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a Moderna Unico Fisica Moderna Autor: Havcle Alberta de Feria Pires. Diretor executive: iclau arbex Sarkis. cere etara 3030 carlos Puts coordonaciio de odiedo técnica: Parla L dos santas. Ribeiro, dipdo técnica: srune tartagalla Fansoes, cnoedenacio de produzo exitorat Wa Scherrer dos Santos ‘nalata de produce edtoriat claus’s rerene Forrandes coordonaciie de edicdo: wich siva da Hata @ Vian Mascak Jorge. dig de: Equipos de edo da EitoraPaiodro, coordena¢iio de revsse: Marian Castel gueia2, RevistoEquipe de revisio 39 Etre Pol ear coordenagta de arte:antona Dominguese Kleber S Forte, iagramariec Equipe de arte da Ectora Paliedro. llustragdes:Equipes de lustracio ede arte da EltorsPliero, coordenagiiade icenciamanta Ana Rute A H. Perugin LUcenciamenta: Equipe de fcerciamento ds Editors Paledro, Projeto gréfic: Alexandre Moreira Lemese Kleber § Portela projeto aréfice da capa:sruno Torres. Ceordenader de PP anderson Fivio corrals mpressi0. acabamente:nyugraféctora critica Ltda, Crésites capae rontispleioascelyshutterstock 5 FDMIET «National + SturmAllik ed scontracepa Einsiee/Shutterstock -AcsStoraPaladro pesauisau junta be fontes apropriadas a exotinela de eventual ‘etentares dos dei de todos os testDs @ de todas as obras de artxsplasticas Fresentes nests obra, senda que sobre siguns renhuime reterenea fo eneortrass Fm caso oe omissia incluntara, de qu squer crétos faltantes, estes serso Deludos nas futures edigges, estado, singe, reservados os Sreitos reteridos os ats 280 2900 16 96100. SISTEMA. O€ ENSINO POLIEDRO So José dos Campos -SP ism 973-65-7901-1405, “eleton[12) 3824616 ecitorags:stemspoleara.com or wus stomspolodra cam. xpyright 2015 ‘Todos 0 distos de exisa reservados & Editar Pais consideragies iniciais.. Revisando. Exercicios propostos. Textos complementares-n..- Exercicios complementares. Otomo e o espectro de raias.. Revisando. fxercicios propostas. Texto complementar. Exercicios complementares.. introduc. Revisando 3s propostos. Texto complement] iennn xercicios complermantares.. Exercici Teoria particule-onda de De Broglie. © principia da incerteza de Heisenberg. Revisando. Ss propostos. Textos complementares-n..- Exercicios complementares. exerci Introducto. Revisando. Exercicios propostos. Texto complementar ensennn Exercicios complementares. as 1a 16 19 23 2s 26 29 30 34 39 40 a 46 si se ss 33 34 58 se 70 n 74 76 STUBS} O1eN jie Principios basicos da Fisica quantica © CCD, sigla inglesa para Charge-Coupled Devi acoplada, matriz fok século XIX pe of peidacalt eine Hertz, 0 efeito foi peal em fotografia di fotoelétrico. De: foi explicado 0 Mox Planck a respeito do corpo negro Consideragoes iniciais Ao inieiarmos nosso estuxloa respeito dos tipicos de Fsiea moderna, como a Fisica quantica, é importante que tenhamos a mente bastante aberta para que os conceitos tio artaigados da Fisioa clissiea nao nos atrapalhem a comproonsto dos novos ‘onceitos que serio apresentados. A Fisica quintica permite a explieagio de muitos fendme- rs, como 0 comportamento do ftomo, de uma forma bastante recisa, Comecemos entio 0 nosso estudo, Introdugio No final do século XIX, « humanidade haviachegado a um nivel de desenvolvimento cientfico espantaso porque vi iamosa Segunda Revolugto Industrial, sustentada pelos mo- tors eeticos. Navios @ vapor de grande pore atravessavamm ‘mundo, as pessoas eram transportadas por tens a vapor. ‘No cntanto, esse desenvolvimento cientifio js exist, sen- so que na Fisica, a mevanica nevtoniana, desenvolvida inci mente por Gallen e Newton nos séculos XVITe XVI, havia Sido bastante aperfeigoada nos séculos subsequenies © con- seguia determiner com precsio o comportamento de corpos teleses, A teariaelaromagnstica de Maxwell doserovia com menos ekiticos e magnéticos, mostrando que dlareza os fend luz & uma onda eletromagnética que se propaga pelo espago. © Lorde Kelvin, um fisico respeitado pelas suas grandes cbservagdes sobre a Fisica, sugeriu que a mesma havi atingido seu limite. Porém, como ele mesmo observou, ainda existiam bis fendmenos que ainda nao estavam resolvidos: +o experimento de Michelson e Morley, que indicava no haver movimento relativo da Terra em relagdo ao eter; + oestudo da distribuigao de energia da luz emitida por um ‘corpo negro, Os resultados do experimento de Michelson e Morley con- ‘ribuiram para a accitagio da Teoria da Relatividade Restita, ‘de Einstein, como seri estudado no capitulo 5 desse Livro, estudio sobre a distribuicao de energia da luz emitida por um corpo negro constituiu a base para a formulagio da meci- riea quintiea e & um dos objetivos deste capitulo. 0 corpo negro Para entendermoso problema enfrentado pela comunidade cientifia do final do século XIX, em elaydo dstribuigho de energia da lz emitida por um corpo negro, previsamos primei- mamente entender o que & um compo negro (Observe a figura 1,na qual se v6 um compo snd stingido por radio Fo. 1 Aisorgfio 8 reamisdo de enorga da radial. Capitulo 1 Ao ser atingido pela radiagdo, obscrva-se que 0 compo ab- sorve uma parte dela ¢ reemite outra. Em 1859, 0 fisico alemiio Gustav Robert Kirchhoff (1824-1887), estudando as relagées antre as energias emitidas ¢ absorvidas pelos compos, definiu duas leis de radiagio que tinham como resultado principal 0 fato de a fequéncia cmitida pelos corpos, quando aquecidos, ser fungio (nica da temperatura absoluta e, como segundo re- sultado, 0 eoneeito de corpo negro Ocorpo negro é uma abstragio de uma estrutura que tema ‘capacidade de absorver toda a enengia nele incidente, indepen dentemente da frequéncia da radiagao incidente, © emitir toda a radiagdo gerada por cle proprio, Sendo assim, 0 corpo negro rio & necessariamente negro. Para obtermos um corpo negro, podemos pensar em uma ‘ayidade com um pequeno furo de forma que a radiagio nele incidente fique “aprisionada” no interior da cavidade, confor ime se observa na figura a seguir Fig 2 Esquema de umcorpo negro. Para explicar « radiaglo do como negro, pensava-se que a agitasio téimica provocava oscilagSes nos tomes constituintes cdo material, que por sua vez geravam ondas eletromagnéticas. Isso se deve ao fato de a teoria eletromagnética de Maxwell afir mar que cargas clétricas accleradas emitiam radiaga0, No caso do corpo negro, 0 interior da cavidade tende a en ‘rar em equilfbrio com as radiagdes emitidas ¢ absorvidas pelos diversos dtomos oscilando. Através do furo, pode-se medir um pouco da radiag20 emitida pelo interior da cavidacle, Esse cor po negro ¢ denominado irradiador de cavidade. ‘Tomando-se blocos de diferentes materiais ¢ fazendo- neles pequenos orificios, foi observado por dois fisicos aust cos, Josef Stefan (1835-1893) ¢ Ludwig Boltzmann (1844-1906), ‘que a intensidade total de energia emitida pelo orificio, expres sa em poténcia por unidade de érea (4) é diretamente pro- we porcional quarta poténcia da temperatura absoluta, tal que: Revs oT (Wim) (1) Na equagio (1), Rey & denominada radiincia do cor Po negro, & & a constante de Stefan-Boltzmann e vale w 5.67.10 eT 6 a temperatura absoluta do material mK ‘Observa.se que a radiagdo oriunda do interior da cavidade (cor- po negro) independe do material do qual ¢ feito 0 corpo. Para a parte externa do bloco, a radidncia da superficie (R,) depende do material, sendo caracterizada pela sua emissividade (2), tal que ReeoT=eRy Q) Na tabela 1, pode-se observar a emissividade de alguns ‘compos & temperatura de 300 K, Wien afirmava ainda que a forma da curva era sempre a mesma, independentemente do material que constituia a cavi- dade Fle também chegou a uma expresso matemética para a distribuigdo espectral de energia, sua expressio era’ Tab 1 Valores de erissvidade para dversos compos O problema a ser resolvido cra a explicagio da curva de distribuiglio de enengia emitida pelo corpo negro a uma dada temperatura em fango do comprimento de onda 2. Essa curva pode ser vista na figura a seguir, na qual é mostrada a radidncia spectral do tungsténio em fungi do eomprimento de onda, para a temperatura de 2.000 K. 50 40 & 5 \sade yz ‘000 Ba) g a, rcs #” 2000 « ol 0 49 ~20~«80~«OSC*O ‘Comprimenta de ord (um) Fig 5 Radel eapectal A, do Lingstania a 2000 K Nenhum cientista conseguia uma teoria que explicasse adoquadamente esse comportamento. Em 1894, o alemio Wilhelm Wien (1864-1928) fez uma demonstragio teérica na qual afirmaya que o comprimento de fonda em que se tinha o pico de radiancia espectral era funsio {iniea da temperatura absoluta T, tal que: ‘Auminepoko 005 R-24+ w = ‘Auminioonidado 0.10 ee Cobre pokde , pol O08 Nessa expressio, R, é 0 valor da radifncia espectral, Aé 0 Cebr0 oxidado 080 comprimento de onda eT & a temperatura absoluta em kelvins. Grate 070 ‘As constantes ¢ ¢ eso determinadas experimentalmente ‘Aortic plana branca 087 ‘aguelas que se ajustam melhor curve, A expressito de Wien se ajustava a curva experimental somente em altasfrequéncias, ou video 0.90 20.95 xquenos comprimentos de onda, Lacsho vermano 0.98 Peat ™ Conereto 0.98 Suportci plana prota 094 Fuigem 098 Corpo negro 10 Fg. 4 Wiholm Wren (1864-1928), fsico alamo, Prémio Nobel de Fi- sea em 1917 por suas descobertas ralacionadas 2s lois que govarnam a ‘adiagao do calor Appartir das teorias cldssicas do eletromagnetismo e da ter= modinamica, chegouse a outra expressio para a distribuigao de energia, conhecida como Lei de Rayleigh-Jeans an » Na equagao (5), k é a constants de Boltzmann que vale R kT (5) 128 0, conned onde empoane absoluta ‘A-cquagao anterior adequa-se muito bem para baixas fre= ‘quéncias (clevados comprimentos de onda), mas apresenta um grave problems quando 2 teade a valores pequenos (faixa do “ultavioleta) pois como se observa na equagio (5) Ry tende a infinito, nesse caso. E como se em um ambiente fechado, no ‘qual hd uma janela por onde entra radiagfo ultravioleta, aener- gia tendesse a um valor infnio, torando tudo 0 que ha dentro {do ambiente. No enlanto, essa conclusio niio condiz com a ex- perigneia, Ess coniradig20 fieau conheeida como eatésiroe do ‘ultraviolet; um problema que parecia nio ter solugéo. ‘Dessa forma, a solugdo dads por Max Planck, em 1900, iria ‘ocasionar uma verdadeira revolugha na Fisica a Fisica Moderna Alvi de Planck da radiagGo Fig, 5 Max Karl Ernst Ludwig Planck, fisico alordo, (1858-1817), ga- rhador do Pramio Nobel de Fisica, ‘em 1918, pelo descobrimenta do quantumée enecaia, Em 1889, Planck tornou-se professor de Fisica da Univer- sidade de Berlim, Foi nessa acasitio que ele se dedicou ao es~ ‘do do problema do corpo negro, problema este inicialmente levantado por seu antigo professor Kirchhoff, que havia mor- ido recentemente e cujo cargo era agora ocupada por Planck. A explicagdo teérica da radiago de cavidades foi um dos trios pmblemas da Fisica, sem solugio, no final do séeulo XIX. Inicialmente, partiu-se para equagdes empiricas, que pro= porcionavam alguma semelhanga entre dados experimentais € wéricos, como a Lei de Wien, Porém, Max Planck introduziu ‘uma modificapao nessa equagdo de maneira que os valores ted Ficos se ajustassem precisamente aos valores experimentais, rsultando na chamada Lei de Plank a aT o ‘nde ¢, ¢c2si0 constantes a serem determinadas, A o.compri« mento de onda e Ta temperatura absoluta do material Para explicar a equa, Planck adotou um modelo no qual «5 dtomos no interior da cavidade se comportassem como osci- Indore eletromagnsticos, ou seja, que fossem geradores de ond dletromagnética, cada qual com uma frequéncia earacteristica EEsses osciladores podem emir ¢ absorver energia da eavidade. Assim, a caracterstica da radiago de eavidade pode ser determi- nada através das propriedades dos osciladares em equilibrio com essa radiagio, Para tal, Planck teve de fazer duas hipStesesa espeito des- ses osciladores atémicos. Essa hipdteses, adicais para a épo~ ea, constituem as primera hipoteses da Fisiea guiintiea, 1. Umoscilador nao pode ter uma eneepia qualquer, mas ape~ nas uma que satisfaga a equaséo: E-ohf 9) ‘onde n é um nimero inteiro, hoje conhecide come niime- +0 quintico principal, h & 9 constante de Planck, que vale 663-10" Jos. f 6 a froquéncia de oscilagha. Cada valor den define um estado chamado estacionatio, Essa hipotese nos diz que a enengia ndo & algo cominuo, ela & disereta ‘quantizada, Ainéa nos diz que quanto maior a frequéncia de ascilugdo, maior « energia I Ososciladores nao irradiam enersia de forma continua, mas em pulsos, os chamados quanta, Tal emissao de eneria se Capitulo 1 «i quando o oscilador pasa de um dos seus estados esta- cionairios para outro, ou seja, quando hi variagho den, ou de acordo coma equarao (7): AE=An‘h-f (8) Pela equardo (8), verifica-se que a enemgia emitida & quan- lizada (disereta), essa forma, se ndo ha variago do nimero quintico n, 0 cxcilador nfo emite nem absorve energia, Observe que essas hipdieses sfio um tanto dliffeeis de se seeitar quando se pensa no mundo macroscépico. Analisando 8 equagies (7) ¢ (8), observa-se que nos casos de altos valores de energia, como &0 easo do mundo macrosedpieo, os niimeras. quinticos sho altissimos, pois a constante de Planck tem valor muito pequeno, Assim, pequenas variaydes de niimero quantico cauusam baisissimas variagdes de enengi, pareeendo-nos que a cnergia ¢ perfeitamente continua, Observe 0 exervicio a seguir. Li! GDB Gin sistoma massa-mota, com massa m= 200g ¢ cons- tant de mola k= | Nim, oscila com a amplitude de S mm 2) Sopond sua energia quantizada como na equa (7), d termine o seu mimero quanti n b) Seo numero quantico variar de uma unidade, qual seria a ‘ariagao ca enema eorrespondent? Resolusio: Para o sistema dado, a frequéncia de aseilagao é dada por: A-energia do sistema & dada pela expressii: 25.08 fae ati (sy Assim, pla eqaao (7) temas, 125.107 2.10" 6,638.10 .0,36 1) Se ha variagao de wma vnidade no nimero quamico, entao An = 1, assim, pelas equagdes (7) ¢ (8), temos: AE _Anhf 1 2.10% E ahf a a Assim, como dito anteriormente, se no mundo macroscipi- ‘co temos altissimos nimeros quanticas, a quantizagio de energia no ¢ observada, ou seja, nao se observa que a materia € formada de dtomos ¢ elétrons no mundo macroscépico. A partir de suas hipoteses, Planck deduziu a sua lei da ra- diagiio de modo teérico, resolvendo um dos grandes problemas ch Fisica do final do século XIX, tornando possivel deduzir os valores das constantes ¢, ¢ ¢,tal que: noe K onde ¢ € a velocidade da luz, h a constante de Planck ¢ k é fa constante de Boltzmann que vale 1,38: 107 WK (nto con- fundir com a constante de Stefan-Boltzmann). De posse dos valores de ¢ ¢ € jf eonhecidas, foi possivel calcular he k. A teoria de Planck foi apresentada em 1900, a Sociedade Alema de Fisica, em Berlim, rendendo-lhe o Prémio Nobel em 1918. No gritico a seguir, observa-se os pontos experimentais di radiaeao espectral do corpo negro. Sobrepostas a cles, as curvas todricas obtidas pelas fommulagdes de Wien, RayleighJeans © Planck. Pode-se notar a eoineidéncia precisa da formulagiia de Planck e os pontas experimentais. UA, Ty Lol do Planck Let de Rayieigh-Jeans Fig 6 Sobraposiedo das curvas biidas polas trmudagaes do Planck, Won @ Rayeigheans eos dados experinenais. sas ideias foram utlizadas por Einstein para explicar um fendmeno imporiante que & 0 efeito foroelérieo, estudad no préximo tépico, E importante notar que Planck em todo o seu es tudo continuow tratando a radiagio de eavidede como fendmeno cletromagnético, Finstoin mostrou que 0 efeito fotocétrico seria Jmpossivel de ser explicado pela toria ondulatria da uz (Chsowaco: Posferiormente, mostrou-se que @ expresséo carrera para a equaséo (7) & 1 = (net }n talnit}nt oy Forém, esse diferenga nd oltera qualquer uma des conclusées de Planck O efeito fotoelétrico Fo. 7 Helwich Hetz,tsico alemo, dascabridar do eto focelotico © 0 pimeiro homem a gorare detectar fexperimentaimente ondas eetra- magnéticas Ein 1887, Hertz descobriu que a incidéncia de luz sobre uma superficie metilica lisa provocava a emisso de elétrons. Aesse fendmeno deu-se 0 nome de efit fotveletrice, Apesar de Hertz ter dato a esse fendmeno uma importineia menor, pois cle preocupava a geragao de ondas eletromagnéticas © a com= provagdo experimental da teoria de Maxwell, o efeito fotoelétri- ‘co catisou uma verdadcira revolugdo na Fisica do final do século XIX ¢ inicio do século XX, mudando inclusive o tratamento elassico da teoria eletromagnética, O efeito fowoelétricn pode ser definido como o fato de a radia 40 cletromagnética, na forma de raios X, ultravioleta, ou mesmo 1a faixa da Inz visivel, ao inidir sobre determinadas superft- cies, fazer com que elétrons sejam cjetados destas superticies. [Na figura 8, podemos ver o esquema de uma montagem experimental para se estudar 0 efito fotoelétrico, Janela de quartz a oe Luz Fig, 8 Montagom oxporimontal— ofaite fotoaldirica ‘Aluzincide sobre a placa metélica A ¢ os elétrons sao arran- ceados dometal e atraidos pela taga metélica B devide a uma dife- renga de potencial aplicada entre Ae B assim uma fotocorrente pode ser detectada pelo galvanémetro G. Na figura 9, temos a curva da fotocorrente i em fungi do potencial V aplicado, Para valores de V bastante grandes, (po- tencial positive em B) a folocorrente tende para um valor limite, Nas situagdes a e b, que varia 6a intensidace da luz incidente 0 ‘300 (V) Fig 0 Fatocorrante em fungao da cierenca de potencialV aplcada, (Observamos que, para um valor negative de tensio Vo, fo- ‘tocorrente cessa, Essa tensao ¢ aquela capaz de deter os elétrons is répidos, portanto, pelo Teorema da energia cinética, temos: Fisica Modema Inicialmente, o efeito fotoelétrico no foi visto com sur presa pela comunidade cientfice, que se pensava que a luz, sendo uma onda cletomagnética, transportasse energia pro= porcional a sua intensidade, porém alguns fatos experimentais fizeram com que a teoriacletromagnstica nao explicasse 0 fo- nbmeno, Tais fatos sao LNenhum elétron era emitido se a frequéneia da luz nto fosse maior do que um valor minima fy para um dado mae terial (Fig. 10). Corrente fotovtétrica i Frequéncia 7 Fig, 10 Fotocorrento om fungao da fequdncia, IL. Accnergia cinstica dos elétrons retitados do metal aumen- tava proporcionalmente a0 aumento da frequéncia da onda cletromagnética, confarme pode ser visto na figura 11 Energia es eléirons Frequéncia ¢ Fig 11 Energia cndlca dos eldtons em/unglo ca requanca, IL, Por iltimo, 0 aumento da intensidade da onda eletromag- nética nao alterava a energia cinética dos elétrons retira- dos do metal, somente aumentava o nimero de elétrons retirados por unidade de tempo, 0 que refletia na foto- corrente, ses resultados experimentais fizeram com que a teoria ‘endulatoria clissica fosse incapaz de explicar tais Fendmenos, ois, para ela, a energia da onda eletromagnetica incidente nada ‘epencia da frequéncia. Além do mais, por que a energia dos eétrons reirados do metal néo aumentava com a iniensidade dr lz incidente e sim com a frequéncia? 4 resposta veio com Einstein em 1905, Capitulo 1 Einstein e a teoria do féton Fig 12 Albert Einstein (1879-1955), fico slemao,criacor da Teoria da Folatividado « Prémio Nobel do Fisica em 1921 por seus servigos ‘Fisica te6rica, e, especialmente, polo descobrimenta da Lel do efoto voeletica Einstein explicou 0 efeito fotoelétrico supondo que a In7 fosse consituida de particulas com energia disereta, denomina- dis fbtons. Asua suposigto era que a energia de um fton com ffequéncia f seria h-Fe que essa energia seria transferida para ‘oclétron no momento da colisio, Se essa energia fosse maior gue um valor minimo Fg, denominado funeao de trabalho do material, entdo seria possivel arrancar o elétron do metal ¢ 0 restante da energia incidente seria dado a elena forma de ener gin cinética tal que ay Se escrevermos a energia Ey como sendo ify, ento f, éa ffequéncia minima necessérin para se arrancar 0 elétron, 0 que ‘confere coma figura 10. Dessa forma, a equagao (11) pode ser reserita como, ntenigelma® A equagio (12) nos mostra que a energia cinéticn do clé- ‘ron arrancado do metal varia linearmente com a frequéncia da luz incidente, a partir do valor fy pois L he) (13) Assim, o cocficiente angular da ta da figura 11 deve sera ‘propria constante de Planck. De fato, os resultados experimen- ‘nis comprovaram esa afirmagao, O fato de 0 niimero de elétrons gjetados aumentar com a intensidade da luz incidente leve-nos a erer que a intensidade ‘ovo estar relacionada com o niimero de fétons incidentes que colidem coma superficie por unidade de tempo. sucesso da teoria corpuscular de Einstein foi imenso, mas agora fiea a pergunta: a luz é uma onda ou é consttuida por particulas? A teoria ondulatiria explica a reflendo, a reiagio, a difta- 4, 9 interferéncin e o espalhamento da radiaeo, porém essa tvoria ndo explica 0 efeitofotoeletzico, somente explicado pela ieoria eopuscular, De fato, os dois comportamentos sio verificados na prati= «a, Ofato é que os trabalhos de Planck e Einstein possibilitaram & Niels Bohr uma explicagao melhor do comportamenta dos létrons no tomo. Isso sora melhor visto no proximo capitulo anim BBD A fungi trabatho de um dado metal é 2,5 eV. 8) Verifique se acorre emissdo foroelétrica quando sabre esse metal incide luz de comprimento de onda A= 6,0° 107 m, Aconstante de Planck &h= 4,210" ¢ V-sea velocidade ‘luz no vieuo & ¢= 3,0-108 mis, b) Qual €a frequéncia mais baixa da luz incidente eapaz de sranear elgirons do metal? Resolugao: a) Para que ocarra emissiio, devemos ter he Ie Fy 20 ou, 5 x Seja a energia cinética maxima dada por: E.,7hv- By he _ 4,2.107%. 3.108 10, AS Eto, a SAS 50.107 m Nao ocorrerd emissdo, jd gue a luz incidente tem A= 60+ 107 m b) A frequéncia mais baixa fy corresponte ao va~ br maximo de i, isto é y= 5,010" m, portanto, 30 mis fy = 6,0.10" He. 0 efeito Compton ‘A comprovasdo experimental de que 0s fétons poderiam ser considerades camo um pacote concentrado de energi foi dada por A. H. Compton, em 1923, 0 que Ihe rendeu em 1927 o prémio Nobel. ‘Compion fez incidir sobre um bloco de grafita um feixe monocromitico de raios X, de comprimento 2 bem-definido, medindo, em seguida a intensidade dos raios X espalhados em fiangto do comprimento de onda. A montagem experimental pode ser vista na figura 13. Colimadores| Fig 19 Montagem experimental iustinda o eta Compton. [Na figura 14, pode-se observar os resultados experimentais para diversos fingulos de espalhamento, Fig 12 Dasvie Compton am fungaa da Angulo & Como pode ser visto na figura 14, apesar de 0 aio X inciden- ‘te ser composto de um nico comprimento de onda, os raios X espalhados pela grafita apresentam dois picos de intensidade, um no comprimento de onda incidente e um outm de valor 2, maior ‘que o primeiro, Essa diferenga 2.~7, 6 chamada desvio Compton (A) e depends do dingulo de espalhiamento dos raios X ‘Acexplicagio tebrica dada por Compton foi feta supondo- -se que 0 rio X incidente ndo se comportava como uma onda eletromagnética, mas como um conjunto de fotons de energia href A. Esses ftons eolidiam com os elétrons da grafita, As- sim, na colisio, parte da cnergia era cedida aos elétrons. Era de se esperar, portanto, que os ftons espalhados apresentassem ‘uma energia menor, consequentemente, um comprimento de ‘onda 2 maior. Aplicando-se o principio da conservagaio da enengia na co- liso, temos: P+ (m—m)e (4) Fisica Modema Capitulo 1 Principios basicos da Fis quantica No qual, 0 primeiro termo representa a energia do féton © momento lincar do foton & dado pela expressiio: incidente e o segundo termo representa a energia do féton es- B hf h palhado ¢ 0 tiltimo termo a expressio relativistica da energia = 7 . ‘Acess em: 6 jl 2012. Fisica Modema

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