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Impresso em: 18/03/2010 20:02

Letícia Polydoro

17/03/2010 - A Dificuldade da Simplificação


Menos é mais. Esta sábia frase foi dita em 1919, por Mies van der Rohe, sintetizando a filosofia da renomada escola de
design e arquitetura alemã Bauhaus que fez história. Que impacto teria essa frase dita por um arquiteto do século
passado nas nossas empresas de tecnologia atuais?

Atendo há anos o mercado de tecnologia, e me deparo constantemente com interfaces complexas, nas quais o
programador, na maior das boas intenções, quis disponibilizar aos usuários todos os recursos do software em uma única
tela. Ele pensa estar fazendo um grande bem, pois é exatamente aquilo que ele gostaria de ter se fosse usuário.

O problema é que o desenvolvedor possui exigências completamente diferentes dos usuários médios. O que o usuário
deseja é realizar a sua tarefa diária da forma mais simples e direta possível, o que significa, muitas vezes, aproveitar
apenas cerca de 20% dos recursos do sistema. Os outros 80% provavelmente nunca serão sequer testados.

Colocando-se no lugar daquela pobre criatura que é obrigada a passar oito horas por dia utilizando ferramentas
desenvolvidas com tanto carinho: será que ela não seria muito mais feliz se esses recursos estivessem facilmente
acessíveis em uma interface visualmente limpa e direta?

É importante ressaltar que essas considerações têm alguns contrapontos que devem ser avaliados: não adianta tirar
opções demais, tornando o produto um grande enigma para o usuário. Também se deve saber quais são as reais
necessidade desse usuário. Não adianta colocar na tela 20% de inutilidades. Para fazer uma correta avaliação, basta
entrar em contato com os clientes, que normalmente se dispõem a colaborar de bom grado, pois serão beneficiados
depois.

Ao simplificar a interface, a área de suporte da empresa também irá agradecer, pois não terá mais que passar horas por
dia esclarecendo as mesmas dúvidas de sempre, geradas pelo alto grau de complexidade da interface. Igualmente, os
projetos andariam mais rápidos, pois o foco do desenvolvimento seria voltado às principais funcionalidades do aplicativo.

A grande dificuldade que temos hoje em dia é tentar fazer com que os programadores pensem simples. Muitas vezes
também mostram resistência para simplificar seus produtos. Creio que, no fundo, eles não acreditam que será uma boa
ideia. Pensam que o produto sairá perdendo, quando na verdade, sairá ganhando. Menos é mais, esta é uma grande lição
ditada há muito tempo atrás, e que nunca foi tão atual.

Think simple and be happy!

* Letícia Polydoro é diretora da Hypervisual.

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