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Equipe de tealzasto: “Asessoria ediorial de Mara Valles Revisto de Iracema A. Lazati Projeo grifco e capa de Luis Diaz MARLYSE MEYER ENA MARIA PADILHA E TODA A SUA QUADRILHA De amante de um rei de Castela ‘a pomba-gira de umbanda TIVRARIA DUAS CIDADES Todos os direitos reservados por Liveaia Duss Cidades Tada, Rua Bento Freitas, 158 — $40 Paulo ava Lanta de Mella ¢ Sowxa 2 Pater Py 1993 Para Carlo Ginsburg LENA 6 decorrer de uma pesquisa com fontes in- uisitoriais sobre 0 tniverso magico do Bra Sil colonial, enconteei, pela primeira vez, re feréncias a Maria Padilha e toda a sua quad la. De inicio, soaram-me como rima, elemento solto ino meio do verdadeito “'samba do criolo doide” que sio as oragies de conjuro luso-brasletas, Deseaso ineon- cebiyel quando o objeto de estudo € a cultura popular brasileira, Maria Padilla, qquase sempre com sua. qua- drilha, vez ou outra com Santo Frasmo, ou com Maria dda Caiha e toda a sua canalha, ov ainda na mi compa- nihia de Marva, a pecdica, parecia enteetanto, querer dizer, do além, que era muito mais do que uma sim- ples ima, Apesar de fica intrigada e ndo deixar de aten fat para Matia Padilha nos documentos da Inquisigio,, ‘do consegui. captar sua mensagem. $6 Marlyse Meyer podetia fazé-lo, por motivos dbyios: a longa expetién: ca em estudos de cultura popular, sua erudicao, a cap cidade de transitar da literatura 2 historia e, desta, 3 antropologia. “Sonho com uma forma de conhecimer to que pudesse adquirir e combinar adeq das as informagdes e petmitiria abordar, sob todas 2s faces, a entidade Brasil", afitma a autora logo no in «io dete tabalho, dando a0 letra chave pat compe. ender seu percuro€ a opcio interdisciplinar, Bory so feso da melhor histori das mentalidades Foram anos de “i-evir", como ela gosta de di et quando se refere a cultura popula, ques em form lacio semelhante 2 sua, o hstoriador folés Pett But, ke designou seta de mio-dupla. Anos em que pene. ula a tutma de Mara Padi, de um lado ¢ dovoutso do Atlntico, até desembocar nos terreito de umber, da das grandes metrépoles brasleas de novsos dee O tesultado est aqui: € este lv, facinante¢ modeler ‘A oatraciva, quase sempre vertginosa se devo. Ja na primeira pestoa. Tal opsao tela um motivo verdade, foi Maria Padilha quem persegui Maryse até convencé-la de que valia a pena conta a sua hieéia, revive a romance real qQle manteve com D. Peles 1 de Castel, deseniranhisa, poetic, do. romanceina espanhol, detect-ia nos conjures profeidos cam qui, tals de Lisboa e do Reif, localid-la, por fim, uateads dia de Pomba-Gira, bonita, insinuante, um ponco pee ets, nos terteits de Sto Paulo, do Rio, de Niche E-a histbria desta persepuigio decevesca, asennad no em pas ~ como a Soin Nertorna de atlo Ginzburg — que Marlyse nos conta, aqul Sie : caminhos do imaginio que ela dexemrola, Wostun, clo mais uma vez aiquesa ca compleridade das cult. t25 do nosso povo, mestte na arte da “brcolage” da composigio multiforme, agtegando, adie de ore sens as mals diversas para compor congudis,reizados, Cavalhadas, etwas exttios, Em Maris Padilba e sods a sua quadrilba tessakta a anise das resondincias européias,anteriormente exa minadas por Marlyse Meyer nos temas ligados a Catlos Magno e os doze pares de Franga. Sua narrativa eons: 116i passagens cntte evidéncias diversas: pingwelinbas, com di autora: Mas, ao eontsy do gue ama ais pasa ‘sto imaginadas por ea: est assent das em enidencie Bstrisan, mesmo se, crdencias de uum imagindrio. Ao termina a leicuta, fica-se convenei- do de que, na barafunda des signifcados que envolvem os conus imagen da cin o comes ih ‘9, sua transmigragio para o mundo colonial, a ambi- ui tracar, na longa duracio, um nexoirrefutavel Fara estudo da feta, leita de Maria Po leva a constatacdes importantes. A inequtvoca as- comprova hip6teses acerés da especiicidade da feitiga- fi etc, vokada para 0 meio urban, asenada no sorilégio amoroso. A imagem paradigmitica desta mo- Galdade de magia €4 Celine de Fesoando de Rojas exprostcuta,aleoviteira, perfumista, maestra de bacer ‘virgos, ou seja, conhecedora das técnicas de reconsti ‘o do himem e, nesta qualidade, mesera também na ae de enganat. A Pomba-Gira cacega consigo toda ‘sta ambighicade, sendo fortemente sexualizadse invo- ‘ada com freqUéncia para auxiliar nos amos ifelizes. ‘A linda Maria Padilla, que foi capaz de enfeitigar 0 fi pom de lev a squcer sabia conn ue soube engand fo com soriegies, fazendo com Soe «into de peat dado pela rainha Dona Bran- a parecesse, a seus olhos, hortvel serpente, tem um. pouco de Celestina © outro tanto de Pomba-Gita. Con \rariamente a entidades semelhantes da umbanda, nun ‘a € negra, mas sempre branca como a amante do tei de Castela, A associagdo feiticeita/Pomba-Gira cemete ainda 4 outta associagio: a que se verificou, do seculo XVIL a0 XIX, entre o calundu/candomblé ¢ feitigatia, Li sa Pinca © Luzia da Silva Soates foram negeas calundus feiras atuantes nas Minas sevecentistas © processadas co ‘mo feiticeitas pelo Santo Offcio. Perseguides pela polt «ia do Rio de Janciro ou de Salvador, pais ¢ micsde- santo do século pasado viram-se acusacdos de bruxatia, Bruxaria ¢ umbanda, beuxatia e candomblé. Quem [1- ia estas associacdes: 0s poderes estabelecidos, os apate thos da repressio ou o imaginirio popular? "Por que metamorfoxe foi passando a hetmosa Maria de Padilla, de senbora de um rei a senhora dos cemitétios?”, per. ‘guna a autora Dif eesponder, De qualques forma, como suge fe Marlyse, Mari Pailha. no teria denado Casels ¢ cruzado a fontias do fino viinho anter do seco XVII, pis noha regio dea nos documentos quinicts tsa Ai que or drante a Uno Ibe a do os Filipe governavam roa a pensul, auc ae fede D. Pedo pasta povoa oimagintis dor na fos, Na segunda meta do séelo RVI. mat pret tenis nas decadas de GD e 70, algumas mulheres frum acusadas de brosaria pela Ingusdo, ent sss caps senstando oconjro ce Mata Pacha, Poraguesss ve ramse depredadss para o Brasil, onde posiveimente Conunuatn hades mies, {uo de ojo prune ai europa cm geal — arena elementor dpa Tenementedesonscas ns dor ottos ma eed. te sob lta ai steno, de sigifeadoscompleses Huma bel org de conto pts fis sore x teste on pevome de 1674 seroma dn a pelo menos lingSisiea, ques apanba pasars comers ee "Paloma, palomay todos te cham polos, cs cham hermana senhors, pelo poder que Gin d mor, que isa etna de Elan, doe lene $6is the fags Spinhos, doe coberores lator v- fos, que oeiinher eo attaveus, ue ao pos “onmacnsomcpar,som que comp vehacaar, As oragdes em que figurava Masia Paditha tinbarn todas objetivo amoroso, visavam obrigar wmtades para 4-04 para onsrem, ou propiciat wcita amizade entre homens e mulheres. Ao lado de demdnios como Batra- bis, Cafés, Satanés ou Lécifer, ow ainda de persona- gens obscuras como Marta, a perdida, ou um Erasmo que, muito possvelmente, femetia 20 lendacio mér- tir Santo Erasmo, ou So Telmo —, Maria Padilha era invocada como interessora capaz de sensilizar 0 set amado e viabilizar a conguista, mediando a relagio en- tte 0 apaixonado e o objeto da paixio: “Dona Maria Padilha com toda 2 sua quadsilha, ‘me trazeis fulano pelos ares ¢ pelos ventos; Mar. ta a perdida que por amor de um homem fostes 420 inferno, assim voz peco que da voss0 amor re. partais com fulano, que no possa dormit, nem sossegar, até comigo vir estar.” A quadrilha, como analise Marlyse Meyer um brithante Pose-scnptum, pode sugeris ecos longinguos dda cavalgada noturna de Diana ou de divindades andlo- 11s, t2o bem estudadas por Ginzburg em Storia Not Jurna, Na oragéo acima, 0 vbo ‘pelos ates ¢ pelos ven tos" reforca esta idéia, Santo Erasmo, por sus vez, ims prime no conjuro a presenca do idedtio cristéo, Poctan to, no século XVII, estas fStmulas populares que se ‘ransmitiam oralmente e a que se recottia pata conse lo de amores infclizes jf continham elementos de filia: so mileipla: feticaria européia, catolicismo popular, ‘magia medieval Com seu estudo luminoso, Marlyse Meyer mostra 4 combinacao deste amélgama de origem européia com vertente distinea, sinerétca mas brasileira, onde entrar com forea os rituals extiticos de exigem indigena ¢ aft. cana, Abre, enfim, um leque enorme de possbilidades analiticas. Buscando na Idade Média tardia, na corte de Castela, a figura contradicéria de uma elle dame sans merc, eazcndo-a pela mio até as rodas em que s© acotovelam as adeptos de nossos cultos extatices oon temporineos, mostra-nos como foi que, hoje, Marla Paditha péde se toonar Pomba-Gira de umbands, Sua historia sugete como foram complexos os percursos do imaginario popular brasileiro, Fieam perguntas, final. ‘4 Matlyse Meyer, Pexpuntemos: quem foi Marta a pet ‘ida? Quem foi Masa da Calha, ¢ onde anda aso cx oul? Laura de Mello e Souxa 1, Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Inquisigio de Lisboa, processo n? 7840, r€ Luisa Maria, Auto de Fé ano de 1640. iu te conjuro vinagte, pimenta e enxofre em nome de filano, com txés da padaria, ues da eutilatia, us do acougue, tés do terteiro, trés do haver do peso, ro- dos us, todos seis, todos nove se ajuntardo no coraco de fulano entrario, se mais sio, ou menos sto, 56 dia bos se ajuntario, 2 torre do Primao se trepario, nove varas de amor apanharto, na m6 de Caifis as agucarto, no coragio de Fulano as cravario, que ndo possa esta, nem sossegar, até comigo nio vit estar: Dona Maria de Padilla com toda a sua quadritba me trazeis fulano ‘pelos ares ¢ pelos ventos: Marta a perdida que por ‘amor de um homem fostes ao inferno, assim vos pego {que do yosso amor repartais com fulano, que no pos sa dormir, nem sossegar, até comigo vir esa.” 2. ANT, IL, processo a? 761, 1€ Manuela de Jesus, ‘Auto de Fé ano 1662 “Por aquela rua nem Fulano com o ligado do enfotca do ao pestogo, vem dizendo acode-me fulana, ado te quero acudir, valha-te Barrabas, valha-te Satands, © [Natam (?), € quantos no inferno estio, ¢ entio no teu cotagio se metetio, chego-me a0 at, a0 ar me chego, falano veio vir (2), dizendo fulana valesme, valhacte Barrabis, valha-te Sacanis, valha-te verdete (2), 6 meu Deus ¢ que € 0 meu Principe, que andas pelas encruzi lhadas descasando os casados, e ajuntando os amanceba- dos, ajuntasme 2 mim com fulano, Dona Maria Padi Yha'com toda a sua quadrilba, Marta a perdida por amor de um homem nos perdestes, por ele ao inferno fosces, assim se perca fi ANTT, IL, processo n? 9 n? 74, ré Maria de Seixas, 20 qual Ihe ordenava o dito vulto que fosse fazer o que fzes he havi de dar mua paras * Horan saa que aqui Maia Pha € um el ou algo a ver com emtidade. (M.M.) “a 5 vezes me pergumta se nossa produsto cien- tf pli flor da vod drsinan sem, pan gues dct ae + rans daqueles casos que Grams atibul 45 flor aspect gms difeentemente c= ttaifiado do saber. gn Txeesso e compartimentacio nfo permitem mais, claro, aquele conhecimento global, pivigio do su: to XViil’ Mas. ainda que limitando a curiosidade a sa ey a cul anim, por erempe, enue ue imagina poder alcangar um saber completo, deve ertamente adorat atitade andloga que Gramsci suge- te part abordaro saber foro *Confrontar freas diversas, fazer a historia das in- ‘luénciassoftidas por cada frea, no comparar en. tidades heterogéneas, saber let as diferentes esra tificagbes em teas diversas. "Gren pro nto ¢ uma coeiriade home rea de cultura, mas apresenta estratificasdes cultur ” ris numerosas ¢ variadamente combinadas,”* (Gramsci, 1950, pp, 215-221) Como dat cont da quanidade dos limies nan. ave it Scale ho com uta forma de conhecimento que pr desseadguitir e combina adequadamnens tala ne, foxmasbes ¢ perma abordat, sob todas te Res plexa, fugidia, contradicoria, miltipla dessa fascinante € fascinadora entidade. Inicio, intertogando alguns dos livos da vasta pro- dugio dos intelectuais da umbanda, Aqueles que procu- ram ofpanizat recionalmente um saber, a partir de suas Ieicuras e conhecimentos, aliados as suas priticas, uma ‘ver que sio em geral ligados a um centro de culto. Re- presentam uma entrada num cada ver maior mercado. tditorial: €56 observat a grande quantidade de titulos fede tenovadas edigbes cada vez mais abundantes €con- Cortidas nas lojas que negociam todos os artigos de wm= banda. Pode-se pensat que muito cliente seja até anal- fabeto, mas nao se deve esquecer o poder que di a pos- edo prptio objetivo, doer de magia, principal cdo Pier Fabre, Le fare ef 2 mogie, in Charter, 182-206) PP erabrendo 0 nigromantc do Orlando Farioso, aque cavalga se ipo Del sine so seu ses feet coperto di seta vermigl: ne la et destra un livro, onde facea taser leggendo, Val maraviela “y Canto IV, 17 Mas Jembro também da adverténcia da propria Maria Padilha dos Sete Cruzeitos, num ‘capitulo psico- srafado™ “Dizer que os livros contam tudo, ado € possivel, pois a vibracio temfvel esti nos nomes das pesso- te Sea forca do Filho que Ié € grande, entao sim, onsegue avrair trabalho em minha falange, com ‘Maria Mulambo ¢ Rainha das Sece Sepulturas Ra sas ev... Como vé, depende do ttabalho.”” (...) (Molina, p- 28) E esta conclusto: Mais vale ter um liveo na mio do que nada, na hora do aperto.”” fa (Molina, b, p. 28) Sto os propos te6ricos umbandistas quem petmi- tem langar uma ponte entre a Pomba-Gi e a eitice fas curopéas:liga-as a sua comum filiagdo demonfaca ‘No mais das vezes, precedendo reccitudtios © preccitos, 1 livros consagrados a esa entidade — na sua daplice ‘ertene, a feminina Pomba-Gira, a masculina xu, véra hboradas redes de corespondénciss © organogramas, fque integra relagto demoniaca do Povo de Exu n0 Universo da tradicfo européi, biblica, cite cabaist- fz. No topo da hierarguia, o Maioral (0 Diabo, Sata- ‘nfs, Capeta, Deménio ec.) preside & legito dos anjos ecatdos. Licfer, Belzebuth, Aschatatoth e Omulu € cl (Exu da Meia-Noite), Proculo (Exu Tata Caveia). Bu Marabé, Tranca-Rua, Ti ete Lepies, lias fa- anges, nomes se entrectuzam, se equivalem, diferem as vezes de um livzo ¢ outro, mas sempre regido pelo Demdnio supremo. Uin Deménio bem europew, a acte- diarmos em Clmara Cascudo, sancionado pot Edison CCameio: hi “auséncia do Diabo africano”, afirma € demonstra 0 grande foleloisa brasileiro." areceusme rarodvel tentat desbastar 0 que, para 6 leigo, se apresenta como um cipoal de corespondén- a, Ir acompanhundo de perto um live que rentaesa- belecerum corpo tebtico mais desenvolvido sobre a Pom- b-Gitae areata sua artculagto demontacac su rla- fio com o velho sabbé europeu, Refir-me a Pomba- Gita (Miroogucira). (Mironga, “segredo ow mistério, cobrindo aspectos de umbanda que esapam & compre 1. Ver Camara Cascudo, Made in Afi. Rio de Janice. Chitin «0 Brae, 1965, pp. 105-12. ” censto racional, € o novo sentido de milonga, no de Janeiro... Milonga, linguajar dos exravos, do quim- pbundo, que quer dizer conversa indi, palavreado, em- bromagao”. (Cascudo, op. cif. pp. 182-184) “Autor do livfo em questo: 0 Tata ¢ Professor Jo- sé Ribeiro, nome respeitado entre o Povo do Santo, baiano, iho de Mie Kilu, do antigo candomblé do Engen Velho, I feito no Santo aos quinze anos, etu- ‘dou em Coimbra, exteve na Africa, ensina sudanés, € ‘compositor, cantor, radialista, autor de muitos livros Sobre umbanda ¢ candomblé, Zé de Kilu € filho de Tan- Si, ¢ Pai de Santo no texreito de Tansi Egun-Nita, em Jacarepagus, Rio de Jancito. Parecet-me razoivel acompanhar este livro, por set, cfeio cu, tepresentativo do género; nfo s6 por sua tentativa de articulagio com matrizes curopéias, como ppor uma certa desordem, amilgamas, acumulagio de Fieacbes, contradicao na aprescntagdo dos dados, bastan- te comtim 2 esta literatura umbandista. Isto parece fletir 0 que , na verdade, a dificuldade em enquadrar ‘em moldes figidos uma teligizo dindmica, em conscan- fe mudanga, onde cada terreio tem efetiva autonomia hho ritual, Tanto esta, quanto a literatura académica pro- priamente dita, propdem-se uma meta “cientfica, nem Fempre compativel com o objeto, fugnz porque dinmi- co, rebelde 4 fixider da apreensio sistemat Eo que torna sliés, tio dificil e insaisftério para o leigo {bteresado, 0 acesso meramente livresco 2 um culto vir ‘yo, em continua invencio ¢ reelaboragio como € a Um- panda, Onde hi tantos no ditos, e tantos ditos... con- forme a cara do fregues. »

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