oaioaiz021 Prtaria Conjunta 90 de 20/08/2020 — Trinunal de Jusiga do Distrito Federal e dos Teérios
Portaria Conjunta 90 de 20/08/2020
Poder Judiciario da Unido
Tribunal de Justi¢a do Distrito Federal e dos Territérios
PORTARIA CONJUNTA 90 DE 20 DE AGOSTO DE 2020
Institui 0 Programa Pré-Equidade e
Diversidade no Tribunal de Justiga do Distrito
Federale dos Territérios.
O PRESIDENTE, A PRIMEIRA VICE-PRESIDENTE E A SEGUNDA VICE-PRESIDENTE 00 TRIBUNAL DE
JUSTIGA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITORIOS E A CORREGEDORA DA JUSTICA DO DISTRITO
FEDERAL E DOS TERRITORIOS, em virtude de suas atribuigdes legais e regimentais; do previsto na
Portaria Conjunta 18 de 6 de marco de 2018 (https://www.tjdft.jus.br/publicacoes/publicacoes-
oficiais/portarias-conjuntas-gpr-e-cg/2018/portaria-conjunta-18-de-06-03-2018), alterada pela
Portaria Conjunta 102 de NW de setembro de 2018
(https://www.tjdft jus.br/publicacoes/publicacoes-oficiais/portarias-conjuntas-gpr-e-
cg/2018/portaria-conjunta-102-de-11-09-2018) e pela Portaria Conjunta 61 de 12 de junho de 2019
(https://www.tjdft.jus.br/publicacoes/ publicacoes-oficiais/portarias-conjuntas-gpr-e-cg/2019-
Uportaria-conjunta-61-de-12-06-2019), a qual institui atribuigées, composicao e procedimentos da
Comissao Multidisciplinar de Incluséo do TJDFT; e do contido no Processo Administrative
0010447/2020;
RESOLVEM:
Art. 1? Instituir 0 Programa Pro-Equidade e Diversidade no Tribunal de Justiga do Distrito Federal e
dos Territérios — TUDFT.
Art, 22 0 Programa objetiva promover:
|- a equidade e a igualdade de oportunidades considerando as identidades de raca, etnia, cor, sexo,
identidade e expressdo de género, religiao, deficiéncia, estado civil, idade, situagao familiar,
opiniao politica, ascendéncia nacional, origem social ou qualquer outra condi¢ao, no ambito do
TUDFT e no relacionamento com as partes interessadas;
ll - 0 tratamento de condutas de discriminagao no ambito das relacdes sociopro#tssionais e da
organizagéo do trabalho do TUDFT, praticadas presencialmente ou por meio virtual, contra
magistrados, servidores, estagidrios, aprendizes, prestadores de servicos, voluntarios, outros
colaboradores e partes interessadas
Art. 3° 0 Programa sera coordenado pela Comissao Multidisciplinar de Inclusao e operacionalizado
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pelas unidades e Comissées relacionadas nos parégrafos do art. 16 desta Portaria considerando
suas competéncias.
§ 12 0 Presidente da Comissao podera convidar representantes de outras unidades do Tribunal que
nao integrem a Comissao para auxiliar na realizagao de trabalhos especificos.
§ 2° 0 convite a representantes de outras unidades deve observar, sempre que possivel, a
representatividade descrita no inciso | do Art. 22 desta Portaria.
caPiTULOI
DAS DISPOSIGOES PRELIMINARES
Art. 42 Para o disposto nesta Portaria, considera-se:
| — incluso: conjunto de meios e agdes que combatem a exclusao do acesso aos beneficios da vida
em sociedade, provocada pelas diferengas de raga, etnia, cor, sexo, identidade e expresso de
género, religiéo, de#ciéncia, estado civil, idade, situacdo familiar, opinido politica, ascendéncia
nacional, origem social ou qualquer outra condicao;
ll = diversidade: conjunto de identidades e valores compartilhados pelos seres humanos na vida
social ligado a pluralidade de caracteristicas que distinguem as pessoas quanto a raga, etnia, cor,
sexo, identidade e expressao de género, religido, de#tciéncia, estado civil, idade, situacdo familiar,
opiniao politica, ascendéncia nacional, origem social ou qualquer outra condigao:
lll — equidade: principio de justiga redistributiva, proporcional, que contempla um sistema de
praticas garantidoras a todos os individuos, fundamentado no reconhecimento das diferengas nas
condigées e necessidades individuais, de igualdade de tratamento, de oportunidades de
desenvolvimento, de condigées para a concorréncia com base na competéncia e de acesso a
servigos;
IV = discriminagao: compreende toda distingao, exclusdo, restrigdo ou preferéncia fundada em
raga, etnia, cor, sexo, identidade e expresso de género, religiéo, detfciéncia, estado civil, idade,
situagao familiar, opiniao politica, ascendéncia nacional, origem social ou qualquer outra que atente
contra 0 reconhecimento ou o exercicio, em condigdes de igualdade, dos direitos e liberdades
fundamentais nos campos econémico, social, cultural, laboral ou em qualquer campo da vida
publica; abrange todas as formas de discriminagao, inclusive a recusa de adaptagao razoavel;
V — cultura inclusiva: conjunto de habitos e crencas, compartilhados por todos os membros da
organizagao, estabelecidos por meio de normas, valores, atitudes e expectativas, que contempla as
diferengas e celebra ideias, perspectivas e experiéncias em sua pluralidade, garantindo efetivo
exercicio da cidadania a todos os individuos, sem distingao;
VI —transversalidade: integraco dos conhecimentos e diretrizes sobre discriminagao ao conjunto
das politicas e estratégias de acao institucionais, de modo a garantir sua implementagao em todas
as dimensées da organizagao:
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VIl = Agenda 2030 da Organizagao das Nacdes Unidas — ONU: agenda de direitos humanos das
Nages Unidas, aprovada por 193 paises, inclusive o Brasil, que incorporou dezessete objetivos de
desenvolvimento sustentavel a serem atingidos até 2030;
Vill - partes interessadas: todos os elementos (pessoas, instituigdes, grupos, fornecedores, érgaos
governamentais) que afetam ou sao afetados, de forma relevante, pela atuagao do érgao.
CAPITULO I
DOS PRINCIPIOS, DAS DIRETRIZES, DOS OBJETIVOS ESPECIFICOS E DO PLANO DE AGAO ANUAL
Art, 52 0 Programa objeto desta Portaria compreende principios, diretrizes, objetivos e plano de
ago.
Segao!
Dos principios
Art.
‘onstituem principios fundamentais do Programa Pré-Equidade e Diversidade:
|—legalidad
\l—dignidade humana;
lll —igualdade e respeito a diversidade;
IV-aplena e efetiva participagao e inclusao na sociedade;
V —liberdade de expressa
VI — protecao a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem da pessoa;
Vil =responsabilidade, ética e proatividade institucional;
VIll — nao discriminagao;
IX — primazia da abordagem preventiv:
X — sigilo dos dados pessoais das partes envolvidas e do contetido das apuracées.
Segao ll
Das diretrizes
Art. 72 Sao diretrizes do Programa:
| - integrar a equidade e a diversidade as politicas, aos comités, aos programas, aos projetos e as
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agées da instituigao;
ll = priorizar a promogao de escuta, acolhimento e acompanhamento de pessoas por meio de
estratégias institucionais de prevengao e combate a discriminacao;
lll — promover a atuagao em rede, por meio da articulagdo com organizagées publicas, privadas e
organismos internacionais, quando couber;
IV = promover a sensibilizagdo de magistrados, servidores, estagidrios e prestadores de servicos
sobre as relagdes saudaveis de trabalho e sobre a valorizagéo das pessoas e da imagem da
instituigdo, incluindo a atengao aos riscos e aos potenciais prejuizos das praticas abusivas;
V — contribuir para o aleance dos seguintes objetivos de desenvolvimento sustentavel da Agenda
2030 da ONU e de suas metas:
a) objetivo 5: alcancar a igualdade de género e empoderar todas as mulheres e meninas;
b) objetivo 10: reducao das desigualdades;
c)meta 10.3:
1. garantir a iqualdade de oportunidades; e
2. reduzir as desiqualdades de resultados, inclusive por meio da eliminacao de leis, politicas e
praticas discriminatorias e da promogao de legislacao, politicas e ages adequadas a este respeito.
Segao Ill
Dos objetivos especificos
Art. 8° Sao objetivos especificos do Programa:
| promover o trabalho digno, saudavel, inclusivo, seguro e sustentavel;
l= propor politicas institucionais internas de valorizagao da diversidade e da equidade;
lll -favorecer 0 equilibrio de oportunidades para ocupagao de fungdes comissionadas, a fim de
a) fomentar a equidade e a diversidade na for¢a de trabalho do Tribunal;
bestimular 0 referido equilibrio na composicao das equipes das empresas contratadas pelo orgao.
IV — prevenir ocorréncias de qualquer forma de discriminacdo no 4mbito interno da organizacao e
no relacionamento com as partes interessadas;
\V— incentivar a participacao representativa da diversidade nos cargos da magistratura, de chefiae
de assessoramento, no corpo de docentes, em bancas de concurso e processos seletivos e em
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eventos institucionais;
VI — contribuir par a construgao de cultura inclusiva, que estimule as pessoas a reconhecer,
respeitar, aceitar e apoiar individuos em suas pluralidades;
VII — promover solugdes educacionais corporativas e implementar praticas de sensibilizagdo para 0
reconhecimento e
respeito a diversidade e a equidade;
Vill = promover ambiente organizacional de respeito a diferenca e a nao discriminacao, por meio de
estratégias, métodos gerenciais e orientagses periddicas claras.
SegdoIV
Do Plano de Agao Anual
Art. 9 0 Programa Pré-equidade e Diversidade deve apresentar Plano de Agao Anual, em até 60 dias
da publicacao desta Portaria, de carater preventivo e informativo, que contemple, no minimo:
| —indicadores de desempenho anuais e respectivas metas, referentes aos objetivos especificos
descritos no art. 8° desta Portaria;
Il — definigdo das unidades responsaveis pelas acdes;
lll - estudos, diagnésticos e artigos que fomentem a cultura organizacional voltada 8 equidade e &
diversidade;
IV — relatério anual identificador de questées criticas, pontos de melhoria e boas praticas ja
adotadas no TUDFT;
\V — dados estatisticos sobre manifestagées relatadas 4 Ouvidoria-geral pertinentes ao tema;
VI = campanhas de conscientizacao e sensibilizagao do corpo funcional sobre a importancia da
participacao na promogao da equidade e da diversidade;
Vil — adogao do critério de representatividade nas imagens utilizadas nas campanhas de
comunicacao, nos relatérios institucionais e em outros materiais de divulgacao do TUDFT.
Paragrafo unico. A Comissao Multidisciplinar de Inclusaéo coordenara o Plano de Acao Anual e a
elaboracao do relatorio de desempenho referido no inciso V deste artigo, para apresenta-los aos
6rgaos da Administracao Superior.
CAPITULO II
DO CANAL DE DENUNCIA SOBRE DISCRIMINACAO
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Art. 10. A conduta que con#tgure discriminagao no trabalho devera ser noticiada pela pessoa que 2
sofrer, ou por alguém que a presenciar 8 Ouvidoria do Tribunal
Art, 11, Todas as unidades do Tribunal que receberem deniincia de discriminacdo, deverao
encaminhar ou comunicar a Ouvidoria, resguardado o sigilo
Art. 12. 0 Programa Pré-Equidade e Diversidade desenvolverd, em até 60 dias apés a publicagao
desta Portaria, 0 fluxo de recebimento das denuincias de discriminacao e de encaminhamento para
tratamento das situagGes noticiadas, a fim de que o denunciante tenha ciéncia dele,
CAPITULOIV
DO TRATAMENTO DE CONDUTAS DISCRIMINATORIAS
Art. 13. Durante todo o tratamento das dentincias de conduta discriminatéria, deveréo ser
resguardados o sigilo e 0 compromisso de confidencialidade pertinentes a esse tipo de demanda
Art. 14. Os casos de discriminagao serao abordados de modo sistémico e integrado pelas unidades
envolvidas conforme suas especialidades, considerado(os\aXas}:
| —a relagdo do fato com a organizacao e a gestao do trabalho, em suas dimensées sociocultural,
institucional e individual;
ll — a atuagao em rede com os profissionais de satide, na perspectiva interdisciplinar, a fim de
assegurar cuidado integral as pessoas afetadas;
lll — 0s acompanhamentos individual ou coletivo, inclusive de equipes, a fim de promover o suporte
psicossocial e de orientar a busca de solugées sistémicas para a eliminacao das situagdes de
discriminagao no trabalho;
IV —as agées de acolhimento e acompanhamento pautadas pelo cuidado com as pessoas expostas
a riscos psicossociais da organizagao de trabalho, as quais devem possuir carater distinto
auténomo em relacao a procedimentos formais de natureza disciplinar;
V —a escuta e 0 acompanhamento, observados métodos e técnicas proffssionais que propiciem
atencdo humanizada e centrada na necessidade do individuo e respeitado o tempo de re#texao
decisdo dele, a fim de fortalecer sua integridade psiquica, autonomia e liberdade de escolha
Art. 15. A Secretaria de Recursos Humanos e a Secretaria de Satide, ante riscos psicossociais
relevantes, poderao definir agdes imediatas para preservar a satide e a integridade fisica e moral
das pessoas afetadas por situagao de discriminagao.
CAPITULO V
DAS RESPONSABILIDADES DAS UNIDADES E DOS AGENTES INSTITUCIONAIS
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618oaroacu2s Portia Conunta 90 de 201082020 — Tribunal de Justga do Distto Federale dos Trios
Art. 16. A prevencao e o enfrentamento da discriminacao no trabalho devem ser pautados por
abordagem transversal, cabendo a cada unidade organizacional e agente institucional, de forma
integrada, contribuir para a efetividade do Programa instituido por esta Portaria, de acordo com
suas atribuigdes e responsabilidades.
§ 18 Os érgaos da Administracdo Superior devem promover a cultura organizacional de respeito a
diversidade, equidade
e nao discriminacao, por meio da formulagao de politicas e estratégias que favorecam o
desenvolvimento de ambientes de trabalho seguros e saudaveis e de orientagdes periddicas e
claras sobre as determinacdes estabelecidas no Programa.
§ 2° A Secretaria de Recursos Humanos, a Comissao Multidisciplinar de Inclusao, a Comissao de
Etica e 0 Comité de Governanga e Gestao de Pessoas devem promover, com a Secretaria de Satide e
com a Assessoria de Comunicagao Social, agdes e campanhas de conscientizacao a respeito da
aplicacao do Programa e das consequéncias da discriminagao no trabalho, utilizando linguagem
clara, inclusiva e objetiva bem como estratégia de comunicagao alinhada a abordagem de
intervencao.
§ 3° Cabe a Secretaria da Escola de Formagao Uudiciaria promover a incluséo dos temas
relacionados a prevengao e ao enfrentamento da discriminagao no trabalho, bem como do respeito
a diversidade, e de outros conteudos correlatos nos curriculos e nos contetidos dos programas de
aperfeicoamento e capacitacao, especialmente no Programa de Educacao para Lideres.
§ 4° A Ouvidoria-Geral do TUDFT deve atuar como unidade de intercomunicagao entre os
magistrados, servidores, estagiérios, aprendizes, prestadores de servicos, voluntarios, outros
colaboradores, partes interessadas e 0 TJDFT, de modo a propiciar canais efetivos para o
recebimento de demandas de condutas de discriminagao no dmbito das relagdes sociopro#ssionais
e da organizagao do trabalho do Tribunal, a fim de que as manifestagdes sejam recebidas, avaliadas,
sistematizadas e encaminhadas as unidades envolvidas e/ou responsaveis para analise e possivel
providéncia.
§ 52 Os gestores de unidade devem adotar métodos gerenciais de gestao participativa e organizacao
laboral que fomentem ambiente de reconhecimento e respeito a diversidade humana como um dos
pilares da saude fisica e mental no trabalho, buscando suporte das areas competente sempre que
necessitarem de apoio para enfrentamento da discriminagao.
§ 6? Os gestores de contratos devem promover equidade, diversidade, inclusdo, satide e seguranga
nas relagées entre as partes interessadas, conforme dispde a legislagao trabalhista e os acordos
coletivos de trabalho, assim como fomentar o engajamento e a participacdo dos fornecedores e
contratados nas ages institucionais de inclusao social e acessibilidade.
Art. 17. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicagao.
Desembargador ROMEU GONZAGA NEIVA
Presidente
Desembargadora ANA MARIA DUARTE AMARANTE BRITO
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Primeira Vice-Presidente
Desembargadora SANDRA DE SANTIS
Segunda Vice-Presidente
Desembargadora CARMELITA BRASIL
Corregedora da Justica
ESTE TEXTO NAO SUBSTITUI 0 DISPONIBILIZADO NO Du-E DE 25/08/2020, EDICAO N. 159, FLS. 10-
14, DATA DE PUBLICACAO: 26/08/2020
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