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A. ETAPAS DE OBRA DE EDIFICACAO 11 - SERVICOS TECNICOS E ADMINISTRATIVOS PRELIMINARES 2 LIMPEZA DO TERRENO / INSTALACAO E LOCAGAO DA OBRA 3 - SERVICOS EM TERRA E ROCHA 4- INFRA-ESTRUTURA 5 - SUPRAESTRUTURA 6 - ALVENARIA 7 - ISOLAMENTO TERMICO E ACUSTICO 8 - IMPERMEABILIZACAO 9 - COBERTURA 10 - ESGOTAMENTO PLUVIAL 11 - INSTALAGOES HIDRAULICAS 12 - ESGOTO SANITARIO 13 - APARELHOS E METAIS SANITARIOS 14 - INSTALAGOES ELETRICAS 15 - TELEFONE EXTERNO/INTERNO 16 - ANTENAS 17 - INSTALAGOES ESPECIAIS 18 - SERRALHERIA 19 - MARCENARIA 20 - REVESTIMENTO DE PAREDES 21 - REVESTIMENTO DE PISOS 22 - FERRAGENS 23- VIDROS 24-PINTURA 25 - ACABAMENTO 26 - PAISAGISMO 27 -LIMPEZA a. © 2.1- Servigos técnicos e administrativos preliminares a) ESCOLHA DO LOCAL Inclui andlise do Cédigo de Obras 2 Lei de Uso e Ocupagio do Solo do muni para colher informagdes sobre as pos:ibilidades de construir determinado tipo de estabelecimento (habitacional, comercial, etc.) no local escolhido. b) AQUISIGAO DO TERRENO Qualidades que um terreno deve possuir: — Dimensdes de acordo com o que se pretende construir; — Pouca ou nenhuma exigéncia de movimento de terra; = Seco; — Facilidade de acesso; — Solo resistente que nao exija solugzo cara para as fundacdes; Cuidados especiais devem ser tomados com o titulo de propriedade (Escritura, verificada em cartério de Registro Geral de Iméveis) e com as dimensdes reais do terreno e de posicionamento de construgées vizinhas. Rede do uz 0 égua Rue de acoss0 Figura 2 - Andlises preliminares do terreno. A. c) SERVICO DE TOPOGRAFIA Fundamental para a execucao do projeto arquiteténico - conhecimento de perfis longitudinais e transversais do terreno - e para realizago de movimento de terra, quando necessario. Poste dewrarge devant Exemplo: Perfil AA’ 02 4 6 8 Ww we wm mm mm mM / Pb —~ SS] Figura 3 - Topografia - definicdo de perfis do terreno. d) SONDAGEM Pesquisa da qualidade e caracteristicas do solo para conhecer a constituigao de suas camadas e respectivas profundidades, com vistas a aplicaco e distribuiggo das cargas do edificio a construir. Comumente entrega-se este servico a uma empresa especializada e acompanham-se os trabalhos com a orientacdo de um engenheiro de estruturas. O servico constitui-se na perfuragao do solo por percusséo e circulacaio de dgua, com retirada de a. amostras de solo em uma pequena cépsula metdlica. De acordo com a quantidade de golpes necessarios para a perfuraco, feita com a queda padronizada de um determinado peso sobre uma haste metalica, estima-se a resistencia das diferentes camadas de solo naquele local - Figura 4. Figura 4 - Sondagem - Ensaio de penetracdo ou ensaio SPT (Standard Penetration Test). Numero de furos : ‘A NBR 8036/83 - "Programacdo de sondagens de simples reconhecimento dos solos para fundagSes de edificios" - estabelece o nimero de perfuragGes a serem feitas, em fungo do tamanho do edificio, conforme segue: ‘+ No minimo uma perfuracao para cada 200m? de area da projecdo em planta do edificio, até 1.200m? de rea; * Entre 1.200 m? e 2.400m*: fazer uma perfuragio para cada 400 m* que excederem aos 1.200 m’ iniciais; * Acima de 2.400m? o ntimero de sondagens sers fixado de acordo com o plano particular da construcdo. Em quaisquer circunstncias o numero minimo de sondagens deve ser de 2 para a drea da projegao em planta do edificio até 200m?, e trés para drea entre 200m? e 400m. i. Tabela 3 — Resisténcia aproximada de cada tipo de sole. Natureza do Terreno Resisténcia aproximada (Kg/cm’) Aterros de entulho, velhos e consolidados. 05 Areia sem possibilidade de fuga, naturalmente imida. 1,0-1,5 Terrenos comuns bons, como argilo-arenosos imidos. 2,0 Terrenos argilo-arenosos secos, cascalho 35-50 Rochas - moles e duras 7,0- 20,0 Fonte: “TABELAS PARA CANTEIROS DE OBRA" -E. Ripper - Ed. Pini e) PROJETOS Arquitetura, estrutural e instalagées (elétrica, hidrdulica, esgoto, gas, incéndio, ar condicionado), além de especificagées, orcamento e cronogramas. f) LEGALIZACAO DA OBRA Série de providéncias a serem tomadas antes e durante a construcdo, junto a érgaos piiblicos (prefeitura, concessionaria de energia elétrica, companhia de dgua e esgoto, corpo de bombeiros, etc) e CREA. A Figura 5 apresenta etapas necessarias para esse processo (obs: essas etapas sofrem modificagdes ao longo do tempo e de acordo com cada municipio). 34 2.2- Legalizagdio da obra pRoIETO || APROVACKO. LIGACOES NBR 12721 (NB 140) —T | porrosero [| provisorias: | | tirade registro de Telefone ‘empregados CREA Sombtros Ha eee — Matrcula NSS PREFEITURA werent de icenga para construcSo (padro) Cerio negatva de debits do imével (terreno) VISTORIAS/ LIGACOES DEFINITIVAS: Entrada do projeto ‘Agua, esgoto Energia eitrca Telefone Natiicagso Societe departamentss Bombeiros Inodificacées | | 42 prefeitu I WABTTE-SE | omprovantes de Notificacio para tirar cépias| ‘e pagamento de taxas PROJETO APROVADO Alvara de licen para construgio Plantas carimbadas latendimento as normas de Cemig, Cesama, Cia. telefénica, Corpo de bombeiros IPTU e Certido Negativa S. M. Fazenda Pagamento de taxa NSS. Providenciar CND apresentando: Matricula GC ou CPF Alvara para construgéo Piantas aprovadas Folhas de pagamento e guias de recolhimento oe ee AVERBAGAO Cartério de registro de iméveis, apresentando: HABITE-SE CND do INSS| Figura 5 — Etapas necessérias para a legalizacdo de uma obra. a. NBR 12721/2006 (antiga NB-140): AVALIACAO DE CUSTOS UNITARIOS E PREPARO DE ORCAMENTOS DE CONSTRUCAO PARA INCORPORACAO DE EDIFICIO EM CONDOMINIO Objetivo: Atender ao que foi prescrito ABNT pela Lei Federal n2 4591 de 16/12/1964 que dispde sobre o condominio em edificagdes e as incorporacdes imobilidrias. Lei 4591: Define responsabilidades dos diversos participantes das incorporagées & condigdes técnicas e econémicas das incorporacées. O incorporador somente podera negociar sobre unidades autonomas de moradia em condominio apés ter registrado no cartério competente de registro de iméveis: — Projeto de construgio aprovado pelos érgios competentes; — Célculo das éreas das edificagdes (drea global, partes comuns, area por unidade); — Especificagdes (acabamento) da obra projetada; = Avaliagio do custo global da obra e do custo de cada unidade. Para o cumprimento da lei federal, a ABNT, através da NBR 12721/2006, apresenta oito quadros para preenchimento pelo incorporador, com 0 objetivo de tornecer, de torma clara e padronizada, informacdes a respeito de dreas de construcdo, especificagdes e custos. 2.3- Limpeza do terreno / Instalagdes provisérias / Locagdo da obra a) DEMOLIGAO. Servico que pode surgir em caso de antigas construcdes existentes no terreno. Inclui a demolico de fundacées, muros divisérios, redes de abastecimento de agua e energia elétrica, redes de esgoto, telefone, etc., mais a remocao e transporte de residuos. Recomendagées gerais: = Regularizagdo da demolicao na prefeitura local; — Cuidados para evitar danos a terceiros - providenciar vistorias nas edificagées vizinhas antes de iniciar a demolicio; — Atencdo para reaproveitamento dos materiais que saem da demoli¢do, por questdes ecol6gicas e porque podem servir para outra construc3o (janelas, portas, macanetas, A. © pisos, vidros, calhas, etc.) ou para as instalagdes provis6rias da nova obra. b) LIMPEZA DO TERRENO Capina, remogo de rocha e casas de cupim, etc. Arvores: obrigatéria a obtencdo de licenga ambiental - IEF - Instituto Estadual de Florestas ou IBAMA. Adequar o projeto ao que existe de natural e belo no local da construcao. c) LOCAGAO DA OBRA Consiste em marcar no terreno a exata posicéo do prédio, transportando as dimensoes desenhadas no projeto arquitetonico em escala reduzida para a escala natural 1:1. Marcam-se no terreno as posicBes das paredes, fundacGes e pilares, tomando-se por base a planta de locacio, 0 projeto de fundacdes e o projeto de formas fornecido pelo projetista de estrutura. A Figura 7 correspende a um exemplo de planta de locacdo, Procedimento: construir uma "tabeira” (cercado de tabuas em torno da posicdo da obra no terreno) com 0 auxilio de um carpinteiro. Ferramentas e equipamentos: nivel de mangueira, nivel de mo, teodolito, trena, esquadro, metro, martelo. Usar pincel ou caneta para escrever informagdes na tabeira correspondentes a identificagdo dos pilares. A Figura 6 mostra detalhe da construcio de tabeira. fs ° Pa PT ° P13 PONTALETES x8 cm Figura 6 — Construcao de tabeira com pontaletes, tabuas, pregos e identificacao dos pilares. Vv if as ‘igura 9 ~ Construcaio de tabeira em terreno inclinado. Como localizar e marcar 0 eixo de um pilar no terreno: Esticar dois fios de arame perpendiculares correspondentes a um determinado pilar, amarrados nos quatro pregos da tabeira. Em seguida, achar a projectio do cruzamento dos dois fios, com a ajuda de um prumo de centro. Posicionar um piquete de madeira no terreno, do eixo do pilar e repetir a operacdo pare os diferentes pilares da obra, de acordo com a planta de locacdo, cada vez que for necessaria a abertura de cava de fundacdo, concretagem da fundacdo, confeccao de formas, etc. (Figura 10) a Figura 10 -Localiza¢do do eixo de pilar no terreno com auxilio de prumo de centro. d) INSTALAGAO DA OBRA. Layout do canteiro é 0 arranjo fisico de homens, méquinas e equipamentos no espaco disponivel do canteiro de obras. Muitas partes do canteiro devem obedecer a A. prescriges da norma NR-18 do Ministério do trabalho quanto a condigdes de seguranca do trabalho. A Figura 11 apresenta um exemplo de layout para a instalac3o de canteiro de obra. TAPUME (cerca da obra) - Respeitar 0 cédigo de obras do municipio e normas de seguranca do trabalho quanto a: = Seguranca; = Altura minima; — Alinhamento do terreno. tapume deve ser também durdvel e de bom aspecto. So muito utilizadas chapas de madeira compensada (espessura 10 mm). (ver ANEXOS) BARRACOES: = Devem ser seguros, duraveis, de bom aspecto, ventilados e iluminados; = Dimensoes contorme o porte da obra, topografia do terreno, quantidade e tipo de produtos a armazenar, numero de operarios e processos construtivos; = Piso cimentado. Instalagées: Escritério, almoxarifado, vestidrio, sanitarios, depésitos (cimento, cal, tintas, etc), local para refeiges refeitério e, conforme o porte e localizacdo da obra, alojamentos. EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE VERTICAL E HORIZONTAL: Selecianados e dimensionados em funcda da drea do canteiro, do porte da obra, de limitag&es impostas por construcées vizinhas; peso, quantidade e volume dos materiais a transportar (relacionados com os sistemas e métodos construtivos adotados) e prazo de execucdo da obra, os equipamentos mais comuns so: = Grua: Abrange maior area de servico, possibilitando transportes vertical e horizontal = Torre com guincho para material € pessoal: Transporte somente vertical em um ou a. mais pontos da obra; = Guincho de coluna: Indicado para pequenas obras e pequena altura de transporte (maximo trés pavimentos); = Maquinas automotoras, como empilhadeira; — Esteira rolante: Somente em caso de grandes dist&ncias (ex: transporte de minerais e agregados). OFICINAS DE ARMACAO E DE FORMAS: — 0s depésitos de madeira e barras de ago devem estar préximos das bancadas de fabricagdo de formas e armaduras, e localizados préximos aos equipamentos de transporte vertical. No caso de transporte com grua, sua area de servico deve abranger esses depésitos. — Oficina de armacio: bancadas de madeira para retificacao, corte e dobra das barras de ao, com chapas e pinos metilicos; ferramentas e equipamentos elétricos de corte e dobra de armadura. — Oficina de formas: os equipamentos so dimensionados (tipos e quantidade) em funcao do volume de servico e pratos. A instalagdo bisica é composta de mesa com serra circular, mesa com serra de fita e bancada de madeira para confeccdo das formas, CENTRAL DE CONCRETO / DEPOSITO DE AGREGADOS: A selecdo, dimensionamento e localizagao desses equipamentos ¢ instalacoes devem considerar além do volume de servigas e dos prazos: = Area disponivel no canteiro; — Conjugacio da capacidade de produgdo de concreto com a dos equipamentos de transporte; = Distdncias horizontais e verticais de transporte. Regra geral: os depdsitos de agregados e cimento devem estar localizados préximos a central de producdo, onde esto as betoneiras. A. Equipamentos mais comuns: = Betoneira com capacidade de 300 litros — so as mais comuns, mas de capacidade limitada de produgao (mistura urr trago de concreto de um saco de cimento por vez). Muito usadas em obras mencres, como pequenos prédios e residéncias e para fabricacdo de argamassa. = Betoneira com capacidade de 500 litros - maior capacidade de producao, com carregador automatico e medidor de gua (mistura traco de concreto de dois sacos de cimento por vez). LIGAGOES PROVISORIAS de dgua, energia elétrica, esgoto, telefone: — Essas ligacdes devem seguir projetos de profissionais especializados, que seguem normas técnicas e prescricées das concessionérias locais. r : 2 I 1 3 ! : 5 ' ' 9 2 ; ; of ' g ' ' GE 4 ' ' 8 g 1 ' aa z \ ' © TORRE DO 1 ' GUINCHO | ' 8 ' 3 XI : E Z g ' § é : ' g § 5 ' ' 2 ied 1 if 1 \ BETONEIRA * = - we Porto, PADRAO wea | ama | ry] eee Figura 11 - Layout de canteiro de obra. A Tabela 4 contém uma lista equipamentos, méquinas e ferramentas para obras. a. Tabela 4 Maquinas, equipamentos ¢ ferramentas para a construgao de edificios, ‘Maquinas e ferramentas Alavanca Alicate Arco de pua Arco de serra Balde de 10 litros para concreto Brocas Brocha Camurca Carrinho para concreto Cavadeira Cavadeira de dois cabos Chave inglesa Chave para dobrar aco Chaves de boca Chaves de fenda Chibanca Colher Corda Corta-ceramica Desempenadeira de aco dentada Desempenadeira madeira/PVC Discos de serra Enxada Enxadio Enxé Esmeril Espatula Fio de extensio Esquadro Furadeira elétrica Latas 18 litros Linha de pedreiro ‘Maquina p/ corte de pedras Marreta Marreta 10 Kg Martelo Martelo de torracha Metro ivel de mangueira ivel de mao Pa Péde cabra Me G Peneiras Picadeira Picareta Pincel Pino de armador Plaina Ponteiros Prumo de centro Prumo de face Régua de aluminio 2 m Roldana Serrote Talhadeiras Tesoura pars corte de aco Torqués Trado manual Trena 5 m, 29 m. ‘Seguranca Botas de couro e borracha Capa de chuva Capacete intos Luvas Mascaras de protecao culos de protecio Outros Equipamentos ‘Andaime suspenso para fachadas ‘Andaimes metilicos {apoio no solo) Betoneira 300 litros / $00 litros Bomba de succao de dgua Compactador de solo ("Sapo") Grua Guincho Guincho de coluna Serra de fita serra de mesa Vibrador com mangotes Diversos Escadas de vérios tamanhos Mangueira de agua Material de escritério Primeiros socorros Quadro de avisos Telefone/Fax/computador A. 2.4- Infraestrutura (Fundagdes) Parte inferior da estrutura de um edificio que suporta e transmite cargas ao terreno, a infra-estrutura ou FUNDAGAO pode ser: 24.1- DIRETA, se o solo firme estiver a pequena profundidade. Ex.: sapatas continuas, sapatas isoladas, blocos. INDIRETA, se 0 solo firme estiver a profundidade que elimine a execucdo de fundacao direta. Ex.: estacas pré-moldadas, tubuldes. Sapatas isoladas Passos para execucdo (Figura 12 e Figura 13): Abertura das cavas; Esgotamento de agua, se for 0 cas; Compactacao do fundo; Langamento de concreto magro no fundo; Posicionamento das formas; Posicionamento da armadura do fundo; Posicionamento da armadura do ilar - localiza¢ao do eixo pela tabeira de locacao da obra; Concretagem; Retirada de formas apés o endurecmento do concreto; Cura do concreto. I. 1 Abertura da cava 2- Compactaga do funda 3 - Concreto magro Z 77% 7 77 7 77 a \ g N \ z Ek 3 3 y 7 4 Z “nwa |? 4 7 a Y y 77 ANS V7 IAW. 77 7ANN 5 - Armadura do fundo 6 -Armadura do pilar 4- Forma ca base 77e 77 Z 7 7 X a 7 " CEPA 77 ONLNS a y 7-Concretagem dabase - Forma e concretagem do pillar 9~ Desforma = 77a 7 77 7 \ \| 7 Z ag ig 2 7 777 RRR 7 c Figura 12 — Execugdo de sapata isolada. 45 ABERTURA DA CAVA COMPACTACKODOFUNDO. CONCRETO MAGRO NO FUNDO ] FORMA DA BASE ARMADURA DO FUNDO ARMADURADO PILAR ‘CONCRETAGEM DA BASE FORMADOPLAR —_CONCRETAGEM DO PLAR DESFORMA, REATERRO Figura 13 - Execucdo de sapata isolada — vista superior. a. 2.4.2 - Sapata continua Também chamada de "sapata corrida", é um tipo de fundagdo de facil execugo e de baixo custo, usada em construcdes baixas. Pode ser executada com concreto ciclépico (concreto com pedra marroada) ou com concreto armado langado em valas rasas escavadas manualmente no terreno (max. 50 com de profundidade). A execugo segue o projeto arquitetdnico, de acordo com a direcao das paredes da edificacao. O dimensionamento da sapata continua - largura e altura (Figura 14) - é feito conhecendo-se as cargas atuantes nas diferentes secbes da construg3o e da netureza (resisténcia) do terreno. O célculo para encontrar a carga atuante na edificago esta exemplificado na Figura 15. +4 [| i SAPATA DE CONCRETO CICLOPICO 1 =largura do baldrame H h_ altura do baldrame H altura da sapata x x. - largura da sapata Figura 14 — Dimensionamento de uma sapata de concreto ciclépico. reresisténciado terrer P- carga da edificac’o S+ superficie de transy S=1,00.x r=P 9 1 pe? cil épico Figura 15 — Célculo para ¢ largura da sapata. A. PB Parede i Baldrame L by Sapata Py x Figura 16 ~ Cargas atuantes na sapata continua. Do projeto arquiteténico: hy- altura do baldrame L largura do baldrame P,- carga da edificacao até a base dz parede + peso proprio do baldrame P,- peso préprio da sapata em fung2o de sua largura Dimensionar: ha (altura da sapata) e x (largura) - Figura 16 e Figura 17 P= x.1,00.h.Y; onde “y” é a densidade (massa especifica) do material que compe a sapata, Para o concreto ciclépico, y = 1800 kg/m’. L + nh Tg 45*%=hf(x/2 > hh =0,5(«L) Figura 17 — Relacdo entre largura e altura da sapata. A. CARGAS ATUANTES NA SAPATA CORRIDA (kg/ Supondo uma casa de dois pavimentos (Iajes apoiadas sobre paredes): = Telhado = Laje de forro * — Parede 2° pavimento ** = Laje de piso 2° pavimento* — Parede 1° pavimento** = Laje de piso de 1° pavimento* - Baldrame — Peso préprio da sapata * Sabendo-se 0 peso préprio da laje, o peso do revestimento e a sobrecarga atuante (dependendo da fungao do cémodo), calcular as reacdes de apoio em cada bordo das lajes. ** Parede de 4 vez, bloco vazado 10 x 20 x 20 (cm) Parede = ( Hp.0,10.1,00).y Hp- pé direito Y - peso especifico da alvenaria = 1600 kg/m? PESO PROPRIO DA SAPATA: Para dimensionamento da sapata, adotar inicialmente uma altura (50 cm), calcular seu peso préprio e fazer depois a verificagéo da altura adotada. EXEMPLO 1 Calcular a largura da sapata da figura a seguir (Figura 18), considerando uma carga de edificaco de 8000 kg/m (j4 considerando 0 peso do baldrame) e um terreno com taxa de resisténcia igual a 0,9 kg/cm?, A sapata sera executada em concreto ciclépico, que pesa 1800 kg/m’. i : P; = 8000 Kefim 50" ladotado Se eae Figura 18 - Largura da sapata (valor de x). P2= peso préprio da sapata Verificagdo da Altura: P2= x.0,50.1800 = 900x h=0,5 (0,98-0,25) 1x= Pi4P) h=0,36m 9000.x = 8000 + 900.x 8100.x = 8000 x=0,98m a. © EXEMPLO 2 1408 1450 1256 ee s149 5394 301 o 004 m9 ome 083 T 1468 ae 1227 3669 1992 Secio A: Cargas em Ke/m Lajes de forro, 2° piso, 1° piso, telhado 6786 Parede 2° pavimento (3,00.1,00.0,15).1600 720 Parede 1° pavimento (3,00.1,00.0,15).1600 720 Baldrame (0,15.0,40.1,00).1800 108 Total 8334 Do projeto: Paredes externas Paredes internas 2 1s A. Adotar: - Pé-direito dos dois pavimentos = 3,00 m - Espessura das paredes internas = 0,15 m - Espessura das paredes externas = 0,25 m x= 8334 + 900.x = Vat = 1600 kg/m? 12000.x = 8334 + 900.x ~ ¥ concrccépico = 1800 kg/m? x = 8334/1100 = 0,75 m += 1,2 kg/cm? Verificagao da altura: h = 0,5(0,75-0,15) h=0,30 2.5- — Estrutura Parte superior da estrutura de um edificio que suporta as cargas dos diversos pavimentos e as transmite a infraestrutura Normas da ABNT para projeto e execuco de estruturas de concreto armado: — NBR 6118/2007: "Projeto de estruturas de concreto - Procedimento” — NBR 12654/1992: “Concreto - Controle tecnoldgico de materials e componentes do concreto - Procedimento". — NBR 12655/2006: "Concreto ~ Preparo, controle e recebimento - Procedimento”. Servigos: a) Formas e escoramento - confeccdo e montagem; b) Redes embutidas (4gua, esgoto, en. elétrica, telefone, etc) - instalacdo; ©) Armadura - corte, dobra, montagem e colocacéo; d) Concreto - preparo, aplicacdo, cura, controle tecnoldgico; e) Retirada e limpeza das formas; f) Conserto de falhas e chapisco da estrutura. 52 2.5.1 - Formas Consumo: 12 m? de madeira por m? de concreto, em média. Este ntimero serve apenas para cdlculo aproximado de quantidades para orgamento. NBR 15696/2009 — Formas e Escoramentos para Estruturas de Concreto — Projeto, Dimensionamento e Procedimentos Executivos. Aspectos importantes: = Seguir o projeto de formas quanto as dimensées da estrutura; — Planta de formas (Figura 19) - muito usada pelos carpinteiros para o corte das ‘tébuas e chapas e montagem das formas. — Possibilitar resisténcia suficiente para a nao deformacdo sob aco de cargas - peso préprio, peso e pressio da concreto fresco, peso das armaduras, cargas acidentais (operdrios, equipamentos); = Estanqueidade, nao permitindo varamento de argamassa ou pasta; = Montar sistema de formas que permita facil desforma, com reaproveitamento maximo dos materiais (painéis de madeira, gastalhos e pregos) - Figura 20. Figura 19 - Exemplo de planta de formas de lajes, vigas e pilares. Figura 20 — Canstrugo da supra-estrutura — posicionamento das formas das pilares, das vigas e do escoramento. Cuidados especiais a serem tomados durante os servicos: — Fazer limpeza interna das formas antes da concretagem pela "janela" na base de pilares (Figura 21); Figura 21 ~ Forma para pilares. Apoio para garantir o prumo Pilares altos (acima de 3,0 metros): "janelas" intermediarias para lancamento do conereto - Figura22. Molhagem antes do lancamento de concreto; Escoramento de madeira: atengio com os apoios no terreno, emendas (se necessdrias) e escoras maiores que 3,0 m (fazer travamento horizontal); Aplicar "desmoldante" na madeira 2ara tacilitar a destorma, Consideracdes gerais ‘As chapas de madeira compensada so as mais usadas, em lugar das tébuas. Apresentam as vantagens de bom reaproveitamento, facil desforma e menor nimero de juntas, com menor consumo de pregos. Permitem maior produtividade da m&o-de-obra. As chapas de acabamento plastificado so indicadas para concreto aparente. Dimens&es mais comuns: 1,10 x 2,20 (m), com 6, 10, 12, 14, 17 € 20 mm de espessura; Figura22— Janela intermediaria, Escoramento metélico: Possibilita maior produtividade nos ‘= servigos, com reaproveitamento total, sem desperdicio. As pecas sdo de facil manuseio, proporcionando rapidez na montagem e desmontagem, com regulagem para o nivelamento preciso dos fundos de vigas e do fundo da laje. 2.5.2- 55 Formas préfabricadas de madeira: Maior reaproveitamento e rapidez na execucao. Redes embutidas Com base nos projetos de instalacées elétricas, hidrdulicas, telefonicas, de interfone, de antenas e Internet, pasicionar e prever a passagem de tubulacio, pontos de luz @ caixas de passagem por vigas, lajes, escadas, etc, antes da concretagem. No caso de estruturas de concreto armado e laje macica, fazer perfuracdes nas formas antes da concretagem para passagem da tubulacao. 2.5.3- Armaduras Consumo: 80 Kg por m? de concreto (média). Este numero serve apenas para célculo aproximado de quantidades para orgamento. Sequéncia dos trabalhos: 2.5.4- Retificagao ou alinhamento - consiste em tornar as barras retas, antes do corte; Corte - feito de acordo com as plantas de projeto estrutural, com 0 auxilio de serra manual, tesoura ou maquina de corte; Dobra - feita manualmente com 0 auxilio de pinos fixados em bancada de madeira ou méquina automatica; Emendas - por trespasse (mais comum), por solda ou por luva: Montagem - consiste na colocag3o da armadura nas formas, de modo a permanecerem na posi¢ao correta durante a concretagem, garantindo 0 cobrimento minimo prescrito - sdo usados espacadores de pléstico para essa finalidade. Concretagem Sequéncia dos trabalhos: Nivelamento das formas da laje - Figura 23; Fechamento das "bocas" na base das formas dos pilares apds a limpeza; Vedagio das juntas das formas, se necessario; Umedecimento das formas (jato de mangueira); A. — Preparaco dos caminhos (tébuas) sobre a laje para transporte de concreto por carrinho ou cacamba, para nao haver deslocamento de armaduras e dano na tubulagio de eletricidade; — Montagem de tubulagdo para bombeamento do concreto, quando for 0 caso; — Posicionamento das "mestras" ou "galgas" de controle da espessura das lajes; — Langamento do concreto, com adensamento e "desempeno" (regularizacdo da superficie, com 0 concreto ainda fresco, tornando-a bem acabada e plana) - Figura 24 e Figura 25. 7 TT Figura 23 — Nivelamento da forma da laje. 37 Lanpamento ¢espalhamento _Acerto da espessura com régua- sarrafamento Jb) Figura 24 ~ Langamento de concreto em uma laje. Possibilidades de plano de concretagem: TP etapa 2B etopa Bi etepa Pilares, vigas e lajes. yy zeta 2 etapa 3Fetapa Pilares Vigas e lajes i [2eetaba Betepa 3Fetapa Pilares Vigas Lajes

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