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Características Gerais
Os edifícios típicos da deste estilo constituíram um ponto de viragem no
que diz respeito à construção civil nacional. O que até então tinha sido muito
tradicionalista e retrógrado passou a contar com as mais recente inovações
técnicas internacionais. A introdução de novas e modernas técnicas de
engenharia, tais como a utilização de estruturas em betão e o sistema de laje
- pilar - viga, vieram revolucionar não só a maneira de construir, mas também
a forma de pensar as construções. Os edifícios comuns, tal como a maioria das
habitações, eram desenhados e concebidos por mestre-de-obras, não
qualificados; a partir desta época, começaram a ser feitos progressos nesse
sentido, atribuindo o trabalho de dimensionamento da estrutura a um técnico
especializado. Contudo, todo este modernismo não era aceite da mesma forma
que no resto da Europa, mais virada para o futuro e para a modernidade, pois
o governo português da altura era muito puritano e conservador. Nessa medida
a técnica moderna era disfarçada por elementos ornamentais clássicos, num
gesto de obstrução cultural ao progressismo internacionalista.
Esfera armilar.
Tipos Funcionais
Palácios de Justiça
Este tipo de edifício é considerado, em conjunto com as Câmaras
Municipais, o "tipo nobre" do Português Suave. São normalmente
caracterizados por uma volumetria dura, recorrendo a colunatas e grandes
pórticos para assim impor a sua monumentalidade. Existe uma preocupação
simbólica de fazer associar à arquitectura destes edifícios a ideia de poder
judicial (intrinsecamente ligado ao poder estatal) aliada a um espírito austero e
clássico. Um bom exemplo das características descritas é o Palácio de Justiça
do Porto (1961) onde as colunatas assumem um papel fundamental no que diz
respeito à ideologia global que o edifício deve fazer transparecer; a austeridade
e monumentalidade quase violentas fazem deste palácio da justiça um dos
mais representativos deste tipo funcional.
Câmaras Municipais
Os edifícios das câmaras municipais fazem parte, em conjunto com os
Palácios de Justiça, o "tipo nobre" do Português Suave. Comparando as duas
tipologias, as câmaras municipais são mais ecléticas, isto é, têm uma forma
mais liberta, não tão presa às ideias de poder e austeridade dos edifícios
judiciais (apesar de estar intimamente ligada a essas expressões). Têm
também associado a elas uma temática mais histórica e nacionalista; por vezes
existem nas fachadas, ou nos pórticos, painéis ilustrativos relativos a vários
aspectos da vida da cidade tal como o trabalho ou a história da mesma. Um
exemplo de câmara municipal deste estilo, apesar de não ser muito
representativo, é o edifício da câmara municipal de Póvoa de Lanhoso esse
edifício está ligado ao domus local juntando pragmaticamente os dois edifícios
nobres da vila.
CTT's
Os Correios, Telégrafos e Telefones constituem um caso especial na
arquitectura desta época. O facto de ao longo das décadas de 30 e 40, um
único arquitecto ter sido responsável por projectar e realizar estas obras,
Adelino Nunes, deixou pouco espaço para grandes inovações técnicas e
formais, reflectindo-se na fraca diversidade. Deste facto decorre a capacidade
de se puder dividir as várias instalações construídas um pouco por todo o país,
pois o número elevado de edifícios é inter-relacionável. Existem 3 tipos de
níveis de edificações dos CTT:
Escolas
As escolas primárias desta época enquadravam-se num projecto conhecido
por Escolas dos Centenários[5] de Rogério de Azevedo. O arquitecto elaborou
um plano-tipo onde estava descrita a forma de construir o estabelecimento de
ensino. Existiam pequenas variantes que tentavam de certa forma enquadrar
os edifícios no panorama arquitectónico do local onde se encontravam; as
escolas do sul eram caracterizadas pelos arcos e pelas paredes caiadas (a
grande parte das casas no sul são caiadas desde os tempos da ocupação
muçulmana), e a norte pelos alpendres e a utilização de granito.
Obras religiosas
O santuário de Fátima foi a mais grandiosa obra religiosa do regime.
No geral, as igrejas construídas neste estilo era estilizadas em betão.
Habitação
A habitação constituiu uma das maiores problemáticas do Regime
Salazarista na capital. A população lisboeta aumentava de ano para ano e
houve a necessidade de construir locais para alojar toda essa gente. Esse
processo foi abordado de várias maneiras dependendo do tipo de cliente. As
habitações dividem-se em três categorias: prédios de rendimento e moradias
unifamiliares ou geminadas, bairros sociais.