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Carlos Fico Ronald Polito A HISTORIA NO BRASIL (1980 - 1989) ELEMENTOS PARA UMA AVALIAGAO HISTORIOGRAFICA ai UFOP Carlos Fico Ronald Polito Professores de Metodologia da Historia Departamento de Historia - UFOP A Historia no Brasil (1980 - 1989) elementos para uma avaliagao historiografica volume 1 Pretacio de Carlos Guilherme Mota UFOP Ouro Preto 1992 Copyright 1992 by Carlos Fico e Ronald Polito ISBN: 85-288-0006-7 Catalogagao preparada pela Bibliotecdria Neide Nativa Fash Fico, Carlos 'A Historia no Brasil (1980-1989): elementos para uma avaliagio_historiografica (Carlos Fico, Ronald Polito. Ouro Preto: UFOP. 1992. vA: il 1. Historiografia - Brasil - 1980/1989 2. Teoria da Historia 3. Histéria do Brasil - 1980/1989 I. Polito, Ronald. II. Titulo CDU: 930(81)"198" Este livro inicia a implantagio do projeto Centro Nacional de Referéncia Historica UFOP Rua Diogo de Vasconcelos, 122 3540-000 - Ouro Preto, MG Ilustragio da capa: relégio de sol mével. Revisao: Deisa Chamahum Chaves Depésito legal efetuado junto 4 Biblioteca Nacional conforme Decreto mimero 1.825 de 20 de dezembro de 1907. 1992 Impresso no Brasil/Printed in Brazil SUMARIO NOTA DO EDITOR, PREFACIO. AGRADECIMENTOS, LISTA DE TABELAS, FIGURAS E GRAFICOS. T= Introducio. 2 Trabalhos da Historia. 2.1 - Os cursos de pés-graduacdo em Historia e seus trabalhos. 2.2 - Periddicos e artigos. : 2.3 -Instrumentos de pesquisa, obras de referencia e transcrigdes. 2.4- Instituigdes, associagdes e programas especiais 2'5 = Congressos, seminérios, outros eventos. 2.6 Historia académica e outras areas, 3 - Editoras e Livros de Historia, 4- Repercussies. $ - Notas para um Debate Tedrico. 6 - Conclusio, BIBLIOGRAFIA. INDICE GERAL. 31 6 5 85 101 ny 141 1ST 7 183 199 NOTA DO EDITOR Razées diversas nos levaram a publicar o presente trabalho em dois volumes. O primeiro, ora langado, apresenta 2 parte analitica da pesquisa. O segundo, contendo as séries de informagdes coletadas, sera editado brevemente. PREFACIO A nova critica historiografica © historiador de oficio sabe que a anilise historiografica constitui a tarefa mais dificil dentre as quantas é obrigado a enfrentar para a consecugio de seu trabalho. Para ser, bem realizada, o historiador deve estar munido de amplo conhecimento da matéria, dominando as metodologias utilizadas nos estudos em apreciagao, e conhecendo na pratica as técnicas experimentadas pelos autores selecionados. Enfim, deve saber que nao se conhece boa anélise histérica sem’ competente critica historiogréfica. Neste estudo dos jovens historiadores Carlos Fico e Ronald Polito, impressiona a capacidade que revelam de articular a problematica que presidiu a produgao do conhecimento de nossa historia na década passada. Com efeito, nos anos 80 os estudos histéricos ganharam mais espago tanto institucional como na midia. Apesar dos aspetos patoldgicos desse crescimento - alguns cursos de pés-graduagio des- necessérios ou sem: nivel, por exemplo ~ assistiu-se a uma revalorizagio da Histéria e do trabalho do historiador. Varios historiadores desapareceram - Sérgio Buarque, José Honério, Caio Prado Jinior, Gilberto Freyre - mas surgem novos grupos- geragdescom trabalhos de peso, conduzidos com metodologias modemas e banhados na erudigao. Essa avaliagao historiografica de uma década de transigdéo é 0 que nos oferecem os dois jovens historiadores, calgados num rigoroso levantamento das pesquisas realizadas no periodo, de estudos de outros historiégrafos (como Amaral Lapa e Francisco Iglésias), de instituigdesde ensino e pesquisa e de agéncias de-financiamento, de congressos, de editoras, de periddicos. Do cruzamento criterioso dessas informagoesnasce este livro inaugural de uma histéria da historiografia brasileira conduzida segundo critérios por assim dizer cientificos. E um livro de pesquisa sobre a pesquisa, com método, cor teoria, sem resvalar para_o cientificismo ingénuo e tecnocratico de certas agéncias de financiamento, Agéncias que submetem por vezes cursos inteiros de pés-graduagio a seus critérios “técnicos", sempre bastante pitorescos. , Livro de historiadores empenhados, preocupados com nossa contemporaneidade talvez ainda nao perdida, nele o leitor encontrara conclusdes que nos obrigam a parar para pensar. Entre elas, a de que sem cursos de graduagao de bom nivel, sa- litios dignos, bolsas idem, bibliotecas e arquivos decentes nao se faz pesquisa. Mais: se nem todos os cursos de pés-graduagao témtazao de ser e alguns mesmo deviam set desativados - como quer Iglésias, corretamente alias - os Autores constatam que seu miimero tendeu a diminuir com o passar dos anos. ___ Preocupantes sobremaneira so as conclusdes de que as agéncias de fomento “orientam” os benditos enfoques regionais, notando os Autores que o “regional em cada area do conhecimento néo € a mesma coisa... Claro, a constatagio seguinte revela que as pesquisas sobre temas de Histéria nao brasileira sao de fraco desempenho, quando comparadas com 0 periodo anterior (73/79). Metafora de nossa historia recente, em que petdemos nossa identidade no plano internacional. Mas 0 recado é claro, neste petiodo em que corremos o risco de nos perdermos em posmodemnidades de periferia. Deve- se atentar sobretudo para as profundas caréncias e lacunas no campo da histéria social, aquela que estuda “a composigao dos grupos e classes sociais em diversas partes e épocas”. E para a hist6ria dos comportamentos culturais. __Nasce aqui uma nova critica historiogrifica no Brasil, ais exigente, menos autocomplacente. Carlos Guilherme Mota SP, outubro de 92 AGRADECIMENTOS Esta pesquisa s6 péde ser tealizada gragas ao auxilio de muitas pessoas, is quais agradecemos. Prof. José Guilherme Ribeiro, do Departamento de Histéria da UFOP, criou os programas de computagao que utilizamos para a sistematizagao dos dados. © Prof. Karl Marx de Medeiros, da Divisio de Divulgagio da Capes, nos fomeceu grande parte do material sobre cursos de pés-graduagio em Histéria. Os Professores Ciro Flamarion Santana Cardoso e José Roberto do Amaral Lapa comentaram uma comunicagao sobre 0 desenvolvimento deste trabalho. ‘A Profs Maria Thereza Ferraz Negrio de Mello, Coordenadora do Curso de Pés-Graduagio em Historia da UnB, nos forneceu dados sobre as dissertagdesali defendidas. A Prof’ Maria Liicia de Vilhena Garcia, Superintendente substituta de Ciéncias Humanas e Sociais do CNPq, nos enviou dados sobre os cursos de pés-graduagao em Historia Tita, do CNPq, nos remeteu informagdes estatisticas sobre financiamento de pesquisas. O Prof. Fernando Spagnolo, Chefe da Divisio de Estudos e Metodologia da Capes, nos cedeu informagées sobre 0 tempo despendido para a obtengio de titulos de pés-graduagao em Histéria e outras areas. O Embai- xador Sérgio H. Nabuco de Castro, Coordenador do Instituto de Pesquisa de Relagdes Inteacionais da Fundagao Alexandre de Gusmio do Ministério das Relagdes Exteriores, nos foreceu informagées sobre trabalhos nos EUA sobre o Brasil. A Bibliotecdria Jutta Meurer, do Instituto Géethe, do Rio de Janeiro, nos cedeu uma publicagao. Valéria Maria Morse Alves, do Arquivo Nacional, nos remeteu dados sobre a freqiiénciados pesquisadores académicos a esta instituigdo, onde contamos também com a costumeira atengao de Eliseu de Araijo Lima. Prof. Emesto Anibal Ruiz, Coordenador da Pés-Graduagao em Historia da UFSC, nos remeteu lista de dissertagdes defendidas naquela instituigao entre os anos de 1987 e 1989. ‘A Prof Deisa Chamahum Chaves fez. a revisio do texto ea Bibliotecdria Neide Nativa normalizou a bibliografia. © Departamento de Letras da UFOP nos permitiu a utilizagdo de seus microcomputadores. O Prof. Joaci Pereira Furtado nos ajudou na resolugio de intimeros problemas e no levantamento de alguns dados. Os alunos do Departamento de Histéria_ da UFOP, Jardel Dias Cavalcanti e Carlo Guimaries Monti, foram ‘nossos auxiliares de pesquisa para o levantamento e a sistematizagao informatizada dos dados. O Prof. Cristovam Paes de Oliveira, Reitor da UFOP, providenciou recursos para a pesquisa e sua pliblicagao. Mariana, outubro de 1992. LISTA DE TABELAS, FIGURAS E GRAFICOS TABELAS Tabela ne 1 - Brasil. Relagio de cursos de pés-graduagio em Histéria, suas areas de concentragao e respectivas linhas de pesquisa - 1971/1989. 34/35 Tabela ne 2 - Brasil. Niimero de cursos de pés-graduagao em Historia por unidades da Federacio - 1979 e 1989’...... 39 Tabela ne 3 - MEC/SESu. Capes. Avaliagao dos cursos de pés- graduagao em Histéria (dados levantados entre 1987 e 1989) 7 40 Tabela ne 4 - MEC/SESu. Capes. Avaliagio dos cursos de pés- graduagao nas areas de Ciéncias Humanas e Sociais. Porcentagem de conceitos Ae A- em relagao ao total de cursos (dados levantados entre 1987 € 1989) jn 41 Tabela ne 5 - Brasil. Numero de dissertagsesde mestrado pot curso de pés-graduagao em Historia - 1973/1979 wn. 43 Tabela ne 6 - Brasil. Niimero de dissertagéesde mestrado pot curso de pés-graduagao em Histéria - 1980/1989 ....... 43 Tabela ne 7 - Brasil. Numero de teses de doutorado por curso de pos-graduacao em Historia - 1975/1989 a 44 Tabela ne 8 - Brasil. Tempo despendido com a obtengao do titulo de mestre nos cursos de pés-graduagio em Historia - 1980/1989 . 46/47 Tabela no 9 - Brasil. Perfil de geneto dos titulados nos cursos de pos-graduagio em Historia e de livres-docentes = 1973/1979 = 1980/1989 49 Tabela n2 10 - Brasil. Numero de artigos publicados nos principais periddicos que editam _sistematicamente trabalhos de Histéria - 1980/1989 0... 67 Tabela ne 11 - Brasil. Numero de artigos publicados nos principais periddicos que _editam —eventualmente trabalhos de Histéria - 1980/1989 67 Tabela ne 12 - Numero de artigos por alguns temas e abordagens publicados em periddicos brasileiros que editam trabalhos de Histéria - 1980/1989 71 Tabela nz 13 - Niimero de congressos, semindrios e outros eventos em Histétia - 1980/1989 .ecnsngsennnnnees 93 Tabela ne 14 - Niimero de congressos, seminarios © outros eventos de Historia por alguns temas e abordagens - 1980/1989 a este on 94 Tabela ne 15 - Comunicagdes de Historia apresentadas “nas Reunides Anuais da SBPC - 1980/1989... 102 Tabela n2 16 - Artigos de Histéria publicados pela revista Ciéncia e Cultura - 1980/1989... seeseee 104 Tabela ne 17 - Brasil. CNPq. Demanda ¢ atendimento de todas as modalidades de bolsa para estudo no exterior em Historia, Sociologia, Ciéncia Politica, Antropologia Economia - 1987/1990 (niimero de bol$@) vce. 107 Tabela ne 18 - Brasil. CNPq. Demanda e atendimento de todas as_modalidades de bolsas para estudo no pais em Historia, Sociologia, Cigncia Politica, Antropologia e Economia - 1987/1990 (mimero de bolsas) 108 Tabela ne 19 - Brasil. CNPq. Demanda e atendimento de todas as modalidades de auxilio pesquisa em Historia, Sociologia, Ciéncia Politica, Antropologia e Economia - 1987/1990 (mimero de projetos) 109 Tabela n2 20 - Brasil. Relagio anual das 10 editoras com maior n, de edigdes de livros em geral - 1980/1989... 118/119 Tabela ne 21 -'Relagao das 20 editoras que mais publicaram livros de Historia - 1980/1989 es 120 Tabela ne 22 - Total anual de livros de Historia editados - 1980/1989 sevens eaeeeeeee 27) Tabela ne 23 - Autores que mais resenharam livros de Historia ~ 1980/1989 145 FIGURAS Figura ne 1 - Distribuigao de teses e dissertagdessobre Historia do Brasil quanto ao periodo histérico abordado - 1980/1989... ae 54 Figura n2 2 - Distribuigao dos artigos pul periddicos brasileiros sobre Histéria_do Brasil quanto ao periodo histérico abordado - 1980/1989 sensnnsensenne 69 Figura ne 3 - Artigos de Historia Antiga, Medieval, Moderna, Contemporanea e da América - 1980/1989 w.cmo+ 70 Figura ne 4 - Distribuigao dos artigos publicados em periddicos brasileiros sobre Histéria do Brasil quanto ao estado da federagao tematizado - 1980/1989 sevens TB Figura ne § - Brasil. Total de primeiras edigdese de reedigoesde Historia Antiga, Medieval, Moderna, Contemporanea e da América - 1980/1989 134 Figura ne 6 - Brasil. Total de edigdesde Historia do Brasil por periodo histérico abordado = 1980/1989 nrc 136 Figura ne 7 - Brasil. Edigesde Historia do Brasil por estados da federagio tematizados - 1980/1989 ...ewsnnseenes 37 Figura ne 8 - Resenhas de livros de Historia segundo o perfil do periédico - 1980/1989 143 Figura ne 9 - Resenhas de livros de Historia segundo o perfil académico ou nao académico dos periddicos em que foram publicadas - 1980/1989 sone, 143 GRAFICOS Grafico ne 1 - Evolugio do ntimero de teses e dissertagdes defendidas nos cursos de pos-graduagio em Historia’ no pais - 1973-1989 46 Grafico ne 2 - Evolugao anual dos livros de Historia editados - 1980/1989 . a ow 128 1. Introdugio Temos consciéneia de que este é um trabalho especialmente dificil. Nem se trata de supervalorizar os obsticulos da pesquisa em si, da penosa coleta de dados, aspecto que sera abordado logo. a seguir. Trata-se da percepgao de alguns problemas, de certas caracteristicas deste livro Como se admite entre os historiadores, a historiografia & um géneto considerado bastante complexo. Exige do analista conhecimentos de teoria, de metodologia e de Historia. Por outro lado, nao sera abusivo afirmar que ha sempre o tisco de este tipo de andlise resvalar para o terreno da_presungio, mormente se tudo nao for feito a partir de parametros criteriosos que afastem qualquer possibilidade de pedantismo. (Ora, Nao nos consideramos eruditos nem presungosos e, por isso mesmo, buscamos nos ampatar numa massa de dados que, ao menos, garantisse uma base empirica suficiente para ossas afirmagses. Mas nfo podiamos nos furtar a sustentar todas as interpretagdesque nos parecessem corretas, nem mesmo aquelas que nio facilitassem 0 convivio com a comunidade de historiadores que temos orgulho de integrar. ‘Sao estas, precisamente, as caracteristicas que tomam este um trabalho dificil. De um lado, a necessidade de arrolar uma massa de dados, tabelas e grificos cuja leitura nem sempre é estimulante. De outro, a andlise por vezes polémica, que certamente encontraré criticos e sublinhara 0 carter de pro- posta deste livro. 16 A Histéria no Brasil Nao poderia ser de outra forma. Deixar de compulsar todos os dados relatives a produgio, circulagao e consumo da Historia no Brasil nos anos 80, seria trair nossos mais elementares anseios. Por outro lado, nao abordar questdes como a fragilidade da reflexio sobre Teoria da Histéria no Brasil ou a precariedade dos nossos periddicos, por exemplo, expressaria um bom-mocismo hipécrita que a ninguém interessa Talvez fosse desnecessério dizer tudo isso caso tivéssemos, no Brasil, uma larga tradigao de critica de alto nivel (alto nivel de emissao e de recepgo), mas nao é preciso elencar exemplos para se constatar que nao é assim. Dentre os historiadores, especialmente, é ainda recente 0 habito do debate académico e da resenha critica e pode-se até dizer que ainda persiste algum resquicio de regionalismo e personalismo. Desta forma, nao foi apenas uma atitude previamente defensiva que nos levou a evitar 20 maximo os argumentos baseados numa “autoridade” que ndo_pretendemos possuir: ‘buscamos nos amparar numa pesquisa solida e globalizante para que nossas reflexes pudessem se expressar através de parame- tos dialégicos que permitam o debate. Foram varios os motivos que nos levaram a empreender este estudo de natureza historiogrifica relative ao Brasil nos anos 80, Em primeiro lugar, constatamos que os trabalhos mais sélidos de andlise historiogréfica de que se dispde, como os livros de J. R. do A. Lapa e os textos de varios autores, dentre os quais F. Iglésias eC. G. Mota, remontam 4 década de 70 ou aos primeiros anos da década seguinte*, Ainda que, durante os anos 1 LAPA, J. R. do A. Historiogratia brasileira contemporénea: a hstéria em uestio. 2 6: Petpols: Vozes, 1981. 286p. Polo que se doprearde do prelacioa 28 edigao, 0 utoratualzou parte dos dados 8 part de 1979, dentre os quals algumas incleagbes sobre novos penidcieos crados até 1979 (p. 35), indicagdessobre usuarios do Arauivo Nacional tambsm ats 1979 (p63), pubicados no Mensaro do Arquivo Nacional, v. l,m. Ditev. 1960, « ndicagaeseobre o numero de rabalhos de hstongraia por decadaaieo na biblografia. de textos hstorogricos snexa, enhurs s lambemLAPA, 3. Rco A. Histoea @ hictorografia Brash poses ‘Terra, 1985, 1i0p. (Estudos Brasleros, 87)-Os textos a fue os telerimos, sdo: (GLESIAS, F. A pesquisa historica no Basi, Revista oo Fisténa, S80 Paulo, v. XLII, n. 88, p. 979-415, outjdez. 1971; MOTA, C. G. A histonograia brasieia ‘nos Uiimos quarenta ange. tenlaiva de’ avaliagdo citca Debate 2 Critica, Séo Paulo, .§,p. 126, 1975, O texto de C. G. Mota fol spresentado no Primer Encuartre de Hisioiadores Latinoamericenos, no México, em 1874, Foram Introduggo 17 80, tenhamos assistido a um aumento consideravel do niimero de trabalhos de historiografia em sentido estrito, é possivel constatar que os mesmos sempre se debrugaram sobre un aspecto, um tema ou um problema setorial da produgio de conhecimento histérico como, pot exemplo, a Historia republicana ou demogréfica no Brasil. A falta de andlises historiograficas gerais se explica pela complexidade propria 20 género, como ja foi dito por mais de um autor. ‘Observamos que os historiadores _brasileitos se ressentem da falta de um instrumento de pesquisa efetivamente geral capaz de rastrear a produgao histérica atual no Brasil, circunstincia especialmente negativa se se percebe que os anos 80 se caracterizaram por intensa produtividade nesta area. ‘Assim, mesmo se pensarmos em termos meramente catalograficos e nao analiticos, ha enorme dificuldade em se localizar teses, dissertagdes, livros e artigos, perdendo-se desta maneira um precioso tempo da pesquisa com a reuniao de bibliografia pertinente. Os instrumentos de pesquisa publicados nos anos 80 ou se testringem a cobrir um tinico tipo de informagao, como um catilogo de teses, ou um tinico campo ou setor da produgao histérica, como uma bibliografia sobre escravismo?, Em terceiro lugar, este trabalho nasceu de uma relativa insatisfagao com o debate sobre o significado da produgio histérica’ no Brasil atual. As informagdesveiculadas pela grande imprensa, bem como as andlises de alguns historiadores, surgem perpassadas pot fortes conotagdes subjetivas, escassa base de comprovagao empirica ou mesmo auséncia de esclarecimento sobre 0 universo de trabalhos escolhido para andlise, resultando em imagens telativamente distorcidas do movimento real da Historia wbjgados,n0 mesmo perédeo, coments a ese texto que passamos a relerencar: FStESAS’ E°A"Gropeeo ca hstorogratiabraslera.p. 119-108, FERNANDES, HF. G intelectal, urn personagem stor, 127-131; SILVEIRA, P. Acontecimento 6 Gatulure 6136-141, Outs tabalhos de carder hisirograeo pybieados durante 0s Shos 29’ din ‘geal so, na vordade, pequenos ensaioe. que Wao referenciasos No mento opodtuno, Yor GORREA'C. H, org. Catdiogo das dlssontagdese tases dos cursos oe pss. ‘gatuogia om Neto (1879-1989), Ponandpots: UESG, 1987. 4009, Como exerele So inckumortos e_ posqusa lemétens velase SOUZA, N. M, de S, Toso: @ Sesertaqsossobre a escrandio no Bras, Acai, Flo Go Jane, V. 8,0 1, p. 129-190, iandun 1968. 18 A Historia no Brasil Por fim, desejivamos realizar uma _andlise historiogrifica que se diferenciasse da tradiga0, que nos parece restritiva, da “lista de livros mais importantes” e que acaba por nao considerar as condigdes em que os trabalhos foram produzidos, reproduzidos, ‘Vveiculados, discutidos e criticados pela comunidade de historiadotes e pela sociedade em geral?. A principal restrigao desse género de anilise consiste, por um lado, em nao considerar todos os trabalhos existentes em toro de um assunto especifico e, por outro, em apenas interpretar © co- mhecimento histético Sob o ponto de vista do produto final, nao atentando para_as condiges em que o mesmo surgiu e posteriormente foi disseminado. E claro que esses aspectos estdo inter-relacionados e se desdobram em diversos outros. Eles ainda se esclarecem melhor 4 luz do conceito de historiografia com 0 qual pretendemos trabalhar. Partimos de um conceito de historiografia que nao considera apenas a efetiva produgo do conhecimento historico mas, também, na medida do possivel, a sua disseminagao social. Pata isto, nfo 36. compulsamos os trabalhos de Historia mas, igualmente, aqueles registros que, de alguma forma, ex- pfessavam sua repercussio. Consideramos todo 0 circuito que integra 0 processo de disseminagio do conhecimento histérico, dos cursos de pds-graduagao a0 mercado editorial, dos eventos e entidades ctiadas ao leitor de Histéria. Dessa forma pensamos em dar prosseguimento a orientagdessemelhantes a de alguns raros trabalhos historiograficos do Brasil, como os de J. R. do A. Lapa, ainda que com um grau de detalhamento visivelmente maiot. Assim épossivel, inclusive, verificar o acerto ou nao de alguns prognésticos feitos ha algum tempo. Buscamos, portanto, uma andlise historiogréfica tendo em vista as vicissitudes da dinamica econémica, politica, social e cultural do Brasil no periodo em pauta. Afinal, todos esses aspectos de alguma maneira condicionam a atuagao do historiador e, conseqiientemente, a produgio do conhecimento ‘assim, uma orlaniagdo somelhante aos objetvos de LAPA, J. A. do A, Hiatorograta brasiera contemporinea. Op. ct. p. 24 "A Historografia no deve ser Borants mera enumeragae de acres ceras, Ruma ambicosa Gosco co qe to Introdugéo 19 histérico, E assim que diversos quadros conjunturais tiveram que ser levados em conta para a anilise do movimento historiografico, como a dindmica editorial, a criagao de revistas, © montante de verbas para pesquisa, os eventos realizados, as instituigdes criadas, as linhas de pesquisa privilegiadas pelas pos-graduages, as efemérides comemoradas no petiodo ¢ as modas teoricas. Dispensdvel notar que nos preocupames também com a abordagem das relagdes e dos desdobramentos intemos a propria historia da historiografia, cumprindo este que também é um encaminhamento tipico dos textos na area, ainda que nao com as mesmas implicagdes teoricas, Cremos que ha algumas diferengas entre esta pesquisa ¢ 0 principal trabalho historiografico ‘dos anos 70, 0 livro Historiografia brasileira contempordnea, de J. R. do A. Lapa que, em certa medida, nos serviu de parimetro. Embora concordemos, em linhas gerais, com a perspectiva do Autor no que tange ao conceito de historiografia, nao langamos mao das nogéesde "proceso de produgao” (do conhecimento historico) & de “pritica social” (relativa ao papel dos “agentes, grupos classes sociais” envolvidos no mesmo proceso no qual circula 0 conhecimento) por nos parecerem constituir analogias um tanto fluidas com aparatos tedricos cabiveis em outras esferas*. Por outro lado, supomos que a efetivagio do conceito em pauta implique em tarefas empiricas que visam levantar_dados especificos (como a percepgao de questdes editoriais, comerciais, repercussio de trabalhos via resenhas, ete.) e que, de certo modo, buscamos cobrir com maior abrangéncia. Estamos entendendo, entio, por historiografia, nio sé_a andlise da producio do conhecimento histérico e das condigdes desta produgao, mas, igualmente, o estudo de suas condigsesde reprodugao,_' circulago, "consumo —e_— tic O momento da produgao do conhecimento, portant, nao se confunde com o de sua disseminagao social, ainda que sejam evidentes as possibilidades de ambos se relacionarem. Outro problema é aquele que diz. respeito aos “polos” indicados pelo Autor, a saber: de um lado o historiador como 4g, p. 19.20, 20 A Historia no Brasil produtor de conhecimento, de outro o sujeito que se apropria deste conhecimento. Entendemos que, ao longo de seu trabalho, 0 primeiro polo, do historiador que produz conhecimento historico, é visivelmente mais. tratado. Neste sentido, as anclises da disseminagao social deste conhecimento, come, por exemplo, a andlise do mercado editorial, sio muito ligeiras e pouco conectadas a ele. Buscamos, nesta pesquisa, articular ao maximo todas estas dimensoes, tentando evitar o carater fragmentario do livro de J. R. do A. Lapa que, efetivamente, se constituiu a partir de trabalhos realizados pelo Autor em periods distintos, que visavam a objetivos particulares, sem que sua reuniao conferisse @ obra uma unidade estrutural, em nosso entendimento, imprescindivel neste género de andlise. Finalmente, verifica-se que a idéia de “crise” da Historia do Brasil, apresentada na introdugao a primeira edigdo do livro e ausente da introdugao 4 segunda edicaos, nao ¢ utilizada como vetor analitico no corpo mesino da obra, sendo impossivel aos leitores virem a saber gual o significado da questio para o conjunto das observagdes do Autor. Com respeito ao segundo livro mencionado de Lapa’, caberia a mesma observagio acerca da falta de unidade dos trabalhos reunidos, ainda que os mesmos tenham sofrido modificagdes, por vezes substanciais, em relagio a sua primeira versio. Vale notar que os levantamentos do Autor até o periodo de 1984 incidem sobre um campo nao muito amplo de informagées, levando em conta alguns subperiodos para cada série considerada No que diz respeito aos problemas que este nosso trabalho busca responder, partimos de algumas hipsteses gerais. Pressupomos, para efeitos de nossa andlise, que a produgao do conhecimento histérico no Brasil atingix, nos anos 80, um patamar de maior complexidade que vem a configurar uma efe- tiva especializagio deste campo do conhecimento no pais. Com isto se quer dizer que tal produgio se da abordando uma pluralidade de temas, enfoques tedricos ¢ procedimentos Sibi. 2 Sioa p13, 71g Hbea © historogratia: Bras pés-64. Op. ct introdugéo 21 metodolégicos muito grande, notadamente em comparagio com os anos anteriores ao periodo desta pesquisa. Da mesma forma, nos anos 80 assistiu-se 4 consolidagio definitiva dos diversos cursos de pos-graduagio, a0 aumento dos _periddicos especificos e 4 ampliagio do interesse ptiblico pelos temas historicos. Pensamos ainda que tal especializagao, de cunho mais profissional, mesmo que diga respeito em grande medida a0 desenvolvimento préprio, auténomo, do campo do conhecimento hist6rico no Brasil, explica-se em grande parte pela consolidagao de uma universidade em termos moderos, & qual coube A fungio produtora e em grande medida disseminadora do conhecimento anteriormente pulverizado ou reunido em tomo de nticleos tradicionais, nacionais e locais, ou sob sua influéncia Em termos gerais, a metodologia adotada para a realizagio deste trabalho’ expressa nossa preocupagao em considerar o fendineno historiogrifico em sua globalidade, isto 6, nio apenas como conhecimento produzido, mas ¢omo conhecimento que, de alguma maneira, se realiza em outros niveis, a saber, os da publicagio, da leitura ou da critica Por isso optamos, numa primeira etapa, pelo Ievantamento de diversos dados sem que _tivéssemos estabelecido, previamente, delimitagdes teméticas, tedricas ou metodolégicas. Isto é, a percepgio de que um enfeque, abordagem ou tema é recorrente, muito ou pouco privilegiado, inovador ou tradicional deriva do levantamento dos dados e no © precede. Os critérios e definigdes sobre quais dados foram coletados é que sio efetivamente importantes. A petcepeao aciina mencionada, portanto, é a segunda etapa _do método adotado: a classificagio e a anilise das principais areas de interesse ou de atuagio dos historiadores & dos dados relativos a repercussio do conhecimento histérico produzido, que permitiram a delimitagio dos.problemas e sua interpretagao_historiogrifica mais detalhada. Neste sentido, inclusive, todas as séries de informagées puderam ser visuali- zadas a luz da periodizagao clissica e das disciplinas académicas da Histéria. Embora estes recortes se constituam em convengoes mais ou menos discutiveis, eles facilitam uma apreensio do conjunto dos dados. 22 A Historia no Brosil Como se trata de resgatar a produgao, a reprodugao, 0 consumo ea critica do conhecimento histérico no periodo escolhido, buscamos constmuir séries de informagdes que nos orientassem precisamente no sentido de obter elementos para cada um destes aspectos, embora uma série possa informar sobre varios deles. E assim’ que, para consideramos a produgio historica, levamos em conta as teses de livre-docéncia, as teses de doutorado e as dissertagdes de mestrado defendidas no periodo em pauta, além dos artigos, instrumentos de pesquisa e transcrigdes publicados. No que diz respeito a disseminagao social deste conhecimento efetuamos, sobretudo, uma andlise detalhada do mercado editorial da area de Historia. Para avaliarmes a repercussio do conhecimento produzido ou veiculado pelo mercado editorial, consideramos as resenhas e os ensaios bibliograficos publicados, as entrevistas e polémicas envolvendo historiadores, os prémios recebidos por membros da comunidade, sua presenga na midia e os livros de Historia que freqiientaram as listas dos mais vendidos. Cada uma destas séries de informagao, afora algumas outras que virao especificadas, demandou cuidados especificos. Sao estes cuidados que, em seguida, passaremos a expor observando antes que, nem sempre, foi possivel obter dados que nos pareciam importantes para melhor demonstragio de nossas hipéteses, simplesmente porque estes dados nio’se encontram disponiveis nas bases de informagao consultadas. Para a constituigéo do levantamento dos trabalhos defendidos nos cursos de pés-graduagio em Historia no pais consultamos 56 catilogos, na maioria produzidos pelas proprias universidades que abrigam esses cursos, além do principal banco de teses do pais, sediado na Capes®, Foi possivel obter, para grande niimero dos registros, os seguintes dados: nome do orientando e do orientador do trabalho, titulo do trabalho, nivel (mestrado, doutorado, livre-docéncia), instituigao em, que foi defendido, més e ano de ingresso do autor e més e ano de defesa do trabalho, mimero de paginas do trabalho e 0 resumo do mesmo. Alguns dados significativos, como a idade dos autores e orientadores ¢ a vinculagao institucional dos autores, ® Ver na biblogcaia deste wabaho os tens 2.1, ‘Catdlogos de teses e dissoragées"e 23,"inlormagdes sabre evaos do pes graauaga ae Introdugéo 23, nao pudemos obter. Estamos supondo que este levantamento é completo, exaustivo. Claro que falhas podem ocorrer, principalmente com respeito a cada elemento tomado de forma isolada, o que se explica em fungao da relativa precariedade dos instrumentos de pesquisa que pudemos acessar: por vezes, dois catdlogos de uma mesma instituicio nfo apresentavam os mesmos dados no que se refere ao nome de um autor, de um orientador ou outro detalhe. levantamento dos artigos se deu com base em uma sélida amostragem construida a partir dos critérios que passamos a delimitar. Em primeiro lugar, consideramos 17 titulos de periédicos que editam sistematicamente trabalhos de Historia, bem como 14 titulos de periddicos que editam eventualmente trabalhos de Histéria. Desses periodicos foi feito o levantamento total dos artigos de pesquisa ou de revisio neles publicados. Entendemos que estes titulos representam os periddicos de divulgagao mais importantes do pais *. Além destes periddicos, consideramos 37 outros, académicos ou nio, a titulo de exemplificagao, afora algumas hemerotecas, como a do Jornal do Brasil e da Biblioteca da Camara dos Deputados*?, Dentre os periédicos nao académicos, tomamos como exemplo especial a totalidade da revista Ciéncia Hoje, para uma visualizagao do que e em que mimero os historiadores publicam em um periddico de divulgagao cientifica sem um perfil estritamente académico. | ‘Um outro modo de verificarmos a qualidade e sofisticagio da produgao histérica do periodo foi através da consideragzo de um’ levantamento, por amostragem, dos instrumentos de pesquisa e das’ transcrigdes, em geral referenciados nos periddicos cujas_coleges_completas conseguimos cruzar e nas listas de livros publicados. Nao levamos em conta, a nao ser residualmente, os instrumentos de pesquisa produzidos pela rede de arquivos e bibliotecas nacio- nais porque isto demandaria um levantamento especifico, afora © fato de que estas informagdes podem ser parcialmente 2,Ver na Biblograiao tem 2.21. "Perisdicos considerados no todo" ‘Yor na Bibhogratiao tom 2.22. “Outs” 11 Agencia JB de Notas. Pesgulsa Extrna. Sistema Jornal do Brasil, Rio de Janeic. Centro de. Dooumentagas Informacao da Bibloteca Pedro Alexo da Cémara. dos pulados - Congreso Nacional 24 A Historia no Brosil encontradas a partir de pesquisa ja concluida no periodo 32. ‘A amostra de eventos, reunides, congressos e simpdsios teve por base o mesmo’ elenco ’de periédicos citado anteriormente, através de suas segdesde informes ou noticiarios, bem como os repertérios especializados*? e os anais encontrados nas bases de dados acessadas. A constituigo desta série de dados foi bastante problemética por causa da dificuldade de obtengéo desse género de informagées, do fato de que a maioria dos eventos nao resulta na publicagao de seus anais e da precariedade de sua distribuigao as bibliotecas brasileiras. ‘A amostra de associagdes e grupos de estudos especificos criados durante 0 periodo teve por base os mesmos elencos de periddicos e serviu para que verificdssemos 0 grau de especializagio que vem sendo atingido pelos estudos historicos no pais. ____ No que se refere ao mercado editorial, pautamo-nos, em primeiro lugar, pelo levantamento e andlise do que se publicou de livros de Histéria durante os anos 80. Para este levantamento procedemos a uma amostragem com base nas seguintes fontes: a colegao completa do periédico Leia, representando esta colegio aproximadamente 50% dos titulos ’ elencados; a Bibliografia Brasileira e 0 Boletim Bibliogrdfico editados pela Biblioteca Nacional; 0 acervo da Biblioteca “Alphonsus de Guimaraes”, do Instituto de Cigncias Humanas e Sociais da UFOP, em razao da mesma ser de constituigio recente ¢ ter adquirido macigamente livros editados no periodo em pauta, e os trabalhos de historiografia, por listarem geralmente bibliografia extensa e atualizada sobre o seu tema. Ainda para a anilise da editoragio do periodo _fizemos 0 levantamento das editoras que mais publicaram por ano, cotejando o volume de suas publicagdes com aquelas 1 rquvo nacional Guia basi de fontes pare a Hist da At visto ula brasileiro de fontes para a Histéra da Atic, da esc negra 9 00 negro. da sosedade atiel 2 v. Flo de. vanero: ArauNo \aconaDepartamerto. de Inprensa Raciona, 1966. Ainda que o tle. supra um Igiate meen im Ga psa 60 mas a aS wavs pe 3s» prvadoe So pals. Tnetita Braslavo. do Inlormagéo em Ciéncia@ Tecnologia (ICT). Calendévo de svoigs tm stn «teen Pago de congo sping ‘conforéncas, feunlbes,ncontos © simposts” a serem realzadss no Bash Feramh ‘consutades ase todos. volumes. Ver indizagSos complotas ra Bblegratia, tem 2:4. “Ouvas gine. wizagSes complotas na Sblograta, tem 2:4. "Oh Introdugdio 25 estritamente de Historia. Foi possivel também isolar, do interior da listagem dos livros, os autores que mais publicaram, 605 livros que tiveram 0 maior nimero de edigdes,os livros reedi- tados no periodo mas publicados pela primeira vez antes de 1980, o mimero de autores masculinos e femininos, afora as obras coletivas ou em colaboragao, as teses e dissertagdesque se tomnaram livros, as colegdesde Historia e seu perfil, 0 numero de paginas dos livros nacionais e traduzidos, os principais tradutores na area de Histéria e ainda outros elementos. No que diz respeito a repercussio dos livros editados e trabalhos em eral do periodo, levamos em conta, principalmente, as resenhas publicadas sobre os mesmos. Consideramos que as resenhas nos permitiriam delimitar, em alguma medida, um perfil dos leitores de Histéria_no- Brasil. A amostragem das resenhas teve por base, principalmente, os mesmos periédicos considerados no todo, o jomal Leia, a re- vista Ciéncia Hoje e as hemerotecas anteriormente citadas, além da evista Isto E - Senhor considerada em parte e outros periédicos que porventura pudemos consultar. As resenhas nos permitiram, dentre outras verificagdes, considerar os livros mais tesenhados, o ntimero de livros resenhados em relagao ao total de livros publicados, o mimero de livros nacionais e livros estrangeiros resenhados, os livros resenhados pot historiadores, 0s periddicos que mais publicaram resenhas, os ensaios bibliograficos editados, as resenhas de estrangeiros acerca de livros nacionais e os principais resenhadores do perfodo. ‘Ainda tendo em vista a esfera da repercussao, levamos em conta os livros mais vendidos, mesmo que estes dados nao aptesentem um perfil estatistico muito seguro*s, as entrevistas concedidas ou realizadas por historiadotes ’ brasileiros estrangeiros, as polémicas que se tomaram piblicas e os livros especializados que ganharam espago na imprensa mais geral, afora os prémios e as efemérides. Cada uma destas séries de dados, no entanto, sé adquire 14 Uttizamos, basicamente, as materias® os levantamentos publicados anvalmente por Leia'a espero cas malores edoras do Brasi. Estas materas e levantamentos tém,em Pe ge Cue em ne ede wo eg iizamos os levantamentos mensais © aruals dos livros de ndovtogso mais vendidos, publeados por Lea. As images para seu Uso serao expicadas quando ‘nalsarmigs este aspect, no fom sobre eutoracao.

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