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A MUSICA BARROCA A palavra barroco vem da lingua portuguesa e significa "pérola imegular’. Foi adotada internacionalmente para caracterizar um estilo sutil, ornamentado € pomposo nas ‘Artes Plisticas, na Arquitetura e na Literatura dos séculos XVI ao XVII. Na époea era um termo pejorativo e tinha a conolagio de grotesco. Os historiadores da Arte, a partir do século XIX, recuperaram-no com um significado mais conceituado. ‘Somente em 1917, Curt Sachs (1881/1959), um musicdlogo. propos a denominacio misica barroca para convencionar toda a miisica que vai do final do século XVI até meados do século XVIII. Neste periodo os proprios compositores a batizavam de "seconda prattica”, "stylus lusurians" ow "stilo moderno" (por causa da homofonia-melOdica, uso de dissondncias para ajudar a expressar um texto, notas curtas € ornamentos), enquanto a misica hoje denominada Renascentista era a "prima prattica", "stylus gravis" ou “stilo antico" (porque usava a polifonia ou a homofonia-coral, a preocupagao era com a forma musical e ndo © texto, notas longas. sonoridade severa ¢ sem omamentagdo). Outros pesquisadores propuseram os termos "periodo do baixo continuo” ou “estilo concertato”, nas estes nomes técnicos abrangem somente algumas técnicas composicionais, entretanto como & um periodo recém-descoberto. abrangendo cerca de cento € cingllenta anos. & possivel que haja uma nova divisio, conforme propée 0 musicdlogo Ernest Ansermet (1883/1969), baseada somente em caracteristicas musicais, facilitando o seu entendimento 1580/1630 - periodo pré-tonal; aparecimento da épera € desenvolvimento dos géneros instrumentais 1630/1680 - primeira explosio da épera; aparecimento das escalas Maiores e menores 1680/1750 - formas ¢ géneros baseados em cadéncias tonais CARACTERISTICAS DA MUSICA BARROCA Os compositores vao abandénando a polifonia e a homofonia-coral € adotam a homofonia-melédica (melodia-e-acompanhamento) com a progressao de acordes tonais IV-V-L (A homofonia & chamada também de polifonia simultinea ou polifonia restrita). ‘Apesar do predominio homofénico, a polifonia era ainda muito utilizada no norte da ‘Alemanha, onde buscava-se uma fusdo com a tendéncia homofénica. A progressio de acordes ¢ incrementada, mais tarde, com 0 acorde de V com sétima e, depois, © V com nona menor. Esta progressio constante de acordes, que sustenta a melodia, chama-se baixo continuo, Como estes acordes ndo eram escritos com todas as notas, 08 compositores inventaram o sistema de baixo cifrada: nimeros ¢ simbolos para resumir e indicar a harmonia que seria realizada pelos intérpretes. Ha uma valorizagdo de ritmos de dangas que sdo utilizados para estruturar as pegas, Desde 0 século XVII 0s valores se fixam, excluindo-se as mais longas. Os nomes das figuras foram adaptados conforme o pais. Em portugués a seqiiéncia fica: semibreve minima, seminima, colcheia, semicolcheia, fusa ¢ semifusa (a palavra colcheia significa "gancho", do francés). Tomam a forma redonda. As figuras com bandeirolas comegaram a ser unidas. A unidade basica se torna a semibreve. Inventam a harra de compasso, as formulas indicagdes de andamentos, 0 arco de ligaduras, as quidlteras, 03 acentos © de compasso. as algumas expressdes de dindmicas Com o.aumento do numero de partes a serem escritas, os copistas criam uma série de simbolos para indicar repetigdes de notas, melodias, acordes e segGes inteiras. Para tragar as linhas do pentagrama, comegaram a usar réguas — um poderoso ¢ avangado instrumento matemtico naquela época - jd que era muito caro comprar os rarissimos papéis pautados impressos. Ha uma profuusio de ornamentos, todos derivados de praticas antigas e populares. No Barroco tinha uma dupla fungo: afirmar a harmonia € dar cor 4 pouca sonoridade dos instrumentos. Na execugio de uma pega, a ornamentago dependia mais do intérprete do que da escritura, Para orientago, os compositores ou os teéricos faziam catdlogos para a execugdo, entretanto, havia muita divergéncia entre uma obra e outra, como também de denominagao, simbolo. pritica, toque ¢ gosto, Na realidade, a execugdio é muito livre © © executante de hoje deve buscar um meio termo entre a liberdade e o espirito da época Os principais ornamentos sao: 7 trinado grupeto mordente apojatura glissando floreio Os compositores ¢ teéricos elaboraram a Teoria dos Afetos, que consiste em associar as tonalidades, os contornos melédicos. os padrdes ritmicos, os timbres ¢ as dindmicas a determinados sentimentos, humores. agdes. idéias, pensamentos, histérias. paisagens etc. Esta teoria é derivada da primitiva nogao de associar misica com elementos naturais. atividades sociais e religido e também esta associada com a preocupacao filosofi ¢ cientifica da época em buscar a sede dos sentimentos € das emogdes. Cada miasico tinha uma tabela para si, para cada ocasiao ou para cada obra. E divergiam muito com a lista dos outros compositores. Com o crescente interesse pela miisica instrumental, os compositores resolveram determind-los de modo claro e objetivo nas partituras, Sé em obras para diletantes havia uma liberdade na instrumentagao. ‘A orquestra comeca a se formar no século XVII. O grupo musical recebeu este nome porque os muisi¢os ocupavam © lugar originalmente que era destinado aos dangarinos nos teatros internos construidos nos palacios da nobreza nos séculos XV e XVI. A palavra orquestra significa /ugar para a danga em grevo 3 Num primeiro momento estas primitivas orquestras, que tocaram as primeiras operas, balés e faziam misicas para pegas teatrais, era um conjunto amorfo constituidos de flautas-doce, oboés, trompetes, trombones. harpas, cravos, alatides. tiorbas, violas medievais, entre outros - um verdadeiro "violdo gigante”, como apelidaram na época. Na realidade era um grupo que se juntava, quando da necessidade da produgio da épera. Quando precisassem de mais sopros ¢ percusso, pediam os musicos emprestados da banda militar de um nobre; quando precisassem de trombones, pediam ao bispo: quando precisassem de mais cordas, chamariam o pessoal do grupo de cmara do principe; um trompetista, chamavam o funcionario que era o vigia da cidade e assim por diante. Com o desenvolvimento do tonalismo, os compositores procuraram um maior equilibrio entre os timbres. Assim comegaram a se utilizar somente da familia dos violinos. dos sopros de madeiras oboé e fagote e da trompa. No comego do século XVIII acrescentaram a flauta transversal. Um ou outro instrumento diferente era utilizado para um efeito cénico (trompetes e percussao para hatalhas) ou para uma personagem: Orfew com alatide, Nero com harpa, entre outros. A orquestra padrdo ficou formada pelas cordas e cravo € © equilibrio era obtido assim: Melodia : primeiro violino = Notas intermediarias da harmonia |cordas (segundo violino ¢ viola) | ‘Notas graves da harmonia cordas graves (violoncelo € contrabaixd) | 0 teclado (cravo) Os instrumentos de metal ainda eram limitados. Sé 0 trombone atingiu a sua forma definitiva ‘A percusstio € drasticamente alijada da musica erudita. Sé os instrumentos chamados "“tureos" (triéngulos, caixa-clara, tambores e pratos) foram usados esporadicamente em 6peras e balés para efeitos cénicos. O timpano também era raramente usado. s instrumentos de teclado, cravo e clavicérdio, se desenvolvem plenamente, tanto na parte mecénica, quanto no seu repertério de concerto e pedagégico. O drgdo torna-se 0 rei dos instrumentos. Os consortes renascentistas continuaram e atingem o dpice no Barroco. O mais conhecido € 0 da flauta doce. Outro grupo valorizado € 0 da viola da gamba. E, mesmo excluidos da orquestra, 0s compositores ainda escreveram intimeras pegas para os seus praticantes. Ha um vasto repertério para alatide, bandolim, violéo harpa. ‘A orquestracdo era feita por contrastes de blocos "tutti"/"solo", "forte"//"pian ‘grave". Eles ainda no se preocupavam com o colorido orquestral mais detalhado Para coordenar os conjuntos instrumentais e/ou corais, 0 regente - normalmente o proprio compositor - tocava o baixo-continuo virado de costas para o piblico ou usava um bastao para marcar a primeira batida (battuta em italiano) do compasso. Muitas vezes 0 diretor € 0 primeiro-violino ou o primeiro instrumentista nos consortes, "agud 32 Aparecem os primeiros virtuoses de instrumentos, que sto musicos especializados em executar determinados instrumentos com habilidade e técnica perfeitas. Como conseqiiéncia, surgem os concursos, as rivalidades ¢ os duelos entre os instrumentistas, que no ficam somente nas notas musicais. ‘Ainda todas as partes eram escritas em separado, S6 no final do século XVIII é que passaram a escrever em forma de partitura ou de grade, mas de uma maneira casual. Foi Hector Berlioz no século XIX que propds a distribui¢do atual dos instrumentos no papel, ordenando-os por naipes, do grave ao agudo entre outros detalhes, A vida dos compositores era a mesma de um criado comum dentro de uma corte. castelo, palacio ou igreja. Raras eram as revoltas ou as reivindicagdes. Pelo contritio. a obtengdo de um cargo era considerada uma benevoléncia e, depois de conquistado, havia uma briga para manté-lo e, se possivel, usava-se da intriga para liquidar outros concorrentes. Os misicos tinham contratos rigorosos com os nobres ou com as igrejas. Somente em algumas cidades, que possuiam casas de espetdculos comerciais rentaveis, os miisicos se toravam independentes. Nao havia escolas de miisicas, excluindo-se as mantidas pela igreja. Muitos estudavam em corais com "mestres de capela", em conjuntos instrumentais com 0 "mestre da misica” do castelo ou canto litico com © maestro da dpera ("professor" em italiano). O normal era aprender com o pai ou com um parente miisico. Os nobres contratavam miisicos para seu aprendizado particular, de sua esposa e de seus filhos. De vez em quando um compositor arranjava algum diseipulo em especial, mas somente quando Ihe convinha perpetuar seu estilo. Raros tinham a preocupagiio em entrar para a histéria, Os compositores queriam algo mais imediato e substancioso: dinheiro e altos cargos. E, se possivel, no centro politico mais poderoso ! Havia grandes doses de oportunismo, adulagdes, golpes publicitarios ¢ brigas entre os miisicos, A execugdo de uma obra tinha um cardter pratico. Eram encomendadas para serem tocadas em jantares. festas, desfiles, ceriménias politicas e religiosas, banhos. cura de ins6nia ete. Tocava-se a miisica, aplaudia-se - se ainda tivessem um minimo de atengo - depois de passada a ocasiio que propiciou a feitura da misica ou se a tendéncia saisse de moda, a misica iria para o armario ou bai do compositor para possivel reciclagem, ou abandonava-se em qualquer depésito do palicio ou da igreja ou era atirada ao lixo. Por isto € que esta produgdo foi desaparecendo, mesmo sendo tao grande a obra destes compositores. S6 as Operas eram repetidas varias vezes por causa da temporada nos teatros... isto se ainda fizesse sucesso; caso contrario, era retirada de cartaz imediatamente ¢ passava para outro espetdculo. As éperas encomendadas pelos nobres - para uma festa, por exemplo - eram encenadas nos castelos ¢ raramente ultrapassava a temporada de uma récita € depois era esquecida. Temos de lembrar que mititas destas dperas obtiveram estrondosos sucessos na sua época e. hoje, nem vale a pena dar uma ouvida. E os compositores nao ficavam se lamentando: eles tinham plena consciéncia do risco e logo partiam para uma nova composigdo. Os luthiers ( ante _de_alatide" do francés - depois tomou o significado fabricame de instrumentos, em geral) encomendavam obras especiais para divulgago do 33 seu material e freqiientemente contratavam um compositor para acompanhar 0 desenvolvimento aciistico do instrumento. A imprensa musical se desenvolveu bastante quando os compositores definiram a grafia musical. Editoras surgiram na Europa inteira e encomendavam tanto compos quanto tratados tedricos, Os nobres patrocinavam alguma edigfo de seu criado-miisico. Varios compositores, quando chegavam na velhice, pagavam do proprio bolso edigdes de obras que consideravam importantes. Os centros musicais mais importantes desta época foram: Paris, Roma, Londres Napoles, Génova, entre outras. VERO VOCAL GE} ‘A palavra género vem do latim ¢ significa "familia". Ha muita polémica sobre a aplicagao desta palavra como conceito de algum aspecto artistico. © que podemos definir teorizando de maneira geral e abrangente, € que género pode ser um conjunto de obras que tem atributos iguais ou semelhantes. No caso da miisica comegou a ser atribuido a pegas. a partir do estilo Barroco, que tinham em comum a mesma planifieagao. A) OPERA E uma abreviatura da expressiio italiana opera in musica ou seja obra literaria posta em musica. Na época surgiram também as denominagdes: favola in musica ("lenda musicada") ou dramma per musica ("teatro musicado' Ha muitos exemplos de artes cénicas acompanhada por miisica em todas as épocas anteriores. tanto no Ocidente quanto no Oriente, mas o processo que levaram a criar este espeticulo foi, no minimo. curioso. Um grupo de intelectuais de Florenga, os membros da Camerata Fiorentina, queria recriar, dentro do. espirito renascentista literdrio, as tragédias gregas, que eram acompanhadas por masica. $6 que ao traduzir uma expresso grega que significava "declamando", eles a traduziram por "cantando" (nas palavras italianas "per recitare cantando"), De um erto de tradugo, sem querer. criaram um novo género musical ! Para efetivar o projeto. eles langaram mao de uma novidade da época: a monodia (do grego "um som") ou melodia acompanhada por entenderem que esta poderia expressar 6s sentimentos humanos convenientemente, segundo a estética deles. A musica polifonica de acordo com esta tese. seria inadequada ‘Apés varias tentativas frustradas. a primeira dpera que poderia receber esta denominagao seria "La Dafne" de 1597 com misica de Jacopo Peri (1561/1633) ¢ Jacopo Corsi (1561/1602) ¢ libreto de Ottavio Rinueccini (/562/1621). baseada na mitologia ‘grega, conforme o espirito renascentista. Infelizmente a miisica se perdeu. ‘A primeira épera completa que nos resta, com duas verses musicais, ¢ "Euridice’ de Peri. versio de 1600, ¢ Giulio Caceini (1545/1618), de 1602, ¢ baseadas num libreto de Rinuccini. Cada versio foi concebida para duas festas diferentes. 34 Uma das mais antigas éperas "La favola d'Orfeo", estreiada em Mantua. no ano de 1607, A musica € de Claudio Monteverdi (1567/1643) ¢ 0 libreto ¢ de Alessandro Striggio (c/540/1592). Esta opera rompeu com o padrdo anterior, porque Monteverdi, queria que a misica ajudasse na expressio do texto (stilo concitato, “estilo excitado" em italiano) ¢ no mera acompanhadora da palavra, conforme defendiam os florentinos (stilo recitative ou rapprasentativo). Além disto nas dperas de Monteverdi tinham mais cangdes ¢ menos recitativos. Foi o comego do bel-canto. ‘© compositor de pera precisa de um libreto (‘livrinho" em italiano), que € © poema ou 0 texto no qual se baseia para escrever a miisica. Pode ser do proprio compositor et encomendar de outros. Naquela época adoravam temas pastoris, lendas gregas, historia Fomana e contos biblicos; em outros periodos escolhem conforme o estilo literario ¢ momento sécio-politico, Dois importantes libretistas deste perfodo foram Apostolo Zeno (/668/ Pietro Mestastasio (1698/1782). cujos textos foram colocados em musicas por muitos compositores por quase dois séculos. No inicio da Historia da Opera havia um equilibrio entre texto ¢ musica, mas isto logo foi rompido por Monteverdi. Eis a raza0 pela qual lembramos o nome do compositor & nao do libretista, pois Opera é sobretudo musi [As partes de uma 6pera variam conforme o estilo artistico vigente. padrio geral segue mais ou menos assim: i « "ABERTURA": uma pega instrumental de forma variada. Pode ser simples acordes uma colcha de retalhos cpm temas da dpera ou mesmo uma misica qualquer que © compositor tenha a mio; nos primeiros tempos era para acalmar o tumulto que havia nas platéias de teatro da época ou para anunciar a entrada de alguma autoridade importante (rei, cardeal, mecenas etc.); durante o século XVII apareceram dois modelos: ‘Abertura Italiana, que consiste em um andamento rapido, depois um lento e a volta do ripido, ea Abertura Francesa, que comega com uma marcha solene ¢ lenta e finaliza com um andamento répido; apesar dos modelos nacionalistas, 0s compositores cscolhiam uma ou outra conforme a ocasiaio: sindnimos de Abertura: sinfonia, preliidio ¢ protofonia. © "PROLOGO": muito comum nas dperas do século XVII; normalmente com dois ou trés personagens introduzindo ou resumindo 0 enredo, agradecendo a presenga do piblico ou um elogio ao mecenas, patrocinador do espeticulo: eaiu em desuso com o tempo « "ATOS"/"CENAS"/"QUADROS'": as divisdes dramaticas do enredo; € mais uma preocupagio do libretista do que do compositor © "NUMEROS": o compositor e 0 libretista, para facilitar a composigao ¢ 0s ensalos, subdividem a pera em pequenas unidades; os principais mlimeros sto: ‘¢ recitativo seco: nimero musical entre 0 canto ¢ a fala acompanhado apenas pelo cravo continuo (podendo ser um didlogo); ele antecede uma cangdo ou um prélogo © recitativo acompanhado: do mesmo jeito anterior sé que acompanhado pela orquestra 35 dria (do italiano aria, que significa ar"): € uma’ cangio onde a personagem revela sua personalidade, conta seus propésitos, declara seus pensamentos, expressa os seus sentimentos mais intimos: existem vitrios modelos formais de arias, sendo que 0 modelo mais importante ¢ a aria- da-capo ("aria da cabeca" ou "ria do comego” em italiano). na qual a primeira parte é repetida com ornamentagdes; derivados da aria. surgem 0 arioso (dria curta e melodiosa) e a arietta ("pequena aria") conjunto: quando ha dois ou mais cantores num mesmo trecho musical coral: misica para coro instrumental: normalmente chamado de sinfonias, serve para diversas fungdes como ligar cenas, indicar passagem de tempo. dar algum efeito especial, servir de interlidio entre os atos etc.; nos primeiros tempos havia muitos ritornelli entre uma cena e outra: também pode ter marchas e dangas para balé A épera se espalhou rapidamente pelo resto da Itdlia e, pouco depois, conquistou a Europa. As companhias italianas, junto com seus compositores, libretistas cantores. instrumentistas, cendgrafos, entre dezenas de outros, eruzavam todo o continente apresentando o seu repert6rio e ensinando aos outros como fazé-la. Por causa disto € que na miisica, a terminologia usada é de origem italiana. ms poucos exemplos allegro... vvonelgre cadenza. evened COA eeeen ccauda fermata senna MESO. nnrsnnnsnnnn iE Piano... suave piccolo, _pequeno pid pene dMGES pizzicato.... eliscado scala sn escada Por contraposigo ou por influéncia da dpera italiana, surgiram varios géneros nacionalistas: Franga: Tragedie lyrique; Vaudeville: Opera-bailado Alemanha: Singspiel Espanha: Zarzuela; Tonadilla Inglaterra: Masque Uns com mais didlogos ou recheadas de dangas ou tem mais pomposidade, mas a base era a mesma: um espeticulo cantado.. No final do século XVII, desenvolveu-se a 6pera napolitana, na qual a miisica dominou completamente o texto. Além disso ela atraia o publico porque tinha uma profusdo 36 de melodias e uma trama (1660/1725). Com o passar dos anos ela descambou para enredos rocambolescos ¢ pornogrificos. estrelismo dos cantores, com miisicas fora do contexto e encenagdes ridiculas. problemas superados somente na segunda metade do século XVIII com Gluck e Mozart. Junto com as encenagdes de éperas com assuntos lendarios e historicos. apareceu 0 intermezzo ("intermediario” em italiano): eram pequenas 6peras apresentadas entre os atos do espetaculo principal. Seu enredo era cémico, satirizando situagdes cotidianas e roteiro simples, tendo poucas personagens (no maximo trés). A miisica era muito melodiosa Dentro da produgao operistica, o intermezzo tinha a fungdo de testar novos artistas (compositores, libretistas, cantores ¢ outros), manter integrantes da companhia trabalhando (quando nao estavam na pega principal), segurar 0 publico dentro do prédio teatral e. finalmente, abafar 0 barulho das maquinas trocando os cenarios atras das cortinas fechadas. Com 0 tempo. 0 piiblico desinteressou-se pela 6pera principal e s6 assistia ao infermezzo Os empresirios viram nisto uma nova forma de lucro € trocaram de investimento. criando casas de espetaculos somente para este tipo de obra que passou a se chamar opera buffa (“opera com assunto grotesco" em italiano). Um dos prineipais compositores de 6peras bufas é Giovanni Battista Pergolesi (/ 7/(// 736). pplificada, © seu principal compositor foi Alessandro S Todos os tipos de dperas propiciaram o aparecimento do cantor solista de grande Virtuosidade. Normalmente 0 compositor treinava os seus solistas com muita rigidez. Ele também tinha uma rede de informantes para descobrir talentos em coros de pequenas igrejas, festas populares e espetaculos de saltimbancos, A cantora principal era apelidado de prima donna ("principal mulher” em italiano) ou diva (“deusa" em italiano). o cantor principal era o primo uomo ("prineipal homem” em italiano) e 0 "castrate" (“castrado” em italiano) era o primo musico ("primeiro musico" em italiano). A historia deste ultimo tipo de cantor & a seguinte: quando algum professor de masica percebia que um menino tinha uma voz muito boa para 0 canto, convenciam a sua familia a fazer uma operago no seu sexo a troco de dinheiro. Esta pritica. segundo os registros, ja era feita pelos povos antigos para as suas miisicas religiosa Importada pela Igreja Catélica, durante a época medieval, para todas as suas miisicas, 0 strato foi amplamente aproveitado na opera desde o seu inicio até o final do século XVIIL Ele se valorizava e se valorizou, recebendo vultosa quantia financeira © muito prestigio social. Era também visto como uma monstruosidade ou aberragdo. Esta pritica comegou a ser proibida no século XVIII e desapareceu por completo ha cerca de cem anos, Como soava um castrato ?? Ninguém sabe. A Unica gravagio existente & do comego do século XX de um velho cantor da corte papal e 0 disco esti cheio de ruidos, mal se distinguindo a voz, Nas montagens atuais em que as personagens eram escrito para castrati, eles sdo substituidos por homens ou mulheres, conforme a filosofia da produgao da 6pera. O compositor, normalmente chamado de maestro, coordenava a produgao, ensaiava © entretenimento, cada cantor e a orquestra, tocava o cravo-continuo nos recitativos ¢ dirigia 0 espeticulo todo. Os cantores nesta época encenavam com a partitura na mio, S6 os mais eapacitados dispensavam, decorando a miisica ¢ 0 texto. 37 ‘As encenagées de qualquer estilo operistico tornaram-se, com tempo. cheias de fausto (cendrios e figurinos caros) e a maquinaria teatral para efeitos cénicos (terremotos. carros voadores, batalhas maritimas, por exemplo) era engenhosamente fabulosa. Com o crescente interesse pela Opera (dinheiro, fama ¢ prestigio social). as rivalidades entre artistas, companhias ¢ nacionalidades ndo tardaram a surgir ¢ a historia esta repleta de brigas interminaveis entre compositores, libretistas. cantores. castrati instrumentistas, coredgrafos, cendgrafos, auxiliares-técnicos dos grupos. empresarios. politicos, religiosos e até o piblico em geral ! ‘Alguns outros dos principais compositores de dperas do século XVII e inicio do XVIII sao: Jean-Baptiste Lully (1632/1687) Mare-Antoine Charpentier (6452/1704) Henry Purcell (659/169) Antonio Vivaldi (1678/1741) Jean-Philippe Rameau (1683/1764) jeorg Friedrich Haendel (1685/1759) A imensa maioria das éperas deste periodo desapareceu ¢ das que nos restam sé ‘uma minima parcela tem condigdes de ser remontada hoje em dia. As Igrejas Catélica e Protestante proibiram a produgao de Gperas em seus territorios. Elas censuravam 0 uso de temas pagios e 0 tratamento pornogrifico dado aos assuntos. Além disto envolvia preconceitos sociais tremendos: mulheres trabalhando como atriz ou cantora, a ambigiidade dos castrati, padres ou pastores envolvidos nas montagens. confusdes e bebedeiras na platéia, entre outras coisas. Assim muitos miisicos migraram para outras cidades mais liberais ou as compunham as escondidas. Ou eriaram um género hibrido: o oratorio. B) ORATORIO A palavra significa "sala de reza’ © oratério nasceu da Jauda spiritual ("louvagao espiritual” do latim). que eram miisicas que narravam a vida e os milagres dos santos. Tais Jaudi eram apresentadas 1a sala do oratério da Congregago de Sao Felipe Neri em Roma, Os compositores. proibidos de compor dperas, desenvolveram as faudi. baseando-se em historias do Velho Testamento e encenando-as As autoridades eclesiasticas. percebendo ‘a manobra, proibiram a encenago de tais espeticulos e, dai em diante. sé podiam ser apresentados em forma de concerto, sem atuagdo, figurino ¢ cenografia e somente em dias ¢ lugares religiosos € cantadas em latim. E batizaram 0 novo género de oratério. em homenagem ao local de onde foi iniciado 0 movimento. © primeiro que temos registro é "La rappresentazione di Anima e di Corpo” de Emilio Cavalieri (c/550/1602) com libreto de Agostini Manni. apresentada em 1600 na cidade de Roma. Musicalmente falando, o género nfo se diferencia muito de uma pera. excetuando a a encenagdo e a exuberincia virtuosistica dos cantores. Tem drias. conjuntos. temati corais e trechos instrumentais. Devido ao dinheiro ¢ o prestigio que Ihes rendiam, muitos compos de éperas fizeram oratérios também. ‘Com o desenrolar dos anos. os protestantes o adotam, s6 que nos nacionais, ‘Alguns compositores que trabalharam neste género: ores € libretistas seus idiomas Heinrich Sehiitz (/585?/1672) Giacomo Carissimi (605/167) Dietrich Buxtehude (c/637/1 707) Alessandro Stradella (/644/1682) Mare-Antoine Charpentier (6452/1704) Johann Pachelbel (6532/1706) Alessandro Searlatti (/660/1725) Georg Friedrich Haendel (/6%: Johann Sebastian Bach (1685/1750) Pegas deste género so compostas até hoje com tematiea, forma ¢ idioma variados Alguns diretores até encenam os oratérios antigos. C) PAIXAO, Esta palavra significa "sofrimento” em latim Desenvolvido a partir de modelos catolicos medievais. a paixdio ¢ uma espécie de oratério especifico baseado nos Evangelhos. Um destaque é a presenga do "narrador", que € 0 evangelista eleito pelo compositor conduzindo a histéria. | O idioma orig Compositor nal era o latino. mas depois liberou-se. importantes: Heinrich Schiitz (/583?/1672) Dietrich Buxtehude (¢/637//707) Johann Pachelbel (¢/653/1706) Johann Sebastian Bach (/685/1750) Compoe-se paixdo até hoje. D) CANTATA, Esta palavra significa masica para ser "cantada ‘A cantata segue as mesmas caracteristicas musicais do periodo. A temitica pode ser religiosa ou cotidiana. 39 ‘Compositores importantes: Luigi Rossi (c/597/1653) Johann Sebastian Bach (1685/1 Compoe-se cantata até 0s dias de hoi E) OBRAS VOCAIS Arias, cangées, baladas. madrigais ¢ outros géneros eram cultivados por todos os compositores muitas vezes encomendadas, outra vezes para promover algum cantor. cantora ou castrato. Todas estas miisicas seguem o estilo g ral da época. F) OBRAS RELIGIOSAS Catélica e Protestante encomendavam muitas obras musicais e uma grande quantidade de compositores cram padres ou pastores. Missas. hinos, corais. anthem (bino da igreja anglicana). saltérios (musica calvinista baseada nos salmos). entre outros. além dos oratérios, paixées e cantatas. eran criados aos mithares semanalmente. A Umas mais contidas. outras mais esfuziantes, todas tinham as mesmas caracteristicas estilisticas do periodo. ‘A maior parte se perdeu. outras cairam no esquecimento € s6 uma parcela muito ma tem condigdes de ser ressuscitada hoje em dia. GENERO INSTRUMENTAL 4) CONCERTO GROSSO Esta expressao italiana significa "grande concerto”. A palavra concerto € de origem controvertida, sendo que muitos musicélogos © oriadores defendem a tese de veio de consertare ("juntar" ou “arrumar” do latim) ¢ ndo concertare ("rivalizar" do latim). Assim. concerto seria juntar. num todo. instrumentos e vozes. Foi assim que. no. século XVI. dava-se o nome de concerto, indiferentemente. motetos. cantatas € pegas instrumentais diversas. (Mais tarde a palavra também tomou © significado de audigao ou recital: ha ainda o significado de acordo e combinagao) Jd o concerto grosso & um género no qual solistas se contrapdem massa orquestral ambos apoiados pelo baixo continuo. Cada um destes grupo recebe uma denominagio diferente e uma fungao especifica his Nome Tradugdo do italiano | Instrumento Fungao Solistas, geralmente compostos| Fazem a melo- Concertino | Pequeno concerto |de dois instrumentistas agudos|dia e exibem um grave virtuosidade Tangar os temas] Ripieno Pleno Orquestra formada somente|e preenchem a} ou Ou por instrumentos de cordas harmonia—na_ Tutti Todos parte interme-| | didria Varias opgdes: para produzir| Faz 0 grave ¢ 0s| os acordes: cravo, |acordes, preen- Basso- Baixo-freqiiente |clavicembalo, Grgio, aladde,|chendo a har-| graves melo-dicamente: | violoncelo, contra-baixo, viola da gamba, fagote, trombone ete, | continuo harpa; para reforgar as notas| monia | | | E elaborado em varios andamentos (influéncia cruzada da suite com a abertura da. 6pera). Normalmente na seqiiéncia lento-répido-lento-rapido. Quanto 4 forma de cada andamento 0 compositor pesquisava diversos procedimentos. andamento lento inicial ¢ uma marcha em estilo de abertura francesa, com notas pontuadas e de carter solene, enquanto que, no intermedidrio, pode ser em forma de dria da capo. igual 4s melodias liricas das éperas, ou em forma bindria de danga ou, ainda, em estilo fugato, As op¢des eram variadas para os andamentos répidos: Forma-rond6: um tema volta entremeado por episédios contrastantes Forma bindria de danga: na primeira parte, uma idéia musical sai da tonica e vai para a dominante e, na Segunda parte, volta gradualmente para| a tonica; Imitagio: o tema é passado de instrumento para instrumento, modulando-o e variando-o para demonstrar a virtuosidade do executante | | Progresso ou seqiiéncia: modulagao por sucessdio de tons e semitons Tema e variagao: mudanga em detalhes do tema Ritornello (retorno pequeno em italiano): esquema tutti/solista/tutti/solista, onde a orquestra repete o tema ¢ o solista (ou solistas) retrabalha-o 41 ‘Todos os andamentos tem a mesma tonalidade, Em muitos casos de tonalidade em menor, o tltimo movimento termina na relativa maior ou na homdnima maior. Nao se sabe quem denominou este género assim, mas os historiadores dio preferéncia ao compositor italiano Arehangelo Corelli (1653/1713). Outros principais compositores Antonio Vivaldi (1678/1741) Georg Philipp Telemann (1681/1767) Georg Freidrich Haendel (1685/1759) Johann Sebastian Bach (/685/!750) Resquicios do concerto grosso aparecem em obras do séeulo XVII (em Mozart. por exemplo), do século XIX (em Beethoven e Brahms) ¢ do século XX (com Bartok, Poutene e Stravinsky), B) CONCERTO SOLO E derivado do concerto grosso, mas com somente um solista e em tres andamentos. fmaneira da abertura italiana: répido-lento-rapido, 'A formas de cada andamento normalmente sto as seguintes: | .Primeiro andamento [Imitagao, progressio ou ritornello | Segundo andamento__ Aria da capo ou forma binaria | Jo, progressio, ritornello, forma bindria de danga ou rondé Terceiro andamento | Principais compositores: Antonio Vivaldi (1678/1741) Georg Philipp Telemann (1681/1767) Georg Freidrich Haendel (1685/1759) Johann Sebastian Bach (1685/1750) O concerto solo tem uma longa historia, c) SUITE £ uma palavra de origem francesa que significa “série” ou “segiiéncia”. Outros nomes alternativos aparecem: |e “lesson” © Sabertura™ * “sonata” liga" Idade Média. diferentes. em inglés) “ordre” ordem’” do francés) + “partita” (redugio da palavra partitura em italiano): | | suite com dangas italianas E preciso ter um pouco de paciéncia e verificar o contetido destas composigdes. po muitos compositores denominavam as pegas de maneira confusa. ia de reunir, numa seqiiéneia, dangas e cangdes vem sendo registrada desde a $4 que no século XVII os franceses, mestres da danga, levaram esta idéia a perfeigao. Eles reuniram exemplos de nacionalidades, aspectos ritmicos, carter € colorido Na suite barroca temos a seguinte ordem de dangas, mais ou menos obrigat6rias: rpido e cariiter leve [ Nome da danga | de origem Caracteristicas musicais T Alemanda Alemanha |Compasso quaternirio —€ andamento moderado Courante | Franca Compasso Ternario, andamento nsala-banda_ em arabanda | kikongo: capa de }um ritual _afto- ‘América latina, através da Espa-nha, com |Compasso Terndrio, ndamento lento ¢ ornamentagio nas notas | ou outro Todas as dangas tinham a forma bind Outras dangas eram incluidas dependendo de miltiplos fatores, como encomendas . rapido cubano in-fluéneia longas rabe Ht | | Giga (nao conhecido) | Itilia, Eseéeia Compasso quater simples | ou composto e andamento tipo de festa. instrumental a disposigdo ete. Assim pode aparecer a gavota. a passepied. a bourrée, a rigadon ete. Ha ainda a ehacona (de origem latino-americana), que ¢ uma danga onde a melodia | no grave ¢ variada, e a passacalha ("que passa pela rua" em castelhano), cujo tema no grave ¢ repetido constantemente, chamado, por isto, de basso ostinato (baixo obstinado em italiano), ‘Algumas dangas da suite recebem 0 complement double ("duplo” ou "dobrado! em francés). Isto significa que a danga era repetida com ornamentagdo ou com variagdes. Outro termo usado foi o trio, Nada mais é que uma segunda danga do mesmo tipo da anterior, s6 que em arranjo a trés partes, dando um caréter mais timido & musica. Isto teve origem do seguinte fato: uma orquestra, depois de tocar dezenas de pegas. precisando descansar um pouco, assumiriam somente trés instrumentistas - dois agudos e um grave - para que a musica nao parasse totalmente; pouco depois a orquestra retomava completa ‘Além das dangas, pegas de outros tipos poderiam entrar na suite: preltidio (uma curta abertura para preparar a tonalidade ao ouvinte). dria (melodia lirica tendo como modelo a aria de Opera). tema e variagdes, fantasia, toccata, marcha e outras opydes Todas as pecas da suite tinham a mesma tonalidade. Se caso fosse em tonalidade menor, a tiltima musica terminaria na relativa maior ou na homénima maior. Apesar de ser puramente instrumental, muitos compositores, principalmente os franceses, batizavam as suites porque pretendiam contar uma historia, descrever uma paisagem, criticar inimigos ete. Os principais compositores: Henry Pureell (1659/1695) Frangois Couperin (/668/1733) George Friedrich Haendel (685/759) Johann Sebastian Bach (1685/1750) los posteriores receberam outros nomes como serenata. cassagdo. divertimento ou serviram para outros propositos, como reunir uma seqiéncia de temas ou trechos importantes de uma épera. balé. teatro ou filme, - TRIO-SONATA Derivada da canzona da sonar e sonata renascentista, @ trie-sonata barroca. na realidade, era tocada por quatro instrumentistas: dois instrumentos solistas ¢ 0 baixo continuo, formado por um instrument melédico (violoncelo, viola da gamba, fagote. entre outros) ¢ um instrumento que pudesse dar acordes (cravo. clavicérdio, Orgao. alatide. etc.) Tinha varios andamentos. igual ao concerto ou A suite. Compositores: Archangelo Corelli (/653/1713) Georg Friedrich Haendel (1685/1759) Johann Sebastian Bach (/685// 750) No periodo barroco as sonatas para cordas renascentistas sobreviveram com dois tipos: sonata da camera: para ser tocada nos saraus, com 0 cravo ou elavicérdio como continuo: sonata da chiesa: para ser tocada em igrejas . com 0 Srzo como continuo. Exercicios para teclado eram chamados de sonatas. FUGA A fuga é uma pega contrapontistica. Sua provavel evolugao foi a seguinte: [Canone > Caccia > Ricereare/Canzona/Fantasia > Fuga Kdacle Média Século XVI século XVI \ forma da fuga [Segio: | Exposicao | Episédios Stretto __ | Reexposicao | Relacao | Tom Modulages | Modulagoes |Tom | “Tonal: principal [passageiras [de retorne principal | | | para |para o tom! | |tonalidades | principal | | | vizinhas | pesmi relativas | Na exposigao o tema é apresentado numa voz: a seguir vem as respostas, ou seja. as outras vozes, cada uma por sua vez, entram imitando a primeira num intervalo de quarta J , inferior ou quinta J superior: enquanto so tocadas as respostas. a primeira voz (eas outras vores na sua vez) expde o contratemar no final da segao ha uma codetta (diminutive de yuda" em italiano), coda ~ TEMA, CONTRATEMA, CODETTA TEMA CONTRATEMA, CODETTA TEMA CONTRATEMA = CODETTA Ao se apresentarem em registros diferentes. indo em diregdo ao grave ou ao agudo & modificando-se tonal e ritmicamente, a percepgao do ouvinte & de que as vozes esto se distanciando uma das outras ou, em num termo mais vulgar. parecem fivgir... dai o nome de fuga para este tipo de composigdo (denominago que jé existia no final da Idade Média para pequenas pegas nas quais se usavam 0 recurso da imitagao) ‘Quando a resposta € rigorosa. isto é, os intervalos so os mesmos. a fuga € cha de real. Quando ha alteragdo € chamada de tonal. No episédio 0 compositor imprime uma série de mudangas ao tema: inverte os imervalos: faz movimentos retrogrados: retroinverte 0 tema; aumenta ou diminui as ada 45 duragdes; faz jogos entre as vozes; fragmenta o tema entre as vozes; modula; coloca um acompanhamento acordico; usa uma nora ou varias como pedal; € outros processos composicionais. O stretto (“estreito” em italiano) é a parte onde o tem vai gradualmente retomando & sua feigdo original e a tonalidade principal. \ reexposigiio € a reprodugdo do inicio da misica. Algumas outras segdes podem ser incluidas excepcionalmente: a) preltidio b) fantasia ou toccata ©) aria 4d) contra-exposigdo: repeti¢ao da exposigao e) coda final Se a fuga segue o paddio normal, sem novas segdes. é chamada de firga estrita, caso contririo & denominada fuga livre. A fuga desapareceu durante a segunda metade do século XVIII até o XIX. permanecendo s6 0 estilo fugado (que é um recurso composicional baseado na imitagao entre as vores, mas sem a complexidade daquele género). A causa disto é que os compositores classicos e roménticos s6 se preocupavam basicamente com a homofonia. isto & com a textura da melodia-acompanhamento. Encontramos. porém. alguns deles (Haydn Mozart. Beethoven. Chopin. Brahms, Liszt. entre outros) se utilizando momentaneamente desta técnica. No século XX a fuga € matéria obrigatoria de estudo- para qualquer compositor, nio importando a sua tendéncia, OUTROS GENEROS INSTRUMENTAIS. PRELUDIO: pega curta para demonstrar a afinagaio do instrumento € a tonalidade da miisica INVENG AO: pega em estilo imitative para estudo de composigao FANTASIA: pega livre. geralmente. na forma tema ¢ variagdo TOCCATA: pega virtuosistica para teclado, 46

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