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A SILENT PALACE SPEAKS

(Um artigo em inglês para os nossos leitores que entendem êsse idioma)

From out of ancient Egypt there carne binoculars, fifty canes, and one thou-
a new story across my desk some weeks sand ties. He was known as the “fun-
ago. loving monarch.”
It hit me hard. I have since thought But abandoned Kubbeh Palace seemed
much about it. The lassem it leaves is as to silently tell another story. To the vi­
old as the land of the Pharaohs. But the siting newsmen it seemed to say that
lesson comes wrapped up in a new situ- here lived an unhappy man who had
ation, as if to remind the world that old filled his palace with a bizarre collection
truths never die. of ornaments and devices “to ward off
The story appeared in a prominent loneliness, or perhaps despair.”
news magazine. It told of a tour of In the palace recreation room was a
newsmen through famous Kubbeh Pala- gambling table beside a vast steel cabi-
ce in Cairo. Their tour carne shortly after
net that bulged with roulette wheels,
King Farouk I had fled with his Queen dice, and hundreds of decks of playing
and seven-month-old son. Farouk had
cards. Strewn there and elsewhere in the
been stripped of his kingship in a reform
palace were extravagant vulgarities,
move led by an obscure military man amid the marble, the gold, and the heaps
named Mohammed Naguib. of precious stones.
About a year before, Farouk had mar-
ried his second queen, after ordering It is not for us to judge the former
her engagement broken with a gover- king. As monarch he probably had his
nment employee. It had been a splen- virtues. But the reporters’ accounts left
drous wedding. A million Egyptians had no doubt about Kubbeh Palace’s mute
lined the route the bride rode to join her story: here was the gilded house of one
king on ceremony day. who seemed to have found everything
By worldly standards, the King but happiness.
seemed to have everything to make him Now what is happiness my friend —
smile on life. His personal wealth was wealth? health? position? family?
fabulous. In visiting his palace, the friends? love? — or is it true under-
newsmen found in his dressing room: standing of each of these things? and
one hundred suits, seventy-five pairs of the wise use of that understanding.

PROGRAM AS DE RADIO
Está ouvindo o mundialmente famoso Côro e Órgão da Cidade de Lago
Salgado cada semana? Pode ouví-lo nas seguintes estações:
Porto Alegre — Quartas-feiras às 8 horas — PRF-9, Rádio Difusora
Curitiba —- Domingo às 19,15 horas — ZYM-5, Rádio Guairaçá
Ribeirão Preto — Domingos às 19,30 horas — PRA-7. Rádio Emissora
Belo Horizonte — Segunda-feira às 12,30 horas — PRI-3, Radio Inconfidência
Santos — Domingos às 19,00 horas — PRB-4, Rádio Clube de Santos
Rio Claro — Segundas-feiras às 21,15 horas — PRF-2, Rádio Clube de Rio Claro
Campinas — Segundas-feiras às 20,40 horas — ZYY-3, Rádio Brasil
Baurú — Segundas-feiras às 20 horas — PRG-8, Rádio Clube de Baurú
São Paulo — Sábados às 10,15 horas — PRE-4, Rádio Cultura.
Belo Horizonte — Segundas-feiras às 12. >0 — PRI-1, Radio Inconfidência

170 A LIAHONA
São Paulo AGOSTO DE 1953
Rua Itapeva, 378
Tel.: 33-6761 ANO VI — N.° 8

‘ ‘ U m guia nas tr e v a s “ O L iv r tf d a M o r m o n V A I m a 3 7 : 2 8 - 3 0
ÕRGAO O F IC IA L DA M ISSÃO B R A S IL E IR A DA IG R E JA DE JESUS CRISTO DOS
SANTOS DOS Ü LT IM OS D IA S

“A L IA H O N A ” é publi­ SU3IÁRIO
cada mensalmente no Bra­
sil pela Igreja de Jesus E D IT O R IA L ......................................................................... 172
Cristo dos Santos dos Últi­
A RT IG O S E S P E C IA IS
mos Dias. Preços das assi­
Nossa Fuga do Pecado.......................................................... 173
naturas : cada exemplar,
Qual a Doutrina Dos Mormons Sobre o Inferno? . . . . 176
Cr$ 4,00; por ano, Cr$
O Templo de Lago S a lg a d o .......................................... 178
40,00; exterior, Cr$ 50,00.
Nossa Responsabilidade em Genealogia............................... 182
Tôda correspondência deve
O M o r m o n .......................................................................... 184
ser enviada à Caixa Pos­
por Marcws Bach
tal 862, São Paulo, S. P.
Qual é o Povo Escolhido do S e n h o r ? ................................ 188
D ip ^ to r -R e d a t o r O Propósito dos Tem plos..................................................... 192
CLÁUDlv> M A R T IN S DOS
V A RIO S A RT IG O S
j ANTOS
A Silent Palace S p e a k s ..................................................... 170
Regis ./ado sob N.° 93 do (um artigo em inglês)
A Igreja no M u n d o ............................................................... 174
Livro “B” n.° 1, de Ma­
Milagre num Cadafalso.......................................................... 179
trícula de Oficinas Im­ Auxilios Visuais Sobre G enealogia..................................... 180
pressoras, Jornais e Pe­ Missionários Desobrigados ............................................... 190
riódicos, conforme Decre­ Curiosidades.......................................................................... 191
to N.5 4857, de 9-11-1939, Auxílio Técnico por Geraldo Tressoldi

E n d e r e ç o s d o s Ramos da Igreja no Brasil


SAO PAULO Niterói: (Informações) — Estácio de Sá 520
Santo Amaro : Rua Barão do Rio Branco 139!
R IO G RA N D E DO SUL
São Paulo: Rua Seminário, 165 - l.° and.
Campinas: Rua Cesar Bierrenbach, 133 Porto Alegre: Rua Andradas, 945
Sorocaba: Rua Cesário Mota, 567 Novo Hamburgo: R. David Canabarro, 77
Ribeirão Preto: Rua Alvares Cabral, 93
PARAN Á
Santos: Rua Paraiba, 94
Rio Claro: Avenida 1, 301 Curitiba: Rua Dr. Ermelino de Leão, 451
Bauru: Avenida l.9 de Agosto, 1-70 Ponta Grossa: Rua 15 de Nove/ntro, 354 —
Marilia: Rua 9 de Julho 1511 3.° andar
Araraquara: Avenida Bandeirantes, 364
SANTA CA T A RIN A
Piracicaba: (Informações) Vila Boyce, Rua
Alfredo, 5 Joinvile: Rua Max Colin 426 (ariciga rua
R IO DE JA N E IR O Frederico Hubner).
Tijuca: Rua Camaragibe, 16 Ipoméia: Estrada para Videira

M IN A S G E R A IS
Belo Horizonte: R. Rio Grande do Sul, 1194
KDITORIAL
Recentemente alguém, depois que lhe expliquei a Restauração do
Evangelho, disse-me: “Se a sua religião tem tôdas as verdades que o
senhor afirma, porque, relativamente tão poucos aceitam-na?”
A questão é interessante, e já diversas vezes foi perguntado por
observadores, quando ouviam missionários ou membros da Igreja explicar
os belíssimos princípios de esperança e progresso que vêm com o reconhe­
cimento da correta compreensão do plano da vida do Senhor.
Se nos detivermos para pensar nos requisitos que o Senhor nos tem
dado para que possamos entrar em seu reino, aqui na terra, haverá bem
poucos desejosos de “pagar o preço” .
Antes de tudo, o que agrada o Senhor é uma alma pura num corpo
são. Um código de regras de saúde foi-nos dado para ajudar aqueles que
entram em Seu reino terrestre, para gozar melhor saúde e estar aptos a
receber o Espírito Santo, afim de aperfeiçoarem suas almas. Mas, muitas
pessoas têm suas vidas formadas com maus hábitos. Elas pecaram contra
seus próprios corpos em muitas maneiras e falta-lhes coragem para se
reabilitarem. Com um grande número de pessoas acontece que o espírito
é forte mas a carne é fraca.
Velhas tradições proibem-nas de aceitar qualquer novidade. Há
também o: “o que pensarão meus amigos”, que exerce poderosa influência
sobre as suas ações.
Quando aprendem a lei do Senhor a respeito do dízimo outro obstá­
culo aparece no caminho: — “Quer dizer que o Senhor exige 10% de
tudo que ganho para que se desenvolva a Igreja do Seu Reinado aqui na
terra?” E ao receberem resposta afirmativa dizem: — “ Podemos ver que
os ricos não estão muito interessados em sua igreja.” Talvez fôsse isso
que o Senhor tinha em mente quando disse: — “É mais fácil passar um
camelo pelo fundo duma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.”
E ainda todos os requisitos que o Senhor nos tem dado são feitos;
“mesmo para os mais fracos de seus filhos”, se êles quizerem seguí-los.
Algumas pessoas exatamente não estão querendo “pagar o preço”
para se tornarem súditos do reino terrestre do Senhor. Sim, o caminho
é realmente estreito para os poucos que desejam candidatar-se ao Reino
do Senhor por intermédio do batismo. A sua e a minha responsabilidade
é procurá-los.

172 A L1AHONA
Nl®ssa fuga
dl© peeadl®
Está você perturbado por algum pe­
cado no qual você tenha envolvido?
Você precisa algum meio para obter alí­
vio para sua atormentada consciência?
Você sente algumas vezes que foi um
pouco além dum possivel retorno? O
Senhor têm um meio de ajudá-lo.
Uma das maravilhosas coisas do
Evangelho restaurado é que êle oferece
um caminho através do qual a humani­ dar todos os meus estatutos, e fizer jui-
dade pode obter o perdão de seus peca­ zo e justiça, certamente viverá; não mor­
dos. O verdadeiro arrependimento se­ rerá. De todas suas transgressões que
guido por batismo é a porta que inicial­ cometeu não haverá lembrança contra
mente põe os homens no caminho da sal­ êle; pela sua justiça que praticou viverá.
vação, porém mesmo depois de trans­ Desejaria eu, de qualquer maneira, a
por essa porta e começar a trilhar o ca­ morte do ímpio? diz o Senhor a Jeová;
minho, todos os homens pecam de algu­ não desejo antes que se converta de seus
ma forma, e alguns gravemente. Qual é a caminhos, e viva? Mas desviando-se o
lei de arrependimento para tais membros justo de sua justiça, e cometendo a ini­
da Igreja? Que deverão fazer para se qüidade, fazendo conforme todas as
purificarem? abominações que faz o ímpio, porven­
A fórmula de perdão é claramente ex­ tura viverá? De todas as suas justiças
posta nas escrituras. Primeiro, os ho­ que tiver feito não se fará memória; na
mens deverão confessar-se ao Senhor e sua transgressão com que transgrediu,
também aqueles contra os quais peca­ e no seu pecado com que pecou, neles
ram pedindo perdão. Graves pecados morrerá.”
que afetam a permanência na Igreja de­ Através do Profeta Joseph Smith, o
verão ser levados ao conhecimento do Senhor deu instruções concernentes ao
Bispo do Ramo. Um dos importantes fa­ arrependimento. Entre essas Êle disse:
tores em nossa fuga do pecado é o fato “Por êste meio podereis saber se um ho­
de fazermos restituição àqueles contra mem se arrepende de seus pecados —
os quais pecamos. Isto deveremos fazer eis que êle os confessará e os abando­
na proporção que estiver ao nosso alcan­ nará.” (Dout. e Conv. 58:43).
ce. O Senhor o espera. Precisamos tam­ O Senhor também disse, “Eu, o Se­
bém estar desejosos de perdoar aos nhor, perdôo os pecados daquêles que os
outros que nos ofenderam, e de então confessam perante Mim e pedem per­
em diante lutar para fazer os trabalhos dão, se não pecaram mortalmente. Os
retos durante o resto de nossas vidas. Meus discípulos nos dias antigos pro­
Uma das mais confortadoras passa­ curaram pretextos uns contra os outros
gens das escrituras no Velho Testamen­ e em seus corações não se perdoaram;
to é encontrada no capítulo 18 de Eze- e por êsse mal foram afligidos e doloro­
quiel, (versículos 21 a 24) ei-la como samente castigados. Portanto, digo-vos
segue: que deveis vos perdoar uns aos outros,
“Mas se o ímpio se converter de todos pois aquele que não perdoa a seu irmão
os seus pecados que cometeu, e guar­ ( Continua na pág. 189)

Agosto de 1953 173


A IG R E JA N O M U N D O

BERNA, SUISSA -— A Primeira Presidência deu à publicação


um desenho aprovado de um arquiteto, para um Templo a ser erigido
em Berna, na Suissa, pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias.
Os planos de construção nos mostram um belo predio com um
torreão único, situado no meio de florestas.
Ao aprovar o plano, o Presidente David O. McKay anunciou
que a Igreja gostaria de iniciar a construção do edifício durante êssa
verão e que todos os esforços seriam empregados para que tal obje­
tivo fôsse alcançado. As plantas serão enviadas imediatamente para
a Suissa, a fim de serem aprovadas pela comissão Suissa de cons­

A LIAHONA
trução. Ao mesmo tempo, a Igreja solicitará permissão para fechar
uma estrada que passa através dos sete acres de terra adquiridos
para o Templo.
O local do Templo de Berna foi selecionado pelo Presidente
McKay durante sua visita, no ano passado, às Missões Européias.
O Presidente McKay esclareceu em seu gabinete, que há muitas
pessoas em países da Europa e Austrália que jamais poderão entrar
num Templo, a menos que a Igreja construa Templos em suas ter­
ras. “Há muitas dessas pessoas que são dignas de fazer os traba­
lhos do Templo”, disse êle.
O Presidente McKay afirmou que, pela construção de edifícios
menores e em maior quantidade, um maior número de pessoas será
beneficiado. Calcula-se que o custo do Templo na Suissa será de,
aproximadamente, quatrocentos mil dólares.
O Sr. Edward O. Anderson, arquiteto da Igreja, que projetou
o Templo de Berna, encontra-se atualmente em Los Angeles, diri­
gindo a construção de um Templo naquela cidade.
Antes de se decidir a espécie de construção a ser usada no Tem~
pio de Berna, serão estudados os materiais disponíveis na Suissa.

SALT LAKE CITY, UTAH — O número de membros da Igre­


ja de Jesus Cristo e dos Santos dos Últimos Dias, no fim de 1952,
era de 1.189.053, sendo que no fim do ano anterior era de 1.147.157.
O número total de membros foi mostrado num relatório esta­
tístico apresentado na sessão inaugural da 123.11 conferência anual.
O número de estacas e de ramos, era de 202 e 1.565, respecti­
vamente, sendo que no ano anterior era de 191 e 1.491.
Nas estacas e missões, 43.114 crianças foram abençoadas, fo­
ram batisadas 25.896 crianças e foram convertidos 16.823 adultos.
O número de missionários nas missões, durante o ano, foi de 2.897,
uma grande diferença em relação ao ano anterior, em que era de
6.065.
As estatísticas sociais mostraram uma média de nascimento de
39,34 por mil, dois pontos mais do que a média do ano anterior, que
foi de 37,81. A média de mortes foi de 5,85, aproximadamente a
mesma que a do ano anterior, que foi de 5,93. A média de casamen­
tos declinou ligeiramente de 9,01, em 1951, para 8,98, em 1952.

Agosto de 1953
Qual a doutrina
dos Mormons
sobre o Inferno ?
ELD ER JOHN A. W ID T S O E

Joseph Smith cresceu numa época em


que os pregadores ainda citavam o pro­
verbial inferno de tortúra eterna. Nos
textos dos livros de seus dias, em mui­
tas nações, haviam figuras de diabos,
com forquilhas, empurrando os pecado­
res nas chamas do inferno, para sofre­
rem as agonias de serem queimados sem
nunca se consumirem. Com u’a mão o
pregador oferecia um fragmento do
amor de Deus; com a outra, o inefável
tormento sem fim dado por um Deus
iroso e sem compaixão. Sob doutrinas
tão cruéis, os homens se amedrontavam Além disso, a desobediência a qual­
— e isso era esperado — e viviam uma quer lei, resulta em punição, que, con­
vida de retidão. Como os homens po­ tudo, pode ser paga através do arrepen­
diam imaginar futuro tão horrível para dimento. Se ao pecado não se seguir o
qualquer dos filhos de Deus, é uma ní­ arrependimento, isto resultará, inevita­
tida evidência da apostasia do puro e velmente, na punição total. Qualquer que
amável evangelho de Jesus Cristo. seja a punição, sob uma lei superior,
Naturalmente a correção dessa dou­ esta doutrina destruía completamente a
trina do mal, tinha de ser feita. Cêrca de anormal e não divina doutrina do pas­
um mês antes da organização da Igreja, sado.
uma gloriosa revelação foi recebida por “Portanto, não revogarei os jul­
Joseph Smith, o qual, atirou no limbo, gamentos que pronunciar, mas
a doutrina ilógica das queimas eternas aqueles que se acharem a Minha
pelos pecados cometidos. esquerda virão desgraças, choro,
lamentações e ranger de dentes.
Nesta revelação, Jesus Cristo afirma Contudo não está escrito que não
que Sua comissão era executar o plano haverá fim a êsse tormento, mas
do Pai para a salvação do homem. Está está escrito tormento infinito.
explicado que o plano inclue as leis que Também, está escrito condena­
devem ser obedecidas. No julgamento ção eterna: portanto, isto é mais
final cada homem será julgado “de acor­ significativo do que em outras es­
do com as obras e atos que êle tenha fei­ crituras, para que obre nos cora­
to”. Isto lançou um dilúvio de luz sôbre ções dos filhos dos homens, intei­
o tratamento de Deus para com os pe­ ramente para a glória de Meu
cadores. O julgamento recebido por nome.
qualquer homem será maior ou menor, Portanto, Eu vos explicarei êste
de acordo com suas obras e atos. mistério, pois é bom que, como

176 A UAHONA
Meus apóstolos, o saibais. “estes são os que irão para o lago
Eu falo a vós que fôstes esco­ de fogo e enxofre, com o diabo e
lhidos nesta causa, como se fósseis seus anjos e os únicos sôbre quem
um, para que entreis no Meu des­ a segunda morte terá qualquer po­
canso. der.”
Pois, eis que o mistério de Deus,
O têrmo figurado “lago de fogo e en­
quão grande é! Pois, eis que Eu
xofre”, é usado aqui para indicar clara­
sou infinito, e o castigo que é dado
mente a morada do diabo e suas hostes.
pela Minha mão é castigo infinito,
Poucos serão condenados, porque pou­
pois infinito é o Meu nome. Por­
cos têm conhecimento indicado. A re­
tanto;
jeição da verdade por aqueles que não
Castigo eterno é o castigo de têm um perfeito conhecimento, não me­
Deus. rece tão grande punição como os cias-,
Castigo infinito é o castigo de sificados como filhos da perdição.
Todos os outros, que não são classi­
ficados como filhos da perdição, serão'
A significação dessa doutrina é que “redimidos no devido tempo do Senhor”.
através das épocas um pecador pode Isto é, todos êles serão salvos. O mais
expiar seus pecados. Era uma doutrina obscuro pecador encontrará algum lu­
de apreensão projetada num mundo que gar no reino celestial. Mas, em qualquer
pregava um dos maiores erros tradicio­ lugar, em qualquer tempo, êle deve pa­
nais da cristandade apóstata. gar o preço de seus pecados. Tudo isto
A revelação total deu mais conforto está em linha com o amor do Pai para
ao povo. Mais tarde, o tema era nova­ com Seus filhos.
mente tomado e ampliado. Uma outra O redimido será indicado, de acôrdo
revelação, uma das mais notáveis da com suas obras, para uma das três gran­
história de Joseph Smith, foi recebida des classes de glória: a terrestre, a te-
em 16 de Fevereiro de 1832. O Profeta lestial e a celestial. Em cada uma destas
e Sidney Rigdon estavam ocupados na três classes, podem existir inúmeras sub-
revisão das escrituras. Êles já tinham classes, pois a maldade do homem toma
aprendido que as recompensas dos ho­ muitos aspectos e portanto requer mui­
mens, variam de acôrdo com seus atos tos julgamentos diferentes.
na carne. Então, o céu como lugar onde
viverão os virtuosos, deve incluir uma “ . . . todo o homem receberá de
variedade de divisões. Sôbre êste ponto, acôrdo com as suas próprias obras
as escrituras modernas e antigas, nada o seu próprio domínio nas mora­
dizem. das que estão preparadas.”
Como os dois irmãos estavam consi­ Isto foi um choque para as teologias
derando essa questão fervorosamente, feitas pelo homem, de um mundo que
êles receberam uma visão que esclare­ ensinou um futuro composto de céu e
ceu êsse problema incerto. Essa visão, inferno; todos deveriam ou estar no céu
vista por ambos, e assim testificada, por ou no inferno.
si mesmo uma das mais fortes eviden­ Para a Igreja veio a compreensão de
cias da autenticidade da chamada divi­ que no futuro, como aqui, sob a lei da
na do Profeta se encontra em Doutrinas progressão, em cada comissionamento
e Convênios, na Secção 76. Ela dá uma deve haver progressão, nas glórias su­
idéia da organização nos céus. periores mais rápida do que nas glórias
Aqueles que têm a verdade e depois inferiores. Nenhuma glória é sem espe-
negam o Espírito Santo e o Redentor, ( Continua na pág. 189)

Agosto de 1953 177


0 TEMPLO
DO
LAGO SALGADO

A área mais fotografada de tôda a ci­ mons ao chegarem ao vale de Lago Sal­
dade de Lago Salgado em Utah, é a fa­ gado, começaram a construir casas e
mosa Praça do Templo, que consiste de cultivar a terra a fim de subsistir nesse
mais ou menos dois alqueires de belos vale desolado. Seis anos após sua che­
jardins e edifícios. O nome Praça do gada no vale no dia 6 de Abril de 1853,
Templo é derivado do Templo Mormon foram colocadas as pedras de esquina,
que está situado a leste da praça. Exis­ e em Abril de 1893 o Templo ficou ter­
tem vários outros edifícios localizados minado e foi dedicado ao Senhor.
nas imediações — A Capela de Reu­ Durante êstes quarenta anos, os pio­
niões, O Tabernáculo, e o Departamen­ neiros Mormons tiveram muitas dificul­
to de informações com um museu onde dades. Havia falta de trabalhadores es­
são exibidas relíquias dos pioneiros pecialistas, materiais e transporte, bem
Mormons e onde o publico tem acesso como falta de ferramentas para esta
livre. Embora os membros da Igreja de grande obra de vulto. Suas plantações
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos tinham de ser semeadas e colhidas, la­
Dias sejam os únicos que podem entrar res tinham que ser construídos, e duran­
no termlo. nem todos podem fazê-lo. O te dois verões os homens tiveram que
Templo é um lugar muito sagrado e por
deixar a construção do Templo para lu­
esta razão apenas os membros que es­
tão vivendo os princípios de sua religião tar contra os gafanhotos que estavam
tem a oportunidade de entrar. O Templo destruindo suas plantações.
é usado para a execução das ordenanças Muitas vêzes o trabalho se tornava
sagradas, tais como; casamento para a difícil pela falta de ferramentas. Às vê­
eternidade, e batismo pelos mortos. zes, a natureza ajudava o seu trabalho:
Assim como nos dias Bíblicos, o Se­ no outono de cada ano êles iam aos des­
nhor mandou os Profetas construir Tem­ filadeiros mais próximos e faziam bura­
plos, assim Êle mandou os Profetas mo­ cos e os enchiam com água e quando
dernos a fazer o mesmo. Os Santos dos chegava o tempo frio a água congela-
Últimos Dias aceitam esta obrigação a va-se e arrebentava grandes pedaços de
fim de servir mais completamente ao granito. Na primavera o granito era le­
Senhor. vado ao local da construção por juntas
de bois. Era comum ver-se até três jun-
A Construção dêste Templo é uma
história interessante. Os pioneiros Mor­ (Continua na próxima pág.)

178 A LIAHONA
Milagre num ('ítüufnlsc
Em Agosto de 1893, um juri no Mis- se perdoado, até que uma autoridade
sissipi acnou que o tazendeuo W ül Pur- mais alta pronunciasse sobre o seu des­
vis, de 21 anos de idade, era cuipado da tino.
morte de um seu visinno, após uma dis­ Três apelos à Suprema Côrte Esta­
cussão de somenos imponancia. Duran­ dual, lorain rejeitados e entao, uma no­
te o julgamento êie protestou sua ino­ va ctaia foi marcada para a execução —
cência, embora fosse incapaz de apre­ 12 de DezemDro de i895. Mas uma se­
sentar provas que o inocentassem, Fn- mana antes do dia da segunda execução,
tão, êle roí sentenciado à morte na forca. o povo invadiu a cadeia e libertou o pri­
No dia 7 de f evereiro de 1894, Fur- sioneiro. Durante um ano seus parentes
vis foi conduzido ao cadafalso. Uma deram-lhe aorigo; entao, um novo go­
multidão foi se tormando e muitos dos vernador comuiou sua pena para prisão
circunspectos e silenciosos cidadãos, perpetua e W in entregou-se.
ainda tinham fé em sua inocência. Com bm 1898, em resposta às petições en­
olhar triste êles viram os guardas colo­ viadas por milhares de cidadaos do Mis-
carem o capuz negro em sua cabeça e sissipi, o governador concedeu a Furvis
ajustarem o laço. Depois o aiçapáo tun- perdão total. W ill agora era um homem
cionou. livre. Mas duas perguntas permaneciam
Imediatamente um grito se levantou sem respostas, n primeira era: òe Pur­
daqueia multidão de espectadores. Ü la­ vis era inocente, quem era o criminoso?
ço havia partido. Furvis caiu ao solo — A resposia so veio em 192U quanuo um
ileso! homem chamado Joe Beard, em seu lei­
0 “Sheriff” ordenou que os guardas to de morte, têz uma completa confissão.
conduzissem Purvis de volta para uma Mas a segunda, nunca foi respondida.
segunda tentativa. Mas a multidão ti­ Foi a fatanuade, acidente, ou a vontade
nha visto naquilo um milagre. Para êles, de Deus que fêz com que o laço se par­
aquela era a prova cabal da inocência tisse salvando um inocente?
de Purvis. Êles exigiram que Purvis fôs- Tradução de Geraldo Tressoldi.

O Templo de Lago Salgado antigos pioneiros da Igreja de Jesus


(Continuação da pág. anterior) Crisio dos òantos dos Üitimos Dias tão
diligentemente construíram.
tas de bois se esforçando com um só
bloco de granito. Realmente é um monumento ao Se­
Os alicerces do Templo têm cinco me­ nhor e a êste povo, que, embora pobre
tros de espessura e as paredes de gra­ e sem muitas das coisas da vida, vive­
nito do primeiro andar têm três metros ram e creram nas palavras de seus líde­
de espessura. res quando disseram, “Aqui será cons­
O Profeta Brigham Young era Presi­ truído um Tempio”.
dente da Igreja quando foi iniciada a Enquanto durar aquela devoção, êle
construção e a supervisionou. Em mui­
descansa num alicerce mais firme do que
tas ocasiões o alicerce teve que ser re­
as pedras de esquina tão cuidadosamen­
colocado para certificar-se da perfeita
te coiocadas “fora do alcance das inun­
construção do Templo. Êle disse várias
dações das montanhas” ; êle descansa
vêzes que construir bem é muito mais
no alicerce de fé, a pedra viva que seus
importante que construir ràpidamente.
A fotograiia acima é uma impressio­ pais assentaram.
nante vista do Templo que os membros Tradução de Geraldo Tressoldi

Agosto de 1953 179


I Auxílios visuais sôbre
Genealogia
Todos os seres humanos têm a oportunidade
de serem salvos!

O Apóstolo Paulo falou sôbre pessoas que


durante o seu tempo eram batizadas em nome
de seus antepassados falecidos (ou os seus m o r­
tos) 1 Cor. 15:29.
Porque, e de que maneira, há quase 2.000
anos eram as pessoas batizadas em nome de ou­
tras que não estavam vivas, mas, sim, que já t i­
nham morrido? V o c ê já fêz seu livro de recordações?
Primeiro: Tôda a pessôa (com mais de 8
anos de idade) deve ser batizada por alguém que É lógico que uma pessoa seja condenada
possua autoridade divina. por não ter tido a oportunidade de ser batizada?
Milhões de pessoas morrem sem o batismo. Certamente que n ã o !
Alguns dos seus parentes e antepassados não fo­ Outros milhões morrem os quais foram ba­
ram batizados. — Devem ser êles condenados tizados por homens que não tinham sido comis­
para sempre? — de acôrdo com as outras igre­ sionados divinamente e que não possuiam, por­
jas, êles serão! Deus é ju s to ! E qualquer igre ja tanto, autoridade divina para fazer a ordenança
que não fizer o batismo por imersão para os m i­ do batismo.
lhões que morreram sem ter essa oportunidade, Novamente um Deus justo proveu para
não é justa e não pode ser aceita por Deus. A aqueles que foram batizados sem a Sua divina
oração pelos mortos não toma o lugar do batis­ autoridade, fazendo com que pessoas vivas que
mo pelos mortos. Pense n isto! ( Continua na página 183)

A L IA H O N A
G R A F IC O da g e n e a l o g ia
DATA

Nascido ..
NOME DA PESSOA QUE SUBMETE ÍSTE QUADRO
O nde.......
RUA Casado ....
Nascido ................................................................................... Falecido
CIDADE ESTADO Onde ....
Onde ................ ................. .......................................................
Casado ......................................... ........................................ . 9
O número um nêste gráfico é
a mesma pessoa que o número . F alec id o ........................................ .......................................... Nascida ..
no gráfico número.................... Onde ........................... ............................................................. O nde........

Agosto de 1953
Falecida ..
O nde.......

10 Nascido
Onde
Casado ...
1 Falecido ..
Nascida ....
Nascido ... O nde.......
O nde..........
O nde.....— Falecida ....
Casado — O nde.......... Nascida ..
Falecido .. O nde........
Falecida ..
O nde-----

Nome do espôso ou espôsa


12 Nascido ..
O n de........
Casado ...
Nascido ....... Falecido ..
O nde.......
Onde..............
Casado .......... 13
F alec id o ....... Nascida ..
O nde.............. O nde........
3 L Falecida ..
Nascida .: O nde-----
Onde........
Falecida .. 14 Nascido
Onde........
O nde........
Casado
Falecido ..
Nascida
Onde
Onde ..
FaleciJa 15
Onde....... Nascida ..
Onde........
Falecida ..
Onde........

E ST A F O R M A É U SA DA P A R A M O ST RA R A LIN H A G E M E PA REN T ESCO D A AN T ECEDÊNCIA.


Envie uma copia desta folha depois de preenchê-la com todas as informações possiveis, ao escritório da Missão, onde será arquivada
00 para futura referência.
(Estas formas e o Livro de Recordações podem ser obtidas dos Missionários Mórmons na sua cidade).
Nossa responsabilidade em Genealogia

Uma aula pratica em pesquisas Genealógicas.

0 trabalho de genealogia, pelos mem­ sinamentos do Profeta José Smith, pg.


bros da Igreja, não somente é uma obri­ 193).
gação sagrada, mas também uma ativi­ “Para mim, um dos grandes privilé­
dade que é essencial à exaltação. Refe­ gios que nós, como Santos dos Últimos
rente a isto, é também bom lembrar que Dias, gozamos, é o de fazer o trabalho
a execução dêste trabalho é um grande genealógico para os nossos ancestrais
privilégio e oportunidade e, como tal, que morreram sem o conhecimento do
deve ser uma agradável responsabilida­ Evangelho. . . Acredito que, se alguém
de. É também uma responsabilidade ur­ tem o desejo de efetuar êste trabalho,
gente, pois há muito trabalho a ser exe­ êsse alguém encontrará um meio de efe­
cutado e pouco tempo para executá-lo. tuá-lo. O importante é ter o desejo” .
(Heber J. Grant, Deseret News, 20 de
Assim disse o profeta José Smith: Dezembro de 1930).
, e se toda a Igreja se esforçasse Somente realizando o trabalho de ge­
com todo o seu poder para salvar seus nealogia, poderemos desempenhar nos­
mortos, selar sua posteridade e reunir sas obrigações, dever e responsabilida­
seus amigos vivos e não perder nenhum des para com nossos mortos. Há uma
tempo com coisas terrenas, à chegada alegria e satisfação reais em fazer algu­
da noite, quando nenhum homem pode ma coisa para aqueles que nada podem
trabalhar, êles mal teriam terminado...” fazer por si mesmos. Abrimos a porta
(Ensinamentos do Profeta José Smith, da prisão com o batismo e, fazendo as
pag. 220, 331). ordenanças necessárias para seu próprio
“ Esta doutrina (salvação para os bem, preparamos para êles o caminho
mortos) era a carga das escrituras. da exaltação do Reino de Deus. Assim
Aqueles Santos que negligenciarem os fazendo, tornamo-nos os salvadores do
seus parentes mortos, assim o fazem com Monte Sião.
perigo de sua própria salvação”. (E n­ ( Continua na pág. seguinte)

182 A LIAHONA
( Continuação da pág. anterior) r.ianter inativos, pelo menos até que isto
Não há na Igreja trabalho mais po­ seja remediado. Não poderemos ser per­
deroso em promover espiritualidade e feitos nesta organização, a menos que
devoção às coisas requeridas pelo Evan­ seja por meio dêste poder seletivo. Se
gelho. não fizermos o trabalho pelos membros
“A organização de família será com­ cie nossa família que morreram antes,
pleta na organização celestial, uma or­ ficaremos afastados até que alguém o
ganização ligada de pai e mãe e filhos faça por nós; e se tivermos tido a opor­
da geração seguinte, assim expandindo tunidade e deixamos de fazê-lo, então,
e aumentando até o fim dtís tempos. Se naturalmente, estaremos sob condenação
deixarmos de efetuar êste trabalho ge­ c acredito que lamentaremos o fato atra­
nealógico para os nossos mortos, vere­ vés de toda a eternidade” . (The Utah
mos os elos desta corrente genealógica Genealogical and Historical Magazine,
partirem-se e teremos eritão que nos Outubro de 1930, 23:160).

Auxílios Visuais sôbre Genealogia (cont. da pág. 180)

possuam autoridade divina batizem outras pessoas vivas em nome


daqueles que morreram pensando ter sido propriamente batizadas.
E os que foram batizados por aqueles que possuem autorida­
de divina não devem ser tão egoistas em pensar que somente êles
serão salvos e que os outros não o serão.
Segundo: Precisamos procurar em tôda a parte os nomes e
informações sôbre os nossos antepassados falecidos (isto consti-
tue o trabalho genealógico) e então a medida que forem colecio­
nados, poderão ser enviados aos Templos dedicados para as orde­
nanças pelos mortos, e lá nesses templos, pessoas vivas são b a ti­
zadas individualmente por imersão em nome daqueles cujos no­
mes foram encontrados e registrados.
Isto, então dá àqueles que morreram e que estão agora no
Mundo Espiritual a oportunidade de progredir.
Jesus Cristo, no período entre a Sua morte e a Sua ressurrei­
ção, esteve, também, no Mundo Espiritual onde pregou e ensinou
a muitas pessoas que tinham vivido na terra no tempo de Noé.
Todos os que morreram desde aquela época precisam ter, também,
a mesma oportunidade.
É vossa e minha responsabilidade começar a procurar os no­
mes de nossos antepassados e fazer os seus registros.

Agosto de 1953 183


bana de madeira. “Aqui foi onde as últi­
O M ORM ON mas placas foram traduzidas. Joseph
Smith sentou-se aqui atrás de uma cor­
( Tirado do Livro “Fé e Meus Ami­ tina. Êle usava o peitoral e olhava atra­
gos” de Marcus Bach, que não era vés dos óculos de cristal para interpre­
membro da Igreja). tar os caracteres. A linguagem era o
Egípcio refoim aio Enquanto êle lia em
( Continuação do n.° anterior) voz alta a tradução, Oliver Cowdery,
Alguns dias mais tarde, segui a trilha sentado aqui, fora da cortina, escrevia
de Joseph Smith a uma fazenda ao sul tudo”.
de Fayette, em Nova York. Aventura re­ Mostraram-me toda a cabana enquan­
ligiosa era o objetivo que me conduzia to o jovem e sua espôsa re’atavam em
por caminhos onde Ted Logan nunca detalhes a história dessa fé nativa. Atrás
esteve, mas eu sabia, por cartas, que êle, de nós, vinham seu0, dois filhos, já ad­
por detrás do balcão do armazém na ci­ quirindo o fervor do amor de seus pais
dade meridional onde estava empregado, pelo vidente de Cumorah.
me acompanhava em pensamento. Êle  jovem espôsa disse: “As primeiras
disse-me que agora êle tinha parte ati­ três testemunhas das placas foram O li­
va no trabalho do pequeno grupo que ver Cowdery o mestre-escola, e os dois
consistia a Igreja Mormon na sua cida­ fazendeiros, Martin Harris e Dav!d
de. A oposição de alguns de seus ami­ W hitmer”.
gos, somente fortalecia sua lealdade. “A O marido acrescentou: “ Uma ocasião
perseguição e a fé Mormon sempre an­ um visitante perguntou-me: “Por que
daram de mãos dadas”, escreveu. Quan­ devemos crer em homens comuns como
to a mim e minhas intermináveis viagens, aqueles? Como ooderemos saber que
êle tinha isto a dizer: “Os milagres do eram honestos?’’ Respondi-lhe: “Os dis­
Mormonismo são tencionados a serem cípulos de Jesus também eram homens
um desafio a vida do homem, não uma comuns, e cremos neles”.
prova de sua credulidade”. “Bem”, comentei, “foi a fascinante
Quando cheguei ao isolado pátio da história a respeito das placas de ourj
fazenda de Whitmer, êle deve ter sabi­ que fêz com que o povo se tornasse indi­
do que eu necessitaria de tal injunção. ferente”.
Aqui a Igreja Mormon foi fundada em “Sim”, foi a resposta. “Assim foi des­
6 de Abril de 1830, em circunstâncias de o comêço. Mariin Harris até foi a
tão dramáticas quanto um emocionante Nova York, para ver um notável sábio,
filme. Eu havia lido os detalhes, tinha o Professor Charles Anthon, da Facul­
falado sôbre êles com Ted; agora, ia dade de Columbia. O sr. Harris levou
ouvir a história no local. Meus narrado­ com êle as transcrições dos escritos reais
res, o jovem zelador e sua espôsa. eram nas placas e também parte da tradução.
entusiastas de uma verdadeira ordem O Prof. Anthon disse que o trabalho es­
apostólica, verdadeiros discípulos atra­ tava esplêndido e que as traduções es­
vés dos quais o passado era descortina­ tavam certas. Êle deu ao sr. Harris um
do a pesquisadores como eu. Êles eram certificado para aquele fim. Então êle
defensores da fé, voluntários na legião perguntou: “A propósito, sr, Harris, de
do Profeta de Palmyra, e êles tinham in ­ onde vieram as placas?” “De um anjo
teira confiança de que a causa da igre­ de Deus”, disse o sr. Harris. O prof.
ja não só era iusta como divina. disse: “Deixe-me ver aquele certificado
“Aqui sentou-se o Profeta”, disse­ que lhe dei, mais uma vez”. Martin Har­
ram-me enquanto entrávamos num pe­ ris deu-o a êle, e o prof. Anthon fê-lo em
queno compartimento da resistente ca­ pedaços.”

184 A LIAHONA
No dia 6 de Abril de 1830,
seis homens reuniram-se no
lar de Peter Whitmer (aqui
visto) para organizar a
Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últ'mos Dias.

“Mas onde estão as placas agora?”, ria do povo judáico, o Livro de Mormon
perguntei. “É possível a qualquer um é a história da antiga civilização Ameri­
vê-las?”. cana bem como das profecias e seus
“Dificilmente”, respondeu a mulher. cumprimentos. O Novo Testamento é a
“Não”, emendou o marido sèriamen- história de Jesus e do plano de reden­
te, “não é possível a ninguém vê-las, ção, e o Livro de Mormon é sua confir­
porquanto o Profeta devolveu-as ao an­ mação. Êle também nos diz que Jesus
jo” . apareceu no continente após Sua ressur­
reição.”
“ Percebo”.
“Você quer dizer”, interrompi, “que
“Sei o que o sr. pensa”, foi a séria res­ os Mormons crêem realmente que Jesus
posta. “Tôdas as vêzes que conto isso as esteve aqui na América?”
pessoas, elas olham para mim como a
“ Por que não?”, respondeu êle. “Te­
dizer: “Uma bela história!” É uma his­
mos o registro”.
tória, mas verdadeira. Então pergunto-
lhes: “Os senhores crêem na Bíblia, não “ Por que não?”, reiteirou sua espôsa.
crêem?” “Oh, sim!”, admitem êles, “cre­ “Por que deveria Êle estar confinado a
mos”. Eu também creio. O sr. também, qualquer continente ou país?”
estou certo. Mas o sr. já viu aqueles ma­ Estive a ponto de compartilhar de
nuscritos originais?”. seus entusiasmos.
“N ão”, admiti. “Suponho que devo “Não seria maravilhoso se todos na
confiar na erudição e na integridade dos América acreditassem que êle realmente
homens que nos auxiliaram a fazer nos­ esteve aqui? Penso que isso mudaria a
sas traduções.” vida de todos”, prosseguiu ela, altamen­
“Exatamente”, concluiu êle. “E além te confiante.
disso a Bíblia se valoriza pela sua influ­ “ Isso mudaria a vida de todos, o su­
ência e poder sôbre as vidas dos homens. ficiente para ler e estudar o Livro de
Esta é a prova real” . Mormon”, acrescentou seu marido.
“Creio que devo concordar com isso”. “Certamente que mudaria”, concor­
dou ela.
“ E assim é com o Livro de Mormon.
“Só então”, disse êle, “as coisas ocul­
Êle se valoriza pela sua influência tam­
tas nas Escrituras seriam reveladas a
bém, e essa influência cresce cada vez
todos. As pessoas veriam que a restau­
mais. O Livro de Mormon não substitui
ração da igreja foi pré-ordenada”.
a Bíblia; êle é um complemento dela.
Enquanto o Velho Testamento é a histó­ ( Continua na próxima pág.)

Agosto de 1953 185


Mormon ( Cont. da pág. anterior). e apalpado e sabiam com certeza” que
as placas de ouro eram reais.
“Vocês acreditam que a Igreja Mor­ Assim folheei essa Bíblia Americana,
mon foi pré-ordenada?”, perguntei, em­ imaginando quantos Protestantes já ti­
bora os humildes arredores faiassem por nham visto um exemplor ou lido um
mil contradições. versículo de um dos seus quinze livros.
“Certamente”, foi a resposta enfática De onde quer que estas escrituras te­
de meu guia. Ela é a única igreja na qual nham vindo, o que quer que elas fôssem,
Deus ainda fala e Se revela aos homens. ultrapassavam em magnitude e disposi­
É a única igreja padronizada segundo a ção os meus mais extravagantes prog­
igreja original da época de Cristo. Al­ nósticos. O estilo era Bíblico, as referên­
gum dia o sr. acreditará nisto”, predisse cias as Escrituras Sagradas eram volu­
êle com confiança, “porque penso que o mosas, e a história antiga era tremenda­
sr. anda a procura da verdade. Muitas e mente complicada. Não era uma espécie
muitas pessoas crêem nisso. O sr. sabe de livro que se pudesse ler como passa­
que existe mais de um milhão de Mor­ tempo ou escrever visando lucro. Éle era
mons?” solene, ponderado e pesado como as pla­
Se aquele fôsse o número real, era al­ cas onde êle foi escrito. Nenhum rapaz
guma coisa de milagroso, pois repre­ dos colégios de Vermont escreveu isso,
sentava maior número de membros do nenhum pregador Presbiteriano alterou
que tínhamos em nossa denominação, a suas páginas.
Evangélica Reformada e nós iniciamos Após ler vagarosamente o Primeiro
no ano de 1517! De onde vieram todos Livro de Nefi, eu estava pronto para
êsses Ted Logans? Qual era o segredo aceitar o milagre de Cumorah e permi­
do crescimento do Mormonismo? Por tir que tudo tivesse o seu curso normal.
que os seguidores dessa fé eram tão en­ Seria conveniente dizer, “As placas para
tusiastas e tão compenetrados de suas êste tômo religioso foram ocultas por
crenças? um anjo, descobertas por um jovem ra­
Deixei a fazenda de Whitmer repro­ paz a quem o Senhor tinha escolhido e
vando a mim mesmo pela minha inge­ traduzidas por meio de óculos mágicos”.
nuidade, pois a última pergunta que fiz Assim, com certeza, era exatamente co­
ao casal foi, “Se o cristianismo nasceu mo se expressava o Livro de Mormon.
em unia estrebaria, não vejo porque o Mormon, um dos eleitos de Deus, era o
mormonismo não podia ter nascido nu­ pai de Moroni, e juntos êles gravaram e
ma cabana de madeira”. O guia é quem ocultaram o manuscrito. Quanto ao res­
devia ter dito isto, não eu. Talvez que to do evangelho Mormon, as batalhas
isto nem deveria ter sido dito. Eu esta­ dos Nefitas e Lamanitas e as irredutíveis
va aborrecido comigo mesmo por deixar genealogias — tudo isso podia esperar
de ser objetivo. Senti que uma teia de até encontrar-me com meu amigo con­
credulidade se tecia em meu redor, quer verso, Ted Logan. Para êle o livro é um
por advogar êsse estranho evangelho, documento divino; para mim um enigma.
quer pelo meu romanticismo. Descobri Mas não era mais enigmático do que
mesmo que tinha comprado um exem­ a igreja que se ergueu de suas páginas.
plar do Livro de Mormon. Os seis membros fundadores que orga­
Naquela noite eu o abri. Impresso nas nizaram a nova denominação na cabana
primeiras páginas, estava o testemunho de Whitmer tiveram novos adeptos, su­
das três testemunhas, Cowdery, W hit­ biu a sessenta seu número, depois a seis-
mer e Harris. Em baixo estava o teste­ centos em apenas alguns meses. Os con­
munho de outros oito homens que afir­ versos levavam o evangelho dos “últi­
maram que êles, também tinham “visto mos dias” através dos Estados da Pen-

186 A LIAHONA
silvania e Nova Inglaterra. Em Kirtland,
Ohio, êles construíram seu primeiro
templo.
Numa manhã de verão, eu estava no
pátio do bem conservado templo e quan­
do vi a enorme e forte estrutura, soube
que os construtores tiveram em mente o
tempo e a eternidade. Esta era a respos­
ta do Profeta aos seus inimigos. Aqui
êle estabeleceu um marco de desafio
contra as religiões tradicionais e a so­
ciedade de seus dias. As igrejas diziam
qite êle era um hereje. Até lhe puzeram
o cognome de “Enganador, falso e anti-
Cristo”. Sua resposta foi: “Construire­
mos mais templos”. Elas se organizaram
contra êle e êle respondeu: “Construi­
Três anos após a organização da Igreja, os no­
remos uma cidade perfeita para o Se­
vos conversos à fé “Mórmon” construíram, com
nhor”.
grande sacrifício, este belo Tetnplo em Kirtland,
Uma jornada foi iniciada na direção Ohio.
oeste do Estado de Missouri. Joseph di­
zia que tinha sido revelado a êle que em teiras e era mais progressiva do que o
algum lugar no coração da nação, Deus evangelho dos Evangelistas do reaviva-
os conduziria para a terra prometida. mento. Quando as pessoas o seguiam,
Os conversos subiram a mil, dois mil, elas abandonavam suas fazendas e fa­
três mil. Procediam dos Estados orien­ mílias e desprezavam todos os seus bens
tais do Canadá e da Grã-Bretanha, on­ mundanos para auxiliar sua causa. La­
de os missionários voluntários tinham le­ res foram divididos. Vilas ficaram em
vado a história do Livro de Ouro. Eram confusão. O ritmo de vida foi quebrado.
prosélitos das fazendas e vilas america­ Era o renascimento da consagração e
nas, devido a profecia de que a plenitu­ poder sem o usual “Aleluia” e “Glória
de do evangelho estava sendo restaura­ a Deus”. Não havia espojamento na ter­
da. Êsse evangelho se espalhou com in­ ra nos campos de reunião, não havia ne­
crível rapidez ao longo de todo o tra­ nhum chamado do altar, nenhuma exi­
jeto para o Rio Missouri. Nos distritos bição fanática, nenhuma pregação sôbre
de Clay, Davies e Jackson, no Estado inferno e lago de fogo.
de Missouri, foram erguidos acampa­ Os “Santos” se tornaram um povo
mentos Mormons. peculiar; os escolhidos, e êles fizeram
O alto, calvo e espadaudo Profeta, uma clara distinção entre êles e o mun­
conduzia os pioneiros crentes. Os ho­ do do “Gentio”. Êles eram a Israel res­
mens diziam que seus claros olhos azuis, taurada. Êles eram o povo da tribu de
ainda viam visões e que seu coração co- José. Seu desafio era: “Se um homem é
munhava com o Filho de Deus. Êles cha­ Mormon, deixe-o viver a vida do Mor­
maram-no de o moderno Moisés ou o mon”. E que era isso? Alguma coisa es­
moderno Josué. Seu brado destemido tranha e revolucionária.
ressoou através das diferentes seitas
cristãs: “O dia da revelação não pas­ (Continua no próximo mês)
sou!” Sua influência atravessou as fron­ Trad. de Geraldo Tressoldi.

Agosto de 1953 187


Qual é o Povo escolhido Êles fazem um convênio de não mais
sustentar o reino do demônio e os reinos
dêste mundo. Êles receberam o novo e
do Senhor? eterno convênio para sustentar o reino
de Deus e nenhum outro reino. Êles fi­
Como essa pergunta é ventilada de tem­ zeram os mais solenes juramentos pe­
pos a tempos, faz com que haja muitos rante o céu e a terra e também sôbre a
mal-entendidos na mente do povo. validade de sua própria salvação que
Antigamente o Senhor fêz convênios êles sustentariam a verdade e justiça em
com Abraão, Isaac e Jacob, e as promes­ vez da fraqueza e falsidade, e elevariam
sas referentes a êsses convênios eram o reino de Deus em vez dos reinos dês­
transmitidas aos seus descendentes. As te mundo.”
doze tribos de Israel são citadas como Cada vez que participamos do sacra­
o povo escolhido do Senhor, e o são real­ mento do Senhor fazemos o convênio
mente, devido às promessas feitas à elas de serví-lo e seguir Seus mandamentos.
através de seus antepassados, Abraão, Quando recebemos ordenação para o
Isaac e Jacob. Santo Sacerdócio nós participamos do
Os Santos dos Últimos Dias são um convênio do Sacerdócio. A parte do Se­
povo escolhido do Senhor. Êles também nhor nêsse convênio é que se tivermos
são herdeiros das promessas feitas a fé, Êle nos dará tudo que tiver. Nossa
Abraão, Isaac e Jacob, mas não é essa parte é, “pois vivereis de tôda a palavra
a única razão de serem êles um povo es­ que sai da bôca de Deus. Pois a palavra
colhido. Êles têm feito pessoal e indivi­ do Senhor é verdade e tudo o que é ver­
dualmente, convênios por si mesmos. dade é luz e tudo o que é luz é espírito,
Como fizeram os convênios? Estão mesmo o Espírito de Jesus Cristo”.
êles cientes dêles? (DcSC, 84:44-45).
Quando entramos nas águas do batis­ * * *
mo fizemos um convênio com Deus, de
que o serviremos e guardaremos os seus Cada membro da igreja deveria anali-
mandamentos. Ao citar os candidatos ao zar sua própria vida periodicamente pa­
batismo, o Senhor disse: “Todos aque­ ra ver se está guardando seus convênios.
les que se humilharem diante de Deus e Isso é uma questão de honra para con­
desejarem ser batisados e vêm com os sigo mesmo. Nós somos glorificados da
corações quebrantados e espíritos con­ maneira como guardamos nossas obri­
tritos, testificando diante da Igreja que gações, entre as quais as que temos pe­
se arrependeram verdadeiramente de to­ rante Deus.
dos os seus pecados, e estão dispostos a Deveríamos nos perguntar se real­
tomar sôbre si o nome de Jesus Cristo, mente amamos a Deus, se oramos a Êle,
com o firme propósito de servi-lo até o se guardamos os mandamentos tais co­
fim, e manifestam verdadeiramente, por mo a observância do dia do Senhor, a
sua obras que receberam do Espírito de Palavra de Sabedoria, se nos abstemos
Cristo para a remissão de seus pecados, de mentir, roubar, falar o nome de Deus
serão recebidos por batismo na Sua em vão, cometer imoralidades, ou qual­
Igreja.” (D&C Seção 20 Vers. 37). quer outro ato impuro. Deveríamos nos
perguntar se estamos pagando o dízimo
* * * completo, se estamos jejuando no dia de
Brigham Young falou o seguinte sô­ jejum e se damos a oferta de jejum
bre êsse assunto: “Todos os Santos dos corretamente. Devemos determinar se
Últimos Dias adotam o novo e eterno apoiamos as autoridades da igreja. De-
convênio quando entram nesta Igreja. ( Continua na próxima pág.)

m A LIAHONA
( Continuação da pág. anterior) meiramente o reino de Deus e Sua reti­
veríamos nos perguntar se estamos aju­ dão. Êle nos disse que não deveríamos
dando a construir Sião por participar ter qualquer outro Deus senão Êle. Nós
das atividades do ramo ou distrito no devemos pôr Deus em primeiro lugar em
qual estamos. nossas vidas. Êsse é o caminho para
O Senhor nos ensinou a procurar pri- guardar nossos convênios.

O Pecado (Cont. da pág. 173) Arrepende-te para que Eu não te fira


com a vara de Minha bôca e com a Mi­
as suas ofensas está em condenação di­ nha ira, e com a Minha cólera, e os teus
ante do Senhor; pois nêle permanece o sofrimentos sejam dolorosos; quão do­
pecado maior. Eu o Senhor, perdoo a lorosos tu não os sabes, nem quão pun­
quem quero perdoar, mas de vós se re­ gentes, sim e nem quão difíceis de su­
quer que se perdoe a todos os homens. portar. Pois, eis que, Eu Deus, sofri es­
E vós deveis dizer em vossos corações tas coisas por todos, para que arrepen-
— que julgue Deus entre Mim e ti e te dendo-se não precisassem sofrer. Mas
recompense de acôrdo com as tuas se não arrependessem, deveriam sofrer
obras.” (Doutrinas e Convênios 64:7- assim como Eu sofri. Sofrimento que
11 ). Me fez, mesmo sendo Deus o mais gran­
Frequentemente nas Escrituras Sa­ dioso de todos, tremer de dor e sangrar
gradas o Sènhor friza a importância de os poros, sofrer tanto corporal como es­
nossa perseverância como fiéis e since­ piritualmente desejar recuar e não ter de
ros até o fim. Êle deseja, portanto, per­ beber a amarga taça. Todavia, glória
doar nossos pecados se nós não come­ seja ao Pai portanto, Eu tomei da taça
temos pecado mortal, provando que fa­ e terminei as reparações que fizera para
remos um esforço ardente para viver­ os filhos dos homens.”
mos honrosamente o resto de nossas O Senhor é justo e misericordioso pa­
vidas. ra todos os homens. Foi com a idéia de
Uma importante mensagem a respei­ arrependimento e perdão em sua mente
to está contida na secção 19 das Dou­ que Êle disse: “Vinde a Mim todos os
trinas e Convênios onde o Senhor diz, que estiverem cansados e sobrecarrega­
“ Portanto, ordeno que te arrependas — dos e Eu vos darei repouso.”

O Inferno (Cont. da pág. 177) Na Igreja de Jesus Cristo dos Santos


dos Últimos Dias, não há inferno. To­
rança. O amor de Deus para com' Seus dos encontrarão um meio de salvação;
filhos eclipsa tudo o mais. todos devem pagar por qualquer infrin-
Estas duas revelações (Doutrinas e gimento da lei; mas o pagamento será
Convênios, Secções 19 e 76) mudaram feito como o Senhor decidir. Há a salva­
completamente a concepção do mundo ção graduada, e esta pode ser uma pu­
do pagamento no futuro dos pecados nição mais terrível: sentir que por cau­
cometidos na terra e do destino eterno sa do pecado um homem está num lu­
do homem. gar, quando por uma vida correta, êle
A palavra inferno, quando usada nes­ podia estar em um superior. O evange­
sas revelações, refere-se a morada do lho de Jesus Cristo não tem inferno no
diabo e seus hediondos seguidores. Do velho sentido proverbial.
modo que a Bíblia a usa, tem a mesma
conotação. Tradução de Geraldo Tressoldi.

Agosto de 1953 189


M issionários Desobrigados

A LLA N B. L A ID L A W JO H N H. W EST JR. G A Y LO RD MC CALLSON


Monterrey Park, Calif. Glendora, Calif. Logan, Utah
D E L W IN R. M O R R IS JE R R Y F. T W IT C H ELL E. RU LO N STOKER
South Gate, Calif. Lyman, Wyomlng San Diego, Calif.
ORSO N H. W H IT E LA R RY D. JO H N SO N W A L D E M A R DE TOLEDO
Hollywood, Calif. Wilmar, Calif. Rio Claro, S. P.

190 A LIAHONA
Depois da sangrenta batalha de 26 D. C. nas Surgiu uma grande desigualdade em tóda a ter­
antigas Américas, houve um período de paz. ra, tanto que a igreja começou a se desmembrar.
Muitas cidades foram construídas, outras repa­ E desafiando a lei e os direitos de sua pátria,
radas. E abriram-se muitas vias e muitas estra­ assassinaram o juiz superior da terra, separan­
das foram construídas, ligando uma cidade a do-se em tribus. Seus corações se afastaram de
outra. E não havia nada no país que os impe­ Deus, e êles apedrejavam os Profetas expul­
dissem de prosperar constantemente, a não ser sando-os de seu meio. Entretanto, Nefi tendo
que caissem em transgressões. No ano 29 D C. sido ordenado com o poder de administrar entre
começaram a surgir disputas entre o povo; disso os antigos Americanos, com grande autoridade,
resultou sua divisão em classes, segundo suas pregou e administrou o batismo, às pessoas arre­
riquezas. (Ver cap. 6:5-12 3Nefi). pendidas. (Ver cap. 7 de 3Nefi).

L E I A O L I V R O DE M O R M O N !
O Ú N IC O REGISTRO T R A D U Z ID O ATÉ
H O J E DA S A M É R IC A S A N T E S D E C O L O M B O !

Os Templos (Cont. da pág. 192) Sociedade Genealógica dos Santos dos


Últimos Dias, onde são centralizadas as
que se batizam pelos mortos, se abso­
extensas atividades de pesquisas e re­
lutamente os mortos não ressuscitam?
gistros familiares.
Por que se batizam êles então pelos mor­
tos?” (Cor. 15:29). Tôdas estas atividades do templo re­
A fim de executar estas e outras orde­ querem sacrifício de tempo e esforço. O
nanças para os mortos, a Igreja mantem trabalho de milhares em representação
extensas instalações genealógicas. No aos mortos, para que os que já morre­
quarteirão junto a Praça do Templo, na ram possam gozar as bênçãos do Evan­
cidade do Lago Salgado, em Utah, são gelho de Cristo, é uma obra de amor,
encontrados os escritórios e arquivos da sem paralelo.

Agosto de 1953 191


O propósito dos T em plos

O TEM PLO EM LAIE, OAHU, H A W A II

Todo trabalho no templo, é baseado ra a eternidade. O homem e a mulher


na convicção de que a vida além túmulo assim unidos, sabem que, embora a mor­
é tão certa quanto a mortalidade. O ma- te possa separa-los e a seus filhos por
gestoso edifício na Praça do Templo e um tempo, êles estarão novamente reu­
todos os outros templos construídos pela nidos na vida além túmulo, de modo que
Igreja a enormes custos e grandes sacri­ a família permaneça unida eternamente.
fícios, são evidências tangíveis da cer­ Sob o poder desse mesmo Sacerdócio,
teza que os membros da Igreja têm, de as bênçãos do Evangelho de Cristo estão
que continuamos a viver como persona­ à disposição de todos, mesmo daqueles
gens distintas após a morte e que na que possam ter morrido sem conheci­
ressurreição receberemos nossos corpos mento da verdade.
novamente para viver como seres. Quando o Salvador esteve na terra,
As várias instruções recebidas e as Êle disse: “Aquele que não nascer da
ordenanças realizadas nos templos, con­ água e do Espírito, não pode entrar no
duzem a uma expressão mais alta da reino de Deus”. (João 3:5). A lei assim
cristandade pessoal e a uma compreen­ dada, inclue a todos, com excessão das
são mais nítida dos propósitos eternos criancinhas que nada têm a expiar. Mas,
de Deus, com referência aos Seus filhos. pergunta-se: O que será daqueles que
Entre estas ordenanças, está o casa­ morreram sem conhecimento do Evan­
mento para a eternidade. Quando o Sal­ gelho? Podem ser, em justiça, negadas
vador esteve sôbre a Terra, comissionou estas bênçãos a êles? O Senhor, com
Seus apóstolos com poder ,de ligar no Sua misericórdia, proporcionou ura meio
céu o que quer que ligassem na terra para êles. Nos templos da Igreja, subs­
(Mateus, 18:18). Os Santos dos Últi­ titutos vivos recebem as ordenanças do
mos Dias sustentam que essa autorida­ Evangelho, por aqueles que passaram.
de, a comissão dada divinamente ao ho­ Tal prática, embora parecendo estranha
mem para agir em nome de Deus, foi a muitos, não é nova. Era conhecida pe­
restaurada em nossos dias, é do Sacer­ los membros da Igreja primitiva, esta­
dócio da Igreja e é exercida nos Tem­ belecida pelo Mestre, como foi eviden­
plos. Sob seu poder, marido e mulher ciado pelas palavras de Paulo aos Co-
são unidos no casamento, não somente ríntios: “Doutra maneira, que farão os
nesta vida, sob autoridade civil, mas pa­ (Continua na pág. 191)

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