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S + volume: operacées com sistemas OPERACOES UNITARIA REYNALDO GOMIDE ee ; OPERACOES UNITARIAS | = 19 VOLUME OPERAQOES COM SISTEMAS SOLIDOS GRANULARES REYNALDO GOMIDE “Advanced Chemical Engineer” e “Master of Science in Chemical Engineering Practice” pelo Massachusetts Institute of Technology. Engenheiro Quimica ¢ Civil pela Escola Politécnica da Universidade de Sio Paulo. Engenheiro consultor industrial. Diretor da Eterg Engenharia Ltda. Professor titular da FEI-Faculdade de Engenharia Industrial. EDICAO DO AUTOR 4 Sio Paulo 1983 Desenhos: José Aparecido Paixio Capa: Inter Studio Composigo: Takano Artes Gréficas Ltda. Impressio © Acabamento: FEI Grifica Fotolites: Yanguer Estudio Griffico Ltda. CIP-Brasil. Catalogagdo-na-Publicag’ Camara Brasileira do Livro, SP G6210 vA3 Gomide, Reinaldo, 1924 — ‘Operagoes unitirias / Reynaldo Gomide. — S40 Paulo: R, Go- mide, 1980 — Bibliografia. Conteddo: v.1. Operagtes com sistemas solidos granulares. 1983. — v.3. Separagdes mecanicas. 1980. 1. Engenharia quimica 2, Quimica industrial L Titulo. HL. Titulo: Operagdes com sistemas solidos granvlares. IIL. Titulo: Separagdes mecdnicas. CDD-660.2 660 Tndices para catdlogo sistemAtico: 1, Engenharia quimica 660.2 2, Quimica industrial: Tecnologia 660 SS TODOS OS DIREITOS RESERVADOS nos termos da Lei que sesguards os direitos autorais: proibida a reprodugdo total ou parcial desta publicasio, de qualquer forma ou por qualquer meio, sem permissSo por excrite do Autor. REYNALDO GOMIDE Av. Dr. Alberto Penteado, 740 ‘Tels. 61-5323, 241-2883 — Sao Paulo — ‘SP — CEP 05678 CONTEUDO CAPITULO I — Operagdes Unitétias .... . Engenharia Quimica e Operagiies Unitérias Princfpios utilizados. ..... . Classificagio das OperagOes Unitérias Revisdes aconselhadas Questdes propostas Referéncias bibliogrficas .... . CAPITULO II — Propriedades dos s6lidos a Caracterizago granulométrica .. . .. Materiais com particulas uniformes. Materiais heterogéneos Apresentaco dos resultados . . . _ Céloulos baseados nas andlises gramlomeétricas - 3s Propriedades dos s6lidos granulares 36 Quest&es propostas . . 43 Referéncias bibliogrdticas 43 ~ CAPITULO III — Fragmentagdo de s6lidos. 45 Mecanismo da fragmentagao . 46 Equipamento empregad2 na fragmentace. a7 Classificagdo dos equipamentos 5 48 50 Relago de fragmentagao . . . ‘ Caracteristicas gerais do equipamento...........-.2----. 50 MI CONTEUDO pagina Britadores primérios. 50 De mandibulas . 50 Giratério . . . 57 Britadores secundarios . 61 De martelos . 61 De pinos . 62 De barras ou gaiola . 64 De rolos....... 65 Outros tipos . 68 Cénico .. . . 1 De discos . ~ 72 Moenda 73 Rotatério. . 74 Moinhos finos . . 4 Centrifugos de atrito .. . . 74 Reb cos scans Te 79 De rolos dentados 9 De bolas .. 80 De energia fluida . 87 Moinhos coloidais ..... 88 Operagdes de moagem .. . 89 Consumo de energia. . 90 Lei de Kick .... 92 Lei de Rittinger. . 93 Lei de Bond % 96 Questdes propostas ... . .. 104 Referéncias bibliogrdficas ........ . PATRAS 106, CAPITULO IV — Transporte de sélidos. . . . 109 Importancia do transporte de sélidos. 109 Especificagdo do equipamento, 110 Classificagiio do equipamenta Wd Dispositivos carregadores . 112 Transportador de correi 112 Transportador de esteira. 128 Transportador de corrente. 133 Transpertador de cagamba . 133 Transportador vibratério. . . 136 Transportador por gravidade . 139 CONTEUDO VII pagina Dispositivos arrastadores... 02... 2... Ligne eckson 139 Transportador de calha 140 Transportador helicoidal . 144 Dispositives elevadores. . 153 Elevador helicoidal . . 153 Elevador de canecas. . . 154 Dispositives alimentadores , . , 161 Dispositives pneumaticos 164 Questes propostas ... . cence ae LO Referéncias bibliograficas ......... 185 CAPITULO V —Peneiramento............ ee scose: 1ST A operagdo de peneiramento 187 ' Céloulos zelativos ao peneiramento . 190 Quantidades produzidas 190 \ Eficiéneia do peneiramento . 192 Dimensionamento de uma peneira . 193 Teoria e pritica do peneiramento. . 201 Previsbes teGricas. . . 201 Condugao pritica da operagio 202 } Equipamento utilizado . , 203 Peneiras estaciondrias . . 204 Peneiras rotativas. . . 205 Peneiras agitadas . . . . 208 Peneiras vibratorias . . 210 Questdes propostas . . “ 212 Referéncias bibliograficas ‘ 215 CAPITULO VI — Mistura de sélidos . . 217 Tipos de operagdo. . . .. 27 Equipamento utilizado. . 217 Controle da operagdo. . . 221 Velocidade de operagao . . i= Referéncias bibliograficas . . . CAPITULO VII — Armazenamento de s6tidos. Propriedades dos sélidos armazenados . Tipos de armazenamento Esforces em leitos granulares soltos. ... . . via CONTEUDO pagina Esforgos em silos e depdsitos. . . . 231 Esvaziamento de silos ¢ depésitos . 233 Referéneias bibliograficas 236 ‘CAPITULO VIII — Fluidizagao de sélidos . Técnicas de contato sélido-fluide . Fluidizagao . Condig&es de fuidizacto. Propriedades dos leitos fuidizedore e edtziloe relat lativos a fluidizagao . 244 Porosidade.......... + 4 een ce Velocidade de fluidizagao . Densidade do sélido. Densidade do fluido Densidade do leito fluidizado. Altura do leit... . Relagdes entre densidade, eoraadnt e s altura. Perda de carga. 5 Velocidade critica de fui lizago Eficiéncia de fluidizagao. . . Inicio da fluidizagao continua... .... 2.22... Transferéncia de calor em leitos fluidizados Transferéncia de massa em leitos fluidizados. . . ‘Vantagens da técnica de leito fluidizado. Desvantagens da técnica de leitos fluidizados Aplicagdes da técnica de leito fluidizado Questdes propostas . . Referéncias bibliograficas . APENDICE ALUn seas pices De rena . 285 All = Série Tyler..... 5 285 A.1.2 — Peneiras BS . seis 286 W1.3— Pendiras IMM 55 464.555 Sy eds os enc ee 287 A.1.4 — Série ASTM... ss 288 A.2 — Conversdes de unidades ....... seat ARE pa ae PREFACIO De presenga tao viva em nossa meméria, engenheiros como Lewis, McAdams, Gilliland, Whitney, Hottel, Weber, Meissner, Mickley e tantos outros com os quais convivemas no MIT, induziram-nos espiritualmente a incentivar, também em nosso meio, a arte da Engenharia Quimica. O trabalho que estamos langando ¢ modesto apenas quanto ao seu valor técnico- cientifico, porque o tempo ¢ o esforgo empregados, as dificuldades técnicas ¢ os in- vestimentos para a sua realizacdo estiveram muito longe disso. Lamentavelmente 0 trabalho criativo tem essa caracterfstica frustrante: a cada momento de inspiracdo se- guemse horas ou dias de elaboracZo. Quantificando; 5% de genialidade, 95% de suor. Gratificantes, todavia, sto as referéncias de colegas aos trabalhos que j4 publi- camos, © que na verdade constitui o agente propulsor desta nossa atividade nada atraente sob o aspecto financeiro, mas que tanto nos motiva, Na verdade estamos sendo cobrades pelos que, tendo tomado conhecimento de nosso trabalho, manifes- taram-nos pessoalmente o seu agrado ou tém escrito de outros estados ¢ até do exte- rior, ansiosos pelas raras publicagSes no campo da engenharia quimica eseritas ¢ produzidas com os nossos recursos préprios. Nao podemos esquecer a expectativa dos alunos que enfrentam as dificuldades de seus cursos profissionais sem os livros técnicos em portugués de que necessitam. A todos entregamos 0 produto de nosso esforco e entusiasmo. © novo leitor julgard simultaneamente a obra e a forga pro- pulsora que nos moveu. Neste primeiro volume apresentamos as OperagSes Unitdrias envolvendo o ma- nuseio de sistemas sdlidos particulados; fragmentagao, transporte, armazenamento, peneiramento, mistura ¢ fluidizagao. Tanto a profundidade, como a extensfo dos diversos capitulos, tiveram que ser cuidadosamente controladas para que 0 conteti- do do livro pudesse ser integralmente ministrado com um bom numero de aplica- ees numéricas num semestre létivo com quatro aulas semanais. Boa parte do mate- x PREFACIO rial das notas de aula originais foi send cortada aos poucos durante a preparagZo do manuscrito para conseguirmos atingir esse objetivo. Para nds o texto ainda estd incompleto, mas é preciso nZo perdermos de vista a sua finalidade diddtica. Quase todo o material quantitativo (correlagoes, tabelas, grdficos e abacos) é apresentado em unidades métricas. Nao por sermos contra as unidades inglesas ou Porque as julguemos impréprias ou ulirapassadas, mas pela inexisténcia de correla- ges desse tipo com os pardmetros em nossas unidades. A tarefa nfo foi facil, pois grdficos ¢ principalmente abacos, ndo podem ser apenas traduzides para ficarem imediatamente nas unidades mais convenientes. Tivemos que obter a correlagdo que serviu de base para o trabalho original antes de podermos preparar 0 novo desenho. O custo de uma figura desse tipo em unidades métricas resulta proibitivo quando nossas horas de dedicacao so computadas & base dos servigos de consultoria. Mas hd também o lado positive e que na verdade resultou numa originalidade do traba- lho, pois decidimos apresentar as equagSes empiricas que obtivemos a partir dos 4ba- cos e tabelas interminaveis de origem e que foram utilizadas para desenhar os gréfi- cos do texto, Estas equagdes sfo muito convenientes para acelerar os cdleulos cam as atuais méquinas programaveis, ‘Outra particularidade gréfica deste volume é a adequagio dos desenhos dos equi- pamentos ds reais necessidades do engenheiro quimico. Todos sabemos que as figu- ras em planta, elevagdes, cortes e detalhes so extrememente impréprias para fins didaticos, além de inviabilizarem o custo da obra. Por outro lado, um corte ou uma planta isoladamente quase nunca é suficiente. Como o engenheiro quimico esta mais interessado no prinefpio de funcionamento do que nos detalhes, optamos qua- s¢ sempre pelas figuras simplificadas, feitas em perspectiva. Outras vezes s6 um es- quema € apresentado. Imperfeigdes técnicas das notas de aula que deram origem a este volume foram mantidas porque a sua ocorréncia na literatura técnica ainda ¢ generalizada. 0 sim- bolos °K, 4, HP, RPM, CV, mCA e mmCA, por exemplo, continuam sendo usados ao invés de K, um, hp, rpm, ev, mea e mmea. Os termos micron e microns também so empregados normalmente ¢ porisso continuam aparecendo em nosso livro. Para imperfeigSes semelhantes o leitor tem desde jd a nossa justificativa. As ilustragGes praticas ¢ questdes propostas vém sendo utilizadas em nossas aulas hd tanto tempo que jé nem podemos distinguir as que vieram de cursos no MIT e na Politécnica, ou que foram retiradas de livros, das que so de nossa autoria ou fazem parte de projetos que executamos ao longo do tempo. Perdoe-nos porisso quem in- voluntariamente deixou de ser citado. Estamos certos da utilidade deste livro para os que participam do aprendizado da engenharia quimica em nosso pafs, bem como aos profissionais do ramo. ‘O autor, S4o Paulo, maio de 1983 CAPITULO 1 Operacées unitarias O-engenheiro quimice tem como campo de agdo a indiistria de processo qui- mico. Este grupo de industrias ndo se restringe as centralizadas numa ou mais reag®es quimicas, como pode parecer, estendendo-se igualmente a muitas ou- tras que, embora sejam de cardter essencialmente fisico, visam obter como pro- duto principal, um ou mais compostes quimicos de importdneia industrial. E 6 caso da indistria do sal que, apesar de s6 envolver operag&es ffsicas, produz © cloreto de sédio, um composto quimico de uso industrial generalizado. Em regra, todavia, as indistrias de processo quimico incluem ao menos uma etapa quimica, Através de uma série de operagdes fisicas as matérias primas so pre- paradas para as reagdes as quais se destinam e, depois, o produto é purificado ou separado dos sub-produtos e reagents nao utilizados. Compreender 0 projeto ¢ a construgZo das indiistrias de processo quimico é a esséncia da engenharia quimica. Para que se possa partir da concepgio ori- ginal do proceso e chegar a uma unidade comercial de larga escala seré neces- sério, sem divida, dominar todos os princfpios fisicos ¢ quimicos envolvidos na fabricago, mas sucesso do empreendimento depende, acima de tudo, de um completo domfnio dos problemas de engenharia relacionados com © pro- jeto. E 0 estudo das operagdes unitdrias que deverd proporcionar ao futuro en- genheiro o treinamento suficiente para atingir este objetivo. Também & produgio intezessa o estudo das operagées unitdrias. Na verdade 86 se pode tirar o maximo proveito de qualquer unidade processual se os prin- CAPITULO 1 cipios que governam o seu funcionamento forem perfeitamente compreendi- dos pelo profissional responsdvel pela sua operagao. ‘Ao iniciarmos 0 estudo das operagSes unitérias que, como podemos con- cluir, se identificam & propria engenharia quimica, desejamos tornar bem claro um ponto importante: engenharia quimica ¢ ciéneia e arte. Nas dreas de ativida- de completamente cobertas pela teoria a engenharia quimica € ciéneia. Em ou- tras, no entanto, a anidlise tedrica ainda é de pouca utilidade para o engenheiro. Nestas dreas a engenharia quimica € uma arte ¢ 0 engenheiro quimico deve pro- jetar as instalagGes ou operacGes envolvidas com base na experiéncia ¢ no julga- mento profissional préprios. A teoria ¢ apenas © guia pritico do engenheiro. Porisso, ao estudar operag®es unitérias, 0 futuro engenheiro quimico deve exer- citar e procurar desenvolver a0 maximo 6 seu julgamento profissional, deci- dindo pela opgdo que lhe pareca a melhor ao selecionar ou projetar cada equi- pamento, ou definindo com acerto, em cada situagdo que se lhe apresente, as varidveis que controlam a operagfo em estudo. ENGENHARIA QUIMICA E OPERACOES UNITARIAS O engenheiro quimico foi criado para preencher a lacuna existente entre o quimico que estuda o proceso em aparelhagem de vidro no laboratério, ¢ os engenheiros mecdnicos ¢ eletricistas que constroem ¢ montam os equipamen- tos, Um profissional bem preparado deve estar em condigdes de entender bem a deserigz0 bisica do processo fornecido pelo quimico de laboratério ¢ proje- tar os equipamentas de modo a fornecer aos demais engenheiros, documentos que tornem possfvel a realizagao pritica do processo em larga escala. Os primeiros esforgos visando sistematizar o ensino da engenharia quimica, na época de sua criagdo, fizeram com que se reconhecesse que todos 0s proces- sos industriais tem em comum certas técnicas ¢ opera¢es baseadas nos mesmos prinoipios cientificos. A separagfo dos sélidos de uma suspensdo por meio de filtros, a separagfo de Ifquidos por destilago ou a secagem de s6lidos, por exemplo, so operagdes comuns a um grande nimero de inddstrias. O proble- ma de se projetar um destilador para fabricar alcool, refinar petréleo ou produ- zir medicamentos ¢ basicamente o mesmo. As diferengas esto nos detalhes constrativos do equipamento utilizado, sendo muitas vezes ditadas mais pela capacidade ou escala de operag#o do que propriamente pelo tipo de inciistria. O mesmo ocorre com os transportes de fluidos ou s6lidos, com os aquecimen- tos e resfriamentos, as secagens, as misturas e as separagdes em geral. © conceito de operag6es unitdrias foi a eristalizagao destas idéias. © térmo ¢ descritivo no sentido de que toda indvistria quimica € na realidade uma série coordenada de operacSes individuais que integra a fabricag¥o. O modo mais eficiente de estudé-las € em conjunto ¢ sem particularizar 0 tipo de inddstria OPERACOES UNITARIAS 3 onde se aplicam, para no se ter que penetrar desnecessariamente nas particu- laridades dos processos envolvidos. O estabelecimento deste ponte de vista, fei- to em 1915 por Artur D. Little num relatério formal a corporagdo do MIT, unificou ¢ fortaleceu sobremaneira 0 estudo da engenharia quimica. As operagdes unitdrias s40 fundamentalmente operagGes fisicas, embora pos- sam envolver excepcionalmente reagSes quimicas, como acontece na absor- ‘gio de gases dcidos em solugées alcalinas. Entre muitas outras finalidades, as ‘peracbes unitdrias visam reduzir o tamanho dos sélidos a processar, transpor- ti-los, separar componentes de misturas ou aquecer e resfriar sdlidos e fluidos. ‘Sao exemplos o britamento, a filtragdo, a secagem, a evaporacdo, a destilagdo, a absorgdo e a extragio. PRINCIPIOS UTILIZADOS O estudo das operagdes unitérias baseia-se nos princ{pios fisicos e fisico-qui- micos de dominio geral dos estudantes de engenharia quimica. Para facilitar 0 seu uso, estes principios costumam ser reunidos em quatro grupos de generali- dade € preciso decrescentes. A técnica necessdria para utilizé-los € objeto da Estequiometria Industrial e inelui a pratica de balancos materiais, balangos de energia, relagdes de equiltbrio ¢ equagées de velocidade, Para as operag6es uni- térias mecénicas os balangos de forga também sfo importantes. O escoamento de fluidos e a fragmentacdo de sélidos siio exemplos de operagGes unitérias que envolvem equacdes deduzidas com base em balangos de forgas, ‘Convém ressaltar 0 fato de que reside nas equagdes de velocidade © princi- pal interesse durante o estudo das operagdes unitirias, pois sfo elas que permi- ‘tem calcular as dimensdes dos equipamentos requeridos. E ¢ isso precisamente ‘© que se espera do engenheiro quimico de processo. Assim sendo, a determina- ¢f0 dos fatores que influem diretamente na velocidade de cada tipo de opera- ¢40 deverd ser permanentemente o foco de nossas atengSes no assunto que va- mos apresentar. Os detalhes construtives dos equipamentos utilizados, princi- palmente 0$ mecanicos, so geralmente secundérios sob o ponto de vista do en- genheiro de proceso. Os equipamentos das indistrias de processo quimico geralmente operam mal, ou nfo funcionam, mais por erros de dimensionamen- to processual ou de concepeao, do que por deficiéncias de soldas ou parafusos. Estes detalhes sfo importantes para construire montar os equipamentos, mas no interferem fundamentalmente com o seu desempenho processual. As di- mensdes de um tanque, a drea de um trocador de calor, a altura ¢ 0 dimetro de uma coluna de destilagdo, o tamanho de um decantador ou a velocidade de um agitador so grandezas muito mais importantes, sob 0 ponto de vista do pro- cesso em si, do que os detalhes mecénicos, por mais sofisticades que possam ser. 4 ‘CAPITULO 1 CLASSIFICAGAO DAS OPERACOES UNITARIAS ‘A ordem em que as operagSes unitdrias so estudadas ¢ arbitrdria. Todavia, uma classificago é sempre itil, porque simplifica ¢ abrevia 0 seu estudo em conjunto. Uma classificago légica das operagdes unitdrias pode geralmente ser feita com base no seu mecanismo ou, se houver varios mecanismes envolvi- dos, naquele que controla a velocidade global da operagdo. Assim é que ha ope- ragdes de transferéncia de calor ou de massa e operagSes mecinicas. Um exem- plo de operaco que envolve diversos mecanismos é a evaporagdo de uma solu- Ho com o fim de preduzir cristais. Esta operago poderia ser classificada indi- ferentemente como: 19) separagdo-do soluto da soluedo; 29) vaporizagao do so- luto; 39) operacio de transferéneia de massa entre a fase Ifquida e 0 vapor; 49) transferéneia de massa entre as fases liquida e sélida; 50) operagdo de transfe- réncia de calor para a solugdo. Contudo, é a transferéncia de calor que contro- la a operagdo e, por esta razo, 0 equipamento utilizado é fundamentalmente um trocador de calor. Porisso esta operacdo deverd ser incluida entre as de tro- ca de calor. Jé no caso da secagem, é a transferéncia de massa que controla a operago € por este motivo ela deve ser inclufda no grupo de operagdes que en- globa a destilacdo, a absoredo, 2 cristalizacao, a extracHo Ifquido-diquido e a cle- * trodidlise. Com base neste critério mecanismo as operagbes unitérias so classi- ficadas em quatro grupos: operacSes mecanicas, operagdes de transferéncia de calor, operagdes de transferéncia de massa e operacbes de transferéncia de quantidade de movimento. Uma classificagaio das operagées unitirias pelo tipo de sistema também pode ser feita. Muito embora haja concordancia entre as duas classificagdes, a ante- rior, baseada no mecanismo, é mais consistente sob 0 ponto de vista tebrico, mas o estudo conjunto de operagies caracteristicas de um determinado tipo de sistema também tem as suas vantagens, Optamos pela combinacao dos dois critérios, classificando as operages unitdrias como passamos a expor. Operagdes Mecinicas Operagées envolvendo sistemas sdlidos granulares Fragmentagao Transporte Peneiramento Mistura Armazenamento Operagées envolvendo sistemas fluidos Escoamento de fluidos Bombeamento de liquidos Movimentagio e compressio de gases Mistura e agitagao de Ifquidos OPERAQUES UNITARIAS 5 Operagdes com sistemas slide — fluido Fluidizaco de s6lidos(*) Separagdes mecénicas Sélidos de sélidos sdlidos de liquidos sdlidos e/ou liquidos de gases liquidos de Iiquidos Operagies de transferéncia de calor Transferéncia de calor por condugio em s6lidos, sem e com geragdo interna, em regime permanente ou transiente. Aquecimento e resfriamento de fluidos Cendensagao- Ebuliggo Evaporagéto Liofilizagaio Transferéncia de calor por radiaggo Operagdes de transferéncia de massa Destilagdio Absorgio e “stripping” de gases Adsorgiio Extragdo liquide4iquido Lixiviagiio Secagem ¢ umidificagao de gases Condicionamente de gases Secagem de sdlidos Dialise ¢ eletrodidlise Cristalizagao Troca iénica REVISOES ACONSELHADAS Para obter resultado positive com o estudo das Operagdes Unitarias, reco- menda-se a revisio prévia de alguns assuntes fun damentais relativos 4 engenharia () Em nosso trabalho decidimos antecipara fluidizagdo de sélides, apresentando esta ope- fesao juntamente com as operagdes realizadas com sistemas sélidos,isolando neste gru- Po apenas as separacGes mecinicas. ‘CAPITULO 1 quimica. Convém que o leitor esteja perfeitamente familiarizado com 0 que se- gue: 1, Técnicas de Estequiometria Industrial. 2. Dominio pratico-e teérico da Termodindmica Técnica. 3. Métodos de cdlculo grifico e numérico, o que, por sua vez, envolve prati- ¢a no uso de papéis milimetrades comuns, log-log e semi-log, prética de integragdo ¢ diferenciagao grificas e numeéricas. 4. Tratamento estatistico de dados e, em particular, precisdo de medidas. ‘CAlculo de erros, médias, desvios ¢ limites de confiabilidade de resultados. 5. Prética no uso de equipamentos técnices de calculo, como computado- res e caleuladoras eletronicas. A fim de servir como roteiro para estas revisOes, apresentamos a seguir algu- mas quest6es tipicas que servirfo também para o estudante conferir 0 estado atual de seus conhecimentos prdticos nestes assuntos. Ao encontrar dificulda- de num determinado problema, recomenda-se uma revisdo do assunto tratado. QUESTOES PROPOSTAS!!) 1 Para resolver os problemas de Estequiometria Industrial consulte a referéneia 2. A solugdo aquosa de um sal, de concentragio C, kg/m? é alimentada em vazdo cons- tante (a m?/h) a partir de um tanque de grande capacidade, a um outro munido de agita- dor. Este encerra 2502 de égua pura no infoio da operagdo, A medida que a solucao sali: na escon para o tanque agitado & raze dea m?/h, a mistura resultante € também retira- da A mesma razio, indo para o proceso onde deverd ser utilizeds. Na safda do primeiro tanque hé uma vilvula de regulago automitica de vazio ¢ © segundo tanque é equipado com um regulador de mivel que atua outra valvula automitica na safda desse tanque, man- tendo constante o nivel da mistura no tanque. Pede-se: a) relacionar a concentragao C da solugio alimentada 20 proceso num dado instante com ¢ tempo ® decorride desde o int: cio da opetagdo (adotar 2 = 50 2/h); b) o tempo necessdrio para ser obtida solugio de con- centragio igual metade do valor C, ; ¢) como se poderi tomar duas vezes maior o tempo calculado em b? Uma reacdo catalitica entre os reagentes gasosos 4 ¢ B para fomecer 0 produto gasoso AB, deve ser realizada em processo continuo. Em virtude da baixa conversio por passe no reator, que 6 de 33,3%, & do-elevado custo dos reagentes, decidiu-se operar com reciclo da mistura que sai do reator, apds separagdo do produto formado, por absorgdo:num solven- te ndo-volétil. Os reagentes nfo so absorvidos de modo apreciivel durante a recuperagao do produto, porém a recuperagdo deste nfo é total, A mistura gasosa a ser reciclada en- cerra | mol % do produte AB; ao sair do sistema de absoreio, A mistura alimentads en- ‘eerra o§ reagentes na proporyio estequiométrica mais um por cento do material inerte C, que também nao ¢ absorvido em proporgao aprecidvel durante a recuperagao do produ- to formado no reator. A fim de evitar o acdmule deste material inerte no sistema, o que vir ria prejudicar a conversio dos reagentes em produto, deve-se purgar uma parte dos gases que ssem da eoluna de absorefo de modo a manter absixo de 3% 0 teor de inerte no reci- clo. Por 100 kmiol de alimentagio, calcule: a) a purga necessdria para manter as condi¢des impostas; b) a quantidade da AB formada; ©) o rendimento glabal do processo; d) oreciclo; @) a porcentagem de Crna entrada do reator, OPERACOES UNITARIAS 7 Um fomo experimental queima metano corn a quantidade tedtiea de at. Devido a defeitos de construgio e mi aperago do fomo, a reagio nfo se complement integralmente. Dez por cento do carbono queimado formam CO, 0 restante passa a CO2 ¢ nllose forma fuli- gem, nem alcatrio. © metano é alimentado a 25°C € o ar, com 30% de umidade, ¢ pré- aquecido a 80°C, Os fumes saem do fomo a 450°C, Calcular a porcentagem do metano alimentado que se queima no fomo, Quais sdo as suas recomendagGes para corrigir ou me- therar a operago de fomo? Na hipétese de se poder melhorar em 20%a queima do meta- no, dé sua estimativa da nova temperatura dos fumes. Dados: pressiio. de vapor da agua a 80°C, 355 mm de Hg; pressio barométrica, 700 mm de Hg; entalpia-padrio de combust¥o do metano, dando dgua liquidae COg, 212798 calf mol; entalpia de vaporizagdo da dgua liquida a 18C, 584 keal/kg; composigao volumétri- cado ar, 21% de oxigénio ¢ 79% de nitrogénio. . Uma boisa de gis natural acha-se inicialmente & pressio de 260 atm ¢ 659C. O fator de compressibilidade do gis nestas condiges foi avaliado em 0,80, Apés produzir trinta e cin- co milhdes de metros aibices de gés, medidos a 20°C e 1 atm, a pressio caiu para 170 atm e, a temperatura, para 64°C, O fator de compressibilidade nests novas condigées é avaliax do em 0,85. Calcular a quantidade, em metros ciibicos nemnais, de gés natural inicialmen- te presente na bols. . A seguinte andlise de Orsat foi obtida para os gases de escape de um motor funcionando ‘com uma gasolina parafinica de densidade API igual a 600 e ponto de ebuligo médio (ba- se molar) dé 120°C: CO, 13%, CO 0,3%, Oo 0,5%. Qual é a sua estimativa da massa mole- cular da gasolina empregada? . Numa instalagSo que produz deido n/trico pela destilagZo de uma mistura de nitrato de sé- dio e dcido sulfirico, a destilagdo teve o curso descrita pela tabela que se segue, onde @ € 0 ‘tempo em horas medido a partir do inicio da operagao, C & a concentragaa de destilado que se condensa no instante # (express em porcentagem de HNO em peso) em a massa ‘total do destilado recolhide desde o inicio da opera¢ao até o instante 0: m (kg) 100 190 290 380 570 360 1150 1530 1910 2290 2680 3060 3440 3820 4210 4590 4970 $350 5740 15,167 (final) 5800 17. CAPITULO 1 a) Prepare um grifico mostrando a concentraedo do icido que resultaria da coleta con- tinua e mistura num tanque, de todo o condensado em funcdo da quantidade recolhida. b) Qual é 0 peso méximo de écido de 90,0%em peso, que se poderia obter num proces: ‘s0 que envolvesse tio-somente a segregacio do condensado a medida que este se forma? A vazdo do produto formado num processo quimico é medida e registrada continuamente durante a operacio. O grifico obtido é fomecido na fig I.1. Determine 0 volume total pro- duzido num perfode de vinte ¢ quatro horas (entre meia noite de um dia e meia noite do dia seguinte). soa 18, Fig, 1 — Variagio da vardo com o tempo. Durante os trabalhos para verificar o funcionamento de um processo quimico industrial tomou-se necessdrio determinar a velocidade média de escoamento da dgua numa das tubu- lagées. O meio mais conveniente para isso ¢ um método inditeto no qual se mede a massa, ‘m de gua que sai do tubo por um ponto conveniente a ser escalhido, durante um certo intervalo de tempo 9. De posse da medida do diimetro D da tubulapie e do valor da den- sidade obtida de manuals, calcula-se a velocidade média 4m xD? 6p Antes de levar avante as determinagBes 0 engenheiro encarregado do ensaio decidiu calcu lar a incerteza dos resultados a serem obtides com a equago acima, Para tanto, fez as se- guintes estimativas, tanto dos provéveis valores das variaveis, como das respectivas incerte- 2zas das medidas: 1, A agua a ser coletada soni da ardem de 100 kg, uma vez que as balangas dispon{veis na fabrica tém essa capacidade. Por outro lado, observando o mau estado de conservacio das mesmas, julga que uma estimativa conservativa da incerteza da medida é de + $ kg. 2. 0 tempo de coleta da amostra seré da ordem de 70 segundos, de acordo com infor- mages que obieve. Um relégio elétrico sera utilizado para medir o tempo e o engenheira ‘acha que 08 erros pessoais e de reldgio combinados nfo exeederio + 1 5, ves 19, OPERAQGES UNITARIAS 9 3. © didmetro nominal do tubo ¢ 1”, Levando em conta um pouco de ovaliza¢ao, eros de calibragdo e incrustagées, fez uma estimativa de que o erro da medida do didmetro nao excederi # 0,03". 4. A densidade da gua a 16°C (temperatura da medigSo) é 0,999 kg/. A incerteza na medida da temperatura é de + 10C, correspondendo a uma variagdo de densidade menor do que 0.1%. Uma vez que a incerteza na densidade € uma ordem de grandeza menor do que as demais, seu efeito seré desprezado. a) Faga uma previsio do erro provavel da medigao final. b) Que precisées das medidas parciais sero necessirias para dar um erro pravivel na medi¢So final inferion a 2%? Uma série de experigncias foi realizada com a finalidade de se determinar a variagio com a temperatura da capacidade calorifica do glicol etilénico a pressfo constante. Cada ensaio ‘consistiu no aquecimento de uma quantidade previamente conhecida de glicol entre limi- tes de temperatura pré-fixados, conforme indicado na tabela que segue. O calor fornecido a pressdo constante foi determinado em cada caso pelo consumo de energia elétrica de uma resisténcia imersa no glicol. Intervalo de seciperctias Calor transferido (kcal/kg) o- 20 20- 40 18 40- 60 12,2 60- 80 12,7 80 — 100 13,1 100 — 120 13,6 120 - 140 14,0 140 = 160 14,5 160-180 15,0 180 ~ 200 15,4 + 1.10, Obtenha a expresso empfrica que relaciona a capacidade calorifica espec‘fiea do isobuta- nol, a pressfo constante, com a temperatura, a partir dos seguintes dados experimentais: TeQ 0 10 20 30 40 50 cp (calf°C) 0,505 0,537 0,570 0,607 0,642 0,675 TOC) 60 70 80 90 100 &p (cal/g°C) 0,705 0,737 0,770 0,808 0,840 Calcule a variagio de entalpia de 3 kg desse dicool entre 20°C ¢ 90°C: a) graficamente; b) analiticamente. 1.11. Com base em principios fundamentais chegou-se & conclusio de que a viscosidade de um {fquido pode: ser relacionada com a temperatura através de uma expressao do tipo: 10 CAPITULO 1 Nessa expresso, que é valida para pequenos intervalas de temperatura, = viseosidade em oF T = temperaturacm & a,b = constantes empiricas (Qual 6 a expressdo para o retracloreto de carbono? Os dados experimentais disponiveis so os seguintes: treo |» | [4 | 0 | 6 | 70 | 80 wee | 0969 | 0843 | 0,739 | o6s1 | 0,585 | 0524 | 0,868 1.12.A viscosidade de um gis é aproximadamente proporcional a temperatura absoluta clevada @ alguma poténcia p. Determinar p a partir dos seguintes dados para o CO, a 1 atme com: pare o resultado obtido graficamente com o obtido por métodos analfticos. T(K) 288 | 293 | 303 313 | 372 455 u (ep) 0,01457 | 0,01480 | 0,0153 0,0137 | 0,0186 0,0222 T@K) sis | 763, | 988 13 | 1328 | a (cp) 00268 | 90,0330 | 0.0380 | 90,0436 | 90,0479 | 1.13.0 coeficiente de pelicula (h) para transmissio de calor por convecgii € relacionado com a 4 velocidade de escoamente do fluido (V) pela equagio h =a ¥>, Detemnine as constantes ae ba partir dos seguintes dados experimentais: ¥ ft/seg) ft 3 | 5s | 7 | 9 12 4 (Btu/h. fP.°F) | 150 370 | 565 | 730 | 920 1160 1.14. Durante uma filtragao a pressio constante, o volume de filtragdo recolhido variou com 0 tempo de filtragdo segundo uma equagéo do tipo V=K.e onde: @ = tempo (minutos) V = volume de filtrado (litros) K = constante empirica, Determine K por diferenciacZo grifica, a partir dos seguintes dados experimentais: ein | o | 2 [5s] s | 2 | 1s | 2 ve | 0 | wo | ass | 20s saz | 380 | 440 | 490 | 310 115.Com 0 auxitio da expressio deduzida a partir da 19 lei da termodinémica: 2f Vid dP = dWye + (Bleo)dX + V dV ge + = 8c (v= volume especffico, P = pressio total, Wye = trabalho tomecido 20 volume de contro- lc, X = altura no ponto considerado, V = velocidade de escoamento, {= fator de fricgdo da equagdo de Fanning, gc = fator de consisténcia), Explique o que acontece quando: a) um Liquide que circuls. por uma tubulago horizontal passa por um esireitamento bmasco (orificio ou vilvula parciaimente aberta), esclarecendo o que ocoze quando 0 ¢s- rr OPERACOES UNITARIAS W teeitamento se toma progressivamente mais importante ¢ justificando todas as hipéteses formuladas; 'b} um gis perfeito circula por uma tubulagSo horizontal com velocidade de massa constante G. Sendo L 0 trecho de tubulag3a por onde o pis escoa com queda de presséo moderada, calcular a perda de pressio nese trecho, justificando as hipoteses adotadas para 198 edlculos. 1.16, Agua a 400C esti escoando através de um tubo longo de 4” de diame tro nominal, Schedu- le 40, a uma vazdo de 50 g/t Calcule: a) a velocidade da dgua no centro do tubo; b) a perda de carga por 100 m de tubo; c) a leitura num mandmetroem U, contendo tetraclo- reto de carbono como Ifquido manométrico e cujas ramos esto ligados a tomadas de pres- so nos flanges de um orificio de 5 cm de diimetro; d) a perda de carga no ponto onde © tubo se une a um outro de 6”; €) o didmetro econémico do tuba, 1.17.Na fig. [-2 acha-se representado um tanque elevada, do qual sai uma tubulagdo de ago-car- bono Schedule 80 com os diémetros nominais indicados. Pelo sistema circula xilol a 60°C, Apress no tanque é l atm, Qual deverd sera altura X do xilol no tanque para que a vazdo através da tubulagio scja de 500 2/min? Se um trecho adicional de tubo com 30 m de eXtensdo for acrescentado, qual serd a nova vazdo? Fig, 1.2 — Esquema da instalagio do problema 1.17. 1.18.Projete um orificio com tomadas de pressio nos flanges, para medir a vazio de CHg a $ tm © 30°C num tubo de 6”, Schedule 80. Sio dados: 1. Varao aproximada do gis: 0,870 m/s nas condigdes de escoamento. 2. O manémetro dispontvel é do tipo U, com 30 em de comprimento. 3. O fluido menométrice a ser utilizado é uma gasolina colorida, com densidade 0,875 giml. 12 ‘CAPITULO 1 1.19. Dois mil quilos de dcido residual de um processo de nitragdo encerrando 36% de HNOs, 21% de HySO4 e 37% de HO 2 400C slo fortificados com 120 kg de Acido sulfiirico a 92% em peso ¢ 85 kg de dcide nitrice de 60% em peso, ambos a 180C_ Calcule a tempera- tura maxima que a mistura poderd atingir o calor a ser removido para resfriar a mistura até 109C, Utilize a fig. 3 obtida com os dados adaptados de McKinley © Brown(3). 8 ~40 g a 3 i 46 em peso de dito foto! CHAD, + H,SO) * Fig. 3 — Diagrama entalpia-concentracao para o problema 1.19. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS @ “Manual de Operages Unitérias"", Cenpro Ltda. — Editores, Sao Paulo, (2) Gomide, R.: “Estequiome ria Industrial”, 23 edigdo, ed. do autor, So Paulo, 1979. (3) McKinley e Brown: Chem. Met. Eng., 49(1942). Propriedades dos solidos particulados Q conhecimento das propricdades dos s6lidos particulados ¢ fundamental para o estudo de muitas operacdes unitdrias como a fragmentacdo, 0 peneira- mento, a fluidizago, a mistura, o armazenamento, as separacdes mecanicas, 0 escoamento de fluidos através de leitos granulares ¢ a adsorgao, ‘De um modo geral as propriedades so de duas categorias: as que 36 depen- dem da natureza das particulas e as que se associam com todo o sistema. Do primeiro tipo so a forma, a dureza, a densidade, o calor especifico e a condu- tividade das partfculas. As da segunda categoria s4o a densidade aparente, a Grea espectfica, as condutividades, a permeabilidade e 0 dngulo de repouso na- tural, Neste segundo caso a propriedade p2ssa a ser uma caracterfstica do con- junto (ou da amostra) ¢ no mais do slido em si, © que se tem verificado é que as propriedades da segunda categoria, ou seja, as propriedades do leito poroso constituido das particulas sélidas separadas umas das outras na amostra, dependem principalmente da porosidade do leito, que por sua vez estd associada com a distribuigdo granulométrica das particu- las, além de outros fatores. CARACTERIZACAO GRANULOMETRICA Tanto a especificagao da finura desejada, como o célculo da energia necessé- ria para realizar uma operagdo de fragmentacdo requerem a definicSo prévia do que se entende por tamanito das particulas do material. A determinagao de ou- 14 CAPITULO 2 tras caracterfsticas do produto mofdo também exige o conhecimento prévio da granulometria e geometria das partfculas que o constituem. O assunto interessa igualmente a outras operacées unitirias, como a mistura, as separagdes inerciais e a adsorgao, além de ser importante em processos como a catélise heterogénea. Muitas vezes as propriedades sofrem a influéneia marcante do grau de sub-divi- so. A toxidés de certas pociras depende da distribuigdo granulométrica, além da composigo quiimical: ). Distinguem-se pelo tamanho cinco tipos de sélidos particulados. Apesar de nao ser muito nftida, esta classificagdo 6 util por ser descritiva: — pés, com particulas de 1 4 até 0,5 mm — s6lidos granulares, cujas particulas tm 0,5 a 10mm, — blocos pequenos: 1 a 5 em — blocos médios: 5a 15 cm — blocos grandes: maiores do que 15 cm Consideraremos inicialmente os materiais com particulas de mesmo tama- nho, para depois tratarmos do caso geral de amostras com particulas de tama- nhos variados. MATERIAIS COM PARTICULAS UNIFORMES Quando as partfeulas do material sfo todas iguais, o problema da determina- gfo de seu mimero, volume e superficie externa é bastante simples. Considere- mos uma particula isolada, Seu tamanho poderd ser definido pela dimensio li- near de maior importincia, como o diametro, no caso de particula esférica, ou © comprimento da aresta, se ela for cttbica, No caso de particulas de outras for- mas geométricas ou irregulares, uma dimensio deverd ser arbitrariamente esco- thida, Geralmente a dimenso imediatamente abaixo da maior é a preferida, porque é a que mais se aproxima do tamanho obtido experimentalmente.* tamanho da partfcula pode ser obtido por diversos meios: diretamente ou com 0 auxilio de um microscépio, por peneiramento, decantacdo, elutriagdo ov centrifugagZo. Tanto a medida direta como a microscépica dispensam explica- gio. Neste iltimo caso 0 método empregado ¢ o de Rosiwal't), que consiste em ir virando a particula sobre uma lamina microseOpica e quadriculada de modo a facilitar a medida. Tira-se a média de cem particulas ¢ depois compara-se com a média de duzentas para verificar se os resultados so concordantes. O peneiramento consiste em fazer passar a particula através de malhas pro- gressivamente menores, até que ela fique retida. O tamanho da particula estard (*)Em algumas aplicag&es utiliza-se 0 didmetro do circulo de mesma drea de secgfo trans- versal que a particula em sua posipio de méxima estabilidade. Qutras medidas serio ‘também apresentadas a0 tratarmos de outras operagiies. a PROPRIEDADES DOS SOLIDOS PARTICULADOS 15 compreendido entre a medida da malha que a reteve ¢ a da imediatamente an- terior. A média aritmética das aberturas destas malhas serviné para caracterizar © tamanho da particula. A decantacdo e a elutriapto so métodos indiretos que se baseiam na medida da velocidade de decantagGo da particula num fluido. Estando relacionada di- retamente com as dimensGes da particula, esta velocidade permitird 0 célculo do tamanho, desde que se conhega a equacao que descreve o fendmeno. No pri- meio caso, 0 material € posto em suspensGo que se deixa em repouso durante um certo tempo, finde o qual o nivel dos s6lidos decantados tera descido de uma distancia que se mede. A velocidade de decantagZo é obtida dividindo a distancia pelo tempo e, a partir do valor achado, calcula-se o tamanho da partt- cula. Na elutriago 0 principio empregado ¢ 0 mesmo, porém a suspensio € mantida em escoamento ascendente através de um tubo. Variando-e a veloci- dade de escoamento, serd facil descobrir o valor necessdrio para evitar a decan- tagdio das partfculas. Esta serd a velocidade de decantagdo do material. Muitas vezes a elutriago € feita com ar, sendo esta técnica particularmente importan- te para a determinagao do tamanho de pociras contaminantes. Um tipo de equi- Pamento utilizado neste caso é 0 analisador Roller{t), A vantagem da elutria- go € que cla permite efetuar a medida instantanea do didmetro. Representado por u a velocidade de decantagao (cm/s) da particula esférica de didmetro D (microns) © densidade p (g/cm?) num fluido de densidade p’ e viscosidade 4 (cP), alei de Stokes serd aplicdvel se a decantagao for realizada em regime vis- coso, podendo-se escrever: £2? 6-0) 18 x 108 Esta expresso permite calcular diretamente o didmetro da particula: paisss+/ e-P Observa-se que 0 didmetro assim calculado ¢ 0 da esfera de mesma densidade-e velocidade de decantago que a particula considerada, pois a lei de Stokes é vé- lida para particulas esféricas, O método de cenznifisgagdo, também indireto, obedece ao mesmo principio dos anteriores, porém a forga gravitacional é substituida por uma forga centri- fuga cujo valor pode ser bastante grande, a conveniéncia do operador. E util Principalmente quando as partfculas sfo muito pequenas, sendo porisso de de- cantacdo natural muito lenta. Seja D o tamanho caracteristico da partieulg, obtido por qualquer destes métodos, Esta dimensio serd o diémetro, mesmo que a particula nfo seja esfé- rica, As earacteristicas importantes de material poderfio ser calculadas em fun- (40 de D como segue: CAPITULO 2 1. Superficie externa da particula (s) s=a DP O valor do pardmetro a depende da forma da partfcula, Para cubos, ¢ igual a 6 e, para esferas, vale =. 2. Volume da particula (v) v=b D? © parametro b também depende da forma, sendo igual a1 para particulas cibi- cas ¢ 1/6 para particulas esféricas. 3, Fator de forma ( ) Arrelagio A=3 seré denominada fator de forma da particula. F igual a 6,0 para cubos e esferas, sendo maior para particulas irregulares, Muitos produtos de operagdes de moa- gem tém } aproximadamente igual a 10,5(*). Para materiais pulverizados va~ ria de-7 a 8 e, para particulas laminares de mica, é igual a 55(**). 4, Mimero de particulas da amostra (N) Sendo M a massa da amestra e p a densidade do sdlido, o ntimero de parti- culas ser: _ ¥olume total da amostra _ M Volume de cada particula = 5D? p 5, Superficie externa (S) 6. Superficie espectfica (*) Valor caleulado com base no inverso do fator de forma definido por Gaudin(2). (#*) Valor baseado no tamanho da maior arestals), PROPRIEDADES DOS SOLIDOS PARTICULADOS. W7 Aplicagao 1 Uma amostra de mica foi observada com uma lente e diversas plaquetas do material fo- yam examinadas e medidas, verificando-se que elas eram praticamente do mesmo tamanho. Suas dimensdes médias resultaram as seguintes: expessura 0,5 mm, largura 8 mm, compri- mento 14 mm, Calcular o fator de forma das particulas. Solugio Admitinds que as particulas sejam paralelepipedos retiingulos ¢ lembrando que neste caso D = 8 mm, resulta: SS HOS xB +14 x8+0,5 414) = 246 20,87 2. a= 3,84 v= 0,5 x8 x14=56=b.87 b= 0,109 Portanto 3,84 A= —— #353 0,109 MATERIAIS HETEROGENEOS Neste caso o material teré que ser separado em fragdes com partieulas uni formes por qualquer dos métodos de decantagao, elutriagde ou centrifugagio anteriormente descritos. O meio mais pritico, no entanto, consiste em passar © material através de uma série de peneiras com malhas progressivamente meno- res, cada uma das quais retém uma parte da amostra. Esta operag4o, conhecida como andlise granulométrica, ¢ aplicdvel a particulas de didmetros compreendi- dos entre 7 om ¢ 40 x. Abaixo deste valor deve-se recorrer a um dos métodos descritos anteriormente(*). * Todavia, abaixo de 80 1: o peneiramento jé ¢ insatisfatério. O material retido em cada peneira ¢ pesado separadamente, sendo a sua quantidade relacionada com a abertura da malha que o reteve. A anélise granulométrica é realizada com peneiras padzonizadas quanto & abertura das malhas e espessura dos fios de que so feitas, Ha diversas séries de peneiras, sendo mais importantes as do British Standard (BS), do Institute of Mining and Metallurgy (IMM), do National Bureau of Standards ¢ a série Ty- ler, que ¢ a mais comumente utilizada no Brasil. Consta de catorze peneiras ¢ tem como base uma peneira de 200 malhas por polegada (200 mesh), feita com fios de 0,053 mm de espessura, o que dd uma abertura livre de 0,074 mm. As demais peneiras da série e que so colocadas acima desta durante o ensaio, apre- sentam 150, 100, 65, 48, 35, 28, 20, 14, 10, 8, 6, 4. 3 mesh respectivamente. ‘Quando se passa de uma peneira para a imediatamente superior (por exemplo da de 200 para a de 150 mesh, ou da de 8 para a de 6 mesh) a rea da abertu- ra € multiplicada por dois e, portanto, o lado da malha é multiplicado por (4) Verpor exemple Brown e associados p, 924), 18 CAPITULO 2 V2. Quando se deseja a separacZo da amostra em fragées de tamanhos mais préximos do que os consecutivos da série normal, utilizam-se penciras interme- didrias cujas aberturas guardam uma relagio de 1: 4/2 com as adjacentes da série normal. As caracteristicas das diversas peneiras da série normal Tyler acham-se na tabela ILI. A série completa € as séries BS, IMM e da ASTM en- contram-se no apéndice Aq]. O ensaio consiste em colocar a amostra sobre a peneira mais grossa utiliza- da no ensaio (poderd ser a peneira 3 da Tyler nommal ou qualquer outra) e agi- tar em ensaio padronizado 0 conjunto de peneiras colocadas umas sobre as ou- tras na ordem decrescente da abertura das malhas. Abaixo da tltima peneira hd ‘uma panela que recolhe a fracdo contendo as particulas mais finas do material ¢ que conseguem passar através de todas as peneiras da série. A fim de padronizar ‘© ensaio, 0 conjunto poderd ser agitado ou vibrado mecanicamente. Um dos dispositivos que se costuma empregar, conhecido como Ro-Tap, obriga o con- junto de peneiras a descrever uma trajet6ria elitica sobre o plano horizontal. Ao final de cada volta, o conjunto recebe um golpe seco. Empregam-se também agitadores nos quais 0 conjunto fica sobre molas ou pendurado, O ensaio dura de 15 a 20 minutos. Algumas vezes a-operagdo é realizada com a amostra em suspensio num Iiquido para facilitar a separagao das particulas, Tabela IT-} x ons Z PENEIRAS DA SERIE TYLER PADRAO ~~ Ae! tna Diametro do fio (mm) 2 Abertura livre PROPRIEDADES DOS SOLIDOS PARTICULADOS 19 ‘Terminado 0 ensaio, as quantidades retidas nas diversas peneiras e na panela so determinadas por pesagem ¢ as diversas fragBes retidas podem ser calculadas dividindo as diversas massas retidas pela massa total da amostra. Se numerar- mos em seqiléneia as peneiras utilizadas, comegando pela de cima, ¢ represen- tarmos por mj a massa retida sobre a peneira ie M a massa total da amostra, a fragdo retida nesta peneira serd (fig. II-1): ° Esta fragiio poderd ser caracterizada indiferentemente de dois modos: 19) Como a fragto que passou pela peneira i—1 ¢ ficou retida na peneira i. Se estas foram as peneiras 14 e 20 respectivamente, serd a fragdo 14/20 ow -14 +20. Fig. 11.1 = Fragées recolhidas nas peneiras. 20 CAPITULO 2 29) Como a frado representada pelas particulas de diametro Dj igual a média aritmética das aberturas das malhas das peneiras / ¢ i-1. No caso que esta- mos exemplificando, serd a fragdio com partfoulas de tamanho — _ 0,833 + 1,168 D = 1,000 mm 2 Apresentacdo das resultados Os resultados de uma andlise granulométrica poderSo ser apresentados sob a forma de tabelas ou grificos. A tabela II-2 é a andlise granulométrica diferen- cial (AGD) do material. As diversas fragées retidas (Ay,) ¢ os didmetros das particulas (D;) figuram ao lado dos nimeros das peneiras(i—I e /) entre as quais acham-se retidas as fragdes correspondentes. Convém lembrar que Dj é adotado igual 4 média aritmética das aberturas das malhas das peneiras i e i—1. Na reali- dade as dimens6es das particulas de cada fragao recolhida variam desde Dj; até Dj, que sio as aberturas das peneiras entre as quais ficaram retidas, porém a aproximagao feita nao acarreta erros importantes, a nao ser quando se trata da fraction retida na panela. O recurso neste caso é extrapolar os dados conforme serd discutido adiante. Tabela If-2 ANALISE GRANULOMETRICA DIFERENCIAL Aberturas Dj (mm) Fragto Dj mm) ied fi dvi 4,699 3,327 2,362 1,651 1,168 0,833 0,589 0417 4/6 2,844 6/8 2,006" 3/10 J410 10/4 1,000 14/20 0,711 20/28 0,503 28/35 0,356 35/48 0,0251 0,1250 0,3207 0,2570 0,1590 0,0538 0,0210 0,0102 - oe 0,252 48/65 0,0077 é 0,178 65/100 0,058 ” 0,147 0,126 100/150 0,0041 be ee 0,089 150/200 0,0031 | = <0074 . —200 0,0072 <0,074 PROPRIEDADES DOS SOLIDOS PARTICULADOS: 21 Tabela If-3 ANALISES GRANULOMETRICAS ACUMULADAS. Fragdo Fragdo acumulada acumulada Malhas retida - defines a-.7& a-— —% mesmo material. HA dois tipos de andlise acumuladas: a primeira apresenta, em fungdo de cada Dj (abertura da peneira J), a fragtio acumulada retida nessa peneira ou frago acumulada de grossos (yj) que se calcula somando a frago retida na peneira # as fragSes retidas em todas as peneiras anteriores: = Agi thy. t... 4d O valor g; representa, assim, a frago da massa total da amostra que no conse- gue passar através da peneira i, Se a peneirai for a 20, serd a fragdo + 20. Eevi- dente que, para a mistura toda, yy é igual a um. O segundo tipo de andlise gra- sulométrica acumulada € 0 que relaciona D; com a fragdo acumulada que passa pels pencira i, ow seja, 1 - yj. O valor 1 - yj representa a fragdo da massa total 2 mostra ensaiada que consegue passar pela peneira i, ou seja, a fragio da massa total que é formada de particulas mais finas do que D;. No caso da penei- sz 20, serd 2 fragdo — 20. O primeiro tipo de anélise que acabamos de descre- wer € 2 euilise granulométrica acumulada de grossos ou retidos (AGAR). O se- gundo ¢ 2 anilise granulométrica acumulada de finos (AGAF). 22 CAPITULO 2 Ao utilizar a andlise granulométrica diferencial deve-se supor que todas as particulas de uma dada frag&o apresentam o mesmo tamanho, que é a média aritmética das aberturas das malhas das duas peneiras entre as quais a frago fi- cou retida. J4 o uso das andlises acunmuladas nifo requer esta hipétese. A relagdo entre y e D é vista como uma fungao continua passivel de tratamento mate- mético, Por esse motivo, a utilizag#o das andlises acumuladas conduz, em prin- cipio, a resultados mais exatos do que os obtidos a partir da andlise diferencial. Sob a forma gréfica, estes mesmos resultados so apresentados nas figuras 11-2, 11-3 ¢ IF-4, que representam respectivamente a anélise diferencial, a andl se acumulada de retidos ¢ a andlise acurnulada de finos, Na figura II-2 a curva continua foi tragada pelos pontos médios dos patamares e substitui a fungfo em degrau obtida diretamente da andlise granulométrica diferencial (tabela IL-2). Essa curva representa a relago entre Agi ¢ Dj. A figura II-3 representa a anélise granulométrica acumulada de retidos (yj ¥s.D;) sob a forma de uma cur- va continua. A figura II-4 apresenta a andlise acumulada de finos. : Fig. 3 Fig. 4 Andlise Granulométriea ‘Anilise Granulométrica _—_Anilise Granulométrica Diferencial. Acumulada de Retidos. Acumulada de Finos. ‘A curva da figura II-2 dé uma idéia da distribuigaio de tamanho das particu- las na amostra. Indica, entre outras caracterfsticas do material, o intervalo de variagfo dos didmetros, bem como as dimensbes predominantes na amostra. Um pico acentuado na curva caracteriza a predomindncia de determinado ta- manho de partioula. A existéncia de dois picos numa curva (Fig. I-5) revela que a amostra é mistura de dois materiais de origens diferentes. A curva éna yealidade, a soma de duas curvas que representam as andlises diferenciais dos dois materiais existentes na mistura. ——__ = PROPRIEDADES DOS SOLIDOS PARTICULADOS 23 HS Misra de dois materiais, 5 A forma das curvas 11-3 e II-4 também dd uma indicagdo da distribuigto das particulas na amostra, Para maior clareza, so apresentadas ne fig. 11-6 as carac- teristicas mais importantes associadas com trés curvas de aspectos diferentes. Contudo, ¢ sempre mais diffcil visualizar a distribuigdo dos didmetros com au- xilio das andlises acumuladgs do que com as andlises diferenciais. 2 10) 1a) ? ¢ ¢ ae ae 7 Frecomino ce portéuns gronaes ‘e portiutes pequanee Distibigio uniforme a particu se mronts (acres ce Gus Q)) na anstra (aenares 0 que Q.} los no arosira Fig. 17.6 ~ Caracteristicas da amostra reveladas # pela forma da andlise granulométrica de retidos. Uma curse de distribuipdo pode ser obtida por diferenciagio gréfica da cur- we nepeesentativa da andlise acumulada de retidos. E bastante construir a curva cs coeficsentes angulares das tangentes em cada ponto da curva da fig. II-3, em

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