You are on page 1of 88
‘cutalogneto ns pabiasso: Mica Ballo Canto ~CRB 1011023 Philippe Perrenoud Professeur & Université de Gentve ova eténcias nsinar Convite 4 viagem Tradugao: Patricia Chitton! Ramos Sumario Introducao: ‘Novas competincias profisionais para ensinar/ 11 1 Organiaare digi stuagées de aprendizagem /23 ‘Conlioce, pasa Cserminade diepine, an contain “Ttcrem onsinados sue tradugao em objetivos de aprendizagem/ 26 ‘rabalhara pats dat representapées dos alunos 28 ‘Trabalhar a pari dos eros e dos obeticulos&aprendizagem / 30 ‘Consrute planejercsporiivose seqincas didsticas/ 33, Envolver ov alunos em atvidades de pesauis, tm projetos de conecimento/36 2. Administrar a progressio das aprendizagens/41 Conceber «administra sitasGex probleme justadas to nivel ee possbidades dos alos 42 _Asquirs ina sso longtadina dos objeivos do ensino/45 ottbelocer legos comas tora subjecentes ‘ avidades de aprendizagem / 48 Comssivers avaia of sion em stuapoes de aprenden "de acon com ma aboréagen formative /49 ater balangor peiicos de compeicias ‘tomar decisis de progsesso/ $1 sno aeicios de aprendizngem/ 52 Covesberetezerevolir or depasives de diferenciagto/33, ‘dni abtpered ro bode a arma 57 ri. ampli a gest de lane pars um copay mals vst /59 Fomecer apoio tmegrado,tbshor com aionos Doraderes de prendes ielaades 60 Desenvolver a coopereio ene lun cera formas ‘simples de ensino mituo 62 ‘uma dupls eonsrugia 0 Envolver 0s alunos em suas aprendizagens ¢ em seu trabalho / 67 Suscita odesejo de aprender, explcita relagdo com saber, 0 sentido do tabalto escolare desenvolverna rang ‘a capacidade de auto avaliagao/ 69, Tastitut um conselho de alunos e negocisr com eles tiversos tipos de reas e de contraton 72 ‘Ofercceraividadesopcionais de formagio /74 Favoreser a definigto de um projeto pessoa! do aluno / 75. ‘Trabalhar em equipe/79 Elaora im projeto cn equi, reposts coma 63 FFormar¢renovar uma equipe pedagogies / 87 Enfrentareanalisar er conjunto stungbee complenas, priticase problemas profissionais /89 ‘Administer crises ou conflitos interpessotis/90 Participar da administragio da escola /95 labora, negocar um projeto da insituiglo 97 ‘Administ os ovureoe da escola 102 Coordener, dirgir um escola com todos or seus parceitos / 103 (Onganizare fazer evolu, no mbito da escola, 1 partcipagso doe alunos 106 CCompettncias pata abalhar em ciclos de sprendizagem/ 107 Intormar ¢ envotver os pals / 109 Dirigitreunibes de informagio ede debate / 115 Fazer entevitas/117 nvolver os puis na construsfo dos saberes/ 119 “Bnrolee”/ 123, 8 Ustiizar novas teenologias/125 ‘A informitica na escola: uma discipina como qualquer ous, ‘um savoir faire 0am simples msio de ensno? /127 Unlizar edtoes de texto 129 Explorar es potencaliades didticas dos programs fem elagao aos objetvos do easino / 132 CCominicarse distancia por meio da telematicn 135. Uiilizar as ferramentasmalendia no ensino/ 137 ‘Competsneias tuncamentacas em ure cultura wenotiyica / 130 9 Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profisséio/ 141 Prevenira violBnoia na espolae fore dela 143, Tar contra os preconesitoe e 9 dtcriminapbes sexuais, ‘inicas e soa! 147 Partcipar da criaga0 do regras de vida comum eferentes aisiplina na escola at eangdes © & apreciagso da conduta / 149 ‘Analisar a elago pedagégica, a wutordade & ‘ comunicasio em aula 151 ‘Desenvoiver a senso de responsabilidad, 2 solideriedde ‘eo sentimento de justia 152 Dilemas e comperénclas 153 10 Administear sua prépria formasio continua /155 ‘Saber explilar as propre prticas/ 159 -Entabelocer seu prio balango de competéneias seu programa pestoal de formacto continua 161 [Negociar um projeto de formagzo comam ‘omos colegas (equip, exeola, ede) / 164 -Envolver-se em aefas em escala de uma ordem "de ensing odo sistema edueativo 168, Acolher a formasio dos colega eparticipar dela 167 ‘Scr agente do sistema de formagao continua 169, Conetusa ‘A caminho de uma nova profissio? /171 ‘Um exercfeto extant 172 ‘Duus profssces ern urna? / 174 Profisionaiza-sesozinho? / 178 ReferénclasbibliogrAfieas 1181 8 Introdugio NOVAS COMPETENCIAS PROFISSIONAIS PARA ENSINAR’ Pritica reflexiva, profissionaizagio, trabalho em equipe e por projets, autonomia ¢ responsabilidade creeoentes, pedagogias diferenciadas, cantra- fizarao sobre os dispositivos e sobre as situagdes de aprendizagem, sensibi- Iidade hrelagio como seber e com a let delineiam umn roteiro para um novo Offete (Meirieu, 1989). Ele surge elacionado a uina crise, em um tempo em his 0s professores tendem a se voltat para sua turma e para as prticas que E'wostraram vélidas, No estado em que se encontram as polfticas ¢ as fi ‘pangas publicas dos palses desenvolvidos, ndo seria conveniente eritic-los ‘por isso, No entanto, pode-se esperar que inimeros professores sceitem 0 Bebafo, por recusarem a sociedade dual e 0 fracasso escolar que a prepara, por devejarem ensiner e levar a aprender a despeito de tudo, ov, entio, por ESmetem morrer de pé. com o giz na mado, no quadro-negro, segundo & tor ima de Huberznan (19892), ao resurnir a questi essencial que surge com a a San wits dnc prnfessorss (19890). ‘Decidir na incertoza e agir na urgéncia (Perrenoud, 19962): essa € uma ‘maneiza de catacterizar @ especializagdo dos professores, que de tés profis- scone ido et, rene Sine biti fo pone) Os deseo tras ina cob 07 Duo 15) novene 9, p209) a ety sano hg tial ech Soames sesh ah p 2020 em eden ge 0D 222 32ers Pers ses fazem uma, “impossveis" segundo Freud, porque 0 apendlz esse ao Saber ea responsabilidad Essa sndise da nafezae do fonelonamento das compeidneiasesté longe de termina. A especializgao, 0 pensamento © as competi dos ofssos So obj de nines aston ison na ergonomia e na antopologia cognitive, na psicolopia ¢ na socilogia do trabalho, bem como na anélise das priticas. ® = * “Tentareabordar aqui o offeio de professor de modo mais concreto,pro- ppondo wm. inventério das competencies que contribuem para redclinear & Itvadade docente (Ate, 1994) Toraret como guia am relrencal de com Petencas,edotado em Gencbra em 1996 paras frmagao continua, de a Elaboragdo parieipe! ativamente ‘0 comentiri dest 80 enunciados, de uma tisha cada um, € de minha Sinica responsabilidade. Poderia ser feito em TO paginas ov em duas mil, pois cada entrada romcte a campos inteiros da reflexdo pedagogica ov Ua pesquisa em educagio, O tamanho razobvel desta obxa devesse a0 Tato de {gue as competénciansclecionadas edo reagrupadss em 10 grandes familias, ada uina delas oniginando um capttalo autonome. Fz questao Se darlhes tuma dimensto razodvel, remetendo as obras de Develay (1995), Houssaye (594), De Perets, Boniface 0 Logrand (1998) ou Raynal ¢ Ricunicr (1997) Para um trtamento mais enciclopédico das diversas facetas da educagio. ‘Meu propeésito é diferent: fear de compotenoias profisionas, privile- sand gues gue emerge atatinanc x te abo hab S mais evidente, que permanecem atuais para "dat aula’ ¢ para as quate Rey (1998) propos uma sintase interessante para a escola clement Enfaizarei o gue esd mudando e, portato, as competéncas que represen: {am mais um hortzonze do quo um conhecimento sonsolidado ‘Um referencia de competéncias continua senda, rm geral, um docu- sento bastante fro, com fequancia Togo esquecido © qu, apés sua feda- Gio, jé se prosta a todo tipo de interpretagdes.O referencal genebrino que fhe guiaréagul foi desenvolvido com uma infengio precisa orienta 8 for. taglo contiua para tomila cocrente com as tenovagdes em andamento no sistema edueatvo, Pode, entfe, se ido como uma declarag de intengoes ‘As instculgbes de formagio inilal © continua precisam de referenciais para orienter seus programas, e 8 inspetoces server se eles para avalar 05 Drofessores em exereicio e pedirihes contas. Nio viso aqui um empeo ‘ondutor para construir uma representagio coetente do offcio de professor € de sua evolugao “Essa representagao ndo é neutra endo pretende dar conta das competin- cias do professor médio de hoje. Ela descreve, antes, um futuro possivel e, ‘meu ver, desejével da profissa0. "Em um perfodo de transiglo, agravado por uma crise das finangas pabli- cas e das fialidades da escola, as representagOes divider-se, no se sabe ‘ais muito bem de onde se verte para onde se vai. O que importa, ent, 6 relembrar caminhes conbecidos 6 trithar elguns outros. Sobre temas sete corm conprinepenerray 19 SS at 9m ee ee sai: rt ie be eo Pcs ee a a ete prea ee ay ar eae aerate race ep epee tanpeer pel ae te ee ee pee ee cca ee as eee Spares eee ees ee er ees Pep erica se eta ee ee a a nan Fa aad Senn a a eee re eee co Seaman ee ee fo, a ee eo ae ols gra ne mee sie (pe le nal cern define aus cote Saat, ce at aa re tone ne eerste ne rnc ecearcartane io ons um mancira nua de rai ese wath, porgs pe a dzntcasao das comnpetencias supbe opeestoorcas e Leoldgicate, Foran une sora aruraedae na reseigan do ofl © em Sa vera Optel por felmar o referencial genebrino posto em aplicagio er ns Ope Por, Tas cviinarin de uina administra piblica «pot tet do objeto, antes de ser publicado, de diversas negociageesente a autor, Side eeclar, a associagaoprofissional, os formadorese os pesquisadares ‘arama de uma representavidade mar do que aquela qe teria um refe- seein consuldo por uma dnica pessoa. Em contropartida, ele perdeu um pouco erm coetenca,na medida em qus resulta de um acordo ene diversas Poncepgdes da pric e das competencies. EES Taorcesao institucional nfo significa que este recort tnha Un nimidade mo sete do corpo docente, supondo que cada professor em exerci tio te dé ao tabalho de estudélo de pera... As eivergencias nfo se resumi- 14 Pon recs viam apenas ao contedo, mas & pépriaoportunidade de descrever as com- petencias profssionais de manera metédicn, Jamas & inocene relaciousr palavras a prticas, oa recusa de entrar na idgia das competencies pode xpressar primeiramont, uma relicenci a verbalizar e coletviar as repre- Sentagdes do ofiio. O indWvidualismo das profesores comega, de aigom mod com a impressio de que cada um tem uma resposta pestle original ‘quests como O gue ¢entinar? O que é aprender? O offelo nto ¢imutivel. Soar Wansformagses passam prineipalmente pela emergencia de novas competéucan iiss: pr excipls wo aul om outros profisionas ou & evolugSo das Sdstcas) ow pla asentuagio de omnpeténcas econheidas, por exemplo, para enfentar f crescents hetero- feasade do even excise a eoloan doy proraas, Todo trey Sal tonde & se desaualizar pela mudangs das presse, também, porgue & ‘manera de concebt-les 36 franforma, is 30 anos, ni se felave tho cor Tentemente de watamento das diferencas, de avaliagto formativa, de situs. es dlddticas, de pdticarefleiva, de metacognigio. (Oreerencial eecolhido acentua as competeciasjulgadas prioritdrias por serem coerentes com o novo papel dos professore, com a evolugdo da Formagio contin, com as reformas da ormagio incl, com as ambigdes das pailteas edueavas. Ele € compatvel com of eixor de renovaga Ox Scala individualizar © diversfcar os percursos de formagio,intodusir Siclos de aprendizagem, dierenciar a pedawonia, diretonat-ss par oma Svalagio mais formativa do que nomnatva, conduct projet de eeabele: imenfo, desenvoiver 0 wabslho em equipe doen responssbilzar-so ‘olotivamente polos alunos, colocar as efiangas no centro aglo pedagéin, recorrer aot mBiodos aivos, aos procedimentos de projeto, 40 fabsibo por oblemas abetose por stuagoes problema, desenvolver as competencias¢ Neagtetacia de conbesimnton, soar pia acide, ‘eferencial sm que nos insiramos tent, pols preender 0 movimento dta profisto,insistindo em 10 grandes Tamia de competéncias. Este in. ‘entéro no é nem definitive, nem exaustvo. Ale, nenhum referencal Pode garantie uma repretentagio consensual, completa estavel do um off ho ou das compettelas que ele operactonsliza, Els as 10 femfias 1. Organiza e iri stuagtes de prendizagem. 2. ‘dminiswar a progessio das aprendiagens, 3: Goneebere tador evolu os apostvos de iterencagso 4. Envolver os alunos em suas sprendizagens ecm seu trabalho. 5. Trablhar em equips. é 5 5 8: Pareipar da administra daexcola Tnformareenvolver os pa Unies novastenologias Enffenar or deveres os dilemas cos da profisto hare antitetges So Sea wv Sie paper tn a a 1386) tanto go mundo do trabalo © da fornagio proftsional como na o- SS eat ee (Onn teceaIead sce teat ene gl pale oa ds gb ipl SeeStalase por sequemas de pensnmoncn (ate. 1996 Perens, apidamente)c wealcar (de modo mais ou menos eficet) ume azo também ao sabor da navegacdo digria de um professor, de uma situa- Descrever uma competéncia equivale, assim, na maioria das vezes, a evocarirés elementos complementaes 16 ere rere os tipos de stuagdes das quis dd um certo dominio; 2 on ecuos que mobiliza,os conheclmentos corices ou merodoligi- os, as tes, 0 avoir faire © ab sompetnsie mas especies, os eaqueras motes, os eaquemas e percept, Ge aelegio, Gb antecipagiio e de decisio; gan i + autres dos ecquemas de pensamento que permit slits, 4 mobilizagto ea orqueuragto dos recursos pertinence em Stusglo Completa em emp rea Ese timo aspecto 6 0 mis dif de objtivar, porque os exquemas de pensamento ndo tho aitetumente observivels 36 potstn ser ferdos & Parr das prics e dos propdsites dos atoes, Alem dss, € afcl conse ‘ara intligincia gerald stor ~ sua lea natural ~e os esquemas do pen- famento especficos desenvolvidos no fmbito de uma especllizagto part Cala. Iutvamente,prossentimos gue o professor desonvolveeoguemas d= ensamento propos # seu ofc, frente dagueles Go plot, G0 joador & xadrez, do crurpito 00 do comer. Falla descrevélos mais coneteax “a se compreendeu que a andise das competncias remete constante- mente & uma cola do peneameno ds ago sttvados (Gervas, 1998) mas também do aban dt pratcs como ofcioe condiga (Descotonges, 1997; Pertnoud, 1996c), aso equvale sizer que esiamos em vm terreno Inst iguiplne dos vonecleot eno este Wonpor das cclogins, ‘in ponro merece atengio:ente os recursos mobllzados or uma com- peténcia maton encontam-r, om perl, obras competciss de alcence ‘als limitado. Una situagho de class geralmentespresenta mltptos com Prnentes, que Sever ser taiadoe de maneira coordensda, st Teesmo Thullnes, pare chege: a uma agho jacioa, © profissional gra a stuaglo Blobalment, mas mmobllzaalgumar competéneas expec, indepencon- {Es umes das cutas, para usar cence aspetos do problems, tei como uma empresa txceirien cera opergdes Ge produgao.Snbeopor xm. plo, que os professoresexperientes desenvolverem uma competota vaio. Ervodmo a Se poreebersimultaneamente oe milupice procettes que ce de- ‘enrolam em sua tarma (Carbonneau © Hetu, 1996; Durand. 1990). © pro- {Simo expecalista “Yom olhos nas cosas, € capaz de aprecndero Ceercial do quest passa em varias nas paallas sem ltr “alderada” ou etesea- 2 Sone Bese competdncia guise nao‘6 ul ema) ioSma, TEs Sonstii om recurso indlopensvel em um offeio no qual varias dinncas $e descnvolvem consantemente em paralclo,aié mesmo em uma pedagopia ffontal e autora, Essa competencia € mobllaada por indmeras compe tenclas mals globals de esta de clase (por exemplo, saber prvere preve- hir.a agitagio) ou de shimagio de ums atvidade cdatica (por exemplo, aber determninare envover ot alunos distaldos ou perdido). © referencial sl escohido associa a cada competenca principal a gumas competéncias mals especies, que 380, do oerta forms, seus Como cnn oapotencas ene 17 nentes principais, “Administrar a progressio das aprendizagens” mobilize ‘ince competeneias mais espectfcas: 2 ee eit Ss ‘« Observar © avaliar og alunos om sitwacoes de aprendizagem, de ae aa tno a ga nh ac inica competéncia. Desse modo, os saberes relativos & metacogni¢do so eibidades do lunoe + Biorar‘e natiay ov alunos em itunes de aprendizagem, de facordo com uma abordagem formativa. 1+ Fomecer apoio integrado, tabalhar com alunos portadores de gran es dificuldedes. ‘ ‘+ Stscitar 0 desejo de aprender, explicitar a relagdo com o saber, © ‘sentido do trabalho escolar e desenvolver na eranigs a capacidade de ‘suto-avaliago. + Favorecer @ definigao de um projeto pessoal do aluno. ‘Uma cultura em psicossociologia das organieagdes seré, por sua vee, rmobilizada pelos seguintes compotencias: ‘+ Instituir¢ fazer funcionar um conselho de alunos (conseiho de clase fou de escola) © negociar com eles divers0stipos de regras e de con- «Abi ampliar a gestio de classe para um espago mais vaso 2 Deseivelver a cooperagdo entre‘or alonos © ertas formas simples de ensino mituo. 18 _rreoererwme Elaborar um projeto de equipe, representngSes comune Ding um grupo de wabaln, condi reuides Pommare renovar uma eqUipe pedagézics. ‘Administer ces ou cobfos ineepesoats, laborer, negociar um profeto da inatuigso. Organi’ fzer svt no mbt da esol, participa dos Birgit eunises de informago« de debate > Paricipar da criagio de regras de vida comumm referentes A discipli- hha na escola, As sangOes © 8 apreciagto da cond. + Desenvoiver o senso de responsabllidade, 2 solidariedade, © 0 sen- fimonto de jusica + Negociar uim projeto de formagio comum com o8 colegas (equipe, escola, rede). Percebe-se, através desses dois exemplos, a relativa independéncia do recorte dos saberes © daguele das competénelas, pelo menos ao que diz res- peito sos saberes cientificos, oriundos das cienclas da educagdo, Os primei- Fos organizam-se de acordo com campos disciplinares e problemiticas te6- Fees, 40 passo que o referencial de competencias remete a um tecorte mais Dregne dog problemas a resolver om carpe om feqUshela, os saberes pertimenter torso nomeados “ce passagem Multas vezes figurario “indiretamente™ oa descrigdo das compatenetas, Se Guisermes “utilizar as novas tecnologias", devernos evidentemente dominat Be conceites bdsicos e cortos conhesimentos informéticos ¢ taenalogico. ‘Outros saberes permanecerso implicitos: todos os saberes de ago e de experitnela som os quais 0 exercicio de uma competencia esta comprometi- Go? Normalment, ol aber potas: para way um compute, em ‘preciso conhecer at particulsridades da maquina, seus programas, seus petiferias sua eventual conexso a uma fede. Cada professor asimila tals Exberes em razio de eua pertenga a um estabelecimento ou a uma equipe He também oe conetréi fo saber de sua experiéncla, de modo que esses Salberes sto, por umn lado, de ordem privada, oa te}a, pouco comunledvels © Gitteis de identifiesr, Demastado gerais om demasiado especificos, os sabe- ‘ex mobilizados no so. ontio. organizadores adequados de umn referencial 2 competéncias, ‘© recorte feito certamente no é 0 tinico possivel. Sem davida, seria posaivel propor outros reagrupamentos, igualmente plaustveis, das 44 com= Potenciad eapecificas fnalmente distinguidas. Notemos, todavia, que os 10 Grandes dominios foram constiteldos primeiramente, enguanto az compe ‘Ghclas mals especificas 9 foram definidas em um segundo momento. Nes- {Ge sentido, o feferencial nko provém de sm procedimanto indutive que seria ‘Parte de uma mirfade de gestos profissionals determinados em campo. Tal Procedimento, aparentemente sedutor,levaria # uma visio bastante eonser- vadora do offcio © a um reagrupamento das atividades conforme critsios Telnsivamente superficial por exemple, de acerdo com os inerlocuiores {Glunos, pats, colegas ou outros) ou com as discplinas excolares, As 10 fac fniias resultam de-uma consrugae icdriea conectada & problemaica da mu- aang, Por essa razto, nto se encontrario neste referencia] as categorias mais ‘convencionais, tals come a eonatrugho de sequenetas didaticas, 2 avaliagao © estas Ge classe. Plangjer uma aula ou uma ligto ndo figura, por exemplo, £ie'a8 compotenetas escounaas por cuss Faro 9 desejo de desarticular a represe Sceqneia de igdes": — s'vGntade te englobar as aulas em uma categoria mais vasta (orga~ bizar e dirigir stuagbes de aprendizagern). Essa escolha ndo invalida o recurso a um ensino magistral, que és ve~ zes, a stuagio de aprendizagem mals pertinent, considerendo-se os conte Gabe, os objetivos visador e'as impotigges. A aula deveria, enretanto, tor- farce urn dlspostive dlsice ene outros, uUlizado conscientemente, mais Ee que 0 emblema ca ago pedagégiea, qualquer outta modalidade sendo ‘em ser a dnica possivel, nem esgotar os diversos componentes da rea- "re ean xtra do dois nivels ua-top em a lager em fore 0 dae’ nos levart's passar em reviata as malipas facetas do oficio Ge professor, TEste lio presta-se, pois, a vésias leituras: "io comum do ensino como = squeles que procuram identificar ¢ descrever as competEncias pro- Hdsioneié entonarto nele um referenefal, un a mais, cuja unica Sriginalidade talver seja basear-se em uma visto explicita © srgu- fmentada do oficio ¢ de sua evelucses, Sgucles que ee imeressam mals pelas prticas e pelo offcio podem fsteaie as proprine competéncias, etendo apenas Os gestos profissio- pais que elas subentender; — Rauefes que trabalham para modemizar e para democratizar o siste- Init educative encontratio neste trabalho uum conjunto de propostas Pelativas aos recursos de que depende'a mugange. Sobre nenhura desses pontas a pesquisa dé garantias quanto aos meios, nem resposta quanto as finalidades. Esta obra pretende ser um comvite para Viagem pars debate. a parti de ma constatagso: os programas de forma [hore as cuuetepias de imovagto fundamentam-se, com demasiada frequen~ Eig. Ein representagdes pouce expicitar e insuficientemente negociadas do boficie'e das Competencias subjacentes ou, entto, em roferenciais téenicos © Sridos, cujos fundamentas o letor nao assinlla, Capitulo 1 ORGANIZAR E DIRIGIR SITUAGOES DE APRENDIZAGEM Por que apresentar como uma nova competéncia a capacidade de orse sizatg dard saagbay do apendizagem’ Ennio extra no propo Teiag do eatelo de professor? "futio depends, evidentemente, do que so esconde sob as palavras.O off cio de professor for, por multo tempo, assimilado & aula magistral seguida Be ee RITES fauke do Magister lembra aqucla de Disefpulo, que “bebe Sas patavress ncaa deg formar em contato cor le elaborand ae Palate seu pengumento. Eecutar uma ligio, fazer exercteios OU ek Pose oars ‘ivro podein er alividades de aprencizagem.. Consequente- i2dar oT ovesbor Pais tradicional pode pretender organizar ¢ digi tals Tigaugbca, mate ou menos como Mi Jourdin favia prosa, sem saber, ou m Stipniy se daeprtnca a fan Arai de stint de SEeeSueapem ido apresenca nenhum interesse para aqueles que pensam qe See ne arrears dua touss ae suagbee serve Supostameate sPBcase pono de vista, ineatr nag "aituagoes dev aprendiza- sPvitho cigsice do ofcio de professor. Exiaiaiten- um Inédico ree dinige situegies terapeuticas” mais do que simples miata teconhevcr que trate seve pacientes, assim como o Mestre msi Seas creme Som exceeuo daqueles que exito farilarizados com as pedagogias Se oor ese eazy dice dus Gisiplinan os provescores Se je on cones expganeareni. como “eonespoteeingenin 2 hes de aprendizagem iecatoe de urka simples questho de vocabulétio, resitir a uma moneifa de ver que 86 pods complies 1 oles tem raze pora ‘ua vide’ Tomemos © exemplo do ensino universitirio de primeiro ciclo", tal como ainda dispen- ado ha maioria dos paises, A ula ¢ dada om umm anfiteatr, diante de con {enae de rostos anonimos. Compreenda e aprenda quem puder! © professor poderia por um instante alimentar a ilusto de que cria, desse modo, para Eada um uma situagdo de aprendizagem, definida pela excuta Ga palestra fhagistrale pelo trabalho de tomada de notas, de compreensto ¢ de reflexto fue cla supostamente suscita, Se ele refledr, vord que a padronizagao apa. fonts da sltuagie, € uma fegao ¢ que exisiom tantas situagoes diferentes Fisponibilidade, do que ouve © compreende, conforme seus recursos Intelec- tual, sua capacidade de concentregao, © quc 9 interessa, faz sentido para fe, relactont-se com outros saberes ou som fealidades que lise sto farnliay fas ou que consegue imaginar: Nesse estagio da reflexdo, 0 professor teré a abodotla de suspendé-lay sob pena de avaliar que, na verdade, no sabe rande coisa a respolio das situagses de aprendizagem que cria,.. Verse emo conceptor e dirigente de sitingoes de"aprendizagert nis dela de ter ‘com: Ingo pode fevar so questionamento de sua pertingncia e eficteial (© sistema educative construurse de cima para baixo. B por isso que 25 mesmas constatagbot valom, alg um corto Ragnto, para o ensizo medio ee menor medida, para o ensino fundamental Quando ob alunos suo erisnga ‘ou adolescentes, cles sho menos numerosgs @-0 ensino é mas interativor hi {ais possibilidades de exercicios e experiencias feitas por eles (e io dante lex) Pntretanta, enquanto pragesrem uma pedagodia magistal © pou ‘Giferenciada, os professores nko dominario verdadeiramente as situagbes de Sprendizagem ns quats colocam cada tm de seus alunos. No maxim, pO- ‘ain velar usendo melos disciplinares clissicos, para que todos os alunos {eecutem com atengto © envolvam-se ativamentey pelo tenos om aparenciay ‘4 etlento sobre as situagbee diditicas comega com & ‘questa mage (1996): "Eu, ensino, mas eles aprenden? ‘Desde Bourdieu (1566), tabe-se que s6 sprendem verdadairamente, por meio dessa podagogia, oo *herdeiros’s aqueler que dispocm dos melos cule {urals para rar provelto de ma formagio que se ditige formalmonte a tO- os: na justo Us equidade, identficads nesge caso pela igualdade de wats {neita Isso parece evidente hoje em dia, No entanto, fol hecessdrio umn 56 Culo de escclaridads obrigatoria para ae comegar a questionar este modelo, ‘Spondo-ine um modelo niais centrado nos aprendises, suaa fepresentasoee, he atividade, as steagbes conoretas nas quate sho mergulhadoe {G8 didaticon,'sem auvica, eaca evolugao “inacabada © agi om a abertura dos estudos Tongos novos pablicas, o que obriga a se prea. ‘Supa com aqucles para os quals assis a urna aula magical e fazer exerel- ids nko shfictente para aprender. Ha lagos estreiios entre @ pedagosia ‘iferonciada ¢ a reflekto sobre Ax siluagoce de. aprendizagem (Metiev, 1989; 1990). OS SISTEMAS BRASILEIRO E FRANCES DE EDUCAGAO: EQUIVALENCIA DE NIVEIS =a a |e fli i EA ie fi! a2)" 4 2 sends OME ? HEM (=== eH ula aera ssn Seeman Pans ins asda age win Covet see dg cat contemporineas encaram como situagdes amplas, abertas, carregadas de Sentido'e de regulagdo, as quals fequerem urn metodo de pesquisa, de iden Uileagko o de resolucae de problemas. ‘Base competsneia global mobiliza varias competéncias mais espectficas + Conhecer, para determinada diseiplina, os contetidos a seremn ensi- hados e sud tradugao em objetivos de aprendizagem. + Trabalhara partir das representagoes dos al {ravainar a parr aos evs © Gus Uunuteuies 2 Gonstrur e planejar dispositivos e sequéncias + volver of alunos em advdades de proguis, em pojetos de co- Vamos analisé-las, uma a uma, lembrando-nos de que todas contribuem para a concepgdo, organizagio 6 animagio de situagSes de sprendizagem. CONHECER, PARA DETERMINADA DISCIPLINA, 08 CONTEUDOS A SEREM ENSINADOS: E'SUA TRADUGAO EM OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ‘Conhecer os contesidos a serem ensinedos & a menor das coisas, quando se protcnde Insts siguem: Porem, a verdadsira competencia peaagowies ‘hid esté af ela consist, de um lado, om relacionar os conteddos a objetivos Ende outro, a situapdes de aprendizagem Isso nao parece necessdclo, quan- Goce professor se limita a percorer, captiulo apés caprtulo, pagina apés p&— gins, “texto do saber": Certamente, nesta clapa ha transposiedo diddtica (Ghevailard, 1991), na medida em que o saber 6 organizado em Tighes su- {Scosivas, conforme’um plano e em um ritmo que deem conta, em principio, So nivel medio e das aquisigSes anteriores dos alunos, com momentor de Seviato c de avaliagio, Him fal pedagogia, 05 objetivos sa0 implicitamente Sefinidos pelos conteddos: tats-se, em summa, de 0 aluno assimilar o conte Gove de dav provas dessa assimilagio durante uroa prova oral, eserite ou um "A preocupagiio com 08 abjetivos vern & tona durante os anos 60, com a Wamiugt Bloom (1979), seu oflador, defende ur ensino orientado por crite ‘Hos de dominio, regulado por uma avaliagto formativa que leve a "remedia- fooe™ Na mesma gpaca (Bloom, 1973), propSe a primeira "taxonomia dos Sjetivos pedagogicos", ou soja, uma classficagae completa das aprendiza- (gens vieadae na escola ‘Nos patses francofonos, essa sbordagem foi frequentemente caricatura- dda sob o rotulo de “pedagogia por objetivor". Hameline (1979) desereveu tanto as virludes quanto of excetsos e os limites do trabalho por objetivos. Huberman (1988) mostyou que 0 modelo da pedagogia de dominio perma- reve pertinente, desde que ampliado ¢ integrado a abordagens mais constru- vise Hoje et die, ningucm mais pleiteta um ensino guiado a cada passo [por objetives muito precisos, imediatamente testados com vistas a uma re~ PrediagSo imediata, © ensino vertamente perseguc objetivos, mas no de Tmancifa mecinioa © obsessiva, Elesintervém em trés estigios vr do planejamento didstico, nto para dita stuagdes de prendizagem Seebrins's cada cbjetivo, mas para idoniicar oo ebjetivos tabaihe as 4 cad, Oetvo, a Pen tm eacdine los © diia-loe on conhecinionto do caus = SU tami a powerior! das seuagdese das atvidades, quando #© tes itmltar o que se desenvotveu realmente © de modifica 4 30- neta das sividndes propostas:, — WeRialaso: quando = tata de conolar os conhecimentosadgui- ‘aos pelos alunos “Traduzir 0 programa em objetivos de aprendizagem e estes em situagoes ce atividades realledvels nfo 6 uma aividade linear, que permita honrar cada Seletive Scparadamente, Os saberes © 0 savolrfaire de alto nivel s80 cons. ries om situngtes miliplas, complexas, cada uma delas dizendo respeito sess eobjetives, por veers cm varias disciplinas. Para organizar e dirigit tals Sluuegoes de sprendizagem, € indispenstvel que © professor domine os ra reg ctsja mais de une liga A Rene dos alunos © ue seia capaz de eaEoneraro essencial sob maltiplas aparéncias, em contextoa variados, 2G que se concebe bem se enineia claramente, © as palavras para dize- to aflorden com facilidade”, dizia Boileau. Atualmente, estamos bem além ‘eave preceito. Nao basta, para fazer com gue se aprenda, estuturar 0 texto Go'tauer c depois "elo" de modo intelighvel e vivaz, ainda que isso jé {eciee tatentes didaticos. A competencia requerida hoje em dia 6 0 dominio ES Moddos com suflcione tlubncia © distincla para constralos em situs oes abertas c tarefas complexas, aproveitando oeasides, partindo dos inte SStcs dow slunos, explorando of acontecimentos, em suma, favorecendo a Shroprlaglo ativa’e a transferéneia dos saberes, sem passar necessariamente Por tua exposigho metédiea, na ordem preserita por um sumério. Biss eliMiade ne auministragio dae sltuagoes e dos conteddos exige lum domfnig Dessoal néo apenas dos saberes, mas também daquilo que De~ AOL SCUTSDS) Shanna de mars diseiptnar, Ov seja, os convelivny wa yucstico [Ul paracigmas que estruturam os saberes no seio de uma disciptina. Sem £.23 Hotminfor a unidade dos saberes esta perdida, os detalhes so superesti- Teor ee cepacidade de reconstiuir um planojamento didatico = partir dos Shines © dos acontecimentos encontra-se enfraquecida Por isso. af “Se sober ientificar nogdes-nicleo (Meiriew, 1989, 1990) ou competenciae-chave (Perrenoud, 1998) em tomo das quais Srganizar ae aprendizagens e em fungio das quals orientar 0 trabalho em Suln's cntabelecer prioridades. Nao ¢ razodvel pedir a cada professor que aga sozinho, para sia turma, uma Teitura dos progremas com vistas a extrait nicleos. Entretanto, mesmo que a instituigae proponha uma reescritura dos ‘programs nesse sentido, eles correm 0 isco de permanecer letra morta para Eevprofessores que nio esto prontos para consentirem um importante tra- Bao de vaivem entre 0¢ conteidos, os objoivos e as stuagbes. F esse pre- Ge se page para navegnr na cada da ansposigto Gide “como Pe Seshna dgua"! ‘TRABALHAR A PARTIR DAS REPRESENTAGOES DOS ALUNOS: Acescola nfo constr a partir do zero, nem 0 aprendiz nfo é uma tabula rass, ume mente vacia; ele fabe, a0 gontréri, “muitas coisas”, questionou [ve assimilou ou elaboroa respostas que o satisfazem provisoriamente. Por Sausa disso. multas vezes, o ensino choca-se de frente com as concepeaes dos aprendizes. ‘Reninum professor experiente ignora este fato: os alunos pensam que sa~ ‘bem una parte daguile que te desoja ensinar-Ihes, Uma boa pedagogia tra- iclonal usu, As veves, eases fragmentos de conhecimento como pontos de Spolo, mas 0 professor transmit pelo menos implicitamente, a seguinte $0oi0s eee SeLaaesaim aque weeks saber. desconfiem do senso COmu € Bogue ines contaram e easutem-me, pols vou dizerihes como as coisas ‘contecem realmente vA diddtien das cigncias (Giordan © De Vecchi, 1987; De Veoehi, 1992, 1993; Astolfi ¢ Develay, 1996; Astolfi, Darot, Ginsburger-Vogel © Tous- nine, 1997; Joshua ¢ Depiny 1993) mostrou que no ¢ posstvel livrar-se to Riclimente das concepeées préviey dos aprendizes. Elas fazem parte de um Stema de fepresentagees gue tom sua coerencia c suas fungbes de explica- {Gao do mundo e que se reconstitot tub-repticiamente, a despeito das de- Sronstregues iretutavels © dos desmentidos formals feitos pelo professor. [Ris mesmo ao final dos estudos clentifices universitérios, os estudantes ‘Fetornam ao senso comum quando estio bs voltas, fora do contexto da aula Sudo laboraistio, som usn problema de forgas, de calor, de reagio quimica, Af seapiragao ou de contapio, Tudo se pases como se o casino te6rico expul= Sg reer Rota da aviae do exame, uma “naturaliaade® presi w rexparcect = todo vapor nos owtros contextos “O due vale para av clencias manifesta-se em todas as éreas em que & ocasiio'e s necetsidade de comprecnder nlo esperarain que o assunto Fosse (tatado ha escolay« Trabalhar 8 partit das representagoes dos alunos nfo Consiste er faat-las expressarerne, para desvalorizé-as imediatamente. O [mportante é dar-ihes regularmente direitos na aula, interessar-se por {cmar compreender suas rafaes e aus forma de coeréhcia, nio se surpreender Se clas surgirem novamente, quando as julgévamos ultrspassadas. Para iso, deverse abrir un espago de discussso, 180 censurar imediatamente as an Togias falactosas, as explicagdes animistas ou antropomérficas ¢ 0s racioe! nigsespontaneos, s00 pretext de que levam a conelbsbes erness, ‘Sachclard (1996) observa que os professores tém dificuldades para ‘compreender que seus slunos nso compreendem, j4 que perderam a memé- Sa" camints do conhecimento, dor obstaculos, das incertezas, dos ata- Thos, dos momentos de panice intelectual ou de vazio. Para o professor. ume Indmeto, uma subtragio, uma fraglo s49 saberes adquiridos © banalizados, sae eomo 9 imperieito a mogae de verbo, de concordancia ou de subord Mae oo aceke Ge colts, ae tensu9 eicuica uu oe dilate. © yas Testor que trabaiha 2 partir das epresentagoes dos alunos tenta reenconttar @ Fremésla do tempo em que ainda nio sabia, colocarsse no lugar dos apren- Beer Tombrarse de que, se no compreendem, nfo € por falta de vontade, ‘has porque © que é evidente para o especialista pareee opaco ¢ arbitrério Buna bg dprendives. De nada adianta explicar cem veres a técnica de des- Pero a dan lune que no compreende © principio da numeragso em dife- Tons bases. Pare secitar que um alune no compreende o principio de At renee dea dverse avelior gua extreme sbatraglo, «dificuldade de conceituar Sestencia dn agua ove so desazer da ela iutiva de que um corpo fsa “porque faz esforgos para nao afundst", como um ser Vivo. Wa Pietuginar © Connesimento jé constnusao na mente Jo aluno, ¢ ue cbsteculiza 0 ensino, no baste que os professores tenham a meméria de Bidahs'dat cidacias poderia ajudi-tos, por exemplo, a compreenderem Por Gue a humanidade levou séculos para abandonar a idéla de due o Sol girava Shr tommo da Terta, ou para aceitar que uma mesa seja um solido essencisl- Stente vasio, considerando-se a estutura atOmica da matéria, A maior parte oe Sonhectinentos cientificns contraria @ intuigio. As representagdes € 35 Sncepgses que thes sto opostas nto sto apenas aquelas das criangas, maz Fa re sadis do. pasado ¢ de uma parte dos adultos contemporancos. Sgualmente Gil que os professores tenham algumas nosdcs de psicologia ‘Ennedon Enfim. impart que se conrontem com, or limites de seus sepstlos conhicclmentos © que (eeddescubram que as nogdes de ndmero ima eres de quanta, de buraco negro, de supercondutor, de DNA. de inflagio wise astachgnigis colocars-ne em dificuldades, da mesma forma que seus Shanes, diante dag nocbes mais elementares. Ra ManNS Sitar e parse dis concepgses Gos alunos, dialogs evn cle faze chim que sehain dvaliadas para aproximd-las dos conhecimentos cient ices a seiem eninados. A compettncia co professor é, entfo, essoncial Frente dicattea: Ajuda-o & fundamentar-se nas represeniagSes prévies dos Bisa, som se fechar nclas, a encontrar um ponto de entrada em seu sistema Sognitivo, uma mancira de desestabllizaclos apenas o suficiente para levé see Neeabelecerem © equilibria, incorporando novos elementos as repre- SSncagdes existentes, reorganizando-as se necessério. 20__ pre rarest TRABALHAR A PARTIR DOS ERROS: E'DOS OBSTACULOS A APRENDIZAGEM Esta competéncia segue imediatamente a anterior. Bascia-se no postula- do simples de que aprender nao € primeiramente memorizar, extocar infOr- ‘ages, mas reestruturar set sistema de compreensdo de mundo. Tal rees- Tuturagio nfo acontece sem um importante Gabaiho cognitive. Engajando= ‘Sinan’ rectanninceeas nm euro rompide. dominando melhor «feaida Se Be mancira simbslicac praticn For que a sombra de tina &rvore se alonga? Porque o Sol se deslocou, dirao agdeles que, na vida cotiiana, continuam a pensar que o Sol gira em forno da Tema: Porque a Terra segulu sua rotagko, dao os disefpulos de Galilet, Dats estabelecer uma relagio precisa ent a rotaglo da Terra (ou 0 ‘movimento aparente do Sol) eo alongamento de uma tombra, hd apenas umn [asso gue supoe um moaelo geométrco e trigonomeuice que maioris dos Miuttos teria bastante dificuldsde para relembrar ou claborar rapidamente edit alunos de Ti ow 12 anos que fagam um esqueta para representar © Tenomeno colocs-os, portantor dlante de obstdeulos cognitives que 36 pode- ‘io superar gragas aortas aprendizagens, i ‘Aipsdagogla classica tabalba a parr dot obstéculos, mas privilegia quel que ate propos, auctor que g sluno eneonta em seu lira de ‘Gado de um teorema ou de uma lel, sinda nso compreende por que s soma ‘Sos Sngulos de um uilnguo € igual a 180°, ou.como pode ser possfvel um ‘corpo eait com acsleragao constant. Solicitace aos aluroe que, na suposta omada de uma fortaleza, calou- lem que comprimento deverd ter uma escada que permita tanspor urn fosso Be 6 nctcos de larga pare que ge alcance o tto\de um muro de 9 metos. Se conhecerem 0 tcorema de Pitagoras e forem eapazes de ver tanto sus Perlinencia como sua splieagso, fargo a soma das rafzes quadradas de 6 e de BPouseja. 36481 = 117, dedutindo que bastaré ume escada Ge 11 metros. meee eee al Perio ciate dar lines Spore aoe ee eto le ee a al Cola dat 9 SPREE conhceem 9 ou fm cpa dsc o ‘+ Se conhecerem 0 teorema, trabalhario “simplesmente” a operacio~ nalizagao ous transferéncia de um eonhecimento adquirido, em um Contest no ul sun pertineneie no ae mentra primeira vat, 18 ue se deve reeonsttuir um tangulo fetangulo, ou sela, compara © Biso'c-o muro aos lados do Angulo dette, a escada A hipotenusa, Sonnande em Phaporas. Nesse nfvel, pode-se sugetir 8 alunos que Boniderem 9 fate de que nao se colocara a eseada exatamente na {lo fonso © que ath ultrapassard o muro. = Se.cles “chegarcm perio” do teoreme, 0 obstdculo cognitive seré de Shure ondem® Os alunos daverso consiruir a ntuigio. de que prova- ‘elmente existe uma rogra que Ihes permits, se a encontrarer, cal Eitan som hesiterFalard descobr-a e depot formaliedl, fase na Bite? Sypprio iSoremna, se julgar que fom poveo tempo para fazer Eom gle’ descubrary ou se achar, gom ou sem Fazio, que seus Al~ fos "fasnaia conse guirao sozinhos + Seod'atinos io tiverem nenhuma idéia da existéncia possivel de Gia leoreme aplicavel eles ee contentarto enn buscar wina solugio pragmitiea per meio de estimativas e sumulagbes. O obstéculo seré Pak inetoubiggico do ue proprismente matemitico, se a situaglo BGemelharse mals a'uin problema aberto do que s uma sithagao~ problema, ‘Uma verdadeira situagio-problema obriga transpor wm obstaculo gra gas uma aprendicagem ineditn gusto tat de ua spies wansferencis SE ae gereratieagto ou Ga conetugio de wn conhecimento inteirament sown hE Sherieutostorna-ser entao, o gbietivo do momento, um objetiva- DBitdculer conforms & expressio de: Martinand (i986) retornada por Met Pen Astcii'e muitos outros. O ajuste das situacdes-problema 8s possibil. ‘Gade tos alunos sera abordado no proximo capitulo. ‘Depararsse cont 0 cbstdevlo é. em um prmeiro momento, enfientar 9 vaxion f auséncia de qualquer solagio, ats mesmo de qualquer pista ou mé- ado, 'sendo Tevado A impress de que Jamais se conseguird aleangar solu- SBer, Se ocorre a devolupso do problema, Ou sefa, se os slunos apropriam-se Sig sua mente posse em movimento, conser hipsteses, procede a expio~ figdes, propte eniativas “para ver". fn um trabalho coletive, iniclase a discuss, o chogue ds representagdesobriga cada um a precizar sou pom Stmento 6 a levar em conta‘o dos outros. ‘E'nesse momento que o ero de raciocinio e de estratégia amesga. As- sim, para demonsirar o teorema de Pitagoras e provar que, em um triangulo fetengulo abe, 0 quadrado da hipotenusa é igual A soma dos quadrados dos Tados do Angulo direto, insereverse goralmente o triangulo retanguto em um Fetangulo, Que leitor tente reconsttuir a sequencia do raciocinio e medi 0 nimaia de onesactes mentals que devem enegdear-se corretarmente © gual Sarna memoria de tabalho para poder dizer “9 que se devia demonstrar ‘Dara mmultiplicar os erros, 6 uma verdadeira corsida de obstéculos! Diante de uma tarefa complexa, os obstéculos cognitives so, om larga medida, consttuldes por pitas faisas, error de raciocinio, estimativa ou Tiiculo! Equctanto, o erro tambem ameaga parecer nos exercicios mals EiESsleoer “Eu tina dinero, quando saf-esta manna; durante o dia, gast Srimeiramente 70 francos © depois mais 40; sobraram 120 franoos, Quanto Be daha go partir? Multas crlongas ealculardo 12070 ~ 40 6 obterto 10 ifancom i, um resuliado pomerieamente core, considarando-se ae Sporagtes fitas, mas que nis € a resposta no problema e que, alm disso, SBerekavel, fa que a soma de paride ¢ inferior wo montante oe cada despesa Telke’Pare guclse compreenda esse erro, devem-se apalisar as dficuldades se cotragho'e conciderar o fato de que, ha realidade, precisa-se de uma a5, cup pag reselver © problema levantado em termos de gastos 110 6, de BIRR ES Srgmaa, woo) \idduice das dsciplinas interesea-se cada vez mais pelos erros ¢ tente compreendétos, antes Ge combate-los. Astolft (1597) propae que se consi. eer EnG com uma fersamenta para ensinar, um revelador dos mecanis- Shor 2s'pensumento. do. aprendi, Para, decenvolver essa competencia, © rrefessor dever evidentemantc, ler conhecimentos cm didética ¢ em psico- Profs cognitive, De infelo, deve interessar-se pelos crros, aceltando-os £Om0 eras Slimdvets do enforgo de" compreender, exforgar-se, no comigi-los RRS digemes diga!), proporeionanio a0 aprendiz, porem, os melos para omar conscloncia delen, Wentficar sua origem © transpo-loe. CONSTRUIR E PLANEJAR DISPOSITIVOS ESEQUENCIAS DIDATICAS sina 99 ‘Uma situagio de aprendizagem inscreve-se em um dispositive que a toma possivel & as veres, om uma teguancla didatica na qual cada situagio ind etapa em uma progressio. Sequncias e dispositives didaticos insere= ‘Vemvse, por sua vez, em tim contrato pedagopico © diditico, regras de funcio= Jamonia’e insttuipéce internas d clasee "AS nogcet ao‘ arepostvo © Ge sequcneia diGdivus wana w ain para o fats de que urna sitaagio de aprendizapem nie cvorve ao acaso © Engendrada por'um dispasitiva que colocs of alunos diante de urna tarefa Sct ealizada, um projet a fazer, um problema a resolver. Nido hi disposi Yo geral; tudo depende da disciplina, dos conteidos espectficos, do nivel UeePalunos, das epsoes do professor: Um procedimento de projeto leva a ‘certos dispositivos. © trabalho por meio de situagdes-problema leva @ ou ffos, 08 procedimentos de. pesquisa, a outros ainda. Nesses casos, ha um cit niibere de pardmefros que devem sor domiados para que as aprendi- Shgens almejadas se realizem, Pera catrar cm mis detalles, conviria consi- Saksr umm disciplina em particular. Um procedimente de projeto em poo- Grafla, uma experiencia em ciencias, um teabalbo sobre situagoes mateméti= Efdow uma pedagogia do texto requsrem dispositivos variados, ‘Tomembs egune exempio wna serie de experigneias em tomo do prinet pio do Rrguimeden, delafhadas em ma obra do Grupo Frances de Baueaceo Rove (aschkar e Bassis, 1985). Lambremos, para squeles que tiverem es- Guecido, que'e principio de Argulmedes explica principalmente Por que Somos comes flucuam. Cada corpo mergulhado emvum liquide € objeto de ‘Sim empuse igual a0 peso de volume de liquide que ele coups. Disso resulta ue = 08 corpos cuja densidade (ou peso da unidade de volume) ¢ superior Sguela do liguico afundarso — tucles que tiverem densidade igual permanecerto em equitibrio (imo un submarino imerso e estabilizade); — Gules cuja densidade for inferior & do liguido subirso 2 superficie fe Mutuardo (coino bareos), a linha de futuagae delimitando = parte © equilforio € aleangado quando o peso de volume do liquid deslocado por essa parte for igual 8 massa global do corpo que flutus. Classicamente, Bede se aos alunos que imaginem substituir o corpo que flutua pelo liquide Bo'gual. de cero modo, “tomou 0 lugar", Podem, oncto, entrever que. s¢ ere liquide estivesse fechado sm um envelope sem peso hem espessura, ele permageceria no lugar, o que indice que sofre um empuxo ascendente equi Ribrando seu peso, que o ata para o fund ‘Um professor do OPEN, que ensina fsica om uma turma de ensino fun. damental francés (I-14 anoa), formou-se em biologia. Sem divida, € por 24 page reno ‘essa razto que no aborda o princfpio de Arquimedes de maneirs tio abs Ca ne eee aerrous alunos fefletirem sobre pares de matérias: PAO- todas, madeira-coneroto, ferro-plistico, sem referene guide. Pergunta-t ‘sesea fase em um se eerdal és mule pesada. As primeiras respostas brotam Made. pclaio, bascaldes na intuigio sensivel da densidade, eem que o Eon Fara actruido. Posteriormente, vern 2 constatagio decisiva: no 56 ode saber, ndepende de quanto se toma de mate See OF slumoe concluitae ~ apés Feflexto — que um quilo de penas 6 eo BEND Goanto im gurio Ge chuthivo. > yuanihede & See pee fessor, partidario do principio de auto-socioconstrugio dos Sees oie 3998, Vellas, 1996), evita faclitar 0 trabalho. Ele no pro- Boe volumes de madeira, ferro, plist Foe vo gue battaria pesar. Poe 8 disposigio dos alunos pedagos ‘ae volumes. fone. gue basi asos diversos, que nao se prestam nem a yma comparaeio ge Formas © Ge Prem a uin recorte facil em volumes iguais. As condigies festio preenchi ‘unidade de volume ae? Sue cmerja, pouee a pouco, o conceito de peso da dade de volwmanida sequéncia, 0 professor propte que se aborde © mesmo FO ume Sond. Da a'cada equipe urn pedago de massa de mode prot P tema de Outs Teor que megam tho precisamente quanto possivel ¢ mas- Pe gma A aus claposige balangas © tubos de ensaio gradua sac 0 volume, Elet teraidss snlagua © nos quais podem-se mergulhar os e535, Notelse Ge oe conceltos de mavea 6 de volume esto, Hesse, fase Foie wontatnente construldos e mobiizaveis. O novo desafio € sus Bee poral decererd 0 concelto de peso ca unidads de volume. jade. oe dusum of blocos de massa de modelar em balanga e medem seu Solurne por imersso, fazendo depois um quadro comparative \ om Equipe 1 | Ravine? [ Eauines | Pauine ia om 2 a 30 30 Sotuene om 3 15 35 130 naleres ‘Ox alunos da eauipe 3 dfo as indicagdes: a relagio entre massa e volume p02 SIREN TAGS SEG Tatts Safeco © gut ines noverenta oo, pio £ rover, colic que calculom esse. volume, sen retornat a0 tubo lume. © Profesossonobiligw-se © chegn 4 formulagées do género: “Quande de gasaio. A mar Tyolume, o reauleado € guase sempre o mesmo”. 8 se divide migplicar 0 volume por uma citra maior que 1/e menor que 2 para Dei tea o Passemas por cima das verificagdes o tentativas que encom apes varios desvion, cxtabiizar, nomeat ¢ formalizar © con ossitltam de tmidade de volume. Sabet se wma matéria é mais pesada ow Pee See outa pode ser reformulado mais “cientificamente” ‘seu peto da peerowaconpeteis enw 35 ‘anidade de volume é superior ou inferior? Os alunos compreenderam que Unidade ey omparar senda os pesos da unidade de volume igual que ae ee oe coe pangSes dao wnidades de volurne, que sio volumes fiti- ios, os quale nao se recorta isicamente ‘Ornikiessor Introdus uma tereeira seqdéneia, que chama de Flutua oi afuncd?. dizendo: “Um iceberg de 5.000 toneladas flutua, uma bolinks de eae io pramas afundal™. Os alunos respondem-Ihe que 0 ago é mais pe sess gue C'gelo, © professor expanta-ce, j4 que 10 gramas “é uma massa Se eo G0 foneladas™, Os alunos respondem: "No, Alo se tata da Builghar mus do ago: 100 peso dis utiade de vv OA RSS 1985, p. 60) SB siagko est feita: na mente dos alunos, o peso da unidade de vo~ lume deseo existe Independentemente da bolinhi, assim como # do gelo lame do B00 Or temonts do iceberg. O caminho até a descoberta do prin gritte jncePemimnedcs ainda ¢ longo e semeado de armadithias, ras 2 ferra- rents conce tual indispensével fol adquirida nia Concerta ncaa a descrigio detalhada dessa experiéncia, retenho aqut crtasencial, wanspontvel a outos conbecimentos, em outras discipli- saul © caren ie, Go coubectmento € uma ‘rajetdria coletiva que 0 professor as: a construgso eschew e dando auniio, sem ser 0 especialista que trans- ore er nem o guia que propos 2 solugso para o problems. ae ne sotadeck a urn procedimment consiruivista, mals impor eae TURNS, BIE haebes que eetimulem © confito cognitive entre atts ors sree coe Sains por exemple, enire © que © wluno antecine 2S ara mc) professor afirma nfo deixar de “trar cocthos da cartala” se ooeerecar progressos. Por exemplo, com comontiris, merguih dol Par re vsbmidos de polo, um na agua e o outro no slegol: Os efeitos dite Po eg alunos a considerarem 0 peso da unidade de volurme do Fanta: coribaascatrern ume Telugso entre peso da unidade de volume do ee ee oie de volume do liquide, base do principio de Arquimedes. Se cee scquenciss didaticas buscar, para fazer com que, se epee eh Micar ce alunos sela para compreanderem, Sela pata tere Senne oe eee dois (Piaget, 1974), Sua concepgio ¢ Sua implantagso Salto. Pores fo de um dos dilemas de toda pedagogia ativa: ou investi Jevam 30 one envelvam e apaixonem os alunos, com 0 rseo de ave Pro gm projetos due ehvehen-se prisioneiros de uma Togica de produgso ¢ de SeeeereS aac epacitione a seaquncias mais abertamente contraliza Ce oe regen, Focneontrando os passes das pedagogies G8 G80 © So exercieio (Perrenoud, 1998R), Ferrie ive repousa sobre hipéteses relativas 2 aprondizagem © 2 cela ceeeibce, © projeio. @ aga0, a cooperagao, 0 c#70, a incerterss 0 IRS coin Gato, 0 cbstactlo, o tempo. Se construlmos dispositivos partin- Soda principio do que todos querem aprender © aceltam pagar um Prego POF do do principio eau aluncs para os quais 0 acesso ao saber no pode Set igo, mab procedimentos de projelo podem, a0 contratio, tornas-se fins em si mesmos ¢ afastar-se do programa. A competéncia profissional consiste na Busca ds um amplo reperiario de dispositivos e de sequencias na sua adap- {aytlo ou constraggo, bem como na identificagae, com tanta perspicseta ‘quanto possivel, que eles mobilizam ¢ ensinarn, ENVOLVER OS ALUNOS EM ATIVIDADES DE PESQUISA, Eu DHO.IRTAS DE GONHECIMENTO ‘Acabamos de abordar esse tema acerca dos dispositivos didéticos. Che- gate, enti 20 fonomeno mais geral da motivagio (Viau, 1994; Chappaz, $596; Belannoy, 1997), da retagdo com o saber (Charlot, Bauticr e Rochen, 1904; Charlot 1997) & do sentido da experiencia e do trabalho ercolares @Develay, 1996; Rochen, 1995, Perrenous, 1986a: Vellas, 1996). Voltare- noe a fo.om um outo capfuio sobre o envolvimento dos alunos em suas Tprendizngens. Antes Ge ter uma compeléneia didatica precisa, Tignda eBmiotdos espectfices, envolver os alunos em alividades de pesquisa c em frojetos de conhechnento passa por uma capacidade fundamental do profes- for tomar aceseivel © deae)avel sua prdpria relagao com 0 saber ©\co™ & pesquisa, encamnar um modelo plausivel de aprendi. ‘Buando se Ie "Da uilidade das enperiéncias de pensamento para fazer Seda Sequdncla deserts: Cada fillagio de Concelas, cada sucess8o de ex: Soh Saclar levanta a quettso de sevr fundamentos de suas altemativas Boge:e inuirnent debater papel do profesor, entre inervencionsma 04 Talsserfatre. © mais importante permanece implcito: uma sequéncia did oa s5' dosenvolve se or alunos accltarem a parada o tiverem realmente Sontade de taber te o-concreto é mais pesado do que o ferro, ou por que Um 2dberg flutos, enguanto uma mindscula bolivia de ago afunda, ‘Ngo se tata mats, em relagio a alunos de 13 anes, daquela curiosidade insaclavel e daquela vontade expontinca de compreender das criancas de 3 nos, a idade dos porgues: Nessa fase do curso, os adoleacentesJ& aprende- fam durante 8 4 10 anos a2 mazelos do offcio de aluno (Perrenoua, 1996s). igo suo mais etrafdoe por um enigma qualquer. Também conhecem as me poles do ofcio de professor e reconhecem ao primeiro olhar o téaio do tra- Fa ot eres: Bia sparéneis iucrca ae uma nove ares: Refiewen sufi Satemerte depressa, exotando em einco minutos uma adivinhagao de jogo= Glovisivos. Para gue aprendam, ¢ preciso envolvé-tos em uma atividade de (inna Set imporcdncia ede uma ceva duraguo, garantindo ao mesmo tempo ima progresst viivel e mudangas de paisagem, para todos aqueles que no Wenn Pita obseseiva de se debrugar durante dias sobre um problema que ‘Sviwabalho sobre 2 densidade © o principio de Arquimedes nao 6 wm procedimente us projeto cldssigo, no sentido ae que mio ha produgdo social Pfoada. O produto'€ o saber; destinataro, o grupo e seus membros. NBO prevé apresentar 0 principio de Arquimedes aos pais de alunos sob a forma Edrume exposigao ho eatlo de tim museu de ciencias e teenicas, com par inéia, experiéneias, diaporama. Isso poderia ser uma boa idéia, mas eviden Claria a comunicagio. de um conhecimento. ndquirido, oferecendo certa- fhente a oeasiso de eonsolidé-lo, até mesmo fazcr uma parte dos alunos Eceasé-lo in exiremis. © professor do Grupo Francés de Educagio Nova nio Sscolhe esta "coberturs’s no sentido usado para umm agente seereto. Ele en Seige abertmentc seus alunos "om atividades de pesauise, em projetos de ic envolve,, © indieativo assume aqui todo seu interesse. Em um es nore ecltivo, podeno gnvolver a bala mae cine, defende, Fong, Ringuéin pode envoiver-se no hugar dos lunes. © professor 86 pode dizer Rugvolvamcce: jornem a se cnvolver” Pereebe-sc 0 dclicado equiltrio 0 ser encontaado efits 2 estuturagio didsilca do procedimento © a dinamica da fun, Urea atvvidade de pesquisa desenrola'se, geralmente, em varios pix Sedlos, porque toma tempo. Na escola, # grade-horrla e & eapacidade de Stone "doe alunos obrigan & suspensio do procedimentg para retomé-lo nals tarde, no dia sepuinte, bs vezes na semana seguinte, Conforme os mo rentos e Ge alunos fais htervengées podem ser bencficas ou desastroras Reeves, elas quebram 0 direcionamento das pessoas ou do grupo para © ‘Shhcc em outros momentos, permitem a reflexdo, deixando as coisas evolus- Sov crm canted mente ¢ eetomando-9s com novas idéias e uma energie Fenovada, A dinimica de uma pesquist ¢ sempre simultaneamente inteleo- {ual, cmocional e relacional. O papel do professor é relacionar os momentos Jones, assegurar a memoria coletiva ou eonfiéla a certos alunos, pér 8 dis posigio de Gertos slunos, fazer buscar ou confeccionar os materiaisrequeri~ Bos bera 6 enperimenta, Durante eada sessdo, 0 iteresse diminui. O desen- Corajamento atinge certos alunos, quando seus esforgos lo so recompen- Sfdoa ou quando descobrem que um) problema pode esconder um outro, de modo gue nao veer 0 fim do tunel, lovando-os ao desinteresse pela questo. Genvelvimento inseial pode ser, a cada instante, questionado, ‘Ein tin provediments de projeto, a principal motor pata.o qual o profes: sor pode apelar €0 desafio do éxito devuma tarefa que perde seu sentido se ‘uo chegar a um produto, Frequentemente, esse desafio pessoal coletivo é ‘SSempatindo por conrato moral coups, ado ono ut ‘Ae pesquisa, fake esse contrato o, finalmente, parece bastante Facil resigaar~ So 2 viver sem conhecer 0 principio de Arquimedes, ainda mais sem com. preende-to, Em uma sociedade cesenvolvida, a vida de um adulto depende Eo'um numero inacresitavel de provessos tocnologicos de cuja existencia pens guspetta e que seria inespax de explicar. Pode-se nadar © navegar sein conheder, nem Sompreender o prinespio de Arquimedes. foe's span guts aera ares Humans qu fz compas ou ba cos futuarem ignora esee principio. Hles uilizam regras mais praticas, que Serivan da experiencia transmitida de geraglo em geraglo ou do conhect 90_rrtose perros ‘mento te6rico dos engenheiros. Um professor nfo pode, portanto, legitimar ina guvidade de pengelsa demonstando facimente que & saber vicwdo € de lima importincia vital na vida colidiana dos seres humanos. Agueles que, dovido s uma orlentagao especializada, tiverem realmente que dominar es Sas teorias terdo a oportunidade de aprendé-las © reaprend&-las amplamente Sa universidade. Ne escola, no ensino fundamental e até mesmo no ensino tnedlo, wilitarismo no pods justificar a mator parte dos saberes ensinados ‘Um projeto de conhecimento no 6, pois, facil de transvestir em projeto {do ago bu ac colocar em uma perspeciiva *pratiea”, salvo negando a divi- Sho do wabalho ¢ o futuro provével dos alunos. Estes véemn bem a0 seu re- Sor os ndultos ns compreendem come funcionam o refrigerador, a tele S20 oto letor de CID que fazem parte de sun vida cotidiana. Como faz8-los ‘Etedhar que precisarao de conhecimentos clenificos em uma soctedade na Ghat as tebnolbgias funciona quer taa0 aeja motivo de lamento ou de ale- ia, spesar do desconnesimento de seus fundamentos teGricos pela maior {ioe utbarios? Para dirigir soertameme tm projeto de conhecimento, deve so cnt ser capaz de susciter uma paixto desinteressada pelo saber, pela orlas sem tentar lustifieeia, pelo menos durante a escolaridade de bese, sor uth uso pratice ue eerd o spandgio de alguns especialistas Por amo tornar 9 conhccimento spaixonante por si mesmo? Basa nto € sombnte aura quesiio de competeneia, mas ds (aentaade e de projeso pes Seai'de profeseor:Infelizmente, nem todos os professores apaixonados dio- 32°5 dindito de partithar sua paixto, nom todos os professores curiosos con- SSgucm tomar’ seu. amor pelo conhecimento fnteligivel © contagioso. A Seiibcrencia aqul vieada passa pela arie de comunicar-se, seduzir, encorajar, fmobilizar, nvelvendo-te como pessoa. “A palxio pessoal nto basta, se 0 professor nto for capaz de estabelecer sume chmplicdiade e uma solidariedade verossimels na busca do confeci- Trento, Ble deve buscar Gom seus alunos, mesmo que esteja um pouco adian~ {aio renuneiando a defender a imagem do professor “que sabe tudo”, ac {Endo mostrar suas proprias ivagagoes e ignorancias, no cedendo 8 ent [Bo de Inerpretar alcomedia do dominio, nao colocando sempre o conheci- Siento ao lado da rast, da preparagao do futuro © do éxito. Quanto aos race a0 de oo oat ibpeenfunte Avan dos comhecimentos que ensi- Rim, como coperar que suscitom a menor vibragso em seus alunos? "isdas as Fompeltncias agul evocadas tem um forte componente did co, Esta tities, taais dovquc ts outeas, lembra-nos que a didatica topes Smoeesaneoments na questo do sentido € da subjetividade do professor © do WRvehule & portanto, também nas felagdes interoubjetivas que’ se constitaern Eoren do saber, mas nto se desenvolvem somente 1 registro cognitivo, ‘Resudlurse’ que a cepacidscs de organizar c de. animar situagies- probisina ¢ outras situagtes fecundas de aprendizagem suponha competen- Efer bastante semeihantes aquelas exigidas por um procedimento de pesqui- Exe mater folego. Todavia, enquanto ume situagao-problema se organiza fem tomo de wm obstéculo ¢ desaparece quando ele é ultrapassado, urn pro~ SEiimeno de pesquisa parece mais ambictoso, pois leva os alunos a cons. fraftem cles propeos a teoria, © procedimonto em torno do peso de volume Edo principio de Arquimedes pode ser interpretado como uma sequéneia de Sdundoceproblema: Cada uma delas permite 0 enfrentamento de um novo Sbsisculo, que deve ser transposto para que & trajet6ria continue. A diferen Gh.€ que, na mente do professor 6, vozes, na dos alunos, encontra-se em En plosrama de trabalho a médio prazo. De modo ideal, ¢ sem dvida des- Er hindia gue‘se deveria levar o¢ alunos m consiurtein svn ve wives remtos cienbificos, em Biologia, qutmlca, geologis, fisica, mas também em Tetomla ou om goografia, Infelizmente, os. procedimentos. de pesquisa fomam tempo, de modo que as prosressoes diddticas, das quais falaremos a sm dsgunizamac, multas veres, mala om fungto das nodes previstas ro Teerpeatdo que de uma Topica de pesquisa tals caprichosa'e avida de TR: situagSee-problema, conforme serko vistas, representam ums forma de acordo entre esvas duas fopicas.

You might also like