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Marcio Borges Moreira Carlos Augusto de Medeiros PRINCIPIOS BASICOS DE ANALISE DO COMPORTAMENTO 2° edi¢gGo e 2019 O reflexo inato Objetivos do capitulo Ao final deste capitulo, espera-se que o leitor seja capaz de: 4 Definir, identificar e prover exemplos de estimulos e respostas; 2 Definir, identificar e prover exemplos de comportamento reflexo inato; 3 Definir,identificar e prover exemplos das leis do reflexo inato: intensidade- -magnitude, limiar e laténcia; 4 Definir, identificar e prover exemplos de habituagao e sensibilizacéo da resposta; 5 _Relacionar de forma geral 0s comportamentos reflexos inatos a compreen- so e ao estudo das emogée: 6 Definir 0 comportamento reflexo em termos de contingéncias estimulo- -~resposta. Quando voce vai ao médico ¢ ele bate 0 martelo no seu joelho, o misculo de sua coxa é contraido (vocé “dé um chute no ar”); quando a luz incide sobre a pupila do seu olho, esta se contrais quando voce ouve um barulho alto e repentino, seu coracao dispara (taquicar- dia); quando entra em uma sala muito quente, vocé comega a suat. ‘BssesiSao apenas alguns |iGiaplos de comportamentos reflexos inatos. Nosegiie héalgoremcomum em todos eles: hasempre uma alteragao no ambiente que produz uma alteracao no organismo. Todas as espécies animais, incluindo nés, seres humanos, apresentam comportamen- tos reflexos inatos. Esses reflexos séo uma preparagao minima que os organismos tém para comegar a interagir com seu ambiente e para ter chances de sobreviver. A Figura 1.1 mostra um exemplo de reflexo inato, o de sucgao. Se voce colocar seu dedo na bocs um recém-nascido, ele provavelmente iré suga-lo. Da mesma forma, quando o se mae entra em contato com a boca do bebé, uma resposta semelhante ¢ observade 2) MOREIRA & MEDEIROS Figura 1.1 0s reflexos inatos sdo muito importantes para nossa sobrevivencia. Esta figura ilustra o reflexo de succao, presente em recém-nascidos. Fonte: https/vmwshutterstock com/PixieMe/small babe portrait laying on bed with finger in mouth Go). Nao é necessério que o recém-nascido, de maneira geral, aprenda a mamar. Imagine como seria dificil ensind-lo a sugar 0 seio da mae. De modo semelhante, se voce espetar 0 pé de um bebé, ele contrairé a perna, afastando o pé do objeto que o esta ferindo. Esses e intimeros outros reflexos fazem parte do repertério comportamental (comportamentos de um organismo) de animais humanos nao humanos desde o momento de seu nasci- mento, ou mesmo ja durante a vida intrauterina; por isso, sio chamados de comporta- mentos reflexos inatos. No dia a dia, utilizamos 0 termo reflexo, entre outros significados, como sindénimo de uma a¢ao que ocorreu temporalmente muito préxima a algum evento ambiental ante- cedente; por exemplo, “aquele goleiro teve reflexos rapidos ao defender a cobranga do pé- nalti” ou “vocé teve bons reflexos evitando que o prato caisse no chéo” Também usamos 0 termo, por exemplo, em frases como “o reflexo da luz cegou seu olho por alguns instantes”. Além disso, 0 termo reflexo foi empregado por alguns psicélogos ¢ fisiologistas para falar sobre comportamento, mas, muitas vezes, as maneiras como tratam esse conceito diferem do modo como 0 usamos na linguagem cotidiana, isto é, como falamos no dia a dia. Neste capitulo, discutiremos os comportamentos chamados de reflexos, especialmente os reflexos inatos. Para tanto, é necessario que, antes de falarmos sobre esses comportamentos, especi- fiquemos 0 que é, para nds, psicdlogos, um reflexo. Na linguagem cotidiana (p. ex., “aquele goleiro tem reflexos répidos”), utilizamos © termo reflexo como um conjunto de habilidades ou capacidades de um organismo. Dizemos que uma pessoa tem bons reflexos quando ela consegue executar certas agdes de forma bem-sucedida e rapida, como desviar de um soco no rosto, por exemplo. Emi PRINCIPIOS BASICOS DE ANALISE DO COMPORTAMENTO 3 antes delat Neste\cas0;oque 0 individuo fez échamado'de resposta, ¢ o que aconteceulan; tesda resposta=é a produziu — é chamadovdevestimulo: Reflexo, portanto, € uma relagao éntre um estimulo e uma resposta, ¢ um tipo especifico de intera¢ao entre um organismo Seu ambiente. | Reflexo, estimulo e resposta Para compreendermos 0 que é reflexo, ou seja, uma rela¢do entre estimulo e resposta, € necessario que, antes, saibamos claramente 0 que é um estimulo e 0 que é uma resposta. Esses termos séo amplamente utilizados por nés na linguagem cotidiana. Seus significados, ao se referirem ao comportamento, sdo, no entanto, diferentes do uso no dia a dia. Quan- do falamos sobre comportamento reflexo, esses termos adquirem significados diferentes: timo é uma mudangano ambiente, € resposta é uma mudanga no organisms, Analise os exemplos de reflexos da Tabela 1.1, tentando relacioné-los aos conceitos de estimulo ¢ resposta apresentados anteriormente. Note que na Tabela 1.1 temos a descricao de quatro reflexos, ou seja, a descricio de quatro relacées entre o ambiente (estimulo) e 0 organismo (resposta). No reflexo “fogo préximo a mao > contragao do braco’, “fogo proximo 4 mao” é uma mudanga no ambiente (nao havia fogo, agora ha) que leva 4 “contragao do brago”, uma mudanga no organismo (0 braco nao estava contraido, agora esta). Portanto, quando mencionamos reflexo, esta- mos nos referindo as relagGes entre estimulo resposta que especificam que determinada mudanga no ambiente produz determinada mudanga no organismo. Dito em termos téc- nicos, 0 reflexo é uma relagéo na qual um estimulo elicia (produz) uma resposta. Outros dois reflexos, ou relagées reflexas, podem ser vistos na Figura 1.2, em cuja parte superior temos um reflexo no qual o estimulo “som alto de um grito” elicia a resposta de “susto” ou “sobressalto”, Jé na parte inferior, é possivel observar um comportamento reflexo no qual a resposta “sudorese” ¢ eliciada pelo estimulo “aumento na temperatura’. E comum, em ciéncia, utilizarmos simbolos para representar tipos diferentes de fe- némenos e seus aspectos. Em uma ciéncia do comportamento, como a Analise do Com- portamento, nao seria diferente. Ao longo deste livro, vocé aprender diversos simbolos que tepresentam os aspectos do comportamento envolvidos nas interagées organismo- -ambiente. Para falar de comportamento reflexo, utilizaremos a letra $ para representar os TABELA 1.1 Exemplos de reflexos Estimulo RCo) Fogo proximo a mio Contracao do brago Martelada no joelho Extensio da perna Alimento na boca Salivagao Barulho estridente Sobressalto 4 MOREIRA & MEDEIROS Estimulo (5) Resposta (R) (alterago no ambiente) ——— (alteracao no organismo) Figura 1.2 FRellexos sio relagoes entre estimulos ¢ respostas. Respostas sto mudangas em um organismo produzidas Por mudangas no ambiente. estimulos e a letra R para representar as tespostas (iniciais das palavras correspondentes em lingua inglesa: stimulus e response). A relagao entre o estimulo ¢ a resposta é represen- tada por uma seta (>), a qual significa “elicia”. Quando a anélise comportamental envolve dois ou mais reflexos, é comum haver indices nos estimulos (S, S, S,... S,) e nas respostas (Ry Ro Ry.» R,). O reflexo patelar, por exemplo, poderia ser representado assim: S,>R, PRINCIPIOS BASICOS DE ANALISEDO COMPORTAMENTO 5 seja, $, € 0 estimulo (batida de um martelo no joelho) e R, é a resposta (extensio da na). A seta significa que o estimulo produz (elicia) a resposta. Dizemos, nesse caso, eS, elicia R,, ou que a batida de um martelo no joelho elicia a resposta de extensao da perna A Tabela 1.2 apresenta varios exemplos de estimulos e respostas para exercitarmos. ndo ha um “X” na coluna “S’, trata-se de um estimulo. Quando o “X” estd na coluna trata-se do exemplo de resposta. Quando hé apenas um traco “__” nas colunas “S” e Bo significa que é necessario completar a tabela marcando um “X” na coluna “S” quando cemplo indicar um estimulo ou na coluna “R” quando indicar uma resposta. Apés com- ra Tabela 1.2, confira o gabarito ao final da tabela. TABELA 1.2 Estimulos (S) e respostas (R) 1 Cisco no olho x 2 Sineta do jantar Ruborizar-se (ficar vermelho) £ Choque elétrico Eg 5 Luzno otho & — Lacrimejar = Arrepiar-se as ® Som da broca do dentista = Aumento na frequéncia cardiaca Contra¢ao pupilar See x i Star 2 Situagao embaracosa Cebola perto do olho xs 4 Comida na boca 5. Piscar 6 Salivar x WOT ASUS PLS EL 'S TW TT WOT AGS BW LW 9G SS FW -€S TS LTT EPIL ep ourEge 6 MOREIRA & MEDEIROS Contingéncias estimulo-resposta Contingéncias sio modos de descrever como ambiente e organismo interagem de forma condicional. Uma contingéncia é definida como uma descri¢ao de relages condicionais entre eventos, isto é, relagées do tipo: se..., entao... Por exemplo, se uma luz forte incide sobre a retina (estimulo), entdo ocorre a contra¢ao da pupila (resposta). Dessa forma, po- demos dizer que uma relagao reflexa é uma relagio de contingéncia. Intensidade do estimulo e magnitude da resposta Antes de estudarmos um pouco mais as relagées entre os estimulos e as tespostas, é necessirio conhecermos os conceitos de intensidade do estimulo e de magnitude da resposta. Tanto intensidade como magnitude referem-se ao “quanto” de estimulo e de Tesposta, ou 4 “forca” do estimulo ¢ da resposta, como falamos na linguagem cotidia- na. Tomemos como exemplo o reflexo patelar, conforme exemplificado na Figura 1.3A, Nesse reflexo, o estimulo é a martelada no joelho, e a resposta € a extensdo da perna. No caso, a forga com que a martelada é dada € a intensidade do estimulo, e o angulo da extensdo da perna é a magnitude da resposta. Ja na Figura 1.3B, 0 estimulo é 0 aumento da luminosidade do ambiente, e a resposta é a contragdo da pupila. Nesse caso, a magni- tude da resposta pode ser medida pela diferenca entre os diametros da pupila medidos (em milimetros, por exemplo) antes e depois do aumento da Juminosidade do ambiente, O aumento da luminosidade pode ser medido pela diferenga da poténcia (em watts) entre duas lampadas, Quando entramos em uma sala muito quente, come¢amos a suar. Nesse exemplo de comportamento reflexo, 0 estimulo é 0 calor ( temperatura), ¢ a respos- ta €a sudorese. A intensidade do estimulo, nesse caso, é medida em graus Celsius (p. ex. fA) Antes do estimulo Estimulo Resposta (Martelada) (Movimento) Antes do estimulo : (Luz) (Contraco pupilar) Estimulo Resposta Figura 1.3 Mudancas no ambiente produzem mudancas no organismo. (A) Reflexo patelar.(B) Reflexo pupilar ‘RANCHING LESICOSOR MNT DID CORTE, T 30, 40°C, etc.), ea magnitude da resposta ¢ medida pela quantidade de suor produzi- do (p. ex., 10, 15, 20 mL, ete,). A Tabela 1.3 apresenta alguns exemplos de estimulos e respostas e informa como pode- =amos medi-los. A primeira coluna indica se o exemplo é um estimulo (S) ou uma resposta A segunda traz exemplos especificos de estimulos ou respostas. J4 a terceira apresenta =a forma de medi-los. Note que as formas colocadas na Tabela 1.3 representam apenas as possibilidades de mensuracio de estimulos e respostas. render a observar e medir 0 comportamento é extremamente importante para 0 sicologo (analista do comportamento). O tempo todo estamos fazendo referéncia, mesmo ¢ implicitamente, a alguma medida de comportamento. Até mesmo o leigo faz isso quan- por exemplo, pergunta “Vocé ficou com muito medo naquele momento?” ou “O que te excita: palavras ou cheiros?”. Os advérbios de intensidade, como “muito’, “pouco’, mais” e “menos”, nao sao indicadores muito precisos, apesar de se destinarem a expressar idas dos fenémenos, como 0 comportamento. Grandezas fisicas como peso, altura, eratura e frequéncia sdo formas mais apropriadas de medicao em ciéncia. Leis ou propriedades do reflexo Ao longo dos trés tiltimos séculos, varios pesquisadores, entre eles alguns psicdlogos, estu- Zaram 08 reflexos inatos de humanos ¢ nao humanos, buscando compreender melhor es- = comportamentos e identificar seus padrdes de ocorréncia. Estudaremos, a seguir, algu- mas das descobertas desses pesquisadores. Os padrées de ocorréncia dos comportamentos So descrigdes de regularidades. As regularidades sio fundamentais para a construgo do TABELA 1.3 Exemplos de estimulos e respostas e formas de medi-los, ony await toe) Como medir?, s Som, barulho Volume em decibéis Salivar Gotas de saliva em mililitros R Contracao pupilar Diametro da pupila em milimetros s Choque elétrico Volts s Temperatura Graus Celsius R Taquicardia Niimero de batimentos por minuto R Suar (sudorese) Quantidade de suor em mililitros Contrago muscular Forga da contracdo em newtons s Alimento Quantidade em gramas 8 MOREIRA & MEDEIROS conhecimento cientifico. A partir da observagao de relagdes entre organismo e ambiente que se repetem, é possivel prever e até controlar as ocorréncias futuras de um mesmo fendmeno. O objetivo de uma ciéncia é buscar relaces regulares (constantes) entre eventos, e foi exatamente isso que os cientistas que estudaram e estudam o comportamento reflexo fize- ram: eles buscaram identificar relagGes constantes entre os estimulos e as respostas por eles eliciadas que se repetissem nos mais diversos reflexos e em diferentes espécies animais. Essas regularidades nas relagdes entre estimulos ¢ respostas stio chamadas de leis ou propriedades do reflexo. Em ciéncia, leis sio definidas como descrigées de regularidades dos fendmenos natu- rais que foram sistematicamente testadas pelos cientistas. Por exemplo, como veremos a seguir, a relacdo entre a intensidade do estimulo e 0 seu efeito sobre a magnitude da respos- ta € regular: quanto maior a intensidade do estimulo, maior a magnitude da resposta. Essa descrigao de uma regularidade é um exemplo de lei cientifica. Examinaremos, a seguir, essa e outras leis do reflexo com mais detalhes. Lei da intensidade-magnitude. Avlei/da inténsidade-magnitude estabélece queiasinten= Sidade:dojestimulo uma medida diretamente proporcional 4 magnitude da resposta, ot” sejayem um reflexo, quanto maior a intensidade do estimulo, maior sera amagnitude da résposta (ver Fig: 1.4). Tomando novamente como exemplo o reflexo que compreende um Antes do) Estimulo (S) Resposta (R) estimulo (intensided®) Sa (magnitude) Figura 1.4 Quanto mais forte um estimulo, mais forte sera a resposta eliciada por ele. Neste exemplo, quanto maior é a intensidade do estimulo (calor), maior é a magnitude da resposta (suor). Na representacao grafica desta figura, o tamanho do sol simboliza a quantidade de calor. Ao mesmo tempo, o numero de gotas indica a quantidade de suor. PRINCIPIOS BASICOS DE ANALISE DO COMPORTAN arulho alto (estimulo) e um susto (resposta), teriamos 0 seguinte: quanto mais alto 0 ba- rulho, maior o susto. Quando vocé abre a janela do seu quarto pela manha, apés acordar, o aumento da luminosidade no interior do aposento (estimulo) elicia a contragdo de suas pupilas (resposta). Segundo a lei da intensidade-magnitude, quanto mais claro estiver o dia, suas pupilas irdo se contrair. Lei do limiar. A lei do limiar estabelece que, para todo reflexo, necesséria uma intensida- @ minima do estimulo para que a resposta seja éliciada, Um choque elétrico é um estimulo cue elicia a resposta de contracdo muscular. Segundo a lei do limiar, existe uma intensidade minima do choque que é necessdria para que a resposta de contragao muscular ocorra. Por exemplo, para uma determinada pessoa, essa intensidade minima pode ser algo em torno 5 volts; para outra, porém, essa intensidade poderia ser de 10 volts (exemplos hipoté- 0s). Note que, a despeito das diferencas individuais citadas no exemplo, a relacéo com- portamental se mantém, isto é, ha sempre uma intensidade minima do estimulo para que a resposta seja eliciada. Para a primeira pessoa do nosso exemple, intensidades do estimulo xo de 5 volts no eliciam a resposta de contrago muscular, ao passo que aquelas acima s 5 volts eliciam sempre. A Figura 1.5 ilustra a relacao entre a intensidade do estimulo e 2 cliciagdo da resposta. Lei da laténcia. Laténcia’é onome dado a-um intervalo entre dois eventos. (No caso dos lexos, laténcia é 0 tempo decorrido entre a apresentac4o do estimulo e a ocorréncia da osta. A lei da laténcia estabelece que, quanto maior a intensidade do estimulo, menor intervalo entre sua apresentagao e a ocorréncia da resposta (ver Fig. 1.6). Dizemos, por- nto, que intensidade do estimulo e laténcia da resposta sao duas medidas inversamente roporcionais. Barulhos altos e estridentes (estimulos) geralmente eliciam um susto (res- ta). Segundo a lei da laténcia, quanto mais alto for o barulho, mais rapidamente haverd contrag6es musculares comuns no susto. Além da laténcia entre a apresentacio do estimulo e a ocorréncia da resposta, a inten- dade do estimulo também tem uma relacdo diretamente proporcional 4 duracao da res- Pesta: quanto maior a intensidade do estimulo, maior ser a duracao da resposta. Quando somos expostos a um vento frio (estimulo), ocorre o arrepio de nossa pele (resposta). Vocé deve ter tido alguns arrepios mais demorados que outros. O tempo durante 0 qual a sua ficou arrepiada é diretamente proporcional a intensidade do frio, ou seja, quanto mais mais tempo dura o arrepio. Sobre as relagdes descritas por essas trés leis do reflexo que acabamos de estudar, é secessério lembrar que ha um limite para as modificaces do organismo em funcao das nsidades dos estimulos. Com o aumento na intensidade do estimulo, o aumento na gnitude e na duragao da resposta nao é¢ ilimitado. Ou seja, chega um ponto em que zamentos na intensidade do estimulo nao seréo acompanhados de aumentos correspon- ‘es na magnitude e na durac4o da resposta. Por exemplo, chegar4 um ponto em que a pupil nao se contraird mais, mesmo com novos aumentos na intensidade da luminosidade ambiente. O mesmo ocorre coma laténcia da resposta, a qual nao continuaré a diminuir mo que se aumente a intensidade do estimulo. Por fim, as relac6es quantitativas entre 2 intensidade do estimulo e as diferentes medidas da resposta s6 podem ser obtidas empi- 10 MOREIRA & MEDEIROS phy, Dag Ww ‘Suor (resposta) Figura 1.5 Lei do limiar. Existe uma intensidade minima do estimulo necesséria para eliciar uma resposta. Na ilustracdo, s6 a partir do terceito quadro o suor é produzido, ou seja, apenas nesse quadro o calor é suficiente (esté acima do limiar) para eliciar a sudorese, ricamente, isto é, testando-se na pratica e, de preferéncia, em situagao controlada, tipica de um ambiente laboratorial. Efeitos de eliciagées sucessivas Se vocé esta préximo a uma casa em construcio, o som suibito e estridente de uma marte- Tada em uma viga de ferro pode eliciar uma resposta de sobressalto, isto é, vocé se assusta ao ouvir o som da martelada. No entanto, 4 medida que esse ruido se repete, é possivel que vocé se assuste cada vez menos e com maior laténcia da resposta a cada novo golpe. PRINCIPIOS BASICOS DE ANALISE 00 Co : aris Estimulo (6) ————————}> _Resposta (R) | Ma, = Tempo - Sagas Dax BOsegundos Tempo TO segundos Figura 1.6 laténcia. Quanto mais fraco € 0 estimulo (menor intensidade), mals tempo se passard entre a entacao do estimulo e a ocorréncia da resposta, ou seja, maior serd a laténcia da resposta. = contrapartida, pode ser que ocorra 0 contrario, que vocé se assuste mais a cada nova lada. Em ambos 08 casos, falamos do efeito de eliciagdes sucessivas de uma resposta. Quando um determinado estimulo, que elicia uma determinada resposta, é apresen- » ao organismo varias vezes seguidas em curtos intervalos de tempo, a resposta que Se 0 reflexo em questdo é eliciada varias vezes em sequéncia, em sucessio, uma vez s 2 outra, Nesse/¢asoy falamos de eliciages sucessivas de uma resposta. Essas eliciagoes! Sivas podem produzir alteracées nas relacées entre 0 estimulo € a resposta. Mais espe- |Heameiite, elas podem alterar as relacdes entre a intensidade do estimulo e a magnitude, ‘

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