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dia das mães

agnaldo timóteo
caetano veloso - mãe

sonhos de ícaro
jessé
voa liberdade solidao de amigos
milton nascimento menestrel de alagoas
Misterios

Esse olhar, sempre fitando o infinito


Envolto em misterios
Ainda tráz a emoção de um
Brilho bonito
Quantos já tentaram desvendar esse olhar
Quantos já trilharam os atalhos
Tortuosos desse coração
Eu não posso acreditar
Que a vida saiu pela porta eu eu não notei
Que o cavalo passou encilhado e eu não montei
Quando a banda passar vou jogar o meu corpo na rua
E se o povo cantar vou colar minha boca na sua
Vou sentir o cheiro do povo,
Vou sair pra vida de novo
Fazer tudo que até hoje não pude fazer
Vou vestir a minha seresta
Dividir o bolo da festa
Vou tentar salvar esse pouco que ainda resta,
Da minha juventude
Da minha juventude
Da minha juventude

Chorando e Cantando
Geraldo Azevedo
Composição : Geraldo Azevedo / Fausto Nilo
Quando Fevereiro chegar
Saudade já não mata a gente
A chama continua
No ar
O fogo vai deixar semente
A gente ri a gente chora
a gente chora
Fazendo a noite parecer um dia
Faz mais
Depois faz acordar cantando
Pra fazer e acontecer
Verdades e mentiras
Faz crer
Faz desacreditar de tudo
E depois
Depois amor ô, ô, ô, ô
Ninguém, ninguém
Verá o que eu sonhei
Só você meu amor
Ninguém verá o sonho
Que eu sonhei
Um sorriso quando acordar
Pintado pelo sol nascente
Eu vou te procurar
Na luz
De cada olhar mais diferente
Tua chama me ilumina
Me faz
Virar um astro incandescente
O teu amor faz cometer loucuras
Faz mais
Depois faz acordar chorando
Pra fazer acontecer
Verdades e mentiras
Faz crer
Faz desacreditar de tudo
E depois
Depois do amor ô, ô, ô, ô

Ai Que Saudade de Ocê


Elba Ramalho
Composição : Vital Farias
Não se admire se um dia
Um beija-flor invadir
A porta da tua casa
Te der um beijo e partir
Fui eu que mandei o beijo
Que é pra matar meu desejo
Faz tempo que eu não te vejo
Ai que saudade de ocê
Se um dia ocê se lembrar
Escreva uma carta pra mim
Bote logo no correio
Com frases dizendo assim:
"faz tempo que eu não te vejo
Quero matar meu desejo
Te mando um monte de beijo
Ai que saudade sem fim"
E se quiser recordar
Aquele nosso namoro
Quando eu ia viajar
Você caia no choro
Vou chorando pela estrada
Mas, o que eu posso fazer ?
Trabalhar é minha sina
Eu gosto mesmo é de ocê.
Dois Rios
Skank
Composição : (samuel Rosa - Lô Borges - Nando Reis)
O céu está no chão
O céu não cai do alto
É o claro, é a escuridão
O céu que toca o chão
E o céu que vai no alto
Dois lados deram as mãos
Como eu fiz também
Só pra poder conhecer
O que a voz da vida vem dizer
Que os braços sentem
E os olhos vêem
Que os lábios sejam
Dois rios inteiros
Sem direção
O sol é o pé e a mão
O sol é a mãe e o pai
Dissolve a escuridão
O sol se põe se vai
E após se pôr
O sol renasce no Japão
Eu vi também
Só pra poder entender
Na voz a vida ouvi dizer
Que os braços sentem
E os olhos vêem
E os lábios beijam
Dois rios inteiros
Sem direção
E o meu lugar é esse
Ao lado seu, meu corpo inteiro
Dou o meu lugar pois o seu lugar
É o meu amor primeiro
O dia e a noite as quatro estações
Que os braços sentem
E os olhos vêem
E os lábios Sejam
Dois rios inteiros
Sem direção
O céu está no chão
O céu não cai do alto
É o claro, é a escuridão
O céu que toca o chão
E o céu que vai no alto
Dois lados deram as mãos
Como eu fiz também
Só pra poder conhecer
Tudo que a voz da vida vem dizer
Que os braços sentem
E os olhos vêem
E os lábios beijam
Dois rios inteiros
Sem direção
E o meu lugar é esse
Ao lado seu, no corpo inteiro
Dou o meu lugar pois o seu lugar
É o meu amor primeiro
O dia e a noite as quatro estações
Que os braços sentem
E os olhos vêem
Que os lábios sejam
Dois rios inteiros
Sem direção
Que os braços sentem
E os olhos vêem
E os lábios beijam
Dois rios inteiros
Sem direção
Formato Mínimo
Skank
Composição : Samuel Rosa - Rodrigo F. Leão
Começou de súbito
A festa estava mesmo ótima
Ela procurava um príncipe
Ele procurava a próxima
Ele reparou nos óculos
Ela reparou nas vírgulas
Ele ofereceu-lhe um ácido
E ela achou aquilo o máximo
Os lábios se tocaram ásperos
Em beijos de tirar o fôlego
Tímidos, transaram trôpegos
E ávidos, gozaram rápido
Ele procurava álibis
Ela flutuava lépida
Ele sucumbia ao pânico
E ela descansava lívida
O medo redigiu-se ínfimo
E ele percebeu a dádiva
Declarou-se dela, o súdito
Desenhou-se a história trágica
Ele, enfim, dormiu apático
Na noite segredosa e cálida
Ela despertou-se tímida
Feita do desejo, a vítima
Fugiu dali tão rápido
Caminhando passos tétricos
Amor em sua mente épico
Transformado em jogo cínico
Para ele, uma transa típica
O amor em seu formato mínimo
O corpo se expressando clínico
Da triste solidão, a rúbrica

Metade
Oswaldo Montenegro
Composição : Oswaldo Montenegro
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos sup
ortável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

Livros
Caetano Veloso
Composição : Caetano Veloso
Tropeçavas nos astros desastrada
Quase não tínhamos livros em casa
E a cidade não tinha livraria
Mas os livros que em nossa vida entraram
São como a radiação de um corpo negro
Apontando pra a expansão do Universo
Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso)
É o que pode lançar mundos no mundo.

Tropeçavas nos astros desastrada


Sem saber que a ventura e a desventura
Dessa estrada que vai do nada ao nada
São livros e o luar contra a cultura.

Os livros são objetos transcendentes


Mas podemos amá-los do amor táctil
Que votamos aos maços de cigarro
Domá-los, cultivá-los em aquários,
Em estantes, gaiolas, em fogueiras
Ou lançá-los pra fora das janelas
(Talvez isso nos livre de lançarmo-nos)
Ou  o que é muito pior  por odiarmo-los
Podemos simplesmente escrever um:

Encher de vãs palavras muitas páginas


E de mais confusão as prateleiras.
Tropeçavas nos astros desastrada
Mas pra mim foste a estrela entre as estrelas.

*Gravado na Real Gabinete Português de Leitura.


*No vídeo Caetano Veloso lê "Le Rouge et le Noir"(O Vermelho e o Negro) de Stendhal
"Ici, dit-il avec des yeux brillants de joie, les hommes ne sauraient me faire d
e mal." Il eut l'idée de se livrer au plaisir d'écrire ses pensées, partout ailleurs s
i dangereux pour lui. Une pierre carrée lui servait de pupitre. Sa plume volait (.
..) "Pourquoi ne passerais-je pas la nuit ici? se dit-il; j'ai du pain, et je su
is libre!" (...)
Au son de ce grand mot son âme s'exalta (...) Mais une nuit profonde avait remplacé
le jour, et il y avait encore deux lieues à faire pour descendre au hameau habité pa
r Fouqué. Avant de quitter la petite grotte, Julien alluma du feu et brûla avec soin
tout ce qu'il avait écrit.'
Marcha
Cecília Meireles
As ordens da madrugada
romperam por sobre os montes:
nosso caminho se alarga
sem campos verdes nem fontes.
Apenas o sol redondo
e alguma esmola de vento
quebram as formas do sono
com a idéia do movimento.
Vamos a passo e de longe;
entre nós dois anda o mundo,
com alguns mortos pelo fundo.
As aves trazem mentiras
de países sem sofrimento.
Por mais que alargue as pupilas,
mais minha dúvida aumento.
Também não pretendo nada
senão ir andando à toa,
como um número que se arma
e em seguida se esboroa,
- e cair no mesmo poço
de inércia e de esquecimento,
onde o fim do tempo soma
pedras, águas, pensamento.
Gosto da minha palavra
pelo sabor que lhe deste:
mesmo quando é linda, amarga
como qualquer fruto agreste.
Mesmo assim amarga, é tudo
que tenho, entre o sol e o vento:
meu vestido, minha música,
meu sonho e meu alimento.
Quando penso no teu rosto,
fecho os olhos de saudade;
tenho visto muita coisa,
menos a felicidade.
Soltam-se os meus dedos ristes,
dos sonhos claros que invento.
Nem aquilo que imagino
já me dá contentameno.
Como tudo sempre acaba,
oxalá seja bem cedo!
A esperança que falava
tem lábios brancos de medo.
O horizonte corta a vida
isento de tudo, isento
Não há lágrima nem grito:
apenas consentimento.

As Profecias
Raul Seixas
Composição : Raul Seixas / Paulo Coelho
Tem dias que a gente se sente
Um pouco, talvez, menos gente
Um dia daqueles sem graça
De chuva cair na vidraça
Um dia qualquer sem pensar
Sentindo o futuro no ar
O ar, carregado sutil
Um dia de maio ou abril
Sem qualquer amigo do lado
Sozinho em silêncio calado
Com uma pergunta na alma
Por que nessa tarde tão calma
O tempo parece parado?
Está em qualquer profecia
Dos sábios que viram o futuro,
Dos loucos que escrevem no muro.
Das teias do sonho remoto
Estouro, explosão, maremoto.
A chama da guerra acesa,
A fome sentada na mesa.
O copo com álcool no bar,
O anjo surgindo no mar.
Os selos de fogo, o eclipse,
Os símbolos do apocalipse.
Os séculos de Nostradamus,
A fuga geral dos ciganos.
Está em qualquer profecia
Que o mundo se acaba um dia.
Um gosto azedo na boca,
A moça que sonha, a louca.
O homem que quer mas se esquece,
O mundo dá ou do desce.
Está em qualquer profecia
Que o mundo se acaba um dia.
Sem fogo, sem sangue, sem ás
O mundo dos nossos ancestrais.
Acaba sem guerra mortais
Sem glorias de Mártir ferido
Sem um estrondo, mas com um gemido.
Os selos de fogo, o eclipse
Os símbolo do apocalipse
A fuga geral do ciganos
Os séculos de Nostradamus.
Está em qualquer profecia
Que o mundo se acaba um dia (3x)
Um dia...
Sim, sim, sim...

Capim Guiné
Raul Seixas
Composição : Raul Seixas / Wilson Aragão
Plantei um sítio
No sertão de Piritiba
Dois pés de guataiba
Caju, manga e cajá
Peguei na enxada
Como pega um catingueiro
Fiz acero, botei fogo
"Vá ver como é que tá"
Tem abacate, jenipapo
E bananeira
Milho verde, macaxeira
Como diz no Ceará
Cebola, coentro
Andu, feijão-de-corda
Vinte porco na engorda
Até o gado no currá
Com muita raça
Fiz tudo aqui sozinho
Nem um pé de passarinho
Veio a terra semeá
Agora veja
Cumpadi, a safadeza
Cumeçô a marvadeza
Todo bicho vem prá cá
Num planto capim-guiné
Pra boi abaná rabo
Eu tô virado no diabo
Eu tô retado cum você
Tá vendo tudo
E fica aí parado
Cum cara de viado
Que viu caxinguelê
Suçuarana só fez perversidade
Pardal foi pra cidade
Piruá minha saqüé
Qüé! Qüé!
Dona raposa
Só vive na mardade
Me faça a caridade
Se vire e dê no pé
Sagüi trepado
No pé da goiabeira
Sariguê na macaxeira
Tem inté tamanduá...
Minhas galinha
Já num fica mais parada
E o galo de madrugada
Tem medo de cantá
Num planto capim-guiné
Pra boi abaná rabo
Eu tô virado no diabo
Eu tô retado cum você
Tá vendo tudo
E fica aí parado
Cum cara de viado
Que viu caxinguelê
Num planto capim-guiné
Pra boi abaná rabo
Eu tô virado no diabo
Eu tô retado cum você
Tá vendo tudo
E fica aí parado
Cum cara de viado
Que viu caxinguelê
Num planto capim-guiné
Pra boi abaná rabo
Eu tô virado no diabo
Eu tô é, tô é retado cum você
Tá vendo tudo
E fica aí parado
Cum cara de viado, ôme?
Que viu caxinguelê

João e Maria
Chico Buarque
Composição : Chico Buarque/ Sivuca
Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as matinês
Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido
Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?

Mania De Você
Rita Lee
Composição : Roberto de Carvalho / Rita Lee
Meu bem você me dá
Água na boca
Hum! Rum!
Vestindo fantasias
Tirando a roupa
Molhada de suor
De tanto a gente se beijar
De tanto imaginar
Imaginar!
Loucuras...
A gente faz o amor
Por telepatia
No chão, no mar, na lua
Na melodia
Mania de você
De tanto a gente se beijar
De tanto imaginar
Imaginar!
Loucuras...
Nada melhor
Do que não fazer nada
Só prá deitar
E rolar com você...(2x)
Meu bem você me dá
Água na boca
Água na boca!
Vestindo fantasia
Tirando a roupa
Molhada de suor
De tanto a gente se beijar
De tanto imaginar
Imaginar!
Loucuras...
A gente faz amor
Por telepatia
Telepatia!
No chão, no mar, na lua
Na melodia...
Mania de você
De tanto a gente se beijar
De tanto imaginar
Imaginar!
Loucuras...
Nada melhor
Do que não fazer nada
Só prá deitar
E rolar com você...(2x)
Meu bem você me dá
Água na boca!

Como Uma Onda (Zen-Surfismo)


Lulu Santos
Composição : Lulu Santos / Nelson Motta
Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará
A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo no mundo
Não adianta fugir
Nem mentir pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar!

CajuínaCajuína
Caetano Veloso
Composição : Caetano Veloso
Existirmos: a que será que se destina?
Pois quando tu me deste a rosa pequenina
Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina
Do menino infeliz não se nos ilumina
Tampouco turva-se a lágrima nordestina
Apenas a matéria vida era tão fina
E éramos olharmo-nos intacta retina
A cajuína cristalina em Teresina

Farinha
Djavan
A farinha é feita de uma planta da família das
euforbiáceas, euforbiáceas
de nome manihot utilissima que um tio meu apelidou de macaxeira
e foi aí que todo mundo achou melhor!...
a farinha tá no sangue do nordestino
eu já sei desde menino o que ela pode dar
e tem da grossa, tem da fina se não tem da quebradinha
vou na vizinha pegar pra fazer pirão ou mingau
farinha com feijão é animal!
o cabra que não tem eira nem beira
lá no fundo do quintal tem um pé de macaxeira
a macaxeira é popular é macaxeira pr`ali, macaxeira pra cá
e em tudo que é farinhada a macaxeira tá
você não sabe o que é farinha boa
Farinha é a que a mãe me manda lá de Alagoas

Oceano
Djavan
Composição : Djavan
Assim
Que o dia amanheceu
Lá no mar alto da paixão,
Dava prá ver o tempo ruir
Cadê você?
Que solidão!
Esquecera de mim?
Enfim,
De tudo o que
Há na terra
Não há nada em lugar
Nenhum!
Que vá crescer
Sem você chegar
Longe de ti
Tudo parou
Ninguém sabe
O que eu sofri...
Amar é um deserto
E seus temores
Vida que vai na sela
Dessas dores
Não sabe voltar
Me dá teu calor...
Vem me fazer feliz
Porque eu te amo
Você deságua em mim
E eu oceano
E esqueço que amar
É quase uma dor...
Só sei viver
Se for por você!

Samurai
Djavan
Composição : Djavan
Aaaaaiii...
Quanto querer
Cabe em meu coração..
Aaaaaiii...
Me faz sofrer
Faz que me mata
E se não mata fere...
Vaaaaiii...
Sem me dizer
Na casa da paixão...
Saaaaii...
Quando bem quer
Traz uma praga
E me afaga a pele..
Crescei, luar
Prá iluminar as trevas
Fundas da paixão...
Eu quis lutar
Contra o poder do amor
Cai nos pés do vencedor
Para ser o serviçal
De um samurai
Mas eu tô tão feliz!
Dizem que o amor
Atrai...
(Repetir a letra)

Um Índio
Zé Ramalho
Composição : Caetano Veloso
Um índio descerá de uma estrela colorida brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul na américa
Num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas
Das tecnologias
Virá
Impávido que nem muhamed ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como peri
Virá que eu vi
Tranqüilo e infalível, como bruce lee
Virá que eu vi
Foxé do afoxé filhos de gandhi
Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor, em gesto, em cheiro,
Em sombra, em luz, em som magnífico
Num ponto equidistante entre o atlântico e o pacífico
Do objeto sim resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará
Não sei dizer assim de modo explícito
E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio
Canteiros
Fagner
Composição : Fagner / sobre poema de Cecília Meireles
Quando penso em você
Fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa
Menos a felicidade
Correm os meus dedos longos
Em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego
Já me dá contentamento
Pode ser até manhã
Sendo claro, feito o dia
Mas nada do que me dizem me faz sentir alegria
(Refrão 2X)
Eu só queria ter do mato
Um gosto de framboesa
Pra correr entre os canteiros
E esconder minha tristeza
E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza ...
E deixemos de coisa, cuidemos da vida
Pois se não chega a morte
Ou coisa parecida
E nos arrasta moço
Sem ter visto a vida
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
São as águas de março fechando o verão
É promessa de vida em nosso coração.

fonte sonora - sons para crianças, instrumentos de sons, fabricação de instrumentos pa


ra crianças
Produção de Textos -
a base, despertar a imaginação - o que seria um texto bom ou ruim, pra Literatura.
Quanto mais heterogêno, melhor.
Um texto se faz em suas contradições, todos os textos possuem contradições.
As "viagens" e arroubos de fantasias são essenciais numa produção.
Palavras que tenham em sí muitos significados e seu poder de metáfora alcance o máximo
da imaginação do leitor.
Músicas, como exemplos de boas produções
Para as comunicações objetivas, um texto simples é melhor, porém, nas comunicações silencio
as, onde o indivíduo reserva um momento pra um mergulho íntimo em sua consciência, qua
nto mais complexo melhor.
Pois é nesse momento particular que o indivíduo se reconhece em sua própria consciência
e se permite a refletir o real.
Ler um texto é também um refletir sobre o mundo ao redor. O indivíduo precisa desse re
fletir particular para que ele não fique estigmatizado ou alienado a esse mundo.
zé ramalho - um índio
fágner -

Não é assim tão difícil pôr uma criança a ler. A dificuldade pode ser, apenas um erro de es
ratégia.
Por Catarina Fonseca, in Activa Edição especial Filhos, nº4
Há quem ofereça o primeiro livro a um filho apenas quando este já sabe ler.
E há quem se queixe que os livros só deviam ser lidos na escola.
A verdade é que não há desculpas para que as crianças não leiam.
As crianças lêem menos do que antigamente -
Não é verdade, as crianças actualmente lêem muito mais do que esse tão famoso 'antigamente
' para onde estamos sempre a fugir. O que acontece é que têm muito mais solicitações, qu
e requerem menos esforço do que ler.
É difícil pôr uma criança a ler - Pois é, se só lhe puser um livro à frente quando fizer 6
s.
Uma criança deve começar a ler ainda antes de saber ler, quer dizer deve habituar-se
à presença dos livros desde bebé.
Claro que um bebé de 6 meses não sabe ler, mas sabe ouvir, sabe ver os bonecos, sabe
seguir uma lengalenga.
Os escritores escrevem livros demasiado difíceis para as crianças -
O que acontece é que, se calhar, esses livros não são para a idade delas... Não são os esc
ritores que têm de se adequar ao seu filho, é o seu filho que tem de escolher os esc
ritores em função daquilo que vai sendo capaz de ler. Tente dar aos mais pequenos li
vros adequados à sua idade. Nem sempre é fácil distinguir, até porque os funcionários das
livrarias nem sempre são grande ajuda, mas com prática chega-se lá. Peça opinião aos própri
s miúdos sobre os livros que vão lendo.
É quase impossível arrancá-los do computador - Cada pessoa tem a sua forma de relaxar.
Há quem jogue computador, há quem leia, há quem telefone aos amigos, há quem faça bolos d
e chocolate e há quem veja a telenovela. pode sempre determinar um prazo que ache
razoável para estarem ao computador, mas é contraproducente dizer: "Sai lá desse jogo
e vai ler". Uma boa altura para criar o vício da leitura é à hora de dormir, por exem
plo, e aí quase todas as pessoas conseguem arranjar meia hora para ler qualquer co
isa.
Os rapazes lêem menos que as raparigas - Talvez porque desde pequeninos sejam orie
ntados mais para jogos de força e não de concentração, e porque são mais atraídos pelos jog
s de computador, mas há muitos rapazes capazes de competir com as meninas em matéria
de livros.
Não há nada a fazer se eles não lêem - Há sempre qualquer coisa que se pode tentar. Se ele
lê pouco, comece a dar-lhe livros que o façam rir, ou que tenham a ver com os inter
esses deles. Acima de tudo, mesmo que lhe apeteça muito, não insista. Não sei se já repa
rou por experiência própria que nenhum de nós lê aquilo que toda a gente insiste connosc
o para ler. Se ele não pega mesmo em nada, pode ajudar começar a ler-lhe alto umas pág
inas antes de dormir, mesmo que ele já tenha 12 anos. Além disto, nunca obrigue a le
r nada, nem ofereça recompensas para ler seja o que for, nem, escusado será dizer, c
astigue com umas horinhas a ler...
É preciso um pai leitor de Saramago para criar filhos leitores - Até um pai analfabe
to pode criar filhos leitores. Claro que é mais provável que uma criança que cresça numa
casa cheia de livros se torne leitora do que uma criança que cresça numa casa onde
o único livro é a lista telefónica. Mas o que importa é o envolvimento dos pais.
Se a criança vir a leitura como um acto valorizado, mais facilmente achará que ler a
umenta o seu 'prestígio'. 'Acto valorizado' não quer dizer grandes sermões sobre aquil
o que os livros podem fazer por eles, caso em que farão tudo na vida menos chegar
perto deles.
Quer dizer ouvir os pais falarem de algum livro que gostaram de ler, ou ver livr
os na mesa de cabeceira deles. E leitura não quer dizer necessariamente Saramago,
pode ser o jornal da região, um livro de receitas, um romance da Barbara Cartland
ou a sua revista preferida: o que interessa é o entusiasmo pela leitura, porque a
paixão é muito mais contagiante do que uma ordem. Claro que também há crianças que crescem
em casas cheias de livros e não lhes ligam nenhuma, mas aí geralmente é por overdose.
..
Torná-los leitores é obrigação da escola - Ensiná-los a ler, talvez, mas se a criança só co
cta com os livros na escola e só pega neles para fazer um trabalho de casa, provav
elmente nunca conseguirá ver um livro como um prazer, e se um livro não for um praze
r, nunca se tornará num leitor. Guarde um cantinho em casa para ele ter a bibliote
ca dele e converse sobre aqueles que ele mais gostou de ler. Se tiver tempo de l
er alguns deles será ainda melhor, porque saberá do que ele está a falar (mas isso é um
a conversa descontraída, claro, não se vai pôr a exigir-lhe um ficha de leitura nem a
pedir-lhe que resuma a obra). Acima de tudo, nunca dizer: "Quando fores mais vel
ho, vais-me agradecer por teres lido isto..." ou "Se lesses mais, terias melhore
s notas."
Um livro deve ser educativo - Porquê? As pessoas também não têm de ser todas professoras
... Há muitas coisas que um livro pode ser: educativo, divertido, para rir, para c
horar, para pensar, para não pensar... Todos os tipos de livros devem fazer parte
da experiência dele, como todos os tipos de comida devem fazer parte da alimentação. A
liás, se pensarmos bem, fartámo-nos de ler porcarias e não nos fizeram mal nenhum...
Um livro deve ser muito bem tratado - Cuidado com a cerimónia... um livro deve ser
uma pessoa de família, não uma visita. Não exija que os livros dele estejam todos mui
to limpinhos. É melhor que tenham dedadas de chocolate ou de marmelada e estejam l
idos, do que passarem impolutos para a próxima geração.

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