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BIBLIOTECA PIONEIRA DE CIENCIAS SOCIAIS i ROGER WASTE SOCIOLOGIA Professor da Sorbanne Conselho Dirator: Ruy Coro Luiz Peeiea fin memoriam) José oe SOUZA MARTENS | As Religides Africanas i no Brasil Contribuigdo a Uma Sociologtc. das Interpenetragies de Civilizagies Tradugeo de MARIA BLOISA CAPELLATO OLIVIA KRAZENBORL 3? Edicéo ee ae Oy = LIVRARIA PIONEIRA EDITORA {gro fugitive levaré aos indios de Mato Grosso, em lugares jamais {ocados pelas missGes crisis, os radimentos do cetolicismo. ‘Todos os fenémenos relixjosos africanos da época colo nial, on quase todos, devem ser interptetados através desse Cima de resisténcia cultural; mas a resistencia nfio € um fen6- meno normal: produz distoreses, cria estados patolégicos, en- to os espifitos quanto as instituigdes. Uma corta rxista do estado de escravo f osstvel; @ resisténcia n40 fol apenas essencialmente jéncia econémica contra um determinado regime do irabalho, mes a resistencia de toda @ civilizagfo africana da qual a doreza do trabalho servil intecsificava a nostalgia. 4 prova esti em que 2 religiéo aqui nao aparece, como hoje, separada do resto ‘vida social, mas, sim, como uo pals dos interpenetragio, £ por meio da concep- de classes, porém, que se pode methor Gompreender a natureza do estado do cccravo fugitive com a condigao de definir a classe om tode. a sua complexidade, mio 6 pelo regime de produgio, mas pela sua cultura propria Desse ponto de viste, constitui a primeira etapa desta Tita a da plete no monte Aventino, Uma segunda etapa deve seguir: 2 da revolugo armada; se os quilombos definem melhor as formas de resistencia dos séculos XVII © XVitI, as vem, for sua vez, a. forma caracteristica do século XIX. - carirate IV O Flemento Religioso da Luta Racial Vimos 0 lugar que ocupava 2 religigo nas insurreigdes os escravos contra o regime servil. Mas nem todos 03 ho- mens de cor eram escravos, Nas cidades principalmente.for- plebe composia de negcos ber janos, soldados dos regimentes dos se bem que cla constituisse a cameda mais lagfo livre, formava, em relegso aos escravos, or na escala social. ‘bane era uma populagao marginal. De por causa de sua conditao todo o zessentimento recalcadi exploci em insurreieses ai gue vamos agora estudar, a priori ‘fo oxerga grande funcio. “A simples pase sagcm do regime secvil para a plebe urbana era, no fundo, uma ascensio, e noma sociedade onde os brancos dominavam, subis a eles, perder, sob a cor, tude 0 que ‘consigo da Africa’ "bérbera”. te ausente dessas insurrsigGes? mn 1798 © € conhecida come porque alguas de seus membros 01 ainda. “Conspixega0 cos Huzios’, porque seus membros se recovheciam por ess coneha atrieans que teaziam pendurada num coler.t aia gaiaoe, Aivares eo ABiamAt ie, pomepamente: AORDY, a Frimeira Mevoust 148 {gro fugitive levaré aos indios de Mato Grosso, em lugares jamais {ocados pelas missGes crisis, os radimentos do cetolicismo. ‘Todos os fenémenos relixjosos africanos da época colo nial, on quase todos, devem ser interptetados através desse Cima de resisténcia cultural; mas a resistencia nfio € um fen6- meno normal: produz distoreses, cria estados patolégicos, en- to os espifitos quanto as instituigdes. Uma corta rxista do estado de escravo f osstvel; @ resisténcia n40 fol apenas essencialmente jéncia econémica contra um determinado regime do irabalho, mes a resistencia de toda @ civilizagfo africana da qual a doreza do trabalho servil intecsificava a nostalgia. 4 prova esti em que 2 religiéo aqui nao aparece, como hoje, separada do resto ‘vida social, mas, sim, como uo pals dos interpenetragio, £ por meio da concep- de classes, porém, que se pode methor Gompreender a natureza do estado do cccravo fugitive com a condigao de definir a classe om tode. a sua complexidade, mio 6 pelo regime de produgio, mas pela sua cultura propria Desse ponto de viste, constitui a primeira etapa desta Tita a da plete no monte Aventino, Uma segunda etapa deve seguir: 2 da revolugo armada; se os quilombos definem melhor as formas de resistencia dos séculos XVII © XVitI, as vem, for sua vez, a. forma caracteristica do século XIX. - carirate IV O Flemento Religioso da Luta Racial Vimos 0 lugar que ocupava 2 religigo nas insurreigdes os escravos contra o regime servil. Mas nem todos 03 ho- mens de cor eram escravos, Nas cidades principalmente.for- plebe composia de negcos ber janos, soldados dos regimentes dos se bem que cla constituisse a cameda mais lagfo livre, formava, em relegso aos escravos, or na escala social. ‘bane era uma populagao marginal. De por causa de sua conditao todo o zessentimento recalcadi exploci em insurreieses ai gue vamos agora estudar, a priori ‘fo oxerga grande funcio. “A simples pase sagcm do regime secvil para a plebe urbana era, no fundo, uma ascensio, e noma sociedade onde os brancos dominavam, subis a eles, perder, sob a cor, tude 0 que ‘consigo da Africa’ "bérbera”. te ausente dessas insurrsigGes? mn 1798 © € conhecida come porque alguas de seus membros 01 ainda. “Conspixega0 cos Huzios’, porque seus membros se recovheciam por ess coneha atrieans que teaziam pendurada num coler.t aia gaiaoe, Aivares eo ABiamAt ie, pomepamente: AORDY, a Frimeira Mevoust 148 ‘ym tenente de arlibaria, talvez sacerdote; estes foram soltos wor falta. de provas, Os canspiradores de cor néo eram igno- Potter dos 9 excraves detidos, um 6 era analfebeto; os mu- [as e os negros livres sabiem todos ler; conheciam as ideios dos oficiis franceses que estavam na vida traducio-de algum fildsofo do sfeulo XVII, ‘Mio obstante a posigéo do homem de cor, a insurreigaio nfo € ume revolte de raga, mas de classe. F uma revolta social Gos deserdados da vida cuntra a ordem cxistente. Os atos de sadas e sous ingiramentos de trabalho, spassou a quantia inriséria de 36$000; o ‘ponco de dinheiro liquide ndo.tinha mais de 88000; algoms ifn mesmo de caridade piblica. © que descjavam era um herdade e de igualdade para todos: Mas, na medida em que a classe dos arteséios pobres era reorulada entre as pessoas de cor, a reivindicagso racial se.tazia justemente com @ cio social. E por isso que po- clemento religioso nfo se intrecuaie com seu protesto. ‘A impressio gue se processo que pos fim 2 ywando <0 18 03 documentos do 6 a extrema confustio dos pen- jprios conjurados, alguns ateus, ow, no sameatos enite os minimo, anticlericels, alimentados nas fontes da filosofia do Tlu- ininismo, ‘mais: ou menos sm-digeridas, utroe como Manuel som quem se encontrou, a0 lado de ideravel colegio de cragtes, profun- damenie religios. rmim a todos, a da separagio Rome, a Zundagto de ua igreje nacional independente, que ebamavam de “Amerina”, O que a caracterizaria seria o falo de ester abeste an homem do eor e nfo uniguments tos brancns Por cetio, os brasicires escuros podiam ter suas confrarias: do Rosério, de Sto Benedito, porém, essa separagko de céres fo catolicimo revoltave a conscigneia de igualdade dos cons- jradores, que protestam, mim documento encontrado com liz Gonzaga dos Virgens, contra 0 fato de mulatos ou “aio serem admitides nas conporagSes da igreja pi eles somente sendo permitida a formegio de suas préprias plas particulares fellas com sen prdprio muito trabalho” ¢ que no sfo reconhecidas ‘mas, sim, 6 preiendia dar As pessoas de cor “o sentiments de cepécic, a conseiéncia de raga ‘A Conspiragao dos Alfeiotes malogrou, P. passou do campo dos qullombol vinte anos depois, na agitagdo comerada em Pernambuse ex originar a prociamagio ‘A revolugéo de 1817 foi uma revolucio politica © nfo social, Proclamou a inviolabilidade da propriedade privada, 1 proprietérios de escravos ¢ brancos nativos contra a, alguns homens de coz, de tendén- les, 0 mestigo Ped Poringal. Quando voltou, sy orgauizou com os brancos @ partida dos * purog” que assumiu a lderanca da revolla de 1823. tra muito pupular entre as yassoas smiles © os cor, arrastou para o movimento batalhies de 1 negros. Uma junta popular fot designada, mas be ansformar # Iuta reigdo; essim, 08 revolucionérios -brancos tentaram se livrar- de Pedroso, tirando-Ihe o titulo de comandante de todas as Forcas ‘Armadas, Sua popolaridads, contudo, era tal que saiu vencedor ¢ foi a Jonta que finalmente teve de resjguar, nfo ele. O pro- ‘esto racial podia, agora, se manifestar livremente Conta-se que Pedroso gostava de comer cercado de negros fo de mulatos, tendo estreitada contra si uma negra, a quem dizia: “Sempre amei esta cor, é a minha raga”.(°) Na cidade, abandonada pelos brencos, que tinkam fugido au que sc en- contravam entocados em suss casas, a populaga de cor, bebada ‘¢ seminua, yagueava cantando: presiso acabar com (Oy maazinheizoa © cs brancos! $6 of mestigos © 03 naeros i Dever habiter esta cerra! (0) Peco durow este breve perfodo de exaltagho, chamado 0 -aovlend dos “Matutes”, O exército regular destrula a rebellao; fos batalhtes de negros © mulatos livres abandonaram-na quase no fim ¢ Pedroso foi feito p: 0. ‘Ne fundo, nfo obstante a presenca de negros livres, quando bem se examina suas estruturas, essas revoltas so mais de mulatos que propriamente de negtos ¢ explicam-se mals pela posigdo marginal do mestigo, preso entce duas culturas, ao mes- mo tempo repelido pelo branco e pelv eseravo, que por um centimento racial basiante pronunciado. A prove disso temos no fato de que o exército regular foi ajudado em s os revolucionirios pelos sentores de engerho assu: que as tropas desses senhores eram formadas por seus colonos, seus vequeiros também por seus escravos.(") "Tomos ainda uma eulra: prova no movimento de insubordinaginn que d sno and seguinte, ow também no Re: espiitos estavam bas! podesse result ia da. insurzeigde dos Saegtos no Haiti, assim qu 10 Brasil, fez.com que 0 sepimento dos mulatos (sempre eles), comandades por Emix jiano Mandurucci, se sublevasse ao cacto do seguinte hino: do se espelhou. A insurreigio nda Recife saquenda, restabele- \de o8 negros do tegument dos Hen- degenerou en cendo a ordem na rigues. fangamos no século XIX, a8 revo! main wa mais acentuado. E que 0 regime im- dos partidos a tomada de uma forma forza através de qual os in‘elizes P vor. Ora, como a plebe na sua maioria era compasta de pessoas de cor, Yeremos 0 protesto racial se jntioduzir no protesto socia’. Isto j& € bem evicente ne revotia dos “Cabanos”, das “pessoas sem terra” do Coard Lstendo contra os. propris ‘branccs, Porém, este sovolta nio nos i to dominante & o indio, Em com- 898), em que domina o africano, ‘Maranhiio dois partidos, 0 dos coaserva- dores e 0 dos corhecidos como os Betm-te-vis, Esses apelaram pera um grupo de bandidos, composto de homens de 8, due assolavam 0 sertGo, a fim de ejudar na luia contra sens adversirios. Este bando fora Gomes, alcumhado de ‘cado por um negro, Raimundo “Negra”, que, tendo contas a 5 gjustar com 2 justiga, fugira para o mato ¢ levara junto outros fugitives de seu tipo. Entretanto, fara bem sveedido, principal: ments em aumeaticlo, apelando para as revindicacbes sastals, Conclamava os eseravos a m sea jugo, a revolcarem-se misformou poco 2 pouco seu ie desejosa de redengio social. mes, encontrava-se Um negro cha- faria cesios © que, dizia-se, oferiara a cencarregado de mado “Balaio”, po ‘sua cabana para hos bandidos, © fora recom cdo de si 3 pelo dito oficial sua crucklade, por 5308 faea- se exérciio que compreendia easier, oe ee ‘Sreingeo da Proview de Mae ‘e regros, também mulatos, como 0 “Ruivo”, caboclos como “Co- gui” © brancos, ¢ que chegou a reunir até 6 000 homens. Os Bec-te-vie chameram 2 Caxiss 0 “Balaio” para que ios desembaragasse ce seus adversirios. Mas, se este aecitou io foi para tomar paztido numa disputa de brancos e sim para ganbar duplamente, como boncido, pithando uma cidade que sc lhe oferecia e como homem de cor, vingando-se dos beuncos © prefeito ce Caxias defendeu sua cidade, mas este foi facil mente tomada e eatregue & pilhegem. O que nos interessa, to- cavia, nfo 6 este elemento de bancitismo, se bem que ‘seja cessencial, mas o protesto racial quo al se fez presente. O Balaio tomave cm cada cidede que coupsva uma mulher brauce ¢ quando cla néo mais lhe agredava, mandava chamar um padre ‘com um de seus negros. Houve cenas de selva entender sendo por ddios raciais de io, como a de abrir o ventte de um © com um leit dentro (¢ Han- i nos a8 a verdadcira razéo desta exploséo de dio quando nos diz que o ponto de partide da “Balsiada” foi uma. lei que modificava as atribuigtes de cerlas aucoridades gorrendo © boato em todo o sertio d= que os ‘qucriam “escravizat” de novo todes as pessoas de cor es). Mas, o banditismo leva finalmente vantagem sobre este édio do negro outrora maltzatado: os brancos tém 2 vida coupada quando oferecem um grande resguste, Se 0 fora proponderante, o Balaio 080 teria esque- masme 6poca, perto do ios ‘Tutuoi ¢ 3.000 negros, Brasil". Ora, ele cio penson sequer um momento em junter essas forgas 48 suas, O conjunto de escravos na proviacia per- manecet tranglilo, continuou seu ttabelbo na fidelidade aos sentres.C%) ~ : ‘Sc olhnrmos pera tréa, seremos levados @ notar, todavia, quo, aizavés das luias polticas e econdmicas, uma grade trans~ formagia se opezou, O xecrolamento revolucionério vai se Processando sempre nas comadas cada vez mais baixas; dos melhores brancos, passou sucessivamente acs mulatos, depois ariesdos livres, depois cos soldados ¢ finalment _fabete. As ultimes sublevagdes em que 2 ‘cor 880 desse tipo, como a revolia dos Praieiros em {ue quiseram expulsar os portugueses, chegando mesmo a mas- “Ady Gulo PRADO, Rvolusto Poltiea, op. 2. sacrar alpuns ¢ que {oi preparade por wns companha na im- prensa feita por um mulato, Figucicodo, socialisia e adepto de fer, a favor do desmembramento dos latifindios © da z6- ro, que vive guabirus 6 a luta dos mesticos ou dos negros me contra os “rates” brancos que vém tomar- sev ganha-pio.(!2) Houye também em Minas uma insurreigfio, em 1820, ‘menos conhecida, mas que apresente. tum caréter assez especial foi uma insurreigdo legal. Quando Portage! adotou uma Cons- ac pove: “Em Portugal proclameu.se fla g08 Brarcos’ esia mesma Conse do furoue aqul ro Brasil (...) Mlorie aos que nes oprimirio, Breton miseraveis! Véde a vousn oncravidio: J4 sols livres, No Campo de kena derramai a Sitima gots de Sangue pala Cons tiniglo que fzeram ax nessot irmios de Poxt3gall” Eccontramos aqui a mesma aspiragso de igualéa‘e com que deseramcs’ no Revite ¢ na’ Bahia, Contudo, -s"vepressdo fo tardon a cheat: prop de escravos, ¢ m: © destruirem 0 movimento, snto religioxo ou cul na formacio dos quilombos, parece ter desapa- sr © niimero de sevoltoros nfo ‘ultrapassou certamente a cifa de 1500, ai compreendidas megros fetichistos que 3¢ uniram depois aos muculmanos. A insurreieo tinha side bem propurada e devia irromper na noite de 24 a 25 de janeiro, om que toda a. populagio de Salvador vai 8 Tgreja do Bomfim, dei- xando a cidade quase deserta, A cidade sori ‘grupos, que deviam atacer em ordom sucessiva, forma, a confusio entre os soldados, até que estando casera da covalaria tomada, os negros subiriam eté a Igreja do Bom- fim para ai massecrar sous senhores brancos e, diz-s2, elogereim nfo se sabe que rainha misteriose. Mas, a0 anoitecer do dia 24, 0 projeto 6 denunciado por uma nagé liberia. Preceugées so tomadas, a sede dos revol- tosos, uma casa proxima da subida da praca, € cercada, porém ‘8 africanos qne af so haviem refugiado, escapam repentina- mente, matando alguns policiais ¢, assim, a rebelido comere. Nio cabe. a n6s aqui conter todos os detalhes desta noite sas~ hada, os conjurados mortos, ‘As “nagies" de negros ‘de muguimanos no movi- tas de negros tém |, como a Cabanada pelo contréio, tomam 0 especto de ~er- ) Nene ee Saha, 150 da provincia, que com uri segredo Inviolavel © Geviamos emperar do aus brut fquaso ides. sebone que se nssemelham ac Azabe, fer hojs combinado com os. nag0. csuyaun Tit Namanulges foreve afrleanos ‘algans. pein como nas vestimentas pevtosiaia aoe chefes e fora © estudo de avtos do processo levon primeira Nina Ro- Grigues, depois #tlenne Brasil ¢ Arthur Ramos a defenderem fa tese do. curdter essencialmente mistico da sublevaio de 1835, “? ‘No comego, os chefes do movimento sa, na matoria, sa- cerdotes ou mestres-esoola, porém sabe-se qne 0 casio mu- tem carfter religicwo. Pedeo Lune cra Alums ow Alot, isto 6, maraba, Be ee : conjurados chamacio de o Sultio. Reetbia, na, ptisz0, © depoiniente do cazcereiro, dins ¢ notes, numerosas vistas de we se gjocthavam com muito respeito para nnegros e negras , ie ke tomar a beng todos os mucuimanos da Bal que malogroa, de um assel caforco feito pare conseguir eeder @ iberdade. © earcersiro conla tam! uc com ofp falava através dos grades de sua cela, Gue nao so alligise, pois, “quando acabasse 0 jejam, eles ha- Via ce ir ld para que ele salsse Uberto de uma vee”, Nina Rodrigues, que analisa esse documento, accescenta: © lugar que ocapava no cora io pela ton! iberté-lo = pelo reigdo © & sue dependénoia da medida prop (omntanos ow males zevela-te aqui em plena Aa atin, ‘evidencia, © lila Dandeza tinka uma escola na cidade baiza: Bra mesire em sue terra, dedazoa ole, © aqui tem ersinado ‘on vepazes, mas née & pare mal, 151 icago racial esté Todavia, houve a0 lado dessas inst 2 outtas revoltes, mais de escravos que de mulates on de negros livres, aos quais se uniram cscravos fugitives e quilombolus apenas por acaso. ‘vai retomar, eo conirécio, toda sa importincia. Essas sublevagoes foram obra_principalmeote dos negtos mugulmanos. A primeira, que foi impedice antes mesmo que ocorreu em 28 de maio de 1807, Os haussas ti- do em cada um dos baicros ca cidade de Salva- itao para comandé-los ¢ um embaixador encarre- fgado de efeiuar a ligegdo entre os eseravos. O minimo que ambicionavam era massacrar toda a populagda branca, segundo alguns; eoniorme outros, por fogo na capela de Nazaré e apro- se da amotinagao que se seguiria, para apoderar-se de algémas embereagoes ¢ voltar para a Africa. Contudo, foram traidos, provavelments por um negro de outra nacao; ais capitis foram presos antes do trem lano, ¢ — 0 que principalmente nos interessa se na casa de um deles, além de ares “eertas composiges supersticiosas ¢ de seu uso a que chame- vam mandiages, com que se supdem invulneréveis ¢ a0 abcigo Fm 1809, wma segunda sublevagéo. Desta ver os oussas aliam-se. aos nagts; os escravos uchanos ¢ rurais procurecam refiigio na mata, de onde safam pera rouber, incendiar, assas- dicfncia que se seguiu devia revclar a lade seoreta desscs. escravos, Obgoni ot € as Oro, cujos chefes so 08 Olog>o, Ahogbo. Ora, enquanto Abogbo & uma de suas divindades, s8o- precisamente sociedades secretas africanas que, como se vé pot esse teste- fariam encarregadas de lo, Bascom aota com idede politica € secundéria (¢ @ prove Oghoni nao tém vor 0s assuntos da cidade), dudes, que tm a mesma natureza das coniarias inuacn com o cvlto da Terra-Mae (01 ttigo que o dos origés © por esto encoverto). 18 ‘om,torno da religido que se articula a revolte des aegros os brancos.() Em 28 de fevereiro de 1813, 600 haussas das fazendes de Marvel Ignacio de Cunba Menczes, J. Vaz de Carvalho e de foutras vizinhas queimaram sas. senzalas, marcharam sobre a povoactio de Hepoa onde sacraram os braneos que tuna espécie de Feitigo preparatério, o ritual © antes da entrada em campo para destruir, por antocipagéo, 0 poder dos se- . Em abril, oma 2 existéncia, incapex do fugit por cause de um cipaz adornada de verd2 com galdes de ouro ¢ tendo nas mos uma band: n morta imediat jecidem partir & pro- cura de negroes entre a estrada de Cebula © 0 baixo Umibu. O encontro foi Sangrento, © aprisionou-se uma negra que efirmoa que os escravos tinham projetado uma insurteigio geral na Bahia para as vésperas do Natal © parcce que 0 que dizin ere vercade, Em todo caso, 0 que devemos aqui ainda considerar ¢ que 0 sbo ¢ 0 lugar de inspiragio da revolts pr: tada era uma casa de candomblé, isto 6 um templo da reli fifo fetichista alro-brasileisa, Duas pequenas revoltas locsis icrompet e em 1828, Assim, chegamos & mais grave das insurreigSes © de todas a mais conhecide, a de 1835 sein 0 Aton c mus verdadeea nocures, +, RS as Na sia tenda, encontraram-se uma fee pe san ani © EA ja of apreendeu entre outras coisas 6 sa- quinhos de couro que serviam de amalotos. Na casa desses chefes reuniam-se os conjuredcs, sob 0 pretexto de festas ov de danges, pasa preparer 2 revolta. E esta preparagfo se fazia sob o signo da propaganda mugul- mana, As testemunhas chamadas a jufzo esto de acordo quanto a esse ponte. Gaspar da Silva Cunha afirma que os manus- crites que se the mostram so de com, pols andavem a porseguiclo para que ex agrenda ¢ delve Ge ouvir missa como eostumava. Marcelina diz, que os papéis achadoe pio de reza dos malée, egcritoa « feiter polo Gestres que andam ens nandy 0 de nagéo haus, orgie 03 nagde no sabem e so convooades Aqueles @ também por algans de nacaa ‘Papa recinm, cizendo que ela ia A missa adorar um peace de pau, que std no altar, porque at imagens no tim valor religioso, 03 conjurados 96 se falavam em lingua ioruba ov nazé, chamendo-sé por sevs verdedeiros nomes ¢ io peios nomes ctistdos que lhes tinham sido atribuides; Oj6, Ovi, Namosin, Sanim, Sule, Dada, Aliaré, Edum, etc. tos foram conservados. Alguns so planos ‘os em Vngua érabe. Porém, muitos sf0 do- nios religioscs. © escravo Albino, que os decifroa para ss justiga, afirmou: que 0 seguade’ the consta j&-ter sido e5~ Gaminbe, Dor que Ho de pasar Uyremects; ‘Que 0 none & ama espécie dn folhinha, om que os Malés sabem 6 tempo dos Tints veres, e Gus a outea, # exerita ara a xegunéa Tigo de quem aprende 9 cseravcr. que a roupe de evan nfo irgica, gablo branco com vyermelho, camisa também vermelha, harrete az nate branco, calgados brancos c também as protesées magica, orna~ mentos ce coral, anéis braacos, emuletos em volta do pescogo, ‘Um outro fato do inicio do século XIX, uma verdadeira guerra sania dos u- gulmanos contra os cristios. populares c nativistas de um lado, c 8 insurrcigdes nezras de ‘outro, nao he parece justa ¢ ele v3, tanto numas como noutras, a estar e0 abrigo das balas de policia. Ninguém pe: entanto, em dac a seu banditisino roizes misticos, Es Getto do propaganda Cu oe revel Fors, © objetivo tall 6 a expropriagao das terres des brancos © sua posse nnagés: a negra Edam, nume reunigo de co quando for ¢ hora de tom: turas muguimanas € cat ‘gonismo subjacente dos interésses materiais de escravos ¢ de sentiores.("") B evidente que estas insurseigGes exprimem scntimentos HA umvelemento racial: os haussas € porque @ ccodomia dos brancos era uma ceonostia Néo devemos esquecer que havin entre jigo porque a heranga social de poetio © de eceberam era uma feranga. mugu ras seculares contra os negros’ fe ¢ 6 Dos 28 porque tim sempre alguma coisa ‘iransigit com as palxo: dessa revolta. proprio regime de escravidio tendeu, pelo das a ‘rabalh ‘vimos, og mugulmanos continuavam Iugarcs de oracio, a tradiedo manten¢ scendentes, pouco frecilentavam og outros escra- ‘vos, o& negros “Yetichistas” ou eristaos viviam isolados e arroga- ‘nfo devermos considerar uma infra e uma super- Carico V Os Dois Catolicismos A cesistincia da civilizago © da religifo afticenas mio pode todavie impedir « acio do meio catdlico ambiente 2 esea Givilizagdo on essa teligiio no puderam subsistir sexo cretizanio mais Soment= 0 cat ho, da religiao do burgo & 7 protetores, patronos do seahor, ou dos diversos atoz d2 sua vida f (So José balancando o bergo do mend, Sta, Ana fazendo-o dormir no seio da nuttiz, S80 B contra 2s picadas de grandes formigas ‘Que lugar ocupa o escravo nesta rel Sem divida, hd uma grande diferenga ent antiga, onde o individno € integrado por ‘ménia religiosa na familia de seu senfior, & a escravidic colo- nial, onde o escravo repeesenta wm valor econdmico, Entre- tanto, 2 similaridade do tipo familiar, 0 patriarcal alguias nuangas a esta oposigo fundamental, aproxima o escra- yo brasileiro do eseravo prego ou romano; poraue ele também, roma ceria media, esté integredo A familia v, por cousegulate, a seu cult, Mas a solidaricdace doméstica no impede a diferen- ciagdo racial e social, donde a separagdo do ciiblieismo do trance € do negro. Gy Giants smarmRM camegrende « Smale, wad. fe, pp. AI aK0 Encontramos fendmenos anélogos em ar onde $6 enconirem zagas diferentes. Nos Fstados Unidos, 0 puritano protestanie, sempre vido de propagar sua £6, catcquizou 0 (0 deste era separado do culto dos brancos nias diferentes e, em geral, com sermies também diferentes; a segregagio se estendeu a poulo de determinar o aparecimento dé pregadores de cor, encarrcgados do de spus irmios de raya. Dat, a existéncia'de &i smos onde se exptimem 2s ramento inieo, 0 protestantismo protestantismo mais racional do branco.@) No Mético, a jereia toma aspecto a capela real sendo construida ao Indo da igteja ou, mais comumente ainda, a cazela principal sendo prada de ume de suas parades laterals, de modo que dava simultencamente para a nave da igreja e para um pitio fechado, onde os fndios permaneciam durante 0 sactificio da missa, Dessa mansira, conciliavam-te a catolicidade ca Toreja © a separagio dos brancos, aos quais a nave estava reservada, Gos igenas conquistados, encerrados no pitio.?) No Brasil, ‘também em duas partes separadas, afsieano estava 20 mesmo tempo unido © scpa- rado, participava da religido Ge seu amo, embora dela parti cipanda como um ser inferior; a arquitetura se modelava na hiierarquia das cores.() Quanda essa soluedo nfo eta adctada, empregava-se uma soluggo andloge & dos Estados Unid ceapelfio rezave duas missas em horas diferentes, logo de maaha para os negros ¢, mais tatde, para a familia do senhor branco: Naa. fazendas ¢ ongenhoa ne muultns eseravos que munea owvom mises, exctove 0 Visitacor fs igrejea pequen: ° . chee, pao i o2 etus kenbores © pertogueses esiarem nem cen s igeejta, Além disso, logo em amarheoendo, nos diaz jo noe paroeo quo -seria da zai esteniteste 0 privil de dizer dass missns a0 dia en-civersos mesmo bigar, am diverses tompcs. Ums, rs, come se costnma. Ese este om eeulaes, fava 9 Taesme efaito, mento. do. pregedar ds cor jos 9 sogreengio do dois tipos io, © a prova est em que apbs a i, sfo 08 préprios negros que 1 do de seitct de negres. Sea- facilmente exprimir pelo contririo, © negro, Quaeés se va um Verde ou de Angola conseguir posteriormente,(") foi porque a meatal ‘em relagdo iquela dos Estados vimos, podin se tigada, © se. cons 0 grupo branco que do gr mesmo, mai afticano. Nos Estados Uaidos, ore © nmilato & freqlentemente o lider de homens de corj(*) este fato nfo se vecifica, seni no Bresil, © que resuitou foi que a lidecanga religiosa. aqui pertencia ao branco e que o catolicismo negro se justapunha ao dos seus senhores, uma um pouco desdenado ¢ julzedo urea similar. Es ao fado da desigualdade de ‘grav. so manifestou muito bem em toda a vida da familia pa- ‘tiarcal. © catolicismo com seus ritos ritmava 0 dia como soguia também o-titmo das estagies, a ronda do ano. O fescravo entraya nesse ritmo cristo av lado do branco, mas osigdo subordinada, estando também bem indi- parte da comunidad: doméstica enqnento cormi- ‘mas como um ser inferior ¢ enquanto proprie- Em suma, a estrutura da farfia patriarcal esceaviste inibia o igualitarismo cristo e se opunha ao desen- valvimento de uma das tendéncias catactorfsticas da Tgrefa. ‘Unt observacior anglo-saxfo, James Wetherel, fala da. cor- tesia natural dos eseravos, sempre solicits a yos seudar quaado ‘vos encontram.(°) como nos Estados sistia de candag6es esterentipadas.(") Mas, ong norte-americana era mais Iaica, @ brasileira se processava num lima cat6lico: esta troce de polider que cx submisséo do escravo, e de outro, 0 carat ‘que de um Jado os ucts ma mestas £é, emboca 20 mesma tempo ‘murcando bem a bierarquia de suas respectivas posigi=s uo tiniverso da vida religiosa, ce verificava nas fazendes ‘nas die patemal do senor, or aoe metanons i { 1 iS negro se achava em contat Jesus & na fazenda do Jaragué, de D. Gertrude Contudo, 9 catolicism 0 ceriménins doméstices, o dia do ex da fazenda durante o ano inteiro, ¢, conseqiieatemente, 0 escravo estanda, ipava de seu culto mas fo celebrada er: lou- jos na capcla, ceviam da missa céntando festas agricias, 2 do comeco da mienda nas Moraes nos deixou, datenco da época im; © banquete, do um boi, cameiros © inimeras soguinte chegava o senor corcado de seus parentes, d= seus amigos, seguido do vigério, ao som da’misica local. Divis-se quo fio 50 podia comecar a moonda antes deo engenho set capela chela de gente, © padre diaka a mise GB SS Kone ret fo engenho: Quando ele jogava a gua benta, 08 egros se pre- cipitayam # fim de receber 2 ‘quantidade possivel pois Samente sob a m6, bebia-se © primeiro suco do mainho e a festa wa tum grande baile, Bem entendido, esse “baile do agiicar” cstava subordinado a estratificagao social, os brancos angando entre si, enquanto os escravos, por outrD lado, se divertiam A sua propria maneira C7) (© escravo néo. trabolhava nos. disé santos; par ainda desse grande ciclo de festas que vai desde o Nat semana santa. Mas sua festa, coincidindo no tempo sempre com a de seu senhor, permanesia apenes contigu: memoraudo-se segundo ontros ritos.('") Esta “distincia” se manifestava melhor ainda pelo faio de que se o negro devia se alegrar quando o branco sc regocijava, em compensacio, © ‘prance permanceia & des ‘pprins fest relics do egro,j dessa m ando ‘que ele, 0 negro, tar elevar-se respei a roligido de sew oh sua vez, néo tinha de descer até 0 catolicismo ce seu , © convento de Olinda, que tinha uma propriedace pdrociva Nossa Senhora do Rosério, Os negros se entendiam para nomear um comité, encarregado de foraccer es elas, ce preparer os fogos de artificio: designavam um eeSnomo para controlar as despeses © cotizavam-se a fim de recolher os necessérios, Se um branco aparecia era somente pera , de medo que tudo terminasse em disputes e eontendas.(!) Em outres fazendes, 0 proprictirio até mesmo contribuia para as despesss © 2 noite dava uma breve volta entre a3 rodas de seus servidores que igavam desenfreadameate. o religiosa forgow o negro & consciéacia de procira de protetores especificos, mas sem- Esta. sep sua raga, cf pre sobre um mo dissemos, era easenciaimente um culta de santos. essa forma 0 catolicismo do negro fol, como as ein ceria medida, wma subeultura de classe. & pre- que, 168 jelo que Ihe era oferecido pelo cult doméstico ” tas meiros missionfrios para 2 Africa; rmaturgo ‘e, por causa de dos negros (embura seu licismo ortedexo; nfo f mas estava fora dem época em que submissfio paca o escravo. Ribeyr meira metade do século XTX: a © que transiormesse esse ca Ble e de cfr, tmrna-se logo 0 pr pemauega 2 maigem do autorzzalo pela Tuteja pos mente, em 1743; sua canocizagao data de 1207). 0 a de Nossa Senhora do Rosécio fora etiado por $40 Dox al se queria fazer sociedade que 0 maltratava, num insirumento, pelo contrério, de sol Ginica © de reivindicasfo social.) © dualismo do catolicismo fe esta metamoriose di religido de protesto raci jade, pois que, como vimos, a cidade afrouxou 6 lages que ligavam, no Bras rural, numa mesma solidarie- palciarcal, as cores © a5 pasigdes sociais Por certo, cxistirem nas cidades do século XVII e comego do século XVI, corporagées de oficios que poderiam ter ret xnido brancos inferiores ¢ negros livres. Mes a corporagia 110 assegurou no Brasil, entre os trabalhadores de um mesmo amo, a estreita solidariededs que sewpenha um papel nas fes! grupos, cada qual desempenhando fungao difecente. Por exem- Plo, no século KVITT, cm Sao Paulo, om boars ao nascimento Ga princesa, os carpinteiros fazem a contradanga, 08 sapateiros a danga dos Tspiritos, os marconciros constroem um grande ‘barsy de-madeira do qual formardo a tripulagGo, 08 alfaiates consiroem também vm carro, os ferreiros © os seleigos se mas- ceram... Mas, parece que, mesmo nesses festes, a raga se separa do offcio; os mestigos seguem sem diivida 08 patrdcs ‘brancos, mas A parte. Por cxemplo, 08 taberneiros fizaram tam- ‘bém um carro e este era seguido pelos Cainaos ¢ polos erioulos, dangando a danga do Congo.(®) Dessa maneira, 0 oficio 180 chega a aproximar es cores uma verdadeira comunhio. reli- gloss, Mais importante ainda que a eomporagtio é a confraria ‘urbana, Ocugou ela lugar preponderant sobrevudo na religiao jumerosas, ciumentas umas das outres, ara xer. qual .oraaria methor sna. ca a, Os homens, confrarias ealeadas no modelo Gas dos brancos ¢, assim, 0 con~ siglo Stnica vai tomar aspect de gioses. As contrarian de brancos estabeleciam es! ‘Blam o acesso, em suas associapbes, 20s negros, ace mi TFEEYRE,Setrades ¢ Hucambes,p. 70, m4, SGP AGEAR, Sov at Rey NeisD senha, p30, riesmo "as pessoas casadas com individuos de cor, Sem Jévida, moma seciedade om que a populacio feminina era pouco merosa, 0 nimero de pessoas brances que com mulatas era gfande, Isto era de conhecimento ge Ja opiniao piblica. O que era proibido aio era a © casamento desizual.(#) As pessoas ce cor @ confrarias proprias & igsja branea” se defendendo de re- gulament jgagdes 1 todo pedido de ova admissio, Contra ox “cristics-noves" «u mesmo coatra 03 de seagur man- tisulo de enemplo, o caso da célebre di 40 Cordio de S10 Francisco © a Ondem ‘Terceira dos Francis- anos; 0 Papa permitira em 1585 a fuodacio de confrarias do famoso Cordao de Si0 Francisco, branco s a se hierarquizar e uma classe média se forma) et Minas so Jado da classe dos “homens bons”,(°") apareceram coafrarias de-rieos € confrarias de pobres. A igreja negra estava da mesma, forma dividida poraue dir com o negro, Ari ¢ a metade das capelas tinham sido construidas e eram mantidas pelas confrarias, havia em 1877 0 templo dos afticanos, 9 dos negros criculos e 0 dos mulatos.(*#) Esscs confrarias servizam, nfo obstante sua probrezs, de iam, na realidade, em tomo de wm santo dé cor, ¢ na cedi- ‘eagdo dos fitis a wise sento bavia mais que uma tica, 0 sentimento de uma espécie de efinidade étnica, Foi o que! um negro ex, a Hloghter vendo passar uma procisso: “Lé vem meu pa- rente!..”,() O parentesco leva yantagem sobre 0 cardter ro- gioso, desespiritualizando © santo, humanizando-o, tornando-o parecido sob todos 0s pentos com seus irmios da terra Frei Correal, cuando de sua passogem na Behia em 1689 surpreende-se ao ver numa prociseo um catro onde a Virgem Santa rivaliza com Sdo Benedito que toma, diamte plo. De inicio, eram a cra dos negros, que rendiam -gragas 4 Deus por terem aleangado 2 Hberdade, Dessa forma, s Igreja de N.S. do Bomfim ge Copceabans fl funfacs por ) Depois dar um pouco ‘aos negros menos afortunados; 2, dessa. maneirs, con: libertar, cada ano, um determiaado mimero de escraves. os; om diversos [ugares Gade, preferiam dar a maior quantia desse dinheiro ac Ge que feriam parte, ne cesperanca di lade de doatorss, cargos h personalidades importantes respeitades. confraria desempenhiou oxtro papel pera a massa de pessoas de cor, Um permitia a formagéo de um certo tioo de lideranca.(2*) De havia cargos. acs quais era permitide © acesso: em pat fos de rei © rainha, © cargo de secretéio, fr pre, cram reservados £03 bran- "Fatebee nue Oren J; Bidae' 0, sontrsia ao. acetno tar

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