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DA CAMERA UMM DA CAMERA A TELA: cinema e realizadores indigenas no Rio Grande do Sul Marcus A. S. Wittmann, Ana Leticia Schweig, Eduardo Schaan e Geérgia de Macedo (equipe Tela Indigena) Conforme o censo de 2010, contabiliza-se que ha mais de 300 povos indigenas, contatados e nao contatados no Brasil. O estado do Rio Grande do Sul faz parte da territorialidade dos povos Guarani, Kaingang e Charrua, que também habitam outras regides do Brasil, além de Argentina, Paraguai e Uruguai. Essas pessoas vivem em dezenas de aldeias espalhadas por todo o Estado, com seus modos de vida préprios, Falando suas linguas, lutando por seus direitos e, também, fazendo cinema. O Brasil conta com uma diversidade de povos e culturas e, portanto, conta com uma diversidade de cinematografias. Longas, Ficgées, curtas, animacdes e documentérios sdo assinados por diretoras, diretores, coletivos indigenas e trazem a diversidade de povos origindrios de todo o mundo. Os filmes mostram uma Forma de lutar, de brincar, de ser e estar entre outros que usam a camera na mao. As producées, nas suas equipes e assinaturas coletivas, tensionam a centralidade da autoria na producao artistica. Nesse texto, vamos trazer um pouco do cinema feito por cineastas indigenas do Rio Grande do Sul. Lembramos ao leitor que essa divisdo se dé apenas para organizarmos esse trabalho - as territorialidades indigenas sdo compreendidas e divididas de uma Forma diferente a divisdo por estados ou paises. Escolhemos trazer um pouco de como o cinema se faz dentro e fora dos territérios indigenas situados no Rio Grande do Sul porque é de onde escrevemos e atuamos, através da realizacao e produ¢ao da Mostra Tela Indigena. Podemos nos perguntar: o que é 0 cinema indigena? Mas certamente essa nao seria uma quest&o tao simples de ser respondida. Primeiro porque cinema indigena é cinema como qualquer outro. E uma expressao artistica que se utiliza do audiovisual para contar histérias, conhecimentos, transmitir emogées e mostrar um olhar sobre o mundo. Mas 0 cinema feito por indigenas também é muito mais do que isso. O melhor modo de responder a pergunta do paragrafo anterior é ouvindo os préprios cineastas indigenas de nosso Estado. Pensando nisso, nés, da organizac¢do da Mostra Tela Indigena, realizamos entrevistas por telefone neste periodo da pandemia, e trouxemos a experiéncia de quatro diretores Mbya Guarani que moram no Rio Grande do Sul. Patricia Ferreira Para Yxapy, Gerson Karaf Gomes, Vhera Xunu e Pard Rete, sao quatro cineastas com trajetorias muito distintas. Alguns produziram seu primeiro filme ha mais de 10 anos, enquanto outros trilham 0 inicio de suas carreiras. Através de cada experiéncia, eles podem nos ajudar a compreender o que é 0 cinema indigena, como eles cinematografia e como eles veem o ato de produzir PATRICIA FERREIRA PARA YXAPY Patricia Ferreira Paré Yxapy é cineasta e professora, que atualmente reside na Tekod Koenju, na cidade de Sao Miguel das MissGes. Patricia fez a Formnacéo do Video nas Aldeias, e é cofundadora do coletivo Mbyé Guarani de Cinema, que desde 2007, se dedica 4 producao de cinema audiovisual no Brasil. Patricia ja realizou residéncia artistica no Canada, participou de exposicdes como Carta de uma mulher guarani em busca da terra sem male Jeguatd: Caderno de Viagem, que esteve presente na 21° Bienal de Arte Contemporanea Sesc_Videobrasil, além de diversos filmes. Possui muitas producées premiadas, como nos Festivais CachoeiraDoc, Fica, além de mengdes honrosas no prémio Cora Coralina no Fica, e no Forumdoc. Participou do filme "New York, just another city", em que Patricia visita o Museu Americano de Histéria Natural em Nova lorque, levando prémio de mencao honrosa do Best Short Competition, em Los Angeles. Patricia conta que, desde 0 inicio do projeto Video nas Aldeias, Foi Fundamental o entendimento da equipe que ministrava as oficinas de audiovisual sobre como trabalhar em aldeia. A oficina ensinava algumas técnicas, e os cineastas faziam suas préprias imagens, sem imposicdo do que deveriam filmar nem como. Assim, era na pratica que iam aprendendo o cinema. Atualmente, Patricia participa do projeto Nhemongueta Kunha Mbaraete, parte do IMS convida. Juntamente com as cineastas Michele Kaiowé, Graciela Guarani e Sophia Pinheiro, elas trocam videocartas durante o atual isolamento social. “Agente jé tinha esse conhecimento de que existe camera, mas nunca ‘te tinha a oportunida FO nosso filme. O nosso olhar. O nosso pensamento. Entao eu acho que desde que participei ssa vontal fazer e genas. Ao longo dos anos, a gente vai fazendo cinema e falando da sua importancia, de fazer documentarios - mas sempre falando, spiritualidac ia fronteira. Qu aagente nao rritdrios. Falando do desterro. Como que os Guarani foram perdendo esse territdrio." "[O cinema] é um trabalho coletivo, sendo que muitos nao indigenas assinam 0 filme. Se existisse sd 0 diretor, nao existiria 0 trabalho. Se nao existissem Os personagens, a historia, nao existiria o trabalho. Mas muitos pensam que o diretor que ios aconteceno 0 fale disso para os nao indfgenas, ainda assim é dificil para eles entenderem que é um trabalho coletivo. Esse negécio de trabalhar com filme é especialmente para levar o conhecimento, as preocupacdes, oO que se tem a dizer para os nao indigenas principalmente. A fala dos mais velhos. A fala das indigenas. Dos indigenas. Isso é omais importante. Levar isso. E muitas vezes tem esse negocio de arte, de fazer arte, de filmar coisas e imagens lindas... mas para mim o mais importante é a fala. Deixar uma mensagem para os nao indigenas. Em primeiro lugar vern esse pensamento de levar 0 nosso entendimento sobre 0 mundo para os Ndo indfgenas - para todos. Para 0 governo conhecer. E diminuir o preconceito que existe, principalmente no Brasil." TAVA, a casa de pedra (divulgacao) Patricia Ferreira (Teko Haxy divulgacao) GERSON GOMES Gerson Gomes é da etnia Guarani, sendo chamado em sua lingua nativa de Karai. Trabalha no Coletivo Comunicacdo Kuery, que é um grupo de jovens cineastas do Rio Grande do Sul, vindos de diferentes aldeias, como das cidades de Barra do Ribeiro e Viamao. A trajetéria do coletivo se iniciou em 2011, quando, em uma reuniao entre liderancas Guarani, os caciques do povo Mbyé selecionaram um grupo de jovens, incluindo Gerson, para atuarem na comunicagéo das demandas e do modo de vida dos Guarani. Desse modo, com muito planejamento, o Comunicagéo Kuery comegou a mostrar, através do audiovisual, a espiritualidade, a religido, o modo de vida, as lutas e a vida do povo Mbya Guarani Produziram diversos filmes e videos desde 2011, sendo 0 mais recente o documentario “Ka’aguy Rupa”, que revela a importancia da mata paralOs Guarani, a qual envolve a espiritualidade, a alimentagao eo artesanato. Gerson também é criador do Cine Tekod, que é uma mostra itinerante de cinema para comunidades Guarani - é durante essas sessGes que.o Comunicacao Kuery exibe seus Filmes e recebe sugestdes de novas tematicas para criar suas Futuras producées. eta CO audiovisual também é uma plataforma que é da inoVacao0. Olle a gente trabalha pelo povo. A ideia é sempre levar as voces, para os nao indigenas, Imagem de divulgacao do Filme Ka'aguy rupa Gerson Gomes ( facerve pessoal) “Agente nao vai la e so grava. Agente sempre constréi junto com as liderangas € as pessoas que estao na aldeia. Fazemos isso para mostrar como. isso é importante - nao 6 uma alternativa, mas uma soma daquilo que a gente busca, que € fortalecer espiritualmente. A religiao é muito importante, a gente nao interfere nisso, falamos mais sobre a cultura. E uma responsabilidade enorme, para mostrar que é um meio que a gente pode falar por nds mesmos, porque a gente quer ser ouvido também, néo so, mas também dar visibilidade a essas politicas que as liderancas enfrentam. Politica é algo muito pesado, entéo a gente sempre quer mostrar 0 que é verdade, porque muitos, principalmente as micias, falam muito do povo indigena, e nado é verdade, muitas informacdes sao falsas. Agente 6 uma organizacao que é um coletivo Mbya, em que a idela é falar por nds, fortalecer a cultura ea tradicaéo e fazer esse plano juntamente com as liderancas Guarani Entao a gente sempre quer mostrar 0 que é verdade. A gente é um coletivo Mbya com a ideia de falar por nos, fortalecer a cultura e a tradicdo e fazer essa organizacao juntamente com as liderancas Guarani." PARA RETE Pard Reté tem 14 anos, sendo da aldeia Jataity, chamada em portugués de Cantagalo (Viamao/RS). Desde sempre gostou de filmes e fotografia, pois via seus parentes também produzindo filmes e Fotos. Quando era pequena, realizaram um filme em sua aldeia “Os seres da mata e sua vida como pessoas”, que até hoje é seu Filme favorito. Por isso, decidiu que também Faria cinema. Uma amiga, Carmem Guardiola, que é uma das idealizadoras da Tela Indigena, emprestou uma camera para que ela desse inicio as suas gravacoes. Quando estd sem cdmera, usa 0 celular. Comecgou a gravar as criangas brincando, seu tema Favorite no cinema. Ela disse, em entrevista, que nunca tinha pensado em fazer um filme antes, mas quando ela mostrou suas gravacées e ideias, teve apoio para ajudé-la a editar. Com isso, Pard, que no ano de 2018 havia sido Be uma das Fotégrafas da IV Mostra Tela Indigena, estreou seu primeiro curta, em 2019, abrindo a V Mostra. Ela Ficou muito emocionada de apresentar seu trabalho para um piiblico téo grande, ¢ ficou inspirada para realizar mais producées. Atualmente, est gravando imagens para pensar em um préximo trabalho, e sonha conhecer mais povos e mostrar seus projetos para mais pessoas. “Eu jé gostava muito de ver filmes ¢ tirar fotos, po quando eu era pequena, eu via os meus parentes fazendo filme e tirando foto. Eume interessei tanto, que também comecei a fazer fotos e videos. Eu gostava de gravar as criangas brincando, tirar fotos, mas nunca pensei em fazer um filme! Mas a Carmem me convidou para tirar fotos e eu aceitei. Entéo comecei a fazer fotos e filmar.* & os oy oe g Artesanatos Gurart° 3 Ti VHERA XUNU Vhera Xunu pertence & etnia Mbya Guarani, sendo chamado de Claudinei Fernandes em portugués. Nasceu em Sapiranga, em Santa Catarina, mas criou-se no Rio Grande do Sul, especificamente na aldeia Pindé Mirim. Em 2015, época em que continuava seus estudos na escola da aldeia, iniciou-se um projeto de gravacao de um filme sobre a cultura Guarani e que aconteceria na aldeia em que morava. Nessa ocasido, 0 cacique o convidou para participar do projeto e aprender a utilizar a cémera. Apés essa participacéo, decidiu que fazer um filme na aldeia com o olhar dos préprios Guarani era importante, para mostrar a visdo da comunidade sobre seu modo de vida. Em 2016, desse modo, Foi convidado a fazer parte do grupo de Comunicadores Mirim da Comissao Yvyrupa, em que trabalhou durante trés anos divulgando, fotagrafando e filmando eventos Guarani. Seu primeiro filme se chamou "Perigo da Mata” (2016) e seu Ultimo lancamento foi “O despertar do divino Sol” (2019), ambos curtas-metragens. “Entao me interessei pelo audiovisual, por fazer gravar meu prdprio filme - quer dizer, fazer um filme na aldeia com 0 olhar da comunidade Guarani, com meus olhares, porque se $6 08 nda Indigenas gravarem, nao vao fazer como as Guarani querem.” “Com camera eu tenho poucas experiéncias, na verdade, eu estou sem camera e sempre peguei emprestado de alguém. Mas eu fui filmando no jeito que eu sei fazer. Entao, eu fiz esses dois filmes. As vezes no celular, outro momento com camera. Foi ura experiéncia muito legal para mim, ainda mais ver o resultado final. fico muito feliz de poder fazer esse filme, nao SO eu, mas todo mundo. Eu sempre faco com os mais velhos e com as criancas porque eles que fazem o caminho, mostram um caminho de como fazer. Ea comunidade também mostra a realidade. Na verdade, a gente tem muita coisa para mostrar na tela, no video, como a gente nao tem muita condi¢ao, no tem camera até hoje, entao eu estou meio parado, mas a gente tem muita histdria para contar para fazer muitos filmes. isso me motiva a nao deixar de ter interesse pelo audiovisual. O cinema mostra 0 que a gente passa, o que acontece no dia a dia, antigamente também, 0 cinema mostra como a gente vivia, ou vive, como se luta, 0s povos. Tudo isso a gente quer mostrar, as vezes a gente quer que as pessoas vejam. Entao o cinema é muito importante, porque a gente mostra a luta dos povas indigenas e também 0 que as comunidades passam na aldeia e tudo mais. A maioria das pessoas, dos brancos, s6 conhecem povo indigena pelos livros, nao sabem como éa luta e como se vive na aldeia.” \Vhera Xunu (acerva pessoal) TELA INDIGENA COMO LOCAL DE ENCONTRO A Mostra Tela Indigena comeca a tomar Forma nas tardes de conversas do Nuicleo de Antropologia das Sociedades Indigenas e Tradicionais da UFRGS, em 2016, Conheciamos os trabalhos de artistas, liderancas, Filésofos e cineastas indigenas e sentiamos vontade de compartithar. Da mesma forma, percebfamos que as discuss6es e pautas urgentes quanto ao territério, sade e educacao, que ouviamos das liderancas (ovens e ancias), eram conhecidas por um pablico restrito. Queriamos ampliar a comunidade de didlogo. Assim, entendendo que a arte indigena esté sempre em didlogo com as disputas relacionadas ao territdrio, 8 sade e 8 educacéo, imaginamos que alinhar o cinema indigena e as questées referentes & luta dos povos origindrios do RS, poderia ser interessante. Assim, desde o inicio, a preocupacao da Tela Indigena nao foi somente de divulgar e ampliar 0 piblico dessas produgées audiovisuais Feitas por indigenas. Sempre buscamos construir uma programacao onde pessoas indigenas de diferentes regides do Brasil pudessem se encontrar e trocar conhecimentos, projetos e visées de cinema, de terrae de polttica. A mostra comegou com um Formato de encontros mensais na Sala de Cinema Universitério da UFRGS, onde aconteceu a primeira e segunda edicdo. A terceira ea quarta edico contaram com outro formato, unindo as sessdes e atividades em dias corridos na Cinemateca Capitélio, Percebemos que esse formato potencializa os encontro entre cineastas e artistas indigenas de diferentes territério do Brasil. Nas diferentes Mostras, jd exibimos filmes que trazem a visdo dos povos origindrios no Brasil, Argentina, Peru, México e Canadé. Jé recebemos cineastas dos povos Kalapalo (Xingu/Ms), Maxakali (MG), Mbyé Guarani (RS/SP), Guarani Nhandeva (SP), Guarani- Kaiowa (MT), Kayapé Mébengokre (PA). Liderancas e pajés Kaingang e Mbyé Guarani. Artistas visuais como Jaider Esbell e Denilson Baniwa. A rapper Bororo Katt Mirim. Os intelectuais Cristine Takua e Ailton Krenak. Produzir a Mostra Tela Indigena é buscar criar urn ambiente que transcende a experiéncia de ir assistir a um filme dirigido ou que possui na sua equipe pessoas indigenas. E fazer a sala de cinema como um territério habitado por linguas indigenas, artesanatos sendo vendides, criancas indigenas correndo, assistindo filmes, ouvindo as discussdes e brincando. Com o cinema, os diretores indigenas criam narratives e documentam historias que abordam o cotidiano de suas comunidades ¢ os direitos de seus povos. A experiéncia de produzir uma mostra de cinema indigena também reverbera para além da sala de cinema @ a Tela Indigena é apenas uma ponte entre essa producao e um pubblico amplo que deseja conhecer a arte das centenas de povos originarios do Brasil e das Américas. FILMES PARA CONHECER Para finalizar esse didlogo com o leitor, preparamos uma lista com 21 producdes audiovisuais realizadas por cineastas indfgenas do Rio Grande do Sul. Néo 6 uma lista completa dessas produ¢ées realizadas no Estado, mas pode ser um inicio para quem estd interessado em conhecer os povos indigenas da regido, suas vidas, demandas e modos de ser. S40 apenas sugestao para quem quer entrar nesse universo. Como nos trouxeram os cineastas entrevistados, nao se trata apenas de FeINT uno NOLO: Mel aXe COMMUTE MS oLelor Me OLRM oloMU eee kA CCB URLs 10) Era CCleiaNe (oR CLOT (OR-RU OKO RS oe " PRODUCOES DE REALIZADORES INDIGENAS NO RS Mokoi Tekod Petel Jeguata: Duas aldeias, uma caminhada 2008, diregao Ariel Ortega, Jorge Morinico, Germano Benites, Video nas Aldeias, 64min Arealidade das comunidades Mbyé Guarani de Cantagalo, em Porto Alegre, e Koenju, em So Miguel das Misses. Com a falta de territérios com mata para cacar, plantar e pescar, os Guarani dependem da venda de artesanato para os brancos. Nosea cidade 2009, direga0 Ariel Ortega, Jorge Morinico Germano Benites, émin Uma verséo reduzida do filme “Duas aldeias, uma caminhada’, focada principalmente na produgo e venda de artesanato pelos indigenas Mbya Guarani. Bicicletas de Nhanderu 2011, diregao Ariel Ortega e Patricia Ferreira, Video Nas Aldelas, 47min Documentario sobre a espiritualidade Mbya Guarani no dia a dia da aldeia Koenju, S50 Miguel das Miss6es no Rio Grande do Sul. terre Gua 2011, direcdo Ariel Ortega e patricia Ferreira, Video nas Aldeias, 38min Uma reflexao sobre o proceso histérico de contato com os colonizadores europeus e a violéncia fisica e territorial que os Mbya Guarani sofrem desde 1500. Palermo e Neneca (Moya mirim) 12, diregdo Ariel Ortega e Pal Ferreira, Video Nas Aldeias, 24min O filme segue os irmaos Palermo e Neneco, da etnia Mbya Guarani, se divertindo e dando risadas tanto nas tarefas da aldeia, como colher palmito e cortar madeira, quanto na ida para comprar mantimentos nas fazendas vizinhas, mesmo que nem sempre este contato com os brancos seja amistoso. Tava, a casa de pedra 2012, diregao Patricia Ferreira, Ariel Duarte Ortega, Ernesto de Carvalho, Vincent Carelli, Video nas Aldeias, 78mi Os Mbya Guarani que residem no Brasil ena Argentina relembram e contam suas interpretacdes sobre as missdes jesutticas, a relacdo com as crengas religiosas cristas e a apropriagdo de suas terras pelos europeus No caminho com Mario 2014, diregao Coletivo Mbya Guaral Cinema, 21min O filme segue Mério e seu grupo de jovens Mbya Guarani na aldeia Koenju, enquanto tiram onda com os desafios contemporaneos dos indigenas Dias de Luta 2014, Comunicagao Kuery, 8min Narrativa Audiovisual criada no processo da Oficina de Criago Audiovisual junto ao Comunica¢3o Kuery, coletivo Mbyd Guarani, com falas de diversas liderancas Mbya Guarani. Ojuka Tatu 2015, Comunicagao Kury, 8min Um grupo de jovens vai a caca de um tatu. Mbya Reko 2015, Comunicagao Kuery, 4min O modo de ser tradicional Mbyé Guarani, com miisica, rodas de chimarréo, conversas 8 beira do Fogo. Onhepyru 2015, Comunicagao Kuery, 18min A vida das comunidades Mbyd Guarani que vivem a beira das BR-116 e em busca por uma terra onde possam viver de modo tradicional. Avat Kokuepy 2015, Comunicagaa Kuery, 6min O filme segue um kyringue, uma crianca Guarani, enquanto a comunidade planta e colhe mitho Jequaté Tenonde Reka (Caminho do Fortalecimento) 2016, Comunicagaa Kuery, 12min Documentario mostra o intercambio cultural realizado entre as aldeias Mbyd Guarani do Rio Grande do Sul e Sao Paulo. O perigo da mata 2016, Vhera Xunu, Um garoto Mbya aprende sobre os perigos da Floresta e seus seres. Teko Haxy - ser imperfeita 2018, Patricia Ferreira (Para Ixapy) @ Sophia Pinheiro, 40 min Um encontro intimo entre duas mulheres que se filam, © documentério é sobre a relacdo de duas artistas, uma cineasta indigena e uma artista visual e antropéloga néo indigena. Diante da consciéncia da imperfeicdo do ser, entram em conflitos e se criam materiale espiritualmente. Ka’aguy ru 2018, Comunicagao Kuery, 28min A mata (Ka'aguy) é condigao para a existéncia dos Mbyé Guarani. Por isso 0 coletivo audiovisual de jovens Comunicag3o Kuery decidiu Fazer um documentario sobre a Ka'aguy ouvindo a sabedoria dos mais velhos @ registrando as aldeias onde vivem no Rio Grande do Sul. O Filme conta sobre sua importéncia para a alimentacéo, a medicina, 0 artesanato e para a espiritualidade de seu povo. ata: Caderno de viager 2018, Ana Carvalho, Ariel Kuaray Orteg Fernando Ancil e Patricia Ferreira Para Yxapy Patricia Ferreira e Ariel Ortega, através de um projeto multimidia com videos, fotos e depoimentos, nos mostram a territorialidade e 0 modo de ser Mbyé Guarani no Brasil, Argentina e Paraguai Kyringue Rory’i: 0 sorriso das criangas 2018, direcao Paré Reté, 5 min Uma crianca Mbya Guarani quando acorda se diverte com tudo. Hoje nao tem espaco suficiente para brincar, mas elas estéo sempre sorrindo. Despertar do divino Sol: Nnamandu Nhemopu 2019, Vhera Xi 6 Um joven Guarani procura conselhos do sabio da comunidade para a solucao de seu problema, Contudo, ao sair da Terra Sem Males, ele se defronta com o preconceito e coma discriminago da sociedade ocidental. Opy'i regua 19, Julia Gimenes € Sérgio Guidoux, 28 min A cacica Jilia Gimenes retine sua Familia para construir a Opy, casa de ceriménias Mbya Guarani, na Tekoa Guyra Nhendu, 0 Som dos, Passaros. Nhemongueta Kunha Mbaraete 2020, Patricia Ferreira para lxaoy, Graciela Chamorro, Michely Fernandes e Sophia Pinheiro Projeto multimidia de troca de videocartas afetivas entre quatro mulheres, trés Guarani e uma nao indigena. Prefeitura de Porto Alegre Este projeto foi selecionado nos Editais Emergenciais de Auxilio 8 Cultura da Prefeitura Municipal de Porto Alegre 12

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