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PRODUTO TECNICO - ESTUDO SOCIAL GGEM - Grupo Gestor das Equipes Multidisciplinares PoOER JUOICIARIO Excelentissimo (a) Dr.(a). Juiz(a) de Direito da 1* Vara Civel de Tocantin6polis N° do processo: 0001665-59.2017.827.2740 Classe da acao:Adogao Polo ativo:Bruna Rafacla Batista da Silva e Massiano Francisco Rocha Neto Polo passivo: Adriana Marques de Sousa MM. Juiz(a), Objetivando cumprir determinagdo de Vossa Exceléneia,procedeu-se aos tramites necessérios realizagao do Estudo Social, tendo como sujeitos da anélise profissional os individuos envolvidosna presente agdo. 1. Procedimentos Técnicos Para isto, utilizamos 0 instrumental técnico-social,através dos _seguintes meios analiticos: © Visita domiciliar Entrevista com opolo passivo © Observagées técnicas © Estudo Social assistente social utiliza varios instrumentos ¢ técnica de trabalho como: visitas domiciliares, pericia social, entrevistas, estudo social, parecer social, entre outros. Entendido como um instrumento técnico-operativo utilizado pelo assistente social, a entrevista, o estudo social, a pericia social, 0 laudo social e o parecer social, apresentam algumas caracteristicas que tem como objetivo pesquisar ¢ analisar acontecimentos, PRODUTO TECNICO - ESTUDO SOCIAL GGEM — Grupo Gestor das Equipes Multidisciplinares open suorctARto situagdes de vida, de modo a estabelecer relagdes que possibilite recolher dados para sistematizar relatérios, 0 qual subsidia a decisao judicial (FAVERO, 2007). 2. Dados de Identificagdo dos envolvidos Nome: Adriana Marques de Sousa Data de nascimento: 23/12/1986 Estado civil:Solteira RG:26020652003-0 SSP MA CPF:018.932.231-40 Profissio:Diarista Grau de instrugiio: Ensino Médio Incompleto Fone: (63) 9976-5073 Endereso residencial:Rua Rio Grande do Sul N° 771, Alto da Boa Vista IL 3. Nucleo da mie biolégica / Contexto Situacional, Social e Afetivo ‘A senhora Adriana Marques de Sousa mie bioldgica da crianga em questo, reside com sua mae e uma filha de quatro anos, E uma casa simples de cinco cémodos sendo de sua mae, limpa e com condigdes habitiveis. A mesma esti desempregada, trabalha fazendo alguns bicos como diarista, ¢ da mesma forma sua mae a qual é limitada em esforgos devido a0 problema de alergia que possui. A renda ¢ instavel sendo a estimativa de RS 400,00 quando se tem as didrias. A dnica renda fixa 0 Bolsa Familia no valor de RS 160,00, ‘Mediante visita técnica, a genitora demonstrou firmeza e decistio na questo da adogaio de seu filho para 0 casal pretenso a adogio, As condigdes sociais ¢ afetivas vivenciadas por mie biolbgica e filho, foram somente a gestago. A mesma afirma que desde o principio da gravidez quisera doar seu filho, assim como fizera com os outros trés filhos os quais moram ‘um com uma tia, outros com o pai e avds patemos, Sao cinco filhos ao total, somente uma filha de quatro anos é quem reside com ela, Sua explanagdo & que nunca teve condigdes para criar 0s filhos, tanto economicamente como a necessidade de um suporte, ¢ ndio poder contar com 0 apoio de sua mae, pois esta é limitada e nao concorda que a filha tenha mais filhos, sempre apoiou a doagao das criangas. Esta senhora afirma que, a tinica filha que cria é pelo fato de que nao houve ninguém para ficar com ela pois, o pai é alcéolatra ¢ nao havia PRODUTO TECNICO - ESTUDO SOCIAL GGEM ~ Grupo Gestor das Equipes Multidisciplinares PODER JUOICIARIO alguém responsavel no momento. Diz que vem cuidando de sua filha juntamente com a mae com dificuldades, elas necessitam trabalhar e revezam entre si. Uma trabalha ¢ a outra cuida da crianga de quatro anos e vice-versa. Quanto a crianga em questdo, a genitora esta firme e confiante, afirma ter gostado ‘muito do casal o qual estard adotando seu filho de apenas quase trés meses de vida. Nao se abalou em momento algum a entrevista, o emocional esta estavel A mie biolégica nunca teve relacionamentos estaveis, esta tiltima gestagao foi de um envolvimento passageiro. Nao tem conhecimento sobre o paradeiro do pai de seu filho. Ao ter conhecimento da gravidez preocupou-se e comegou a pensar como iria criar mais um filho nas condigdes limitadas em que vive. Desta forma com o apoio da mde, ja pensava em doar a crianga. J4 no oitavo més de gestacao no consultério médico, em um breve didlogo ela demonstrou 0 desejo da doagdo. O médico tendo conhecimento de um casal, sendo o casal pretenso a adogao, ja preparou a ocasido para que se conhecessem e estivessem conversando melhor. Ao final de tudo, a mae biol6gica simpatizou muito com o casal sentindo firmeza ¢ seguranga neles. A partir dai estiveram acompanhando desde os exames até o momento do parto a saida da maternidade. Realizadas as observagdes técnicas avalia-se que, a mae biolégica nao demonstra afetividade, 0 perceptivel & que apenas foi um instrumento para gerar a crianga. No entanto, quanto a esta percepgio, é visto que € uma forma de sobrevivéneia. Ela reconhece nao dispor de condigdes para criar mais um filho, Além disto nao possui apoio familiar, necessita trabalhar para as suas provisdes e de sua filha Elizabeth Badinter (1985), em “Um amor conquistado: o mito do amor materno” explicita que 0 amor mateo é uma construgdo cultural e nao instintiva da natureza feminina. A autora concebe 0 amor materno como incerto, frigil e imperfeito, justificando as diferentes faces da matenidade no decorrer da historia. Sendo assim, 0 amor materno pode apresentar diversas facetas no contexto social, onde as mulheres experienciam os simbolos e significados da matemidade como realidade. Infelizmente nem todas as mulheres sentem amor pelos seus filhos, pois a experiéncia da maternidade é algo muito individual Pesquisas revelam que o perfil socioecondmico das maes que entregam os filhos para adogio é 0 de mulheres jovens, solteiras, com educago priméria incompleta, trabalham esporadicamente como domésticas ¢ no contam com o apoio da familia, nem do parceiro. So, em sua maioria, mdes excluidas, que abandonam porque foram abandonadas pelas politicas piiblicas e pela sociedade (MENEZES, 2007; SOEJIMA; WEBER, 2008). & importante pontuar que a permanéncia com a crianga sem desejé-la ou ter condigdes para isso pode trazer consequéncias desastrosas tanto para a mie quanto para a crianga, como ‘mausstratos crianga, imposigdo de castigos inominaveis, ignord-las, criarem-na nas Tuas, ow até chegarem a situagdes extremas como o abandono eo infanticidio (MOTTA, 2008) PRODUTO TECNICO - ESTUDO SOCIAL GGEM - Grupo Gestor das Equipes Multidisciplinares PODER uorctARTO 5. Parecer /Conclusdes Técnicas A mie biol6gica concorda expressamente com a adogio, porque considera que & melhor para a crianga uma vez que ndo dispde de recursos financeiros e apoio familiar. Verifica-se que a adogaio apresenta reais vantagens para o adotando e se funda em motivos legitimos, como bem exige o Estatuto da Crianga e do Adolescente. A mae est apta a doar a crianga, demonstrou 0 emocional estavel quanto adogao. Nao foram demonstrados lagos_ da mae biolégica e filho, que se mostrou fria sentimentalmente e tranquila com o destino da crianga. Data 15 de julho de 2017. ‘Aparevida Moura Nunes CRESS 1450 25° Regio Jane A. Moura Nunes ‘Aaslatonte Social CRESS 1450 - 25° Reg-TO PRODUTO TECNICO - ESTUDO SOCIAL GGEM ~ Grupo Gestor das Equipes Multidisciplinares PoveR sUoIciARto REFERENCIAS Favero 2007 , Servigo Social O Estudo Social em Pericias, Laudos e Pareceres Técnicos. BADINTER, E. Um amor conquistado: 0 mito do amor materno, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. MENEZES, K.F-F.L. Discurso de maes doadoras: motivos e sentimentos subjacentes 4 doagdo. 2007. 144 f. Dissertagdo (Mestrado em Psicologia Clinica) — Universidade Catdlica de Pernambuco, Recife, 2007. SOEJIMA, C.S.; WEBER, L.N.D.O que leva uma mae abandonar 0 filho? Aletheia. Canoas-RS v.28 jul./dez.p.174-187,2008. WEBER, Lidia Natélia Dobrianskyj. Lagos de ternura: pesquisas ¢ histérias de adogao. 3. ed. ampliada. Curitiba: Jurué Editora Ltda., 2004, . 0 filho universal: um estudo comparativo de adogao nacional e internacional. In; Revista de Direito de Familia e Ciéncias Sociais. n. 2. Ano 5, 1998, MOTTA, M. A Maes Abandonadas: a entrega de um filho em adogdo. 3 ed, Sao Paulo: Cortez 2008,

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