You are on page 1of 20
José Fernando Simao TEMPO E DIREITO CIVIL prescrigdo e decadéncia “Tese apresentada & Faculdade de Direito da pata obteng30 ‘em Direito Civil (Edital FD 13/7 Sio Paulo 2011 PARTE Il -PRESCRIGAQ E DECADENCIA etn lds Se Sire a tal neg: Da mesma forma, se este fosse 0 jo o art, 26 do CDC 10 do intérprete seria a de que, te hd uma ingo é mera faculdade do legislador. Se 0 fosse, nio haver debrugar sobre o tema por décadas a fio o legislador de 2002 adotar cexpressamente a dist prazos tém diferengas enquanto praz0s, sendo irrelevante 0 fato de a lei denomiini-los de prescrigio ou deca- ‘déncia, O nomen juris dado a0 prazo por certo artigo de let nfo'tem forga de alterar sua naturera, vera explcar como um easamento malo ce- se convalidaria aps dois anos da ceebracio vigencia do revogado Césigo Civils“ oto informe, pouce caracterizado, se bem sep wo" A verdadeir detafio 20s jurists: "A nos ‘negacio pura e simples dos principios, pois a fuga nao resolve o problems, que ‘ontinaa de pé, desafizndo o engenbo bumano.” Devadéueiee presi p. 13 | | I 0, que sio estranhas mesmo autor franeés reconhece 1rnos textos do Cade Civil” nga, por exemplo, 0 termo de- testamento, A decadéncia por prazo e pode resultar jando a perda do wr imoderadamente o filho, s situagdes de ex .745 do CC/16). Fresca. Deadnda SipresioeSoneio 219 anterior (art, 393 do CC/16); a perda do de repetir 0 que se ‘pagou para solver divida prescrita ou cumpr do natural (at. 970 449 CC/16), bem como o de reaver 0 mutirio juros pagos nio estipu- Jados ou imputé-los no capital (art. 1.263 do C to de decadéncia por comissio nfo pode ser importado para o direito braileio, As penalidades impostas pelo ordenamento em razio de certos atos praticados mio se sn a nogio de de- fda pela doutrina bras 1ogio francesa nio coincide cor que a Alemanha deu aos efeitos do te também foi diverso. Explica Nicolau Nazo tempo que dedicow uma seglo especial de sua Part 2 225, 4 prescrigio, embora ndo falsem numerosos textos dis diploma legslativo visando ao mesmo instituto, teve 0 cuida- sempre uma iinica expressio para designé-la, isto & Ver~ jponde 4 palava “prescricio”. Tendo enumerado os em: outros dispositivos do cédigo, ressoul-se, no entanto, © fins. Nio os mencionou expressamente, nias Us0U, por exemplo, como thos §§ 382 e 801, de perifrases, deixando 3 doutrina a fang3o de dis- tingui-los. Os autores, para designar os prazos de decadéncia, adotan bs termos Aussdilusfst, que corresponderia a “prazo que exclui” ow finda, a expressio G Be- Percebe-se, entio, Que o dircito Togicas distintas daquelas do direito br iro faz opgdes termino- ro e pode ser usado apenas NAZO, Nicolas, A decidénca no dict dl basi, p. 26. {pai quepratiat violencia domdtica contra eu ilo uma nica vex perder © poder familiar. sas NAZO, Nicolau, A deadénca no drt dl basic, p, 29-30. 220 [PARTE I~ PRESCRIGAO E DECADENCIA rsa etna Sree Sure 2 Carlos Maximilian entende que a pre credor durante determinado lapso. O instituto nio c {ndividvo, nem punira inércia de outro. Reveste-se de uma fi ‘aninentemente social, de ordem pablica. O seu fundamento depara-se a necessidade imperiosa de no ficarem as relagdes juridicas perPebise aa scrcertay, como resultaria se as agBcs nao fossem temporéria#- ‘Anténio Luis da Camara Leal afirma que, ricio fj introduzida no sistema pretoriano c ta go exercicio da agio ¢ tinha por fim extingut fem cont: Guyer, Francke, Unterholzner ¢ Rosshirt™. J tese segundo a qual a prescricio nio extingue o di nas a ag que © protege. ‘Os fundamentos da prescrigio, no entendimento de Anténio Luis ‘da Camara Leal, justificam que esta apenas atinge 2 ago ¢ nfo 0 pro prio drcto. Se ainércia és causa cficcnte da prescrisio, esta no pose rir por objeto imediato 9 direito, porque @ direto, rm si, nlo sfre Zo pela inércia de seu titular. O direto, uma ver adquitido, n= fculdade de agir (faultas agendi), para ¢ dominio da vontade af, de modo que 0 seu nio uso, ou nio exercicio, € apenas mrodgdade externa dessa vontade, prfetamente compativel coon ain onvet vagao. Festa porencialidade, em que se mantém pela falta de 4 sorpodders soffer algum risco e vira atrofiar-se caso, contra jade de seu exercicio a tod ‘se oponha alguém, 4 ‘de anneaga ou viola~ fro, mas ape- . Luiz F. Carpenter fornece seu conceito de a prescrigo iberat6ria como send um 0 fere diretamente aacio, (© autor é claro ao afirmar lade do direito, para cuja Femog? -dia tutelar. £ contra essa inércia do tivular, indo de prot 946, p. 237. fo Lafs da Cimara, Da prsrco ¢ da deednct p 29-24 1B LEAL, AntOnio Luis da Camara, Da presi ¢ da decadéacs p23 ages cuja origem se fegem, no tendo por fim Presa, Deca Sires Seis 223 cimento do favorece a pensiy ‘mas gera a extingio do direito, € verifica com a ocorréncia da prescriglo. Situagio post modificaro direito € nogo ampla demais e pouc os contratantes celebram um distrato(resiligdo bit i jor a0 surgimiento'do direito que kero efor Significa a ocorréncia de prescrigio. Hi fatores miltiplos no plano da fficécia que podem significar uma miodificagio ent decorréncia de ato das partes que nio guardatm relagio com a prescrigio. ‘Segundo Gustavo Tepedino, Heloisa Helena Barbs ‘mira corrente, a prescrigo cente: 0 prazo presericional rerceiro . tratas do direito de agio, procura demonstrar que, a rigor, ‘0 direito de acio, jé que este se dirigia 20 Estado, como um sbjetivo pablico & prestacio jursdicional, independentemente do mérito da demanda!®. os ‘Ao contririo da presctigao, que desde 0 direito romano érainsti- ‘auto conhecido © que, por séculos, foi sendo desenhada pela doutrina RBOZA, Heloita Helena: MORAES, Maria Celina i da Replies, p. 349-350. a i 224 PARTE Ml ~PRESCRIGAO E DECADENGA elo decurso do: prazo fixado-20 0 tivesse exercido, Conforme leciona Borges critica a concepgio de Pontes » quando profliga 2 ex rims 8 de cir alinente, decadén- peri, p. 25) Pres, radia pes Sarto 225 1, 62), ¢ De Ruggiero ‘io Paulo, 1934, tradugio portuguesa de Dr, Ari Santos, v. I, parigeafo 34). Mas a estas designacSes prefere Josserand a de prazo prfixado (Deseho civil, trad. de Santiago Canchillos y Mante~ -as Europa-América, Buenos Aires, 1950, t. 2, prazo de caducidade ou prazo pref (Tratado de jgaciones en general, Tipogratica Editoria Ar- 1956), Clo er, © termo genérico iol-R ipert, cadtuidade ou prazo prefssdo (Tratado prac. ices cradugio espanhola de Mario Diaz. Cruz, Edi- ‘ana, t. 7, 2. 1402) € Cunha Goncalves, pererpyae do io de direto civil, Coimbra Editora, 1930, n.'420). Exatamente em razio da enorme discordincia terminologica, © art. 26 do CDC ora utiliza decadéncia, ora o verbo caducar, havendo, minolégica entre o caput € 05 paragrafos, Com 0 toda a indecisio ido endo que vi ppavam caducidade sofreram emendas durante a tramitario legslativa', Cnio Luis da Cimara. Da presi € da decadénca, p. 113-118. No MALUF, Alberco Dabus, Precio, decadécia prov art. 189 485.446, que cuidam dos recibitérios(SIMAO, José Fernando, Viios de produto no novo Cédige Civil wee CDG, Sio Pavlo: Adas, 2003), Sobre o tema, explia Francisco Amaral gue ‘fame tenica que exprime aextinglo dos dries e suas pretenses pela inéreis 226 PARTE ~ PRESCRIGAO E DECADENCIA ite do que ocorre uer seja exercido, quer nio, sito, perda dos di i (Dive ie, p. 563). resto, Dead, Supe e Sars a acaba punido por no exercer seu 6 locatirio que percebe 0 vicio ¢ deixa ‘veri a decadn autores pretenderam caracterizar efeitos. Zacharie von Linigenthal firma que as prescrigdo e decadéncia se paut ‘contra todos, opera, com frequéncia, de pre se pode ren Giferenga pelos efeitos: difer ‘em favor dos menores ¢ interdi ppor sua vez, pretenderat decadéncia de acordé'com 0 caso concreto, em que se verificaria a intengao do legislador ou a vontade comum das partes quando 0 prazo: deconrer de contrato!”, Trata-se de critério evidentemente subjetivo ‘A cecanca no dita cil ase, p. 51-52. A inforra~ cginge echo da obra de Aubry ¢ Rau “Ala difference (gu est suspendue en faveur des rrompida ou Suspenss 1», Nicolau Nato afirma que Tissier e Sullé de Manicrre segem evs trilha, Tod ain titimo actescents ainda, que 0s dios elementos que se encontram em. 28 PARTE I~ PRESCRIGAO E DECADENCIA le maneira simples, motivo pelo iferenga dos insttutos esté em € uma institwigo de paz social, jor ao das partes interessadas, a deca- esse direito ou essa prerrogativa pos- 0 fimndamental da distingio re melhor, no ndo exercicio do prescrigio prevaléce 0 nio 40 contro, prevalece @ sctigio, o mio exercicio do Pres, eatin Speier ws 1 decadéncia tem lapsos curtos ou breves. et afirma com razio que isto seria muito pouco para a configuracdo dos dois institu- tos. Indica, desde logo e com razio, Ennecerus (Tiatado de dieto civil, 5 ,¥. 2, p. 490, nota 20 n, I), Jembran- do que no Cédi io se conhecem “prazos de decadéncia desde dois dias até trinta anos"*, ‘A critica a essa distingSo também vem da doutrina francesa. Paulo “Torminn Borges explica que Planiol ¢ Ripert afirmavam que tal crité- rio carecia de cientificidade, além de gerar imprecisoes ¢ incertezas, ‘especialmente em se tratando de prazos breves de catiter convencional Concorda-se integralmente com as criticas formuladas, pois, efti- ‘vamente, o critério da extensio do prazo carcce de qualquer base cien~ tifica. Se & verdade que 08 prazos decadenciais costumam ser inferiores a08 presericionais, hi excegdes diversas". O prazo de prescri¢io da pre tensio reparatoria & de apenas trés 206, § 3°, V, do CC), € 0 respects deveres. J8 para of tos devern exer is Marsjucs A redugSo dos prazon & {isco da preerigao 0 mimo do seu rendis RESCRIGAO E DECADENGIA n se longo, io do legislador ance Go para reparagio civil, ou seja, aquela fe era de 20 anos (art. 177 do CC/16),. (art. 206, § 3°, V, do CC/2002).. \eio de anulag3o de casameato no mais se Arex, Deca Spee Soret 231 dos diversos ag 4 corrente que n a0 objeto da extingio. Os 3167 e395, © Comentirios a0 ida (Obrigardes, § 92, trina das obrigasdes, vis Bevibiqua (Teoria gerald nota 227), Carpenter de Paulo Lacerda, bysieiro — Introdugio e parte pera Brenno Fischer, com base na doutrina estrangeira (Laurent, Josse- rand e Hue), elabora as distingdes: a prescrigio so vem da lei, enguan” fo a decadéncia pode também advir da determinagio, do juiz ou 2t0 cota prescrgdo 6 € alegada em exceyio, a0 passo que a decadén- jo, em regra, abrange obrigaga0 ou Jnio, enquanto a decadéncia dduas pessoas que figuram em ode dar lugar a ago; a prescri feresiando mais atinge caso de decadéncia sio titulares de di G de outra contingente), j& na prescrigio, 20 contrério, s6 ha um portador de direito, de sorte que 3 outta parte pesa um dever ODF Te Dn Reviiqaa que o prazo extntvo opers a decadéncia do dirsto porgae 9 di reivo confer & ‘ercido em deveriinalo pra; se Bio for exercido, cextingue-se. Jia PRESCHIGAO E DECADENCIA Pes, ead Spi eSaeto 233 pr que uma agi de amu- io ou estado de perigo € que o prazo para se cobrar alimentos serve para diferenciar estrutu le a reforma de 2006 do Cédigo Civil ver ad- nents da prescricio de offcio,s formé-la em decadéncia, Da mesma forma, a questio da possibilidade de interrupgio e sus- ie era negada pela doutrina patria’, conforme ia fastada pelo art. 26 do CDC, em 1990, que ‘expressamente prevé 1 paralisagdo do prazo decadencial em caso de vvicio de produto ou do servigo por inadequagio. Por fim, o art. 207 do Cédigo Civil repeliu qualquer divida quanto a0 tema. Para Antdnio Luis da Cdmara Leal, que também ¢ adepto da tese pela qual a decadéncia extingue 0 proprio dircito, sio trés os tragos diferenciais entee a prescrigfo e a decadén 41° teagd — Com base na escola alema, afirma-se que a prescris30 i extingue diretamente as a¢8es ¢ 56 indietamente os drctos, Assim, © | primeiro trago diferencial entre a prescrigdo e a decadéncia & que a se- prescrigio a prescrigio ter de um lado, 0 portador de wuém que tem uma obrigagio, a nogdo prescripio extingue uma ago ‘gunda extingue diretamemte 0 direito e, com ele, a aio que © protege, 420 passo que a prescrigio extingue diretamente a ag3o e, com ela, 0 di- reito que a protege. A decadéncia tem por objeto o dit oa ‘da em relagio a este € tem por fungio imediata extingui-lo; a preseriglo tem por objeto aacio, éestabelecida em relac3o a esta ¢ tem por fungao Jmediata extingui-la, A decadéncia é causa direta ¢ imediata de exting30, de direitos; a prescrigio $6 os extingue mediata e indiretamente™, tearm 0 sur eta dist ‘oie atingem dietamente o diteto. Es ins da preserigio (apud PRESCRICAO E DECADENOA 2° trago ~C nas que pe ‘contra a violagio softida, iferente sobre 0 tema én nio se confundem, decadensa, dos italianos: dos alernies). A norma positiva concede agio proposta dentro de certo lapso de iulmente €, 40 mesino tempo, a se em prazo inado™, pica que, no caso de de- ares de diveito: 0 de uma jeito a desaparecer condigio de exercer-s 184 do CC/I6), MAXI oma ds rematildade dase, p. 258. resign, Dead Spee Soncio 238 ‘certo fato’e $e casou-env erro tem 0 direito-de prazo legal e efémero de trés anos, contados do casamento. Para 0 ou to cOnjuge, sobre quem ji estado de fato, de que uma pessoa esti gozando, oposta ao direito de foutra; 2 decadéncia conserva e corrobora vim estado juridico preexis~ tente. A primeira extingue um direito; a segunda respeita um direito ‘em vid de formacio, A prescriglo favorece a quem tina um estado de fato, convertido, depois, pela inacio de outrem, em estado de direito; coma decadéncia, aproveita quem estava jé fruindo um direito ¢ tinha como adversirio o igualmente titular de direito, de uma age que se extinguiu e era destinada a aniquilar 0 outro estado de direito. A pri- [pode também advirde determinagio iz ou de ato juridico (unilateral ou bilateral, gratuito ou oneros0)"*- Note-se que falar em estado de fato no tocante & prescrigz0 nio revela a realidade em que, por exemplo, a pretensio surge de um con- ade . MAXIMILIANO, Carlos, Diet iatremporl om tori dare 7.256. 1 Tambim quanto aos efeitos, Carlos Mazimilino afirma que a diferengas Jo nao durante aincapacidade di parte, nem na constincia do mat 'A decadéncia no 6 nfo se suspende mas também nfo se imterrompe, ‘prescrigio; os meios adequados a evitar esta nose aplicam quela,cuj prazos si0 improcrogiveis (Dito intertemporal ow tora da renotividade das p.25). 236 PARTE Il - PRESCRIGAO E DECADENCIA oi a decorrente de trabalho de vista dos Tribunais n, 300, de= « prescrigio da deeadén- " que data de 1960. Presi Deans, Sires Saeco 237 a pela distingdo entre ido que este pode ser ‘uma conduta do sujeito icagio dos direitos, a fim io entre prescrigio e decal vo ¢ direito a uma prestag de se compreender a distingo. Segundo Vicente Rao, com que, por sentido de per- sentido de sim- is eritérios poderia do predicado dos di- 17, do poder ou ia a predi- potestativo, ada por Vicente bo & Das Rech des Bingelchen Gesrzhucs, de RAO, Vient. Odie ide do dics, So Paulos Max Limovad) 1858, «2, sndo ou extingvindo uma sis modifica do representado, de evogaraprocoracio; do agente, de ocupar res mls, 218 PARTE I - PRESCRIGAO E DECADENCIA ‘Presa, Decade Spi eSareto 239 (Os exemplos se m ant, Determinado contrato de prestagio de servigos prorrogado por tempo indeterminado admite a dentincia ‘por qualquer dis partes quando Thes convier. Hi um diteito potestati- ‘vo de ambos os contratantes a0 qual o outro mio pode se opor: Na locagio comercial, a regra se repete quando esta se prorroga por prazo [Na realidade, em muitas situacdes de sujeigio ha bos 0s contratantes potestativo ©, ‘estado de sujeigio em relagio ao outro™. jue apenas uma das partes tem o direito potesta- tra o estado de sujeigo. No caso de casamento com erro 1 quanto & pesda do cénjuge ou de coayiio, apenas 0 que se x10 (por desconhecer determinada qualidade do cénjuge) casou sob coagio poder anular 0 casamento, S6 esse cBnju~ {enquanto 0 outro se encontrara em estado tivoea cou que age terd o direio potestativo, potestativo, em di- 2p PAKTE I -PRESCRIGAO E DECADENGIA 0 aviso prévio de 30 dias"; na 30 dias (ef. art. 46 da Lei, 2. mas poder ser de 90 dis (f, Esses prazos afasta efeito surpresa nefiste 20 em estado de sujeigio. vos nao sio passiveis de violigio ¢ a eles ndo prestagio™ io de direito potestative que se chegard 20 con o, soja prestagio se ou de outra espéeie, © que é , extinguir ou 2a gado a uma prestacio, sofre uma sujeigio. E 0 que o ocorre, por exem- plo, com a agio proposta pelo eérjuge conto para anular o casamento. Jalgada procedente a ago, o efeito da sentenca ndo & a condenagio do njuge a uma prestagio, ¢ sim a anulagio do easamento, A tl stro cénjuge fia sujito mesmo contra sua vontade’”. © exemple da anulagdo do casamento se aplica& anulagdo dos ne- s aja algum tipo de vicio do con- parte em estado de sujeigio) que nio seja passivel de violagio e houver ial. A agdo referente a tal € teri como obje~ Em contrapartida, a nocdo de prescrigio se refere a0s direitos co- laborativos, ou seja, Aqueles em que pode ocorrer uma violagio por descumprimento de uma prestagdo. Nas palavras de Agnelo Amorint Filho, s6 as ages condenatrias podem prescrever, pois sio elas a8 Sinieas afSes por meto das quai se protegem os direitos suscetiveis de 6, 08 da primeira categoria da classificagio de Chiovenda uma prestasio)"™, Note-se que, ainda com base na teoria sta afirma.o autor que ocorre a prescricio da ago, enquanto re afirma-se que o que prescreve,é a pretensio. Iso porque © gio, atualmente, € compreendido como 0 direito de se seta css ude ek cm meados do século XIX, \eid ¢ Muther acabou por sado e a ago, pois esta cra, a par ial da parte prejudicada, doi ~ Teoria gerl do to. 47. ed. Rio de Janeiro: ‘Pret, Dead Sues Sarco 243 4 ameacado de violagio: conereto, porque a tutela jurisdicional plei- teada pela parte s6 pode, ser prestada mei protesio concreta de 04 ej, © direito de a¢30 to final for favorvel Em outeas palavras casos concretos em que também ex protec foi reclamada pelo autor™. ‘Jia terceira e atual teoria da aglo & teoria abstrata de Liebman, para quem a ess2ncia da agfo reside na relagio entre a éo particular ¢ o exercicio, em concreto, da jurisdigio, pois ela (acio) & direto av melo, no a0 fim, seja quanto 20 seu contedido, sja quanto & sua d'res To, como dois aspectos de uma s6 relagio. Dessa forma, a ago representa, principalmente, direito de iniciativa e impulso conferidos a0 autor, a fim de que, uma vez deduzida sua pretensio perante 0 6rgio |jurisdicional, ele obtenha deste um provimento que aprecie suas razbes, ‘ainda que a decisio possa, event ser desfawnivel. E direito sub- |etivo'ditigido contra o Estado, sem configura, todavia, 0 diteito a ‘uma prestagio concreta, favors residindo sa natureza abstrata de agio existe apenas o direito subjetivo, cuja ® MARCATO, Antonio alot. Pevellments epecis. 13. ed: SSo Pas Arts, 12008. p10, Edvardo J. Couture afrma que uma variante da teoriaconeretista {2 do chamado dieito potestativo e pertence a Chiovends, o indicador da mo~ ible {gue propoe agi no exerce contra 9 Estado nenhumn direco 30 qual ete se ache ‘conclatamente obrigado. O que existe & 30 20 Estado, em 0 qual iia de ago no se concebe rte funcionar na vida. A ‘Uma formulacio funda- seo configara um dreto Assim se enten= fe dos pesto, A sua co subje- » pela simples creunstincia da vontade o de poder direitos de fo dito prcesal ei, p, 22-34. PARTE II PRESCRIGAO E DECADENCIA redagio do dispositivo: \¢ a prescrig3o atua sobre a pretensio por a nogio de direito subjetivo, dando ‘res, ead Spe eee 245 nas A ten, pretensio e conceito de obrigagio (também em se conclua 0 que é pretensio. nar por base o conceito tradicional de obrigaglo (em sen- pelo qual esta & 0 vinculo juridico entre o credor © 0 deve- Gio de dar, fazer ou nko fazer, to, ou seja, quando o jo ae da necessariamente pel judicial & apenas uma das formas de se exercer a p temente nlo é a nica, Com a violagio, 0 eredor pode cobrar 0 devedor por meio de notificacdo, de protesto do titulo, de simples telefonema im riaiores formalidades, contratando um Explica Paulo Torminn Bonges que preiesio € palavra que tem in~ gresso no direito substantivo e adjetivo!”, em cada um deles com signi- ficado diverso, Em tomo de seu conceito substantivo, que nos interess:, gira 0 § 194 do Cédigo Civil alemio: “O direto de exigir de outro uma fsfo ou omissio (pretensio) extingue-se por prescricio”, Sio duas 2s ideias do enuciado. A primeira € que se deve entender por pretensio, tem dircito eivil, 0 direito de exigir de outrem uma agio ou Omissio. A segunda ideia esté no faro de que a pretensio se extingue por prescri¢io. (© campo jurfdico da pretensio & pois, a seu lado, 0 habitat da prescriga0 Fora daquele nfo ha prescrigio. Em havendo, alhures, prazo extintivo, tratar-se-i de outra modalidade que nio a pres Te PONTES DE MIRANDA, F.C. Tistado de drt prindo~ Parte geal ~ Bficicis “juridics, Detertinag tos. Pretensbes, AgBes, 5, p. 45. = BORGES, adc e prescgo,p. 3-46. Paate PRESCHICAO E DECADENCIA Joe pre assunto. Explica lidade de 3¢-exi- no o proprio + pretensBes exigem aagio ou 0 1, claro est que, se os di 2 decadencial, ¢ nio prescricional. tos formativos estivessem su- cito de pretensio de Pontes de ONTESDE MIRANDA, F.C. Festi. Deans, Simei Suro 287 Wo, se modificar ‘ credor, Afirma 0 autor que ‘Tuas, Der allgemeine teil 1, ou cooperagio do to passivo tem de Wvo, Tanto assimn ide aga em terras do sew dever e obrigagao-de a pretensio de resulkou que alguém ir e, por si 6, nfo o pode ha, da parte de algun juristas (rg, A. vor 224), confisio entre desnecessidade de interve ancia de pretensio; 0 su ir ou de dif dele, est ten 23630, por vi abster, Mais: se ainda A propo 3, ¢B, invocando 0 negocio rcitos Zeus, pois 20 7} por parte de terceiros com rel anterior a qualquer ato lesivo, romvads conform 2 Cousins da R » antores afiigando que, entretto, 2 preter ide direto ia, p. 380-351), es que prescindem ds «prnads~ Parte geal ~ Becta eh AGB 5p 452 & int de pre facncia do dire alamo (BC ned que transferia para odireito substantive pi proces sntigo direto com "apretensio de diet privade dstinta da pretensio de “po eit snjetivo pblico de inca pelo ag ‘A prewasio revelase, por {eouteem uns ago ou omiso.E pata a Ares Dead Sipe Seco 249 so de crédito existe desde 0 » io, a propriedade e demnais direitos absolutos 96 outor~ ce fgam desde logo a faculdade geral de nio ser perturbado 0 senhorio, € lo CC raz reyras para eee faculdade que se dirige contra todos niio pode ser qualificada de oxa do contrato (art. 475 whem no sentido do Cdigo Civil, ‘0s autores, dos d pretensio da condata alhela que contradiz odirito absolute, Por excmn= 9 outro possui a coisa e atrapalha o exercicio da proprieda~ reito de exigir a 10 da coisa, isto 6 iade™. Se se delimitow na presente tese 0 Je em que o de _ fazer ou nio fazer, quando se esti diante do | o que surge para aqueles que nfo sio proprie~ abstengio, € mio io. Em outras pala- nis, A nio pode invadir o terreno de ples fato de A niio ser n dever io uma obri~ er, pois, entre Ae B, mi obrigacional. nvada 0 terreno de B, este nsio contra aquele, salve se adotado 0 com ho, como quer Pontes de Miranda, que, repita~ 1B poderi exigir a saida de A porque este descumprin um dever negativo, ¢ mio porque tenha contra ¢ pretensio. £ de se perguntar se hé prazos pars que B exijaa saida de A de seu ‘A resposta s6 pode ser negativa. Enquanto proprietitio, B po- tend exiiv a saida de A a qualquer tempo, pois, aomo nao hé pretensio dle dar. ¢ a nogia de iceitue prescrigio, tem a pretensio de propri i, por parte por ps acumprir io Grande Trav de dees til Parte general, 458. Os rica a0 dreitoabsoluto em que se funda, PAINE I~ PRESCRIGAO E DECADENCIA reste, Deady, SipeveSunadio 21 lutos a0 proibir que seja prius © exigir que este seja 0 con- aagio ea pre xgeral, que cor jeitos-passivos totais da de pretensio™, e nfo a Pare get 5.p. 46 arma 0 autor 1FSCHIG AO E DECADENCIA ridada antes de se definir prescri- a] consuumada (art. podendo o devedor renunciar 3 pre \orreto afirmar iguitl a pretensio®”, Sio coneludentes as palaveas de Pon daz 4 prescrigdo atinge a pretensio, cobrindo a eficicia desta": Hi encobrimento da pretensio, o que se verifica efet da eficicia, e no da existéncia®™, na, prescrigio € um fend seja, a poss dew 10 que torna ineficaz a preten- lade de © credor exigir do devedor 0 cumpri- dc ua prestagio de dar, fazer e nio fazer. A pretensio, em zo, & exigivel por uma agio condenatéri A decadén extintivo de direitos potestativos aos (SAICTINS-COSTA, iio de Figuelsedo 1 Exes ‘est Oras Ste eure 253 fo. gle agdes const dria da loca: relagio juridica, joe sunetio"® decorrem do principio da bos-fe 1€ 422 do Cédigo Civil. A boa-fé obje- {norma ética de condusa que exige do syjeito um compor~ wo leal. Ea Trew und Glauben do direito alemio. Segundo Larenz, im deve guardar fidelidade 4 palavra dada, € nio defraudar 3 nga ou abusar da confianga alhcia™ “Trata-se de wma norma impositiva de conduta leal, geradora de tum dever de corrego que domaine o erifego negoc! Assim, a boa-fé pode ser estudada de acordo com tras fungdes: interpretativa (como cinone hermenéutico); a ativa (como criado! de direitos laterais ou anexos); e a reativa ou limitadora de direitos subjerivos. Em se tatando da fungio reativa, a boa-té serd a alegagio de de~ fesa para techagar determinada pretensio injusta, 01, como esclarece ‘Menezes Cordeiro, excegio é a situacio juridica pela qual uma pessoa adstritaa um dever pode, licitamente, recusar a efetivacio da pretensio ‘Ho dino 4 di quando o consuinidor contrsta a garantia estendida, ow se, © fomecedor concede uima garantia por periodo superior & prevsta pelo CD ‘edoratede a0 plete do ‘ma uina iberalidae do fornecedor. its pina, Sio Paulo: Rev 1. 109-136,

You might also like