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10 de vista de que a estrutura da feria deveria ser rafor- ‘mada de tal modo que as hieracquias de idade e de s2x0 fostem minimizedas ou, talvez, completamente eimina- as. No capitulo final, o autor aplica seu esquema teb- Tico para analisar, com dados extrafdos da histéria da fo- imilie europsia, quatro modelos de estruturas de Fama: a burguese do século XIX, a aristocrética dos séculos XVUVIi, a camponesa dos séculos XVI/XVII e a traba- Inadora do inicio da revolugSo industrial. Propde-se a el minar 2 prética, que considera defeituosa, de recorrer sempre ao modelo da familie burguesa coma norma no sstudo das familia, Aplicando 0 roteiro de indicadores praviamente eiaborado, analisa as extruturas emocionais os quatro diferentes tipos de familie, No caso da fami- lia burguesa conelul: “o padréo emocional da familia bburguesa é definido pela autoridade restringida aos pais, rofundo amor parental pelos flhos, uso de ameagas de retirada de amor, a titulo de punicéo, em vez de castigo Aisica” (p.195}. [Nas fanviies aristocréticas, atribula-se pouco valor 8 privackdsde, domesticidade, cuidados maternos, amor roméntico relapses fntimas com as criancas. A vida ‘emacional das criangas nfo aravitava am torno dos pis, ras estava cifundida através de vasta gama de figuras adultas ‘A familia camponesa no antigo regime (séoulos XVI 6 XVID) tinha mais tragos em comum com a aristo- exacia do que com a moderna burguesia. A unidade bi- st da vids camponesa nfo era a familia conjugal, aldeia, Catamentos, relagdes entre marido e mulher e en- tre pais e filhos, tudo era compartthado por todos of al- ddedes, pols privacidade era desconhecida sem valor. A autoridade o amor estavam repartides por ampla rede de parentes © aldedes, a relagdes entre pais @filhas no, $4 caracterizavam por intimdade ou intensidade emo ‘al, As sangBes eram impostas com castgos fisicos, em vez de ameagas de retirada de amor. ‘Ao analisar sou quarto ¢ ltimo modelo, oda clas se trabalhadora das fates iniias da industralizagzo, Pos. ter eponta para o fato de que, a0 longo de um sécuie, @ farniia trabalhadora foi se parecondo cada vez «ei com a familia burguesa. No per odo iniial da industrial- 22690, 0 lar proletério nio era proprianionte “um niaho ‘do domesticidade”. As condigdes de vida eram axtrems- mente prectrias e & sobrevivincia s6 era garantida medi- ante 0 trabalho de todos os membros da familia. Cri ‘2 € jovens de ambos 05 saxos atirmavam sua indepen- dncia dos pais através do trabalho na fébrica, onde eram Droticamente socializados. As ralagGes entre homens € ‘muthetes diferiam doqueles do padrio burgués, posto Que as mulheres, além de realizar Gs afazores doméstios, \tabathavem também cas fébricas Nos Ulkimat décades do século XIX, 8 medida em ‘que emerge a aistocraca da classe trabalhadora, coinc indo com as primeires conquistas trabalhistas (salério familia, limite de horas de trabalho, ete.) amplia-se 0 es- {forgo da burguesafilantrépica para reformar a moralida- de da classe eubalterns,integrando-s 20 modato da fami- tia burguesa, 100 A primeira conclusio que Poster extrai da andlise dos quatro modetos ¢ a de que a familia burguesa no & ‘um modelo Gnico, mas sim um fendmeno historleamen- te distinto. Além disso, ressalta de sua anélise a conclu- fo de que # historia da familia 6 descontinua, nio-linear nfo-homogénea: eonsiste, isto sim, em padrdes fami res distintos, cada um com sua prépria histéria © suas réprias explicacdes. ‘Ao examinar 0 destino da familia burguesa, a opi- niéo do autor oscila constantemente: parece as vezes crer ‘que o.modelo burguds estaria decadente, outras vezes fi- ca clera sua crenga de que a familia burguesa continuaria sendo a norms, na medida em que @ privacidade, 0 isole- ‘mento, o amor roméntico e a preocupagio com os filhos persistiiam no mundo moderna, talvez até em grau su- petior ao de antes. Conclui sugerindo a adogio de um “modelo uté- pico” de familia, que elimine os mecanismos de reprodu- ‘680 das hierarquias de idade e de sexo, aporttanda assim iregBes de mudangas. Sei objetivo nfo 6, porém, 0 de propor reformss, mas sim o de mostrar que o modelo burgués ndo 6 0 Grico posstvel. ‘Ao final da leitura fica 0 alerta de que o estudo da familia no pode so reduzir apenas &s questBes sociais mais amplas mes deve, necessariamente, remeter & rica dindmica emocional dentro de cada unidade familiar. Embora a proposta teérica de Poster privilegie o anfoque sicolégico, ele eria, no decorrer de todo 0 livra, 0 ex: pectativa de uma referéncia mais abrangente e profunds 20 hist6rieo e a0 social, que por fim, ele préprio néo consegue cumprir, como se estivesse preso @ alguns es- ‘quemas rigidos de explicarao, entre eles o froudiano. O t ORDEM MEDICA E NORMA FAMILIAR Freire Costa, Jurandir Graat Rio de Janeiro, 1979 ANORMALIZAGAQ DA FAMILIA Que a famflia vai mal, acabou, ou esta por acabar, & hoje voz corrante. Freire Costa, um psiquiatra que so rope a estudar as representagées (0 Imaginério) sobre a familia do universo cftadino brasileiro, trata de saber por ‘que os diagnésticos ¢ terapias se multipticam @ s2 0s re- médias propostot, 20 invés de sanarem 0 mal, no véo erpetuar a doencs. Por isso deserwolve uma reflexio, ‘uma arqueologia da familia brasileira colonial do século XVII e colonizada no século XIX, submetendoa 2 um instrumental te6rico ne linha de Foucault, Donzelot € Castel, desvendando suas relapses com a medicina eo Estado brasileiro. Cad. Pesq., So Paulo, (37): Mai. 1981 A tese de Freire Costa & que a famifia brasileira foi instrumertalizada através da higiene, pelo Estado, em seus objetivos de controle demogritico ¢ politico da po- ulagéo. Diz ele: “A normalizagso médica da familia bra- sileira operou-se em estreita correspondéncia com o de+ senvolvimento urbano e a criagio da sociedade colonial. Até 0 século XVII, a soctedade eolonial tinha como caracteristica 2 sua desarticulaeio e fragmentago nas grandes farniias patriarcais. Cada familia era um mundo, ‘com seu chefe, mulheres, criancas, agregados e parentes. Seu osparo: a casa. A rua, espécie de depdsito de lixo, ora 0 lugar do pove, dos que néo viviam em farnitia. A 28a, misto de unidade de producdo e consumo, ora excu- +a, insalubre © de construpio primitive. A veranda coo- ccontrava a vida social, comia-se muitas vezes no chi, so- bre esteiras, cam as mifos. Os escravos realizavam todas atividades. Os homens, fora, ocupavam-se dos negé- ‘ios ou do campo. Em casa ficavam as mutheres. Gorda, ccaseira ¢ descoloride, a mulher brasileira da época punha fithos no mundo. Seu isolamento agravava-se com os pro- ongados porfados de gravidez e “resguardo". As c ‘628 faziom parte da naturaza: lias possuiam sous anjinhos, era a ordem natural das 123. A falta de cuidados médicos e de higione ajudava @ ‘multiplicd-los. As senhoras nfo amamentavamn seus fi- 'hos; Obrigavam as escravas a abandonarem “‘a cria” na ‘Casa dos Enjeitados, na Roda, para serem amas do late, Toda esta simplicidade aparentemente:niveladora era ‘rompida nas raras ocasiGes sociais¢ fostasreligioses. Mas uma sociedade sem normas no correspondia ‘is necessidades do desenvolvimento urtsano e do Estado: ‘orgenizado. Assim 0 fortalecimento do Estado nacional iro pasta pela “normalizacio" da familia através dda higiene envolvida no manto ideol6gico do amor farni- fiar-e do amor & patria. Freire Costa descreve a transformagio da fama colonial em familia colonizads, 0 rampimento dos ant 90s lagos de parentesco, o afastamento dos agregados e a ‘nuclearizagSo, Chama a atengo de-que esta mudanca ‘aio 6 um processo global que atings tados as sotores s0- ciais, A familia higiénica 6 por excoléncia 2, familia bur- ‘uesa, branca. “Fracionando as velhas relagSes de cast, ‘eligiéo © propriedade, a medicina higinfca preparou a familia para se acomodar e participar na criacgo dos va- lores de classe, corpo ¢ raga ¢ individualismo, caracter(s- ticos do estado burguds.”” ‘Que modificages a medicina higiénice introduziu tna familia? Em primaire lugar, homens ¢ mulheres pas- sam a ser educados para a sociedsde , para o salfo. De- senvolver se hébitos de habitaco © vestuério que sfo'20 masma tempo emblemas de diferenciacao social. A moda 0 impSe. © cuidado ‘com a prole passa a ser o objetivo a familia, Combatem se 03 casamentos consangdineos. A sade fisioa priquica ¢ tratada cientificamente. mentado de forma saudével para produzir cidadios "e6- eis @ socidvels". A regulamentago do corpo passa pela repressio & sexuatidade, 2 vi ‘urbagio, coftsiderada como crime, O autor aponta posi- Resenhas Bes radicais ainda que minoritérias no combate ao “ona- tnismo". "Os socorros da arte" lam de bromuretos de po- téssio, cdnfora, sédio, aménia, Idpulo, e calmantes .. até a prevengdo por maios mecdnicos: camisola de force, infibulaedo, clitoridectomia, neuratomia isquio-clitori- diana e aderéncia dos grandes labios, Qutro aspecto disciplinar imposto: a discipline in- ‘electual: aos pobres tratava-se quando muito de profis- sionalizé-los, 208 ricos de dar-thes cultura geral para que ‘mais tarde terminassem sua oducago ne Europa. A casa, alm da europeizagdo dos ambientes, passa a ser o cené- rio do amor conjugal, do amor materno e da autoridade Paterna, A figura do homem se converte integratmente & figura do pai, autoridade, razlo, a figura da mulher a de sme emorosa, Tudo contigura'a fraqueza da mulher a partir de sua biologia. Freire Costa cita: “Toda 8 constituigfo mo- ral da mulher (.. .) resulta da fraqueza nata de seus or- ‘980s, tudo & subordinado a este principio pelo qual a atureza quis tornar a mulher inferior ao homem”. Ou ainda: “A mulher & um composto de paixéas exalantes ‘que a impelem a viver pegada ac homer, como a trepa- deira a um tronco ....". A este ser naturalmente inferior, propriedade privada do homem, cabe uma fungo natu ‘al: ser mie. A maternidade intogralmente assumide in- lui agora 0 aleitamento, os cuidados higiénioas. Neste universo banhado palo amor fa 52.0 ideat burgués da unidade entre sex ménio. Dele esto marginatizados os Ii térios, of homossexuais, a6 prostitutas @ as mundanas, Todos aqueles cujos corpos nifo obedecem & norma, cuja sexualidade no procria. Logicamente, a paixio passa a ser objeto misterioto @ maldito; imprescindivel neste ‘mundo higienizado, desenvolve-se & margem ou nas en- ‘elintas desta sociedade. Assim, a arqueologia da famitia brasileira empreen- ida por Freire Costa evidencia as formas histéricas do patriarealisme € do machismo crioulo, assim como faz 2 genealogia dos mecanismos que submetem as muthores. Para Freire Costa, a redugo da mulher 20 papel de mie ‘2 do. médica. Se 0 poder patriarcal dos homens viu'se ex- propriado de seus escravas e agregadas ¢ limitado pelo Estado, ole conservou um objeto: a mulher. Se 0 machismo nfo nasce neste momento, ‘certamente viu-se entdo fortalecido, diz 0 autor. Comple- tando a caracterizagio do machismo, e atribui-the uma fungdo regutedora. nos comportamentos sociais e polit cos. © interesse da familia centraliza a atividade © @ atengdo do cidadio, a esfera do Estado ¢ reservada eos especialistas. Por outro lado, os macanismos de controle da mulher vio da detengf0 doméstica & amamentacio sampre com 0 objetivo de fixé-la a0 papel de mie. Segundo Freire Costa, @ urbenizatio gerou uma ‘onda de independéncia feminine, promovendo @ mulher através do consumo, do acesso @ cultura, ainda que uma ‘cultura de salfo, No entanto, os limites desta emancipa- ‘940 permaneciam ¢ se centravam no “process de ci ‘unscri¢do da sexualidade feminina & zona de controle 20 espego materno. 101 ‘A. mulher mie completa-se com a mulher nervosa, © nervosisma, mecanismo de reagio 3 repressio sexual, & institucionalizado pela higiene, ao mesmo tempo que se institucionelizavam os mecanismos compensatorios para ‘2 sexualidade masculina, colocando-os fora da casa, no bordel, Freire Costa faz uma adverténcia: a order médica, ‘segundo ele, tornou possivel a exploracdo do corpo @ do sexo de todos aqueles que, oprimindo, acreditaram-se acima ds opressio."" De todos aqueles que, extorquindo (8 oprimidos, nem por isso escaparam & extorsio,’ Os méritas do livro de Freire Costa vem do fato de introduzir um porto de vista critico sabre o significado dda urbanizacdo higiénica, da nocmalizaedo familiar, evi denciando sua relaco com 0 controle do corpo e a esta izagio dos individuos. Talvez 0 contraponto que estabe- ‘lace entre a sociedade colonial ¢ a sociedade colonizadi na medida em que saliente o carSter repressivo da segun- :d2, termine por deixar uma imagem menos vigoross do utoritarismo patriarcal, de que era norma patriarcal. De qualquer maneira, na sua obra, a familia bur- {uesa brasileira torna-se de repente transparente, ¢ veros ‘2pontar atrds dos tragos retorcidos do machismo, da vio lencle da repressio sexual sempre renovados, as formas veladas do patriarcalismo de nossos avis @ bisavés, 0 he: ranga mais duradoura que provavelmente nos deixaram. ‘Como um “pentimento”” ou um fantasma, a.fami lia burguesa @ 3 familia patriarcal se desenham desvend a5 por Freire Costa, e nos desafiam. Elisabeth Souza Lobo i O VELHO E 0 NOVO — UM ESTUDO DE PAPEIS E CONFLITOS FAMILARES, Salem, Tania Petropolis. Vozes. 1980. 240pp, Ed. Vozes Petropolis, 1980 'Na literatura sociotigica, em especial na que diz respeito & familia no Brasil, hi uma énfase na diferenci ‘slo do papéis dentro do grupo familiar, seja no Embito da divisio do trabalho seja no ambito sexual e afetivo, ‘essaltando-se quanto a este Gitimo aspecto a existéncia cde um “duplo padrio de moralidade”” que reve compor- tamentos diferenciados para homens e mulheres. Essa literatura contudo no permitia um conhecimento mis aprofundado de como, no seio familiar, essas diferenci ‘98es so vivenciadas polos atores. Essa lacuna & superada elo trabalho de Tania Salem, que através de uma pes- ‘uise empirica analisa os papéis familiares tal como es 8@8 sfo desempenhados ns relacdo entre pais e filhos, ‘examinando os pontos de continuidade e ruptura verift {Sados entre as geragées, bem como as contradiges a que esto submetidos esses papdis. ‘A obra do Tania Salem, criginariariente tase dé Mestrado apresentada no Instituto Universitétio de Pes- uizas do Rio de Janeiro, consiste num culdadoso traba- tho de pesquisa e de anélise dos dados obtides através da reafizagio de entrevistas em profundidade, com oto fe- ‘mflias de estratos médios © superiores, da zona sul do Rio de Janeivo, perquisando-se pais e filhos adultos, to- talizando trinta e nove entrevistados. ‘A obra divide-se em quatro capftulos: “Papéis Fa- militares: Perspectivas Te6ricas”; “O Dominio PUblica"’; ‘0 Dominio Privado” ¢ “Conclusées" ‘No primeiro capitulo, a autora se preccupa oom a teoria dos papéis. Veritica, na obra de vérios estuciosos, 08 conesitos de papel ¢ conflito nos mostra como se dé 8 introjegdo de popéis socizis « os mecanismos deflagra- dores de contlites. Ao especiticar @ aplicarao dos concel- tos dentro do contexto familiar, aponta a existéneia de dois principios basicos: a matriz geracional ¢ 3 matriz sexual, que devem ser consideradas na andlise dos dados, afim de se obter a compreensdo de camo os atores viver cciam @ manifesta suas representagSes frente a0 traba- Iho, & eduoacio e as suas relagdes familiares. A andlise dos dados da pesquisa encontra-se nos dois capitulos seguintes. No capitulo “Dominio Piblico", a autora apresen- 1a a3 femilins estudadas, fornecendo dados da blografia dda geracéo mais velha, tais como origem sécto-econémi- a, histérieo de vide ocupacional, grau de instrugio ¢ ti 'po de socializagéo. Esse procedimento permite apreender ‘caracteristicas comuns as familias antrovistadas e fornece informagdes significativas para o entendimento do mado ‘pelo qual homens ¢ mulheres de geracdio mais velha enca- ram 0 trabalho extraordinério, fornecendo outrossim um background para compreender as expectativas {que formularn com respeito aos filhos nessa érea. Comparando os dados (matriz geracional — matriz sexual), verifica as formas “feminines” & “masculinas” de lidar com 0 trabalho extradoméstico. Essa compare: fo permite @ autora elucidar se, de uma goragio pare outra, 0s modos diferanciais dos scxos se relacionarem om o trabalho sofreu alteragées e, em caso positiva, em ue diregdo, Permite também, examinando os individuos do mesmo sexo em geragies diferentes, verificar os pon- tos do ruptura e continuidede geracional no significado ‘que 0s stores femininos e masculinos imputam a0 domi rio piblico, Depreende-se da biografia dos pais, a socializacio iferenciada que homens e mulheres ceceberam acerca do trabalho. Assim, enquanto para os homens 0 trabalho 6 0 fundamento de sua identidade social, as mulheres 0 enearam como um prolongamento do trabalho damés- too. Quanto a geragio mais jovem, embora divergéncias significativas aparecam no discurso de mogas e rapazes, cconstata-se que ambos interiorizam a ideologia dominan- te, na qual ao homem é atribuido.o papel de provedor, o ue denota'uria visio mais instrumental do trabalho pa- Fa 05 rapazes, ‘Como muito bem é ressattado pela autora, "as jo- vens em contraste com a geragfo mais velha vivenciam lum momento histérico no qual se processa uma mudan- Cad, Pesq., S40 Paulo, (37): Mai. 1981

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