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62 P. Huw Beynon } CY 5 Trabalhando para Ford Trabalhadores e sindicalistas na indistria automobilistica Tradugao: Laura Teixeira Motta [7 Wontager impressie e cabamenio Margués O-Albany Grates Eos ica Tia Hevéta, 979 CEP 1215.00 (01 222-0888 / 220-7661 PAZ E TERRA ESTABELECIMENTO F REVISAO DOS PADROES DE TRABALIIO Etapa 6, Parte B — Confira o elemento tempo para a compatibilidade © engenheiro industrial a seguir confere cada valor individual e o com- para com os demais valores no mesmo grupo de elementos, para veri ‘cat se sio compativeis. Por exemplo, os valores de tempo computados para o elemento 1 sio: .05; .04; .04; .05; 04; 05, 05; 03, .05; 05, Observe que 2 média fica enire 04 ¢ .05 ¢ que esses valores de tempo io compativeis. Os valores do elemento 2 slo: 07; 06: 06; .07; .07: '06; 07; 05; 07; 06. Estes também parecem compativeis. Mas no el mento 3, cujos valores de tempo sio 0B; 09; 09; .10; 09; 15: 09; 10; (08; 08, o sexto elemento do ciclo ¢ 15. Este valor, .15, no é compat vel com os demais, Observando o pequeno ““C” na coluna de registos, fo engenlwire ¢ alertado de que o operador conversou com outro empre- teado depois de completar o elemento, o que elevou o elemento tempo. Devido a0 fato de que © tempo para o elemento inapropriado ocoreu durante o elemento tempo, ele & suprimido dos célculos do tempo pa- dri, pois conversar com outro empregado ndo ¢ essencial a0 trabalho. De um manual de treinamento da Ford, Introdugado Enquanto vocé Ié este livro, trabalhadores em todo o pais (¢ ‘em todo 0 mundo) estarao produzindo automoveis, Na Gra-Breta~ nha, a maioria deles trabalha na Ford ou na BL, em quatro gran- des unidades fabris situadas em Londres (Dagenham), Liverpool (Halewood), Birmingham (Longbridge) e Oxford (Cowley). Ali, dezenas de milhares trabalham em torno di linha de montagem mével. Um homem acabou de colocar um tanque de gasolina no chassi de um carro, ¢ comeca a instalar mais um. Outro, no aca bamento de motores, esta colocando engrenagens nos motores. Ele deve ter consultado 0 expedidor, que Ihe informou as especi- ficages do motor seguinte a aparecer na linha ¢ a caixa de cdm- bio apropriada, E tudo computadorizado, Agora: selecione a caixa de cimbio, levante-a com 0 guindaste ¢ encaixe-a no buraco no meio do motor. E mais rapido fazer sem o guindaste — mas euidado com as costas. Aperte os parafusos de cima, ¢ esta pronta — presa ‘a9 motor. De volta a0 expedidor. Nao ha tempo a perder. Quarenta ‘motores por hora; quarenta caixas de cambio; quarenta operagSes. Em Halewood, Dagenham e Longbridge, homens nas ofici- nas de produgdo de carrocerias trabalham ao lado de robés produ zindo chassis de Escort, Sierra Metro. Ali os ritmos so mais acelerados: noventa e cem operagdes por hora, Suando, acompa- rnhando o ritmo dos robés, alimentando as maquinas, Pois a auto- ‘magio ndo se livrou do trabalho em ritmo de maquina da linha de montagem. Na verdade, intensificou-o. E especialmente agora, 2 Trabalhando para Fort quando “competitividade” ¢ a palavra de ordem ¢ os trabalhado- res curopeus so bombardeados com alertas sobre os japoneses. E aqui, “‘na linha”, que o primeiro Henry Ford criow uma das mais poderosas imagens do século XX. Uma imagem que combinava “cficiéncia” e “tédio”, as duas vigas-mestras da vida modema, Os que se beneficiam da “eficiéncia”, & distancia, com freqiién- cia convencem-se de que as pressdes da linha de montagem no sfo tio terriveis. Os que experimentaram essas presses acham 0 contririo, Como observou um jomalista em 1972: No fim da primeira quinzena, a absolula monotonia do trabalho cesiava me transformando em um zumbi. Parei de ler livros, © me cescarrapachava na frente da televisio & noite sem escolher 0s pro gramas. (The Times, 33.1972) Duas companhias dominavam a indistria automobilistica britinica — a Ford ea BL. A primeira, uma gigantesca empresa norte-americana que produzia em todo o mundo; a segunda, hoje em dia, uma fabricante nacional relativamente pequena de pro- pricdade do govero, Ao longo das duas décadas passadas, os destinos dessas duas empresas (¢ as pessoas que nelas trabalham) contrastaram marcadamente, Apés sua formagao, a BL adentrou a ‘década de 70 como a iinica fabrica de automéveis britinica rema- nescente, dentre as de todos os portes. Era claramente a lider na Gri-Bretanha, com 40% das vendas, bem a frente da Ford, que tinha 25%. Hoje em dia, a Ford é a primeira, nas vendas ¢ em outros setores. O presidente da cal (Confederation of British In- dustry) e 0 do Institute of Personnel Managers [Instituto dos Ad- ministradores de Pessoal], Terence Becket e Bob Ramsey, respec- tivamente, séo os “‘mandachuvas” da Ford briténica. Na Gra-Bretanha ¢ na Europa Ocidental, Ford agora € sindnimo de “sucesso”. A Ford Europa emergiu como um centro cada vez mais podcroso de Iucros na Companhia. A BL. encolheu ¢ agora é uma produtora nacional de menos de 500 mil veiculos; a Ford entrou nos anos 80 como 0 mais claro exemplo de um prodi transnacional organizado: “‘a mais global das empresas globai Em 1981, a Companhia classificou-se em 6.° lugar na lista da Fortune das maiores empresas norte-americanas, produzindo cer- Introdugao 33 cade 5 milhdes de unidades, faturando USS 38.247,000,000, com ativos de USS 23.021.000,000. Com fabricas organizadas em todo 0 mundo (da Africa do Sul ao Brasil, do México ao Japio), consolidou-se como uma organizagao de produgdo © comerciali- zagdo mundialmente integrada, Na liderenca da Ford, ainda, a fa- miflia Ford. A revista Forbes descreven a familia Ford da seguinte ma- neira em 1982: Ford: dca de Detroit. Descendentes do Henry Ford. Base da for- tuna: 12,8 miles de acées classe B da Ford Motor Company (10% das acées ordindrias em circulaglo, mas 40% dos votos) em imdos dos trés nelos vivos (Henry Il, 0 atual patriarca, William Clay... Josephine C) ¢ treze bisnetos. Henry If quer passar 0 cet para o filho Edsel, mas atente para Benson Jr. ascendendo com ages judiciais. Os bens da familia Ford, outros ativos, facilmente excedem 250 mithOes de détares. Comparados com isso, os Ewing ée Dallas so uns pobres coitados, Os Ford so estrelas de primeira grandeza, ¢ ha bons motivos para a Forbes referir-se a Hetry I como “patriarca”. Ele — como o representante da familia — continua a exercer um poderoso controle direto sobre as operagdes da Companhia — a companhia deles. Assim, em 1977, ele podia dizer que “alguém que se chama Ford tem de estar no escaldo superior da Compa- nhia” (The Times, 14 fev.). Naquela época, escrevendo sobre 0 comité dos dez para a politica da Ford de Europa, o Sunday Times (9.10.1977) salientou que, embora esse “gabinete curopeu” seja responsivel pela estratégia geral na Europa, cle no & todo-poderoso. A principal limitago é a de que as deci ses sobre investimentos superiores a 25 miles de délares tém de set submetidas a consulta junto a dizetoria principal, em De troit. Essa regra, estabelecida pessoalmente por Henry Il, indica com quem esti o poder supremo. Esta com o chefe. E por toda a década de 70, isso foi deixa- do bem claro nas reunides semestrais das sucursais européias da ‘Companhia: 34 Trabathando para Ford Ele sentava no mesmo lugar em todas as reunives, o primero, na ccabeceira da mesa [..] sorridente, forte, jovial, ele anda em volta da mesa antes de sentar-se, Para todos ele & 0 “Senhor Ford”, exalamente como 0 avé Henry I, o fundador da dinastia ¢ inventor da democracia sobre rodas. Ninguém se atreveria a chami-lo de ‘Hnry" [...J Depois de ter apertado a mao de todos, 0 St. Ford volla para sua cadeira, tira 0 paleté, espalha suas varias pastas de papéis sobre a mesa, coloca a sua frente 0 mago de Benson and Hedges — que mais tarde serd substituido por pequenas cigarri- thas —, cenifica-se de que todo mundo esta presente, ¢ enlio: “E ‘bom estar aqui, cavalbeiros. Vamos aos negocios [..". (Seidler, 1976, p. 31) ‘© homem do acabamento de motores instalou a segunda caixa de edmbio e esti na terceira. Nas cerca de seis horas se- puintes, ele tera feito uma pausa para o café (café de maquina) e ultra para o almogo na cantina, E tera instalado outras duzentas caixas de cdmbio. Quarenta por hora; 320 em cada tumo. Mais quarenta se Ihe pedirem para fazer uma hora extra, Ndo subonios coisa alguma a respeito desse homem. Enquanto Henry Ford é juma personalidade piblica, a vida dos homens e mulheres que trabalham para cle raramente sai do anonimato. Greves ¢ inciden- tes ocasionais de retardamento do trabalho e sabotagem as vezes ‘yiram manchete. Também as vezes essas pessoas sao menospre~ zadas publicamente por politicos ¢ administradores de altos esca- Joes. Quase sempre, porém, gente como essa trabalha toda uma ‘vida nas fabricas anonimamente, sem ser notada. E ali, de infini~ tas manciras, na Grd-Bretanha e no munto inteiro, gerentes ¢ mé- quinas combinam para estabelecer um mundo no qual “vocé mo ‘tem importancia” E essencial compensar essa deficiéncia. Equilibrar a balan- ga E, 20 fazé-lo, analisar como a celebridade de Ford e a conti- nuidade da fortuna da familia esto na dependéncia do tédio regu- Iamentado suportado pelos homens ¢ mulheres que trabalham na Companhia. Pois eles sio — em um sentido real ¢ fundamental ~ parte de um mesmo mundo. Ao longo deste século, milhées de pessoas trabalharam na Ford. Hoje em dia, os empregados da Companhia espalham-se por todo o planeta, Este livro trata das Introdugao 35 experiéncias de apenas algumas dessas pessoas: as que trabalha- ram na fabrica de Halewood nas décadas de. 60 ¢ 70. Entretanto, procura demonstrar que suas vidas estdo ligadas as de outros tra- balhadores (do presente ¢ do passado) por meio das operagées da Ford Company. Essa é uma verdade que eles claramente reconhe- cem. Em muitas ¢ variadas ocasides, empregados da Ford fiz. ram-me perguntas sobre a familia Ford. Eles sabem do poder exercido por Henry Ford, € queriam conhecer coisas a respeito dele © do “primeito Henry”. “Como foi que ele fez fortuna?” “Henry Bennett ndo era um capanga?” “Um gangster de Capone, nao era?” “De quem é filho este Henry, este que agora esta csfo- lando a gente?” “Henry dois-movimentos”. Em 1968 eles ha- viam lido a The Flivver King, de Upton Sinclair, e no ficaram muito impressionados. Também tinham lido 0 panfleto do UAW We work for Ford. Viram as figuras, ¢ queriam saber mais, Fizeram-me perceber que um livro a respeito de Halewood precisava comegar pelos Estados Unidos. Precisava partir de Dearborn, Michigan. Ja nio hi mais nada a conciliar, se & que houve alguma vez, entre 2 consciéncia social e a motivaso do lucro. Melborar a qualidade da so- ciedade — investir em melhores empregados e clientes para amanhi — nada mais € do que outro passo no processo evolutive de adotar uma perspectiva mais clarividente do retorno dos investimentos. Henry Ford Il, 1969 A publicidade antecipada do novo Mustang da Ford norte-americana mostrava o presidente da companhia, Lee Tacocca, em pé ac lado do caps, todo orgulloso.,. No Iangamento do novo modelo, esta semana, sua vigorosa personalidade estava ausente, ¢ contudo era vividamente embrada. Iacocca era o herdeire presuntivo de Henry Ford Il, hoje com 63 anos, ¢ os entendidos na saga da sucesso na Ford recordam-se da Fulminante demisso, em setembro de 1969, do entio presidente ¢ apa~ ronte herdeiro, “Bunkie” Knudsen, Naquete momento, lacocea sentava se na plataforma sorrindo e fumando um grande charuto. Knudsen du- a apenas dezenove meses. Antes dele, um punhado de altos sativos sucumbira ao poder do homem que certa ver. explicou sucin- tamente sua forga; “Meu nome esti no prédio”. Houve Harry Bennett, por exemplo, Contratado em 1916 por Henry Ford, 0 patciarca fundador, cle na década de 40 controlava a companhia comt implacivel determinagdo, Henry TI assumin o controle nominal em setcmbio de 1945 [e] imediatamente despediu Bennett, No tenso con Tronto com Jol Bugas, 0 jovem aliado de Henry 11, Bennett sacow un revolver. “Mcu 38 estava bem ali no palets. En estava pronto, se pare ‘cesse que minha vida estava em jogo”, comentou Bugas mais tarde. Honry IL rouse para a fina um velerano da General Motors, Emest Brecch. Em 1960 Breech saiu, depois de Henry, alegadamente, ter-lhe dito: “Eu me forme’, Em 1963, Asjay Miller — reerutado como um dos “mevinos prodigio” do jovem Henry — tornou-se presidente. Mil- Ter voltow de uma viagem & América Latina em 1968 c ficou sabendo que fora substituido por Kansdsen, Financial Tames, 19.6.1978 A fabrica de automoveis de Henry Ford 0 século XX foi o século da produgdo em massa, Em scus anos iniciais, a introdugo da linha de montagem foi aclamada ‘com um entusiasmo que beirava a adulagao. O responsivel por isso foi considerado um homem milagroso, E esse homem foi Henry Ford Fle se tomou o herdi da saga da produgio em massa. ‘A maxima de Wilde, “sob as condigdes adequadas a tecnologia servira aos homens”, foi dada por certa, pois as condigées ade- quadas estavam ao alcance; a era da abundancia cra iminente, Mas a produgio em massa trazia também o “homem em massa € a euforia tecnolégica daqueles anos arefeccu diante do desem= prego c da “aceleragio do trabalho” praticada na linha de produ- G0, O fazedor de milagre passou a vilio. Chaplin, em Tempos ‘modernos, retratou 0 homenzinho esmagado pela linha de monta- ‘gem. O pessimista Admirdvel mundo novo, de Huxley, imaginou ‘um futuro onde os homens eram tolhides pela coergo ¢ desnor- teados por uma nova religio —o fordismo. Um mundo tecnocrat co, descncantador. Ford passou a ser atcrmentado por uma visio semelhante, Tanto assim que comegou a somprar partes da “velha América”, a abrir muscus foleléricos, a fechar ruas aos automévei Henry Ford nasccu filho de agricultor em Dearbom, Michi- gan, cm 1863. Fez sen primeito automével em 1893 e formou a Ford Motor Company em 1903, aos quarenta anos. Dominow os negécios da Companhia durante os quarenta anos seguintes. Por toda a vida cle conservou os preconceitos ¢ idéias do pequeno 38 ‘Trabalhando para Ford agricultor Foi um anacronismo. O muttiblionério agricultor do interior que fabricava automéveis. Em 18 de junho de 1903, Henry Ford e outros onze homens reuniram-se e fundaram a Ford Motor Company. No primeiro dno, foram produzides 1,708 veiculos de passcio Ford. Dez anos ‘aig tarde, a produgo anual atingia a marca dos 200 mil carros: Em 1915 fabricou-se meio milho de unidades, ¢ em 1919 os pimeros chegaram a 1 milho de carros por ano — mas outro tumento vertiginoso levou a produgdo a 2 milhes em 1923. Ford triunfara, Irrompera no mercado em massa para automoveis. E estava rico, Em 1903, precisava-se de pouquissimo capital para iniciar uma fabrica de automéveis, ¢ Ford, com sous onze sécios, ‘comegara com 28 mil délares. Nos dez primeiros anos de sua cristéncia, a Companhia ganhou 55 milhes de détares. Nos trés fanos seguintes, entraram mais de 100 milhGes de d6lares. Em agosto de 1916, os haveres da Companhia atingiam 300 milhoes Ford era um homem rico, Um homem rico que desejava controlar 0 que era seu, Como relataram seus compreensivos bidgrafos No devido tempo, Henry Ford comprou a parte dos sécios, até que ‘le se tomou a Companhia... Ele no se conformava com a idéia de que os irmdos Dodge o obrigariam a pagar dividendos com dinheiro que ele desejava reinvestir na empresa [..] Nao quetia er “intrusos” enriquecendo com o faturamento de sua Fabrica. Ele era um ditador, e tinha completa ascendéncia sobre seus fami- Tiares mais proximos, (Nevins e Hill, 1962, p. 428) Ele era O Homem. E continuaria sendo 0 Homem até mor- rer, Por toda a vida manteve um controle inabalivel ¢ autocratico sobre sua empresa, inteiramente convicto de seu dircito de gover nila como bem entendesse. Toda fabrica de automéveis era um ugar duo de se trabalhar. A flosofia de Henry Ford consistia em rganizagdo do trabalho nas ‘acrescentar uma aspereza especial & or oficinas das fabricas Ford. Ford triunfou gracas @ linha de montagem movida a volante magnético, introduzida em sua fabrica de Highland Parke em 1913, “Eo mais interessante estabelecimento metalirgico do A fibrica de automiveis de Henry Ford 39 mundo”, escreveram dois entusiastas da época (Arnold e Faurete, 1915, p. 1). Ford descreve algumas de suas caracteristicas: Cada pega a ser trabalhada na oficina move-se; pode ser movida cem ganchos presos a correntes erguidas, chegando para a monta- ‘gem na ordem exata em que as partes sto necessarias; pode deslo- car-se sobre uma esteira mecdnica ou mover-se pela forga da era ‘Vidade, mas 0 importante é que néo ¢ preciso levaniar nem conduzir em veiculo coisa alguma além das ferramentas. Ford, 1922, p. 85) Era tudo muito cientifico. (Os mecdnicos da Ford fazem questo da postura ereta no trabalho, ‘pois aprenderam que toda posigdo curvada do corpo reduz. muito a cficiéncia do trabalhador. Acredita-se que scjam decididamente ‘vaniajosas as diferentes alturas das linhas elevadas de montagem do chassi, (Arnold e Faurete, 1915, p. 138) Assim como a maioria das outras coisas feitas por Henry Ford, a introdugao da linha de montagem mével foi cercada por ‘muita publicidade. Ford foi o primeiro a fazer amplo uso das rela~ ges piiblicas. Como diria Galbraith, cle foi o primeiro embroma- dor (Galbraith, 1963). Ford foi aclamado como um grande mecd- nico, um grande engenheito, e no entanto, se de fato analisarmos essa chamada nova tecnologia, descobrire- mos que nio se trata de “tecnologia” alguma. No é uma combi- ago de forsas fisicas, um principio de ordem social. Essa é a verdade do trabalho de Ford. Ele ndo fez uma s6 invengtio ov descoberta mecénica; tudo 0 que ele usou de mecdnica jé era mui- to conhecido havia um bom tempo. Apenas seu conceito de orga- nizagdo humana foi novo. (Drucker, 1950, p. 19) E seu conceito de organizago humana era simples: ‘A idéia & que 0 homem [..] precisa er cada segundo necessério, mas no um tnico segundo desnecessério. Ford, 1922, p. 85) ‘A implementagao desse principio organizacional produziu um efeito notavel sobre os homens que trabalhavam na fabrica de 0 ‘Trabalhando para Fort automéveis de Henry Ford. A Detroit da virada do século “tinha reputago intemacional como uma cidade de mao-

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