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Jamo tito Seto Hage rma oad are es ti do spat ania td mer oy da @ porque, datde Daucelaire, a ‘bisiria a arte concen ctace araviescrises, que cemespndom 4 cubs nae contradisoas nde resolves 5 teltores que desconbecem ¢s iimanios a Witérta recente das artes encunivanto aii tm ‘ala seguro. 08 demaie icon. tarde uma porspectica original Caudetairtana), esa rade Sesclarecer ar sobre ata a péxmoderntdade" _08 CINCO PARADOXOS DA MODERNIDADE Antoine Compognes ; OS CINCO PARADOXOS DA MODERNIDADE xanesto Tadao de onic PB Monet CCnaino Sago ‘nice D. Galley = S th 2 ry sai i eee seenmaramesnatcnes llr, Bibliotees Central TOMBO po12 553 fn001 ste lwo toe como ponto de partida wma ie de conferéncias na Bscola Polscnica, durante 6 oxtone de 1988. Mew racenectmento aos gue me conaidarnm e meus ogradectmentos aos atunce (que tsa boa toad de me ecttar, apes da ‘urbuléncia propria devsas ovate. Hagel claaran gue 0 esto ee necessarianente ao pt. Ea Hero nd escapa dso, Enbolnt, area eo freon dca letra mts ‘esada, eet conselé-o ce notas, Todas as obras ‘ulizadas const das referencias bibigrffas, Pinalmente, agradero a janine Herman por sua ‘ude na laboragao do indice ancmésco. caro ny ‘concasto ke eo ‘esoigho Nomean, MANO ‘0 rtcavo Dos exswor bxaustio: opsoDeEMHO erentncus mauccRmess 129 toes onowtsico as TPADIGAO ODERNA, TRACHO. HODENA © burputs rio se deixa mais excandalizae.Hle jf via do, A smodernidade ornou'ses seus alos wna. tradieaa A Uren coisa que stn 0 desconcerta um pouco € poderse defini a tadigdo cle como 9 cio da madernidade. Aatjgamente, a justposicio dessa fduaspalavras parecin uma eoatradigao ou una alana de termes, do tipo “a chama to negra" ea qual Fed se incendea, ou 0 “anal ‘obscuro”, ao qual Baudelare compara a idea de progresso, Durie ‘euito tetapo opisese 0 que € tadidonal ¢ 0 que € modemo, sem them mesmo se falar de medemidade oa de mocefaismo, moderna sefia 6 que rompe com a tadicto e tradicional 0 que fesiste 3 rademizagao. Segundo a eimologia, radicao &atransmbsio de um rerdelo ou de uma crenga, de uma geragio & seguinte e de vm século outro; supte a obediéncia a uma aurrklade © a idelkade a ‘uma onigem. Falarde wadigao modema sel, pois, um absurd, porque cess trdigto sena fein de miptiras.F verdad que ess rupees 880 oneebidis como novos comeyos, invenyoes de origens cad vez mais fundamentis; Jogo, porém, esses novos comeyes terminam & fssi9 novas origens deverio acr imediaamente vltrapassadss, Na medica em que cada geragio rompe com o passa, prSpria rapa consul taco. Mas una trio ds rope nto €, neces, 40 meso tempo uma nepagio da madigto ua negasio da ropa? ‘Aiadigio mestena, exrevs Cctv Piz, em Pont de Concern, uma tadigto volada conta mesma, ¢ esse paradoxo anunch-o ‘esting a melee exc, conta cm rer: el fim nega to mesmo tempo a ane, deere slaneamene st ie fun more, sua gondea © sua decadinca. A alangs des coli revels 9 modemo como nega da tle, io 6, necesariamente tradigbo da negacio, ea denateia sus apora ose impasse lic ‘Atradgio madera 6 menos paradoxal em ngs, onde a expresso ‘he Modern Tradtion€ ila pasa desigoat, do pont de vist de sua esa, 0 perodo histrico ques incia em meades do slo XIX com a crise do aeademismo, Baudelaire Tauber a Iter, ‘Court e Manet na pintura sein 0s prnites modetnes, Ui pelos impresinistas ¢ sinbolisas, pox Cézanne © Mallarmé, pelos bisa ¢ srealisas et. Um vamos lio american, co lo Texoma 1 expresso ama, © que fl publicado em mendos des aos 4, spresena, de Kant Sarte © de Rowseat 3 Robl-Grle, unt aniologia doa clisicos da moderidade, uma Biblia da religno mmesema. Fm inglés, The Modern Tradtion opde-se a The Classica! “radian wats acekéve pongo designa x transrsko a clara aga através da idales do orkdente © das viewsitudes ds Histéia 0 pridox, embor: atenuado, permunace ainda: se 3 usapongto dos temas casicieme e tadilo €aceldvel, 0 temo mevdernn justo 2 igi evora sobrewdo a wie, uaigao dh wig, mas adem reptidio incansivel desi mesmo, Como caricterizar essa wadigdo contact © auodestutva que lea "mons ocompearsvel'de Pascal eu Patontinerounic: dle Baudelate? Hs € “a ferida © 0 puna a bolsadae a Tae’ “08 ‘membros © a ra’, “e viira © 0 carasco’. A pala de order do ‘odemo fo, por excelénca, “cit o novo” Na conchisio de seu Salo de 1845 era asim que nudes saudsva“s chegads do nono ‘Make i newt, anuncars aa Pound. Hae lo vanogredies ais Iogiea 20 falar de acide modem, € porque, de algun modo, i n08 Heras deta, como nos fine cer trtosvaknios sobre o fim a mmodemidade. Nas tarde dames que a tadigto mexlema paticon 4 oupemto do novo", coro daa Vly, Maso parndono rouge: © ‘que porn iar como valor autéarico do novo, na delta modems fnvovendo a €forgandow a ua eenitante reaovacio, serio ago bg cme teen cea a ee neato Sa acest ete eet te wens ole eee oon aes Sees epee Soe eee eats eee ee ee ee ase eae eee ee inane em desemvehmento eens, ene ecreve 4 pari dos ss tan sso cm a dy qu ca do ir, ee SETUEY Japas falco eg oft re es mae oe Dil er a Sau nse ar aes do omen es ‘opie Sputum ert urn om oe Sve Smear pei os anette ema true pop en tome foe ee ern et ce Se oeoaee nae Rees eta ent ecto ore co gna re tae ae tac en as a cae Se ne as et geen peep a a erect et ae ean ha age progress, fandada naquilo que prevaleceu © 46 transmis 6 x Ainlties impectvel do icesn da arte mele. Mas se 9 modlemo € fupura — vin rupture imceuperivel un hilo progres ni descaheceria orgosimente,©-que foi modemno em Goya OL fm Manet, pos exemple? fim ver dessa puewlo-eviaveltas ou dash galeria de Niguas cxemplares, deverinmesfascr Us. hist partosal dh ga Iesera, cancels como tama rates ese, ma eri Inveritene. Posivelmene lace cvults de 16 ssl comegao fragmento mas longo dos disosintios de Baudelaire fe un das mais pessimists; nele, Benjamin reconhecers, em 1939, uma profeca da ger. Rimbaud, em contapaci, fsa como missio par poets fizer-se muliplicador de progreso/ f verdade que, Apesar desma promens inca, ele chega eapidamente a0 lznco", leangando, num piscar de olfos, as fronted ate Remonte nals loge para encontar a origem e seguir penealoyia deseae nogtes, Se a sibstantiva maderntdade, na sentilo de criter ‘do que € modern, aparece em Balzac, em 1828, antes de ientticarse verdadeiramente com Baudelaire, © se modemismo, no sentido de ‘Roxo—a maiovin das vezes jlo excesivo — dy que € moder, parece em Huysmans, no “alo de 1879", © acevo maderno, por ‘outro lado, ¢ muta mais antge, segundo Hans Haber Juuss, que raragou a Sua hstéea; moderna aparece, em latin vulgar 0 fim do sdculo ¥, orlando de mode, “agora mesmo, recentemente, agora" Modernus design nio'0 qe € novo. tas ae € presente, Ka ‘ontemparinen caquete que fala. © madera se ditngie, sei, do. vaho € do antigo, ito € do passado wulmente acabado da cutora reg € romana, Os nidont contin as antiques a oposica ine, ado presente contra o pasado. To hisria da palaves e des fvoluito sernantca srk, como Juuss sugere, a da relugzo do lapso Ge tempo que separa 0 presents do passido, ou sef, 2 da aceeragso a hist. Pouco impor que essa aceleraga se uma realidad: ‘uma last, que se passem, realmente ew no, mais coins rum estate os Tempos moderos do que num inseam da Angad, pois & percepelo do tempo que cons. O emo retomo do meso pode Tamer acelear seu imo, como np cata cla mods, que ance fencontm mito lenge do moderna. Quando essa palaea surgi, nem se coitava do tempo. separag2o tent 0 antigo 0:moderno no implica o temp ela € tea, abst, fenre Antigaidade grega e sonar, © 0 bic ef mame medieval, aque agora: €0 eonflio do Meal © do ata. Hoje — us Baudelaire 2 ‘consiatia esse fendmeno — o modemo toma-e logo ultapassido, ‘epdese menos 20 clissico, come intemporal, que ao fora de mec, ‘nfo ¢, 0 que passou da moda, o mademo de ontem: 9 tempo acelerou se; Mas a aceleragio comecou hl muito tempo. Se, no século ¥, ‘moderns nao contém ainda a idéi de tempo, a0 século XI, por ‘oeasiao do que se charms de primeira Renasceng, 0 lapso de tempo (que define os modernt face 408 anngui equivale apenss a algunas eragbes, Perguntou-se muto se, desde século XU, anova indus 1 ide de um progreso que evalua dos amigulans modern, wl Inseparivel de nossasconcepgdes ca époct modem, Em rato dos debates sobre sua Intepretgo, uma célebre fnagem dda Idide Média anunciao carter paradoral que nfo mals abandonard ‘0 modemo, como negagio inclasive de i mesmo, a@ longo de ut histéria. Trazse da represcntagio dos evangclisas, wepados nos ‘ombros dos profes, nas vias ca catedrat de Chartres: no sul, por ‘exemple, So Jolo, os ombros de Ezequiel, e Sto Marcas, nes ombros dle Daniel. Simbolo da alana entre © Antigo © o Novo Testmento, ‘esa imager torsou-se, rags a um eons, o emblema da rao centre os antgos © os modemas. De fat, ela steve muitas vores associa a uma fonmula, um lugar eomum,surgido no século Xl, eat ‘Berar de Chartres: Nanas posts super bumeres ganas, “Scmos ‘somo antes nos ombros de gigantes” Em sia orlgem, a imagem © 4 emula nae tem provavelmente nada em comum: a defiigio dos evangelists como andes, opatos 10s prfeus, vss come gigants, iio € coerente com a concepelo cris da relagio entre os dois ‘Tesmentos. Fol, pa, a Fecepo que misiurou os dois sinbollsmos num dnico lugar comum, mas iso € iguaimente sigificavo. F se cle foram compreendlos come sinSrimos, fol a ambigidade que Ihes € comum que perm iso, Ela se deve a0 seguinte os andes ‘0 menores que os Rgantes, mas, repados nos ambos desses, véemn ‘mais lange que eles. Nao se she qu! dos dois aspectos a sagt dos modernos, em relagto os antiga, o lugar eomum queria aceatia: scrim eles menores ou mals perspicaze®? Idenifcanco-se uns com (0s outros, esse emblema do progresso se toma também um emblems 4a decadencin. © progiesea, antes mesmo de tw silo uventado fenquani tl, J € inseparvel da decactnca, Mag & imagem do anio nos ombros do gigsnte, antes mesmo de ser assimilada & relagio do evangelisa com 0 profeta, cf provavelmente, apenas una vinheta escolar difundida pelos igrmdteas, como um encorspimento 3 snitagao dos modelasaetigos Mortaigee, em De lxpértence (Da Experitncs), a empreya sind rum sentido diferente do sentido progress Nowa pies seems imas nis. uta Apc eve de cle pet pind sonia pss erect, Calgaon aan, gem Sopa ecard qa aa qoe sma to part us eae et tn gor: poc na ee, tee queso aiie eos ‘Serie, pols um anacronlsmo deduzinse dessa imagem wn flosfia dda histria, contendo uma poco de superacio © uma erenca no progresto histrico do nove, em rela ao antigo, mesmo que fosse (© progreso do suber. A concepsio cist do tempo nio o perms CCertimente, ein inch yma idem de progresso espinal, mas im progreso tinoligio, Fazenda da uresiapo do Antigo cam © Now TTestmento © modelo da relaglo entre 9 tempo presente ¢ 2 vida ‘tema, ¢ no um progresso hiro. (© adigio que regula a relagao catia do presente com a taco, isto é, x religio dos textos atnis com os testos passes, que tém tuto, Os dos padres e ds doutoves ca igre, c= Non esa, sed ‘nove, "No 0 novo, mas de novo", segundo 2 formulaglo de Viaceat de Lésns. Taras de fal, cm terms novos, mas eviando acrescentar ‘uaiques novidade. & assim que se define a wacicto ers, pois na fnigemn ests perfesca, antes do pecado; se ea reside taihem no faruro, € num fururo que mo € pensado como a continuagle desse fempo, mas coma um gut tempo, come a eternidade Para que 0 adjedvo moderno tenba tomudo o sentido nebuloso ‘que em para nbs, invensio do proaresso foi indispensivel, isto € 2 defnigdo de um sentido postive do tempo, como observa O=tivio Paz Nem elleo, como a mairia das weoriassntigis da histria, nem Lupol6gio, coma na

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