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‘OPTURAS E CONTI es stossiteenes TP Os eixos da critica. 7 7 ‘Aswioves cboadigens 85 dorevovapis , Se farle: lov O NOVO £0 VERO. en . sonnnn — OO Gregmfin Caine « Da paisagem ao espag, 126 128 7 152 APRESENTAGAO. Binusocearia fs O Avan . srs VB O periodo entre 1950 a 1970 € marcado p renovagio do pensamento geogrifico no mundo ¢ para o positivism como fundamento do discurso geogeifico & designado geografia cléssica~, paulatinamentea da acumulagio primitiva ena ab problemas que se busca resoh a descobre no process his idade do valor que vem com ele as orige No Brasil o movimento expressou-se por um elenco de obras das quais selec snamos sete ~ as de David Harvey, Neil Smith, Massimo Qi Fu Tuan e Wes Lacoste ~ para seferéncias de a obra que t cxftica confunda as ideias que analisa com as, jéindo sabe o que é da obra eo queédo an Isto vale para os ertérios de escolha ‘Mas €a seflexto sobre as ideias, lo, mesmo que limitada feita das idcias novas com as velhas, de modo a permitir 20 seu prépriojuizo sobre o movimento da renovaggo. Para acompanhate tragar ccomplera-e 0 painel da fo dos anes 1950-1970, lém do quadro 0 de histéria do pensamento geografico, mas de epistemologia, este quadro de hstéria da evolucio do AFICO BRASILEIRO Pensamento francés, norte-americano, alemao e brasileiro, em sua fase de formagio eamadurecimento, visa apenas oferecer a0 acompanhamento do trajeto oo da renovagao das ideias. As obras historiogeé- i usamos como referéncia estéo na bibliografa. Com 0 intuito de abrigar 0 espectro ral como ocorteu no mut AS TRANSFORMAGOES DA GEOGRAFIA CLASSICA. Enue 1950 ¢ 1970 a jrafia clissca tinge o auge de difasioe p tadoxalmente, entretanto, um de euforia ecxtica ‘gedgrafos em todo o mundo. A eufora jflbavialevado George a comparar os pedgrafos tas exegetas da sociedade ind ce force presenga do Estado via planejamento cas estas que numa cera generalidade todas as sociedades O auge, difusio e dec Dois contrapontas te Schaefer 3s concepgses geografia no rativa da ‘corre no ambiente da geografia francesa Se E-sio esses dois embates, um em cada lado do Atlintico, a senha da declaragio do té:mino de uma fase ¢ da necessidade da entrada numa nova, A geografia norte-americana ¢ 0 contraponto Schaefor-Hartshorne “O excepeionalismo na tum extudo metodolégico”, Fred K. Schaefer (1904-1953), um pedgrafa decorigem na e esto o cardeercientifico da Geografia entdo pro- 5 Unidos (Schaefer, 1976). Visando a geografia norte-americana, ma, entretanto, Hartshorn seu livro de 1939, The nasure of Geography: a evitical survey sought inthe light ofthe past, como pretexto e referencia, Schaefer centra sua critica na afirmagio de Ha ‘ita em diferentes textos ¢ 0s gedgrafos norte-americanos, da do, nisso diferindo das dem ima visio de peculiaridade que Schaefer designa de excepcionalismo, Schaefer concebe o excep hheranga kantiana. Kant, diz le, 3 Geografia como uma cigncia de sintse, feia por intermédio do espaco, gémea 8 Geograla seria em particular a norte de sintese, diz, leva ao desc Geografia do contexto da divisso do trabalho, campo epistemico seal da - ere as citncas, dixa-a fora do defasando-a no tempo perante 0 dere explicara mancira loo homem, se distribuem pelo ‘spaco, ocupando-se da mento, mais que do fendmeno teferendando aquilo que os gedgrafos gregos designavam por corogtafia, ot a depender do nivel de abstrasao tesric Ademais, ambos estabeleceim a 10 tal do ambito da Geografia pela seu campo. Além disso, atentam para ue tém relagio espacial e hi os para as outras espec cientfica. Pata obcé-las, ro desses fendmenos expacais nessa caprura, saber perecher que as 10 gedprafos devem buscar apree ago ¢ relagio de dveas icas sio diferentes entre si 12 08 roam asconfiguragdese diferenciasGes das doe qualquer contexto. Hilem Humboldt e Rieter, areas em termes espaci ~ prossegue Schacter —, SE TRS Re Sel sistemstico e o regional, tal como implica Hartshorne. A geogealia sistemitica, para eles, €0 plano da determi ¢ leis de regéncia das arrumagies dos recortes espaciais, ara Schaefer, esté exatamente na inversio ou abandono dessa relagio a origem do excepcionalismo. A Geografa como sintese da totalidade dos fenémenos, de Kant, a geogralia regional como o seu dmago, da u ede um mom implanta, somando a regio como uma combinagfo espacial, tinica e de certo modo uniforme, so es teses que invalidam a possibiidade da descoberta das leis, dada impossibilidade de a lei manifestar-s sea para o plano tantolégico, seja para o caso Xinico, inviabilizando a Geografia como ciéncia, estandorlhe, como prétiea, tatar a regizo no cardter de uma clasiicagio e apenas descrevé-la, porque a iso se limita a capacidade do método regional Schaefer chega a suger ser uma caracteristica da histéria metodolégica da Geo: grafia a alternincia de uma fase definida na geografiasistemaviea e outra na geografia regional, lamentando a penda da lucier cientifica das Formulagaes de Humboldt. Para isso, haveria que se combinar 0 geral ¢o regional. Assim como na geograla rel vaiese buscar nas relagées internas da regio as correlagées pelas quais os fendmenos interagem, faltando, no encanto, a extrapolacio que leve a0 contexto das relagdes também na geografia sistematics logra-se obter nas interagbes geras as abelecimento das correlagdes que possibiliam a formulagzo das leis regentes, mas faltam as concregbes regio atestam e afirmam essas leis, Acaba se, asim, por se ter como método uma tradigio de excepcionalismo e uma produgio aque mantém a Geografi localizada numa fase mautada na taxonomia ena descrigio, jf ultrapassada por todas as demais ciéncias, incl 1 para Schaefer 2 visio hartshorniana inspirada e centrada em Hetiner a fonte da presenca tio forte e tao generalizada do excepcionalismo que domina a geogs 2 incorporar um contetido histori num mécodo genético. Tudo isso em nome de um caréter metodol6gico tinico que a Geografia teria em comum com a Histéria. Hi o pressuposto de que, se nfo posdemos negar que nunca hé um fendmeno iss0 nao invalida a exis- nese préiprio pressuposto u fato nfo observado pelo hettneriano Hartshorne, Basta que os fendmenos tenham em ‘comum um certo elenco de varidveis, para que se vejam neles um pado lencia dele cientifica que a este padrao corresponde, rornando esses fendmenos conheciveis ¢ previstcis em scus movimentos, a exemplo de uma estrutura pa por trés de uma forma determinada de distribuigdo dos fendmenos no espace. E esse raciocinio vale para.os fendémenos fisicas¢ para os fendmenos humanos, a dife 13] “A educacio de um gedgeafo" ¢ obra de divulgasio, onde origens no ambien referéncias, crescendo e evoluindo na mesma sequéncia, com a pi a crtica que culmina com a Barrows (1877 em 1925 da geografia norte-americana deslocamento do préprio 3c dedicar a criar sua versio 1957. Bem A morfolegia que S base 0 método morfoldgico, Tumboldt ¢ Rites, porém visto iio das mudangas morfo- tes deasde espago, « filosfico de seu mestre G cog cuba, ainda uma for i formulagio de 1s em 1927, jéem Bed AS TRANSFORMACOES DA GEOQGRAFIA CLASSICA sgénese da geografta cul surgimento das geo geoprafia da diferenciagio de dreas de Het a fazer seu balango asim ‘mas posteriormente esquecido, em face do de Vidal ¢ da seu conccito de geografia ‘om a geografia proclama a auronomia da geografia cultural ,igualmente, da geografia hi mantém ambas associadas & geografia regional ~ A geografafsica, 20 entender a cultura geograficamente como um fendmeno «cada contexto de povo ¢ lugar. Assim, ead diversificado de hébi experigncias ambientas, veiculados pela geografia culeural, iodo de vida (Sauer, 2000 ¢ 1891), Pode-se ver a influéncia do conccito de de vida de Vi ssa associagSes ¢ concepgdes se formar justamente com a obra de Richard a fase rompe tema sio as regibes culcurais —e reorganiza com base em novos parime de ruprura, Ele & serd com essa base regional que ird romper, hettneriano da diferenciagao de areas no mbito da geo grafia norte-americane. E com Sauer que Hettner chega 3 geografia norte-americana, Porém, mais nceressado na geografa cu © toma por base de su das regiées cul 1 tendo por refeténcia quando de seus mapeamentos E Hartshome quem vai organizara geografia norte-americana ia pri E através da forte influéncia que The nature of Geognaphy: a critical rurvey of curtent thought in the light ofthe past, de 1939, exerce sobre seus contemporiincos que Hartshome leva a geografia norte-americana a referenciar a tcoria geogtil Hertner. O impacto desselivra se deve 3 profundidade da andlise e de is que oferece acerca da geografia alema aos geégrafos dores dela grasa Geografia com os trabalho filoséficos de Ka Geografia fsca, de autoria do préprio Kant, de epistemolégica da Humboldt, etraz essa rlacio 20 Roma ionando-os por saber d fartshorne mostea a preseaga geogedfico, via Ritter ira politica numa Europa ma nova grande guerra, Hartshorne desloca-se em 1938 ima Europa fechada tema de estudos para algo ratura geogrica « pontos de encontro. E € um dos rectiadores da Geogeafa. Vindo da ia nos clisscos de Humboldt Rites, descobrindo seus vi icismo de Herder. Neok os elementos com os no campo da retiraanogao da sup. a forma de enfoque; ¢ fo como forma prép: ade ciéncia da idigso da relacio juéncia da sociologia iversidade de Chicago) ~ que por lade geografia ce Chicago -, ¢ no meio sobre o homem € 3» seletiva e orientadora da da contingéncia vi aisagem cultural, que essa tradigo, herdeira hhorte-americano, che; Auradigio do com o pensamento he AS TRANSFORMACOES DA GEOGRAFIA GLASSIGA ihe impressa por Sauer, eincegralizada pelo livo de Hartshorne de 1939, roma 2 forma ce um novo campo de pensamento na geografia norte-ame sicana, formando a tradicao que serd hegemdnica até 0s anos 1950, sendo pot is objeto de critica mais centrado de Schaefer. Embora vind | de, jf estando prese ce of Geography”, de Nevin M. Fenneman, de ibalhos de Preston James e Robert ruados entre A morflogia, de Sauer, © A nasureea da Geografia, de Harshorne, que lhe identidade inicial de um campo teérico de estudo da regi sgeografia regional conferida pel nados completamente por Sau identificando esta tradicio com que os reco nos Estados Unidos ‘A tadigdo espacial, a mais mista das quatro, se confunde inicialmente com a de estudo de drea, dando a sen: nétio da geografa de parte de Robert Pl adic de estudo de de com 0 seu Elson Bay, de 1928, um estudo tipicamente regional, em que se afirma 0 como conceico ¢ categoria de analises-chave da Geografia do relatério apresentado por Derwent Whitlsey, The regional concept and the regional method, de 1954, spectiva regional € apontada ‘como 0 formato de geografa mais dfundido entre os gedgrafos norte-americanos, em diferentes referé anos 1950, indo com a publicagio do texto eda critica de Schaefer ~ um texto péstumo, porquanto Schaefer falece no «se dematca do es} ‘com a obra de Hartshorne, a forma mais abstrara tornando-se sinénimos. io de citneia da terra é cer que mais parece atravessar direta da fsiografia, designasio nfo por acaso dada d geografia tados Unidos em seu casamento com os estudas e relatrios de Geol da geografia, todo esse quadro que no Fundo Schaefer se levanta, questionando seu cestatuto de ciemtficdade, para pecfilar-se, por fim, com a perspectiva nomotécica nais, abjurando o fundo, em sua avaliagio idiogrifico, de todas demas crticos, com Propésitos¢ natureza da Geografia (Perspectives om the nature of _seography), de 1959. Todavia, Schaefer falecera er 1953, a geografia notte-americana © PENSAMENTO GEOGRAFICO BRASILEIRO toclo 0 cendrio dos anos 1950 lc diferenciagio de reas compreensio das ate da comparagio dos oo A relagéo, pressuposto senciagio de um fendmeno na ro enémeno, aexemplo do de diferenciagio referirse-iam, €0 conceita de signif iano pender-se num cipoal de conexio ¢, por iso, eainda sua diferenca e divers ta referida a um temaeaum icos ¢ temas, ¢ para também AS TRANSFORMAGOES DA GEOGRAFIA CLASSICA isa forma eo contetido da res co ‘que impregna em suas m licando em grande supecficie terse A geografia francesa e 0s embates da sociologia e da geograpia aplicada A década d erfico frances logia dos anos 1920, a fragmentagéo do discu humana sistemética dos anos 1930-1940 e o debate 1940-1950. 1902 e 1905, no momento em que a formulagéo de Vidal de La Blache b esta forma, a Geogralia gana grande 50 marca um ponto de infleio também no pensamento goo tio nos setores da geografia geografiaaplicada dos anos ogia francesa, por intermédio envolve-a numa enorme polémica em 1988; Chartier, 2002; e Doss, Année Socilogique, de volumes da Anthropageagnaphie umence, questionando sua validade tanto, um historiador, Lucien Febvre (1876. quem sai em defesa da Geografa. E e da geografia vidaliana des na forma pecul dos gedgrafos 0 da Franga e a favor dos socidlogos ¢ seu combate & ivr, A terra a terre et |teoluton humaine $6 publicado em 1922, por conta dos problemas ea evolugto humana: introdueto geogréfica 4 Hissévia introduction geographigue al is do perfodo de guerra lo mesmo esclarece, A cern & uma ucio geogréfica & radto de reflexio te6rica sobre a Geogratia de que fora aluno, sobre os principios inagées geogricas sobre os modos de vida e « bhumanos nas diferentes éreas da superficie terrestre no tempo ¢ no espago. APs u primeira parte dedicada a fazer uma longa reco social com a geo por Geografia, das relagdes iar gcogrfico sobre os homens e sua sociedades na histéria, dando énfase a0 papel dos géneros de vida como o formato est ‘onciso com que essas iio dos seus espacos e da dentro da andlise dess comrobora a dendincia Ratzel. Preocupado em deixar um isolamento da perspectiva observando que os geégrafos itando H. Wagner e A. Pencke as do seu meste. E assim com igrafia de Vidal, néo por acaso da época, como vemos na = de resto, ia Franga com Reck ‘om 0 género de vida Ges por exceléncia de © amilgama dos ro deste como a fo como umn codo orginico encre Pebvre vé como iculagio s. Daf que Febvre nfo. ‘AS TRANSFORMACOES DA GEOGRAFIA CLASSICA iorfologia social feita pelos socidlogos, antes vendo na teoria de La Blache a base ea episteme de uma legalmente consttufda, Geografia ¢ Sociologia distinguinclo-sc respect campos legtimes ¢ distintos. No vio dessa defesa em que se aurodef busca mostrar 0 4 fronteira da Geogral espécie de drbitro, Febvie bem como os els de 16s comparar Vidal a Michelet e Taine em. tons de cttica, Febvre mostra a semelhanga das ideias de Vidal com as de Bullon, dado 0 atot com que este v8 6 homem em sua relagdo com a natureza, ¢ ponto da geografia de Vidal e da antropogeografia de isso, pode ele pproceder & comparasio dos trés campos académicos. Cabe, central dos socidlogos. A acusagio é a falta de w discurso da relagio do homem e do meio da Geografia,seja em Vid a qual nio esté habilitada © nao lhe compete. A referencia da los regionais empreendidos pelos dis Blache no perfodo entre <6 les régions voisine, de Allert Demangcon, de 1905; La Flandre: dude géographique dela plein flamande em France, Belgique et Hollande, de Raoul Blanchard, de 1906; La Bretagne: érude de géographie bumaine, de Cas de 1907; La Berry: contribution a Vétude geographique exist mesmo uma geografia humana Febyre acusa 0s eritcos de cobrarem da Gcografia uma pritica e um fo rio da prépria Geografa e das gedpafos, ‘oferecendo em resposta 0 exame de uma pletora de exemplos de formas de relacéo entre [23] © PENSAMENTO OGRAPEC asit ‘© homem ¢ 0 meio em sociedacles reas, onde o geogrifico co sociolégico igualmente se apresentam e se demarcam de maneiras fe so as formas de comunidade a histdria. O exemplo que toma iva nas quais 2 relagio com o solo é reerenciada lesignada comunidade territorial, e noutta mica, a primeira orientada pelos marcos do solo ea segunda pelos das regras simbolicas declarando-o primeiro caso campo dos gedigrafos e o segundo dos soci conde cabe o pleito da morfologia sociale onde cabe 0 da geografia, acrescentando quie uma e outta se distinguem pela categoria de releréncia do foeo, 0 solo para uma co social para outra,¢ pela base de ‘como totem, des concepgio teética ¢ do método, o prine’pio cenivorial para uma ¢ o principio coré- sendo perfiledos, todos com de mostrar € chegar ao mesmo a sociedade humane é tema do socidlogo e o solo (entendido no sentido plural de clima, produgées ¢ condigées de ‘0s homens) é tema do gedgrafo; 0 Fstado 0.€ 0 alo (om que este se assenta) é do gedgrafo; as repras de or logo eas regres relacionadas com o uso do Sociologia co que é da Geogafia, 6 covalida como defende como pelos socidlogos. Tomando ~embora lamentando o vezo ambas de Camille Vallau, € ws priprias da Geografia (Des carae- ue Vidal declara ser a Geografia do do gedgrato, Assim, | assevera Febvre, que coma 58 a tres disinctifi deta gdographie),rexto de 1913 em ia los lugares, mao a cién inspirando-se, tal como as ciéncias vi mmissio especial investigar co imesemodificam por tarefaespeci conforme os Iigares’ de campos de dos homer larcado 0 Ambito das interagdes da Geografia com a Sociologia, pode agora Febvre clarear © das interagies com a Historia. Assim, se 0 socal eo politico refe- le aga da Sociologia ~ quando logia, e quando é0 quando da Geografia o tempo, 6 campo é Néo € fill ver nessa i seguir desde entio, Bebvre trajeto que vemos a Geogra reta a Geografia im discurso do nat fixo do inmatavel. A Geografiacentra seu olhar no que & 0 permanente na paisagem. ‘Acscala do espaco, nao do tempo, é 0 seu foco ¢ enfoque. Assim, a estrada, a cidade, AS TRANSFORMAGOES DA GEOGHAFIA CLASSICA Geografia. As relagées sociais as que formam seu contetido sio temas da So- ciologia. A sucessio temporal que determina sua evolugio e desenvolvimento € tesa dda Histéria. Assim como a explicagao do cardter social edo politico quesse sobrepsem 20 solo deve set buscada na Sociologia, a explicagao das causas da evolugio estucural deve ser buscada na Hist6ria. © social é tema da Sociologia, 0 tempo é da Histéria € 0 solo é da Geografia, em resumo, si cendentemente se declarar ‘mangeon, mais piblica ¢ explicto, véneles concepgbes e propésitos pouco Mas quando no mesmo ano de 1922 vém a piiblico as edigdes de.A sera e a evolusdo umana, de Febvre, ¢ Princtpios de geografa humana, de Vidal, mesmo Vallaux ¢ Demangeon tomam como referéncia de seus fa {0s no a obra normativa do ‘mestre, mas a de Febvie. E como arrazoado ontoligico do fendmeno geografico ¢ base cpistemoldgica da cléncia geogréfca, 0 discursa do possibilismo e determinismo, ho o género de vida. Dat para diante, ora com o nome de paisagem, ora de espavo, €0 solo que as geragées de gedgrafos tomam como parimetro de demarcagio de terreno de aribuigao cientfica eacadmica da Geograia perante as demas 56 de longe consorciando 0 estudo do homem em sua relagio com o meio, 0 soc ‘éncias, ‘Um efeito dessa referenciagéo na epistemologia historiogréfica de A Terms, nto tna geogrfica de Principio, em Febvee, nao em Vidal, d-se de imediato. A partir dos anos 1920, observa Dosse, aumentam entre os historiadores e diminuem entre os ‘gedgrafos as pesquisa dos temas que eles foram dadas como cabidas (Cardoso, 1979; 1989; Chartier, 2002; Dosse, 2004). Torna-se habitual uma associagio de realizaglo de trabalhos sobre temas desse campo entre geégrafos c historiadores, vistos sob a 6ticahistoriogrdfica, ou geogrifica formulada em tetmos historiogesficos, cujo exemplo emblemstico é Le Rhi ado em 1935 como cde Le Rhin; problemerd bistire et d'cconomie, em fangio dos quais nascema istoria € Geografia, Pau- mbito de Geogeafia «se desenvolvem escolas e correntes setoriais siamesas de latinamente, entio, os cemas vidalianos vio e rranserindo para 0 da Historia, Nos anos 1930 isso se dé com os temas rurais, dos quais deriva a formagio da historia agritia, numa telagio paralela com os estudos de geografia agrétia, ambas nascendo da forte influéncia da publicagio de Canaceeresoriginasce de Thistoire rurale francaise livro de 1931, do historiador Marc Bloch (1886-1944), tiador junto a Febvre da historiografia da Fscola dos Annales. Indo da morfologia a estrutura das rclagBes agrérias, Bloch analisa nesselivro a formagso ¢ evolusio da 10 historiografico desericlo das pai paisagem rural fiancesa, determinando um 1 ‘sagens em suas relagGes mais manifestas com as efusées naturais, como as paisagens dos cultivos, dos habjtos rurais de vestustio e das habitagbes. Nos ‘ema do espago incorporado i histéria ao lado do tempo, de que deriva ageo-histéria, © PENSAMENTO GEOGRAFICO BRASILEIRO cujo exemplo maior é Medi smanten « Vepoque de Philippe ‘oy orientagi de Febyree sob nos de 3s. A lado do tema da regio, vers Jos estudos egionais para aparecer arremedo da permanéncia vi referida ao espago das paisagens ou bu madas, desdobrada texto base & Lhistore sans les hommes: le li fim, ido nesse momento. Junto € ia dos Annalles, a escola de Vie fa Franca, de 1903, ¢ outra em sce como uma geografia remitica. Quadras 6a res- mente a esta relagion dal nasce com uma perna em Principios da geografia bumay loa mostrar estar ness painel francesa. Cada regiao tem uma vas. O sucesso da propos despertando um debate nacional de que a contestasao dos soci a intervengao de Febyre em n «da guerra franco-p: 1871, siana de 1870 ¢ 0 Jém de uma base de organizasio tribu 126 AS TRANSFORMAGOES DA GEOGRAFIA CLASSICA Estado muito mais eiciente. A divisio regional de Vis sidade de um ctitério mais pertinente a0 reaperelhamento do Estado que jé entio estava em marcha ¢ que inclu a pr sse momento de avang |, quando estio sendo criados novos cur les -0 préprio Vidal fora convidado a criar uma face univers a Geografia en para a Geografia na Franca ~, despertando a atengio nacional para a Geografia ¢ 0s 1 impacto das monogeafias de urna solugio para uma quest co que doravantese na Franga. Eque se completa com texto dh pays: ude ur la région parsienn,d Régions naturelles et nom amente dedicado ao conceit € tériea seeular da Franca. quando Vidal mo de fogo ¢ logo a seg 9s formatos da nova teo 930 ver a fragmentagao da Geografa,favorecida pelo cardter des A Feagmentagio em seto cos néo vem, entretanto, de imediato, En- ra forina com a criacio da geografiafisica e da geografia 1909, com Emmanuel De Martone Iumanas ensaio de clasifcasdo postva, Cada uma delas aponta jé para os pt ra como cada qual es passam a impressio de uma volume remos: “O clima”, “A hidrografa’, “O relevo do solo”. E no segundo, um alentado estudo da Biogeografa. i Geografia burmana man los centrados em temas que mais para afr © Tratadacoexis smo formato. Com ee, _phéroménes de la vue de globe, de Bliske Reclus (1830-1905), © 1876, ¢ Leyons de géographigue physique, de Albert Lappare publicado entre 1874 fsicareferenciando o homem como “anatureza adquirindo consciéncia desi mesma”, como vimos no volume 1; Legons, de Lapparent, & win manual didético, expo) a Geografia de um modo sistematico e sob tum formato até entdo desconhecido nia 12) ENSAMENTO GEOGRAFIC RASILEIRO cratura googréfica Francesa; €0 Tratado, de De Martone, é obra que desenvolve lo da geografa fisca do modo formal como viremos a conhecer. A Geografis humana, por sua vez, divide as honras com um niimero maior de obras. Podemos listar: Principes de gdographie 19225 Probldmes de gtographie h 19425 Les fondements de la agraphie human centre 1943 € 19: ado sistemtico dos cinco. Compreendendo txés volumes, Janga a expressio na Franga~na Alem: de Ratzel ~e traza proposta thes. O primeiro volume expe edetalha los de frea, onde se cov ografia, Os 118s volumes sio res ada, mas com a mesma ‘segundo reine vitios meio; e0 terceiro seine vasta jormente num 56, numa edigio ncipes de Vidal teve seu comego de lo para externar a preocupagio do autor c 105 produzida pelo excesso de fragme 1940 para os anos 1950. ar na dvea da gcografia humana, ocortendo na Franca 6 que ji bavia acontecido com a geografia, Fisica na Alemanha. © ponto do comego ¢ « criagio da geografia econémica por De- indo-a das piginas de Pro da geogrfia agra, relong scografia urbana surge com Ra AS TRANSFORMAGOES DA GEOGRAFIA CLASSICA mento da sua tese de douroramento, Grenoble: ésude de glographie urbane, de 1911, com a qual Blanchard antecedea prépria fase ee fragmento da geografia humana aa marcha da urbanizagao na Franga, em razo do didlogo que entéo estabelece com os ‘em particular com a obra de Ebenecer Howard Garden, lo de Tomorrow: a peaceful path to 0 escacts Patrick Geddes, abrindo precocemente o tema na Franca como um campo sevoral especializado da Geografa Peto lado da geogeafia fsica acontece uma geografias fsica setoriais vio se formando ~ separam-se a geomorfologia, fogia e a climatologia ~, mas para, 20 mesmo tempo, se entrecruzarem na forma diferente de fragmentagio. As morfologia alemé sobre o todo nal, em que 05 aspectos flsicos so tomados como base do a fendmenos huranos. Pode-se tomar p seminal desse entrecruzamento a tese de doutorado de André Cholley (1886-1962), 0 criador da morfologia cimética na n, 2003), Les préalpes de Savoie (Gencvois, Bauger) et leur avant pay tude de géognaphie egionale, de 1925, orientada por De Marconne, i uma obra a0 mesmo tempo de geografia regional e de morfologia ‘A fragmentagio desemboca nos anos 1940 na enorme polémica que tem lugit nna geografia francesa acerca do peril profissional do gedgrafo, que eresce est amy até 08 anos 1960 com a insttuiga ento estatal. No fundo, a espec fo visa o conhecime tama. geografa aplicada, pondo sua acio a servigo de drgios do Estado e mesmo do ctor privado, E 0 que acontece no ambito da geografa francesa n quando uma sequéncia de publicagGes tem lugar, abrindo pronunciamentos contra ¢ Gcografia Aplicada, acompanhada, com igual 7 sidade de Lyon, acaba por envolver os sevores de esquerda da geografia francesa na discussio, acendendo internamente uma forte controvérsia, sobrenido pelo peso da gia da geografa aplicada, em que ‘em 1958 Tricare eserevera “Existe-til ad, influéncia da geografia s condenando, porém, de perda de identidade ele tesponde em 1961, com um texto de mesmo tt idenando a geografia aplicada « usando os mesmos argumentos apontados por Tricart para justifcar sua posigo. Sucede que o tema crescera. Labasse, jd antes, em 1955, publicara um alentado ‘wo, Les capitans et la région, em que analisa os efeiros da intervengio das empresas sobre 0s espagos, estimulando a criagio de uma espécie de geografia das empresas 129) G PENSAMENTO G: RAFICO BRASILEIRO: em 1962 La regi sai de difinition, com a intenggo de reforgar lamentar 0 pouco de arcabouso teérico te para arientar uma acio préticae eficiente, exa fim, George, a frente de Gluglielmo ¢ Yves Lacos ‘mundial, dela incorporando problemas. A década de a8 primeiras iniiativas de 10 de uma bibliografia uma cartografia googréfica brasileira, ficanda esse rico acervo de obr Sie eee «studos da geografia do Bi 2000). Devotando-se mais a uma geo como diz José Ve AS TRANSFORMACOES DA GEOGRAFIA CLASSI € visualizagio das paisagens e da trajewria das formas de organizagio geogrifica da ra— inexplicavelmente até hoje desprezada pela pesquisa geogrifica— juadro do ambience em que se va plasmar o pensamento geogrifico iguma maneira, formar o solo epistemolégico da Geografa q 8 1950, sc possa ver o lado Formal desse processo de formagio, diz Pereira, na cobra de Manuel Aites de Casal, A corografia basilica, de 1817, ano em que Ritter érdia do Rio de Janeiro, de origem portugue- formado da linguagem ¢ do modo de ver geogritico de que Ritter partied para produsic sua Geografia comparada, masainda yeramente reunindo da época para atrolar numlivro, sem o acompanhamento de uma diregio teérica, mas com a peculiaridade de provavelmente ser a primeira rafia produzida no Brasil (Prado Jr, 1955). Pereira fala le autoria de George ita alemao de 28 anos aqui desembarcado em 1637, 3 época do varada na visio de Geografia que vai dar logo a seguir na Geognsfia generar, de Vater Altes de Casal (Pereira, 1994), Mas ser i, numa antecedéncia ao préprio cciso esperar 0 comego do século xx para vermos surgir as primeiras aise Geografia no Brasil, vindas de Delgado de Carvalho ¢ Everardo . Carlos Delgado de Carvalho (1884-1980) pode ser apontado como 0 0 de sentido moderno na geografia brasileira, Formado na 1: € na Inglaterra em Economia ¢ Politica, e tendo lo comego do século xx co respondente a0 perfodo do ago da geografia vidaliana, € visio que Delgado de Carvalho traz junto 20 seu retorno em 1906 para o Brasil. E jiia visio francesa moderna que podemos ver subsidiando os livros de Geografia qh vém 2 lavra no periodo de 1910 a 1920, prineipalmente, muitos dos quals esritos ainda em francés, e que s6 se tornarao cor nos anos 1930 € 1940, quando da implantagao do ensin 1989; e Machado, 20 Delgado de Carvalho assume a citedra de Geografia Humana da Universidade do Federal (vor), mais tarde transformada na Universidade do Brasil (us) c hoje fem de uma origem rentes (Santos, 1989). Seu campo de formacio é a Engenhar indo trabalhar com isu Geologia, de onde chega& ge logia, dat. pela Geografa, onde adora a linha da geogea clade brasileira da antropogcografia de Rate dos diseipulos franceses deste, ern nia Geopolitics. Vai, as peografia fsica, acabando por optar lema por meio da adapragio reali- cla com elementos conceituais e Vallaux, de onde desemboca ‘escrutura politica do np inttopogeogafia, do modo mito alemio ¢ francés como a entende, ¢ Genpaitica genale do Brasil, seu 1952, em que busca aplicar ddos anos 1940, com centro «1 dircca, Backheuser escrevee p 0 liv, de os preccitos geopolitices da geografa alema len e Haushofer.Polémico em suas posigdes de ia sobre suas cancep6es em diferentes periédicos, divulgando, de permeio, artigos em Pr - a teligifo,a lingua ea cule de Pettépolis, de 19445 “Lin ado na revista Verbum, onde aplica a0 sogeogrifico de nivel de culuar, também de 1944, parao estudo da conquista da antropogeografia da situasio geogrifica e nivel de cul tema da lingua seu conc »apresentado no 9° Congresso de Geografia, da snc, laras le Delgado de Carval A presenca dessa obras, em pa da ctiagio dos cursos em 1935, logo seg cscs da federagao bra ig€ Picrve Deffontaines, convidados para a se juntam os gedgrafos, entre eles norte-americanos ante no iG, entre os quais Francs Ruellan fica € académica surge de fat na geografa brasilita Instalagdo desses cursos, aos e franceses, convidados para © Leo Waibel, que a face (Bernardes, 1982), Com eles ¢a geragio de gedgrafosformados por eles no cotter dos ano © 1956, inc ria da geograia brain vnaee . cujo melhor iar as excursbes e trabalhos presage de nicientn Mette Deffonanes (1894-197) fio pine denne tes ton ao Brasil. Chega em 1934, com a tarea de criar 0 cutso de Geografia da usr. No ane ransfere-se para a io de} ide vai partcipar da criagao do substitu(do na usr por Pierre Monbeig (1908-1987), do de estada em PSs ‘mente presentes na criagéo do Conselho Nacional de Geografia(CN6), em 1937, caja fasio ao Conselho Nacional de Estatistica (cxt) em 1939 d4 origem a0 mae. Ambos, discipulos de Vidal, € com base na linha vidaliana que entio Fundam a fase formal sgeografia brasileira, Deffontaines, dscipulo de Brunhes e a ele vinculado por fortes lacos, tem umm tempo de permanéneia no Brasil menor que Monbeig. De! retorna a Pranga em 1938, Monbeig em 1946, aqui permanecendo por 11 anos. ‘Assim, Deffontaines deixa poucas obras que pudessem influir na formagao dos ged- sgrafos brasileiros das primeiras geragdes, mesmo no Rio de Janeito, destacando-se a Geograia bursana do Brasil, de corte nitidamente brunhiano, sé publicada em. em 1952, Jé Monbeig tem uma produgio volumosa, deixando virios textos, reanida em suas coletineas, Fasaias de geagntfia humana, de 1943, ¢ Novos estudos de geografia bumana, de 1957, quando ji nfo mais se encontrava no Brasil, além d clissica Pineivosefazendeiros de So Paulo (Pionniers et plantes de lea de Sao Paulo), sua tese de doutorado de 1952, x6 publicada em livro no Brasil em 1984, e de uma obra menos conhecida e ainda inédita de Sto Paulo, de 1953, pondo-se na origem da geografia agréria pelo Pioneiros e da ‘geografia urbana pelo Grrssance no Brasil. Por outto lado, comparando-seo perfil de suas respectivas obras, Delfontaines deixa tabalhos oricntados numa visio intcgrada, Monbeig mais se caracterizando pela atomizacSo em campos setoriais. A Geogrifia ‘humane do Brasil de Deffontaines & um cléssico na linha de relagéo homem-meio, cada aspecto humano sendo visto em sua relagdo com os aspectos correspondentes do ‘meio natural, a pati do encaixe das cidades no seu sto, Jé Pioneiror de Monbeig, 0 que hoje se classifica como um trabalho clissica de geografiaagritia, o meio fsico sendo considerado como uma base fisco-terttorial do que vai se desenolar na his- a fronteira agricola do café para adiante rumo a0 oeste ro numa primeira parte que analisa 0 suporte ‘ria da ocupagao e mace dde Sao Paulo, dividindo-se 0 por Monbeig em 1954 paraa colegio "Que sis-jc?", com sucessivas reedigBes atualizadas, segue a clissica ordem N-H-E, Assim, 6 Monbeig qucm tragao perfil da primeira geragao de geégrafos de Sao Paulo, muitos dos quais vio substitul-lo na us ‘quando regrssa a scu pais. Todavia, na Franca pés-regresso, é Deflontaines quem se inlendo pela edicao abreviada da Geograia humana de tunhes, © pela edigfo de uma séria de obras na linha deste, orientadas ‘como estuds de relacdo homem-terra (o homem e a montana, o homem e o mar etc.) semelhanca do que escreveu sobre o Brasil (Azevedo, 2004; e Abreu, 2006). Em paralelo & formacio ¢ produgio académicas das universidades, no incr. desenvolve-se uma linha de ciéncia mais préxima da geografia aplicada, num formato brasileiro. Os primeiros quadios px is do 18Ge. sfo engenheiros. O ingresso nos anos 1940 cle gedgrafos de formacio, vindos das primeitas geragoessaidas das mniversdades,inicia uma mudanga na estrucura dos seus quadros, Nos anos 1950 sto eles que predominam, muitos dos quais vio fazer cursos de especializagao cm 133] universidades francesas e notte-americanas ( lan (1894-1975) Leo Wa 1993). Com a vinda de Franck tados 0 primeiro pars t cxclusivamente no 3c dao praticamence no campo da toestreto coma penckia- francesa, passa a seus alunos essa iencagao de pesquisa, in pesquisa no ince, Discipulo de ‘campo dla biogeografia, de onde pai desenvolver a maioria de suas loaf estabelece as relagdes com os brasileros que 0 Tendo o tnae € a geografia tas por esss insti rados para. «espagos agritios, nos quais aplicaa teoria de 134] SRGRAHS PLACA reunido: de Geografia ade geografa tropical e do Brasil, p ra dessa mesma i pprodusao, Waibel ria uma segunda linha de matiz bem IBGEano, de geografia ageéria clssica no Brasil ao lado daquela, mais paulista, vinda de Monbeig, Jé Ruellan escreve menos. Sao de sua lavra Evoluso geomorfoligica da bata de Guanabara, de 1949, e O escudo brasileiro e dobramentes de fundo, de 1953, igualmente publicados 1a ra. Dois textos que, ao lido do clssico Problemas geomorfoigicos do Brasil Tro- ical Atlintico, de De Marconne, também publicado pel 1943-1944, por muito tempo serio a relerénci ‘geomorfologia no Brasil. Os ano: 286, em dois ntimeros, em. erdlica basica dos estudos de 950 fechamn esse longo ciclo de formagao, Nesse curto espago de fempo que se estende desde os anos 1930, quando da criagdo das universidades em ‘Séo Paulo € no Rio de Janeiro ¢ da fundagéo do tne, até os anos 1950, quando «em 1956 os gedgrafos brasileiros so mobilizados para a organizagio e o preparo do ‘material que vai subsidiar a ralizagio do Congresso Inte se uma geografia brasileira de caracter predomina que, desde en produgio na forma de livos ¢ artigos — que serio objero de andlise do volume trés desta trilogia— tem desde entéo lugar, de quea cole produaidos para subsidiar 0 Congresso da vat talvez seja o exemplo mais e igindrios de diferentes >, num recobrimento de quase todo o pais: Fernando de Almeida e Miguel Alves de Lima, do ince, escrevem a livro 1, Planalto centro. ocidental e Pantanal mato-grosense; Ney Strauch, do msc, 0 de Minas Gerais ¢ vale do Rio Doce; Aty Franga, 1s frente piomeias, Axia. ADSab 10 2 Zona metabirgica marcha do cafe me, 0 livro 4, Vale 5 Alfredo Porto Domingues do tsce, e Elza Coclho de Sowa Keller de s0, 0 live 6, Bahia; Mério Lacerda de Melo, de Pernambuco, o iv 7, do Nordate em Pernambuco e Paalbaz 9, Planalto meridional do Breil So do Gengrafia humana do Brat, de le Monbeig no livro de Ary Franga, de Waibel no de Orlando Valverde, e de Ruellan no de Aziz Ab'Saber. Seus distribuidos por suas origens ¢ campos ¢ regides de atuagio, entre Rio de Janeis Pernambueo € Sio Paulo, sao gesgrafos das primeira c segunda geragbes, saidas dos (© dominio do conheciment fe empregam para conhect-lo, icé-lo ¢ descrevé-lo, expressos na qualidade do texto e na dareza an 0 apresentam € 0 que primeito chama atencio. A gcografiab 0, eniteranto, os dilemas do auge e esgotamente da geogratia clasica, fragmentagio queavanga naquelas pragas aqui chega ticipantes do Congresso da vat, 10. Também aqui os anos 1950 so um . que poderfamos considerar 0 grandes vegies, atualizados, sempre em formato 23° aniverssrio dai do Brasil geval a comesar com 0 Alas 10s seguintes em formato grande ¢ ressaltam pela vist integrada, cura fiagmencis osde Ary Franca e Carlos Augusto nsércio de integragio com ageogralia mato do Sistema Clima Urbano ro Domingues, no a geografia urbana com 8, Armen Man Aumando Correia da $ ~ i MMR ee los Unidos eclodird no nascimento da new geography e na Franca no da te as quatro tradigbes, mas tomando a obra de Schaefer. Nao dobstante o texto de Schaefer nao igéo maior di |, aponta para o uso do modelo das teoriaslocacionais, jf ened ico por aqueles gedgrafos. Desse encontro quase fortuito vai nascer © movimento de renovagio geografica que nos Estados Ui conheces por geografia quanti Podemos ver trés momentos dist ply da quantificagao, dos modelos e dos sistemas. A mudanga de nome, que comeca é designada nos anos 1960, vira uma geografia, iva, na designagio proposta por Ian Burton, de 1963, € em nova geografia, na proposta de G. Manley, de 1966, que expressa essa sucessi0 976). Todavia, mais que uma mudanga de nome, for indica a percepgto da insuficiéncia da quantificagao como base de pat envolvidos com o movimento da new gengraphy ea cons. vez mais evidente, de doti-lo de um suport tedrico capaz de Ihe dae sustentacd0, que los por fim da teoria dos sistemas. a presenga de ama ordem est cde organizagio espacial dos ferme ificar as suas formas de manifestagio. permite a explicagio ci aque a0 tempo a ica do Fendmeno ¢ dé & pesquisa 0 poder preditivo requeria e recomendava ‘Trata-se do ponto de vista do método de chegar as ses padres empiticos pelo emprego de produgio de um quadro de cocrelagbes m: io de corselagdes das bastard vera repetigo desse padrio espacial em diferentes lugares, esclarecendo cada qual como uma forma especifica de manifestacao di Entende-se que fica para tf, assim, oidiogsafismo 137)

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