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~ Clg pe.) a experiéncia brasileira no cinema-de-animacéo ‘Aqui esto fundamentos essenciais da hist6ria universal do desenho animado, a aplicag3o de seus principios no Brasil, através de uma verdadeira saga de pioneiros. Vemos, através da pesquisa e da ética de Anténio Moreno, que 0 Brasil no ficou alheio a0 movimento. Ao contrério. A inquietacio eo espirito criativo e inovador do brasileiro mexeram com artes e técnicas, arregagando cortinas de incompreensées ¢ de obscurantismo. Anténio Moreno cumpre integralmente a misséo que atribu/mos ao seu trabalho, agora editado: ode abrir brasileiramente os estudos, a andlise da técnica, dos processos do cinema de animago. A EXPERIENCIA BRASILEIRA NO CINEMA DE ANIMAGAO Confundide muitas vezes com desenho animado, que é tBo-somente uma-de suas mmodalidades, o cinema de animagao vem des pertando um interesse crescente no Br: ¢ se apliam as expectativas em torno desta forma de expressao cinematogréfica, Suas possibilidades no campo de filme educative, de informacao. social, experimen- tal, de entretenimento ou no comercial, quer sejam televiso ou cinema, fazem com que se expandam os horizontes para essa técnica. E suas perspectivas de sucesso se baselam nfo s6 no interesse do piblico e dos anun- antes ou promotores, mas também pelo aperfeigoamento de novas técnicas e por Um controle cada vez mais eficaz dos custos de producio. A histéria do cinema de animago no Brasil € relativamente curta. Esbarrando sistematicamente em problemas de origens diversas, tais como © néo conhecimento @ dominacdo das técnicas de filme animado, 3 domindncia de estruturas nfo nacionais, a falta de incentives estatais, 0 cinema de ani macSo se caracterizou durante muito tempo pela ausincia de continuidade em suas mani- festagdes. Na verdade, ele sobreviveu duran- te vérias décadas gracas 4 soma dos esforgos isolados e do idealismo de um grupo de pio- Editora Artenova S.A. Em convénio com a EMBRAFILME, Copyright ©1978 Antonio Moreno Revisdo de Jorge Uranga ¢ Paulo Roberto Uranga Capa de Stil Reservades todos os direitos desta ediyifo Reprodugito proibida, mesmo parcial, sem expressa autorizacdo da Editora Artenova S.A. e da Embrafilme editora artenova sa | BL Composto e impresso no Brasil — Printed in Brazil ANTONIO MORENO A EXPERIENCIA BRASILEIRA NO CINEMA, DE ANIMACAO Preficio de Leandro Tocantins Prefacio de Stil Em convénio com a ‘Empresa Brasileira de Filmes S.A. EMBRAFILME editora artenova sa. | A. iy abstain chara, 294 | dep. Jocaaiaico <6 1O8 / S087 - rho | 4#P. geal tp: Satara liege oe AQUISI iho POR DOAGAO DOADO POR____—— a7 REGISTRO, DATA DO RE NOV. 2012 f LT YY of A MINISTERIO DA EDUCAGAO E CULTURA Ministro PROFESSOR EURO BRANDAO Diretor Geral Do Departamento de Assuntos Culturats PROFESSOR MANUEL DIEGUES JONIOR EMPRESA BRASILEIRA DE FILMES $/A EMBRAFILME Diretor Geral ROBERTO FIGUEIRA DE FARIAS Diretor Administrative ANTONIO SERGIO LOUREIRO Diretor de Operagdes Ndo-Comerciais LEANDRO GOES TOCANTINS CINEBIBLIOTECA EMBRAF! VOLUMES PUBLICADOS FILME E REALIDADE Alberto Cavalcanti, 1977 . dedicado a memoria do CENOGRAFIA E VIDA EM FOGO MORTO Grupo Fotograma Rachel Sisson, 1977 MERCADO COMUM DE CINEMA (uma proposta brasileira 08 paises de expressifo portuguesa e espanhola), 1977 A TECNICA DA MONTAGEM CINEMATOGRAFICA Kare] Reisz ¢ Gavin Millar, 1978 HUMBERTO MAURO: SUA VIDA, SUA ARTE, SUA TRAJETORIA NO CINEMA (Depoimentos sobre a riqueza da filmografia maureana ¢ sua importancla na moderna cultura brasileira), 1978 O CINEMA EM FESTIVAIS EOS CAMINHOS DO CURTA-METRAGEM NO BRASIL Miriam Alenvar, 1978 f LEGISLACAO DO CINEMA BRASILEIRO (Vol. Le Il), Alsino Teixeira de Mello, 1978 } MACUNAIMA, DA LITERATURA AQ CINEMA Heloisa Buarque de Hollanda, 1978 MINHAS MEMORIAS DE CINEASTA | Luiz de Barros, 1978 PREFACIO 0 Cinema de animagéo esté carregado de promes- sas @ de perspectivas no Brasil. E bom Jembrar 0 que possuimos de motivagSes neste Pais-Continante, arquipéiego de paisagens ¢ de culturas, numa imensa gravidez de formas: aguas, florestas, bichos, terras e mais as historias e estéries desencapucando fantasmas grandes, carregamento espiritual de trés racas que nos deram a pinta de brasileiridade. Walt Disney, nos bons tempos de Hollywood, andou de namoros com © nosso papagaio, batizado nas pias da California de Zé Carioca. O Brasit (ah! 2 nossa Pequena Notével} comerava apenas a arranhar @ sensibilidade dos homens de cinema norte-america- nos, gragas d irradiante personalidade de Carmen Miranda e a atuacéo de um grupo de brasileiros, a maioria deles volta do magnetismo da criadora do TAL E do nosso tropicatisme cénico. © mundo, por assim dizer, fantasmagérico, que $8 pode extrair da habitacdo-Brasil, estd virgem. Que dizer das fendas amaz6nicas, 3s voltas com cendrios ® bichos caminhanda na animagao desse magico cine- ma? E toda a riqueza da mitos, de temas, de paisagens na placenta do ventre-Brasil, horizontes que se espreguicam aos nossos olhos, d espera de eriativids- des do desenho que se arma de movimento, de cor, de som? O Cinema de animagSo ganha dimensdes, prest/: g10 @ comercializacio na Europa e nos Estados Uni- des. Recentemente, um grupo de diretores de-anima- $40, briténicos @ norte-americanos, foram entrevista- os sobre o trabalho a que se dedicam. Todos respon- deram afirmativamente. Sim, 0 desanha animado, até 0 de longa-metragem, oferece futuro bastante pro- missor, Nao sb nas reces tradicionais de cinema, Na televisio, também. Serdio “grandes atragées”, afirmam. E com pene- trace no campo educacianal, da informapio social, do comércio, da promogéo de madas, do cinema ex- perimental, ou de entratenimento, O diretor de cinema de animagéo Adrian Woolery, quando the propuseram a pergunta: “Acha que o desenho animado estd em fasa de expansio?”, respon- deu: "Sim, principalmente em vista da expansdo de uma tecnologia e da necessidede de explicar assuntos meeSnicos cient/ficos complicadas. A animacio presta-so bem a essa tarefa, Tem havido, também, uma experiéncia subjetive de desenho animado de publicidade que, além de adquirir novas técnicas, ‘std sendo aperfeipoado psicologicamente para atin- gir resultades mais eficazes, economicamente, através de um controle de custos.” Outra resposta conclusiva, que reflate « tendéncia dos modernos centros de cultura em cantinentes velhos @ novos, é@ do Diretor Stephen Bosustow, que assim falou: “No hd dtivida de que 0 desenho anima~ do esid em fase de expanséo. Novos estddios de ani magio esto sendo fundados nas principals cidades do mundo, ¢ as Universidades comecaram a incluir curso de animagso em saus currfculos cinematogrdficos. Atualmente a maior expansio ¢ no campo do comer- cial para. a TV, Mas 0 curso de animapdo estd progre- dindo também na campo da programacso de TV e da produpio de longa-metragens para 0 cinema.” Tais depoimentos fazem crescer as expectativas brasileiras em torno dessa forma de expresso cinema- togrifica, Na verdade, to cheia de encantos a de um to ample sentido criativo, artistico, sinonimamenta considerados poéticos, flustrativos, instrutivos, @ também modernamente comercials. Produto de facil venda, tais os atrativos = de puro lazer é de comuni- cagdo social direts, convincente. Em que o tempera humano da imaginaedo entra com potencial sempre renovado, Existe no cinema de animapio toda uma ambien- tacdo, todo um clima para exaltar a imagem nos mara- vilhosos posstvels @ impossiveis. Todas as coisas veros- simeis, todes os absurdos nos sSo oferecidos gratuita- mente, E nds os acolhemos, sonho e realidade se con- fundinde, respandende com os coragies gratos 4 fantasia, Ir a0 além do além, num abandone comple- to ds iluses, ds vezes com mais profundidade que no proprio cinema. Ora, isto, no chamado campo pisicossocial, é uma carga de forma e de consciéncia que se confronta com as infinitas potenclalidedes de vide e emogiio em cada um de nds, A propria EMBRAFILME, através de seu Depar- tamento do Filme Cultural, da Diretorla de Opera- ¢5es Nio Comerciais, acaba de produzir o curta-me- tragem Eram-se Qpostos, realizado por Francisco Liberato, O filme é uma visio sociolégica, antropo- légica, dentro de um mundo fantéstico, do homem nardestino, através de suas sagas. Compreende-se a importincia do cinema de ant- macéo, @ assim providenciamos a tradupo de The Technique of Film Animation, de John Halas e Roger Manwall, obra considerada no mesmo oivel de A Técnica da Montagam Cinematogréfica de Karel Reisz e Gavin Millar, recentemente traduzida ¢ edita- da pela EMBRAFILME. As duas obras: completas acabadas sobre o assunto — é a opinifio dos entendi- dos, aqui e alhures. Procurando responder a essa necessidade de agre- gar, estimular, pragmatizar conhecimentos em busca da moderna técnica do cinema de animacio, 6 que, em breve, seré editado pela EMBRAFILME 0 traba- Iho capital: A Técnica de Animag8o Cinematografica, em excelente tradugae do professar Roberto Raposo. ‘Antes, porém, dessa iniciativa, quarfamos revelar ‘a experiéncia brasilaira do desanho animado, Expe- rléncia mantica um tanto nas sombras @ soma de estorpos @ de ideatismo individuals ainda nda avalia- dos na justa dimensio: enfoque histérico, profissio- ‘nal, téonico, estético. Porque se ainda os brasileiros ‘dio 08 primelros vagidos no cinema de animacio, he | entre nds que realizou algumas composicées de notdvel expresso visual e estética, e até sentimon- talmente ou sociologicamente ligadas aos valores da terra brasileire, como é 0 caso de Sinfonia Amaz6nica, de Anélio Lattini Filto. Veja-se: a Amaz6nia dos indios seduzindo esse espirita criador, persuasivamente brasileiro. Teimoso, até em ser brasileira, e de mostrar aos retardados cul: turais daquela época (1953) 0 potencial de cinema de animac&o num pais diverso @ vério — em culturas e paisagens ~ como 0 nosso. E claro que toda a dedicac$o © entusiasmo de Lattin’ nd foram o bastante para vencer os mil obstd- ulas, Ele avangava no tempo, ¢@ rotina ea mediocri- dade néo perdoam a intefigéncia, 0 impulso de futu- ros. Embora as enciclopédias cinematogrdticas da Franca @ da Tehecosloviquia incluam o nome de Lattini pela realizagso de Sinfonia AmazOnica, ele ¢ sua obra sio esquecidos no Brasil. Como sio esqueci- dos outros realizadores de mérito, na mesma drea. Era preciso que inicidssemos nossa pregacho fa: zendo justicea am nossa prépria casa. Convidamos Anténio Moreno @ escrever este ensaio reabilitador. A Experiéncia no Cinema de Animacgo, E aqui estéio fundamentos essencials da histdria universal do desenha animaco, a aplicacio de seus Princtpias no Brasil, através de uma verdadeira saga de pianeiros, Vamos, através da pesquisa e da dtica de Anténio Morena, que o Brasil nia ficou a{heio ao movimento. Ao contrdrio, A inquietagéo e 0 espitita criativo inovador do brasileira mexeram com artes @ técnicas, arregagando cortinas de incompreensdes @ de obscu- rantismo, Anténio Merena cumpre integralmente a missio que airibulmos ao seu trabatho, agora edlitado: 0 de abrir brasileiramente os estudos, a andlise da técnica, dos processes do cinema da animagso, que sero apro- fundados pela experiéneia maior @ universal, cléssica — vamos chamar — de A Técnica de Animacéo Cine: matogrdtica, a aparecer na CINEBIBLIOTECA da EMBRAFILME, no primeira trimestre de 1979. Nossos agradecimentos @ Anténio Moreno, por shaver aceito e compreendico a demarcagéia de hori- zontes brasileiros nessas realizagées de geometria mdvel, cujos segredos @ encamtos se escondem atrds das estretas, Bem atrds de Cruzeira do Sul. Rio de Janeiro, outubro de 1978. LEANDRO TOCANTINS PREFACIO Em nosso depoimento, no final deste livre, me’ reporta aas idos terriveis do Grupa Fotograma, onde @ preocupacée com 0 nosso destino no cinema era tio forte quanto a divide de quem irie pagar @ conta do chope. Pais lf vinhe 0 Anténio Moreno cheio de idéits @ roteiras debaixo do braco; 0 papo ja até o garcom comecar a empilhar as mesas da bar préximo 20 Paissandu. Na acasiiio, 0 Moreno se interessava vi- vamente por filmes ao vivo. Certamente isso o levou, mais tarde, @ fazer assisténcia em "Ainda Agarro esta Vizinha’, do Rovai, @ a incluir cenas ao vivo em “Re- flexdes sobre um Ponto Duvidoso”, “Icero” 2 “Ver- des”. Moreno foi ator num filme falecide que eu co-dirigi, @ assistie & direcSo de “Filho de Urbis”-quer dizer, desde os nassos primeiros passos,o Moreno me- tia 0 bedelho, pesquisave... O resultado esté af, @ “Experiéncia Brasileira no Cinema de Animagio”, que poderia, também, se chamar de “Cinema de Ani- macio e o Brasil", pois aqui encontramos toda a teoria para conhecermos a linguagem, a técnica @ 2 histéria do desenho animado, em geral. Grupo Fotograma organizou mostras com 0 MAM, teve um programa sobre 0 cinema de anims- 8a; 0 Moreno dé aules e programa de sessies; acrodi- fo estar © resumo deste “background” aqui contido, O passade do desenho animad brasileiro foi herdico, suado, @ 0 futuro se adivinke altamente Promisor; 2 indistria pede noves valores no campo da animacao; até mesma empresérios estrangeiros apa- recem com fregiéncia na tentativa de carregar nossos animadores. Aguarderas que publicages como a do Present fivro eatalisam novas produpdes, ira ho Cinema de Animagéia’ tenha de ser revista constantemente Para os devidos Experiéncia Brasil NOTA INTRODUTORIA Neste livto enfoco a recém-descoberta do cine. ma de animagia em nosso pa/s, Achei necassdrio Acrescentar uma prévia explicagio sobre essa modali- dade de arte, uma breve visio sobre a cinematografia mundial, bem como alguns esclarecimentos sobre os Primeiros invents, onde podemos observar, além da criacdo da cdmera e da pel/cula cinematogrdtica, 0 Nascimento do desenho animado antes da invengdo do cinema, Contei com a orientagéo preciosa de Alex Viany, da colaboragao do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, nas. pessoas de Cosme Alves Netto, Alaisio Leite Filho e Ana Pessoa, como também a Equipe de Difusdo Cultural — Inecom — Divisio de Audiovisual, nas pessoas de Maria Auxiliadora Pache- co ¢ Francisco Chaves, na consulta de arquivos e dis- posic#o de material pata elaboractio de minha pes- lisa, a" parte fotogrdtica ficou a cargo dos fotégrafos José A, Mauro e Fernando José Alves, equipe da EM- BRAFILME, que me acompanharam durante a etapa ara flustraglo deste livro. Antonio Moreno CINEMA DE ANIMAGAO — DEFINIGAO © Cinema de animagio tem despertado, no Brasil, ultimamente, maior interesse. E grande sua penetractio no cinema e na televisdo. Esta penetracdo, no entanto, gera uma certs confusso quanto ao que 6, de verdade, o cinema de animaggo, levande a confun- dir cinema de animaego com desenho animado, Dese- nho animado 6, apenas, uma das medalidades de cine- ma de animacao. Segundo a ASIFA (Association Internacionale du’ Film d’Animation), em seu boletim n9 1, de maio de 1961, pdg. 4, entende-se cinema de animagdo como “toda criagéo cinematografica realizada,-ima- gem por imagem. Difere do cinema de tomada direta pelo fato deste proceder de uma andlise mecdnica, por meio da fotografia, de fatos semelhantes aqueles que sero reconstitu/des na tela, enquanto o cinema de animacdo erla os fatos por outros meios além do registro automético. Num filme de animagio, os fatos tém lugar, pela primeira vez, na tela’’, Cinema de tomada direta ¢ 0 filme normal, rea- lizado pela fotografia ininterrupta, Fotografia jd exis- tente de uma paisagem real ou de atores que represen- tam uma cena que serd repetida quando da sua proje: fo na tela. Ja no cinema animado, a concepedo do filme é criada numa dimens&o de irrealicade e descontinuida: de no perceptfvel aos olhos antes de sua projego em. teld. Tomemos come exemplo o desenho animadk Todos 0s cendrios, movimentos decompostos ou ant: magiio dos personagens, encadeados na devida légica, @ cortes de montagem so levados a mesa de filmage! ou Truca, como é mais conhecida, (Truca é um dispar sitivo com camera regulada para fotografar quadro: quadro, fixada em uma haste sobre uma mesa, com iluminag&o lateral e enquadracdo preestabelecida pinos que servem para prender o material art/stica nos devidas lugares.) AS DIVERSAS MODALIDADES DO CINEMA DE ANIMAGAO Animacto de bonecos ou marionetes — popularizado pelo tchece Jiri Imka, ganhou grande forca com Georg Pal, quando ainda niio passava de um estilo curioso. macaco superapaixonado da primeira verso de King-Kong fol uma atragfo do quadro-a-quadro. © filme de animagio de bonecos é de produgdo muito trabathosa. A filmagem sendo realizada quadro-a-qua- dro, imagem-por-imagem, com 2 cimera disposta como pata filmagem de atores, teré uma atenuante: 0 cendrio seré uma maquete e os vos de criacio estardo limitados pelas trés dimenses (largura, altura e profun- didade) dos elementos do filme, Isto leva a uma maior movimentagdo detalhada, pois, a qualquer descuido, ‘ocorreré md animagio que, quando projetada, apre- sentard péssimo acabamento j4 que, deste jeito, os benecos ou marionetes teriam as movimentos trun- cados e desprovidos de graga natural de um andar leve ou de outro movimento que se tenha querido filrmar, Animacio de Pessoas. — Com a camera disposta como para filmagem de atores, porém adaptada para o " qiladr6-a-quadro, filmam-se os personagens nos devi- ‘dos moyimentos que se queira dar. Como exemplo, "Os Vizinhos”, de Norman McLaren. Cada “pose” _Tepresenta um quadro. Animieiio de objetos — Na mesma técnica, movi- im-se @ fotografam-se tesouras, barbantes, ca- ‘Opa, condrios inteiros © uma infinidade de @ posam imaginar, 6 exemple, “Renascimento” do polonés oworyk. Este filme foi filmado de trés to), com a cimera adaptada para o fil- wis do trds para frente. Partindo do gerd, 808 poucos, desarrumado, 10 com livros sendo rasgados aos poucos, objjetos mudan do de lugar @ registrades quadro-a-quadro. Quanto a explosfo que fard todo o cendrio voltar a total destruic¢ao, o proceso § a montagem culdadosa, outra vez, do cendrio que pode ter sido idealizado com objetos de cena em duplicata, para que esta explosiio ocorra com toda a sua forca, fazendo tudo voltar aa mesmo inicio. Animagio com carvio, massa de modelar — Nestes dois processos, os desenhos, ou as formas, sfo criados @ fotografados isolados, quadro-a-quadro, de acordo com 0 que s¢ queira realizar, Faz-se uma forma, a qual se dé determinado movimento e fotografase, Em seguida, outro movimento, e outra vez se fotografa, E assim sucessivamente. Animagso coma repeticéio dos movimentos em monta- gom — Exemplo ideal 6 “Pas-de-Deux" de Norman McLaren. Neste filme, o autor se utiliza de animacSo de atores, 0 que chamou de “pixilation". Os atores so iluminados somente pelas laterais, imprimindo uma imagem em silhueta. Os atores se vestem de ma- tha branca, € © fundo ¢ negro. Todos os movimentos so apresentados em silhuetas, estudados e recopiados a cada cena necessAria, para uma posterior tecopiagem am fus6es superposicao de até 10 exposiciies, dai- xando margem para a criacdo, Deste modo, a criago pode apresentar, na tela, no 56 © movimento anterior como o posterior da ‘cena principal que esta sendo apresentada, a0 mesmo tempo, utilizando-se de apurado trabalho de laboraté- rio, Este 6 0 efeito estroboscdpico. Assim se apresenta no filme de Norman McLaren. Um verdadeiro poema sinematogrético de imagens que se misturam simetrl: camente. Assim como num momento anterior que conga: la uma imagem dos atores, a outra imagem parte para continuar desencadeande os movimentos da danga e, logo em seguida esta imagem que estava congelada so movimenta e val em busca da ago que agora se rea liza; da mesma forma acontece com um movimenta posterior, qué se adeantra no movimento seguinte da | danga, sempre com varias Imagens silhuetadas que congelam-se e descongelam-se, quando a imagem da agao central dos atores chega até elas, Essa imagem real dos dols dangarinos vai deixando congeladas to- das as imagens dos movimentos criados durante seu percurso, E novamente esses movimentos se animam e vo de encontro ou se adiantam aos atores que con= tinuam em movimento constante. Neste proceso, geralmente a filmagem é feita antes e direta, para que se possa estudé-la detalhada- mente na moviola, onde todo o trabalho é feito. Nela se escolhe a animag&o que se val apresentar. Além da Moviola, outro fator importante para esta modalidade de animagio é a qualidade do laboratério, Animagio de recortes — Neste proceso, os persona gens ou bonecos so criados, desenhados, recortados @ montados com estrutura estudada para que se possa movimentd-los, Colocado este material na mesa de fil- magem, ou Truca, diante de um cendrio, toda a anima- 80 serd feite ali, de acordo com o movimento. E o material serd fotografado minuciosamente, quadro-a- quadro. Filmes de Roberta Miller, direta na petfeula Fp Acar] asides 12 Animagéo de tela de alfinetes — Process} criado por Alexander Alexeleff e Clare Porter. Consiste numa tela repleta de cabecas de alfinetes, iluminada com luz rasante, A animago 6 feita pela movimentaco dos al- finktes, para cima ou para baixo, criando, portanto, uma forma a incidéneia da luz rasante, que se apre- sentaré. menos ou mais jluminada pela incidén- cia na cabeca dos alfinetes, Sendo a tela da espessura do tamanho do alfinete, cada imagem pode ser apaga- Ga dealicanciosea: UU rek pon (4s. d8 tela) nse pontas dos alfinetes @ pela frente na cabeca dos alfinetes, As formas podem ser criadas com objetos diversos, bastando, para isso, pressioné-los sobre a tela de alfine- tes ¢ ir modificando-a como se desejar, ¢ fotografan- do-a quadro-a-quadro. Animaggo direta na pelicula — Neste processo, reti- ra-se toda a emulsio da pelicula, deixando-a trans- parente, Depois disto, desenha-se sobre ela, com esti- lates finfssimos, O desenhista deverd estar munido, esta ocasi#o, para seu controle, de um pequeno dispositivo que marca as dimensbes de um fotograma, Assim, ele dard maior precisia 4 animagio, fazendo com que ela ocorra no mesmo lugar, Hé, porém, outro sistema que consiste em ndo controlar a separagaio dos fotogramas, desenhando-se, ento, abstratos em todo © decorrer da pelicula, Consegue-se assim, em ambos 05 casos, uma variedade e uma qualidade de cor sem precedentes. Um des exemplos mais vibrantes é "Colour Box" de Len Ley, de 1935, Mais tarde, Norman McLaren viria aperfeicoar essa técnica levando o filme abstrato deseihado na pelfcula até as tiltimas conseqiiéncias. Em outro de seus filmes, “Linhas Verticals", faz 0 espectador criar variadas formas nos movimentos das linhas yertly cais que daneam por toda a tela no desenrolar do fil me. Mas a novidade maior do filme de animagiio direto na pelicula é que ele nao necessita da inter vengio da cémera, pois, ao ser finalizado o desenha: sobre a pelicula, jé estard pronto o negativo & verter4 em cépias através da contratipagem. Ou enill poderd ser feito um internegativo para que as cores originais do filme no desbotem ou rachem com o tempo, Desenha animado com filme ao vive — Esta técnica Consiste na filmagem, primeiramente, do filme ao vi- WO, COM atores em fundo negro. Posteriormente, este filme seré filmado junto cam o desenho animado, na ‘Thics, através da projecio agrea que consiste na proje- ilo do cada quadro do filme ao vivo por baixo do de- tenho disposto na Truca, a qual fotografara, assim, os dois desta vez. ‘Também pace ser o inverso, quando somente Win banequinho aparece num cendrio real. Quem néo s lambra de Gene Kelly dancando com Jerry? A t60- Uillizada fol esta. Os culdados para que a enqua- Nite estideds para no ocorrer falas, do sUiperpasicbes indesejdveis em determi: Roprodugio eum fotograme de “Pas de Dour” de Norman MeLaren Movimentos do personage “Coco-Benana”. do filme As Desvontures a Coco-Banana’” Desenhos decompostor Desenho animado — Para se elaborar um filme, parte- se de uma idéla ou histéria que se transforma em argumento, depois roteiro, Em cinema de animacso, ainda numa outra etapa que sa chama storyboard. Storyboard 4 0 roteiro transformado em estéria em quadrinhos, eontendo as principais etapas de todas as cenas do filme. E a partir do storyboard que se pas- sa para a etapa sequinte que da animagdo. Num desenho animado, todo filme ¢ elaborado Ne papel. Desde a criagio dos bonecos, o estudo dos seus mavimentos, até a elaboracéo do storyboard @@ decomposi¢go das movimentos de andar, dangar, chorar, rir ou falar que se fagam necessdrios para um filme, Todo este processo nfo 6 outra coisa senfio a animagio em si, Desenhada toda a historia em folhas de papel manteiga (folhas cujo material de sua composig#o per mite que sejam bastante translicidas), serdio agora transpostos os desenhos para as folhas de acetato @ pintados com as cores desejadas pela parte de tras, Voltando um pouco: atrés, ainda na parte de estudo dos bonecos, em daterminados casos, se faz necesséria a filmagem ao vivo da cena a ser ani para maior estudo dos movimentos ou copiagem dl 16 tes. Sé que, desta vez, em desenhos e com bs persona- bém estdo descritos os rmovimentos que devem ser da- gens do filme, dos aos desenhos, ou seja, panordmica, zoom oy efei- Segue-se a ordem normal até a etapa do acetato. ‘tos como escurecimento, fusdo etc, Continuando com a seqliéncia; a transparéncia do Paralelamente a essa descri¢do hd a descrigao de aestato permite, entiio, qua se desenhe, em outra trilha sonora, com efeitos, rufdos, mtisicas # didlogos, folha de papel, os fundos ou cendrios em que deva A sonorizagao pode ser realizada antes ou depois da decorrer a agdo de determinada cena. Ainda devido & filmagem. Mais adiante explicaremos com maiores de- transparéncia do acetato, é possfvel animar somente talhes tudo isso. um setor do personagem come, por exemplo, se for Tudo isso, mais os nagativos de imagem e o oti- 9 cao de somente @ boca sa mover, Neste caso, dé €0, seré enviado ao laboratério para que sejam tiradas: senham-se os diversos estégios do movimento da cépias positivas. Quando da projecdo, a retina faré boca que representam, no todo, o didlogo, Cada acontecer a ilusto do movimento. folha vai apresentar um movimento de boca diferente. No momento de filmar, coloca-se cenétio, depois 0 AIDEIA DO MOVIMENTO corpo intelro do boneco e, em seguida, o desenho da boca. Na medida em que forem sendo fotografados, somente seré necessério serem trocados os desenhos que contenham o movimento de boca. A propésito, vale rever a idéia trazida pela fisi- ca referente a “persisténcia retfnica” (ou retiniana), ‘A mesma colss corre quando, por outro exem: definida sucintamente camo “o tempo em que as ima- plo, # somente um braco ou os olhos do boneco que gens permanecem no fundo do olho”. Conhecida des- se mover. Faz-se, freqlientemente, isso parque acar- de os tempos medievais sob a denominac#o de inéreia eta menos tempo de trabalho ¢ conseqtiente menor | ocular, mostra que as imagens permanecem na retina tempo para a execu¢so do filme. durante um brev/ssimo lapso de tempo, enquanto na ‘Jé quando $0 faz 0 desenho diretamente sobre o mente se elabora 2 idéia que as reflete, Desse fendme- papel, sem uso do acetato, 6 necessério repetir, em ca: no decorrem duas ilusées dtieas de que se nutre o da desenho do boneco, o cendrio por intelro. A pin: cinema: primeira, a impress#o de corrente continua tura também serd feita diretamente no papel e com de imagens que, na verdade, se sucedem de modo des- tipo de tinta que se adapte ao tipo de papel usado — “fentinue; segunda, a mobilidade aparente de coisas geralmente a base d’égua ou crayon poroso, Para se realmente imdveis, (No caso do aspecto que buscamos ‘economizar tempo, simplifica-se o fundo ou cendrio “mGul situar, a conclusde Sbvia é que a memorizacio de ‘ou faz-se uso dele raramente. u monagem através do cinema = animado ou néo ‘Apés a fase final de desenho, ou seja, animagio ‘ty sempre mais fragmentada que a memorizacdo @ artefinal, as folhas de acetato passam pela fase do WM parsonagem visualizado graficamente, num so limpeza, com flanela Gmida com benzina pare serem retirades os rasiduos de gordura deixades pelas maox quando da fase de coloragio, Cam o emprego de tu r ndo para a pel(cula cinematogrética, na fase de coleragdo @ o uso de acetato de boa quali: et posta teonicamente, isto 6, com o au- dade esta fase se torna desnecessdria, ‘ Tudo isso feito, os desenhos sera colocados em ordem de filmagem @ transpostos, nesta mesma o dem, para um mapa de Trucs onde estard indicado @ ndmero de fotogramas, au exposi¢&es, ou fotogra que cada desenho deverd ter, No mapa de Truca tal da cémera pelo funcionamento de dois alementos do sistema de funcionamento dela: a abertura do diafrag- ma (abertura necesséria para a passagem de luz para imprimir @ pelicula) ¢ do obturador (controlador do tempo necessério para que a pelicula seja exposta e impressa a esta passagem de luz). Esta exposicéo, no cinema, se apresenta na ordem de 24 fotogramas por segundos, velocidade esta que reproduz fielmente © movimento real que nossos olhos tém a capacidade de espiar ou perceber. Quanto aos intervalos negros, entre um fotograma e outrs, eles exercem a fungdo de separar as imagens e de apagar a imagem imedia- tamente anterior a ele, quando da projecso, dando maior harmonia a0 fendmeno da “persisténcia reti- nica’, Quantidade de desenhos para cada segundo de filme — O que ocorre no desenho animado se baseia no mesmo fendmeno de percepeio de imagens. © movi- mento normal, que nossas retinas captam, 6 demons- trado num filme pela projecdo de 24 fotogramas ou quadros, por segundo. Transpondo para o desenho animado, so necessdrios 24 desenhos para cada segundo de filme, quer dizer, 24 posicdes diferentes para cada segundo de filme, Mas esta proporeSo pode Ser alterada, Por exemplo, baseando-se na iddia de qua teremos 8 desenhos para cada segundo, vamos encon- ‘rar um quociente da 3 fotogramas ou quadros para cada desenho, sem que, com isso, ocorra muita dife- renga no movimento de andar ou de falar dos bone- eos. Jé se reduzirmos @ nimero de desenhos para 6 Por segundo, apresentando, portanto, 4 fotogramas Para cada desenho, iréo ecorrer ai certos pulos @ paradas de imagem, truncando e sujando o fluir da animagéo. Isto ficaré mais perceptivel aos nossos. olhos, pois apresentaré movimentos indesejaveis, cha- ganda, em certos casos, a causar mal-estar, justamen- te por causa do fendmeno que 6 pré; do ser humano, a “persisténcia tetinica”’. A pré @ a péssincronizacéo — Leftura do som — A ‘trilha sonora, na maioria dos filmes a0 viva, se faz durante a fase final da edigio. Num desenho animado, ela 6, geralmente, gravada antes da execucdo do filme, pois a associago entre o ritmo visual da animagdo ¢ 0 ritmo musical é imprescindfvel. No caso da trilha sonora ser gravada antes de se comegar a desenhar, a operacdo é feita da sequinte mangira: primeiro, gravam-se rufdes, narraglo e musi- cas em fitas isoladas; segundo, retranscreve-se para uma 56 fita magnética (17,5 mm ou 16mm); teregiro, retranscreve-se para o negative dtico, de acordo com a bitola em que seré feito o filme, em 16 mm ou 35 mm; quarto, depois de revelado, este negative oti- €0 apresantaré, do lado esquerdo da pelicula, um gré- fico continuo das variagdes grave/agudo da triiha sonora gravada, Levando-se este negativo para um aparelho de- Nominado leitor de som, uma célula fotoelétrica ird reproduzir 0 som fixado em grafico, e se fard, no ne- Ativo 6tico, a marcaeio de quantos quadros, ou foto- framas, foram ocupados pelos tons mais altos e pelos mais baixos da misica. Serd feito, ento, um mapa da “batida da’ musica’ que se apresentaré, portante, em ntimero de fotagramas. O mesmo ocorre com a nar- Fuge, por exemplo, pela leitura do som. No neg: vo Otico, podemos observar quantos fotagramas serap Neste desenho ce Stil, ‘pare 0 programa “Satiricon'’ da TY, pode-se noter: #) 9s perturacdes ‘de encaixe nos pinos tanto da mesa de animectio, como lo mesa de filenagemn b) observe-sn tambérn ont "33" raferéneia do desenho ocupados pela sflaba MA na palavra MA-FAL-DA, De posse desses dados, o animador desenhard a movi- mento da boca de boneco dentro do numero de foto- gramas ocupados por uma determinada silaba, confor- me a leltura previamente feita no leitor de som. Outra maneira de se fazer a leitura do som & pela utilizaciio da Bachita. Bachita 6 uma ficha em que se descreve toda a pauta musical em segundos, @ na qual marcamos 0 compasso da miisiea. Este proces- so facilita a leitura, pois, em cada folha, pode-se tanto determinar o numero de fotogramas que seréo ocupa: dos por um determinada trecho da misica, como jade de diviséo dos instrumentos utilizados na mésica, descritos na partitura. A anima: go pode ser marcada mais precisamente, podendo-s0, ainds, de um efeito sonoro ou de um rusdo espect co, dar mais énfase e forca ao movimento do persan gem, ou ao desenrolar da acéo. 7 No caso da trilha sonora gravada ap6s a fil gem, a edicdo 4 feita totalmente na moviola ( para se ver é montar um filme, com tela reduak Todos os elementos que comporéo a trilha sono! selecionados, apés se ter estudado o filme, e gi em magnético 17,5 mm ou 16 mm. Apas zag%o com a imagem, feita pela escolha dos elementos come rufdos, didlogos, miisicas que melhor “case” com a imagem, estes sero retransctitos para o nega- tivo dtico em 35 mm ou 16mm, apés sua mixagem, Acessérios para se realizar uma animagée — A anima- 0, num desenho animado, é elaborada nas chamadas mesas de animagéo, com tampo de vidro fosco ¢ ilu- minago por baixo. Sobre a mesa vamos encontrar os pinos que servem para prender os desenhos 6 como matriz para que as folhas nao saiam do mesmo lugar. Por isso mesmo, as folhas de papel @ as de acetato sé0 se EREEERE EERE EE Serer EEEEI Exemplo de um trecho dle ui mapa de truce a Modelo de uma das prlinetras trucas, Em ogi vemos 5 plonairas Seth e Joie Stamato. perfuradas com a mesma matrlz dos pinos da mesa para que assim se possa realizar uma perfeita juncéo dos bonecos que estéo sendo animados. Jé explicamos que a animagSo ¢ feita, primeira: mente, em papéis translacidos que, na mess de anima- ¢a0, provocam uma visibilidade de 5, 6 ou mais dese- hos sobrepostes, Estes so filmades para testar a ani- macio (pencil test), e, apds as corregies que se fize- fem necessérlas, passa-se para a fase de artefinal quando sero copiados ou xerocados em folhas de acetato © pintados por trés, As folhas levam codigos No canto superior para facilitar o serviga de filmagem € para ovitar a catdstrofe que é sairem de ordlem, A animagao transportada para folhas do acata- to, que é umw folha maledvel transparente de celu- Iida, 6 4 modo mais direto, por simplificar princi palmente os problemas relativos aos fundos, ou cend- rios, que ficam libertos dos desenhos das personagens. Antes da descoberta do acetata por J.R, Ray @ aper- feigoado por Earl Hund, os animadores tinham que desenhar, junto com os personagens, os fundos, ou en- fer movels para todas as ) i qualidade da mesa de filmagem, ing pode ainda ser simplificada, antes, se é apenas um setor do per- Hi) GUE te Move, O setor fixo funciona quase rte integrante do fundo, Esta simpliticacao é | utilizada nos desenhos para a televisio, quando lupo d feita em massa, e qualquer supresséo de Mo traduz em menos tempo de elaboracdo. ‘Abilin, temos 0s ciclos: o personagem dé um paso, Malk Um @ outro mais, e os mesmos desenhos se ‘Fopetom. Além da mesa de animaeio @ os demais acessd- ‘Tos citados, so utilizados pineéis, guache, crayans Porosos, canetas 4 base d’égua, nanquim, benzina, ‘rogue de metal, e uma infinidade de pequenos objetos @ Ltensilios, Mapa de filmagem — Neste esté descrito o ndmero de fotogramas que cada desenho terd que ser fotografa- do. Por exemplo, numa coluna se coloeam os nime- fos de cada fotograma e na outra, © numero do dese- ho que ocuparé cada um daqueles fotogramas. Assim, fotogramas 1, 2 e 3, em cada linha, e, na coluna se- guinte, na linha correspondente, a numero dos dese- ‘Modelo mals moderno @ simplificedo de uma truce para 16mm, tendo Roberto Miller eperando As cinco fotos que se seguern, compéen uma seqdéncia ‘de cartoons de Seth, para o jornal “A Noite”, todss publicadss no ano de 1917. Série da figure de "0 Keiser”, que iris sor satirizeda em sou primeira desenho enimeda 24 irlos que, digamos, sejam 1-a, 2-1 e cendrio + Por exemplo, como representamos abaixo, este ‘1rés nitimaros serao repetidos nos niimeros 1,2 e 3 du coluna dos niimeros de fotogramas, na linha referente acada um, E assim sucessivamente, Fotograma Desenho Canario Trilha 1 Va—a-l 1 2 ta-adl 1 3 q-a—a-1 1 Truca, ou mesa de filmagem — A filmagem de um desenho animado, de recortes, etc., é feita na Truca, Truca 6 uma mesa montada com uma cdmera sobre

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