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NOTAS DO TRADUTOR E PROCESSO TRADUTORIO Andlise e Reflexao sob uma Perspectiva Discursiva Solange Mittmann G UFRGS EDITORA © de Solange Mittmann I* edigdio: 2003 dos desta edigio: Direitos reserva deral do Rio Grande do Sul Universidade Fet Capa: Vera Gliese Revisio: Maria da Gloria Almeida dos Santos Editoragao eletrénica: Claudia Bittencourt Ramon Pedrollo Bez Solange Mittmann. Bacharel em Letras pela UFRGS e doutora em Estudos da Linguagem pela mesma universidade. Foi professora na Univates, UCS e URL djunta no Departamento de Letras e Artes da FURG. Atualmente, é professora a¢ Vem realizando pesquisas nas éreas de Andlise do Discurso francesa e Traducéo, com diversos artigos publicados. M685n Mittmann, Solange sob 0 Notas do tradutor € processo tradutério: andlise Porto Alegre: ponto de vista discursivo / Sol: i - Ed. da UFRGS, 2003, ne LT i i Tne radugio e discurso. 2. Notas do tradutor ~ Anise CDU651,926 Catalogacao na publi Publicagiio: i Ison esaoa Publicado: Monica Balljo Canto—CRB 10/1023 PRIMEIRA PARTE Resgatando pontos de vista sobre a traducao Cada texto es tinico y, simultaneamente, Todos los textos son originales porque cada waduccion exdistima Octavio Paz Apesar de nossa filiagio a uma disciplina especifica, a Anali- se do Discurso, nao podemos fechar os olhos a tudo o que se tem dito a respeito da tradugio. Por outro lado, nao pretendemos fazer um inventario de todos os que falaram sobre a traducio e tudo 0 que disseram a respcito, 2 Tendo realizado uma leitura pasando por varios teéricos,,, A primeira concepgio, que chamaremos tradicional, sera apresentada através das idéias basicas de trés teoricos: Eugene 15 percebemos um embate entre duas concepcdes de traducao, as if quais apreseitaremos neste capitulo. fed D A. Nida, tradutor da Biblia para a Lingua Inglesa, Erwin The- | (3) Stor, ridutor € protestor Ue USP ¢ Paulo Ronai,tradutor vin tor vin | ia para o Brasil, que foi wm marco nos estudos “ia neste pais, Todos sio amplamente eitadas noe cursos de tradugio ¢ em artigos sobre 0 tema, e acreditamos 1 muito bem a concepgio tradicional, cuja oun que represent ea Meteristica principal es ar a traducio como, iransporte de sentidos e 0 tradutor como transporte AS Youtta perspectiva, que toma sempre como ponto de par- tida a éontestagio A primeita — por isso a chamaremos de pers. pectiva contestadora =, Henrik Aubert (USP), Rosemary Arrojo (Unicamp), Lawrence ‘Yenuti_ (Temple University, Philadelphia) ¢ Theo Hermans (Uni yersity College, London), que nos ajudarao a definir 0 processo ‘Tadutrio e as relagoes entre elementos e nodes que se estabe- lecem neste processo. 0 citeno para a selecio desse segundo grupo de teéricos é a inexisténcia, a nosso ver, pelo menos numa primeira instancia, de um confronto entre as sas concepgdes sobre a tradugao, o tradu- tor € 0s elementos envolvidos na andlise da traducio, € as concep- des da AD sobre linguagem, sujeito ¢ sentido. Isso porque tais Autores, como os analistas do discurso, contestam_a_existéncia de uum sentido tinico, reflexo das intencdes do autor do texto origi- ‘Tal, Assim, a concepgao de traducio desses autores, além de con wariar a possibilidade de uansporte fiel de um sentido estavel de um texto para outro, ainda reivindica para o tradutor um novo sta- {us de mero instrument, Sem direitoa Vor ¢ ACHRIUO GE Tigao, a fUsio atuante, produtor e responsavel. Por so, acreditamos va- era pena o risco de equivocos metalingliisticos € epistemoldgicos nas interpretacdes que faremos das teorias destes autores. A negativa do confronto, porém, nio significa um acor- do, mas um conflito. Quer dizer, acreditamos ser possivel rea- FPat uma ponte entre o que dizeni esses autores € 6 que PO fe er sobre a traducio sob a perspectiva da AD, masa CONCEp- {Go de traducio pelo olka de Me coniceneao disetk iscur- $a, Tvando em coms ascandieoorie eae ‘do discurso, sapeia yaonicdes historicas de constituicio do sentido ¢ do m outro olhar ~ desde um quadro epistemol6gico, £ metodolégico especifico - gera um novo objeto de reflexio, e darn Bassamos da nocio de tradugio para a de B tradutério. Mas iss0 veremos mais adiante, 16 apresentaremos com as idéias de Francis’ O que é a tradugio? Qual o papel do tradutor no processo tradutério? Que relagaes se estabelecem dentro desse processo? Esses foram 0s questionamentos que guiaram nossa leitura dos autores que citaremos a seguir. a7 1. A perspectiva tradicional Comecamos este res; gate de tcorias a respei 4 ; ; peito da tradi N zpreenando sane ue conspat tlt Salta que Cabaane ne ctiva tradicional sobi do: | Nid Evin Theodore Paulo Roma RHE 1.1. ATRADUGAO COMO TRANSFERENCIA, Nic fp al (19642, p-146) considera a tradugio como um trans Ecmethanism. isto é, como um tipo de mecanismo capaz de ease una menagem de uma Tinga para outa mensagem de uma Tingua para outra, Este me- mo se inicia coma decodificacio pelo tradutor ~ neste pri- /” meiro momen Fem de wamento, ele ocupa o papel de receptor ~ da mensa- Spuma lingua-A.¢ termina com sua recodificagio na Tin- gua ficacao, o tradutor deve encontrar StmWo- los equivatentes_€ organi as exigencias da s- trutura desta lingua. Mas o au i equitmiensraner alerta que muitas vezes ndo se trata apen —e ae tmmbolee ¢ estruturas gramaticais entre duas lin- seon eee pede Podeser um texto estranho e artificial, Pode cote conceit re anensagem ser decod ficada em um coniceito ‘ar a escolha de uma expresso na lingua B. Scola de uma expresso na lingua B. 18 Nidla diz ainda que o tradutor io tem como evitar um cer- ty grattde envolvimento pessoal.no seutrabalhojque.cle nao ¢ tuna nifquina: “the human translator is not a machine” (1964a, p.154). Por isso a yersonalidade estara presente no “A como na escolha de equivalente na lingua B. lo homem_com.a maquina faz notar uma ‘clo fato de o homem nao conseguir a suposta neutralidade daquiela. Tanto € assim que Nida exige do tradutor embora-serido été mesmo também um tradutor ~ que se em- penhe em reduzir ao minimo — jé que totalmente ¢ 0 ideal, mas impossivel ~sua intervengao, quando esta nao harmoniza com as intengées do autor. ‘Nida ressalta ainda a importancia da empatia com 0 autor ¢ com a mensagem, talvez por seret jator da Bi- fa. como se, havendo identificacao com o autor € convicgao quanto & mensagem, 0 tradutor pudesse ver claramente os Pen~ sinentos do autor inseridos no texto ¢ transferi-los adequadar mente para outra lingua. Caso contrdrio, a leitura ‘obscurece € a tradugio é falha. ‘Ao mesmo tempo em que Nida sugere a empatia com 0 autor ‘¢ a mensagem para a realizagéo de um bom trabalho de tradu- ao. alerta para o perigo da subjetividade ¢ de um envolvimense emotional de adits Eatin Gus care mtoreet 2 resuttato ou de um dese} ciente de madificar ¢ distorcer a Inensagem, ou de tracos inconscientes da personalidade, que acabam por influenciar 0 trabalho do tradutor. 1.2. ATRADUGAO COMO TRANSPOSIGAO ~~ em Theodor, A idéia de transferéncia esti também presente, , como observamos em sua definigio de traducio: “traduzir Dae oma por’ ”*./ palavras do outro, wast eo de Wi TES SOE off) bretos préprios de_outra Tings’ (Theodor, "9S gaa 1983, p21) 2, dd E para que esta transferéncia se efetive, Theodor coloca como essencial a decodificagao eee aes ido pelo ta. Soa enfatim essa mecessidadte de adequacao com afrmaccet como “quo importante € a inerpetcia onein da SeX0 SUES 19 nal pelo tradutor, para que o mesmo possa ser devi Spretndido pelos leitores", ou que" prince rae mada tor tem de ser a decodificacdo apropriada das informacdey ee das no original e a sua conversio em-cédigo.cquivalenten ere, Bur-pares-qual-tiaduz”,c ainda que o-trabalho-do trade “eatende testewcompreensio adequada do original até.a prose. de correspondéncias accitaveis” (1983, p. 13, 21¢ 30) (eat nossos). Situandose entre o autor ¢ 9 leltor da tradugio ees como um transportador de informagdes, 0 trad n ag5es, 0 tradutor tem por obrige sao, portanto, resgatar o que foi dito pelo autor, de forma‘ eur “atequada ropriada”o que ix", “apro ; i i interferencia, ow aeToe ee gallica sem_equivoces, “Quanto a interferencia, afirma que en a Juanto © autor “; ae que sente, 0 tradutor tem de dizer fl © outro, eae a if 83, p34) (grifos do autor). Em outras palavras, o tradutor, 4 ferenca do autor, ndo produz.um texto seu, jd que “ele nada fem a dizer "motu proprio’, precisa imergir nas idéias do outro™ a Pee desvios, que num nivel maximo poderio chegar 2sleguracGes, 0 autor lastima ofato de que nenhuma traducao Goer realmente livre, pois eles podem surgir mesmo nas tradu eae melhores tradutores, ja que “sio motivados ee at oe entre as varias linguas, entre autor € 2 situagio literdria, d lor pe ta , dominante num € now ‘mpo lingistico™ (1988, p.36 e 124) a aca a Priel passo no trabalho do tradutor é a decodif ir 1agoes, 0 Segundo €a sua recodificagio em um tradutor se utiliza em seu trabalho para retransmitir tudo 0 que decodificou do texto original. Em virtude do maior ou menor nivel de dificuldades na tra- ducio de obras literarias e nao literarias, Theodor apresenta a distingio entre a tradugio, a versio € a recriacio: a tradugio € 0 “trabalho consciente ¢ exato de transposicéo de um idioma para ‘outro, entretanto desprovido de cunho artistico”, esta baseada na correspondéncia entre as palavras. A versio € 0 “trabalho de trans- posigao, exato e artistico”, busca “conservar a harmonia do todo”, € uma tradugao que “se esmera em observar a fidelidade seman- tica, a situagao contextual e as propriedades estilisticas". Ea re- criagdo € 0 “trabalho de passagem de um texto para outro idio- ma, artistico, mas pouco exato”, ¢ “tenta combinar a expressio original com a maior liberdade possivel no idioma que utiliza” (1983, p.88). Fica evidente aqui que a tradugio ¢ a versio ~ sen- do esta ultima uma forma de traducio - exigem uma transposi- (Gao exata, A inexatidao faz com que 0 trabalho ja se caracterize Como recriacio, ou seja a criacao de uma outra obra, em que nao ha transposicio e, portanto, nao ha tradugio, 1.3. ATRADUGAO COMO REFORMULAGAO, AG Apresentamos agora a definicio de traducio proposta por Ronai, mas antes gostarfamos de chamar a atengio para um ou iFo processo que o autor chama de traducdo intraingual que se i ‘ho vazarmos €m palavras um contetido que em nosso pensamento OVO texto, Se ani ingua guard Tee Se antesa lingua guardava'as informacoes que Set init ads pelo tradutor, neste segundo passo a lingua per- ra eaetansmitir ao leitor estas informagdes, Cabe, portant, reser ar, abrovetar todos os recursos que seu idioma Ihe dao mak are gOfeFecer uma mensagem que correspon pea eat aprox f€ possivel ao texto original” (1983, ; zando a obra literaria, o autor afirma que “8 al ue o tradutor ter N éa de que o iente reformular, €0 ginal” OBE pT oes esos wencin que The . P.T31)- 0 tradutor deve ser capaz de (1983, p.87). A li m instrumento do qual 0 20 renas ent estado de nebulosa” (ROnai, 19ST, p.16). Com Jase nesta afirmacio, podemios desenvolver o seguinte raciocinio: sea pal Tugar onde o falante ow autor vaza sett pensamcn- 10, entio, ao ocuparmos o lug: ivintes ou Ieitores desta palavra, cabe-os resgatarropensantento que ali Tor inserito. Dest Form r, ao ler o texto ot pensamenta.. wquele em que foi concebida” (1981, = a idéia de um conterido do pensamen- fo nas palavras, cabendo ao tradutor res- ‘vemos que a concep¢ao to do autor sendo gati-lo ¢ reformuli-lo em outra lingua, a1 de wading proposta por Ronai parte do mesmo prineipia ef isla propasta por Nikka e Theodor: 0 Ue cedificacao deveificagig E Fae Asim, vida de reformmulagio nao esti lone dade anton nei SSS afar aiemta que a tad ma at cade substituigio de palarnas, como se estivessent isolid tas pulanras n.io posstem sentido isolaclamente, mas der contexto” (1981, p.17). E por eontesto, 0 autor consid Anas que seguiem ou procedem aquela pala ccm que a pala esta inserida, oto panigrafo, ou capitulo, 0 que quet que scja necessi des & para determinar apenas um dentre os sentidos que aquela pala- wa passui ¢, por conseguinte, seu equivalente na outra lingua. Mas a tradugio nao fica apenas nesta som que devemos traduzir é sempre algo mais, isto é, a (CI8SI-p-7S) O autor chega a afirmar que as vezes o tradutor deve” “esquecer momentaneamente as palavras em que esta [a mensa- gem] era vazada ¢ reformulé-la em outra lingua” (1981, p.129). ‘Quer dizer. para Rénai, a traducao nio ra do sentido de uma palavra para outra equivalente em outra lin ua maa nao delea de ter Uma transfereicia de-uma mensagem_ “cm outs palsrasteacordo com as exigéncias ¢ ofertas da lit gua da waducao, Desa forma, “a fidelidade seria uma obrigacio dupi ara contetido da mensagem ¢ expressiva da Iingua alvo" (1981, p.127). Ser fiel, portanto, € respeitar 2 TgUs lucao, dai a necessidade de reformular, € respeitar 0 que disse o autor, sem interferir, corrigir ou defor mar a mensagem, em virtude de uma conviegdo contrria, pois 0 Papel do tradutor € 0 de “procurador do autor, antes que sett colaborador” (1981, p.98). or 1a de palavras: “O 1.4. UM RESUMO DAS TRES: IAS. Apés esta breve passagem pelos trés autores, poclemos ver ficar que a concepedo tradicional ciomal se baseia na pos dle de descobri #£.9 pensamento do autor € recodilici-lo em outa Tinga Admitese a subjetividade do tradutor, mas ada oa é nara Uaea-ideal Quer diver, a subjel como um empecilho_ para 22 a mensagein,”— . infelizmente. E interes- ile existe ¢ nio ha como elienin: frustragio, quando te que estes autores compartilhem dessa 10 eles mesmos também tradutores. De qualquer forma, podemos perceber que todos tomam canna pro de partis pata o est da tata 9 ext € a li tia F. parece que & apenas sobre 0 texto e a lingua que 0 torico Mead eto deve tabathar buseande sohugies e fend analises Conn s€6 fext6 6 a lingua Fos Scapares de guardar 0 sen ido, a mensagem, o contetido, ou a informarie £como.seO sentido fosse universal, possivel de ser transferido de uma lingua para outra, deum texto para outro, Nem se cogitam as condicoes de producio: 2. A perspectiva contestadora ___Apresentaremos agora as idéias de quatro teéricos da tradu eens perspectiva tradicional: Francis H. Aubert sear} Arrajo, Lawrence Venuti e Theo Hermans. Podemos fray que ba una relaeay-de alana entre os tr gue nau Tae AGN ENTE O Tres primeiros Autores} que Aubert ca Arrojo, que cita Venuti. Sao citagdes, breve que nao achamos necetsiro expor,bastando-nos registrar gue erts eta relacdo, Mais do que as ciagdes, consideramos importante a constate e recorrentevalorizacio do trabalho do tradutor,além do levantamento de fatos determinantes deste 2.1. A (IN)FIDELIDADE NA TRADUCAO A traducas i Pc é finda p 2 Aubert como “expressio em lin- chegada r am lingua de partida Sera gerne aetna dna cance ma ern =a samen em ingua da lizada da men: Quer dizer, a mensagem produzida 24 pelo autor pode gerar varias leituras, ou virias mensagens, que serio produridas em dleterminaras condigies de receprao. E uma delas em particular sera objeto de uma tradugio especifica. © autor diferencia trés tipos de mens re qualquer ato comunicativo: a menvagen pretendida, que € aqui que_o emissor quis dizer; a mensogen virtual. que £0 conjunto Se a ccs a partir da expressio linguistica efetuvamente procurida, e a mensagem sfruun, que se realiza na FecEpeao, Ma dJut6rio constituise num segundo ato Para Aubert, 6 dut6rio. comunicativo, em que 0 tradutor “tomando como ponto de par- Cina mensagem efetiva, a transforma em segunda mensagem pretendida (esta nao sends sempre idéntica aquela)” (1998, p.115). Quer dizer, num primeico ato comunicativo, © ator pro gens ras, ere Haz a mensagem pretendida, que gera Mensa rede quals Urn se efetier 16 CPaCITIOT, COTO TEHCOT NAO Ea HET Sagem pretendida pelo autor que € 0 ponto de partida do seaum to de partida €a Io ato comunicativo, 0 ato tradut¢ ‘Wo ato ¢1 i terpretacio do tradutor, como leitor do imrensagem efeuiva - a original ecesariamente uals mensagem preter jue nao én dida pelo autor. “Atanés do ato tradutorio, o tradutor emite uma vanda-miensagem pretendida, com um certo grau de ident dade com a mensagem efetiva (sua interpretacio). Essa segunda eet Fe er ia da taducio = val gerar MED ens ‘em cada ato de leitura, cada leitor aj reendera om efetiva, dma Frawim se constitu a proposta de Aubert: se a mensagem pretendida pelo autor € inacessivel ao leitor,¢ se a mensagern Pretiva, que se realiza na leitura pelo tradutor, nao a mesma frensagem pretendida pelo autor, entio nao se pode falar em fe ao autor original, ¢ sim em fidelidade & -mensagem, {que o tradutor apreendeu, experiéneia individual ¢ ny < iproduzivel por inteiro nem mesmo pelo proprio leitor/) to e/ou sob outras condicdes de recep-| ca, nio tradutor, nowtro moment io” (1989, p.116). | Ainda quanto a fidelidade, Aubert atenta para tum outro ponto: o ato tradut6rio constitukse de um segundo ato comun pore. e hi também tum receptor deste ato, o tetor da tradues arog é o mesmo receptor do primeiro ato comunicativo, quan. ac rautor se ditige aos leitores de sua propria lingua. Assim, SS or un lado, existe a tentativa de fidelidade = que & necessé Eos Chegrareatinree—do tadulor A mensigem eter outro lado, havent também a tentative de lelidade “para com as expectativas, necessidades e/ou possibiliddes” dessety Tor do segundo ato conmnicativo (1989, p.116). Na verdad, complet Aubert, watase de uma fidelidade A imagem que o t “itor Far desse leltor_— oe —Enexe sentido que o tadutor é visto como um “instrumene to humano, suporte parvum ato de comunicagio interlingual” (1989, p.116). Ou seja, instrumento aqui nao significa canal de passagem da mensagem do autor para o leitor da segunda lin- gua, e sim um intermediador, um leitor espec interpretacio propria em relagio ao texto original ¢ objetivos Specihcos eM relacao ao Teitor da traducao. Sio duas, portanto, Segundo Aubert, as tentativas de fidelidade do tradutor, como intermediador: uma a imagem que ele faz. do autor e do texto original ¢ outra 4 imagem que faz do seu leitor. Essa nocao de fidelidade foi melhor desenvolvida Posterior- mente em As (in)fidelidades da tradugdo (1993). A negacio entre Parénteses, mas dentro da prépria palavra, ja adianta a posi¢ao do autor em colocar em xeque a fidelidade, que sera sempre infiel, em virtude das diversidades que compaem o ato traduté- rio: as diversidades de cédigos e entre os cédigos (lingua de par- tida ¢ lingua de chegada), de tempo (entre a produgio do origi nal, sua leitura ¢ a producio da tradugao), de mensagens (pre- tendidas ¢ efetivas) e de participantes do ato tradutério (autor, tradutor, leitores). Q objetivo de Aubert ¢ contestar tanto a exigéncia de apa- §amento € auto-anulacao do tradutor wedicativos trac ‘Gonalmente atribuidos a ele, como “mero canal”, “incompeten- “unm es NeCessario”... € apresentil ‘Te, elemento ativo, tutor isc Hg Teme ae, Padior de texto, de discuso sitna atta do tadutorna leitura e na escrita, que sio as das situagdes comunicativas do ato tradut6rio, ocorre com base nas laces imagéticas, ou seja, a relagao do tradutor com a imagem gue ele faz do autor do texto original e do leitor da traducio. wubert descreve um quad; ic funciona um: ae por Ba Jiagéticas, na qual emissor ¢ receptor tém imagens deter NERS Ce $1 do outro, do mundo, da situagio de interlocugie, 26 \utor participa deste ato ceptor da mensagem alc como emissor em tela;ao ao destinatarios da tradueao. das imagens que 0 outro tem ete. Ou num desobramento de papéis. com origi conflitos em virtude da diversidace. O- principal desses-coi éa relagio entre cada lingua ca visio de mundo que carrega. O AGtoF aferta para que nio se confunda a visio de mundo com a ideologia. Embora nao defina esta iiltima, diz que a visio de mundo corresponde a “um conjunto de representagées da reali- dade” que se encontram “entremeadas na estrutura e no uso de determinada lingua” (Aubert, 1993, p.35). A diversidade de vi- ses de mundo ¢ sua imbricasio na ingua nao sgn Sinica. porém. segundo 6 autor, impossibilidade de traducao e sim dificuldades ‘¢ desafios para o tradutor. 2.2. 0 ATO DE INTERPRETACAO DO TRADUTOR — Arrojo contesta a concepcio tradicional da traduciio com base na teoria desconstrutivista. Fssa posigao se reitera em todos os seus Artigos, varios deles reunidos no livro Traducao, i pica ilise (1993), que vamos referir aqui como uma unidade. m Segundo s ‘autora, a cobranga tradicional ao tradutor de fr delidade ao texto e autor original existe em virtude da concep- Glo de text rem como um “receptaculo de Sgnificadc ificados com as intengoes Significados est te identiicados com 2 inencies dle setrautor®, Dessa concepcio de texto resulta uma outra de Teitura em que se “atribui ao leitor a tarefa de ‘descobrir os 3 nificados ‘originals’ do texto (ou de seu autor)” (Arrojo, [ED ‘p.16). Quer dizer, os significados depositados no ea 0 Sor resgatados, ao mesmo tempo que preservados, pelo itor * ne, também pelo tradutor, que € umm leito Visio uadicional, traduzir significaria trans: TGIUT os Signifieadtos que Se fyeis, geralmente ide conseqientem original, Portanto, ferir para outro texto € para ous imaginam estivels, 7 vevia imaeiXssim, segundo a concepcio tradicional, @ ator cx nose texto inserindo al, conscientemente signifcados que Free sua vontade, ¢ 0 tradutor deve extrair do tex! 7 sep sestar a concepcio tradicional da tradues, se sustenta sobre icional da traducao — qui bi ¢ sustel arog aig uma estabilidade do sentido = mio a oleae para sxatamente como ali foram depos isto 6, sem con. los com sta perspectiva, ¢ deve transferi-los fielmente ¢ cimos, de forma “anti-séptica”, para um: ow ‘tO, cut outta Iingwa. Nesta perspectiva, exigese que a tr. ducio seja realizada “sem « interferéncia do ‘toque’ do tradutor", como se isso fosse possivel (1993, p.37). A autora contest epcao, dizendo que o significa. do de um texto apenas se delineia "A partir de um ato de inten, PFelAaGio, sempre prov Ti te, com base na ¢ morais, nas circuns histricas e na p que constituem a comunidade so “geutural [..] em que ¢ lido™ (1993, p.19). Se o sentido nao esti NO TeXTo, mas € produzido pelas interpretagdes, pelas leituras que lerpretacoes. _ ho momento da interpretacao, o tradutor, como leitor, tem papel auivo na producao de signiicasis -Significados, desde este instante cle ja ocupa, como qualquer leitor ocuparia, um lugar autoral., dor ae ea ao: portante,.o.mero Papel-de transpor- ‘dor de significados de uma lingua para outra, nao The pode ser “Chigito que ignore-seutempore huigar, que s¢ omita, fea, Cada que neutralizes ditercnes hea historias. Opondoses caxdoeeme lose a essa determinacao, Arrojo props ‘¥sGo meMOs mistificadora e menos culpada do proc io”, reconhecendo “o carter transformador ¢ S20, 0 papel inguestionavelmente autoral do tradutor”, assim fomo de qualquer leitor (1993; p:85-¢ 0 de « P85 139) egundo a autora, o tradutor, ao assumii ; 0 assumir o seu pa- el autoral, ieM OS sighificados, ¢ suas ex¢0- Pe or, deve assumir tam MT O5 significados, ¢ suas esco- rao so “exatamente ‘livres’, if que se pradiizeny Semnpre- no interior das relacoes e das r s qi 0% redes de poder das quais partici- Orradnron eee atlvo € agente transformador” (1993, p.146). radutor deve fazer suas escolhas de signi 0 aqueles que sio acetos pela comunidades nao Com BE Nr gue ogni IS Posa Ser qualquer un Hit- wanderer vem da cor ior Vive © para ‘quem escreve feem.que.o tradutor vive e para 28 Em artigo posterior, a autora afirma que nos estudos mais recentes dentro da corrente pésmoderna, tem havido cada ver snais uma“ riginal’ ¢ dos €onc wad tem levado a aceitaga de que traduvir € produit significados e que a leitura nao se di senao vinculada & nskineias (596, p. 61). —~E por esta vinculagao inevitavel a historia, portanto, que se forma a responsabilidade autoral do tradutor, que se manifesta nas tomadas de posicao, tanto na escolha do texto a ser traduzido como a cada escolha entre opcdes durante a traducao. Essa con- cepgio vai de encontro a “crenga na possibilidade do acerto as- séptico ¢ acima de qualquer suspeita’, pois é a consciéncia pelos tradutores — € nisto os estudos atuais tem auxiliado — da inevit vel tomada de posicao € identificacao com a histéria, o que per- mite, segundo Arrojo, uma tradugao “menos hipécrita e menos ingénua” (1996, p.64) eee 23. A VISIBILIDADE DOTRADUTOR —— /' Num artigo em que relata sua experiéncia de traducio de poesias do Italiano para o Inglés, Venuti (1992) propée uma tra- ducio de resistencia (“Resistant Translation"), que resulte num fexto cuja leitura nao flua, pois, segundo o autor, a leitura fluen- € contribui para a invisibilidade do tadutor e para a ilusao de que otexto da traducio € transparente, quer dizer, deixa Wans- Sirecer oiieso tg tiavaniee angina (O autor contraria a imposicio tradicional de fidelidade ao i texto/autor original © propoe, em lugar da Tanspaver™ / ix, a opacidade, através do que ele chama de uma “fidelidade abusivaa0_ vento da Tings. de partda For esa fidelidade abus- “va, o tradutor produziria, por exemplo, senten aticalmen- | TeINCOTTELS > a veres ininteligiveis na lingua de chegada, ex- | plorando o potencial de significados diferentes € incompativeis | cae dick Tinguas; on seja, sem a domesticagao do texto es-| ‘entre as duas maa agua da tradugao. O. urangeiro rangeira, eX: sim ao leitor s estrangeira, © da lini apagam 9 sim ao leitor sentir o-gosto-das formas da lingua csianigeias ‘erimentar o estranhamento das diferencas €, eFCEDET qu d cin, F'una propos de nic | jento, de conservacio ¢ exploracio das diferengas entre [ ssibilitaria as- |" as Hingnas, resultado mim texto estranho © estangeiro tanto A lingua de partida como para a lingua de cheyada: an (0 ea que hem o autor do texto original, nemo leitor d alistor recombegann stat props {uadtucios nemo proprio t Vente contesta a distingdo qe getalmente se concepades de autoria ¢ tridugio, cabendo ape titulo de original, enquanto a segtnda seria ape original, provocando o temor da inautenticidade, distor contaminagio, Ao contestar est distingio, diz que a autoria nio Esenio reescritura de materiais cult ‘do com deienminadas valores da epoca do TornaTe, cna. a imbeu ad autona, ¢ pio apenas uma imitagTo dist la. Mas diferentemen- te da autoria dos textos ditos “original uma autoria “go- venada pelo objetivo da imitagio” (1996, p.121). Quer dizer, a tadugio no é imitagio, mas é autoria com objetivo de imitagio. ~~ ‘Oautor promove assim uma nova defini¢io para a tradugao: como autoria, como pritica, no sentido althusscriano, como um Proceso de transformacio de uma matéria prima (o texto origi- nal) em um produto (0 texto traduzido), sendo que a propria matéria;prima da traducio (0 texto original) ja é um produto de transformacio realizado pelo autor a partir de um conjunto an- terior de matériasprimas: “a lingua estrangeira; os diversos tro- or. gnc‘ comenge, igs e movimentos cultura exten rset pi gua: a experiéncia vivida no pais estran- Desta forma, na tradugao, a autoria se manifesta pela inter- bet fe tadutor na transformagio do texto ofginal em Dir ainda Venuu quo tiie 10 fato de um tradi faver uma escolha diferente de outro eatUCST Tay Peele. a 3 o jfonte para alingua-meta”. Esse Significance dgencte 8 diferenca de sistemas lingiisticos “com ig liferentes, assim como diferentes regras ¢ conven ses de significacdo, com outs fiietde deel outra conjuntura oe i ut a histéria de desenvolvimento ¢ niin excesso de aan (2995, p.113). O destizamento eesulta tenta lmitay scot eticaeio na linguarmeta que cada tradutor a8 diferengas cage odo Um significado e excluindo outros. Daf colhas dos trace estes, due sio o resultado das diferentes 'M sua posi¢ao de autoria, 0 Essas escolhias sie determinadas pelo contexto interno do texto € por elementos do contexto social que, embora externas, “elo inseritos em suua materialidacle” (1953, p 113). Dentre esses deterininantes inscrevese a ideologia, definida pelo autor como “qin Conjunto € valores, crengas € representagées socrais que S10 ricta viviea e servem, em tiltima instan- ida” (1995, p.1 16). Avi, po em que € a materializac 6 “Gina concepcao de tradugio que aceite a determinagio ideol6gica contesta a idéia bisica da concepcio tradicional de tradugao, que é a transparéncia do sentido tanto no texto origi nal como no texto traduzido. A proposta de Venuti, entio, € manter visivel a opacidade, através de um uso da lingua que re- sista a leitura facil e que faca 0 leitor perceber 0 texto tradurido como resultado de um trabalho de transformacio, quer dizer, percebé-la como traducio nao deixarse cair na ilusio de estar Jendo um texto original. 2.4.0 OUTRO DA TRADUGAO- Hermans (1998) contesta os dois aspectos geralmente pre sentes nas discusses sobre a traducio: a jio/recupe: “facio cultural e a interpretagao atraves da explicacio/comen- Girio visando tormaro texto Inteligivel ao leitor da tradugio. O YE o acesso removernto = jetafora da tra como construtora de porifes, como aquela que carrega através, como “iranslatio"~-enquanto-e-segumcko- mostra ta ‘ducio Como “uma imagem Fefletida daquilo que por si propria seea ee a arghat apresertancdo tiie TeprOdUS jugao, uma Féplica, uma representacao” (1998, p-10). Segundo o autor, 4s dinis Inetaforas esto conectadas, ja que colocamos 0 tradi tor como mediador exatamente porque acreditamos que cle reproduz um retrato fiel do original. Assim, se, por um lado, consideramos a traducio como um produto derivado, por Outro, esperamos do tradutor que seja capaz de reproduzir 0 original com perfeigao. 31 Desa iio de que o testo tradurido repro fet avin ye i ii i; C1 chile @ vigil, surge lo apagamento do traduton Aeege firma Herman: ar tradugiio, dirfamos, & tnclhor steedin soa tate dear mnT tradugo passa despercebid, Le quate _ Le. qua we Teimbrat-de-que & wun tradiigio” (1998, Sy PART AWE possamios continitar nesta Hus de qu mos lendo 0 original, ott uma copia fiel, exigimos do tradut tua innisbilidade, ¢ que os tragos de sua intervengio sejam aps: fades, 30 que Hermans contesta, dizendo: “A ironia é que eat eigos, ests palznras, sio tudo 0 que temos, clas sio tudo a que tems acesso deste lado da barreita lingastica.” (1998, pl) \ Desta forma, Hermans rompe com a iltisio de que quem fal: no texto wadwsida € 9 autor do OTIgINAT, ENquaTTD ‘ 2) dor enquanto um eho, um TUNES, COW a “que temos no texto waduzido €a vor do trai a ser o autor do or “aereditamos ser a Unica presente. TNiverdade-airna mais adianite o autor, nao se trata de ~ : jeuma aaa uma pluralidade: “Defendo a idéia de que os ies mares ino. ocros tidon, apeTa UM JOWCO i Sosempre-te1 rente; plurais”instaveis; descemtaliza~ 5, hibridos-(1998, p:12)- Segundo o autor, porianto, a plur Tidade de vozes esti presente e1 iquer texto, © neGRO ae dade de sozes esti presente em qualquer texto, ¢ n9 <0 aR _ presentes, com a segunda init SEE ET baer Prefenes, com a seg imitando a primeira, mas sem haver_ ‘enitre-ambas———<— 9 anor gee ME TE paratidade de vores, 0 autor at aaa tor, tomada de Michel Foucault, através da primimos os aspectos incontrolaveis do te: Pontos mais vagos, suas brechas, eaten iceionaa Penge al vos, suas rechas, seus aspectos nao intencional | (2998, pip) ates, suas pluralidades heterogencidades” 2 2pgniad do sage Oe nei aus one j 5 a pluralidade ie ve p-ITy, op presente em qualquer texto, inch no texto origi inal 0 texto a ve eee faz aumentar sua pluralida- Talidade, uma funedo pada es Para COMTTOTAT esta PE Ter 0 aumento ex ei ambem se faz Hecessiria “para € Tradhgao ocasiome a oe Signilicagao © phuralidade qw 0; alm de ser um “constricto 1cologico © 7 que mantemn a Wadi 32 acordo com a nossa forma de pens: 1 (1998, p.15-16) se Cin outro fitor Tevantado por Hermans diz respeito 20 pro- prio trabalho do tradutor. Este trabalho parte nio do peopel ao qual 0 texto ee a seja, esti de ¢ submissa ao original Prigital, citado aqui como o outro oot nas dc urna imagem que 0 tradlutor far dele, como se foxse “qa imagem refletida no € uma imagem que é “sem pre distorcida, inocente™, ¢ sendo uma imager IS raancao "inventa” 6 s€u original” (1998, 177. Swedes relagao do traclutor com o original, Hermans trata também do proprio fazer tradutério, afirmando que o tradutor realiza suas escolhas e toma suas posigoes a partir de determina das concepcdes sobre a tradugio, do grupo social ¢ da cultura aos quais pertence. 2.5, UM RESUMO DAS QUATRO TEORIAS Apresentamos anteriormente algumas idéias romadas das teorias de quatro autores contemporaneos a respeito da tradu- Gio e do papel do tradutor. Resgatando da Ieitura destes autores Siguns t6picos que nos interessam para uma reflexio a respeito da tradugio e do tradutor, podemos chegar a conclusio de que ‘0s quatro autores apresentam suas teorias como uma contestaci0 3 concepcio tradicional, considerando que nessa concepeao tar dicional: Tha ha idealizagio do texto ori do se confunde co sentido com as intencoes do autor ¢ acreditase na wansparén- Gia € estabilidade desse seni Tomo conseqiencia, idealizese a traducio como transpa- réncia em outra lingua das intencdes ¢ ideias dO aut rat Sh iirtude dos empecilhos impostos pela diversidade de linguas e da necessidade de uma outra voz para solucionstlo: tradugao acaba por ser condenada como copia deturpadora do ‘original; _ ~o tradutor é mero instrumento de transporte € de solugdes, deve -g uadtor ner esparecer part esa wansparecer Seultarse, isto €, desaparecer para deixar transparecer ‘0 autor original; 0 o tradutor deve ser fiel ao mesmo tempo ao autor do origi nal ¢ ao Teitor da traugao, eTnTinardo Toa & dversidad, repro" 33, x = duzindo a mensagem do texto original ‘perdasnenr estranamicntes, Erm SSA CONCEpGO tra MORES cade propde ti al, cal quatro teoria, ESsas teorias ape tam uma nova perspectiva sobre a tracugio eo truuigy fe sobre os seguintes parimetros madly ~o sentido a matic para a realizagio da tradugio; ~0 sentido nio ¢ reflexo das Intengoes do AULOT, Cestas in fences Mio so totalmente acessivels ao WaULOr neMT a, io est contido no texto original pr onto pa ser decoditicado © recodificado, OO a set decide recotiiendo_ ecodificado ¢ recodificado; Oe pas ~ o sentido do original € a vor do autor do original n io sio sendo cen Snag origina 2 YG do ator d imagem construida pelo tradutors 4 ~~ 0 senudo € resultado de um ato de in interpretagao do tra- jute ato de Interpretagio do trax a Miterpretacio € determinada por fatores externos (vie sto de mundo, deoTogia, padToCs EstEUiCos, OW Outros) que agem sobre 0 tradutor ¢ que tém uma relagao particular com ig q r cada lingua; veo, sotatlutor tem um papel ativo € responsavel sobre a trade So. que € um ato de wansformacao e de prodiigio: 2 vor do tradutor esta presente em todo 0 texto da ux ducdo, ¢ nio € possivel pensar a sua invisibilidade sendo como mason HG, portanto, contestadora e a c uma grande divergéncia entre a concep¢ao refeae adora © a concepcio tradicional, sobretudo no que # mento dened de considerar-se 0 tradutor = de mero instr da traducig esPO"e, Sem direito a voz, a produtor do texto te acne 5 £ guano 20 sentido ~ da idealizagio do transpor nada por fatores Uva interpretacio particular, que é determ> co € teenies COnsideragdes, passemos ao quadro epistemolS- addr ob Andlise do Discurso para tratarmos do processo Palmente ene den eaPectva discusiva, consderando pins Como eixo central » uPettos. 0 tradutor € o sentido, tomando ‘entral o discurso e suas condigdes de produ¢io- Secunpa Parte Construindo uma proposta de reflexao sobre o processo tradutorio Artibo, ahora, alinefable centro de mirelato: Spica, aqui desespeacion de esto "Fodolenguaje es un sllabeto de simbolos ayo eericio supone un paso lon nericutare compare, e6mo eansmniia losotos el infinto Aleph, que ni temerona memoria apenas abarea Jorge Luis Borges Feit essa pasagem pelo que dizem os te6ricos da ecto, emos agora construir uma proposta do que dizer a respei- toda taudugao sob a perspectva da Anise do Discuso (AD) ‘Como dissemos anteriormente, nossa proposta apresentard pontos de alianga com as teorias desses quatro tiltimos auto- Tes, mas também pontos de divergéncia. Relembramos que © fto de estarmos falando de um lugar particular, sob um novo quadro teérico ¢ epistemoldgico,levarnos a considerar também tim objeto de reflexio particular que, no caso, € 0 que chama- mos Processo Tradutério. Um processo discursivo, que € gers 35

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