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A INSTRUGAO INTEGRAL 1 ‘A primeira quest2o que vemos haje considera é/este: Pode fa emancipardo das masses aperérias ser completa, enquanio @ insteupéo quo as mossas reeebem for inferior aquele que deda as burgueses, ou enquanto houver uma classe qualquer em ge- ‘a, pumerose oy nda, mas que, pelo sels nascimenta, sja chama- dd aos privilégios duma educapdo superior @ duma instugao rials completa? Pr esta questo, nfo 4 resolé-la?. Neo sord avidente qua entre dois hamens, dotedos tuma inteligéncia na- tural eproximedamenite iglel, aquple qui souber mais, cuja esp Fito estiver mais aberto para a cignci, w que, tenda compreen- ido melhor 0 ancadeamento dos fatos natursis © socials, ow aquilo 2 que se chaa lls da natureze « da sociedad, se aperce. bord mais fécl a globelmente do canster da meio em que vive, ~ que este se santird, ligernas, mais livre, que seré praticamente ‘mais habil © mais podereso do que o outio? Aquele que sabe ‘mais daminard naturelmerta aquela que sabe menos, @ se exis tir entre duds classes apenés esta diferenca de educagaoe de ins- truco, asta diferench produziré em pouco tempo todas as au- tras, 9. muro human voltard a0 seu estedo atual, isto &, sané tividide de nove numa rmassa de eseravos e num pequena ni- maro de daminadores, os primeiros trabalhendo, coma haje, para os seguridas, Compreande-se egara por que é que bs socilistas burgueses adem apanes agiema instrugdo para 0 pove, um pouco mais do {que fem atualmente, @ nds, clemacrates-spcalistas, exigimos pa- Fa 0 povg @ instrupdo tntegral, toda a instrugdo, 180 complete quanta 0 permita @ capacidade intelactual da sfoulo, @ fim de ue acima das massas, nfo possa existir nenhuma clatse que sa fog mes do qua eles, que os passa cominar a explorer. Os socials ‘as burguesespretendem man eras classes, devando cada ume de 32 | i | | 2s, seqund eles, dsamaenhar uma diferent funda sovial, uma, or exemplo, 8 ciéncia e a outre o trabalho manual; ends, pelo ontrdrio, queremos a abolicdo cefinitiva das clases, a unitica G20 da snciedede, € 9 iqualizagdo econdmica e socal de todos os eres humanos que habitem a tera. Eles queriam, conservardo- 23, minarat, adocicar @ embelezer a desigueldade ea injustiga, as bases histritas da sociadade etual, © nds, queramas dest ut as Donde resulta obviamente a impassbilidade de quelquer enten- dimento, conciliagdo ou mesmo coligngda entre nbs © 03 sacialis- tasburgueses. Mas, dirged, © ¢ 0 argumenta que st'nqas apie mais fre. quentemente e que todos os Senhores doutrindrios de todas as ‘cores considera irresist(vel, €impossivel qué toda a humana de S© devique a cidncia; morreria de fome, E necessiric quo, enquanto uns estudam, outros trabather,# tim de praduzirem 8 abjetos necassdrios @ vida, para eles préprios antes cle m 2 depois para todos os homens que se dedicam exclusivamente fags trabalhos intelectuais; porque os homens nfo trabalharn penas ara si préprios: as sues descohertns eientfficas para além de alargarem o espitito human, aplicando-se a indstria@ 8 agricultura, e, em geral, &.vida politica social, no melhioram as condigiies de todos os seres humanos, sem excenio?. As suas eriages ortlstices nfo enobrecerdia a vida de tada 0 mundo? ‘Ni, evidentemente que no. E ¢ maior repara que temusa Fare 8 cidncia e 8 arte, & precisomsnte por rapartir os seus resul tadlos pens com uma parte minima da soviedade, exeluindo, © ar consequéncia desprezanda, 3 esmagadura raion. Podormos dizer hoje das peogressos da’ ciéniia e das aries acuila que so ssa jd com tanta razdo do desenvaivimenta prodigivso dain: distria, do connércio, do ew'dito, da riqueza social, am resumo, hos patsas mis civlizadas do mundi modemo, Esta viqueea é absolutamenie exclosive, ¢ tende 0 gor cada vee mas, concen: trando se serapre num prnueno niimero de mos e reeltando 0s estratos inferiores da laise médio, 9 pequeta burguesi, 0 pro: letavindo, dh lal modo que‘o desenvolvimento dessa riquezo esté fa vazdo utéty da mistria.crescente des massas trabalhadaras Donde jesulla que o abisma que supa:a jéaminorie elite privile: sida dos miles de trabaihadores gun a mintéim com o trabo- tho dos sus brnpas, aanga-se cata vez mais, @ que quunto mais os eles, as exploradores do trabalho papular, so folizes, mais 33 PEELLEEELEELERRERELERLELELLELELLELEIOS infolizes se taram 0s trebelhadores. Comparemos apenas a copuléncia febulosa do grande mundo aristocrético, finance, comercial industrial da Inglatera, e a situacdo miserével dos operdrios desse mesma pais: relea-se a carta to ingénua @ t€0 dilecerenta escrita ultimamemte por um inteligerte # honesto curves de Londras, Walter Oungen, que acaba de se envenenar voluntariamente com a sua mulher @ os saus seis flhos, apenas para escapar & humilhacdio da miséria e As torturas da tome, & seremos crigados reconhecer que esta téo louveda civilizapdo indo 6, sob 0 ponto de vista material, meis do. que opressio 2 ruinado pov. (0 mesma se passe com os modernos progressos da ciéncia @-das. arts. 08 progressos s80 imensos! Sim, é vewdade, ‘Mas ‘quanto. mais imensos so, meis se tornam causa de escravetura inlelectual, e par consequéncia também material, cgusa de misé rig e de inferiofidade para 0 povo; porque cada vee mais se alr- 0 9. abitma qué separa jJ a intelighncia papular das elasses privilegiades. A primeira, sob o ponta de vista da capacidade hajural, & hoje, evidentemente, menos sensfvel, menos oprovel ada, menos sofisticada e rmanos corrompida pela necesidade de, defend interasses injustos, e por consequéncia é natural- mente mais poderosi do que a intligéncin burguess; mas, por ‘outro lado, esta dlvima tem do seu lado’ todas as armas da cifncia, essas armas sio formidveis. Acantece muito trequen- tormenta. ur opexrio extracrdinariamente inteligente ser forga do.a galore porante um sdbio idiota que 0 bate, néo pela inte. ligénchs narque i 180 poss, mas pela instrupAo, de que‘o ope- tétio, fo privada, b que ele pode recedes, porque enquento a sue Idiotina se esen volvo ciomiticantente nas escolas, a trabalho do ‘ofirdr 0 visti, alojava, alimantavew forneclesthe todas as coisas, pralesres & ivi9§ necessrios 8 sua instruRa., cau de cidncia de que cata um dispdk no é igual, mes io, dentio da classe hurguesa, sabemos bem, . Tambéin af exs- te umo escala, determinade rio pela capaviéade dos individuns, ‘ras polt maidy Ou menar riqueza do esata social em gue nes- ceu; por Bxemplo, a instrucdo que rcebem os filhos da peque ne urquisia, muito pauco superinr Aquela que 08 operstios com soyuer ob, praticamente nul se a gotnpalartmos com, a que tecabe a alta & médio-burquesin. Que vers nds entéo? A pe- ‘quonebuiquesia, que mio exté atieiinente ligada 8. esse ria 34 sendo por uma vaidade rid culs por um lado, e, por outta, pela apandéncie em que vive dos yrandas capitalistas, encontra-se na maior parte des vezes numa situacéa mais miserdvel e muito mais humnilhante sinda do que o proprio proletariada, Assim, quando falamos de clases privilepiadas, nunca ineluimos essa pobre pequens burguesia, que, se tivasse um pouco meis de es- pirfto ¢ de coreed0, no tardaria em vir juntarse @ nds, para combater 4 médio e grande burguesia que néo a exmaga menos «é0 qui 0 faz a0 proletariado, E soo desenvlvimento econdmica da sociedade continuasse nesta direcdd ainda durante uma didzia de anos, 0 que nos parece completamente imposs(vel, verfainos Binda a maior perte da média burguesia car na situagdo atual da equena-burguesia primeiro, para ir mais tarde ceit no prolata- Fiado, sempre gragas a essa concentragéo fatal (da tiqueéza) num ‘ndimero de mos cada vez menor; 0 que terie cerno inavitdvel resultado @ definitive divisfo do mundo social urna pequena ‘ninotia excessivamente opulent, sibie, dominante, @ uma esmagadora maiorie de proletrios miseréveis, gnorantes esera- vos. Trata'se dum fato que deve sensibilizar tados os espititos. Conscienciosos, todas: 0s que desejam dignidade hurkana, justi Ga, isto 6, a lierdade de cada um na igueldade e pele iqualdade do todos. E que todes as invengées da inteligéncta, todes as arendes eplicagdes da ciéncia 8 indéstria, a0 comércio ¢ de um ‘modo geral vida social, s6 beneficiaram até hoje as classes pri- vilegiades, asim como o poder dos Estedos, esses etarnos proto: tores de todas as iniquidades polfticas e socials, ¢ nunce 2s mas- ‘e6 populares. Basta nomear as méqulnas para que todos os ape: ririos @ todos os partidérios sinceras da emancipacdi do’ traba- 'ho nos déem razao. Atraves de que forea se mantém ainda hoje a8 classes prvilgiadas com toda a sua felicidad insolent @ t0- dos os seus yozos infquos, contra a indignagSo: to legitima das ‘massas populares? Serd através dume forga que thes 8 inorente? Nifo, ¢ unicamente através da forea do Estada, am qué as seus filhos,aliés, desempenham hoje, como sempre o fizeram, todas 498 funebes dominantes, e mesmo todas a8 funigies médias @ in feriores, menos as dos trabalhadores e dos snldados, E 0 que é ‘que constitui hoje em dia a principal torga dos Estados? E a ign Sim, 6 a ifn. Ciéncia de govern, de administragio & Siéncis finances; wenela de tosquier os rebantos Populares fim 8 F826" rita demasiado, de os manter constontsiyava Hdctecei% noténel, 3 fim de que jamais pssam, pol oe Iieredade © pole unigo dod seus estorcos rer ane force ca- az de Os derubar (0); edhe lta, antes de mas, ora Gi Sa rat ape teoades,« 0 seus formic {ot dh destiulegp que "sia una maraviha’ (2; rics de ge ‘)0, entim, @ que crow os batecs 8 vapor, as 6.08 talénrafos; as estradat de ferro que, ‘Gia mila, debuplican o poder defensive e olesice fax Es, iat teléoetes, gue, trensformanda cada gomnreo aga Briaréu com com, com mil bracns, dabho a pasibllidede de Pe imts de abr el de tomar Gonhecimonto de tudo, orere {lie pode endo near quo todos us progtesey db cidne Klos Ctee, semore servi para aumuntay a iquera dec Clases priilegiedes o 0’ poles dos Estados, om detrimento da A, pbetrdo, sr gue ae massox operon no ustneny ann Yanibem? Néo séo slas mals evlizadss no nasa tute a nue ram nus sdculos anterioras? (a reipeeltetnos orn uma abesvacdo.de Lass, 0 sikh socilito alamo, Para ovaiar os progressos tae masses Aanttias do Panta ce vita da sua pranclpaso politics «ee esate 02 Pode compete sa nel injtectual now sicacy esos. E have bclar'se& part de uma determina G2 Sie, ld sit corstateda b aerenga quo evet entig PMc ces ellogiads, eles pregrdivam ne mans dias, ue ates chimes Ponau ge Mauve igaldads none AAR BtOaTestoscaspectves,« distncainteloctual qua eg separa os cage a § Ma eit par csguint manor doug ‘ods classes: dom ingates, a: mesmo. ‘espaco de tempo, esta dis- (1) Ovtsiades, ope ome # esingatar nn btabn de Mentata (9 de Nov, de 1867), 36 [Bieie aumenter 0 abso gue es separa teria qumentedo, 0 prem privlegiado tera se tornado mais podeross, 9 dperéic (nels dependent, mais escravo do que ne goed que se tinhe femedla como Ponto de partida. Se partimmasos dels tn hore, de dois portos diferentes, tendo vood 100 pessos do acon fo pte Mi, v8 a 60 nessos nor minuto, eu apenas 30 v6 Jil dure bora, 8 diséncin ue hos spare nad se 160. ron 280 passa. Est Oxemolo dénas ume ids corre das progress res Rectvas ca urguatia a do oroletariedo aqui. Os burgueses ond fiat mas debresse ne estrada do civilfznedo do que es prolets, fos, r80 foraue 4 sua intaligdnota fosse naturalmente mir da adiates tltimos, ~ podria se dizer hoje cam toda agro. Dilodade braekamente o contio, — mas porque arganzecce Ghondmica @ palin to sociedade fot, até aaul, gue acc EHrGues ge pen insti, que clncia 3) exit Hare olog So te retried se viu condenads ame ignarénee forge, ee tal modo que se mesmo asim ela ava 0 seg ne erat Ho Indbitivais —, nda graces & socleal, antes pelo como, : Fisumindo. Ne organizeesp aun! d'socedady, os prdyies 3 cet einla foram a causa da ignordneiarelerie do prolotere io, asim oma as progrestos na inGstia ena coméica fear cont dh Sup miséria retain. Tanto os prograsios intlactusis Fao uarai contribucar, pois, sant umectea su esbrau, 12 esta eiéneia burguesa, do mesmo moda que devemos rejoitar £ Camber @ tiqueza da burguelia, Combtélee 4 raeité ra SRMIGD te a0 deatruir a ordeen soiiel que dels iz paarimngeny te uma ou ds as elses, a relvindlarccna bam serie de todo-0 mundo, (UE RNMIE.I, 28, 31 de judo te 1969) it Demonstramos que, enquemta houvoe dois ou nels graus de Insituco pata os difermtes estas da sociedede, haved nacen a = Gua So PEEVEEEEEEEEEELEELELLELLEL LE LEdIddd tions 98 satiamante clastes, isto 6, privlégios econdmicos o pal ra um pequeno nimero de ales, e escravido e misétia para 8 maioria. Membros da Associacdo Internacional dos Trabalhedores, nds queramos @ 1qualdade, e, porque a quarémos, deveros que- rer também @ instrugdo integra, igual para toda a ponte ‘ ‘Mas so tode a gente for instsu(d, quem querer trabalhar’ perguntam. A noss cespaste & simples: roda a gente deve traba- Thar e toda a gente deve receber insirugto. Responde-se a isto ‘muito frequentemente que esta mistura entra trabalho industrial f tiabalha intelactual s6 € possivel em decrimento de ambos: 08 trebalhedores sarda maus stbias @ os sfbios nunce passardo de maus trabalhadores. Isto ¢ verdade ne sociedade atual, onde tan- to 0 tiabalho menual coma o trabalho intelectual séo deforme- dos pel ‘Solamerto absolutamente artificial a que ambos foram condenados, Mas estamas convencidos de que © homem vivo & completo, cada uma destas dua atividades, muscular @ nervosa, dove ser iqualimente deservolvide e que, longe de se anularem mutuamente, cada uma delas deve apoiar, alatgar @ reforcar & putra; a ciéncia do sibio se tomard mals facunda, mais dtil e ‘mais vesta quando o sdbio deixar de ignorar 0 trabalho manual, @ 0 trabalho do aperdrio instcutdo seré-meisintligenta © por Consequinte mais ,produtivo do. que 0 do operdrio ignarante. Donde se conclui que, no prdprio interesse tanto Go trabe Iho como da cidncia, & necessirio que ndo haja mais operdrios nem sébips, mas apenas homens, i ‘aqui resulta que os homens que, pele sua intligéncia supe rior, estio"hoja ompenhados exclusivemente. no mundo da cien- ta @ qué uina vez inseridas nesse mundo, cedendo & necossidade de manterom uma posi¢éa completamente hurguesa, canalizaim todas as suas invengGes para a utilizaydo exclusive da classe pr vilegiada de que eles préprios fazom parte, ~ qua esses homens, uma vez tornados solidérins com todo 0 mundo, solidirios nao ra inieginagdo nem em palavras apenas, mas na prdtica, pelo trabalho, conalizardo todas as sues descabortas @ as aplicarbes da cineia em proveito de todo 0 mundo, e, antes de nas, do me Thorementa e enobracimanto do trabalho, o Gnica base real @ le ‘itima da sociedede humana, “PE posstvel @ mesma muito provavel que no perfodo de tran- 38 sigdo mais ou menos longo que sucederd naturalmente 8 grande crise sncial, as.cigncias mais avangadas despa abaixo do sev ‘nivel etual; como 6 indubitdvel que o luxo e tudo o que consti- tui 0s requintes da vida, deverd desaparecer durante muita tem o, para $6 reaparecer, nao. como usufruto exclusiva mas como. enobrecimenta. da vide de toda. a gente, logo que a sociedade tenha conquistada 0 necessério 3 vida de todos. Mas seré este eclipse temporétio da ciéncia superior a umma grande desgraca? Aquilo que perdaré em elevagdo sublime, ganharé no alergamen: to da suo base? Sem david, haveré menos sfbios ilustras, mas ‘a0 mesmo tempo muitissimo menos ignorantes. Deixaré de ha- vr homens que tocam os cus, mas, em contrapartida, milhoes do homens hoje aviltados, esmagados, carnintiardo humanamen- te na terra: nom semi-douses, nem escravos, Os semi-douses & 0s escravos. se humanizaréo.simultaneamente, uns descenda. um joucd, 08 outros subindo muito. Deixaré entio de haver lugar (quer para 0 endeusamenta. quer para 0 desprezo. Todos so da- mins e, uma ver unidas, caminhardo com renovado en- tusiasmo para naves conquistas, tanto na ciéncia corno na vida. Longe, portanto, de evitar esse eclipse, ali, absolutamen- te momentineo, da ciéncia, nds 0. desejamos com tadas ds for: 2s, uma ver que dela resultaré uma humanizagio tanta dos sé bios como dos trabalhadores, uma reconcitiaeso da ciéncia e da vida, E estamos convencidas de que uma vez conquistada esse nova base, os progressos da humanidade, tanto na ciéncia co- ‘na na vida, depress ultrapassar, tudo 0 qui até agora se viv tudo 0 que é hoje possivel imaginar. Mas eis que outra questo se pie: Serao rodos os indivi: duos tguatmente capazes de alcangarem 0 mesino grau de ins- ‘rueto? Imeginemes uma sociedad orgenizada segundo 0 modo ‘mais igualitéria. © em que todas as criancas tenham, desde que tascam, 0 mesmo gonto de partida, tanto sob 0 ponto de vista politico, coma econémico e sacal. Isto é, tenhaim absolutamen- {a0 mesmo sustento, a. mesma instrugo, a mesma educapdo; no “haverd, entre esses milhes de pequenos individuos, um sem nimero de diferengas de energia, de tqndéncias naturais do aptidtas? E este 0 grande argumento dos riossos adversérios, bur queses puros e socialistes burgueses. Julgam-no firefutsvel, Pro- vémosthes 0 contrério. Antes de mais, com que direito se be 39 Selam eles no prineigio das capacidades individuals? Haverd na Sociedade tal como ela etd, pare a desenvolvimento dosses capa: Cidates? Poderd haver luge para a desenvalvimento dessas cana: cidades numa sociedade baseeda no diveita de heranca? Eviden- temente que no, porque, enquento houver herangas, © desen- valvimonto das crisneas no seré. nunca o resultada cas sues ‘energies © das suas eapacldades individusis,estard dependente da ‘fortune, de riqueza ou de mistia was suas Families. Os herdeiros rlogs, mas estipidos, receberio urna instrupSo superior; as cian ‘@8 inais inteligentes to proletariedn continuarao a reveber co: ‘mo heranga @ ignordaca, tal como hoje acontece. Néo serd pois uma hipectsia falar em deservolvimanta des capacidades indi- vidueis no $6 na socledatle tual, mas também em vista duma sociedad refarmada, que continueria a ter por bese @ praprieds: de privada fo direita ie heranga? Naa serd uma mentira infame ‘alar em desenvolvimento das capacidades individuals, nests cir ccunsténcias? Falese hoje muito em liberdade indivelual, mas no entan- 10 aquila que domina, néo € « ser humana, a indivicluo em ge- ral; € 0 individuo privileglado pela sua aosi¢do sacial, & a posi- 0; ¢ @ classe, Que um individuo intaligente da burguesia Ouse apenas levantar uma méo contra ns priviligios ecandmicas dessa respeitével classe, ¢ veramos nuantos desis bons burgueses, qua sé fala enliberdade individual, respeitaréo a dele! Venham- “ros nto falar ern iberdaces inlviduals! Nao vemos nés todos ‘0 da 08 individuos ris inteligentes entse onerdrios & burgue- Ses sere obrigados a cedlyrem e 2 rebabaramese diante da estu- ‘pidge dos herdsiros do bezerro de ouro? As liberdades indivi. uais, nb. privlegiadas mas humans, as capacidedes reais dos individues $ poderdo ser plenemente deserwvolvides em iqualda- dg vomplets. S6.quendo houver iurbiade desde o dnteio para teidos os homens em cima da terra, 96 entéo ~ salvaguardand, ‘08 superiores direitos da solidariedad, que. e continuard @ ser a ‘principal base de toda a vida social: intehiggncla humana e bens materiais ~ se ooderé dizer que todo o indivfduo ¢ fruto do seu Arépro estorca, Dende concluimos que, oars que as capacicadas -Tidividuels prasperam @ no sejam mais impod ides de darer to: dos os seus trutos, necessério, antes de-mais nada, que todas os rlgios individuals, tanto politicos come econBmicos, isto, ‘das. a5 slasus,sejam abolidos. ~ € necessério que desaparera a 40. Plupriegade individual ¢ 0 direito de herancs, & necessério que 2 igualdade econdmica, aolticae social triunte Mas, uma ver triunfante e segurament estabelecitla @igual- ilade, nda continuargo a existir diferengas de cepacidade e de graus de anergia nos diferentes individuos? Continuaréo, no tanto coma hoje, mas continuréo sem divida, Existe ume ver- dda do. passado, em provérbio, @ que provavalmente nunca dei- ord de sor verdade: nd hi drvore que tens duns folhas iguas.. Com muito meis reeéo serd verdade para os homens que sé0 ‘muito mais complexos do. que as folhas. Nas esta diversidade, Jonge de sar um mal, é, pelo contrério, coma muito bem obser: ‘ou ® flésofo aleméo Feuerbach, uma riqueza da humenidade, 4 humenidade ¢, gracas a ela, um todo caletiva, em que cada lum complete @ todo, e dale necesita; essa infinita diversidade d, asim, a principal causa e fundamento da solidarladade entre os sates humanos, um poderdso ergumento ¢ favor da igualclade. No funda, mesma na sociedade atual, sv retiarmos duas ‘categorias da homens, os homers de génio e os idiatas, © se abstrairmos das diferencas criadas artificialmente pela intlun cia de milhares de causes socials, tis como @ educego, a instru (0, a posigdo econdmica e politica, que diferem nao 36 de es- ‘rato para estrato, como de: fam‘lia para familia, € necessirio reconhacer que, do ponto de vista des cepecidades intelectusis da forca moral, @ esmagadora maioria dos homens parecem-se muito uns com os outros. au, pelo menos, equivalemse ~ ume ‘raquleza sod determinada fingulo ~ de tol moda que se torna quae: impasse) dizer se um fhomern tired dessa fnansa massa fst! acima ou abaixo de um qualnir outra, A imansa, maiorie ios homens no: sfo idéntioos, mas anuivalantes @, por conse: qUEncie, iguais, O argumnenta dos niosios adversirias sé sarva, Portanto, para oshomens dp génio e para as idiatas, idiotismo, como se sabe, ¢ uma doanga psicolagice 2 so- ‘ial. Dove, portant, ser tratada, nfo nes escoles, mas nos hospi tals, @ € legttimo.esperer que @ introdugio de uma higiane s0- cia) mais racional @ sobratuda mais cuideda da saude fisica e ‘motel dos individuos do que a etuel,¢ a orgénizacdo igualitéria dda nove saciedade, acebem por fezor dexaparecor complatamen: ‘te da superficie da terra asa doenca téo humilhente para a espé- ‘ie humana. Cuanta aos homans de nin, 6 neoessério sublinhar ‘que falizmante ou infelizmerts, ccm se quelra, elas nunca apa: 41 | PT STTTITTTTI TSS KL KKK eSesssee ere LS ee OS SSS SS SS SESS SSUES EEE EIE: ‘veerann na hist sero Teomo rartssimas exceydes @ todas of fragt conhacias,& as exces no se organizer. Esporemos, ‘io untgnto, qué @ futura sociedad encontre, na organizacdo viele demioerdticg @ popular da sua forge coletiva, meios de tomar os grandes génios therios necessérios, menas esnagatores realmente mais benéficas para toda a gente. Porque é preciso fio eequacer runea 9 rotunda pensimento de Voltaire: “Hd {quem tana mais gnio. que 0s grandes génios, € todo o gente ‘Trate-se, pois, shat de orgenizar essa toda a gente através da mais complete tiberdede baseade na maior igueldade etondrmi- «a pole esi ae ue ‘no hala nade tera das vleida- dos ditetorais © da ambicdo despotica das hamens de genio. ‘uanto eproduzir homens de génia através. da educaréo, ‘neem vale a pene pensar nisso, Ais, de todos os homens de ge fio contocides, nenhurn ou quase nenhum 32 revelou coro tal ‘hg a Infancia, nem na sue edolescéncia, nem mesma ne pri fa juventude. S se mostraram tis corn erom na idade madur, f mnultos s6 depois da marte ge rovelaram, a0 passo qu muitos fqrandes horas fathados, quo tinham sido raconheeis na sua iuwentud como homens supbrioes, seaborem as suas caroias fa mals completa nulidade. No é pols nunca ne inféncie, ou fesma na adoloscéniia, que se pode determinar as supetioria- Hos ou infeioridades Felatives dos homens, nem o gfau das os ‘eapacidades, nom a8 suas tendéncias naturis, Tad as opis se manifostam 9 se determinam através do desenvolvimento dos in- Givtduos, &, como hd caracter(sticas precoces @ utras multo fentas, dinda que quese nunca inferiores © muitas yews superio- tes, é-vidante que nenhum professor paderd jamais prevel @ tarreiea 0 tipo de ocupacto que as crianeas terBo quando che gorem 3 idade da linerdade, " Donde resulta quo @ Sociedade, independntemente das di forencos reis ou fetes de eptiddes @ copacidades dé cada um, fro tendo qualquer meio pera determinar, nern o dirito de f- vot Futura careira das cienas, tem por obrigacao der a todos, fam oxcerd0, uma educagdo e wna instrugao absolutamente igus, (LiEgalité, N. 29, 7de Agosto de 1669) n A instrugdo @ todos os greus deve ser igual para tovlos, 0 or consequinte, deve ser integral, ito &, dove prepatar tovlas as criangas de ambos os sexos tanta para a vida do espirita co smo do trabalho, a fim de que todos se ossam torna’ pes completas, ‘A filosotia positive, 80 destruir as fdbulas raligiosas © os sonhos da metafisica, permite-nas antever qual daverd ser, no futuro, 9 instiuedo cient fica, Ela deverd ter par bass 0 conhec: mehto da natureza, & por edpula a socioloyia, O ideal, ceixan- do de sar 0 denominador 0 vialador da vida, como sempre tem sido em tadas os sistemas metafsicas @reigios0s, no se ré doravante meis do que a ditima » mais bele expresso do undo eal. Osixando de ser um sonho, tornarsed ela nrdpria ‘uma teaidade. Uma vez que ndo hd inteligéncia, seja ela qual for, que pos 4a abarear ng eipecialidade todas as vidncias, B que, o9¢ utro lado, ¢ absolutamente necessérie ao completo desenvolvimento do epirito, um conhecimento geral de todas els, 0 ensino de vers dividir'se, naturelmenta, em dues partes: a geval, que for ‘veeerd 08 principais elementos de todas as cigncies, cern exce ‘fo, bem coma um conhecimeno, no superfiicl, mas rea, da seu canjunta; ¢ 9 especial, nevessariamonte dividida em virios (grupos au faculdades, am que cada uma abrangerd em toda asus ospecialidade um corto dinero de ciéncins que, peli suo pid pria natureze, sip particulormente chamadas @ cornpleterernse A primeira parte, a geral. seré obriyétéria para todas es er ancas; constitu, s assim se pode dizer, a educacdo humana do sev espirito, substituindo totalmente a metafisica e 9 teologia, sitlando, an mesmo tempo, a8 crlangas @ um ‘vel suficiente mente elevada nara que, uiha vez chegadas 8 adolesolncia, nos sam oscolher com porfelto. conhecimento de causa e Favuldacle que melhor convité as suas aptidGes e gastos. partioulares. Dar-seé com certeza 0 ceso de, a0 escolheram as suns cs pecilidadesientficas, os alolescente, influenciades por qual {quer motive secundéia, interior ou exterior, se enganatorn 0) tater por uma faculdade e por uma carreira que mia varia ject samente aquelds que melhor se adaptariam ds suas apices, Mii ttomd nds somos, nds, partidétios, no hipscritas mas six 3 Rae plea to 68 detestams condenamos, cam tado o nosey Balundo amar velaiberdade, a autora paternal herp coma ii, ste escola; como as considerames igualmens dear Hganes.¢ fests, e como expeiancis de todos ds ar ros dh ag F209 al de famicom mestre escola, anor i Sit ohrgatria © proverbial sabedaria, » pressonerg oe ta aa cngROAm sObre as capacidedos dan sun cries doigaclmante dé que els peas, eu, segundo esta lero folutamenta humana, incontestdel,falal, de gue tode aquele ALE coming ast semore suit a abuse, os mesties ecolce fr fala, eo determinaram arbireriamente o future dng oe eka intercom rita mais os seus prprios yostos que daeratits naturals das criangas; coma, wm resume, as tater es do gues comatdes pela liberdsde, sistntamce sn rea amen Conca todos os tutore oii, ofccses po eanak peels do mundo, a libardade des erangds exch, {@M ¢ determinarem a sua prépria carrera 38 ehganirem, 0 peri ara cametido tes served de 10 ei brett a instruct goal qu tao recon Tale artes de ponto de eferénci, thes pecmlid factinents volte ao caminho.que a répria notureza Ines aponta 12to 8 eridneas como as hormans mats, fo 9 tomnam Sibi tendo staves to sun ordpi exprinci ete pagan outros, ttebelhador que campraende ¢ que sabe. 0 ensing industrial, tal eomo o ensino Cientifica, dividirse- & ambiim em duas pertes:conbacimentos geal, ue dag as te ins garais.e 0 prépri canhacimanto pratica vs to as 95 indstras, que constituam « civlengio, ‘NO aspecta ma: {eral @ totelidede aa trabatha humano; e s aarie especial, divi- aida em grupos de indtriag mois espaciticamente ligadas erie si O ersino gore dove preperar os adoleseantes pata ascolhe- 44 dining eRe 9 orupo especial de induins,o, dentro dostas ‘hinge, @ indistia em particular de que wen gostam, Uma Paes ne82 Segunda fse do ans industih, fardo, sob 8 direrao dos seus professores, a primeira @prendizagem do tra batho sério, Paralelamente ao ensing ciemttico industial, haverd ne- Sxnereneeets m ersno prética, ou melncr, ume sumsees de Pateriéneias de moral, no divina, mas humana, & ‘moral diving trabalho o homem se toma homem, fa aite680 ds cranes, tendo como ponte de pate a au: Fe Anat 2 gtaduolmante canduzic 8 mais comple liberde. cb. Née ehtendemos a tberdade, da panto de ice pasitiva; 0 Sana desenvolvimento. de todas as feculdades que a homem Bosuli @, 90 punto da vista negativo, a intera independéncia 4a vontede de cada urn faca aos outros, ramen no é nem nunca sed liveg Telativemente a leis par gtk ® Sabi; as Jes que asin diviimas om game Categorias sag Presto distoguic bem estes ies natured Tels auto- ists bites, pol tices, eligioss,erimnac civis, que as lasses privilegiadas estabeleceram na historia, sompre com vi. a earavat © trabalho das masses apertiag, cern nico fin do thes cotar' liberiede, que, son pracy esse ficticia ‘motel. sempre foram fonte dy male profane Imoralidade, As. demtes Goenel Involuntria fetal todas lls que, indepen. lntesd2 qualquer vontade humeng, so a prope ina da natu. 45 . eee eek FFF FTF SSS E SEE E LOI a ‘wza e da sociedade; mas também absoluta independéncia de ca da umn relativamente a tades 6s pretensBes de comando, relativa- ‘mente a todas aé vontades humanas, tanto coletivas camo indi viduais, que quairam imaor, nda a sue natural influBncia, mas sua lel Quanto ¢ infludncia natural que os homens exercer uns so bre 0 outros, tratase ainda duma dessas condigfles da vida so: cial contra as queis a ravolte sari to indtil como imipossivel. Esta influénola 6 a prpria base material intelectual @ moral, ca solidariedade humana. O ser humana, produto da so idariedede ou da sociedad, 20 estar submotida as suas leis natures, pple patfeitamente, sob a influBncia de sentimentos vindos do ex- terior, © nomeidemente d2 uma sociedade estrangeira, reagit contra ela até um certo ponto, mas nunca dela seré capaz de sair se no se situar imediatamente num outro meio solidi © sem dele receber novas infludncias. Porque, para o homem, 2 vide fore de toda e qualquer sociedade ov infludneta humana, num absolute isolamento, & @ morte intelectual, moral « tem- biém material, sclidarledada&, néo 0 produto, mas a origam da individualidade, e a parsonalidade hurran nfo pode niscer nem desenvolver-se senéo na sociedad humana. © canjunta das influénciassocisis Cominantes, expresso pe- la consciéncia salidétia@ geal de urn grupo humana mals ou me- ‘nos extenso, tom 0 nome de dpinito public, E quem fo co- inhace @ agé0 toda-podeross"exercida pela opinio piblics sobre todos 08 individuos? A ago das Jos restitivas mais draconianas nulla comparando-8 com ela, E portante 2 opini8o piblica a arlucadara das homens por axceléncin; donde resulte que, para moralizar (1) 08 individuos, & preci moralizar antes de mais ‘a prbpria sociedede, 6 preciso hurmanizer a sua oniiBo ou a sua orscifncia public. (L'Egatté, v.30, 14 de Agosto de 1969) (1) 0 termo “‘moralizar" (no ociginal moraliser) significa 80 §6, como se vers no decomrer do texte, tnansiitir vane no- ou moral, a humana, segonilo o' proprio Bakunine, raz#0 porque s¢ optots pat ele, ¢ nfo por consciencializar, como por vezes poderia parecer 48 Vv Para moralizar o& homens, cama dissémos, & necessirio mo ralizar 0 meio socal, 0 socielismo, baseado na ciéncia positive, racusa absolute mente @ dovtrina da dire arbitrio; considera que tudo aquilo ‘aque se char vicios ¢ virtudes dos homens mais néo é do que 0. produto da acd combinada da natureza propriamente dita € da soviedade, A natureza, enquanto atividade etnogrfica, fsio- légica e patoldgica, criou as torgas eas tendéncias @ que darnos ‘nome dé naturals, ea orgenizaga social desenwvolves, trave-as ‘u altern 0 seu riovimanto, Todos os individuos, sem axcerao, so em todos os momentos de sua vida 0 resultado da natureza @ da sociedade, ‘A ciéncia estatistica s6 6 possivel pragas a asta faralidade na tural 2 social, Esta vidacia nda se contenta em constatar © en metar os fotos socieis, procuta o seu encadeamento e ralapbes ‘com a organizeeéo da sociedade, A estatistica criminal, por exemplo, consinta que num pals, numa mesma cidade, durante tum perfodo de 10, re 20, de 20 anos ou mais, casa nenhuma cxi- $9 social e polftica trensforme as disposigies da sociedade, o mesmo crime ou o mesmo dalito ¢ cometido todos vs anos, mais ‘au manos, na mesma prapargaa;e o que & ainda mais natével, 0 saul mado de perpetragsn renove-e tantas vazes num como nau: ‘ro ano; por exemplo, o numero de envanenamentos, de homic digs com o ferra au com armas de fogo, bem come 0 némero da suicidios por tal ov tal moio, so quase sempre'os mesmos, O, {que lavau 0 célebre esat/tico belya, M. Cutelat, a dizer ests jialavras memaréveis: "A sooiedada prepera os crimes @ as indi- vfduos apenas os exautam’: Este verifiveodo periédlica dos meeps fetas socials ndo po- daria tor lugar, se 6s disposigies intelactuais w morais des ho- ‘mens, bem como os atos da sue vontade,tivessern por origem o, liv arbi tri, Ou 2 exprestio livie arbjtrio no ter sentido, ou. entdo significa que o indiviciuo se determine espantaneamante, or si 86, fora de qualauer influéncia exterior, natural ou social, ‘Mas sa assim fossa, se todos os homens pudassem por si prdprios existiria no mundo ume enorme anarquie; qualquer tipo de sali- dariedede seria poss(vel, e todos esses milhdes de vontades, ab: "7 solutamente independentes umes das outres, limitando:se mu: tuomente, tenderlam 9 eutadestruirerse e acabariam mesmo ov 9 fazer, se nd hauvesse acima deles @ despStica vontade da diving providéncia, que “‘condicianaria 0 sem movimento”, © qua, shiquilanclo-as todas a0 mesmo tempo, impor @ essa hu ‘nana vonfuséo a ordem divina E eis que os pertiddriog do. principio do livre arbitio so levedos fatalmente pela I6gice @ reconhacerem a existéncia e a rao da divina pravidéncia, € a base de tas as douirinas teald- gicas & metaffsicas, urn magnifica sistema que hi jg muito se juntou & conscigneia humans, & que, do pento de vista da refle x40 austrata gu da imecinacdo religiosie podtica, vista de longe, parece de fato plena de harmionia e de grandeza. Sd é pana que a ‘ealidade histOried que correspondeu esse sistema sempre te nba sida havrorase, & que 0 prépiio sistema nag pos suportar ‘a ortica cientitica, Com efeito, ¢ sabido que anquanto i diteite divino reinow sobre 6 tei, o imansa maioria dos homens fai bral a impiedo samente oxplorida, alormentada, oprimide & dizimada; & tam bugm sabida que ainda hoje sempre em nome da divindade te: ligica ou metafisca que se faz esforco par manter as massas 0: flares na escievidio; @ no pode ser de outro moda, porque, ‘uma vez que é uma divina vontade que gaverna a mundo, tanto a natureza como a snoiedade humana a liberdatle humana é ab Solutamente anil, A vantetla do homem é necessaiamente impotante perente a diving vontade. O que é que daqui resulta? quis 20 pretender defender atiberdede abstrata au ficticia dos hornens, 0 livie arbitro, fice-se abrigedo a nega a sa liberdade ‘nal. Em presenga da onipaténcia e da onipresenca-divinas, 0 homem um escravo. Uma vez que a liberdade do homem em geral foi destrufda pela praviddncia divina, 56 resta o priviigia, isto 6, 0s direttos espocias conicadidas nela divina graga a um Ke ‘Bcminado individiuo, hierarquia, dinastia@ classe, Por outco lado, a oravidencia divina torra impossvel da 8 qualquer cincia, 0 que quer dize: que simplesmente a rec 80 da razio humene, ou enlén, sa reronhecemos, 6 nocesss- fio renunciar do bom-senso. Blesde o momenta em qui: 0 mundo € governada pala vontade divina, taqeise desnecossirio procurar © encadeamenta naturel dos fatos, considerando-os uma sia di 48 ‘manifestagdes dessa vontade sunrems, cujas determinaedes, co: mo dit a Sagrada Escriturg, sao a dever cantinuar a sor implene {rdveis para a razdo humara, sob pena de perderem o suu carétor ‘divin, & diving providéncia alo & apenas a negagia de toda a {6gita humana, mas da prdpria logica em gural, porque toda ¢ Io gina implica. uma neceisidada natural, e esta necssidade saria contrdria 8 diving liberdade; é, do ponto de viste humano, trivia da-negacda do bom-sensc, Agueles qua pretondam cver dover renuncier tanto & liberdadle como @ cigncia, e, a0 s0 dei ar exalocar, expesinhar pelos privilegiadas do Bom Deus, deve Fepatir com) Tertullien: "Eu acredito no que é absuido (1)", erescentando esta outia expresso, tdo l6gica como a pimmetta 1 quero a iniquidade’, Aluanto a nds, que renunciams voluntariamente as felivida- des do outa mundo, @ que reivindicamas triunfo total da h ‘manidade sobre esta tere, reconhecemas humilelemente que nig entendemps absolutamente nada da léqice divina, e que nas can tentaremns com a logica. humana thaseada na experidneia eno eonhecimente da encadsomenta dos fates, tanto naturais camo saviais Esta experiéncia ecumulada, cootdenada @ refletida a que amamos cléncia, demonstrenas que o livre arbitcio & uma fic G80 impossivel, contidria & préptia natureza das coisas; aquilo 4 que se came vontade mais ndo 6 do que o produto do exerci- cio. duma faculdade nervosa, tal coma a nossa forga fisica mais ‘io ¢ do quo 9 oraduto do exeicicia das nassos mésculos,¢ por Sonsugiincia tanto uina como utia $a produtas da vida rat: ral e social, isto, das cundicdes fisicas ¢ sociais em que cada in ividuo nascey, e dentro das quais continua a desenvoiver-se; 0 fepetimos que qualquer homem, em cada momenta da sya vida, #0 produto da aga combinaca da natureza e da sociedad, don ite resulta claramente 0 verdade que havfamos enunciado no ni ‘mera anterior; para moralizar os hamens, é necesssrio maralizar 0924 meio social Fara p moralizer, existe apenas um meio, o de fazer triuntar 4 iustign, iso €, a meis completa liberdade (2) de cada um, na 1) A frase real &: “Eu creio porque & absurco” — “Credo quia absurdum", (2) J4 dissgmos aquilo que entendemos por liberdade por 9 S3285555555555555555535355555555002 mais perfeita igualdede cle todos, A desigualdade de condigdes © de direitos, a ausénce de liberdage para cada wm, que dela resul ta necessaiamente, 6 a grande iniquidade colotive, que dé ori- era todas as niquidades individuals. Suprimes, ¢ tolas as ou- tras desaparecerd. : Tememos que, devido & pouca solitude dos homers priv legiados em se deixarem moralizar, ou, 0 que quer dizer o mes- imo, em se deixarem igualizer, 36 através da revolupa social soja ppossvel efetivar a triunfo da justice. Deixanda iso, por are, pé- ‘a trds, nos limitaremos a practamar mais ina vez ess verdad, ali evident, que enquanto meio social ndo se moralizar, ‘moralizagio dos individugs seré impossivel. Para. que os homens sejam morals, isto &, homens completos no sentido mais Into do termo, sin necesséias trés cosas: urn asoimento higiénico, uma instrucdo racianal ¢ integral, compa nnhadin de urna eclicagdo haseada no respeito pela trabalho, pela razio, pela igvaldade e pola liberdade, e urn meio socinl am que cada individuo, gozando de plena liberdade, soja realmente, de diteito e de fato,iqual a todos os outros. Serd que esse meio existe? Nain, Portanto, 6 recessina fun dijo. Se no meia cxstenta, se consequisse fundar escoles que dessom 20s alunos instru e. uma edueara to pefeitas quanto é poss{vel hoje imaginer, consaguiriam elas eriar ho: mens justos, livres, morgis! Néo, porque, a0 sair da escola se ‘engontratiarn uma satiedede que 6 ditigida por principias ab salytamente conttdtios 8 essa elucacdn © a essa instiugao tio a sociedade ¢ sempre mass torte do que os individuas, nda tordatia a damind-los, isto ¢, a desmoralizé-los, Mais aia, a répria fundagio de tois escoles & impossivel na) atual meio so- cial. Powe @ vida social abarca tudo, invale-as esvotat, a vidos ddas familias e de todos os individuos que dela fezein parte. Os mestres, os profassores, 0s pais, todos sia mimbras das ta soviedad, todos esd meis ov menas enbrutecidns e dosmo- ‘alizados pot es. Cama arian eles aos alunos aquilo que a eles um lado, o dese) volviento, completo quanto possivel de todas as eapacidades naturais do cada individvo,¢ por outro, a sua in- dlependénca, no relativamnente 4 leis naturals socal, mas re lutivamente a todas as les impostas por outras vontades hum nas, seam coletivas ou isoladas (Nota do Bakunine). 50) Pr6prios ihes Falta? A moral nda se proge sondo pelo exemplo, ®, sondo moral socialista completamente contrdria & atual mo: ral, 0s professores, necessariamente mais cu menos dominados or esta time, farinm diante dos seus alunos precisamente 0 Contrario daquila que pregariam, Portanto o educacao socialista € imposstvel tanto mas escolas como nas families atuois, Mes 9 instiuedo integral & igualmente impossivel: Os bur gquetes. io acham do mada algum que os sous filhos devam {ransfermarse em trabalhadores, e os trabelhadores esto priva 05 de todos of meios que possibilitariam aos seus filhos uma instrugaa cient ica, Gosto muito desses bons socialistas burgueses que passom dias a gritar: “Instruamos primeira a povo, para emancips-lo depois”. Nos dizemos ao contréria: Que se emancipe primeira 6 ovo, » ole se instruré a 8i pr6prio. Quem instiuiré 0 povo? Se- rels wis? Mas vés no 0 instru, vs 0 envenanais tenténda in sulear-the preconceitas religiosos, histdricos, politicos, juridi £08 © econdmicas, que garantem a vossa existéncia contra ple, «que, a0 mesino ternpa, matam a sua intigncia, fezem crescer sua indignaio @ a sua vontade, Esmagardo-o com 0 seu tra- halho quotidiano e pela sua misgria, e dizenda-ihe: “Instrut wos!" Gustarfamos de vas ver a/todos, com os vostos flhos, instruindo-vos depois de 13, 14,416 horas de trabalhe embicute ‘clo, com a miséria e a incertae do aimanhé como recorinen Apes de todo o:nse0 respeito para cum a grande ques do vk instsuedo integral, declaramios que tal & hoje a grande questo !yue se pda a0 pavo. A primeira questa, éin da sua entancipacdia peandmica, que leva necessariamante & sua ermansipacdo palit: a, @ nouco dopois & sua emencipagio intelectiial @ moral Adolamos, por conseguinte, na totalidade, a resolugéo vata dda pelo Congresso de Bruxelas “"Reecanhecenda que & atuslmente impessibel organtzar um ensino nacional, ¢ Congresso torvida as diferentes segées a esta belecerem cursos piblicossaguindo uin programa de ensino cien- {iico, profissional a produitiva, isto é, um ensind integra, para remediar tanto quanto passive a insulicidneia da insteundo quo 1 opersrivs recobom alualmonte. Brienremenre que w Feu das Horas de trabatho & considerate une eondio priv nai. 51 Os operérios fardo sem civida todos os estorgos possiveis Para ferem acosso 2 instrucdia, nes condigdes materiais em que 8 encontrar presentemente. Mas, sein se deixarem levar pelos Cantos de sera, dos burguases & dos sacalistas burgueses, con: ‘entrardo antes de mais nada todos os esforcos sobre a grande ‘questa de sua emaneipacdo econémice, que deverd sera atigein do tades as outras emancipactes. (L'Egalite, W. 31, 21 de Agosto de 1869) 82

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