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Or on hee oI loser ae ea WOCsa "Zao Do 0) oS loess | ae 5 Ee = 38 ) or os on QO ° y <4 EDITOR CW cincia moverna Introdugao Anélise Combinatéria Copyright© Editora Ciéncia Moderna Ltde., 2007. ‘Todos os direitos para a lingua portuguesa reservados pela EDITORA CIENCIA MODERNA LTDA. De acordo com a Lei 9.610, de 19/2/1998, nenhuma parte deste livro podera ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletronico, mecénico, por fotocdnia e outros, sem q orévia aularizacdn, oncesniip.daEdidcea Editor: Paulo André P. Marques ‘Superviséo Editorial: Joao Luis Fortes Copidesque: Eliana Moreira Rinaldi Capa: Fernando Souza Diagramagao: Margarida P. Mello Varias Marcas Registradas aparecem no decorrer deste livro. Mais do que simplesmente listar esses nomes e informar quem possui seus direitos de ‘exploragao, ou ainda imprimir os logotipos das mesmas, 0 editor declara estar utlizando tais nomes avenas.nara fins editadiais em bnantininrvaluniyn do dono da Marca Registrada, sem intengao de infringir as regras de sua utlizagao, Qualquer semelhanga em nomes préprios e acontecimentos sera mera coincidéncia FICHA CATALOGRAFICA Santos, José Plinio O.,Mello, Margarida P. e Murari, Idani T.C. Introducao a Anélise Combinatoria de Janeiro: Editora Ciéncia Moderna Ltda., 2007 Analise Combinateria. [Titulo ISBN: 978-85-7393-634-6 j Editora Ciéncia Moderna Ltda. ! R. Alice Figueiredo, 46 - Riachuelo ! Rio de Janeiro, RJ Brasil CEP: 20.950-150 ! Tel: (21) 2201-6662 / Fax: (21) 2201-6896 Lom@.ci.cow.6R Worv.LcM.cOW.BR 10107 mn Introdugao & Andlise Combinatéria 5 Arranjos com repetigio . 2... 102 6 — Permutagdes cireulares .. .. . . 103 7 — Coeficientes binomiais : + 107 Exercicios . . ee .o. Wd Sumario 4 0 principio da inclusao e exclusao 119 1 Introdugao . 119 2 Cardinalidade da uniao de n conjuntos .... . . . 124 Prefiicio ix 3A fungio @ de Enler 131 4 Permutagdes eadticas 6. ee 184 1 Conjuntos ¢ 0 principio da indugao 1 5 Contando o mimero de fungdes rrr tr ML 1 Introdugado 4 Exercicios 145, 2 Conceitos e notagiio. . . - 1 3 Notagio somatério . 2.5.0 ee eee 8 5 Fungées geradoras 149 4 Notagio produtério 10 1 Introdugio. 2 ee 149 5 Principio da indugio matemética... . . « 13 2 Ciileulo de coeficientes de fungdes geradoras . . 155 Tepes « eee _. F 3 Fungao geradora exponencial . . . . . . - 168 4 Partigdes de um inteiro . 7 ee ees 180 2 Principios aditivo e multiplicativo 37 5 Grafico de uma partigio . 2. ee 182 1 Introdugaio. se oo tee 87 Exereic kame RRS Ree Cam ces 200 2 Aplicagoes dos principios aditivo e multiplicative... . 40 3 Permutagées simples. - cue ginasae 4 6 Melagdes de recorréncia 205 4 Arranjos simples. es eee ne 37 1 Introdugao. . 2... ee eee cee 205 5 Combinagdes simples... . . - « . 2 2 Resolugao de relagdes de recorréncia 2ui 6 — Combinagées complementares . . . e 65 2.1 Relagdes lineares homogéneas ... 244 Exercicios ©... ee aE : . 4 2.2 Relagdes lineares néio-homogéneas . . 252 2.3. Resolugao baseada em fungées geradoras ... . 261 3 Aplicagoes 89 Exercicios ax aus cee 26 1 Introdugao. . . . . . . . 89 2 Equagoes lineares com coeficientes unitirios .. 89 7 O principio da casa dos pombos: 283 3. Combinagdes com repetigio 7 1 Introdugao . 1 . 283, ® Beemtecine com repeliaio. 100 2 Generalizagoes 285 Sumério vu Bxercicios eee 295 8 Nogées sobre grafos 207 1 Introdugio . 297 2 (Multi)grafos Eulerianos . . 321 3 Isomorfismo . 2.2... 6. merwesemes sy SOE 4 Planaridade scusweamers genase ay 928 Exerefeios ©... cee MB A Coeficientes trinomiais 349 B Triangulos nao-semelhantes 357 C _Respostas aos exercicios 361 Bibliografia 384 indice 389 Capitulo 1 Conjuntos e o principio da indugao 1. Introdugao Como indicamos no preficio, a apredizagem da matemética passa, ne- cessariamente, pela resolugio de problemas ¢ pela construgio de de- monstragdes. Neste capitulo, além de notagdes e definigoes bésicas envolvendo conjuntos, introduzimos uma ferramenta bésiea. de funda- mental importncia na obtengao de “provas? em matematica. Esta ferramenta é o que costumamos chamar de principio da indugao ma- temdtica, que seré apresentada em duas formas diferentes que sio, na realidade, equivalentes. 2 Conceitos e notagao Sao diversas as manciras empregadas no dia-a-dia para designar wma colegao de objetos. Diretores de filmes, teatros ou novelas costumam escolher um “elenco” para realizar um projeto. Toda escola tem seu ‘corpo docen * © seu “corpo discente”. A poptlagio é dividida em “classes sociais” pelos economistas. Uma colegio de livros é designada “Hiblioteca” , ¢ assim por diante. Todas as palavras entre aspas acima constituem exemplos do que 0s matematicos chamam de conjuntos. Um conjunto é, entao, uma colegio de objetos de qualquer tipo — pessoas, plantas, animais, fenémenos. Os objetos que constituem um conjunto sio chamados elementos do conjunto, Introdugao & Andlise Combinatéria Representamos os conjuntos por letras maitisculas A, B,C, ...€ 05 seus elementos por letras miniisculas a, }, ¢, .... Assim, 0 conjunto A representado por A = {a, b, c}. Esta que possui os elementos a, be ¢ constitni uma representagio explicita do conjunto, isto 6, 0 conjunto 6 descrito pela ennmeragio de sens elementos. Por ontro lado, podemos também definir um conjunto através das propriedades de seus elemen- tos, Eutdo, por exemplo, 0 conjunto dos mimeros pares maiores do que 4 menores do que 15 admite a representagao explicita A = {6, 8, 10, 12, 14} ¢ a implicita A = {x |4 <2 < 15 ex 6 par} (lose: AG conjunto dos 2’s tais que x 6 maior do que 4. menor do que 15 e # 6 par) O niimero de elementos do conjunto A, denotado por |Al ou n(A), 6 a cardinalidade de A, ¢ pode ser finito ou nie, Os dois conjuntos do parigrafo anterior siio finitos, enquanto que o conjunto de todos os nrimeros inteiros, representado por Z, no é finito. O conjunto azio, representado por ) (alguns autores usam a notagio { }), 6 aquele que no possui nenhum elemento. © conjunto que possui apenas um clemento (por exemplo, A = {a}) 6 chamado de unit A notagao a € A (lé-se: a pertence a A) é adotada para indiear que «6 um elemento do conjunto A ea ¢ A (Ié-se: @ néo pertence a A) rio. para 0 caso eontririo, Dados dois conjuntos Ae B, diremos que A é win sudconjunto de B on A estd contido em B, quando todo elemento de A é também clemento de B. Esta relagao entre conjuntos é denotada por ACB (lé A esta contido em B) que 6 equivalente a BA (lese: B contém A) Se A nio é subconjunto de B, escrevemos AGB (lése: A ndio 4 contido em B ou nao é subconjunto de B), Capitulo 1, Conjuntos e o principio da indugao 3 que 6 equivalente a BPA (lése: B nao contém A). Exemplo 1.1 Sejam A={0, 2, 4}: B={0, 1, 2, 3, 4} eC={1, 3, Entao: (a) Como todo elemento de A é elemento de B, entio AC B. (b) Como 5€C 5 ¢B, entioC ¢ B.w Assim como 08 conjuntos, os subconjuntos também admitem as representagdes explicita e implicita, Considerando-se A = {2, 3, 4, 5} podemos dizer que D = {3, 5} 60 subconjunto de A constitufdo pelos elementos de A que Usando a representagao implicita, esctevemos D = {x | 2 € Ac x 6 impar} ou D = {x © A| x ¢ impar} (le-se: D 0 conjunto dos 2's pertencentes a A tais que x é impar). O fato de ser {mpar e pertencer a A sio as propriedades que definem os so fmpa clementos de D Exemplo 1.2 Seja A= {I, 2 3 4, 5, 6, 7, 8, 9}. Entao: par} = (2, 4, 6, 8} (a) B={reAlax x € A| x 6 milltiplo de 3} = {3, 6, 9} 3}. (bl) C= (c:) D={ve Alat+1=6}= (d) B={reAle & tamente por {AxBl= |p Ax B= {(a,b)|a€ Aebe B}. O produto eartesiano Ay x Ay x +++ x Ay dos n conjuntos Aj, As ., An 6 definido como o conjunto das n-uplas (a), 42,..-;@p), onde a, € Ay, parai—1,...,.n. Seja A um conjunto nao-vazio. Uma partigao de A é uma familia de subeonjuntos nin-vazios Ay, Ay, ..., Ay, tais que 1 YA= A. =. 2. ANA; = 0, set xj. Ou seja, uma partigao de um conjunto A é uma familia de subeonjuntos nao-vazios, dois a dois disjuntos, cuja unio é igual ao conjunto A. As definighes apresentadas implica nas propriedades abaixor 8 Introdugiio & Anélise Combinatoria 1. Para todo AC U, AUD = Ae ANO=0 2. ACB > AUB=B. 3. ACBe>ANB=A. 4. AU(BUC) = (AUB)UC e AN(BNC) = (ANB)NC (associativa). 5. ANB = BN Ae AUB = BUA (conmtativa). 6. AN(BUC) = (ANB)U(ANC) e AU(BNC) = (AUB)N(AUC) (distributiva). 7, AUA=U; ANA=0,0=U; U=0 8, (AUD) = ANDe (AND) = AUD (leis de De Morgan) 3 Notagao somatério Vamos introduzir uma notagao que simplifica 0 modo de se escrever somas, tais como: (I) 14243-4053 (I) 1-242-343-44--- n(n +1); (IM) 1° 428 +3%+---4n% Usaremos o simbolo >, que é uma letra maiiscula do alfabeto grego denominada sigma e que corresponde ao nosso “S”, que naturalmente nos faz lembrar @ palavra soma, As somas anteriores serio simplifica- das para; (1) Ci (lé-se: soma de é para i variando de 1 até nm); Capitulo 1. Conjuntos e o principio da indugao 9 (11) 3 i(i-+1) (1é-se: soma do produto de i por (i+1) para i variando a de lan); (ILL) 3243 (lé-se: soma do cubo de i para i variando de 1 an). a De uma maneira geral, dados inteiros r e s tais que r < s, a notagao. La, representa a soma a, + anu + +++ + ay onde re s sao chama- dos limites inferior e snperior, respectivamente, ¢ 1 é chamado indice do somatério. No préximo exemplo mostramos como manipular este simbolo. Exemplo 1.7 Caleule as expressdes abaizo: ° 3 1 (a) 23+); (b) 303-25 (©) X38 (@) 24; 2 4 @UF+ye wy mS So 2 (a) 03+ 1) =3-24+3-343-4 3: (2+3+4) +2843-2! = 3(29 42" 4 ve a 34+3434+3=4-3; (a) 21 = 21421421421 = 4-21; oi 2a (e) VY as = Ves? + 23) = (2 + 2/3? + (2 + 27)38% = 10 Introdugao & Anéilise Combinatéria 2 2 2 () Vt +3) =2434+ P49 = e+ 35 Fa a 2 4 4 (®) LA+ Ne H=24+- P+ P42 = oI; aR a (h) Sasi = 05 +4 + ag tart = aie a As simplificagdes obtidas no Exemplo 1.7 sio casos particulares das propriedades abaixo: 1. Shai = a Sai, onde k é uma constante arbitrérias 2. Sok= nk, onde k é uma constante arbitréria: SS-(8) 8) 4. Slat) = Soa + obs 3. Lad, fist ispia iP ma= 3m = icen 4 Notagao predutério Consideremos os produtos: Capitulo 1. Conjuntos e o principio da indugio u (iii) 1-3-5---(2n—1) Podemos simplificar estes produtos usando uma notagio apropriada. Usaremos 0 simbolo TI, que é a letra maitiscula “Pi” do alfabeto rego. Esta letra corresponde ao nosso “P” e, naturalmente, nos faz lembrar a palavra produto, Os produtos anteriores serdo simplificados para: (i) []é Mé-se: produto de i, para i variando de 1 an); = produto da varidvel «r elevada a i, para i variando de Lan); (iii) T](2i—1) (lé-se: produto de (241), para i variando de 1 an) De uma maneira geral, dados os inteiros 7 e 5, r < s, usamos []}_, a para representar o produto a,-d,41 +++ 44, sendo i indice do produtério © re 8 08 limites inferior e superior, respectivamente. Exemplo 1.8 Determine 0 produto dos cinco primeiros mimeros na- turais. II 12-34 Neste caso, diremos que o produto acima representa o fatorial de 5, simbolizado por 5!. De uma maneira geral, o produto dos 7 primeiros 1-2-3--n inteiros 6 dado por TT, é Exemplo 1.9 Determine o produto dos n maiores inteiros negativos. (<1) (-2)--+(=n) = (=I 1-2-3 sn=(-1)"nla 2 Introdugio 4 Anilise Combinatéria Exemplo 1.10 Calcule 0s produtos: fi 3 a G) T]é+); (b) T] 3; (o) T[3: (a) T]@+)? )(e») (a) T+) =0.92-3)6-4) "29234 () Th-6 1)(3- 2)(3-3) ia 2 (c) [[3=3-3-3=3% 2.37.4? ‘ (a) T[@+1) As simplificages do Exemplo 1.10 séo casos particulares das pro- priedades: ia (is) (ls) 2. [[ =k", onde k é uma constante arbitraria; ma " |] a, onde & é uma constante arbitriria; 3. [bai mt ® ny? 4. [[a? a.) , que é um caso particular da regra geral i i} a P a m Sa m nye It (it) , que mostraremos ser verdadeira usando o is iat prinefpio da indugao matematica, assunto da préxima secdo. Capitulo 1. Conjuntos e 0 principio da indugio 13 5 Principio da indugao matematica O principio da indugio mateméticn 6 uma ferramenta valiosa para provarmos resultados envolvendo inteiros. Consideremos a soma D2, (24- 1) =143+5+7+-+-+(2n—1), Nosso propésito, nesta segdo, ¢ descobrir uma férmnla que nos dé o valor deste somatério, para qualquer inteiro m, sem que para isso 50- memos todos os inteiros {mpares menores do que ou iguais a 2n— 1 Podemos usar nossa intuigio para descobrirmos tal formula, Va- mos analisar casos particulares procurando encontrar alguma lei de formagdo. Procuraremos estabelecer conjecturas sobre a formula cor- reta, Vamos denotar por S,, a soma 57! (2i—1) e construir uma tabela para Sj, param = 1, 2,3)... 5: n Sn 1 if 2 14+3=4 3 14+3+5=9 4 14+34+54+7=16 5 143454+74+9=25 Desta tabela podemos observar que: sio afirmagies verdadeiras para n = 1, 2, 3, ..., 5. Entretanto, nao podemos, em principio, garant de n superiores a 5. que (ii) seja verdadeira para valores A igualdade S, = 8,1 + (2n — 1) sabemos ser verdadeira para qualquer valor den, pois a soma dos n primeitos inteiros émpares 6 igual & soma dos (n — 1) prin eiros impares adicionada ao n= inteiro fmpar, 2n ~ 1. Esta igualdade nos sugere uma maneira iM Introdugio 4 Andlise Combinatéria de provarmos a conjectura de que (ii) seja verdadeira para qualquer valor positive de n. Suponhamos que, para n = k, sendo k um inteiro positive, a conjectura seja verdadeira, isto 6, Sy = k*. Usando o item (i) temos que Sku = Se+2(k+1)-1 = P+2k+1 (k+1)%, que 6 a mesma formula da nossa conjectura, se substituirmos n por k+l. Analisemos 0 que foi feito até agora: (a) Verificamos que a férmula 6 verdadeira para alguns valores numéricos em particular para n = L. (b) Provamos que se a equagao S, =n? é verdadeira para n também verdadeira para n = k +1 Como sabemos que a conjectura é verdadeira para n = 1 pelo exposto em (lb), podemos concluir que ela é verdadeira para n isto 6, Sy = 6? (5? + (2-6-1). Entao, visto que ela se verifica para n < 6, pelo exposta em (bh), pademas concluir que a eqnagio 6 verdadeira para n = 7, isto 6, S; = 7? = 49 = (36 + (2-7-1), ¢ assim por diante, E: ste um principio, conhecido por Principio da Inducio Materndtica, que nos garante que, nas condigées que acabamos de descrever, pode-te concluir a validade da formula mencionada para todo inteiro positivo n, isto & Yei-y= Enunciamos neste capitulo duas formas do pric’ io que sio equi- valentes. Capitulo 1. Conjuntos e o principio da indugio 15 Primeira forma do Principio da Indugio Matematica. Seja P(n) uma propriedade relativa aos inteiros. Se () P(r) é verdadeira para n=1 ¢ (ii) P(k) verdadeira implica que P(k +1) é verdadeira, entio P(n) € verdadeira para todo inteivo n> 1 Para aplicarmos a primeira forma do pt temética (PIM), devemos seguir os passos abaixo: cpio da indugao_ ma (I) Passo inicial (PI): verificar se P(n) 6 verdadeira para n (11) Assumir P(k) verdadeira, hipétese da indugio (HI), ¢ provar que P(k-+1) 6 verdadeita, (IID) Sendo verificados os itens (1) ¢ (II), concluir que P(n) é valida para qualquer valor de n > 1 Note que a propriedade P(n) no se resume necessariamente a uma formula, como ilustrado no exemplo abaixo. Exemplo 1.11 Mostre que a soma dos cubos de trés inteiros positivos consecutivos é um miiltiplo de 9. Neste caso, devemos provar que a expressia nt + (n+ 1)3-4(n+2)8 6 um miltiplo de 9, para qualquer inteiro positive m. PI: Provemos para n = V+(14+1)'+(142)'=14+8427 que 6 miltiplo de Hi: Para n =k, kB + (kk + 1)® + (k +2)" =9L, onde L é um inteiro. Devemos mostrar que (+ 1)*+((k-+ 1) 4 1)*4 [e+ 1) + para um inteiro Mf 16 Introdugao a Andlise Combinatéria (k +1)? + [(k+1) +1) + [Ce +1) +28 = (RAIS + (K+ 29+ 043-343-8947 = OL +98 +9-3-k4+9-3=9(L +h + 3k +3) = 9M onde M = L+k? +3k+3. Conseqiientemente, a soma dos cubos de trés inteiros positives consecutivos & um nuiltiplo de 9. a Exemplo 1.12 Prove, usando o principio da indugdo matemética, que, sendo x um ntimero real ndo-nulo e diferente de 1, entdo antl Sial = ltrtate ede tata! Capitulo 1. Conjuntos e o principio da indugiio 7 k Seat gah = donde etl at Portanto, conclui-se pelo PIM que, para qualquer inteiro n > 1, ave +a" que Como I}. a+) (veja o Exercicio 17(a)), devemos provar que 3 Fi PL Son 6 verdadeira, Hi: Para n= k a igualdade se verifica, isto 6, K(k +1)? 18 Introdugao a Andlise Combinatéria Devemos concluir que isto implica na validade da férmula para n= k+1. Separando o ultimo termo do somatério e depois usando a HI, temos ke & Le = Ve+ e+ it oi R(k +1? : = EO eas _ (b+ 1)? +4(k + 1)* eee (e+ 1)2[k? +46 +1] donde ig (k+ Ie + 2)? an arn que é a férmula para n =k +1. Pelo PIM, concluimos que 1" yp 2 s ES | =p ] z a Exemplo 1.14 Prove, usando o principio da indugdo matemitica, que, para qualquer n natural, PL Sem = 1, Tia = aj" = (I1Li ai)", donde a igualdade é verdadeira, HI: Para n = k a igualdade se verifica, isto é, ine (ths)? Capitulo 1. Conjuntos e o principio da indugio 19 Devemos concluir que isto implica na validade da formula para n=k+1 bet i= que 6 formula para n =k +1. Pelo PIM, coneluimos que Exemplo 1.15 Considerando a seqiiéncia de Fibonacci,’ que € defi- nida recursivamente por Fy = 1, Fy = 1 ¢ Fy = Fut + Fy-a, para n> 3, faca uma conjectura quanto & soma St, F; ¢ confirme-a usando 0 principio da indugéio matemiética. Ro=l Fit+F, = 1+1=2 A+ht+h = l+1+2=4 Ft Rt ht hy = 141424357 "Veja Exemplo 6.1 para maiores detalhes sobre a origem historiea desta impor- 20 Introdugio i Anilise Combinatéria Observando a tabela anterior e os resultados das somas, temos: R=2e Rh = 1=h-1 Ra=3e h+h = 2=h-1 F=5e Ath+hy = 4=F,-1 R=8e K+ R+R+h — T=R-1 Portanto, podemos fazer a conjectura: DA = Fue-l Precisamos provar sua veracidade, ou nao, para todo valor den > 1. PL Sejan 1 DA=A=1e Ay- Portanto, a conjectura é valida para n HE: A formula é valida para n =k, isto 6, : DR = Fae & Devemos provar que a mesina é vilida para n = k-+1, Sabemos que ett ‘ DA=DAt+ ha. ai Usando a. HI, temas ke DOR = Fyo-1+ Fen. ai Fuat Fea Capitulo 1. Conjuntos e o principio da indugao 21 Come, por definigdo, Fiza = Fey2 + Fea, temos, ws SR = Feo-t = Frye que 6 a nossa conjectura para n = k+1. Logo, pelo PIM, podemos afirmar que DA = Fao = para todo inteiron > lia izando- Nos exemplos vistos até agora, as propriedades provadas uti se o PIM referiam jermos poderiam ser a seqiiéncias eujos calculados a partir de 1 ¢ do predecessor imediato na seqiiéneia, Nestes casos, torna-se natural a aplicagao da primeira forma do principio da indugao matematica. Hé, entretanto, outras situagdes, nas quais é mais conveniente a utilizagio da segunda forma do principio da indugio matemética, descrita a seguir. Isto ocorre, por exemplo, quando a rncia, acerca da qual deseja-se demonstrar alguma propriedade, é definida recursivamente de modo que o néi® termo depende de dois ou mais termos anteriores. seq Segunda forma do Princfpio da Indugio Matematica. Seja P(n) uma propriedade relativa aos inteiros. Se (i) P(n) € verdadeira para n= 1 ¢; (ii) P(n) verdadeira para 1 1. 22 Introdugao a Anélise Combinatoria Pode-se provar que as duas formas do principio da inducao ma- tematica so equivalentes. Cabe notar que, dependendo da seqiiéncia, nem sempre suficiente a demonstragao da propriedade apenas para © primeiro t no, como mostra © préximo exemplo, Neste caso, & propriedade refere-se aos ntimeros da seqiiéncia de Fibonacci, cujos dois primeiros termos sio definides arbitrariamente, ¢ cada termo da. seqiiéncia depende dos dois termos imedintamente predecessores. Por- tanto, 0 passo indutivo no poderia ser utilizado quando n = 1, tor- nando necessiria a verificagiio em separado da validade de P(2). Exemplo 1.16 Provar, pelo principio da inducdo matemética, que para todo inteiro positive n, a" F< (2 “se @) Soja P(n) a desigualdade acima, PI: Verificar a desigualdade para n = Len = 2: a2 Raicie fe=1<(i). Donde P(1) ¢ P(2) sio verdadeiras. Hl: Consideremos valida a sentenga para 1 que 6 a inequagio que precisévamos obter. negce c,como # <3< @ Note que a demonstragio da validade de P(2) é resto da dedugio poderia ser aplicado A seqiiéncia G,, definida por Gy = 1, Gz = 10 ¢ Gays = Gn + Gua para n > 2, para a qual obviamente niio temos a validade da propriedade para todo now Exemplo 1.17 Provar, pelo principio da indugdo matemdtica, que todo inteiro maior do que 1 ¢ primo ou produto de primos? Vamos considerar P(n) a sentenga: n é primo ou produto de pri- mos. Este exemplo ilustra um ontro detalhe a ser observado sobre 0 prinefpio da indugdo. Embora normalmente se deseje provar que P(?2) 6 verdadeira para n inteiro positivo, esta é uma situagio em que n deve ser inteiro e maior do que ou igual a 2. Ocorre que o principio pode ser reformulado para as situagdes em que o “primeiro valor” considerado para n 6 diferente de 1 P(2) 6 verdadeira, pois 2 6 PI: Verificar a sentenga para n primo. HI: Considerar a sentenga valida para 2< n < ky isto é, n & primo on produto de primos. Precisamos provar que isto implica que P(e +1) é verdadeira, isto 6, que k +16 primo ou produto de primes. Ora, temos duas Jusivas para hI possibilidades mutuamente e 2 Primo é um inteiro maior do que 1 aue #6 6 divisivel por Te nor ele Mesto eT Introdugao & Andlise Combinatéria (1) k+16 primo. Bntio P(k +1) 6 verificada. (2) k+1 nao 6primo, Entdo k+1 = ab, onde 1 2 Prove, usando a segunda forma do principio da indugiio matemética, que u(n) = 2° + (=1)". PI: Temos que 2! + (—1)' = 1 = u(1) e 2 + (-1)* portanto P(1) e P(2) so verdadeiras. u(2), Hi: Supor que para todo inteiro n, tal que 2 1. Exemplo 1.19 Provar, pelo principio da indugiio matemdtica, que, para todo inteiro positivo n, and (ey (La) wl) onde Fj, Fa,... 6a seqiiéncia de Fibonacci. Lembramos que a seqiténcia de Fibonacci ¢ definida por Foal; Fe=1 ec Foyt = Fut Fou, paran>2. PI: Verificar a igualdade (1.1) para n = Le para n= 2. 4a(44)-465%) = Val 2 Vl 2 14+vV5-14+v5 _ |p 25 - ‘ 1 (i+v5\* 1 (1—v5)* _ vl") ~we(S") - 14 2V5+5-142V5-5 _ yp 4Vv5 Portanto, verifica-se a formula para o céleulo de F,, quando n en=2 HI: Supor que para todo inteiro 1 2? {re | 2 > 2e 3. Bscreva os conjuntos abaixo, explicitando todos os seu elementos (a) A={xeER|2?-4=0}; (bl) B= {x ER [2r-3=7}; ()C={reN|1(a; = a;-1) considerando do = 0. = Use o resultado do Exereicio 16 para provar que 2 n(n+ 1). n(n + 1(n +2) @) yin (oy Signy = Mae a Determine o valor de $77? usando os resultados obtidos em 17. Calcule a soma dos quadrados dos n primeiros mimeros fmpares positivos. Calcul Sut + 1)(i + 2). ia (Sugesiso: fag S7iGE +1642) = LAG +1) +274 42), © wwe 0 resultado do Exemplo 1.13.) Expandir os seguintes produtos: @) [1@i+7)s (b) [[(@ - 7 +3); = i ons Exercicios 22. Expandir e simplificar: 23. Escreva as expressdes abaixo usando a notacio produtério: (a) 1-3-5-7-95 (©) p-(P+1)-(P+2)-(p+n); (d) 22 xt a8 a8 20 24. Verifique se as afirmagées sao verdadeiras: Ib. (b) =] (p + 3), para n> p; Ie cost wn (@) I (54) = 180. not Nit (b) IL ony Mit 1, (f) Il wc”. (Sugestiio: Escreva 0 pro- 1 “into pedido e transforme 0 expo- ente numa soma, cujo resultado voee encontra no Exemplo 1.13.) Antrodugao a Analise Combinatoria 26. Dé a forma simplificada e caleule valor de: wt (di0+0); » > |-—=— }: nisi al Fe Timo et em att TI & @ (a) Nas formas simplificadas (b) e (c), assuma os valores n = 5 ej =3.e compare os resulta- dos. Im: I] @-) 27. Determine o valor de TT (= r) it nal 28. Use 0 prinefpio de indugio matemética para provar as identida- des: (a) =e nie abe, (b) Le +1) aa D+?) yin ?), OLseen “aT @) Dei Y= Hs © fa -ate n(2n — UGs* y). P= 3 FL (14+ 3) =n avd (-1)""!nin +1) @ Pye = y) Sag—y = CVAD. 29. Use o principio da indugio matematica para provar as desigual- dade: "1 1 (@) ps 2- yr Para todo inteiro positive n; ca (b) 2" < [J i, paran > 4; jal (c) n? < []i, paran>4; Fl 1 1 1 118 ans > op P a a pk @ Sait neat neat tan 30. Prove pelo principio da indugiio matemdtica que o termo geral da. progressio: (a) aritmética 6: ay =a, +(n— Lr; (b) geométrica é a, = aig". 31. Prove pelo prineipio da indugio matemética que a férmula para a soma dos termos de uma progressio: (ay + an) (a) aritmética é S, = (b) geométrica & Si, 32. Considere 0 produto (a) Caleule P,, Ps, Pr, Ps © Py (b) Observe os denor Pr, Pre Py. adores de Py © Py e, em separado, de 33. 3M. Introdugao a Anslise Combinatéria (c) Observe os mumeradores ¢ denominadores em relagdo ao indice ne Py, (d) Faga a sua conjectura para P, (c} Prove-a pelo prinefpio da inducio matematica. Faga uma conjectura para as formulas © depois pro principio da indugao matemitica: (a) J] 2: a Para construir uma janela ornamental, um operdrio precisa de pedagos triangulares de vidro. Ele pretende aproveitar um vidro retangular defeituoso, com 10 bolas de ar, sendo que nao ha 3 bolhas alinhadas entre si, nem duas delas com algun vérlice do -as pelo retangulo, ou uma delas com dois vértices do retangulo. Para evitar bolhas de ar no seu projeto final, ele decidiu cortar 08 pedlacos triangulares com os vértices coineidindo ou com uma botha de ar, ox com um dos cantos do vidro original, Quantos pedagos triangulares ele cortou’ (Sugestao: Faga uma conjectura para determinar, através de uma formula, 9 mimero de tridingulos formados quando se tem uma quantidade qualquer nde bolhas. A partir dai, prove a conjectura usando © principio da indugio matematica para que a mesma possa ser usida como formula valida, $6 enti é qu favor uso da mesma e determinar 0 miimero de voe® poder triangulos, sabendo que 0 nrimero de bolhas 6 10.) nsidere Fy, 0 mimero de Fibonacci. Prove, usando o prinejpio da indugao matemética, que, para todo inteiro positive n: (@) SFP= FFs (0) 32 Fy = Fins = (e) > Fay = Fans — (d) FugiFa—a — F2 = (-1)"; Pxereicios 35 dnt nai (OBB (©) Fett Fa FF an (8) Fin = Fost fat 36. Prove, usando o prinefpio da indugio matemitica, que a per- imutagio cadtica Dy (definida no Capitulo 4) com Dy = 0, satis- fae Dy = "Dua + (—1)", para w > 2 Capitulo 2 Principios aditivo e multiplicativo 1 Introdugao Neste capitulo, resolveremos uma série de problemas fazendo uso, ini- cialmente, dos principios aditivo e multiplicative. Os exemplos se tor- narao gradualmente mais complexos e construges clissicas da anélise combinatéria (permutagées, arranjos e combinagdes de objetos diferen- tes) sero introduzidas de maneira intuitiva e natural. Nosso objetivo 6 mostrar que as férmulas para permutacdes, atranjos e combinagées, que obteremos com a aplicacio dos principios aditivo e multiplicativo, sio ferramentas importantes para simplificar a solugio de varios pro- blemas. Os exemplos a seguir ilustram esses princfpios, que definiremos for- malmente no final da presente secao. Exemplo 2.1 Suponha que tenham entrado em cartaz 9 filmes ¢ 2 pecas de teatro ¢ que Carlos tenha dinheiro para assistir a apenas 1 evento. Quantos sao os programas que Carlos pode fazer no sdbado? a 1 evento, entao ou ele Se ele tem dinheiro para assistir apen: assiste ao Filme 1 ou ao Filme 2 ou ao Filme 3 on A Pega Lon A Pega 2. Portanto, ao todo, sio 5 programas diferentes. » — Mntrodugao a Analise Combinatéria Exemplo 2.2 Se no Exemplo 2.1 Carlos tiver dinheiro para assistir eum filme ¢ a uma pega de teatro, quantos sio os programas que ele pode fazer no sdbudo? ‘Vamos enumerar os casos possiveis: Filme 1 © Pega 1 Filme 1 © Pega 2 Filme 2 © Pega Filme 2 © Peca 2 Filme 3. Filme 3 ¢ Pega 2 Portanto, Carlos poderé escolher dentre 6 programas diferentes, se optar por assistir a um filme e a uma pega. Exemplo 2.3 Numa conjcitaria, hi 5 sabores de picolés ¢ 3 sabores de salgados. Suponha que Maria sé tenha permissio para tomar um Picolé ou comer um salgado. Quantos sao os posstveis pedidos que Maria pode fazer? Ou Maria escolhe um sabor de picolé dentre os 5 ow 1 tipo de salgado dentre os 3. Portanto, Maria pode fazer 8 pedidos diferentes. a Exemplo 2.4 Suponha que Liicta v6 4 confeitaria com Maria e possa tomar wm piculé ¢ comer um salgado. Quantos pedidos diferentes Lticia pode fazer? is, Enumeremos 05 casos possi endo S = salgado e P = picolé: SlePl S2ePl $3eP1 Sle P2 $3 e P2 Sle P3 S30 P3 Sle P4 S3e PA SleP5 S2eP5 S30 P5 Portanto, ha 15 pedidos possfveis para Liicia. Cupitulo 2. Principios aditivo e multiplicative Os Exemplos 2.1 ¢ 2.3 obedecem a um mesmo princfpio bésico que chamamos de principio aditivo: Se Ae B sio dois conjuntos disjuntos (ANB =) com, respectivamente, p e q elementos, entio AU B possui p+ q elementos. No Exemplo 2.1 podemos identificar os eonjuntos A = {x|a éum filme} = {Fl, F2, F3}, © {P1, P2}, donde AUB = {x | x 6 um filme on uma pega de teatro). No Exemplo 2.3 podemos identificar 03 conjuntos: A = {x|x 6um picolé} = {P1, P2, P3, PA, P5} B = {y|y éum salgado} = {S1, $2, 53} donde AU B = {x | x 6 um picolé ou um salgado}, Os Bxemplos 2.2 ¢ 24 obedecem a um outro prinefpio bésico de B = {y|y €um peca de teatro} contagem que chamamos de principio multiplicative: Se um evento A pode ocorrer de m maneiras diferentes e, se, para cada uma dessas m maneiras possiveis de A ocorrer, um outro evento B pode ocorrer de maneiras diferentes, ent&éo o nimero de maneiras de ocorrer 0 evento: A seguido do evento B é m-n, Em linguagem de conjuntos, se A é um conjunto com m elementos ¢ B é um conjunto com n elementos, entaio © conjunto A x B (lé-se A cartesiano B) dos pares ordenados (a, b), taas que a pertence a A e 6 pertence a B, tem cardinalidade m-n No Exemplo 2.2, podemos tomar como evento A a escollia do Filme (ane sio 3) ¢ como evento B a escola da pega de teatro (que sio 2). Portanto, Carlas pode escolher um filme e uina pega de teatro de 3-2= 6 maneiras. No Exemplo 2.4 podemos tomar como evento A a escolha do picolé (que sio 5) € como evento B a escolha do salgado (que sio 3). Portanto, rentes. Laicia pode fazer 5-3 = 15 pedidos dil ‘Tanto o prineipio aditivo quanto o principio multiplicative podem ser estendidos para um mimero finito qualquer de conjuntos, 40 Introdugao & Andllise Combinatéria Extensao do principio adi disjuntos 2 a 2, € se Aj possui a; elementos, entio a unit possi D/L, a; elementos vo Se Aj, Ap, ..., A, sio conjuntos, Extensao do principio multiplicativo Se um evento A; pode ocor- rer de m, maneiras diferentes, para i 1, 2, 3, ..., n, entao esses n eventos podem ocorrer, em sucessdio, de m) - m3-+-m, maneiras diferentes. Em linguagem de conjuntos, se © conjunto A, tem car- dinalidade mj, para i 1, 2, 3, ..., n, entdo o produto cartesiano A x Az X +++ Ay = {(@1, 2,-0.6, 4p) | a € Aj, para i= 1,2,...,n} tem cardinalidade my + mg---1my. 2 Aplicag6es dos principios aditivo e multi- plicativo Exemplo 2.5 Um marceneiro tem 20 modelos de cadeiras e 5 modelos de mesa. De quantas maneiras podemos formar um conjunto de 1 mesa com 4 cadeiras iguais? Ele tem 5 possibilidades para a escolha do tipo da mesa ¢ 20 possi- bilidades para a escolha do tipo da cadeira. Portanto, o conjunto com uma mesa e 4 cadeiras iguais pode ser obtido de 5-20 = 100 maneiras diferentes. w Exemplo 2.6 Um amigo mostrow-me 5 livros diferentes de materndtica © 7 livros diferentes de fisica e permitin-me escolher um de cada. De quantas maneiras esta escolha pode ser feita? Exemplo 2.7 De quantas maneimas podemos dar 2 prémios a uma classe com 10 rapaz de modo que os prémios nao sejam dados a um mesmo rapas? Capitulo 2. Principios aditivo e multiplicative 41 O primeiro prémio pode ser dado a qualquer um dos 10 rapazes. O segundo prémio poder ser dado a qualquer wn dos 9 rapazes restantes. Portanto, ha 10-9 = 90 maneiras de, numa classe com 10 rapazes, distribuir-se dois prémios sem que uma mesma pessoa receba 0s dois. w Exemplo 2.8 De quantas manciras podemos dar 2 prémios a uma classe com 10 rapazes, se é permitido que ambos sejam dados a um mesmo rapaz? O primeiro prémio pode ser dado de 10 maneiras e o segundo prémio pode ser dado também de 10 maneiras. Portanto, os dois prémios podem ser dados de 10-10 = 100 maneiras. Exemplo 2.9 Um ainigo mostrou-me 5 livros diferentes de matematica, 7 livros diferentes de fisica ¢ 10 livros diferentes de quimica e pediu-me para escother 2 livros com a condigdo de que eles nao fossem da mesma matéria. De quantas manciras eu posso escolhé-los? Posso fazer as seguintes escolhas: (a) matemética e fisiea: 5-7 = 35 maneiras; (b) matemitica e quimiea: 5 - 10 = 50 maneiras; (c) fisiea e quit 70 maneiras. Como as minhas escolhas s6 podem ocorrer dentre uma das possbili- dades (a), (b) ou (c), entiio 35+50+70 = 155 é 0 mimero de maneiras de fazer estas escolhas. w Exemplo 2.10 De quantas maneiras 2 pessoas podem estacionar seus carros numa garagem com 6 wagas? (2 Introdugao & Anélise Combinatéria A primeira pode estacionar sen carro de 6 manciras, restando, por- tanto, 5 vagas para a segunda pessoa estacionar o seu. Logo, as 2 pessoas poderao estacionar seus carros de 6-5 30 nianeiras, Exemplo 2.11 Quantos siio os anagramas de 2 letras diferentes que podemos formar com um alfabeto de 23 letras? A primeira letra pode ser escolhida de 23 maneiras e, como as letras devem ser diferentes, restam 22 possibilidades para escolher a segunda letra. Portanto, ha 23-22 506 anagramas de duas letras diferentes. » Exemplo 2.12 De quantas maneiras podemos escolher 1 consoante ¢ 1 vogal de um alfabeto formado por 18 consoantes ¢ 5 vogais? Para a escolha da consoante temos 18 possibilidades e, para cada uma delas, temos 5 possibilidades para a escolha da vogal, Portanto, hé 18 -5 = 90 escolhas poss Exemplo 2.13 Quantos sio 0s anagramas de 2 letras formados por uma vogal e uma consoante escolhidas dentre 18 consoantes e 5 voyais? Vimos no problema anterior que existe 90 escolhas possiveis de 1 vogal e 1 consoante, Para formarmos anagramas, basta que consi- deremos, para cada uma dessas escolhas, as 2 possibilidades, isto 6, consoante-vogal ou vogal-consoante. Portanto, hi 2-90 = 180 anagra- 0 s formaclos por 1 vogal e 1 consoante. Exemplo 2.14 Ha 12 mocas ¢ 10 rapazes, onde 5 deles (3 mogas ¢ 2 rapazes) sao filhos da mesma mae © os restantes néo possuem parentesco. Quantos sav os casamentos possiveis? Capitulo 2. Prineipios aditivo e multiplicativo 43 Considerando as mogas (3) que possuem irmaos (2), ha: 3-8 = 24 casamentos possiveis. Considerando as mogas (9) que nao possuem irmaos, hé: 9+ 10 = 90 casamentos possiveis. Portanto, ha 24 +90 = 114 casamentos posstveis. a Exemplo 2.15 Quantos sao 0s niimeros que podemos formar com to- dos os digitos 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 20 3? Se primeiramente colocarmos todos os digitos 1’s, deixando um espago entre eles, teremos: Podemos perecber que hé 8 espagos nos quais podem ser colocaclos os digitos 2 ¢ 3. Supondo que o digito 2 seja colocado primeiro, como hi 8 possibilidades para isso, vamos considerar uma dentre estas 8 124 Percebemos agora que hé 9 espagos onde o digito 3 pode ser colocado, Portanto, 8-9 = 72 sio os mimeros formados com os 9 digitos, sendo sete V’s,um eum 3 @ Exemplo 2.16 Quontos niimeros de 3 algarismos distintos podemos formar com os digitos 5, 6 ¢ 7? Vamos representar a posigio das unidades por P,, a posigio das dezenas por Ps e a posigio das centenas por Ps. Teremos tantos niimeros de 3 algarismos quantas forem as maneiras de preenchermos as 3 posigdes. A posicio P, pode ser preenchida de 3 maneiras diferen- tes (com 5 ou com 6 ou com o 7). Preenchida P,, a posigio P, pode sarismos que sobraram) ser preenchida de 2 maneiras (com os dois a

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