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BSN soy ere GEOGRAFIA <> | reo md a ee O bs > jas [aval : ec) PENSAR E SER GEOGRAF TA RUY MORES AA SOCIEDADE E SUAS FORMAS, DE ESPAGO NO TEMPO Cada tempo se distingue de outro pela forma do seu espago. Na verdade, cada tempo & a sua forma de espago. As formas espaciais do tempo sio conhecidas. As tensies genético-estrucurais dessas formas, escondidas no aparato paisagstico dos arranjos, todavia nfo. Estudaremas neste capitulo o painel dos grandes quadros spago-temporais que constiuiram as formagées geogréficas na hist6ri, sua cvolucio estrutural ¢tensées espaciais no tempo. A base deste estudo si os clisscos,lstados na pégina 57. Suas descrigées de mundo aparecem combinadas aqui eali de modo profuso, optando-se por isso por nfo, se fiver referéncias a um e outro em especifico quando incorporados ao andamento dla arraciva, na certeza de que oleitor informado saberi reconhecé-los. primeiro espago ( cspago surge na histéria através da organizacio territorial dada pelo homem 3 relagio com o seu meio, Deis acontecimentos baizam 0 inicio dessa hist6via, atuando desde entéo como determinantes da relagio estivel do homem com o seu espago. A descoberta do fogo &0 primeito. A da agricultura ¢ 0 segundo. © fogo é 0 dado seminal. © uso do fogo leva 6 homem a vornar-se um ser tubiquo na superficie terest. Com o fogo, ele aprende a controlar 0 meio (0 Fogo serve parao preparo dos alimentos e para o fabrico de armas e utensilios) ea dominar 0s erritérios (serve para 0 ataque e a defesa, para iluminar o acampamento e para renovara vegetagio através da qucimada), A agricultura é 0 dado integrador. Com 2 agriculeura, © homem dé outra arrumagio espacial & natureza (através da domesticacio dlas plantas e dos animais) ¢ assim cria os teritéros (através da guarda organizada das provis6es em silos e celeios, da apropriagéo intencional dos solos ¢ da égua, do ‘ordenamento dos eaminhos e das localizagées). Da combinacio do fogo com a agriculeura vem a instalago dos primeitosnfcleos de povoamento, Os polos germinativos de que emergem 2s civilizagbes. dado ordenador da paisagem é 0 processo da seletividade. A seletividade € a pritica ambiental em que o homem transforma a associacio natural num misto das espécies nio utilzadas dessa associagio com as espécies consideradas titeis & sobrevivéneia humana. Isto é, plantas ¢ animais domesticados, aclimatados pelo intercimbio e pelas migragSes. Assim, a paisagem criada se distancia da paisagem natural numa extensio que é proporcional ao nivel da téenice usada na ago da selctividade. A determinante éa busca continua do aumento da produtividade. ‘Com a seletividade agricola, as paisagens naturais no entanto nao desaparecem, ‘Ao contritio, so reafirmadas mesmo na medida em que as formas de espago dos sgéneros de vida, novos e do period pré-agricols, como dos coletores,cagadores & pescadores, acrescem-se em diferenciacio. I entra-se num estigio da evolugio em. {que a humanidade se aglutina e se diferen vida: 0 extativo (da eolera-caca-pesca), o agricola e © pastor Na pritica, io formas que, aqui e ali, se combinam € se complementam, introjetando arranjos espectfioos de espaco que diferem quer pela natureza edemanda decterritério, quer pela modalidade do género de vida. O caréter ndmade dos géneros cexttativo epastorl significa um suporteecoldgico debase territorial aml Jo cardver sedentiriodo género agricola, um suporteecoldgicoe uma extensio de errt6rio menor, em vista da maior producividade do trabalho coma terra. Demandas desiguais que se traduzem em limites earranjos espacais distintos e bem demareados na paisagem. Em cada Ambitolocal, um género de vida determinado centra o modo de vida do zrupo humano, sem que exclua a presenga dos demais. Em gral, os géneros agricola e pastorilincorporame incluem ao seu o genero da coleta da caga da pesca, em carter suplementar. Fé comum que o género agricola incorpore a0 seuespaso alguma criagio .€0 género pastorlincorpore por sua vez alguns cultvos. Mas sio raros os espagos em que ctiagio ecultivos se consorciem para formar um s6 género de vida 0 fao éque o surgimento dos géneros agricola e pastoril significa uma alteragao fundamental na relagio do homem com o seu ambiente. Dai um novo espago. Enquanto no género extrativo 0s grupos humanos utilizam as espécies do meio local ‘nasa mais integral diversidade, nos géneros agricola e pastor as expécies so filtradas sm us grandes formas de género de pela elagio de sletividade. A maior produtividade do trabalho nos géneros agricola « pastorl €a causa da diferenca Nio so, toda ia, paisagens que se implancem de uma s6 ver. Antes de tudo, os efneros de vida se dstribuem ese ersitorializam na conformidade do meio. O género agricola surge nas dreas florestais, através assoziagdes naturais em associagies dom: do arroteamento e da transformagio das cas, cal como nas paisagens do artoz, do trigo, do milho, dos tubérculos. De modo varidvel eao preso de alguma devastagao Alorestal. J4 0 género pascoril surge nas dreasherbiceas,estépicase deséricas. Nels, ‘ocupa, em pouso temporitio, os pontos de pasto e gua para melhor aproveitar os ‘momentos sazomais, formando espagos de uma extensio terttorial que se confunde com 0 infinito, Em tudo, aqui, 0 animal fundamenta a vida. A mobilidade valorica © cavalo; a seguranga, 0 camelo; a habitagio, o bois 0 vestuitio, 0 camciro, Eo regime alimentar valoriza o intercimbio com as sociedades agricolas. Também aqui «a influéncia ambiental na formagio espacial & patente: nas estepes centro-asiticas se terrtorializa um modo de vida marcado pelo peso do deserto fro sobre a habitagao € o vestudrio do pastor ¢ pelo dominio do camelo sobre © cavalo; jé no deserto ‘ocidental-asiticoe ssariano se verrtoraliea um modo de vida marcado por habitagio cvestuério levese pela agilidade do pastor sobre o caval, Entretanto, tis géneros de vida nfo se mantém restritos a esses ambientes por muito tempo. Avangam aqui cali um sobre 0 outro, ora reforgando a separacio, ora forjando o entrecruzamento dos scus espagos, havendo mesmo casos em que surge algum consorciamento entre 0 ginero agricola e o partoril, 0 que acontece sobretudo no centro-leste e ocidente europeus. Mas é0 grau de enraizamento territorial o dado fundamental. Cada civilizagio

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