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TAA EN TIO PY VENT eT Sr Tit Oa De eR LL HARILAUS GEORGIUS D’PHILIPPOS XENOS Gerenciando a Manutencao Produtiva DG EDG - EDITORA DE DESENVOLVIMENTO GERENCIAL 6 Conn, 7962-10" andar 3010120 Belo Horie - Minas Gea» Bras “p03 299-188 «Fax (21) 2924085 292.25 = ema drole one nepase ww tgonbe PREFACIO. APRESENTACAO 1. Uma Vis Ls 16. Lr 18, 19. 2. A Manutengo de Equipamentos e a Gestiio pela Qualidade Total 24 22. 23, 24. 25. 26. 27, 2.8. SUMARIO i0 Geral da Manutengo de Equipamentos. Introdugao 0 2. Conceito de Manutengio .. 18 A Abrangéncia das Atividades de Manutengio semen 1D |. Os Métodos de Manutengio 22 1.4.1, Manutengio Corretiva 2B 1.4.2, Manutengdo Preventiva 1.4.3. Manutengio Preditiva 1.4.4. Melhoria dos Equipamentos.. 1.4.5. Prevengio de Manutengao 1.4.6. Qual €0 Melhor Método de Manutengio? 1.47, Manutengio Produtiva 28 [Ao FungGar de Apoio da Manote 2» ‘A Manutengio de Equipamentos e a Gestao pela Qualidade Total... 31 © Coneeito de Mamutengao Auténoma senne 34 Sistema de Gerenciamento da Manutengiio _ 36 Conelusdes ... 38 39 Introduga0. A Raziio de Ser das Empresas. Conceito de Qualidade Conceito de Produtividade Conceito cle Gestio pela Qualidade Total 2.5.1. Os Prinepios da Gesto pela Qualidade Total Conceito de Controle de Processo se 26.1. A Manutengdo de Equipamentos e o Processo Gerencial 46 A.GQT eas Atvidades de Manutengo de Equipametos 49 (© Método para Atingir Metas sl 2.8.1, Definigdo de Problema 52 2.8.2, O PDCA como Método de Controle de Processos. 92 2.8.3, Metas para Manter e Metas para Melhorar 53 ‘h-4 Como Desenvolver im Sistema de‘Tratamento de Fathas 2.9. 0 Gereneiamento da Rotina do Trabalho do Dis-a-Dia..csnennenn 61 2.10, Qualidade nas Atividades de Manutengib..... sn 2.10.1. Como Monitorar os Resultados da Manutengio? ».. 65 2.11. O Ciclo PDCA da Manutengito de Equipamentos 66 Entendendo Como Ocorrem as Falhas nos Equipamentos.... 3.1 Introdugio 3.2, Definigao de Fulha 3.3, Por Que Ocorrem as Falhas? 3.4. Os Modelos de Falhas ' 3.5. Vocé Actedita na Curva da Banheira? 3.6. As Causas Fundamentais das Falhas 3.6.1. Lubsificagio Inadequada 3.6.2. Operagiio Incorreta . . 3.63. Sujeira, Objetos Estranhos e Condigdes Ambienta Desfavorsveis, o 15 3.6.4. Folgas 16 3.7 Conceito de Falha Potencial 1 4.1. Introdugio 79 4.2.0 Circulo Vicioso das Falhas. 80, 4.3, Rompendo o Circulo Vicioso das Falhas 83 43.1. 0 Sistema de Tratamento de Falhas 84. 44, Conclusies 127 5. Agdes Preventivas: Como Atuar Antes Que as Falhas Ocorram 133 S.A Tntrodugio soon 133) 5.2. Os Prinefpios da Prevengiio de Falhas seemnneneninee 134: 5.2.1. Coneeito de Manutengio Preventiva ......snmnemnnennenes 13S 5.2.2. Ag&es Preventivas Baseadas no Tempo ... 138 5.2.3, Agdes Preventivas Baseadas na Condigio sennnne 143 5.3. Temos Agées Preventivas, Mas as Falhas Nao Diminuemt... son AB 5.3.1, AS Agdes Preventivas ¢ 0 Chii0-de-Fabti¢a snsnsnnnnnens 49 5.3.2. Inspegtes Sensitivas So Insuficiemtes.. . ISI 5.4. Tornando as Agdes Preventivas Mais Eficazes. 153 5.4.1. Como Selecionar as Agées Preventivas 1 153 5.4.2, Como Ajustar a Pevidicidade das Agoes Preventivas 157 5.5. Os Fundamentos da Prevengiio da Manutenga0 «0.0 160 5.5.1. Conceito de Custo do Ciclo de Vida ene 160. 5.52, A strtrago da Prevengio de Manutengi0 2 165 7 2 169 6. Planejamento ¢ Padronizagio das Agies Preventivas 17 6.1. Introdugio a seo TTL 6.2. Planejamento da Manutengio iA mm 6.2.1, Como Elaborar Planos de Manutenglo «0m m 6.2.2. Ajustando a Frequéncia das Agées Preventivas 173 £23 Gnandoo Ciclo PDCA ds Ages Preventives de Manutengé «177 6.3, Padvonizagio da Manutengio .. 183 13:1, Tipos de PadrBes de Manuteng0 188 6.3.2. Os Padrdes Técnicos da Manutengio ns 188 6.3.3. Revisio dos Padres Téenicos da Manutengi0 wn 198 6.3.4. Como Garantir 0 Cumprimento dos Padres Téenicos da Manutengao. 6.3.5 Como Promover& Padronizagio da Manutengi 6.4, ConelUsa0 205 7. Como Melhorar a Ut izagio dos Recursos da Manutengio.. 7.1. Introdugio sn 205 72. Dimensionamento & Organizagao do Pessoal de Manuteng soo 207 7.2.1. As Responsabilidades pelas Atividades de Gerenciamento 209 7.2.2. As Responsabilidades pelas Atividades de Bxecuciio 212 7.3, Gerenciamento do Estoque de Pegas de Reposigi0 wane nen dh 7.3.1. Métodos de Gerenciamento de Materiais.. 216 7.3.2. Algumas Consideragdes sobre o Armazenamento das Pegas de Reposici0 Harkin BIB 14, Gerenciamento do Orgamento da Manutengio acide DAD 7.4.1. Custos da Mamutengl0 0. 220 742. A Elaboragio do Orgamento Anual da Manvteng 1220 7.4.3. Controle e Revisio do Orgamento da Manutengio sn 228 7.4.4. Como Reduzir os Custos de Manuteng30, nn 229 8, Manutengéo Auténoma: Como Envolver os Operadores nas ‘Atividades de Manutengio .. 8.1. Introducio 8.2 A Evolugio da Prética da Manutengto pelos Operadores 8.3. Os Principios da Pratica da Mamutencao pelos Operadores. 8,3.1, Conceito de Manutengo AwtOnoma 8.4. 0 Tridingulo da Manutengao Fficiente 8.4.1. A Cooperagii entre a Manutengao ¢ a Producto 8.5. O Mau Entendimento da Manutengao Autéaoma 86. A Divisio de Trabalho entre os Departamentos de Manutengo de Producé 86.1. As Atividades Basicas da Manutengo AutGnoma 8.6.2. O Papel dos Operadores na Manutengio AutGnoma 8.6.3. O Papel das Equipes de Manutengiio na Manutengio AULOMOME eer 87. Treinamento dos Operadores para a Prtca da Manutengao Auténoma 8.7.1. Desenvolvimento das Habilidades dos Operadores 8.7.2. Como Conduzir 0 Treinamento dos Operadores. 8.8, Padronizagdo da Manutengdo Autonoma 8.8.1. Como Aumentar a Produtividade das Tarefas de Manutengo Auténoma 8.9. A Manutengio Aut6noma na Pritica 8.10. As Flapas de Preparagao para Implantago da Manutengo ‘Auténoma, - 8.1. As Btapas de Implantagdo da Manutenedo Autonoma 8.11.1, Etapa 1 - Fazer a Limpeza Inicial.. 8.11.2, Etapa 2 - Identificar as Causas da Estabelecer Contramedida 8.113. Etapa 3 - Padronizar as Atividades de Manuteng’o ‘Auténoma, 8.11.4. Btapad - Desenvolver Habilidades de Inspegdo Geral dos Equipament0s wn 8,115. Eta 5 -Promover a Inspegao dos Equipamentos 8.11.6, Etapa 6 - Organizar e Gerenciar 0 Local de Trabalho 8.117. Bupa 7 - Consol aImpanagio da Manatesio ‘Autonoma... 8.1, Avliando Implant de Manteno ‘Auténoma.. 8.13. Conclusto. _ ‘Anomalias € 237 237 240 240 242 244 245 247 250 252 253 0253 254 255 10239 260 264 265 266 266 268 9, Edueacio e Treinamento. 281 941, IntrodUgdO sone : : 281 9.2. A Manutengo como Servigo 282 9.3. O Desenvolvimento de Habilidades de Manutenca0 283 9.3.1. Como Desenvolver Habilidades Técnicas e Geren 284 9.3.2. Como Conduzir 0 Treinamento : 285 9.4, Conelusi.. : eee os], Anexo A As Ferramentas da Qualidade no Gerenciamento da Manutengio. A.L. Introdugao .. 289 Anexo B ‘Taxa de Falhas, Taxa de Utilizagao e Disponibilidade dos Equipamentos B.L. Introdugo 291 Anexo C Aplicaciio dos Prineipios do SS em Areas de Manutengio .. C.A. Introdugao... 295 C2. 058 ea Manutencdo Auténoma 295 C.3. Como Potencializar os Resultados do 58 na Manutengio ... Prefacio ‘A Fundagio de Desenvolvimento Gerencial - FDG foi insttuida em 24 de outubro de 1997, tendo como instituidores iniciais nove grupos empresarias: BRASMOTORS.A. CIA. ACOS ESPECIAIS ITABIRA - ACESITA CIA, ULTRAGAZS.A. COMPANHIA BRASILEIRA DE ALUMINIO (GRUPO VOTORANTIM) COMPANHIA CERVEJARIA BRAHMA COMPANHIA SIDERURGICA BELGO MINEIRA GERDAUS.A. SADIA CONCORDIA S.A. INDUSTRIA E COMERCIO USINAS SIDERURGICAS DE MINAS GERAIS S.A. - USIMINAS AFDG é uma instinsiio de direito privado, sem fins lucrativos, auto-sustentivel, estinada ao desenvolvimento e difusdo de métodosetécnicas de gerenciamento volta- dos obtengtio de resultados nas organizayées humanas. AFDG possui uma equipe de cerea de 160 consuiltores, além de staffadministra- tivo eescrit6rios regionais localizados em Sao Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro e Salvador, Dentro dos seus objetivos estatutirios, a FDG criou a EDG - Editora de Desen- volvimento Gerencial para concretizar o esforgo da Fundagio na publicago de material bibliogrfico para dar sustentago aos seus cursos ¢ outras modalidades de {reinamento e também para apoiar as empresas vinculadas na busca da melhoria da ‘qualidade e aumento da produtividade. Nesta perspectiva, langa o livro “Gerenciando a “Maanutengo Produtiva’, de autoriado Eng® Harilaus Georgius D’Philippos Xenos, MSc, Instrutor e Consultor da FDG, que possui grande experiéneia na matcria, ‘Ong’ Ichiro Miyauchi, principal especialista c conselheito da JUSE, sempre se referiu'ao tema “manutengo” nas varias visitas de aconselhamento que nos fez, como sendo a “Ilha do'Tesouro”, dado ao fato de os equipamentos representarem umaenor- ‘me fonte de aumento da produtividade, prineipalmente nas empresas brasileiras. [Nossa Organizago fez vultosoinvestimento na srea ce manutensio. Foi const tufdo um grupo de estuls com a pasticipago de seis consultores, sob acoordenagio do Eng" Harilaus, para verificar as oportunidades de atuago ¢ também as formas de bordagem para implant o gerenciamento da manutengio nas nossas empresas. Nes- tatarefa, os consultores, durante tes anos, estudaram os problemas da srea e ganba- ram grande vivéncia de como enfrenté-los. Este grupo contou com aconsultoriade um especialistajaponés, Eng” Akio Shiwaku, através da parceria coma JODC - Japan (Overseas Development Corporation, durante dois anos, Assim sendo, temos hoje grande competéncia para ajudar as empresas na busca do aumento da produtividade através de um melhordesempenbo dos seus equipamentes. Como um elemento a mais para ajudar as nossas empresas, o Eng® Harilaus langou mio dos seus conhecimentos prévios sobre o assunto e também das consatagéesadvindas dos trabalhoscondizidos pelo grapo de estudes para produzir blivroque ora langamos. Trata-se de umtexto ddtico, profunde, desenvolvido com todo rigor metodol6zico, embutidono sistema gerencal adotado pela FDG ecaleado rmexpeténcia acumlada polo Autor Buma grande eontibuigao do Eng” Hariausao tema que, sem vida, ré judar as nossasemprests a atingir melhores resultadosem suas aividades. Belo Horizonte, outubro de 1998, Eng” José Martins de Godoy, Dr. Eng* Presidente-Executivoda FDG Anresentacao Tradicionalmente, as atividades de manutengao eram consideradas como um. mal necessério por virias pessoas em diferentes empresas. Mais recentemente, esta atitude em relagio a manutengao comegou a mudar e hoje ela jé reconhecida ‘como uma fungi estratégica. Os principais agentes e oportunidades que propiciaram ‘esta mudanga de imagem foram: a maior preocupagio com a qualidade e produtivida- de, a énfase cada vez maior nos assuntos relacionados & seguranga, as crescentes preocupagGes ambientais, o envelhecimento dos equipamentos ¢ instalagdes, a neces- sidade de reduzircustos € as exigéncias geradas pela aplicagdo de normas reguladoras. Esta nova situago impoe alguns desafios ¢ exige o desenvolvimento a aplicago de novos sistemas de gerenciamento da manutengo, Além disso, as fibricas estdo se tormando cada vez, mais automatizadas ¢ ‘complexas. Os volumes de producio e as exigéncias por maior qualidade sio hoje bem maiores que hé algumas décadas. Por isso, até mesmo as pequenas interrup- ‘Goes da produgao podem causar grandes prejufzos, Estes desafios industrixis culo- caram 4 manutengao em evidéncia. A manutenglo é indispensavel & produgio ¢ pode ser considerada como a base de toda atividade industrial. As empresas brasileiras so verdadeirasillhas do tesouro, onde ainda existem muitas riquezas a serem exploradas. Certamente, a manutengdo de equipamentos poderd ajudar a desenterrar estes tesouros abandonados, aumentando a disponibi- lidade dos equipamentos e contribuindo para a melhoria de nossa qualidade ¢ produtividade. Isto pode ser constatado ao visitarmos 0 chio-de-fabrica de deze- nas de indistrias, nas mais diversas reas de atuagdo: alimentos, bebidas, quimica, mineragao e siderurgia. Em muitas destas indistrias, ainda nio se percebeu o quanto € possivel ganhar em qualidade e produtividade somente melhorando a manuten- ‘¢d0 dos equipamentos. Em algumas indtistrias, pode-se considerar que o nivel da manutengao de equi- pamentos e instalagdes esta relativamente satisfatério, Muitas empresas brasileiras que jé tomaram o caminho rumo a nova era industrial, através da modemnizagao da produgio e da implantago da Gestdo pela Qualidade Total, reconheceram 0 papel fundamental da manutengdo ¢ estio trabalhando duro para elevar o seu nivel. Mas, norestantedelase mesmo na nossa vidacotidiana, ainda enfrentamos muitos problemas relatives md conservagao de mquinas, estradas, veiculos ¢ edifi Fregilentemente, estes problemas dificultam a vida das pessoas ¢tém até causado sé- ros acidentes, Além disso, a falta de conservagio representa um enorme desperdicio de recursos para o Brasil. Na verdade, os problemas de manutencéio parecem extrapolar ‘osetor industrial e sfio encontrados em outros setores da.economia que uilizam equi- pamentos, tais como satide, agricultura, energia, transportes,telecomunicagses, servi 0s piblicos, educagiio e pesquisa cientifica, Nos ailtimos anos, 0 Brasil tom passado por profundas mudangas econdmicas, politicas¢ sociais que, aliadas a0 crescente desenvolvimento tecnol6gico,Forgaratn ‘as empresas a revolucionar seus sistemas de produgiio, Parte desta revolugao est associada aos equipamentos de produgio, para os quais tém sido estabelecidas me- las cada vez mais desafiadoras em termos de qualidade dos produtos, seus custos ¢ volumes de produgdo, Entretanto, em muitas empresas, temos notado que o desem- penho dos equipamentos ndo tem conseguido acompanhar esta revolugio por pro- bblemas de buixa confiabilidade ov por completo mau funcionamento, ‘Uma das principais razdes para esta situago € a pouca énfase que tem sido dada ao gerenciamento da manutengao. Na pritica, @ que se tem visto no dia-a-dia das empresas é lamentivel, Para citar alguns exeinples. anélise de falhas é deficiente e hi nfase excessiva em somente consertar ‘que quebrou, ou seja, o mais comum ainda € ver o pessoal da manutengao somente “removendo sintomas”, sem tempo para utilizar métodos de ansili- se de falhas + a manutengdo preventiva € mal realizada ou inexistente; + 05 relatérios de falhas dos equipamentos siio mal preenchidos e pouco ex- plorados para andlise; ‘ faltam padres de manutencZo e + oconhecimento e habilidades do pessoal da manutengiio so insuficientes. Levando em conta sta situagio, 6 natural que quase nunca se consiga reduzir as interrupgGes da produgo por falhas nos equipamentos. Na pritica, as falas hos equipamentos tendero sempre a aumentar se niio forem atacadas frontalmen- te pelo pessoal da manutengo. Tenho visto alguns exemplos disso nas empresas. Pode-se distinguir outros fatores problemiticos que parecem ter contribuido para esta situagiio desfavoravel: «Os equipamentos e sua operagio, incluindo as deficiéncias de projeto, as ccondighes desfavoraveis sob as qual a aquisicao e o fornecimento aconte- ‘com ¢, finalmente, os problemas nos servigos de assisténcia técnica a serem prestados pelo fabricante ou fornecedor; +A organizago eo gerenciamento da manutengio sio deficientes, Tradi cionalmente, as atividades de manutengZo tém sido “tocadas” ao invés de serem gerenciadas de forma eficiente. Felizmente, muitas empresas jd esto atentas para a necessidade de encarar a manutencdo mais seriamente; + Os recursos materiais, incluindo a documentago técnica, pegas de reposi- gio, ferramentas, equipamentos de medigio e recursos financeiros. Com cequipamentos importados, muitas empresas tém dificuldades na obtengo de pegas ¢ ferramental especializado, na promoglio do treinamento de pes- soal da manutengao e operagio ¢ na obtencio de documentagao técnica, tis, ‘como manuais de manutengio ¢ catdlogos de pecas; Os recursos humanos para manutengiio, suas atitudes, nivel de experi tia, conhecimente © qualidade do teeinamento. Tradicionalmente, as em presas brasileiras nio se importavam com a qualificagao de suas equipes de ‘manutengao. Esta situaglo esté sendo gradativamente methorada em algu- mas reas, Os gerentes brasileiros, em vérios tipos de indiistria © em todos os niveis hierarquicos das organizagées, devem entender claramente 0s prineipios da ma- nutengio de equipamentos, se interessar por ela e promover exaustivamente a melhoria do seu nivel. Atividades de manutengao mais cficientes nao traro bene {icios somente para o setor industrial brasileiro. Na verdade, toda a sociedade serd beneficiada por uma cultura voltada para a melhoria do nivel gerencial da manu- tengo. Esta cultura dever4 ser disseminada pelo setor industrial, pelas universida- des ¢ pelo Governo Espero que este livro traga uma contribuigdo significativa neste sentido, pro- piciando aos gerentes ¢ supervisores 0 conhecimento necessério para o aperfeigo- amento- do gerenciamento da manutengo, Espero também que os gerentes € supervisores estudem e pratiquem com entusiasmo 0s conccitos e técnicas apre- sentados aqui, para que atinjam excelentes resultados, tornando suas empresas cada vez mais produtivas ¢ competitivas. Este livro 0 resultado de mais de trés anos de estudos ¢ experiéncias sobre a melhoria do gerenciamento da manutengio, Incorpora o valioso aprendizado ad uitido em dezenas de visitas técnicas a empresas brasileiras, em companhia de especialistas japoneses. Destaco o papel fundamental que o Eng” Akio Shiwaku, da JODC (Japan Overseas Development Corporation), desempenhou neste pro- ccesso, Sua experiéncia de mais de vinte anos no gerenciamento da manutengio de ‘uma das maiores corporagées japonesas, seus ensinamentos e orientagSes técni- cas, sempre prestados com muita clareza e paciéncia, foram decisivos para a pro- dugio deste livro. Sou muito grato ao Eng? Shiwaku por sua valiosa contribuigao. Quero registrar meus agradecimentos ao Presidente Executive da Fundagio «de Desenvolvimento Gerencial, Prof. José Martins de Godoy, que incessantemen- te me apoiou ¢ incentivou na produgdo deste livro, ao Prof. Vicente Faleoni ‘Campos pelos seus valiosos comentirios e 20 Prof. Carlos Bottrel Coutinho pela ccuidadosa revisio do texto. Varios colegas, consultores do Grupo de Manutengio ‘da FDG, me auxiliaram na fase de pesquisa ¢ na elaboragdo do texto, fazendo um grande esforgo para que este livro pudesse ser conclufdo. Sou profundamente gra- to ao Eng” Daniel Candido da Costa, Eng” Rogério Silva Nacif e Eng® Newton Moreira Leal pelos comentirios, sugestdes e revisGes detalhadas, pela amizade € aprendizado. Agradego também ao intérprete do Grupo de Manutengio, Eng* ‘Yoshiaki Matsuzaka, ¢ aos varios colaboradores e colegas pelo esforgo e trabalho competente, particularmente ao Eng" Liicio Borges, Eng? Arnaldo Nogueira Neto, Luciana Carvalho ¢ Flavio Belo. Finalmence, meu agradecimento aos meus pais Marflia de Dirceu Queiroz Barbosa Xenos e Filippos Joannis Xenos pela dediéagdo, carinho e amor. Belo Horizonte, outubro de 1998 Harilaus Georgius dPhilippos Xenos ‘Consultor da Fundagao de Desenvolvimento Gerencial Uma Visio Geral da Manutencao de Equipamentes 1.1. INTRODUGAO ‘Apesar de a manutengio de equipamentos ¢ instalagdes industraisjé estar sendo praticada hé anos em muitas empresas brasileiras © apesar de existicem vrios cursos de treinamento ¢ literatura sobre o assunto - abordando tanto os aspectos técnicos quanto gerenciais da manutengdo -, € surpreendente o fato de frequentemente encontrarmos pessoal de manutengao de varios niveis -diretores, ‘gerentes, supervisores e técnicos - ¢ de diferentes empresas que nio conhecem a cesséncia das suas préprias atividades profissionais ¢ que acabam se atrapalhando ‘com 06 termos relacionados com a manutengao de equipamentos. Varios termos relacionados com as atividades de manutengio ji estéo sufi- ccientemente definidos em livros, glosssrios e normas especificas como a NBR 5462-1994, intitulada Confiabilidade e Mantenabilidade. Naturalmente, podem eexistir ligeiras variagSes da terminologia entre as diversas fontes disponiveis _mesmo entre empresas diferentes, Mas a questo principal € a necessidade de se estabelecer um entendimento claro e uniforme dos principios ¢ da maneira de pensar que deram origem aos termos bésicos utilizados para se referr s atividades de manutengao. mau en- tendimento destes prineipios, por mais simples que eles sejam, poders estar cus- tando muito caro para as empresas, como resultado da prética de atividades de ‘manutengSo inadequadas. Neste capitulo, vamos explorar alguns prine‘pios bisicos relacionados com ‘2 manutengio de equipamentos, sem a intengao de propor uma terminologia nova ¢ definitiva, O objetivo, dos proximos pardgrafos ¢ organizar idéigs sobre 0 7 gerenciamento da manutencdo, deixando claras suas inter-telages, Acreditamos ‘que niio basta saber recitar de memiéria a terminologia e seu significado: ¢ preciso entender a maneira de pensar que esti por detrds de cada um dos termos. 1.2. CONCEITO DE MANUTENGAO Primeiramente, vamos conceituar a prépria atividade de manutengao e mos- tar quais so seus principais objetivos. O diciondrio Aurélio define a manutengdo como as medidas necessérias para a conservacdo ou a permanéncia de alguma coisa ou de uma sitwagao ou ainda como os cuidados técnicos indispenséiveis ao funcionamento regular e permanente de motores e miquinas. Formalmente, a manutengio é definida como a combinagio de agdes técni- ‘cas e administrativas, incluindo as de supervisto, destinadas a manter ou recolocar tum item em tm estado no qual possa desempenhar uma fungao requerida (NBR 5462-1994). Ou seja, manter significa fazer tudo que for preciso para assegurar ‘que wm equipamento continue a desempenhar as funcdes para as quats foi proje- ado, num nfvel de desempenho exigido. Basicamente, as atividades de manutengio existem para evitara degrada dos equipamentos ¢ instalagées, causada pelo seu desgaste natural ¢ pelo uso. Esta degradagio se manifesta de diversas formas, desde a aparéncia externa ruim dos cequipamentos até perdas de desempenho ¢ paradas da producio, fabricago de produtos de mé qualidade e poluigdo ambiental ‘Todas estas manifestagdes t€m uma forte influéncia negativa na qualidade ¢ produtividade, prineipalmente em empresas nas quats 08 equipamentos desempe- ‘nham um papel fundamental na produgio, Baixa qualidade e produtividade aca- bam colocando em risco a sobrevivencia da empresa. Como a manutengao dos cequipamentos pode desempenhar um papel importante na methoria da produtivi dade, os ganhos potenciais com a melhoria do seu gerenciamento nao podem ser simplesmente desprezados. Infelizmente, ainda hé muitas idéias incorretas e formas de pensar ultrapas- ssadas sobre a esséncia das atividades de manutengio e sobre 0 seu gerenciamento, Isto pode resultar em conflitos entre o departamento de manutengio € outros de- partamentos da empresa, principalmente os de produgio. Parece que estas defici- Encias de entendimento - que encontramos também nos profissionais de manuten- 6:80 - so em grande parte responsdiveis pelos problemas de relacionamento tio 8 ‘comuns entre os departamentos de manutenci0 ede produgdoe pela forma como as, atividades de manutencdo ainda so vistas em muitas empresas: como uma dor de ‘cabega sem Soluggio, um mal necessario. Ironicamente, ainda € comum a utilizagdo da expressdo “em manutengio” para designar as atividades de reparo de algum equipamento que quebrou. Talvez isto seja uma pequena evidéncia de que as atividades de manutengao de equipa ‘mentos ainda s0 mal entendidas por um grande niimero de pessoas. Muitas em- [presas experimentam sérios problemas com a ocorréncia de falhas nos equipa- ‘mentos € insistem em chamar os reparos de manutengio. A ndo ser que acbes ‘concretas estejam sendo tomadas de forma sistemética para evitar as falhas, ficar somente consertando os equipamentos depois que as falhas ocorreram no pode ser entendido como manutenga0. ‘Vez por outra, a manutengto dos equipamentos pode incluir atividades rela- cionadas com o tratamento de falhas - detecciio, reparo, investigago das causas fundamentais ¢ estabelecimento de contramedidas para sua reincidéncia, Entre- {anto, estas devem ser atividades esporddicas ¢ néo podem se transformar no meio de vida das equipes de manutengio. Tratar falhas em equipamentos pode ser um bom negécio somente para as empresas que vivem de assisténcia técnica, através da venda de pecas de reposiglio ¢ de miio-de-obra. Para aqueles que precisam dos cequipamentos para produzir seus produtos e servigos, as falhas sio um desastre, Num sentido restrito, as atividades de manutengio estado limitadas ao retor- no de um equipamento is suas condigdes origina. Mas, num sentido mais amplo, as atividades de manutengfo também dever envolver a modificagio das condigdes originais do equipamento através da introdugao de methorias para evitar a ocorrén- cia ou reincidneia de falhas, reduzir 0 custo e aumentar a produtividade. ‘Normalmente, as grandes modificagées que visam ao aumento da capacida- de ou do volume de produgo dos equipamentos instalagdes esto fora do escopo das alividades de manutenglo. Entretanto, dependendo de sua complexidade e dos recursos técnicos exigidos, estas modificagdes podem ser planejadas ¢ implementadas pelas pr6prias equipes de manutengio existentes nas empresas. 1.3. A ABRANGENCIA DAS ATIVIDADES DE MANUTENGAO ‘Como acabamos de mencionar, as atividades de manutengZo devem ter um cscopo muito mais abrangente do que simplesmente manera condigSes originais dos 19 equipamentos. Muitas vezes, somente manter estas condigdes ¢ insuficiente ¢ a introdugiio de methorias que visam a aumentar a produtividade também deve fazer parte do trabalho dos departamentos de manutencao. Assim, as atividades de manutencdo de equipamentos em qualquer empresa podem ser divididas em dois tipos: © Atividades de Manutengio © Atividades de Methoria, Estes dois tipos de atividades de manutengao tém objetivos distintos. Como © proprio nome indica, as atividades de manutengdo dos equipamentos visam a rmanter suas condigdes originais de operagio e seu desempenho através do restabelecimento de eventuais deterioragbes destas condigdes. Neste tipo de ativi- dade, assume-se que qualquer servigo de manutengo somente poder restabele- cer 6 equipamento as suas condigSes originals de desempenho e confiabilidade intrinseca, nunea exceder estas condigSes. Pste & sem diivida, 0 conceito mais ‘comum de manutengio porque incorpora a esséncia deste servigo, cujo objetivo & rmanter as caracteristicas e capacidade dos equipamentos a0 longo do tempo. As atividades de manutengo resultam de agdes tomadas no dia-a-dia para prevenir ou corrigir eventuais anomalias ou falhas detectadas nos equipamentos pelos operadores da produgao ou pelas equipes de manutengio. Listas agées po- dem ser uma simples lubrificagio, oreparo de uma falha, a substituigdo periddica de uma pega, uma grande reforma do equipamento ou até mesmo cuidar da sua operacio correta. Estas atividades devem ser executadas sistematicamente pelos departamentos de produgio e de manutencio através do cumprimento dos padres de operagtio ¢ manutengao dos equipamentos, incluindo os padrdes de limpeza, lubrificagao, inspecdo, reforma, troca de pegas, teste funcional, dentre outros, Por sua vez, as atividades de melhoria dos equipamentos visam a methorar suas condigdes originais de operagiio, desempenho ¢ confiabilidade intrinseca, através da incomporagio de modificagées ou alteragdes no seu projeto ou configu- ragio original. O objetivo destas atividades é atingir novos patamares de produti- vvidade para 0s equipamentos. As atividades de melhoria requerem agdes especifi- ‘cas - tanto técnicas quanto gerenciais - que resultam na modificagdo de padriies e procedimentos existentes. Exemplos concretos de atividades de melhoria voltadas para os equipamen- tos incluem a definigio de metas para aumentar sua capacidade de produgio, me- Ihorar a qualidade dos produtos e reduzir os custos de manutengao. Neste Glkimo ~ caso, podemos desdobrar ainda mais a meta de redugio de cuss, resultando em: ‘umento da vida titi! do equipamento;redugo da ocorréncia de falas; redugio do tempo de manutengao preventiva; redugdo do custo des pegas de reposigtio, dentre outras. As atividades de melhoria poderio dar origem a componentes ou sistemas ‘modificados ou mais modernos, pecas mais resistentes ¢ outras medidas concretas para aumentar a confiabilidade intrinseca ou a capacidade funcional dos equipa- mentos. Se estiver ao alcance do orgamento ¢ do conhecimento técnico das equi pes do departamento de manutengio, as atividades de melhoria também podertio resultar numa atualizago tecnol6gica dos equipamentos. Por exemplo, painéis eléiricos grandes e obsoletos podem ser substitufdos por unidades mais modernas, compactas e confidveis. Num sentido mais amplo, podemos considerar que o objetivo da manuten- co no & somente o de manier ou restaurar as condicdes fisicas do equipamento, ‘mas de também manter suas capacidades funcionais. Ou seja, além de manter 0 que o equipamento é (condigdo fisica), também é necessirio manter 0 que cle pode fazer (capacidade funcional). Na verdade, a manuteagio da condigio fisica do equipamento tem como objetivo final a manutengio da sua capacidade funcio- nal. além da qualidade do produto, da seguranea e da integridade do meio-ambien- te, Para facilitar 0 entendimento deste conceito, vamos ilustré-lo através de um exemplo da vida pritica Exemplo 1.1 Numa fébrica de cervejas, um dos processos crtticos é 0 envasamento da ebida em latas. Se uma determinada linha de envasamento foi projetada para tuna capacidade de 120.000 latas por hora, em prinetpio a manutencdo deve ia balhar para que 0 equipamento consiga manter esta capacidade. Para isso, & necessario executar uma grande variedade de servicas de manutengio. Por exem- plo, dentre estes servigos de manutencdo poderdo estar a lubrificagéo periédica dos mancais de rolamentos, a substitugio de pegas com vida ttl limitada e a reforma de componentes que se desgastam. Todas estas tarefas visam a manter cerias condicées fisicas indispensaveis & manutencao do desempenho esperado do equipamento ou seja, sua capacidade funcional. ‘Alem de garantir 0 bom desempenho do equipamento, a manutengao é in portante para garantir a qualidade do produto em processamento, Neste caso, as ‘condigdes fisicas da envasadora devem assegurar a correta limpeza.e enchimento a das latas ¢ que elas ndo serio danificadas durante os processos de transporte, recravagéo da tampa, pasteurizagdo, embalagem ¢ paletizagao, Pventuais falhas certamente reduzirdo a capacidade funcional do equipa- mento, seja pela geragdo de produtos defeimosos ou pelo tempo de interrupeao da produgdo, quando nao sera posstvel produzir. Por isso, 0 objetivo mais impor- tante da manutengdo & prevenir a ocorréncia de fathas nos equipamentos. Em ‘muitos casos, somente as atividades de manutengdo poder ser insuficientes para prevenir as falhas. Serd necessério também conduzir atividades de melhoria, como explicamos antes. Asatividades de melhoria também visam ao aumento da produtividade atra- vés da reduedo dos custos de manutengdo. Assim, poderd ser necessério reposicionar os redutores dos transporiadores de latas para reduzir seu tempo de ‘manutencao, ou ainda reprojetar algumas pegas para tarnd-las mais resistentes Resumindo, qualquer degradagdo das condigdes fisicas do equipamento po- deré afetar também seu desempenko, sua produtividade e a quatidade dos produ- 10s e servicos da empresa. Por definigdo, nenhuma atividade de manutengao au- ‘mentard « capacidade funcional do equipamento ou sua confiabilidade intrinse- a, Por isso, as atividades de methoria também sao essenciais. Moitos problemas ainda acontecem nas empresas porque alguns profissi: nais de manutengio ndo perceberam a real abrangéncia das suas atividades. De agora em diante, sero utilizados neste texto 0s termos manutencao e atividades de manuiengao, incluindo também conceito de melhoria dos equipamentos. As atividades de manutengo compreendem alguns métodas de manutengo ¢ atividades gerenciais que chamaremos aqui de funcdes dle apoio ou fungdes -erenciais da manutengio. Na segio seguinte, vamos explicar 0 conceito de cada um destes méiodos de manutencio ¢ 0 objetivo das atividades gerenciais, Estes tpicos serao explorados mais detalhadamente ao longo dos préximos capstulos. 1.4, OS METODOS DE MANUTENCAO Podem existir diferentes maneiras de classificar os varios métodos de ma- utengio. A classificago que adotaremos neste capstulo abrange de forma sufici- cente todas as tarefas que compdem as atividades técnicas de manutengo, Apesar de alguns dos termos ja serem comumente utilizados por varias pessoas em dife- 2 rentes empresas, temos percebido que, em muitos casos, falta um completo enten- dimento do seu real significado. 1.4.1, MANUTENGAO CORRETIVA ‘A manutengio corretiva sempre é feita depois que a falha ocorreu, Em principio, a opgéo por este método de manuten¢do deve levac em conta fatores ‘econdmicos: é mais barato consertar uma falha do que tomar agdes preventivas? Se for, a manutengio corretiva é uma boa opedo. Logicamente, niio podemos nos esquecer de levar em conta também as perdas por paradas na produgao, pois a manutengao corretiva pode acabar saindo muito mais cara do que imaginévamos em prinefpio. ‘Do ponto de vista do custo de manutengo, a manutengo corretiva é mais bara tado que prevenir as falhas nos equipamentos. Em compensagdo, também pode can sar grandes perdas por interrupgdo da produgio. Outros fatores importantes que de- ‘vem ser considerados antes de se optar pela manutengo comtetiva sio 0s seguintes: + Existem ages preventivas que podem ser tomadas para evitar a ccorréncia da falha no equipamenta? Fatas agbes so teenicamente viéveis eecondmicas? Se nio houver ages preventivas vidveis e evondmicas, « manutengo corretiva pode ser um método de manutengie adequado. + Bm muitos casos, como nio se pode prever 0 momento de ocorréncia das falhas, ‘existe a possibilidade de haver interrupgSes da produgdo de forma inesperada. ‘Se esta interrupgio for excessivamente longa, poderd haver prejuizos significa- tivos para a empresa. ‘+ Mesmo optando pela manutengdo corretiva para algumas partes menos eriticas ‘do equipamento, é preciso ter os recursos necessérios~pegas de repasigdo, mlo~ de-obra e ferramental - para agicrapidamente, visando a redugio de possiveis impactos da falha na produgio. HA casos em que & vantajoso ter components ‘montados em estoque para substituicio ripida na ea. O reparo do componente danificado poderd ser feito posteriormente pela oficina central ou por uma em- presa terceirizada, £ importante ressaltar também que, mesmo que a manutengio corretiva t= tha sido escothida por scr mais vantajosa, no podemos simplesmente nos confor- ‘mar com a ocorréncia de falhas como um evento jé esperado e, portanto, natural. 2 ‘Umaspecto fundamental, mesmo no caso da manuteneZo corretiva, é se esforgar para identficar precisamente 2s causas fundamentais da falha e bloqueé-las, evitando sua reincidéncia, 142, MANUTENCAO PREVENTIVA A manutengao preventiva, feita periodicamente, deve ser a atividade princi- pal de manutenco em qualquer empresa. Na verdade, a manutengZo preventiva é ‘o coragio das atividades de manutengo! Ela envolve algumas tarefas sister cas, tais como as inspegGes, reformas e trocas de pegas, principalmente. Uma vez. estabelecida, a manutengdo preventiva deve ter carétcr obrigat6rio. Se comparada, com a manutengio corretiva - somente do ponto de vista do custo de manutenga0 ~ a manutengio preventiva € mais cara pois as pecas tém que ser trocadas ¢ os componentes tém que ser reformados antes de atingirem seus limites de vida. Em compensagao, a freqincia da ocorréncia das falhas diminui, a disponi bilidade dos equipamentos aumenta e também diminuem as intertupgdes inespe- radas da produg0, Ou seja, se considerarmos o custo total, em varias situagdes a ‘manutengo preventiva acaba sendo mais barata que a manutengao corretiva, pelo fato de se ter dominio das paradas dos equipamentos, ao invés de se ficar sujeito as paralas inesperadas por falhas nos equipamentos. Muitas empresas acreditam ter um esquema eficiente de manutengio pre- ventiva, Mas, 0 que temas visto no chiio-de-falbrica de muitas delas € que, quase ‘sempre, o empo reservado para a realizago da manutengao preventiva acaba sen do usado para trabalhar naquelas falhas que surgiram no dia-a-dia da produgao. [Em geral, 0s itens de manutengdo preventiva ficam de lado e ndo sdo cumpridos. ‘Sem uma boa manutenedo preventiva, as falhas tendem a aumentar e ocupar todo ‘0 tempo do pessoal de manutencio, Também pode acontecer que, mesmo com 0 ‘cumprimento sistemdtico da manutengdo preventiva, as falas nfo diminuam. A causa deste fendimeno pode estar tanto na falta de padres procedimentos de manutengao ‘quanto no conhecimento e habilidades insuficientes dos técnicos de manutenga0.€ ope- radores da produgé 1.43, MANUTENCAO PREDITIVA Como mencionamos, a manutengao preventiva € uma modalidade mais cara othanido apenas 0 custo da manutenga0, pois as pegas ¢ componentes dos equipa- Py

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