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gna » Carmem Craidy * Gladis E. Kaercher | ‘f - = - ~ r Digitalizado com CamScanner capitulo 7 _a—n————— E Por Falar em Literatura... Glddis E. Kaercher O ato de ouvir e contar histérias esta, quase sempre, presente nas nossas vidas: desde que nascemos, aprendemos por meio das experiéncias concretas das quais participamos, mas também através daquelas experiéncias das quais tomamos conhecimento através do que os outros nos contam. Todos temos necessidade de contar aquilo que vivenciamos, sentimos, pensamos, sonhamos... Dessa necessidade humana surgiu a literatura: do desejo de ouvir e con- tar para, através desta pratica, compartilhar. Contadas em verso ou em prosa, as histérias permitiram que a humani- dade passasse, de geragao a geracao, sua histéria — seus feitos, suas decep- des, seus amores, seus sonhos, seus temores, suas esperangas... As vezes, no dia a dia da Escola Infantil esquecemos 0 quanto ouvir e contar histérias é importante. Quando lembramos desta importancia, trans- formamos este momento de partilha - que é 0 ato de ouvir e contar — em algo estranho, Nele, contadores de histéria e ouvintes transformam-se em profes- sores e alunos. A partir dai, definidos os papéis (um conta 0 outro ouve) en- cerra-se a possibilidade da partilha. Quem de nés nao lembra de uma histéria em particular, contada por alguém querido, de um modo especial que, talvez por isto mesmo, até hoje somos capazes de relembrar: fadas, reis e rainhas, florestas mdgicas, loucas aventuras, romances, histérias familiares, poderes gigantescos que, por al- guns instantes eram nossos... faziam parte do nosso mundo. Eram hist6rias que nos faziam acreditar e realizar tudo, ou quase tudo... Se fizermos um esforco de meméria, perceberemos que nao eram apenas 05 textos que prendiam nossa atencao: 0 tom de voz de quem contava a histéria Digitalizado com CamScanner 82 Craidy & Kercher (enchendo de vida cada personagem), 0 local onde nos instalévamos (a cama quentinha, o sofé, uma almofada macia), a chance de ouvirmos novamente as partes (ou histérias) de que mais gostévamos eram elementos que nos cativa- vam, que nos faziam desejar ouvir mais. Todos estes elementos, e muitos mais, tornavam 0 momento de ouvir histérias um momento especial. Quando depois {amos contar para nossos amigos a histéria que alguém nos contara exerciamos 0 papel de contadores; nossos amigos contavam para os amigos deles e, assim por diante. Era uma brincadeira em que os papéis estavam sempre se invertendo: ora um, ora outro contava; ora um, ora outro ouvia, Se observarmos atentamente, veremos que é destas praticas, de ouvir e contar histérias, que surge a nossa relacdo com a leitura e a literatura. Portan- to, quanto mais acentuarmos no dia a dia da Escola Infantil estes momentos, mais estaremos contribuindo para formar criangas que gostem de ler e vejam no livro, na leitura e na literatura uma fonte de prazer e divertimento. Mas, afinal, como podemos fazer isto? Isto quer dizer que devemos contar hist6rias diariamente para as nossas criancas? E aquelas que no querem ou- vir? Devemos insistir? Devemos contar histérias desde o ber¢drio? Mas as crian- as nao so muito pequenas para ouvir hist6rias? Quais so os livros mais indi- cados (se & que isso existe)? De que materiais devem ser feitos esses livros? Calma! No meu entendimento, existem muitos mitos circulando por ai: muita bobagem que, em vez de auxiliar o processo de formacao do leitor sé atrapalha... Vamos conversar um pouco sobre essas coisas, deixando claro que 0 que iremos ou nao fazer com as nossas criancas ~ no que diz respeito ao trabalho com leitura e literatura - 6, fundamentalmente, uma escolha tedrica. Uma escolha que estara embasada no modo como concebemos o desen- volvimento da crianga e na importancia que damos & nossa acdo pedagégica didria. PARA COMECO DE CONVERSA... Antes de mais nada, gostaria de dizer que trabalho com a concep¢io sociointeracionista sobre como a crianga aprende, ou seja, acredito que este processo se da através da interagéo com o meio: em se tratando de literatura ¢ leitura isso acontece por meio das interagées que ocorrem entre as criancas, entre elas e os adultos, entre os adultos, Portanto, acredito que somente iremos formar criangas que gostem de Jer ¢ tenham uma relagao prazerosa com a literatura se propiciarmos a elas, desde muito cedo, um contato frequente e agradavel com o objeto livro e com co ato de ouvir ¢ contar histérias, em primeiro lugar e, apés, com o contetido desse objeto, a histéria propriamente dita - com seus textos e ilustragoes. Digitalizado com CamScanner —— Educagéo Infantil 83 Isto equivale dizer que tornar o livro parte integrante do dia a dia das nossas criangas é o primeiro passo ¢ Para iniciarmos 0 processo de sua forma- s40 como leitores. Cabe destacar, ainda, que estou me referindo a leitores como sendo pessoas que leiam, com fluéncia e frequéncia, mas também por prazer, por alegria, por desejo préprio. E igualmente importante frisar que, quando me refiro & leitura, estou concebendo-a como um processo ample de construgao de sentidos, que nao se reduz apenas ao dominio da palavra escri- ta, mas que, fundamentalmente, abrange as diversas linguagens (grAfico-plés- tica, musical, corporal, imagética, etc.) que fazem parte (ou deveriam fazer) do dia a dia da Educagao Infantil Para finalizar, gostaria de dizer que as subdivisées que aparecem aqui procuram respeitar algumas caracteristicas gerais apresentadas pelas criangas, mas nao devem, de modo algum, ser tomadas como estanques e classificatérias: so aproximag@es e, portanto, as criangas que nao tiverem vivenciado as ex- periéncias de leitura sugeridas nas diversas fases devem ser oportunizados os mais diversos livros e hist6rias, independentemente da idade. PARA OS PEQUENOS LEITORES - DOS ZERO AOS DOIS ANOS (APROXIMADAMENTE) Neste periodo o que pode ser construfda é uma relagio com 0 objeto livro, no sentido de tornd-lo préximo das criangas, tanto quanto um brinque- do, por exemplo. A importdncia que este objeto - 0 livro — tem em nossa cultura sé ser4 compreendida pela crianga muito mais tarde, se o adulto for um contador de histérias competente (dando vida as histérias e personagens) e cativante (compartilhando suas emogdes). Alguém que saiba construir com a crianca a crenga de que o livro é um “brinquedo” que pode divertir, emocio- nar, educar, auxiliar a organizar emogées (como o medo, a angistia, a alegria, © citime, o sentimento de perda, etc.). Este é um ponto crucial: para formar criangas que gostem de ler e vejam na leitura e na literatura uma possibilidade de divertimento e aprendizagens Precisamos ter, nés adultos, uma relagiio especial com a literatura e a leitura: precisamos gostar de ler, ler com alegria, por diverséo; brigando com o texto, discordando, desejando mudar o final da histéria, enfim, costurando cada leitura, como um retalho colorido, 4 grande colcha de retalhos - colorida, significativa — que é a nossa histéria de leitura. . Se nao for assim, como conseguiremos convencer as nossas criangas a fazer algo que nés mesmos nao julgamos importante? . Contudo, é preciso entender que também nés, adultos, precisamos cons- truir 0 nosso percurso de leitores e que, como todas as coisas belas da vida, isso exige paciéncia, carinho, dedicagao e cuidado, Exige um tempo que é Unico, que varia de pessoa para pessoa e que deve ser respeitado. Digitalizado com CamScanner Quando estamos trabalhando com uma crianga pequena, de até dois anos, : reeber que é através dos sentidos, e das informagGes apreendj. precisamos pe i d indo que a cerca (ea Ji das através deles, que ela ira compreen ly q pace a literatura faz parte deste mundo). Assim, tudo que puder ser cheirado, ouvido, visto, tocado ou saboreado terd uma grande importancia. ‘Também os livros sé serdio interessantes € desafiadores se, de algum modo, puderem atender a essa forma de compreender ° mundo. ; : Logo, teréio muito mais sentido para as criangas desta idade livros de porracha (inflaveis e coloridos) ou livros de pano (macios e bem costurados) que possam, por exemplo, ser manuseados pela prépria crianga - ou o que é mais provavel, levados 4 boca - sem riscos. Sabemos, entretanto, que estes livros so, quase sempre, caros e dificeis de serem encontrados. Surge af, a possibilidade de construf-los nés mesmos: sacos de plastico (desses que usamos para proteger documentos) transformam-se em livros atra- entes quando “recheados” com imagens ou gravuras de objetos ou animais do conhecimento das criangas (bicos, fraldas, brinquedos, ou ces, gatos, galinhas, vacas, passaro, etc, sao alguns exemplos de imagens possiveis de serem empre- gadas na confeceao de tais livros). Costurando um saquinho no outro, formam- se paginas resistentes, que facilitam o manuseio por parte das criancas. Utilizando a mesma tematica - objetos ou animais -, podemos confecci- onar livros de tecido, com sacos de acticar (desses que usamos para fazer panos de prato) e retalhos coloridos. Feitos 4 m4quina ou & mo, sem ocupa- rem-se de contar histérias, estes livros prestam-se muito bem ao contato mais direto com os pequenos. A introducao destes livros em momentos prazerosos da rotina — como 0 banho, o descanso, 4 sombra de uma drvore no patio — vai possibilitando 4 crianga construir-se como leitora. Com o passar do tempo, gradativamente, podemos trabalhar com livros tematicos, que envolvam imagens organizadas ao redor de algum tema - praia, alimentacao, higiene, etc. E importante lembrar que, aproximadamente aos dois anos, a crianca domina a linguagem oral: compreende um niimero expressivo de palavras, fala e comunica-se com os adultos e as demais criangas com grande facilida- de, Nessa fase, as palavras ganham destaque. Agora, livros que contém histérias ~ breves, sem muitos personagens, com enredos simples = passam a chamar a atencéo, Podem ser de papel, Pre erenclalmente papelio prensado, que é mais resistente e podem ter as bordas apradondadias (coradas no formato desejado - formas geométricas, animais, 4 ¢ lixadas com lixa de unhas, para eliminar possiveis imperfeigdes que oferegam risco A crianga), péginas noes livros com grandes lustragbes, que ocupem a maior part ds a historia sem o auxilio do a peemicindo que as criangas pequenas reconte! Bs autonomia da crianga frente ao livro. Coon wee emcees vo ga frente ao livro. Com esse mesmo propésito, devemes Digitalizado com CamScanner “= Educaséo Infantil 85 criar um espago na sala de aula para a biblioteca: dispor os livros - de plastico, borracha, pano, papelo ~ em estantes ou caixas acessiveis As eriangas; colo. car almofadas ¢ tapetes macios para que as criancas se instalem confortavel- mente; aproximar, o mais posstvel, esse recanto das janelas — para que tenha uma boa iluminacdo natural - sio medidas que podem garantir um melhor aproveitamento do trabalho com a leitura e a literatura junto as criangas. Cabe destacar, ainda, que os livros de papelio so, como os de pano e de borracha, um poutco inacessiveis — ou pelo prego ou pela dificuldade de distribui- Go das editoras. Novamente, podemos obter bons resultados produzindo-os. Podemos confecciond-los utilizando tampas de caixas (no geral, as de sapatos masculinos) forradas com papéis coloridos e colagens (mosaicos multicoloridos ou montagens que aproveitem as ilustragdes dos livros rasga- dos ou danificados). Para dar um acabamento mais vistoso, podemos finalizd- los com plastificagao (de cola branca ou papel contact). PARA OS LEITORES MAIS CRESCIDOS - DOS TRES AOS SEIS ANOS (APROXIMADAMENTE) A medida que vao crescendo e tornando-se falantes plenos da lingua portuguesa (dominando as regras de sintaxe e ampliando o vocabuldrio), as criancas passam a se interessar mais pela escrita. Nesse momento, as histérias (os textos) passam a ganhar destaque e, com elas, os rituais de leitura passam a ter um sentido especial. Familiarizd-las com a necessidade de acomodarem-se confortavelmente para ouvir; fazerem o menor barulho possivel, para que todos possam ouvir acompanhar a narrativa; visualizarem o modo como o adulto relaciona-se com 0 objeto livro (como segura, como manuseia, como observa) sao passos importantes de serem construfdos neste perfodo. A participacdo da crianca nesses rituais de leitura permite que ela va construindo o seu préprio modelo, vivencie esta experiéncia e a percepcao de que cada um encontra 0 seu jeito, o modo que mais Ihe agrada (para uns, por exemplo, ler deitado é um horror. Para outros, é maravilhoso). | Ao redor dos trés anos, o contos de fadas passam a despertar o interesse infantil: hist6rias que auxiliam a crianga a organizar as suas experiéncias de Vida, lidar com receios e alegrias, com conquistas e perdas, enfim, com senti- Mentos contraditérios, Além disso, os contos de fadas, com seus seres magicos € seus finais exemplares (em que o mal é sempre punido) sao historias que Possibilitam as criangas de qualquer contexto — social, econémico, cultural, 4mnico, racial - a vivéncia de uma experiéncia sem precedentes. _ Cabe destacar aqui que os contos de fadas possibilitam ao educador discussdo de suas ilustracdes (Seré que a princesa nao poderia ser negra? Serd que o principe nao poderia usar éculos?) ou seu contedido (Ser que a madrasta nao poderia se tornar amiga da Branca de Neve?Serd que a gente Digitalizado com CamScanner 86 Craidy & Kaercher pode ser feliz para sempre?). Estes sio apenas alguns exemplos do quanto o trabalho com contos de fadas no dia a dia da Escola Infantil pode ser desencadeador de outras temdticas e discussées. oe Isto nao quer dizer, todavia, que a literatura tenha que “servir para algu. ma coisa”: leio para as criancas desenharem a histéria, leio Para representar a histéria, leio para saber como é que vive 0 dinossauro. Nao! Devemos ler pelo prazer que esta atividade proporciona, pela importancia que a literatura pode ter, enquanto arte, nas nossas vidas. Esta j4 é uma excelente razao para traba- Iharmos com a literatura na Educacio Infantil. Por volta dos quatro anos, as narrativas mais longas e a poesia ocupam lugar de destaque. | Na poesia, versos rimados, que explorem a sonoridade das palavras ¢ possibilitem que as criangas criem algumas associacées so muito apreciados: enquanto peixe-martelo bate: toque, toque, toque, peixe-serra vai serrando Toque, roque, roque, roque. (Milton Camargo) Narrativas que envolvem um nimero maior de personagens, lendas e histérias com um desfecho magico sdo extremamente atraentes para as crian- gas neste perfodo. A exploragio de outros portadores de texto como filmes, programas in- fantis, revistas ou discos, contrapondo-os aos respectivos livros, pode ser uma atividade interessantissima. Chamar a atencdo da crianga para as diferengas que a mesma histéria Pode apresentar quando mudamos a forma como vamos conté-la — um filme, um livro, um programa na televisdo ~ é trabalhar no sentido de ampliar o seus horizontes lingiifsticos e de estimulé-la a ler as diversas linguagens com curio- sidade e atengio. Exemplos: ao trabalharmos com o filme ‘A Bela Adormecida”, por exem- plo, podemos escolher aquela sequéncia em que a princesa esta sendo apre- sentada pelo rei ¢ a rainha a corte, A chegada da fada ma (que niio havia sido convidada) pode ser discutida com as criangas através da imagem (tiramos 0 som da televisio ¢ passamos a cena) ou sé do som (tiramos a imagem da televisio ¢ ouvimos a cena). Apdés, podemos contar a cena para as criangas (como ¢la aparece nos livros) ¢ compararmos as diferengas, Outro trabalho interessante pode ser o de comparar as diversas versdes de livros com o Mes: mo conto de fada: diversas versdes de A Branca de Neve, por exemplo (Irmitos Grimm, Disney, Perrault), conse eae cue ‘ erlang que convive em um ambiente Aesafiadot de " ‘% enfim, marcas de linguagem escrita), demanstt Digitalizado com CamScanner 87 Educasio Infanti rd nesta fase interesse pela escrita, Nao raro, se perguntarmos para uma crianga 6 que ela estd fazendo, ouviremos:“escrevendo”, Isto indica que a crianga percebe 0 cédigo escrito neste perfodo como algo importante ¢ sente curiosidade em conhecé-lo, Nada melhor do que ex- plorar esta curiosidade através da literatura: livros como “O batalhdo das le- tras” de Mario Quintana (Sio Paulo: Global, 1996) fazem a alegria da crian- cada Outras letras dizem tudo. Mas 0 O nos desconcerta, Perece meio abobalhad Sempre estd de boca aberta... Acheguem-se com cuidado, De olho aceso, minha gente: OS tem forma de cobra, Com ele se escreve serpente. Poemas como os de Quintana chamam a atengéio da crianga, informam e divertem ao mesmo tempo. Além das historias ja editadas é extremamente importante trabalhar com a produgao de histérias pelas criancas: professor, como “escriba”, registra histérias inventadas pelas criangas. Histérias de terror, romance, passeios, experiéncias que envolvam o grupo, entre outras, estimulam as criangas a sentirem-se também produtoras de histérias, de registros que podem ser pas- sados aos demais, contados, retomados, ilustrados. Convidar a famflia das criancas para participar, registrando as suas his- t6rias (de vida ou as narrativas orais que sio contadas de pai para filho ha gerag6es) e contando estas e outras histérias pode ser desafiador e extrema- mente rico para as criangas. Por fim, é sempre bom lembrar que a literatura é arte. Arte que se utiliza da palavra como meio de expresso para, de algum modo, dar sentido a nossa existéncia. Se nés, na nossa pratica cotidiana, deixarmos um espago para que esta forma de manifestacao artistica nos conquiste seremos, com certeza, mais plenos de sentido, mais enriquecidos e mais felizes. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras ¢ bobices. 5. ed. Sdo Paulo: Scipione, 1995. BETTELLHEIM, Bruno. A psicandlise dos contos de fadas. Rio de Janeiro: Paz.e Terra, 1980. KAERCHER, Glédis E. Pereira da Silva et alii, Convivendo com criangas, In: CRAIDY, Carmem M. 0 educador de todos os dias: convivendo com criangas de 0 a 6 anos. Porto Alegre: Mediacao, 1998. Digitalizado com CamScanner 88 _Croidy & Kercher _ ap sea historinba ndo funciona?”: sobre paixGes e literatura... IN: XAVIER, Maria Tiai& M. Ensino de lingua materna: para além da tradigdo. Porto Alegre: Mediacio, 1998 : papas i PALO, Mari José; OLIVEIRA, Maria Rosa D. Literatura infantil: voz de crianga. S40 Paulo; Arica, 1992. ZIBERMAN, Regina; SILVA, Ezequiel Theodoro da. Leitura: perspectivas interdisciplinares, tica, 1995, Digitalizado com CamScanner “ LovcaGvo int ANTE o~ grupo CJ Conhecimento gue transtorina Digitalizado com CamScanner

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