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Escola Secundaria c/ 3º C.E.B.

Poeta Al Berto
Filosofia
Professora: Maria Afonso
Sines, 25 de Janeiro de 09
João Pedro Buraca Marçalo Rodrigues
Nº16 11ºA

Tema: Retórica e Filosofia

Subtemas: A retórica para Platão e para Aristóteles

Objectivo da aula: Conhecer as diferentes concepções de retórica (na visão de Aristóteles e


na visão de Platão) e relaciona-las com a filosofia.

Conceitos: Retórica, palavra, argumentos, verdade, dialéctica, má retórica, boa retórica, doxa,
racional, corpóreo, dualismo antropológico, Homem, essência do Homem, conhecimento,
prisão da alma, mundo das ideias, mundo das sombras, realidade, objectivismo, sensibilidade,
influenciar e elogio

Começamos a aula por falar da retórica de Platão.


Para Platão, o Homem é um ser racional e corpóreo (dualismo antropológico). A alma é
a dimensão racional do Homem (a essência do Homem) e o corpo é o obstáculo ao verdadeiro
conhecimento (prisão da alma). Platão foi um dos críticos da retórica dos sofistas, pois entendia
que a retórica poderia corromper ideias, além de que pode ser perigosa, porque apela as
sensações das pessoas, e o ser humano, em quanto ser sensível, pode ser demovido por este
tipo de discurso. Para Platão a retórica consiste na mera manipulação da palavra e dos
argumentos, sem qualquer preocupação com a verdade. Para Platão, só a dialéctica (arte de
discutir) permite ao homem chegar ao conhecimento, pois é um processo discursivo da
natureza dialógica, na qual os participantes, evitando os longos discursos que distraem do
essencial, se empenhavam fundamentalmente na busca da verdade (podendo utilizar-se uma
linguagem artificial e objectiva na busca desta verdade), e não na simples procura de adesão.
A má retórica distingue-se da boa retórica por a primeira ficar apenas ao nível da opinião
(doxa), enquanto a segunda, apoiada na dialéctica, se eleva ao plano das ideias, ou seja, da
verdade.
Platão defendia que os governadores não deveriam ser escolhidos pelos cidadãos, já
que para governar seriam necessárias competências intelectuais e morais que era preciso
desenvolver. Os futuros governantes deveriam receber formação e só depois estariam aptos
para a tarefa. Na Utopia Platónica, a cidade só seria bem governada, quando governada por
filósofos.

Prosseguimos a aula com a “Alegoria da Caverna”


A “Alegoria da Caverna” é o texto mais conhecido de Platão e levanta muitas questões
sobre a realidade e sobre o conhecimento.
Este texto relata a história de dois prisioneiros acorrentados numa caverna, virados de
costas para a abertura, por onde entra a luz. Os prisioneiros sempre viveram na caverna, e na
mesma posição. Conheciam tudo o que havia na caverna somente pelas suas sombras
projectadas nas paredes. Um dia, um dos prisioneiros consegue soltar-se, sai da caverna. Fica
encantado com a realidade, percebendo que foi completamente iludiu pelos seus sentidos
dentro da caverna, pois agora esta diante das coisas em si, e não suas sombras, diante do
verdadeiro conhecimento. Quando o homem voltou à caverna e contou ao outro prisioneiro o
que tinha visto, o prisioneiro não acreditou e preferiu continuar na caverna, a acreditar que o
mundo é feito de sombras.
Com esta alegoria, Platão pretende dizer que há um mundo das ideias, que é o mundo
abstracto onde esta a verdadeira realidade (essências); e o mundo das sombras que é o
mundo onde vivemos, onde não há uma verdadeira realidade, mas sim apenas parte dela. As
coisas que nos chegam através dos sentidos são apenas as sombras das ideias. Todos os que
estão presos ao conhecimento das coisas sensíveis não conseguem alcançar o mundo das
ideias (assim como o prisioneiro). A verdadeira realidade pertence ao mundo das ideias,
considerado o modelo do mundo sensível, que era para Aristóteles uma cópia, uma aparência
da verdadeira realidade (a realidade das ideias). Para Aristóteles, a sua concepção de verdade
tinha um carácter absoluto e intemporal (objectivismo).
A relação da “Alegoria da Caverna” com a realidade é que a retórica não faz apelo á
realidade, mas sim á sensibilidade dos seres humanos, influenciando as pessoas, dando
apenas uma aparência de verdade.

No final da aula começamos a analisar o texto de Aristóteles: “O Elogio Da Retórica”


(da pagina 102 do manual).
Com este texto pretendia-se distinguir a concepção a retórica de Platão e a retórica de
Aristóteles.
A tese do texto é: “A retórica é útil”. Os argumentos utilizados por Platão para defender
a sua tese são:
1) As nossas ideias podem ser muito justas e boas, mas se não as soubermos por, somos
derrotados, pois o auditório é confundido e acaba por tomar más opções, sendo o
orador o único culpado, e nunca a retórica (1º argumento utilizado dor Aristóteles);
A opinião de Platão é que a retórica é imoral e perigosa, só serve para corromper as
ideias, manipulando o ser humano, levando-o a acreditar na bondade de um dado
discurso, mesmo que este só contenha uma aparência de verdade.
2) A força de uma determinada ideia depende do discurso (2º argumento utilizado por
Aristóteles);
3) Não basta estarmos convencidos da bondade da nossa tese, mas temos de convencer
o auditório (3º argumento de Aristóteles);
A opinião de Platão é que a verdade se impõe por si própria, independentemente dos
efeitos de linguagem e da aceitação dos indivíduos.
4) Quando o auditório não tem instrução sobre o tema abordado, é necessário utilizar
meios para que o auditório compreenda o discurso, nunca abandonando a
racionalidade (4º argumento de Aristóteles).
5) A retórica é moral, e deve ser usada eticamente, nunca enganado ou manipulando o
auditório (5º argumento de Aristóteles)
Ao contrário de Aristóteles, a opinião de Platão é que a retórica é má e imoral e só
serve para manipular as pessoas, quanto menos instrução tiver o auditório mais fácil
será manipulado.

Nesta aula as conclusões tiradas foram:


Platão e Aristóteles têm concepções de retórica diferentes.
Platão defende que a retórica é ma e perigosa, porque apela às sensações das
pessoas, e o ser humano, em quanto to ser sensível, pode ser demovido pelo poder deste tipo
de discurso, mesmo que este não seja o mais correcto, e apresente apenas uma aparência de
verdade, manipulando assim o auditório. Platão defende ainda que a verdade se impõe por si
própria, independentemente do efeito de linguagem e da aceitação dos indivíduos.
A opinião de Aristóteles é oposta a de Platão, pois Aristóteles diz que por muito justas e
boas que sejam as nossas ideias, temos sempre de as saber apresentar ao auditório, pois se
não as soubermos por ao auditório acabamos por ser derrotados, pois o auditório é confundido
e acaba por tomar más opções, sendo o orador o único culpado e nunca a retórica.

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