de igual valor-de-troca."(6) ‘Como valores de uso, as mercadorias sdo, antes de mais nada, de qualidade diferente; como valores-de-troca, s6 podem diferir na quantidade, nifo contendo pportanto nenhum itomo de valor‘de-uso. Se prescindirmos do valor-de-uso da mereadoria, s6 the reste ainda. uma propriedade, a de ser produto do trabalho. Mas, entio, 0 produto do trabalho jé tera passado por uma transmutago. Ponds de lado seu valor-de-uso, abstraimos, também, das formas e elementos materiais que fazem dele um valor-de-uso. Ele no ¢ mais mesa, casa, fio ou qualquer outra coisa ttl. Sumiram todas as suas ‘qualidades materiais. Também no € mais o produto do trabalho do marceneiro, do pedreito, do fiandeiro ou de qualquer outra forma de trabalho produtivo. Ao ‘esaparecer o cariter itil dos produtos do trabalho, também desaparece o cardter ‘itl dos trabathos neles corporificados, desvanecem-se, portanto, as diferentes for- mas de trabalho conereto, elas no mais se distinguem umas das outras, mas reduzem-se, todas, a uma finica espécie de trabalho, o trabalho humano abstrato. ‘Vejamos 0 que é esse residuo dos produtos do trabalho. Nada deles resta a nfo ser a mesma objetividade impalpével, a massa pura. simples do trabalho humano em geral, do dispéndio de forga de trabalho humana, sem consideragao pela forma ‘como fol despendida, Esses produtos passam a representar apenas a forga de trabalho humana, gasta em sua produgio, o trabalho humano que neles se ar- mazenow. Como configuragio dessa substincia social que lhes 6 comum, S80 valores, valores-mercadorias. [Na propria relaclo de permuta das mercadorias, seu valor-de-troca revele-se, de todo, independente de seu valor-se-uso. Pondo-se de lado o valor-de-uso dos produtos do trabalho, obtém-se seu valor como acaba de ser definido. O que se evidencia comum na relagao de permuta ou no valor-de-troca 6, portanto, 0 valor

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