You are on page 1of 48
uff econ rent Concerros pe Lrreratura & CuLrura. Euridice Figueiredo (organizadora) sxc em iors UEJE /EAUEF ns Hisrmo, Hisripismo £ Hieripizacao Stelamaris Coser Universidade Federal do Espirito Santo Pareco Cabo-verdiana pareco Antithana pareco Martiniquenha pareco Jamarcana pareco Brasileira pareco Capixaba pareco Baiana parecgo Cartoca pareco Amerwana Elisa Lucinda* que preto, que branco, que indio o qué que branco, que preio, que indio 0 qué que indi, que preto, que branco o qué SOMOS O que somos, inctassificdveis. Arnaldo Antunes** A cultura tem sido insistentemente associada ao fendmeno ‘1odemografico das migragées e deslocamentos desde as tltimas iccadas do século XX, momento em que as preocupacées da critica tural se voltam com freqiiéncia para as possiveis implicagdes de 2 tsa Lucinda, Constatagao. In Euteama ¢ suas estréias. Rio de Janeiro: Record, 1999. p. 86. \rnaldo Antunes. Inclassificdveis. In: O Siléncio, BMG Brasil, 1996. CD. miplos movimetas mission dentro de umn mesmo pas atavés ‘de fanterasnacionais nrc continentes Quasar eansen enc desesdestocamentos ps pases do primero muni, habitvados 4 eatalogar separadan categoria race Gnas (ow Pstden Unidos, or exer ps0: eadiionalmente consideraos braneos hommes Iglerna? Que eontewe coma cular ie pales do “ervey” quando, inten saitenternacional a esters. se tora im fendmena de massa? Cro entender (0% cimbiae ¢ confltos entre povos apressores © uprimidos, ‘ay once eolonizados? Seré possvel e desc}vel eseapar aos erate? Toi quests So mulfacetadase comroversa, fi que © exado tee marginal pode ser hoje a opci natural de meets vcades por grandes universidales metrmpaitanas, mas as pesoas ‘omuns se vem desprotegidas e desesperadas na condi¢ae de Alespatriamento, Uma multidao de emigrants pabies tem sido slescaa a Torga pela globaliracto, segunda dads da Onganizagio Internacional do Trabalho (OFT), geupo imegrante da Onganinagio slay Nagies Unidas (ONU} Ent mio a tai esti € press estos da cultura xém buscando estratégin para alequar-se at Aesatios apeesentadon pea imercukvraldade ¢ mubipolare da fra pOsmoderma © pela necessidade de repens definigies de comunidad © nagio. Dentre oF novos canceitos © abordagens tunis nos pases de lingua ingles, ress valor dain Ade brid rds procesos de hiridago on hibridism em eloiagio ‘eorias monolteas cegorias aig, eupostamente ‘stanques. Parabrasielroselatino-amrica de um modo gera, wconeeito de Ibid remete hing historia de mestigagem « sincretismo caracteriza tanto 08 mitos e ideais macionats quanto suas mais funda dives © deguahlaes Cae endo pengunar at que * onto a ecto contermporanea do conceit de hiro m0 ‘mb para fragmenta e aproprag de utr subateoas pataacigo diaries da vealed donna. lndependte nga em que aes wo ou nerprtad,o ern € set ia crregil ce ambiguhladee pokinicie mercer pensalo oumplo nest desu mies A pinion wo report abioog e prcupagio itradaespéces que allem penjune aren rapes { eurocéntion) de get XIX. pric detain de Wid pina plo Dini Howden Porte (2001, p52) "na pe eeamentin de pagent le expec erento sstatdo” fe urv mu ets etme tea da wot missle eons tani ‘Ao eragar paraels com especies Ibidan de sanimsis etrcis€ plantas debiitadas, a inca europeia divulgou o princi de que Iniseigenagao seria danosa pari i especie enfaizaram que crwamentode rca diferentes restraint “iinferidade mas, principalmente na decompo om degrada os descendentes brides, comsilerados por Robert Knox apd Palmer, 2001) “uma monstruosidade da nt iencia acaaria constatand que as eapécies hibidas da botdnica rmostravam maior vigor resisénca do que as especies puras ue ther deram origemt: apenas perderiam forga 8 medida que suressivos ruzamentos tornanem 2 espécie novamente homogenea (Sts, 10), Mesto assim, na vaio que predominow no aeeulo XIX nos Fstados Unidos em ovtras partes continente american a mistura wana. Cientistas rer". Vntretant, x "ile énica se manteve cn alga datante pergos, indicative da Alegeneragio das especies ‘Apesar da propaginels racist, 3 América anc fi obrigada a ‘encontrar formas de il com a inevivelaproximagio enters Noseulo XX, asocioisiaen higdria norte-americanas debrugara se sobre © indini pretoe brance sob a nova fluc de Frame Boas, também professor e inspiradar de Gilberto. Freyre Principalmente re primeira metade do sécuo, cents sciie dos Fstados Unidos voltaram-se para © eoutrapont brasileiro © sa propslada democaca meal na experangs de entender eamenizar a3 ‘resentes diculdades de evita pica en sex pais: Oseserton He Donal Pierson (102), shes Fark (1942, 1950) e Sankey kins (1939), por exemplo, isstum no contrite Bras ¥stados Unis ¢ ‘dealizavam a realidad brasieea. Mas adie veo hbridarmente ititwlado New pao mem bra, do bistro Cal Deer (171), fi ppremindo por seu estado comparative dis relies rac Bras Estados Unidos, coma tese de qe menor gra de confit brs se devia maior Nesbldade da posi ‘eral do pas. Aradugio para o portaguds de um pacts esta pel eseritor negro norte- american Langston Hughes (1902-1967) asport as consderagoes comparativas sobre 1 Ibvide para 9 ambito da p “Grose” — que, como substantive, pode signifier eruzamento, enctusilhada eeruz — 0 narrador fala de sua condi de mat fil le mie negra epbre «de pai beaneo e sco, Se antes haven ree e rewoka conta 05 paisa mauridade tz agora. deseo de reconilag com a memia Atos pase refloto sobre propria idenidade brid num univers sl cusses soca rigidamenteseparidas por racae cr. O text parece rmesclaro lamento do be om a ion np final Seu elemento ‘rucal (sem intengio de wocadtho) est exatamente no ttle. Ao setter 0 mondlogo para a lingua portuguess, Onwaldino Margves prefere (talvez) abeandar e conferir maior ambighidade a dor, antecipando discusses culuras camtemporaneas an denctninil, Simplesmente, “Hrd” (Hughes, 142-149) teraura. No original ingles, so ¢ Cert incor asco de tema, Hinguagens © musa negras cose le dennis © drama sracteriz a bea de Langston sole revestinse de hanvore levera No pom. a dor et igri Tietamente no tla quesbiepeeeipara sofsionentn de Cristo coma mscgenagie acrid. O pontarinde divers camihos civ por evocartamto aoe de ais cera duper “canoe quam momento de eotha e vida C1 wonder” id ad sige rica de quem xine dit xa toe cg qe fal A raze ben se ifr nicamerte {Regu ema tanto a dor do Cristo quanta amen de eres "enn da Ku Kl Rl Cio eet, por fi agoni ds tata as que pase por bran fo rem igi aka Te mei rac eseapando & gies da miei racial de evn da iia dow txtadoe Uniden. Toravat Se pias sr Ttenade ese una comrade hil perce o,cmo tz 9 poema, sem teronde morrer “cmon cna Mae. (© sistema birrail dos stats Unidos sempre rejetu formas dle classicagio para pessos cle orgetsdupla ou mila tied na), impedtindo 0 ronbedime de “ents raiis mista” (ac, 2988, pl Tada ess cag hina clea & evo mot do poein de Hu tradi tansy tient de hes. verter © 16S Paeaa ligua portgiens, 19 também pra ua Inea eonhecda pela es morenas-€ mulaas da pove e, segue inmeror ‘tudes saihigies, pla maitiplcitade de terms, se permite sp binary racial. Mest so vy tal, spaentemente isle econ mena ang simi, fa Lente vk sea contra a muller negra © a carga de solrimenty € confive que Fisovicamnenteformatsm o irae or outro lado, a alapragio brasileira da poem fz lembrar 30 ‘tro interes ocolgien pels brid ala ar ara esoler ‘torturant em america, ono deseo de eseapa 3 previ Tea por Tocqeile ao vistar us Estados Unidos na primeita mule da ‘ul NIX. seu ver a harmon rail seria moms rail !naquee pas do que em qualquer outra ago da enuna apea Deg, 1971, p.258). A segunda edigio da tradi de Case e+ Senda ‘rv 1966 m0» Estados Unidos comtbuitia para dif os de Gilberto Freyre sone o conteaste entre o Bra 4 Amt inglee, ‘ue, segundo reatiemava Freyecultuavauniformidade abomina a diferenga studos comparativo das diferentes percep der, core ‘classe mukiplicaramse ao longo das cada seuintes ima clog {to sinerético edo rida foi gradativamenteperdendl nga Cam a Ppersintncia da designaldade e da disrnnagio no Brasil falemcea «las proposis asimilaionistay nos Estados Unidos eu crescente alrmacio da dierenca por parte ds afo-descendentes, orc tis «4a populagio irasileca past a ser interpretado cam forms de imasearamento da desigualdade socal e racial perpetunuio do pexier {da hegemonia branea (eg. por Skidmore, 1974, 1 is, dcoromia racial dentro dos tacos Unidos Soi se tornando impraticivel 4 medida que sew siiporte legal era uestionado e demolido e o influx de novor grupos imigrantes icrescentava tons e mitra 30 pais, wn populagi latina origindria ou descendente de iigrantes da America Latina), crdbenha (as ihas do Caribe espanol, rane on ingles) ease oveniente de muitos pues e culras) erecia em mimeros, visbiidade inlagncia.Brguntoseriormerte predominavamn os ‘strangeirs curopens, ss kis décadas do sécil XX a maria dels eva proveniemte de Asa e da América Latina, Unis ineitvel ‘ransformagio cull é estan da entra ctculage cescente pres eesst muiplciade de woaes, wd € estos qe renova © rmodticam a fae a nag. A elasifeagie demogratca comple cola ver mais ji que us novos grupen © 8 scesnvon cramenton ‘scapam ao enguadeamento numa das cinco catexorias ate reeetemsenteadtadas ts formalin do Cer eas inten ica: While: Bh: Asin Paice; Ain tien fr Alan Nati: xpi (branco; prete sitico ow provericate de has a sie indo american on nativo dn Als; hispinie, © jean de gon ta pone ct man cal ta wits Nut dla do ae XX, por enc senna een tk de pesos ods ene el a a ath neh 1986p Seg Nam Zak (195) ads Unis nt poem vi trio kel, ira eu ural par pier peas de rag nit to Bi ariagtes poss hem clmunidadesperminenes onde sabi, Meme asin wal easegregagi so comune Lk forma de pensar 0 pais vem oiigatorintsente muulando. Vint anos atts, 0 antropalogo Vier irner (198% apud Kapehan, 1909, p 240, tradugo livre) leva que “alo que fora consdendg ‘atainade, romieno on impute” e, conseqdenterent, rlegad a plano inferior, extaa se tornand “Toco de atengin nalts poss moderna’. O iniverso intelectual e aculemien des Estados Uniden dt Inglorer ai refer em roprin composi, is euricos pesuias © publcages, a presenga mareante dos novos igre do continuencruzamentosdincose rcs En confmte ‘om visel mudanga demogsicneascuurasdat alia, teres f abordagens de novas producies intele twas © academics wae ‘loridas pela experiéneia vivid on herdada © um creceente ‘eonhecnento de nivuras ulti cept amentnc nomtaanas A ide de Iibridismes desenvolvda pela biogas pons inigrando para outros campos. Os ests lingisticen tonsa ‘empresas para abordar as misturas entre uma lagu euvopeis ‘utra lingua mativa ou afticana que resutaran mas lng eon Estas “se tornaram linguas maternas de eertas temundates ‘esiocultrss” como, por exemplo, no Haiti em Jaa {I Yonaie, 200, p. 871). Mais recentemente,« conesto foi popula inade mate comercial eidustsial,podendo selei-eatiposde mics aparlhos ‘9 soli tecnoigiss. Carros Ibridos lem hoje er wurden susolina © cletrcidade ow tor sistemas eombinadas, No mundo da tecnologia, os equipamentos hibridos atualmente prxlurides pela inddstia de monitotes, por exemple, sdo “aqueles ue tnem vars fungi em win 36 aparelho™ (Gongalves, 200, 2) apropriagae «do conceit vem ons tendo também na etic culal principal para deserever novasculturas cra em regioes de tener se ‘ou expacos de tromcira. A analog no & pete, é que or genes wg lc pub: a da cd th "rwolvidos mum crwzaments bilgi s6 produit das lernativas posses, com um nimero lintada ce eronsomas Formas caltras Midas, por sua ver, adaptamn-c com mai rapier a contextos novos podem apresentar uina infindavel combinacao de tragun © arate (S08, 18. | predic, ati ‘© calturais neorvides mas stinas dadas vem seria ea clues de mova eral e privacy cia epi Alsen esi de id cipro lw touseulturaléaluamente eabarats por peasdonese cottemten ceontaminand is ‘we por veres se misturam, hibridamente, was cunservam =petiiidies © pat Inpira er 1 amb abrir profi dvonlinias curs de Mikal hin, «conc sage :1 pos-ealonal,pricipalniate sn Mable, 2 eu eae cen a Ktunasda ae iio mdo estheonvenicntemtente cites at cos deimigtantes, aaron, sam eee tv, +1 das ats. Hii io i te: hides sos vis, So ada a ees eta a hs eertace ioe at git BLIND. 78 GRANDIS, Res (Org) aps ranula at Rev oa As, fc MAL a platy: peak ——Cateesietnceom he HALL, Sar DE GAY Pd) Que ‘sin ota Lomo age. ‘Sangin weng pore Te Wang Pe aba t8yp Dear 18 go. a pa neni name a Sint ti ors taps ea ey Be ie fonis Cena 08 pT Yi Re MRK N0 tr HOA, mini. ana ag pga ‘knee Oops a0 pi Ics tam, Con Mii, MARQUES. Ow Enis Rouid agree Noe ot JSOMONAAED Ai the nny Mann sy ein Sour aon Rit comin’ weed ee ira ati SH age. ect et St nytt ASU 04971 A at aa se a ath ee PEREZ FIRMAT Cusavo (EL lt Aaah erm ete IEESON, Daal Sign rai sy of ret Rai, SIMONE Tne at ne UULEES Monon (2 Contin ere. tc ta an atin tin loo chap Sento tea an bil, Ace ei Of oe ONL SI MOAT CLSTA te, ne: mt enti gms om lg hte. aan TAMPLE Dey no. en bo Sp 2002. Pipi Ph ele RIEMA. Neon H. iam e aera: cain pra reper hr Neri nk Cn de Pau aera HERS Rash we YOUNG, Rober LC. Cais dir yi in thence aa ce, Laden Hae and el, iad empl Une Pras, 8 Ipentipape Nacional & Toewnipabe CULTURAL Euvidie Figueied Universidade Fedora FninenseiNPq Jovita Maria Gertcim Noronha ‘Universidade Federal de fir de Fora A nocto de identidade ‘O debate sbrea questo davidentiades na moderidade tarda complexe porque, ao se pasir de inna dling que ta sa origern ‘ean um us omoligic, para emprcgun ena vee mas Mion ser tumornos definidos, que va0 do xoiig a antropoligien. dy teviro aw exstencal,eneontrauae pleas politic cur ‘que se referem a visiesessencalsis © até eriticas qe nega Possildade de se coneeher 4 exitnca de wna lente fis No undo contemporaine alse, caver nas, de iertnaes lira ‘om, ainda, de ienitiages, que Leann o carter provsie pore ‘om constame devi. Stuart Hall aponta, pars descrever a evo do ‘conceta de ilentdade, ues coneepydes de sujet to huminit, ‘osujeto scien, fnalmente 0 suo ptm Adenia ‘tari, a com defini Charles Taylor eatreitamente vineulada din de teconberimnente [eden que xe ere perepsio ques esastim de stmesmae daar names tase as deinem como sere manos A ter € que ‘ossideade¢ parce ont plo recone ‘men ou ea aunenciadcecnda plana pee ‘in que os vost dela.) O-reonbecnenta ‘vorecnbermento nudes pode pj econs ‘lia forma de presse, prison cers px ‘se em umn de sels, detormad ou reid (Cylon 1098.14), © termo usado nese sentido & recente eres, segundo Taylor da conjungto de das mudanas. De vm ado, o fim das ierarquia soxiais do Antigo Regime, hsendas na honra (hina). implica, ‘coaseqitentemente, na desigualdade e ma exclusion, que a ondigs hecessnia de sua exstneia€ que nets ts tian aes ae, De ‘out, 4 nogie moderna de digniae, universaita€ igualitaria pia elas soceades demoxrsticas ue, ao conti, inetd, Assn, "a demactaca inauguon igualitvio que lui elifererte formas longo dos anos antes de fetornar sob a forma de exigénuis de gualdade de states para cauluras sexx” Calon, 04, p.-), ‘Um outro itor vl dorara nog de reconticimenta que emerge com a democracia de uma ava dimensio: trauirse ie una cere uncepgio de identidade que surge no fin do seeuly XVI, come a le uma idewidade individalizada, particu, asx ideale autenticidade. Esse ideal de autenticidade, que se insta Principalmente com Rousseau, correspunderia ao que Hall cats de ‘concepgiode Menta do sujet do minis, qual iano centrado €dotado dascaparidades de rari, deconsctniaede ah {Mall 200, p. 10) Rerder.al de acreacentar ada de originale, ‘xtrapolaanogto de dente para ui ida maiscoletivs toma ‘uma feigio que est na orgem do micionalismo moderne, “sn sua das formas ~benigna e malign” Cayo, 14, p40), pis pasease ‘stender aqueles que ransitern cultura, dosquuisseexige Rete Asa propria cultura, Essa nugio de identidade ligida an reconhesimento nio pode ser comprecndida sem que seve em conta, «como propde Taylor, um aspectoesencial da condigio humana que ¢ © “dialogiomo’, pois “nao adquirimos as inguagensnecendrias para awtodefingio de noso eu, somos antes levados a eas por interaga fom as lnguagens dates com quem convivemos® (aylor, 1994, 1250). Na andlive de Hall esta visa da identidade seria + dn supe ‘ocioligico, concebido come um individuo nao auto-suficemte formado nu telagio com os outros, que servem de mediadores transmissores de valores, senidose inbuos, nse, da eutura ‘Como uma identidade nto laborada soladamete, ma ates rnegorala pelo individuo durante taka a vida, e depreende dal immportanca do reconhecimento ness consragi. Hntende se, dese modo, porque a questo identi w imteresa x € reivinicada Dor aqiclesque no si reconhetidos por ses ineslcitones: "Minha propria ktemidate depende vitalmente de minha relages akin ‘ono cuteos (Taylan, LUA, p52). pis em torn da nex de eonnhecimenta que s¢ formar tanto os monimetoshinalsts ‘quanto os monimentos esti as minora ue tame pot Mercer“ iene tment se tora una queso pune est em ‘quando algo que se supie como fio, encrente eestivel € sleslcado pet experidncn da vide dl incertera” (Mercer apa Hal, 2000, p.4. ‘Nasegunds metal do séeulo XX sunge o sce posmaderno smn ser rage ‘oven ow permanente”, i que ele “assume hermes eliferentes em diferentes momentos, iestidades que ns unica ao rede ‘de wm ex? coerente™ (Hal, 20, p13}. Com hi em ns ietdaden ‘ontraditinias, noses idenifeagies extn send enminuamente do, visto “como nao ten ute entiade Fi Aeslocidas,em fungio de elemernon ions cultura, de ener, le clase social, de posigin pica « religions, enfin as vari ilemicages que formar nueite mona de ose. Ps pensar aseilerencas entre dentidate nacional eientlade euler, ‘ero anaados alguns ips de dseursos hndacionis da nagio mo Brasil e no Quebec hem como os referents as idemtidades cul negra da disor, Identidade nacional A iis de nan © nacionalismo comegou a ser mobiizada na ropa a panir do século XVII para designaridemtddade de cada ovo. Entre 1830 1880, momento do Hberaismo trian, havi, Segundo Eric Hobsbawm, “és ertéios que permitian um pove ser firmemente classificado como nagéo, sempre que fosse Sufientememte grande para psstr da entrada 1. "0 primeino deste eitéros era sua astvigio histrica com tum Estado existente ou com um Estado de passa recente ¢ ‘anoavelmente drivel 2, “v segundo critério era dado peli exivénca de ma elite cultural long elec, «ite possnisse win vera sinistral e lero escrito So ere crtéin, que ferment pris ser dt, ctx dado or nna provada capaci para a comguiste (Hobsbawm, hp. 49) eas cn sseudo de tir uma nage et pris, ptt aver im sae posse Hn de demonstarforca militar Foi en tomo dese ees por ormarai ss ilenidades macianaiseavopcon, A eonstgio de uma identidade natal pas, asin, por ie de mediag cs permitem joven do que € comumente shamado de “alma nacional", ou seja. parsmteo in os que funcionam como “provas" da existéncia desse Estilo, owe Aeterminan sua niga: nis lingua comm, ua sve alzcs Sea sn loginguas posses, sm pane de hen tudes acon um flere, sma bane ete i Lane na nature partial, ols ofc on poplaes, Os imegrantes fe cada comunidate sho eonvidacon a welen se eeconecer eles sderi Benedict Anderson diferentemene de Huhawn, considera que ‘0s nacialisnos naseem antes na Amética do que na Enos ono frum de um descolument das elites cus em relagio& Espanta | Inglaterra. independéncia dos Fstidos Unidos (1776), pines epabiea na Ame latino que werd 0 madelo pata as dems replicas cas, que apareceriam 20 longo do scala XIX. suscta sovimento de busea de novos discus queeaprimisie a tonat elidades politica cominente. © Haiti evi, ing les, umes’ pte, We foram os ex-eseravos que promoveram a independénci, Tiderados por Toussaint Louverture, Tadas a elites violas tem ‘que 0 exemplo do Haiti se alatras, o que mio acomteeu, O Bea "umbéo em suas peclardas,posconton coma presen da ma imperial portugues de 1808-41849, endo sao prteine portugues edro 1 quem proclamow a independéncia, Anders “acuse de weucentrsn os pesquiadorescuropess qe perstenn eonsideraada ‘onavionave como umainseno carp eran, LHW 192), amo mostvou Chases Tagline 1 acorn nivel individual. identi oletivse ora pel dalogivnns O space proves de ein de dle evonerimentor [tayo IM, pt) da wig ue eo erate, ele ies ‘nace tes sensi, co a, esheets rela dis interttone seu que deve vespetaresa a O term newest, sin, bara o ae de que este dupa rvonevine nt interac eaten sata ante para a exif Pposerionmente i slrevieenda. 0 1 lange aa hie pag lo XIX pa ler sesohvimenn inten nal tale, por ae es sas ees Tata cons tiie Livi, cmbora idea de ago potmanega eine vwhvente Ss patio smb poste se tansin ini sn ean ex fun de novosobjetivon No ral aquest ie sobre pati ds séeuko XIX cum busca ronnie, ue aa lo contin de nin poderguerer ser portygues Aenea hagas on sca 0 lato paleo da separa de Poriyyal — suite wn ft alta, como bem mosteow Antoni Cini. Aw se anata ‘unsiuigo da lieratra rei, pak ver que, duran uel XIX, otermo que se busca alrmar ude nacional A publica ito tivro de Ferdinand Denis, Resumé de hte de lt liteutos ‘rstenne (1826), foi way aomento fundamental de afrmacao da nacionalidade porque, so uit pe primeira vero erin de tteratora brasileira” (isis da portugues, cle comferia de certo modo uta exiténciaaquiloqueera, até ent, una diva eum ansei, Quand ‘0% rominticos brasleiros x intersogam wbre o caréter nacional, o ‘ch sabre o que distinguia ox braseiros dos portuguese, lene {entandocsiar uma idenidade coletiva, embors como mostou Regina ilbermann, o sintagma "identidade nacional” nao conste aa hisworiografia romantica x6 tendo apsrecida na criten brasileira Posterior, Zibermann faz wm invenario das termos qu designara ‘lentdade nacional no século XIX — cot lca, carter nacional, ‘epiritw nacional, instinta de maciomaidade, no clebne texto de Machado de Assis —, além de levamtar uy raroy uss doy terina iWlentidade nos textos econ du sécalo XIX, em meaty, com sentido talmente diferente (herman, 1999), Now teen cities ito séeulo XIX ji se pode depreender a idein de que » baste € feuto de sa eulura hibrids, quand, por exernplo Sang Nunes Airoafirma quea ‘poesia do tral.) eal das faresta edad ns ells Furopa, onde a su inspira nativa se desenvolwc cm © estudo © comtemplagao de eiéncia © naturera extant (apud Yilhermann, 1999, p. 48). Embora sem falar ete dietamente, a Alorests remetem ao indo, que fund como portugues ‘esa cultura, Asim, o portguésrepresentaaeutuiramicel oo em sas ferentes melioris, mete ao slo america Al ‘lebne precio de Senko dt fire A ert nvional que uta cu se alm a Pita queansnigeo puree wl gene "acai, pepo ss me terra qu he servi de reac: e ca dn eigcre 0 coma deren pn (tency se poh, talon deg A forga da terra — ou sen a nag coneebida como tests, ‘muito mais do que como una entidade politica e cultural tao ‘ontundente em Alencar que ele teriinao seu pref flan das rus do pat © ps0 quechups ocaja,amanga, vcambuce a abu ‘abo poe a um nga cm gual prone meso epi do porn que worse fgo, «pra od Iman ea nespers (Alen fp 1 ‘Acland ef detriment da reconhecimento da ‘onteibuigin do neyro 2 forma da identidade nacional. Is se expla porque, cam se necesitiv etna genealogies ‘xmoginie, vase buscar inspire agree € ene an ‘orignal da terra, enquanto 0 weg, akan ee ser de fora ea p us, E marco pelo eign dt ecravio, Em um quale de eReu next tives cular, ocurred sia exehiso, man momenta em que Aenea calocavs es aponte dos migrates qe nega a chen, Ne Brash, seaigi da racionaliade, expres, wobretude, pel expres “carder nacional, era muito fre, tel sid eel inclusive leva grate ov ala. que fo nualeraann, come sea far de Menta icon. Mtr dle Andrade pret Macvsine (m a falta de ‘ter do brasileiro. Bie que se ieresun por Marana devi 3 = pecenpagin em qe vio de tabla edescolte mai epost seit is pubis conve ea explica a uest fds bras Casa un venta ext uso da palavra “entidade” (© ni identdade), ewja urigen ¢ ‘etdadiramente, ontokgies. ee cones: “Ora desde pelea 0 verique ima eaten patece que certs «basen na tern cater” (Andrade, 1978, p. 218), Esplin que e ‘0 uma “ealidale moval, nus" enti psquiea permanente. se ‘manifestanlo por tude, nos estumes ag exterior rn sentimento tn lingua na Uiséria na andadura, tanto ne bet como 1 wal Andrade, 1978, p. 219). Miri, almiador de Alencar, continua usindo o temo “eariter” no mesmo sentido do sculo XIX, quando ‘Alencar destaca o eardter das mages da Europa em conrasie com © dos pows em Tormacio, que, cme as eriangus,tetulem 2 imitaga, nest necesiia etapa de “amlgama” em que se mescla “agen de itis nacionaidades adveatiiae”, Ou sj, o carter de que falam Alencar © Mario corresponde ao que hoje x chamna de wentidade ‘nacional. Fle considera que“ brasieieo no tem carter porque nig possui nem cvilizago propria nei consciénca tradicional”. Segundo fle, os franceses, o iorubis © 0s mexieanos teriam caster porque powsuem “cvilizagio propria", pelo “perigo iminente” ow pela onscienca de séculs", &, dese wade, que comega ase construir uss identidace nacional braseira, que se ope, desde sua orgem, 4 iia de importagio, ee que somos. entretante como arma Paulo Prado, em Reta do Rraal, grandes aprediadores. ‘Nocontrvie das Ess Unidos, en independéncia & de 176, de tos os pases continental da America Latin, que Baer: independéncas 40 longo do séeulo XIX, o Cana contin sb ominia inglés, chegand aw séenko NXT com um estatuto basa Singulat, como parte do Comn wealth, conserva a iguana {que decoratvs) do Gavernador Geral, repreentante da Rainha, cup foto sind éexampada na moeda lacl (dla eanadense). © Quebet, ica provincia dh Canada cu Inga majordsia € o Hamed, se alrna erm upanigh ao eanadense de lingua inglena desde cess do {ervtdrio Gritiretanha, em 1753, pel Tratad de Pars. primero sade importante a ye obervar ta consrucao Wenitavia do Quebec ‘que » Canadien, que comega 4 crar sa identdade no século XIX ignora w mestigagem comm o povos autictones; sua idemtidade sera sempre uma pura © icontaminada Giliagio a Feanga, Cblematicamente representa pela flor de i, smbolo da resleza testronada edo ancien régime, © paradoxalmente adotada come bandeira do Quehee. Hata identdade serd sempre construda oma reagio € opisigio os vencedores ingles, que dominam politica ‘wonomicanenteo pals além de condituira maioria da popula do Canad ‘A identdade do Quehe, que singe na Revolugao Trangia (1960), se constrsi por oposigie a este Outo, nao mais como simplesmente reativi, mas, agora, de maneiraafirmatva. Ao se poreebere efi como nairians provincia, 0 agora Quebequense, ‘que surge en substtuigdo a0 antigo Canadense francés, dé as cosas fos francéfonos de otras province (Ontario, New Brunswick), ‘bara sa ientidade emane de sua origem francesa ¢ de sua racufoni, Ora,exe 60 eilema la provina: 0 confi lemsells nacional (pravincal) com idemtidade Linguistica, wo consider uchequense 36 © quebequense francfono, cria-se ui grande problema patico, que et onge de ser resolido, Letourneaue Kul fo analisrem os depoimentos prestadis 4 Comivsin Belanger Campeanu, em 1M), exquadrinkam os planos aarrativos e argumentative desta “wma de pala pai" e entarn defini “quem seri quicequense ni epini dis Tranco-quebequenses Hie talenicndosjeanqucbequenseeracometi vgs a se pened edge os sigue dagen, ao mean (Jomo ned (qed Eucbocrec cq nro Quebec Tiiqueteqeeetrienerect hi aereque con (rum oe glen conn earabron da mieGriade Suchen cnn) prenaen ge aee ‘Srscmngue lena de vdentesmanides de Alin Nate. em ceri eo, de ids can ‘inetd rece cc nactinirn nal winkde lar Aermewcm pepe Leama 1D, p28) Hs uma especie de 6 na questo do Queboe- Do ponta de vista tic, tds om qu nascem na provincia, incase cx anglfonos, So quchoquerses, Mas conto a identidade do quebequene 3 define por sas cnigem (cbs prea pea ing races, em oposicho to anglono, este grande Outro, queo peregue desde 1765, quand {Canal ¢ cei 2 Inglaterra, no existe ponsbilidade de wolugso identi. Este 60 verdadero Eatin que subjaz em todoo debate leniitio no Quebec, Como a questo € quae insokveo problema, © cantornado, Ha toda wna producio teoriea sobre questoes Identitirias concernentes a0 primeiro polo, aquees que sto Franeétonos, mas ndo sto descendentes dos clonizadresfranceses, inlsindo nese debate ox chamados excritores migrants, éticos ov como quer que sjam chamados. O outro palo fantastico fea em ‘suspento; or anglfonos esto excluidos do debate idenitrio porque, ina verdad, se cles forem consderados quebeyuemses, identi squcbequense (francesa) desparcee, tormundo-e umm mero getca estado de valor de idemticag. Na ima propos de rlerendo a base poli € o diseuro nacional, que Quebec constiase ‘wn hl de meg cnn ama argue ‘i uma tic be ea Eun cea rica ar esate, nda prs ‘Govdesersem near peta arate em sf tera ea atoll tive leno doanates igmernantesdo mem cea prone {tetany 17,p113) mbora.adner no Queber snd evessints dene cansave debate, 4 nova visio dos histriadores sobre « quchequense, segum {etourneau, evi ss condigaes propia 4 sa aera Ono, 0 ‘que se depreende de viios ets que pow heterogéneafritnica races, americana, americas ror eran cexétian emaquebebeacultnra quebaquense fans pars sworn ‘que cla €* (Leto, 1999, p56) Se os séculos XVI ¢ XIX foram dominados pela identidade Ibaseala no Estado-Naglo, no slo XX iniiowse sm movimento aque anunciaea 6 fim da noo de nacionaidad, privilegianda pats ndo lagos que transcendem o navional Entreanto, as esas no parecem estar de vod mudadas, com Memonstron a reagae de minorins, como 8 dus Indios, wos scomteciments do II de setembro de 2001 ox Pstatn-Unidos. Os ceuropeus, por sua ver, como prope Thiewe, “no ext atl das coisas parecem tao provides de identidades nacionais quanto \desprovidos de ilencidadeeuropeia” (Thess, 1999, p. 288). De modo andlogo, os basliros se sentem, antes de ado, brain, e muito ppouce latino-americanos. Talvex por sua propria natwrera de onstrate, ensinado e inteirizado nutn lento proceso. a idea de identidade nacional nfo parece estar pert dle desaparecer por ‘completo, mas devon de ser ania releréncia, Asim, temo be, le tum lado, entiades como a Unido Kuroptia « Mercosul sa concep cont embors and ama extrutura de Esta — le otto, 0 sujeto péemodern, cum nova emesis ue ‘qerem se haseas em slaves ra Pperteng a una mesa clr, ll 4 eligi, © proces de rachis vind a ila como ger, ase, eet igo de wn identi nacional neva de fer emardigies. prints dela proved fata de qe a0 Ident, eds magi age en eporta a ini nde ne he wong, Nace masini ennai cie Single de ca Monae woman de Ali emetann, dou eee ae sin(Uee, 0.10, Ouura questio, que deriva da primeira, € 4 da b stenticid, sempre prablemtea, pos se ern spas Folelorizag, wm we uma comrade sem Noaso de pes pre pines de nan eat nine dentists fore shu comento de dependéncia cultural, € connum acorrer que pote famos chamar de auorexotizagie. No Brasil por exempl percebe-se que os romintcs, na Ansa desire nossa viginalidade, ciharam eriando wma imagem do pais que repretuzia «visio ds curapens sobre n6s, procedimento que parece lis, prvdurar eM tas de noses auto representaoes. © Quebec eatin lidar comn fifiuldade a sun ideia de nagio dentro de outa nagio, no tend ‘conseguido superar 0 sea eomplexo de inferioridade linguistion em relagin a Franganem tampoueo em elagioao ingles lingva dominant ma América do Norte, numa crise ieentittia que est long do fi, Identidade cultural Fala-seem ientidade cat quando se quer referir a grupos ‘que nao se apciam em um Estade-Naco, mas que reivindicam pertenga a uma euluura eamum, Nese caso, ni se mobliea a referencia geogratia, ¢ 4 tendéncia desses movimentos & ser ‘ransnacona, basco sem catego io diversas con rate, éncro, regio. Tedain, também nese caso, watase de determina {um pattiendnioeamum ein. ews implica navevisio da hina © a0 questionamento da cultura hegeninica, «ie ao inch na Dus de artepassidos, nt riage de cocoths de simolos © até mest, por we7es, no esaletimento, sence me lingua, a0 menos de una lngagern Os process de construe de identi colt, nacional om ‘cltural, so, vdava, similares wo que tange mo elemento de tum modelo com o mesmo fin, oe, 0 reconeximento, O que os

You might also like